Poucas coisas em crises geopolíticas são mais sensíveis do que a inteligência, mas governo americano tem falado sobre conhecimento de movimentos, táticas e planejamento russos
Anthony Faiola*, The Washington Post, O Estado de S.Paulo
Os avisos do governo de Joe Biden de uma invasão russa da Ucrânia passam a sensação de que o Weather Channel está rastreando um furacão. Desde que as autoridades dos EUA anunciaram pela primeira vez o aumento das forças do presidente russo, Vladimir Putin, na fronteira, há mais de três meses, elas repetiram a ameaça com crescente alarme.
Na semana passada, surgiram novas avaliações dos EUA de que o poder de fogo russo havia atingido 70% da força necessária para um ataque em grande escala. A tempestade russa, concluíram os EUA, pode atingir Kiev em dois dias, deixando até 50 mil civis mortos ou feridos.
Poucas coisas em crises geopolíticas são mais sensíveis do que a inteligência. Mas, desde o início da crise na Ucrânia, o governo Biden tem falado sobre o conhecimento dos EUA de movimentos, táticas e planejamento russos. Um analista a chama de “estratégia de megafone de Biden”.
Militares ucranianos entram em formação em trincheira na cidade de Avdiika, no front do conflito com separatistas Foto: Brendan Hoffman/The New York Times
Outros dizem que é preciso voltar alguns anos para encontrar uma crise semelhante em que um governo dos EUA compartilhou tantas informações com esse nível de especificidade tão rapidamente.
Pode haver razões estratégicas para ficar de boca fechada. O excesso de detalhes pode comprometer os ativos de inteligência e colocar em risco o futuro acesso às informações. Mas há outro grande motivo para discrição. A coleta e o processamento de inteligência são mais arte do que ciência, uma série de segredos mantidos juntos por suposições analíticas. A inteligência pode ser – e muitas vezes é – confiável, e pode ser – e muitas vezes é – errada. O exemplo: as advertências dos EUA sobre as inexistentes armas de destruição em massa de Saddam Hussein, que foram inventadas pelo governo de George W. Bush.
Isso não significa que as avaliações dos EUA estão erradas agora – ou que o urso russo não vai abrir caminho para a Ucrânia. Na verdade, até agora, a sensação é que o governo acertou. Muitos observadores dizem que o governo é taticamente inteligente ao sair à frente de qualquer operação russa exatamente como está fazendo. Diferenças entre aliados sobre uma resposta coordenada ainda existem. Mas, se Putin esperava um ataque furtivo, agora ele tem os olhos do mundo observando.
* É COLUNISTA DE ASSUNTOS EXTERNOS DO ‘WASHINGTON POST’
Qual é a primeira coisa que vem à sua cabeça quando você pensa em comunidade? No caso de empresas e produtos, a comunidade é todo o grupo de pessoas que está, de alguma forma, envolvida com o negócio. Sejam os colaboradores da empresa, os clientes, os prospects, os acionistas e até os concorrentes.
E se a sua empresa tem o desafio de inovar para continuar crescendo, compreender profundamente a comunidade que cerca o seu negócio e abrir espaço para que essa comunidade se nutra é um dos melhores caminhos.
É sobre isso que vamos falar hoje.
As comunidades digitais vão muito além de grupos e tags em redes sociais, apesar de a premissa ser a mesma – grupos de pessoas que se unem para discutir, ensinar, aprender e trocar informações sobre um determinado tema.
Nos últimos 10 anos muitas empresas ao redor do mundo começaram a investir mais em construir boas relações com suas comunidades – seja a de colaboradores, seja a de usuários ou clientes, seja a de concorrentes – como uma forma de desenvolver melhores soluções e inovar. Isso também ficou mais simples depois do surgimento de canais como o GitHub e o StackOverflow, em que profissionais de tecnologia se auxiliam na criação e melhoria de produtos digitais.
Não são só empresas que lidam diretamente com tecnologia que têm a ganhar ao desenvolver ações de comunidade: a Starbucks, por exemplo, criou a tampa de seus copos de café a partir de uma sugestão de um cliente. E recentemente a Renault criou sua própria versão do StackOverflow, onde os colaboradores votam e se comprometem em trabalhar nas ideias propostas por seus pares para estimular a inovação na organização.
Porém, antes de desenvolver uma estratégia de comunidade, é preciso levar em consideração os seguintes pontos:
Quais objetivos de negócio se pretende atingir: inovar não significa exclusivamente oferecer novos produtos ou serviços ao seu cliente final. Pode significar também melhorar a experiência de seus colaboradores, fomentar a cultura da organização, trocar conhecimentos, pesquisas e referências com outros players do mercado (como a Apple e a Samsung fazem nos processos de desenvolvimento de seus chips) e por aí vai.
