quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

LOBBY CONTRA OS CASSINOS NO BRASIL - JOGOS DE AZAR TEMOS MUITOS

 

Projeto de lei
Católicos se unem a evangélicos contra a volta dos jogos de azar

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

CNBB diz que projeto que legaliza jogos de azar vai destruir a família e o patrimônio dela| Foto: CNBB/Flickr

Vocês viram a nota da CNBB, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil? Uma nota muito severa em relação ao projeto de lei que legaliza os jogos de azar no Brasil. A CNBB se junta assim aos evangélicos, que já estavam fazendo pressão contra.

No final do ano passado, a Câmara dos Deputados votou e aprovou com a maior pressa o regime de urgência para levar esse projeto, que admite cassinos no Brasil e etc, ao plenário. Mas uma parte dos evangélicos foi contra. Agora, a CNBB diz que esse projeto vai destruir a família e promete mostrar as digitais de cada deputado que votar a favor da legalização dos jogos de azar.

Como se sabe, jogo de azar é todo aquele cujo resultado dependa da sorte. É o que está escrito na lei brasileira, embora tenhamos muitos jogos que dependem da sorte e que estão sendo praticados legalmente, como a Mega Sena.

Mas evangélicos e católicos temem a destruição de famílias e de patrimônio, a dependência do jogo e o risco de se encobrir crimes de lavagem de dinheiro, de tráfico e essas coisas com a legalização dos cassinos.

Bolsonaro em São Paulo
O presidente Jair Bolsonaro sobrevoou de helicóptero as regiões afetadas pelas chuvas em São Paulo, nesta terça-feira (1º). Depois caminhou pelas ruas do município de Franco da Rocha, constatou de novo o “data povo” e teve reunião com os prefeitos e a Defesa Civil da região, levando ministros para atender aos pedidos dos prefeitos que lá estavam, apresentando as suas reivindicações.

A quem Fux se dirigiu

O Supremo Tribunal Federal reabriu nesta terça. O ministro Luiz Fux fez um discurso de paizão de todos nós, querendo ser tutor dos eleitores. Disse, em outras palavras: “meninos, comportem-se! Nada de nós contra eles”. Parecem pensar que não temos cabeça, que não temos cérebro, pois fazem certas coisas que imaginam que a gente não está observando.

Ele disse também que não há espaço para ações contra o regime democrático. Não sei com quem ele estava falando, se era para alguém lá do Supremo mesmo. Eu não acho que haja entre nós alguém que esteja conspirando para derrubar o governo, fazer conspiração armada, alguma coisa assim. Ele também disse que tem que haver o império da lei, a defesa do texto constitucional (com certeza!) e a liberdade de imprensa (que está sendo tão censurada por gente do Supremo, né?).

Fux, no discurso de posse na presidência do STF, em setembro de 2020, já havia falado para os seus pares que esperava que não aceitassem mais o uso do Supremo por pequenos partidos, que deveriam resolver os problemas políticos nos plenários da Câmara e do Senado. Mas não adiantou nada. Então, talvez, ele esteja falando de novo. Mas não sei se vai adiantar alguma coisa.

O entusiasmo de Barroso

Já o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso, foi a Portugal acompanhar in loco a eleição e parece ter ficado empolgadíssimo com o resultado. Ele postou no Twitter: “vi um show de organização e democracia. O Partido Socialista obteve maioria absoluta e ninguém questionou o resultado. Um exemplo de respeito e civilidade para o mundo”.

Claro que ninguém questionou o resultado. A gente olha as imagens e vê o povo português votando no papel e depositando o voto impresso na urna. É votação manual, não é eletrônica. Exemplo de respeito e civilidade para o mundo? Como o Brasil está no mundo, então parece ser também exemplo para o Brasil.

Mas não sei se é não, porque a eleição em Portugal teve 44% de abstenção e mais votos brancos e nulos Portanto, os votos válidos foram apenas 56%. Elegeram ou reelegeram o chefe de governo, primeiro ministro, que teve 42% dos votos válidos, ou 23,5% do eleitorado. O voto não é obrigatório por lá e só pode votar quem tem 18 anos para cima.

Eu acho que Barroso ficou entusiasmado mesmo porque disse que o “Partido Socialista obteve a maioria absoluta”. Empolgado, ele já postou a mensagem esquecendo-se que estava festejando uma eleição em que não houve questionamento de resultado, porque era voto de papel e na urna, e que foi um exemplo de respeito e civilidade com 42% de abstenção.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/catolicos-se-unem-a-evangelicos-contra-volta-dos-jogos-de-azar/
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DIPLOMA UNIVERSITÁRIO VIRA PESADELO

  1. Educação 

Há 1,2 milhão de estudantes que entraram no programa até o 2.º semestre de 2017 e estão com dívida atrasada há mais de 90 dias.

Leon Ferrari, O Estado de S.Paulo

O sonho do diploma universitário para parte das famílias brasileiras virou pesadelo. Dívidas de quase R$ 100 mil, cartão bloqueado, parentes com nome sujo e problemas psicológicos fazem parte da rotina dos jovens que se formaram na faculdade com ajuda do Fies, do governo federal, mas hoje sofrem para pagar débitos e juros. Pelos cálculos do governo, há cerca de 1,2 milhão de brasileiros que entraram no programa até o 2.º semestre de 2017 e estão com dívida atrasada há mais de 90 dias – grande parte prejudicada pelo desemprego e pela pandemia.

O programa de financiamento estudantil teve ápice em 2014. Foi apresentado como opção para ampliar o acesso de jovens de baixa renda ao ensino superior, mas, enquanto o orçamento do Fies inchava, o ritmo de aumento de matrículas perdeu força. Com as restrições orçamentárias do governo, o Fies diminui de tamanho desde 2015. Por outro lado, cresce a inadimplência, fatura pendente da época da explosão de contratos. 

O governo federal, no fim de dezembro, editou medida provisória (MP) com a promessa de renegociação de dívida, mas a nova regra ainda não é aplicada na prática. Na terça-feira, 1.º, em discurso em rede nacional, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, incluiu o perdão a dívidas do Fies como uma realização do governo federal e uma das “grandes homenagens que o governo do presidente Bolsonaro” presta a estudantes e à educação. A renegociação é prometida para quem firmou contrato até o 2.º semestre de 2017 e tem inadimplência superior a 90 dias. O total de 1,2 milhão corresponde a cerca de metade dos contratos na fase de quitação.

Renata
O saldo devedor de Renata Costa supera R$ 91 mil. ‘Me sinto inútil, tendo estudado tanto Foto: ALEXANDRE GOMES / ESTADÃO

Renata Costa, de 26 anos, sente um misto de gratidão e arrependimento. Ela trocou Pinheiro, no interior do Maranhão, por São Luís para realizar o desejo de estudar Psicologia em 2014. Até conseguiu emprego logo após se formar, quatro anos depois, mas nunca com carteira assinada.

Renata divide a casa com uma amiga e recebe ajuda da mãe. Em 2020, estava sem trabalho e precisou recorrer ao auxílio emergencial. Em março, o contrato entrou na fase de amortização (quitação da dívida). Pelas regras do programa, o estudante recebe financiamento do governo para pagar parte ou toda a mensalidade do curso e depois, devolve esse dinheiro ao governo, com juros abaixo do mercado. “Não paguei nenhuma parcela”, confessa. O saldo devedor, segundo ela, supera R$ 91 mil. “Me sinto inútil, tendo estudado tanto, concluído graduação, especialização, já vou entrar no mestrado e trabalhar sem receber nem salário mínimo. Tenho tido crises de ansiedade.”

Nayara Batista, de 24 anos, fez Cinema e Audiovisual em Belo Horizonte. Quando começou o curso, em 2015, o pai era fiador. Após a morte dele, dois anos depois, o irmão e a cunhada assumiram essa função. Quando a dívida começou a ser cobrada, ela deu conta. “Às vezes abdicando de muita coisa, atrasando aluguel, para não sujar o nome dos meus fiadores”, diz. Mas no meio de 2021 Nayara perdeu o emprego – em que gerenciava mídias sociais – e se juntou a outros 4,1 milhões no Brasil – um em cada quatro na faixa entre 18 e 24 anos não tem trabalho. Pouco depois, já não conseguiu mais pagar parcelas: irmão e cunhada ficaram com o nome sujo.

Para não ficar negativado, o irmão de Nayara saldou as parcelas atrasadas, mas para pagar a próxima fatura a mineira ainda não sabe como fazer e cogita pedir empréstimo a outra irmã. “Isso na esperança de conseguir emprego”, continua. “É um setor (audiovisual) que está parado”, lamenta.