Estabeleça um canal em que as pessoas possam interagir: há quem crie um grupo no Teams, no Slack ou no Workplace. A quem invista numa plataforma de comunidade. Há quem prefira um alias de e-mail um canal de Telegram. A ferramenta é a menor das questões, o importante é que o canal escolhido seja aquele que é mais comum para quem vai utilizá-lo.
Fomente a prototipagem: seja a sua comunidade formada por clientes que com quem a sua marca quer ter um relacionamento mais próximo ou colaboradores, é importante investir em prototipar as ideias apresentadas em testar o retorno que elas podem dar antes de lançar a grande público. Isso auxilia no espírito colaborativo dos participantes da comunidade, mas também evita que caminhões de dinheiro sejam investidos em projetos sem retorno, bem como facilita que projetos embrionários ganhem corpo com menos investimento financeiro e mais investimento intelectual e colaborativo.
Desenvolva bonificações: se a sua comunidade é voltada para clientes, entenda o que pode ser uma bonificação – é um desconto em algum de seus produtos ou serviços? É um brinde? É a possibilidade de testar em primeira mão e ter produtos ou serviços exclusivos da comunidade, como o Nubank faz?
Investir nas relações com a comunidade da sua marca é o melhor caminho para crescer e inovar constantemente. Outro caminho imprescindível é investir em capacitação para seus colaboradores. Afinal, capacitação muda tudo.
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Gravação do podcast Flow, com o youtuber Monark (no canto esq. superior) e o deputado Kim Kataguiri (no canto dir. superior).| Foto: Reprodução/YouTube
A liberdade de expressão é absoluta ou tem limites? Uma democracia que preze pela liberdade de expressão é obrigada a permitir discursos que neguem a própria democracia? Questões como essas voltaram à tona depois que, durante o programa de segunda-feira, dia 7, do podcast Flow, o apresentador Bruno Monteiro Aiub (conhecido como “Monark”) e o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) trataram da criação de um partido nazista no Brasil e defenderam que nazistas tivessem a liberdade de expor suas ideias. Inúmeros convidados de programas anteriores pediram que suas participações fossem retiradas dos arquivos do podcast, patrocinadores cancelaram contratos, Monark acabou demitido do Flow, a Procuradoria-Geral da República iniciou investigação para apurar um possível crime de apologia ao nazismo e Kataguiri é alvo de pedidos de cassação na Câmara.
Algumas das respostas ao que foi dito no podcast demonstram à perfeição o clima de histeria coletiva que está tomando conta do debate público nacional, movido a reações destemperadas e campanhas de cancelamento. Afinal, não houve, durante o podcast, uma defesa do nazismo em si. Não estava em jogo, ali, uma suposta bondade ou maldade do ideário de Hitler – afinal, o caráter evidentemente nefasto do nazismo já era pressuposto na conversa; a discussão não era essa, mas sobre os melhores meios para se combater ideias como as nazistas. Foi neste sentido que Kataguiri, deixando claro seu repúdio pelo nazismo, afirmou que, para ele, a sua criminalização na Alemanha havia sido um erro, porque os nazistas deveriam ser combatidos não pela lei, mas pelo debate aberto: “a melhor maneira de você reprimir uma ideia é (…) dando luz àquela ideia, para ela ser rechaçada socialmente e então socialmente rejeitada”, afirmou.
Acreditar que uma ideia errônea – por mais nefasta que seja, como o é o nazismo – deva ser combatida não pela proibição legal, mas pelo debate racional é algo perfeitamente legítimo. Faz parte do debate teórico sobre a liberdade de expressão
Ora, acreditar que uma ideia errônea – por mais nefasta que seja, como o é o nazismo – deva ser combatida não pela proibição legal, mas pelo debate racional é algo perfeitamente legítimo. Faz parte do debate teórico sobre a liberdade de expressão e, como veremos mais adiante, cabeças brilhantes já se dispuseram a examinar a questão, oferecendo várias respostas. Que alguém encontre aí qualquer sinal de apologia ao nazismo demonstra, no mínimo, uma incapacidade extrema de compreensão do que está sendo proposto, quando não a má-fé de uma distorção intencional com finalidades as mais diversas, da sinalização da própria virtude à busca da eliminação de um adversário político-ideológico.
Ainda mais grave é que o aparato persecutório do Estado seja acionado com base em um equívoco tão básico, por meio da PGR. A legislação brasileira, é certo, criminaliza a defesa do nazismo, mas, por outro lado, a melhor doutrina sobre a liberdade de expressão continua entendendo que “não constituem abusos no exercício da liberdade de manifestação do pensamento e de informação (…) a crítica às leis e a demonstração de sua inconveniência ou inoportunidade”, por mais que esta formulação específica tenha sido derrubada em 2009, quando o Supremo revogou toda a Lei de Imprensa. Assim, simplesmente afirmar que o ordenamento jurídico brasileiro estaria errado ao criminalizar o nazismo (Kataguiri se referiu à Alemanha, mas a inferência é óbvia) não equivale, nem de longe, a defender o nazismo. Um paralelo óbvio, e que já foi feito até mesmo por esta Gazeta, pode ser estabelecido com a Marcha da Maconha: afirmar que a atual lei de drogas brasileira é equivocada e pedir a liberação da maconha é perfeitamente legal; o crime estaria em incentivar, por exemplo, o comércio e uso de drogas com a lei atual em vigor.
Madeleine Lacsko: Militância Tabajara x Monark: esculhambaram até a luta contra o neonazismo Flavio Gordon: Nazismo e comunismo: aquilo de que as vãs polêmicas cotidianas não permitem falar Que fique claro, portanto, que o debate ali proposto trata dos limites da liberdade de expressão e dos meios de combater determinadas ideias – uma discussão não apenas legítima, mas necessária –, e não da apologia de um sistema genocida.
Mas, uma vez estabelecida esta premissa, também nós nos dispomos a participar do debate. Estariam Kataguiri e Monark corretos? Criminalizar um discurso de ódio ou antidemocrático é realmente contraproducente? Seria melhor deixá-lo correr livremente para que fosse desmoralizado por meio do debate racional?
Expoentes da filosofia política já se debruçaram sobre esta questão, como Michael Walzer e John Rawls – este último, por exemplo, em Uma teoria da justiça, pende para a permissão a discursos intolerantes para que a sociedade não se torne ela própria intolerante, embora também defenda que a sociedade possa restringir tais discursos em nome da autopreservação, caso haja ameaça real à segurança e às “instituições que preservam a liberdade”. É a posição de Karl Popper, que décadas antes de Rawls havia proposto o “paradoxo da tolerância”, escrevendo que “a tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada mesmo aos intolerantes, e se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante do assalto da intolerância, então os tolerantes serão destruídos e a tolerância com eles”. Popper, no entanto, prefere que o discurso intolerante seja destruído pela força do argumento racional, não pela força repressiva do Estado, embora admita essa possibilidade especialmente nos casos em que os intolerantes não estejam dispostos ao debate, impeçam seus seguidores de ouvir argumentos contrários ou queiram se impor pela força. Seu raciocínio parece ser a base das palavras de Kataguiri sobre “dar luz a uma ideia para que ela seja rechaçada socialmente”.
No entanto, por mais que a liberdade deva ser a regra em toda sociedade, acreditamos que a absolutização da liberdade de expressão é um equívoco – ainda que muitas vezes motivado por preocupações justificáveis com um possível avanço do Estado sobre o cidadão por meio da censura. Há motivos muito razoáveis para que vários discursos moralmente reprováveis não possam ser tolerados também do ponto de vista legal. O caso mais evidente é o de ideias que neguem a dignidade intrínseca de outros seres humanos, desumanizando-os e, assim, justificando que todo tipo de abuso e barbaridade seja cometido contra certos grupos. É o caso, por exemplo, de todo e qualquer tipo de racismo – e o nazismo, recordemos, é um tipo particularmente abjeto de racismo, pois não apenas nega a dignidade humana de praticamente todos os que não se encaixam em um perfil étnico-racial bem específico, como ainda prevê seu extermínio. Discursos como estes podem e devem ser coibidos, assim como várias outras manifestações de preconceito e desumanização.
Mas, se é evidente que um discurso de ódio desumanizador como o nazista pode e deve ser coibido legalmente, o que dizer de outro tipo de discurso, o antidemocrático? O nazismo, afinal, não era apenas uma ideologia racista, mas também autocrática. Democracias deveriam aceitar que ideias antidemocráticas possam circular, amparadas pela liberdade de expressão?