Conforme a medida provisória, contratos com parcelas atrasadas entre 90 e 360 dias, podem ter 12% de desconto sobre a dívida ao pagarem à vista. É possível ainda parcelar em até 150 meses, com isenção de juros e multas. Para aqueles com mais de 360 dias de atraso que estão no Cadastro Único (CadÚnico) ou receberam auxílio emergencial, a anistia vai até 92%.Para os demais com atraso superior a 360 dias, a taxa é de 86,5%.

A advogada Luiza Galvão relata alta na procura de clientes, interessados sobre os novos critérios – mas também ouviu críticas. “Pessoas que fizeram a adesão após o 2.º semestre de 2017 e também as que estão com pagamento em dia que se sentiram lesadas”, diz ela, do escritório L. Galvão Advogados. Para grande parte dos devedores, porém, falta também dinheiro para bancar honorários e acionar a Justiça.https://arte.estadao.com.br/uva/?id=2lDj02

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do Ministério da Educação responsável pelo programa, disse que a resolução do conselho gestor do Fies “está em fase final de análise pelas áreas técnicas e, em breve, deverá ser publicada”. O prazo de validade de uma medida provisória é de 120 dias, a contar da publicação. Assim que for regulamentada, acrescenta o FNDE, “haverá ampla divulgação dos prazos para a adesão” e “comparecimento dos estudantes inadimplentes ao agente financeiro”.

O jornalista Lucas Polinário, de 25 anos, é um dos ansiosos para saber as regras. Quando perdeu o emprego, em setembro, ele parou de pagar as parcelas do Fies para dar conta dos gastos básicos, como comida e energia elétrica. Ainda ficou pior: ele contraiu covid-19 e gastou com o tratamento.

Imerso em dívidas, ele já teve o cartão de crédito suspenso e o primeiro salário, quando conseguiu novo emprego, foi bloqueado para pagar dívidas. “Entrei em desespero. E agora, o que vou comer”, relembrou o jovem de Goiânia, sobre sua reação ao ver o saldo no banco. “A alternativa do pobre é fazer o Fies, porque a universidade pública não é acessível. A ideia do Fies é linda, mas o estudante já começa a vida profissional endividado”, comenta.

Segundo Wilson Mesquita, professor de Políticas Públicas da Universidade Federal do ABC (UFABC), problemas de inadimplência ligados ao financiamento universitário no Brasil são históricos, desde o crédito educativo, dos anos 1970. Muitos alunos, diz, também desconhecem as condições de pagamento e depois são surpreendidos por cobranças e juros.

Sobre o plano de renegociação, o governo afirma que não há impacto fiscal, uma vez que os débitos são considerados irrecuperáveis. O saldo devedor de quem tem mais de 12 meses de atraso é de cerca de R$ 31, 6 bilhões. Como as faculdades receberam do governo o pagamento enquanto os alunos estavam no curso, o risco do prejuízo ficou com o poder público, e não para as escolas.

Mesquita sugere opções aos estudantes. “Serviço comunitário para devolver o valor que consumiu.” A Lei 10.260/01, que regulamentou o Fies, abre a possibilidade de abater dívida para profissionais em serviços ligados ao governo, como professores, médicos da Saúde da Família ou das Forças Armadas, com atuação em áreas pobres. Outra lei, de 2020, estendeu o direito a médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde que atuem no SUS na pandemia.

Para Sólon Caldas, diretor executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), o Fies precisa atender mais às necessidades dos estudantes. “O aluno está inadimplente não porque quer, é uma situação conjuntural”, diz. “Desde 2015, deixou de ser um programa social e passou a ser programa puramente financeiro, para atender às necessidades fiscais do governo. Por isso as vagas não são todas preenchidas.”

Desde 2015, o MEC tem apertado critérios para o acesso ao Fies, como a criação de teto de renda dos candidatos e a restrição dos cursos elegíveis, o que motivou críticas de entidades do ensino superior privado. O total de contratos foi de 732,6 mil em 2014 para 45,8 mil no ano passado. Apesar da explosão de contratos na 1ª metade da década passada, isso não foi capaz de acelerar o ritmo de aumento de matrículas no ensino superior – muitos faculdades incentivaram a inclusão no Fies de alunos já matriculados. COLABOROU GABRIELA MACÊDO, ESPECIAL PARA O ESTADÃO

Entenda o avanço da crise ano a ano

2010

É o ano da “popularização” do Fies. A operacionalização dessa opção se tornou responsabilidade do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) – antes somente efetuada pela Caixa Econômica Federal. Houve redução dos juros de 9% para 3,4% ao ano, a criação e o alargamento do período de carência de 6 meses para 18 meses, bem como do período de amortização para três vezes o período financiado acrescido de 12 meses. O Fies passou também a operar em fluxo contínuo, permitindo novos pedidos de financiamento em qualquer período do ano.

2014

Foi o ápice do programa, quando mais de 732 mil contratos foram firmados.

2015 a 2017 

Com a crise econômica, critérios foram “endurecidos”. O governo passou a limitar o número de contratos ao ano. A nota do Enem passou a ser uma exigência para contratar o financiamento. A renda per capita máxima exigida passou de 20 para 2,5 salários mínimos por mês. O processo seletivo passou a ter prazos definidos. Fixou-se a taxa de juros em 6,5% ao ano. 

2018

Ano marcado pelo início do chamado “Novo Fies”. Extinguiu o prazo de carência. Assim, o estudante deve iniciar o pagamento no mês seguinte ao término do curso, desde que esteja empregado. O prazo máximo para pagamento é de 14 anos. A renda mínima subiu para 5 salários, mas com juros distintos que variam de zero até 6,5%.

2019

Já com expectativa de ter em 2020 o recorde de inadimplência no Fies, o Ministério da Educação (MEC) mudou regras do programa para poder cobrar na Justiça cerca de 584 mil estudantes com prestações atrasadas há mais de um ano. O rombo à época já atingia R$ 12 bilhões.

 

A CADA ANO ALGO PARACE SER RETIRADO

 

  1. Cultura 

Assim, vamos levando nossa vidinha decadente. A cada ano, parece que algo é retirado

Leandro Karnal, O Estado de S. Paulo

Você já ouviu aquela história do camponês que achava sua casa apertada? Consultado sobre a queixa do matuto, o padre da aldeia orientou-o a colocar uma vaca na sala e outros animais. Ele estranhou, e, como devoto simples, obedeceu. Depois, a autoridade religiosa mandou retirá-los, e o bom homem, vendo o ambiente livre dos seres, passou a achar sua casa ampla. A lição edificante é sobre relatividade da percepção do espaço, conformismo e, claro, estratégias de felicidade.

Vou além da vaca doméstica. Na juventude, eu voava com a Varig. Experimentei comida de verdade, talheres de metal, guardanapo de pano. Havia toalhas quentes e úmidas para as mãos. Fui ao México (classe econômica) e um cardápio com uma linda arara ilustrava o que degustaríamos nas alturas. Imaginava as raridades que o povo da executiva e da primeira tinha para si. 

Linda
Avião cruza o céu de São Paulo em noite de lua cheia. Foto: Werther Santana / Estadão

Depois, acompanhei o fim das refeições quentes. Despontou um sanduíche gelado com refrigerante na ponte aérea. Estava ruim? Surgiram as barrinhas de cereais. Os atentados do 11 de setembro trouxeram talheres de plástico que quebravam com o simples olhar. Depois, até o minguado lanchinho desapareceu. Com a pandemia, evaporou tudo. Parece que trouxeram o bode e o porco para fazerem companhia para a vaca nos aviões. 

Passamos a viajar de máscara. Li, um dia, que estudaram colocar os viajantes de pé nos trechos curtos, atados a cintos nas paredes. Parece uma estratégia para ameaçar: comportem-se e sejam felizes ou… mais animais serão colocados na sala. Aliás, a vaca somos nós. 

Sentado de máscara e embaçando os óculos, aciono a chamada de comissários para ter o privilégio enorme de receber um copo de plástico com água… Penso no dia que eu contar para netinhos incrédulos que a gente já foi feliz voando. 