Equivoca-se gravemente (mas não comete crime) quem pretenda que a lei confira cidadania a discursos como o nazismo sob o manto da tolerância ou da liberdade de expressão
Aqui, há uma diferença que precisa ser levada em conta. O discurso antidemocrático não é, em si, necessariamente desumanizador; ao contrário do discurso de ódio, ele pode, sim, ser tolerado nos moldes propostos por Popper e Rawls. Uma sociedade democrática pode aceitar que, em seu seio, ocorra a discussão que compare regimes autoritários (ou, por exemplo, uma monarquia absolutista) e democráticos (reais ou hipotéticos), exaltando virtudes e defeitos de um e de outro; ou mesmo a defesa de mudanças constitucionais (ou seja, sem rupturas institucionais) que instituam uma modalidade de governo mais autocrática. E, aqui, a recomendação de Popper se aplica muito bem: tolera-se o discurso antidemocrático, mas ele deve ser devidamente combatido na arena das ideias por aqueles que, como esta Gazeta, estão convictos da superioridade da democracia sobre qualquer forma de autoritarismo ou “governo forte”.
Há, no entanto, uma exceção importante a esta regra da tolerância ao discurso antidemocrático. A defesa pura e simples de golpes de Estado pode e deve ser coibida – e acerta a legislação brasileira quando criminaliza tanto o golpe em si quanto a sua apologia, algo que já estava presente na Lei de Segurança Nacional e foi incorporado à recente lei dos crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Existem, portanto, níveis distintos de tolerância. Enquanto o discurso antidemocrático pode ser tolerado em uma sociedade democrática, desde que não degenere na apologia do golpe de Estado, discursos que desumanizam os demais podem e devem ser coibidos. Os participantes do podcast Flow não fizeram apologia ao nazismo – pelo contrário, o condenaram; o que eles fizeram foi defender que a lei confira cidadania a discursos como o nazismo sob o manto da tolerância ou da liberdade de expressão; repudiaram tais ideologias, limitando-se a defender o direito de outros a professá-las. Esta argumentação não é (nem pode ser) crime, mas é um equívoco teórico grave, pelos motivos que acabamos de expor. É extremamente saudável que as ideias nazistas sejam também combatidas no campo da argumentação racional, como pretende Popper, mas para isso nem chega a ser necessário que elas tenham livre curso em uma sociedade. A desumanização do ser humano promovida pelo nazismo e outras ideologias, ainda que não tivesse tido nenhuma consequência prática ao longo da história, já seria justificativa suficiente para que a liberdade de expressão, aqui, não possa prevalecer sobre outros direitos fundamentais do ser humano, como o reconhecimento de sua dignidade.
Complexo Viário do Taiaman, em Minas Gerais: setor de transporte precisa de mais de R$ 400 bilhões até 2035, segundo o Plano Nacional de Logística.| Foto: Ricardo Botelho/MInfra
Para atender às necessidades em infraestrutura de transportes, o Brasil precisa investir pelo menos R$ 408 bilhões até 2035, segundo estudo elaborado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e pelo Ministério da Infraestrutura. Chamado de Plano Nacional de Logística (PNL) 2035, o documento reúne dados, questões e modelos para basear a tomada de decisões estratégicas por governo federal, estados, Distrito Federal, municípios, agências reguladoras e empresas públicas e privadas para a próxima década e meia, segundo o texto de apresentação.
Em elaboração desde 2019, o PNL foi aprovado em outubro de 2021 por resolução editada pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. O documento avalia o quanto a rede de transportes nacional está próxima dos objetivos da Política Nacional de Transportes (PNT) e identifica as necessidades a serem trabalhadas ao longo dos próximos anos.
Tomando como base o ano de 2017, são projetados nove cenários para 2035 com integração de todos os modais, incluindo transporte de bens (doméstico, de exportação e de importação) e de pessoas (público e particular), permitindo avaliar diferentes tipos de impacto no território nacional.
Cada modelo é avaliado em dez indicadores: racionalidade da matriz de transportes, sustentabilidade ambiental, acessibilidade, eficiência, confiabilidade, segurança, integração internacional, atendimento às demandas de defesa e segurança nacional, sustentabilidade econômica e impacto no desenvolvimento econômico nacional e regional.
O primeiro cenário é um referencial que leva em conta apenas a manutenção e finalização dos empreendimentos de infraestrutura em execução e com orçamento previsto até 2023 e as parcerias qualificadas no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) até maio de 2021. O segundo cenário inclui a carteira de curto prazo consolidada do Ministério da Infraestrutura. O terceiro parte do modelo anterior, porém com parâmetros econômicos reconfigurados, considerando não mais um contexto referencial, mas transformador.