Assim, vamos levando nossa vidinha decadente. A cada ano, parece que algo é retirado e um novo mal introduzido. Em um dia não muito distante, teremos, nas poucas poltronas de primeira classe ainda existentes, o serviço que, há 30 anos, era da econômica. As pessoas serão seduzidas pela tarifa máxima porque poderão ir sentadas, recebendo água e ainda podendo levar a bordo uma nécessaire, talvez… 

É sinal de idade dizer que as coisas estão em declínio. Porém, podem fazer a análise que desejarem, eu direi a todos que, um dia, eu comi observando uma arara bonita em um cardápio elegante na classe econômica. Meninos, eu vi (e vivi) e ainda tenho esperança… NOTÍCIAS RELACIONADAS

Tudo o que sabemos sobre:Leandro Karnalavião

O QUE PODE ESTAR ATRAPALHANDO OS SEUS RESULTADOS NA VIDA

 

UOL EdTech | EdCorp

Conforme janeiro chegou ao fim e as semanas começam a pegar mais ritmo depois das festas, também aumenta o número de demandas e de atividades a serem feitas. E se o checklist começa a ficar incontrolável, é hora de olhar para o que pode estar atrapalhando seus resultados. E é sobre isso que vamos falar hoje.

É inevitável que, conforme novos projetos surjam e o dia a dia entre num ritmo mais normal que o do pós-festas, a lista de tarefas aumente. Mas algumas coisas podem jogar muito contra a sua produtividade. Confira abaixo algumas dicas para manter sempre no controle de seus afazeres.

Às vezes menos é bem mais

Dificuldade de priorizar o que é urgente e o que é importante é um dos maiores problemas que muitos profissionais enfrentam na hora de organizar suas tarefas. E aí a corrida contra o relógio fica cada vez mais intensa.

Mas uma dica que pode ajudar bastante e que é bem usada já no mundo dos esportes é realizar as tarefas mais importantes com calma e fazer aquelas que são mais urgentes na hora. Assim você aprende a controlar seus níveis de energia e dar a devida atenção ao que vai apresentar melhores resultados no médio e no longo prazos.

Janelas demais = foco de menos

Você até pode trabalhar com várias abas abertas em seu navegador, para usar como referência ou consulta. Mas se você está com várias abas abertas, diversos mensageiros rolando initerruptamente e a agenda blocada de reuniões, é bem possível que o seu foco já tenha ido embora e só esqueceu de te avisar.

Procure focar em uma atividade por vez. Se está numa reunião, evite também ficar respondendo mensagens. Se está produzindo uma apresentação ou relatório, evite deixar as notificações ligadas. Fazer uma coisa por vez vai te ajudar a se dedicar àquilo com mais precisão.

Dê um tempo de telas

É possível realizar seu trabalho – ou parte dele – de maneira analógica? Seja anotando em um caderno ou estruturando sua sprint com um kanban físico? Se sim, faça isso.

Essa desconexão também vai te auxiliar a definir momentos sem celular e sem notificações no computador e isso vai te ajudar a produzir melhor e sem se cansar tanto.

A principal razão pela qual estamos constantemente esgotados é o excesso de tempo e troca de telas (do computador para o celular ou tablet, do celular para a TV, de volta para o computador e etc). Realizar tarefas de maneira analógica também ajuda a desenvolver sua criatividade.

Lembre-se: poupar energia para os momentos em que ela é mais necessária é o segredo do sucesso. Busque trabalhar de maneira eficiente, sem se sobrecarregar e focando nos melhores resultados.

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terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

CONTROLE DE DESPESAS ´DEVE SER A PRINCIPAL AÇÃO DO GOVERNO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, comemorou o resultado primário do governo, que em 2021 teve déficit bem abaixo do esperado.| Foto: Edu Andrade/Ascom/ME

O resultado expressivo de estados e municípios contribuiu para que o setor público consolidado (União, estatais e entes subnacionais) tivesse, pela primeira vez desde 2013, um superávit primário (ou seja, antes do pagamento de juros da dívida): foram R$ 64,7 bilhões, ou 0,75% do PIB. Para compor este número, os estados e municípios contribuíram com um superávit de R$ 97,7 bilhões, mas a União, por outro lado, ainda teve déficit primário de R$ 35,1 bilhões. Mesmo assim, o resultado do governo federal superou as expectativas – a projeção oficial mais recente indicava que o déficit primário da União beiraria os R$ 90 bilhões.