Outros cenários são resultantes de combinações de variáveis como alterações regulatórias e inovações tecnológicas. O quarto, por exemplo, considera o impacto da chamada BR do Mar, um programa de estímulo ao transporte por cabotagem que foi aprovado pelo Senado e agora depende de nova votação na Câmara dos Deputados para então ir à sanção presidencial. O sétimo inclui as autorizações para trechos ferroviários viabilizados a partir do novo marco legal do setor.
No nono cenário são tomadas como base as análises dos anteriores e identificados empreendimentos e ações que configurariam uma situação com desembolso módico e impactos estratégicos mais significativos.
O estudo considera ainda um cenário contrafactual, de inação, ou seja, com a manutenção da rede de oferta de transportes do ano de 2020 com demandas para 2035, para que os indicadores sejam utilizados como base de comparação aos demais. Nessa hipótese, nenhum novo investimento seria feito em infraestrutura logística.
O trabalho conclui que os investimentos necessários em infraestrutura para o cenário 1, referencial, seria de R$ 375,56 bilhões, considerando recursos públicos e privados.
No cenário 8, que combina todas as variáveis dos demais (demanda transformadora, BR do Mar, autorizações ferroviárias e inovações tecnológicas), o investimento necessário seria de R$ 789,06 bilhões. Nesse cenário de maior oferta de infraestrutura, o desembolso total, considerando investimentos e manutenção, chegaria a R$ 1,172 trilhões até 2035.
O cenário 9, uma espécie de síntese estratégica dos demais, o investimento seria de R$ 408,8 bilhões, dos quais R$ 18,9 bilhões iriam para aeroportos, R$ 168,5 bilhões para ferrovias, R$ 3,6 bilhões para hidrovias, R$ 59,5 bilhões para portos e R$ 158,1 bilhões para rodovias. O desembolso total alcançaria R$ 772,43 bilhões.
Além das intervenções previstas em todos os contratos de concessões e parcerias vigentes e obras públicas em andamento e previstas, o cenário 9 considera 164 aeroportos com voos regulares, conforme previsões do Plano Aeroviário Nacional, e novas ferrovias, como a Ferrogrão, a Fiol, a Fico, novos ramos da Ferrovia Norte-Sul e extensões das malhas ferroviárias atualmente em operação.
Também leva em conta arrendamentos, desestatizações, terminais de uso privado e ampliações de capacidade dos portos, investimentos nas vias navegáveis; além de duplicações, pavimentação e intervenções na infraestrutura rodoviária federal e dos estados.
“Os resultados de cada um dos cenários simulados auxiliam na tomada de decisão em nível estratégico, ressaltando que não existe cenário perfeito ou preferencial, pois nem sempre as ações estão sob total controle do poder público”, diz trecho do documento.
Planos setoriais As análises permitiram identificar ainda necessidades para novas soluções nos planos setoriais de cada modal. Em relação ao Plano Nacional de Aviação, por exemplo, observou-se a necessidade de estudos de acessibilidade da rede para o transporte interurbano de pessoas, “uma vez que as infraestruturas aeroportuárias tendem a ter um impacto transformador, especialmente em regiões mais isoladas e com dificuldade de acesso rodoviário”.
Para o Plano Setorial Hidroviário, foi apontada a necessidade de estudos para regiões que possuem a possibilidade de transporte em vias navegáveis e apresentaram elevados custos de transportes de cargas ou emissões de gases de efeito estufa. Para o Plano Setorial Portuário, foram indicados estudos para regiões que abarcam pelo menos um porto-cidade e apresentaram elevados custos de transportes de cargas ou emissões de gases de efeito estufa.
Para o Plano Setorial de Transportes Terrestres Rodoviário, foram indicados estudos para melhoria da acessibilidade, da eficiência logística e da segurança em regiões críticas. Por fim, para o Plano Setorial de Transportes Terrestres Ferroviário, foram indicados estudos para melhoria da eficiência logística e a redução de emissões de gases de efeito estufa em regiões que apresentaram índices elevados.
Embora o PNL não especifique a forma de implantação das ações simuladas, são citadas três tendências que devem ser avaliadas nas iniciativas dos planos setoriais. A primeira é a flexibilidade regulatória, que proporcionará “o desenvolvimento do ritmo requerido para antecipar os impactos positivos dos investimentos em infraestrutura de transportes”.
A segunda é a necessidade de participação privada nos investimentos. O cenário 1, por exemplo, considera 80% do total de aportes necessários oriundos da iniciativa privada.