O ministro Paulo Guedes, da Economia, ressaltou a redução do gasto público como porcentagem do PIB em 2021, na comparação com 2020: “Esse desempenho fiscal, com uma redução de dez pontos, praticamente, de um ano para o outro, não aconteceu antes. Foi preciso dois, três, quatro governos para fazer esse ajuste que nós fizemos em um ano”, afirmou. De fato, o indicador caiu de 26,1% em 2020 para 18,1% no ano passado. No entanto, a comparação não é muito satisfatória, pois 2020 foi um ano completamente anômalo para o gasto público nacional. A despesa explodiu para que o país pudesse amenizar as consequências econômicas da pandemia de coronavírus. Só o auxílio emergencial custou R$ 300 bilhões; toda a resposta governamental à pandemia engoliu R$ 539 bilhões, e o déficit primário de 2020 ficou em R$ 743 bilhões. O primeiro ano da Covid não pode ser considerado um padrão decente de comparação; seria preciso olhar para os anos anteriores e analisar o desempenho do Brasil a partir deles.

Contar apenas com a receita para gerar resultados primários sólidos é apostar todas as fichas em um único cavalo. É preciso atacar também o lado da despesa, reparando os danos causados ao teto de gastos nos últimos meses e realizando as reformas macroeconômicas

E os números mostram que nem seria preciso apelar a uma comparação com 2020 para que os dados de 2021 sejam vistos com uma lente positiva. Os 18,6% de despesa do governo como proporção do PIB são o melhor resultado desde os 18,1% de 2014; o mesmo ocorre com o déficit primário, que foi de 0,4% do PIB, também o melhor número desde 2014. O dado preocupante é o da dívida bruta do governo geral (DBGG), que era de 74,3% do PIB em 2019, saltou para 88,8% em 2020 e regrediu em 2021, mas continua acima dos 80%, bem acima do período pré-pandemia.

Guedes destacou o esforço brasileiro de ajuste fiscal como uma das explicações para o déficit primário menor que o esperado, mas os números divulgados pelo próprio Ministério da Economia mostram que o ajuste não chegou a ser tão forte: a despesa em 2021 foi R$ 334 bilhões menor que a de 2020, mas o governo afirma que, de um ano para o outro, houve redução de R$ 366,5 bilhões em créditos extraordinários, R$ 89,4 bilhões em apoio a estados e municípios e R$ 16,3 bilhões em subsídios e subvenções – todas despesas ligadas à pandemia. Ou seja, mesmo levando em conta o efeito da inflação de 10% em 2021 (que, aliás, deve ser aplicado sobre todos os outros números divulgados) e os R$ 121 bilhões ainda gastos pelo governo federal com a Covid no ano passado, ao tirar da conta os gastos com a pandemia estaríamos mais próximos de um “zero a zero” que de um ajuste fiscal sólido, com redução substancial da despesa pública, na comparação de 2021 com 2020.


Para 2022, Guedes expôs perspectivas positivas em relação à receita, já que a arrecadação ganha com o crescimento econômico e o aumento dos investimentos: “Já temos compromissos de investimento de R$ 828 bilhões, com o ano começando, e a previsão é de que até o fim do ano teremos mais de R$ 1 trilhão de compromissos de investimentos para os próximos dez anos. Graças ao papel preponderante de investimentos privados”, afirmou. Mas contar apenas com a receita para gerar resultados primários sólidos é apostar todas as fichas em um único cavalo. É preciso atacar também o lado da despesa, reparando os danos causados ao teto de gastos nos últimos meses e realizando as reformas macroeconômicas, especialmente a administrativa, para que se torne um Estado mais eficiente, que gaste bem em vez de gastar muito, que não exista apenas para manter a si mesmo.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/o-resultado-primario-e-a-importancia-do-ajuste-fiscal/
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VELHOS HÁBITOS DA ECONOMIA SERÃO REPETIDOS AINDA POR VÁRIOS ANOS

 

Entrevista
Diz estrategista da XP

Por
Cristina Seciuk – Gazeta do Povo

2022 ainda terá cenário inflacionário, atividade econômica fraca e avanço na Selic.| Foto: Sebastião Moreira/EFE

Um ano de mercados voláteis, mas sem medo do futuro eleitoral, de economia ainda em marcha lenta e de mais pressões sobre o governo para dar conta da inflação que corrói o poder de compra do brasileiro. Esse é um resumo do cenário que deve marcar 2022 na avaliação é do estrategista-chefe da XP Investimentos, Fernando Ferreira.