Por último, os autores consideram que a estratégia de investimentos alimente uma política pública de equidade territorial, “corroborando com o desenvolvimento territorial e social da nação”.
A elaboração do PNL envolveu uma série de eventos realizados ao longo de 2020 com a participação de representantes de instituições públicas federais e estaduais, da indústria, de operadores logísticos e de usuários de transporte. Entre março e maio de 2021, foi aberta uma consulta pública para receber contribuições de interlocutores dos diversos setores e entidades relacionadas ao tema.
O PNL deve ser revisado continuamente por meio do monitoramento dos empreendimentos, dos objetivos, das projeções econômicas, da legislação setorial e das inovações tecnológicas.
Conforme a Portaria 123/2020 do Ministério da Infraestrutura, o Planejamento Integrado de Transportes (PIT) tem horizonte de 30 anos e deve atualizado a cada quatro anos. O PNL deve ser publicado até o fim do primeiro ano de execução do plano plurianual, sendo o referencial para a identificação de necessidades e oportunidades presentes e futuras de oferta de capacidade dos subsistemas de transporte.
Excepcionalmente, a primeira versão do documento sob a vigência da norma tem o horizonte de 2035 em razão de “seu caráter de transitoriedade”, segundo o Ministério da Infraestrutura. A próxima versão do PNL deve ser publicada até o fim de 2024.
Estratégia política Por Olavo Soares – Gazeta do Povo Brasília
Militantes do PT durante ato em 2018: comitês populares de luta visam mobilizar a base do partido| Foto: Agência PT
O PT planeja colocar em atividade, a partir desta sexta-feira (11), os “comitês populares de luta”, uma nova estratégia para ampliar o apoio popular. O partido planeja lançar 5 mil unidades do comitê por todo o território nacional. A presidente da sigla, deputada Gleisi Hoffmann (PR), definiu o projeto como “a grande novidade” que o partido apresentou aos seus filiados nas comemorações do aniversário de 42 anos, celebrado nesta quinta-feira (10).
Segundo Gleisi, os comitês relembrarão “as origens do PT”, com a mobilização política feita “no chão da base”. A parlamentar disse também que a expectativa do partido é fazer com que os locais funcionem não somente no período eleitoral.
O partido ainda não especificou com precisão como funcionarão os comitês. Uma cartilha elaborada pela direção nacional da sigla, que norteará as atividades dos órgãos, começará a ser distribuída também nesta sexta. No discurso de comemoração dos 42 anos da sigla, a deputada Gleisi disse que “só a experiência mostrará” como as organizações efetivamente se comportarão.
Um texto no site do PT expõe que os comitês podem estar “organizados em torno de um espaço físico ou em um simples aparelho de celular”. A menção ao telefone é referência à internet e ao universo das redes sociais, um campo em que o partido admite ter perdido espaço para a direita.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também em pronunciamento durante a comemoração do aniversário do partido, afirmou que a internet representa “uma invenção da ciência que compromete a própria ciência”. Ele se referia ao que chamou de disseminação de notícias falsas sobre a pandemia de coronavírus.
O combate ao que consideram “fake news” também estará entre as metas do comitê. “A pessoa que conhece o vizinho, a vizinha, vai estar desfazendo as mentiras à medida em que elas forem lançadas”, afirmou a deputada Maria do Rosário (PT-RS), durante evento promovido pelo PT no dia 2, quando a ideia foi apresentada publicamente pela primeira vez.
Comitês são resposta a uma “angústia interna”, diz dirigente do partido
A secretária de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do PT, Lucinha Barbosa, que é uma das líderes do projeto, afirmou que os comitês são fruto de “um bom calor de discussão interna” que vigora dentro do partido. “Há um convencimento [entre os petistas] de que é necessário implantar”, destacou.
Segundo Barbosa, os comitês atendem a uma “angústia interna” do PT, que é a de organização interior e de diálogo com a população geral. “Precisamos organizar a base”, acrescentou.
A secretária do partido ressaltou que os comitês serão municiados com informações fornecidas pela direção nacional do partido – e esta, segundo ela, será a principal dificuldade para o funcionamento cotidiano do PT. “Construir o comitê é tranquilo, o problema é manter”, declarou.
Ao longo desta quinta, o PT manteve uma programação ao vivo na internet que culminou com uma cerimônia composta pela cúpula do partido. Falaram no ato Lula e Gleisi, além do ex-ministro Fernando Haddad, apresentado como pré-candidato ao governo de São Paulo.
A pré-candidatura de Haddad tem sido motivo de disputas entre o PT e dois partidos que devem se aliar ao partido no plano nacional, Psol e PSB. As duas legendas também têm nomes para o governo paulista – o militante sem-teto Guilherme Boulos e o ex-governador Márcio França, respectivamente.
Os presidentes dos dois partidos, Carlos Siqueira (PSB) e Juliano Medeiros (Psol), aliás, tiveram mensagens de parabéns ao PT veiculadas durante a cerimônia. Além deles, outros dois comandantes de agremiações apareceram entre quem congratulou o partido: Luciana Santos (PCdoB) e Gilberto Kassab (PSD).
Em sua fala, Lula repetiu o rito habitual de relembrar feitos de seus mandatos na presidência da República (entre 2003 e 2010) e de afirmar que foi vítima de perseguição, que culminou em seu período na cadeia. O petista também destinou parte de seu pronunciamento a elogiar a ex-presidente Dilma Rousseff. A sucessora de Lula esteve em destaque nas últimas semanas após lideranças do PT, como o presidente do partido no Rio de Janeiro, Washington Quaqua, dizerem que ela não terá “relevância eleitoral” na disputa de 2022.
Mas o foco principal de Lula no discurso foi celebrar o “amor”. O ex-presidente disse que não está ressentido por conta do tempo que passou na prisão e que, se eleito para um novo mandato na Presidência, não atuará com rancor contra os que considera perseguidores. O mote do “amor” também esteve em um jingle tocado por mais de uma vez durante a cerimônia.
Nem Lula nem nenhuma outra liderança do partido que discursou no ato da noite desta quinta mencionou o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, que tem sido cotado para ser o candidato a vice na chapa do petista. Alckmin ainda não definiu seu futuro partidário, mas segundo o ex-governador França está “99,9%” escolhido como vice de Lula.
Observação:
Esses Comitês na verdade são para incentivar invasões e todo tipo de maldade que são capazes de realizar.
Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e Lula ao fundo: partido fala em reconquistar mentes e corações de massa de excluídos| Foto: Ricardo Stuckert/PT
O Supremo Tribunal Federal nos fez mais uma surpresa. Mandou arquivar, por falta de provas, o inquérito que investigou os senadores Jader Barbalho (MDB-PA) e Renan Calheiros (MDB-AL) pelo recebimento de propina da empreiteira que fez a malfadada usina hidrelétrica de Belo Monte. Digo malfadada porque não permitiram que a usina tivesse reserva d’água. Então, quando tem pouca chuva, das 18 turbinas pagas, funcionam uma ou duas, gerando pouca energia elétrica.
Eles foram acusados na delação premiada do ex-líder do governo no Senado Delcídio do Amaral (PT-MS), que foi também ministro de Minas e Energia, diretor da Petrobras e presidente da CPI dos Correios. A delação foi homologada pelo então ministro do STF Teori Zavascki e o inquérito foi então aberto.
Pois a maioria do Supremo mandou arquivar o processo. Seguiram o relator Edson Fachin os ministros de sempre: Rosa Weber, Gilmar Mendes, Carmen Lúcia, Lewandowski, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e etc.
42 anos de PT O PT comemorou 42 anos de existência nesta quinta-feira (10). Foi fundado em 1980, em 10 de fevereiro. E o que o partido tem para apresentar é quase uma folha corrida.
Dos dois presidentes da República que o PT teve, Lula foi condenado duas vezes na Justiça e pegou pena de cerca de 22 anos, mas teve a ficha limpa pelo Supremo. A outra, Dilma Rousseff, foi condenada pelo Senado por crime de responsabilidade e perdeu o mandato.
Alguns dos maiores nomes do partido foram presos. A começar pelo ex-ministro José Dirceu, que teve que renunciar à Casa Civil de Lula, depois das denúncias do ex-deputado Roberto Jefferson no episódio do mensalão/Correios. O mandato de Dirceu foi cassado na Câmara dos Deputados e ele acabou preso e condenado.
Os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci foram presos também. Os tesoureiros do partido, João Vaccari Neto, Delúbio Soares e Paulo Ferreira, mais uma vez presos. Segundo levantamento do Poder 360, 18 grandes nomes do PT foram condenados, presos, indiciados e investigados… São ministros, tesoureiros, presidente, governador, líder do partido, etc.
Agora, o PT disse que vai criar 5 mil comitês populares de luta. É muito parecido com o que a gente via depois da Revolução Comunista na Rússia, quando criaram aqueles comitês chamados de sovietes. Inclusive, o ex-ministro Gilberto Carvalho, um dos pensadores do partido, disse que não serão comitês meramente eleitorais. O objetivo é reconquistar a massa excluída que não sabe que foi excluída e que é controlada pelos evangélicos, milícias e tráfico. “Vamos disputar esse povo”, disse ele. Ou seja, querem o controle do povo.