Em entrevista à Gazeta do Povo, Ferreira destacou uma certa tranquilidade dos mercados, independentemente de quem assuma o Palácio do Planalto em 2023. A atmosfera distensionada, segundo o economista, tem relação com a perspectiva de continuidade dos caminhos da economia brasileira, sem rupturas esperadas adiante. O cenário, portanto, também deve ser de Selic alta – na tentativa de fazer baixar a inflação. Enquanto isso, crescimento estagnado, com a atividade econômica patinando, e mercado de trabalho que se recupera, mas sem ganhar tração.

Confira os principais trechos da entrevista à Gazeta do Povo.

O ano de 2021 foi de recuperação na economia mundial, inclusive com crescimento. Já se observam mudanças neste cenário em 2022?

A gente já vê o mundo em uma desaceleração de crescimento, porque ano passado foi aquele ano de recuperação pós 2020, e além disso não só a base de comparação começa a ficar mais difícil e o mundo começa a desacelerar, mas também vemos todos os bancos centrais começando a tirar estímulos das economias.

O tema que a gente está vendo esse ano é justamente de aperto das políticas, caminho em que o Brasil já entrou há muito tempo: de aumento de juros, aperto monetário, porque a inflação subiu muito forte e tem demorado a cair.

A gente falava no nosso relatório do ano passado sobre onde investir, que 2022 seria um ano mais volátil e, de fato, estamos vendo isso. Este começo de ano mostrou o maior nervosismo do mercado lá fora, principalmente com a guinada de postura do FED [o banco central dos EUA]. O banco central europeu ainda está segurando a mensagem de aumentar juros com força, outros bancos centrais também estão ainda de olho no que vai acontecer, mas o FED dá o caminho para vários BCs: vai ter que fazer uma postura mais dura com a inflação.

Isso traz um panorama global um pouco mais desafiador, porque aquele cenário de liquidez infinita e juro zero que vimos nos últimos anos está terminando. A gente está saindo desse ciclo e isso tem algumas implicações.

Uma delas é que o dólar volta a se fortalecer por conta desse aumento de juros nos EUA. O dólar está no valor mais alto dos últimos 6 meses  em relação a uma cesta de moedas do mundo. Só que o que está acontecendo no Brasil é um pouco a parte do mundo.

Por quê?

Era esperado que as commodities começassem a ceder este ano, mas isso não está acontecendo. O preço dos grãos continua bem alto (a seca no Brasil, principalmente no Sul, tem impactado para cima o preço nas Bolsas lá fora); vimos petróleo indo para perto dos US$ 100 dólares o barril; minério de ferro que tinha caído bastante no ano passado se recuperou mais de 50% nos últimos meses – sobe 15% só este ano.

Então, para a inflação e os BCs tentando segurar ou controlar a inflação no mundo, as commodities não estão ajudando, continuam em alta e esse cenário está ajudando muito os ativos brasileiros. A gente viu até agora mais de R$ 23 bilhões de fluxo de investidores estrangeiros comprando bolsa brasileira, entrando na bolsa, só em janeiro – esse número é muito forte (em todo o ano passado foram R$ 100 bilhões).

Fomos na contramão do mundo, que está passando por uma correção de preço de ativos, juros para cima, bolsas em queda. Aqui, a bolsa está indo super bem, câmbio apreciando. Tem alguns motivos para isso.

O primeiro são justamente as commodities. O Brasil é bastante dependente delas, mais de 1/3 da bolsa é relacionado às empresas de commodities, são também super relevantes para a balança comercial; então, ajuda bastante o câmbio nesse sentido.

No mundo, também por conta dessa alta de juros, está tendo uma fuga, os investidores saindo dos setores mais sensíveis à taxa de juros, principalmente o setor de tecnologia tem sofrido bastante. Quando o juro sobe, o mercado encurta o horizonte, começa a olhar para empresas que têm lucro hoje. Esses papéis mais arriscados caíram até 70%. O mercado migrou para setores de commodities, para setores de bancos, empresas da “velha economia”. E o Brasil acaba se situando muito bem nesse cenário, esses dois setores são mais de 55% do índice Ibovespa.

Segundo fator: o Brasil ficou muito barato. Nossos ativos em geral (juros, câmbio e bolsa) sofreram muito ano passado. Há indicadores que nossa bolsa estava negociando com 60% de desconto em relação à bolsa americana. Os ativos ficaram baratos e chamaram atenção do investidor estrangeiro.