Adeus a Luc Montagnier Morreu nesta quinta, em Paris, o professor Luc Montagnier, prêmio Nobel de Medicina em 2008, que descobriu o vírus da aids. Ele trabalhou no Instituto Pasteur.
Ultimamente, Montagnier vinha criticando o erro das autoridades em abordar a pandemia do coronavírus, apoiou o tratamento imediato, defendeu a tese de que o vírus é de laboratório, criticou a vacinação em plena pandemia porque, segundo ele, gera variantes e defendeu uma ciência livre, sem vinculações políticas e submissão a empresas. O movimento Médicos pela Vida prestou uma homenagem ao professor.
Artistas bem pagos Eu estava vendo a lista dos artistas que mais recebem rendimentos nos Estados Unidos e fiquei espantado. Em primeiro lugar, o diretor do Senhor dos Anéis. Segundo lugar, o cantor e guitarrista de 72 anos Bruce Springsteen. Segundo a Forbes, ele ganha US$ 435 milhões por ano, ou seja, R$ 200 milhões por mês. Cantando, tocando guitarra e encantando plateias.
New York (United States), 10/02/2022.- A person walks past a sign showing the prices of a gallon of gasoline in New York, New York, USA, 10 February 2022. Government statistics released show that prices for goods have gone up at the fastest pace in 40 years, a rate of inflation that is faster than many economist have reportedly predicted. (Estados Unidos, Nueva York) EFE/EPA/JUSTIN LANE
Preço da gasolina em Nova York: as estatísticas do governo dos EUA mostram que os preços de mercadorias subiram no ritmo mais rápido em 40 anos.| Foto: Justine Lane/EFE
Acabam de sair os números mais recentes, e eles não deixam dúvida. A inflação nos Estados Unidos, nos últimos doze meses, chegou aos 7,5%. Na última medição, no início de janeiro, o índice estava em 7%; subiu mais, e não se trata de um fenômeno “fora da curva”, pois ficou claro que a “curva” é essa mesma. Ou seja: há, sim, inflação alta na economia americana, e ela tende a ficar por aí. Muito bem. Houve pânico? Não houve. É o fim do mundo? Não é. É unicamente o resultado inevitável de dois anos com a economia fechada pelas políticas de lockdown e suas similares que foram adotadas para lidar com a Covid-19. Não poderia dar outra coisa. Não deu.
É certo que há 40 anos, desde 1982, não havia inflação pior nos Estados Unidos. É certo, também, que foi necessário esperar um presidente como esse que está lá, com o seu passeio ao acaso pelos “investimentos sociais” e as suas tentativas de fazer a revolução através de atos administrativos, para se despencar tão fundo. Mas a palavra-chave continua sendo a Covid. Reduziram a produção a quase nada, socaram dinheiro de “ajuda emergencial” em cima de pessoas e empresas, e a consequência é essa aí. Dinheiro doado, em vez de produzido, gera inflação sempre – lá, aqui e no resto do mundo.
Não faz nexo, portanto – mas raramente faz nexo, quando se trata da opinião de economistas brasileiros –, o escândalo levantado no momento em torno da inflação brasileira de 10% ao ano. Queriam o quê? Quanto menos do que esses 10% para ficarem mais calmos? Qual o número que sugerem a respeito? Metade disso? Nada?
Se a inflação americana está em 7,5%, o Brasil tem mais é de dar graças a Deus por estar onde está; não pode ter menos, simplesmente. Problema tem a Argentina, que está com mais de 50% no lombo, ou a Venezuela, com cerca de 700%. Mas a respeito desses não se dá um pio; os companheiros-comandantes Fernandez e Maduro são o modelo econômico, político e ético da esquerda nacional e, de mais, a mais, a culpa pelas suas desgraças é do “bloqueio econômico” americano.
A esquerda ouve essas coisas e fica em estado de agitação extrema; nada irrita tanto essa gente toda, economista ou não, do que um número como os 7,5% da inflação nos Estados Unidos. É uma realidade. Não dá para dizer que ela não existe, ou que a inflação americana é de 1%. Mas em vez de encarar e seguir em frente, atrás de outro assunto, fazem questão de continuar dizendo que o Brasil morreu. Não adianta nada. Não muda a inflação americana. Não muda a inflação brasileira. Fica apenas tudo igual.