E do ponto de vista político, existe, ao menos, um pano de fundo na cabeça do investidor estrangeiro de que não vai haver grandes rupturas ou mudanças nos caminhos da política econômica do Brasil. Nos próximos anos, o que dá um conforto para que entrem e comprem no Brasil como eles têm feito.


O que exatamente o mercado espera neste 2022?

O que está no preço é o Brasil continuar um pouco nos mesmos rumos recentes, que é uma política fiscal um pouco mais frouxa, o Brasil gastando mais, o que significa mais juros.

Estamos vendo o Banco Central tendo que subir bastante juros, esta semana deve subir mais 1,5 p.p., chegando próximo dos 12% de taxa Selic. O problema é que o peso de segurar a inflação volta mais para o BC, para a política monetária.

A gente chama esse cenário aqui na XP desde o ano passado de “velhos hábitos”, porque o Brasil já vem há bastante tempo adotando essa política de gastar mais, mas isso significa maior inflação e uma inflação que demora mais a cair, o que significa mais juros. E é exatamente o cenário que o mercado está precificando.

A gente vê as taxas de juros de mercado assumindo uma Selic acima de 11% ou 12% nos próximos anos, então o mercado não espera que a Selic vá voltar para um patamar de 5% ou 6%,  o que seria muito mais saudável para a economia do país.

Pensando do ponto de vista de atividade econômica, juros de 12% ao ano e uma inflação ainda alta significam um pano de fundo bastante desafiador para a atividade econômica. Juros de dois dígitos pesam muito mais para o empresariado e também para as famílias brasileiras, têm impacto grande no orçamento de quem tomou dívida durante a pandemia. Sem dúvida nenhuma, freia a atividade econômica. Por isso, para esse ano, a gente espera um crescimento de zero no PIB e para o próximo ano, só 1,2%.

Dados recentes da Pnad Contínua mostram queda na taxa de desemprego, mas a economia patinando atrapalha a continuidade dessa tendência? Como fica o mercado de trabalho?

Nosso time de economia tem dito que esse mercado de trabalho, de fato, ainda tem espaço para melhorar mais. A taxa de desemprego continua bem elevada, acima de 12%, mas é uma das poucas áreas dentro da economia que tem tido algumas surpresas positivas, muito por conta também da reabertura da economia.

O setor de serviços voltando a abrir, shoppings reportando resultados muito fortes, empresas que haviam sido muito afetadas por restrições, lockdows, etc, que são a base da economia brasileira. Agora, com uma expectativa de maior vacinação da população e quando a ômicron começar a ceder, a expectativa é de que essa reabertura continue ajudando uma queda na taxa de desemprego. Gradualmente, a gente deve observar uma queda para mais próximo de 10% ou menos, voltando para casa de um dígito.

Mas, obviamente, com uma economia que não cresce este ano e que também vai crescer muito pouco no ano que vem, não é uma queda rápida.


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Outra questão é a inflação. Quais as projeções?

A gente continua em um ambiente inflacionário. Esperamos um primeiro trimestre de inflação mais elevada, mas cedendo ao longo do ano. A projeção é de que ao final de 2022 ela já esteja em 5,2%. E temos algumas questões, somadas à economia que beira a recessão, que devem trazer essa inflação para baixo.

As chuvas e uma expectativa de que as bandeiras tarifárias comecem a melhorar ao longo desse ano, saindo do cenário de preço de energia elétrica extremamente elevado, por exemplo. E também o próprio efeito da política monetária.

Temos que lembrar que há um atraso de seis meses no impacto da política monetária sobre a inflação e a média da Selic ano passado foi muito baixa (ficou nos 2% por bastante tempo).

Medidas como a PEC dos combustíveis, que terá um impacto fiscal considerável, de R$ 65 bilhões em perda de arrecadação, e a PEC dos precatórios podem trazer, ainda, impactos adicionais?

Essa pressão da PEC dos combustíveis, provavelmente, não é a primeira nem a última que vamos observar. Ela vem muito na linha do que a gente vê com o cenário inflacionário que é mundial e, por isso, pressões que têm sido feitas, por vários setores da sociedade.

Essa pressão de inflação alta corrói a renda das famílias, isso está muito evidente e começa a aparecer em diversas frentes. Pressões sociais, de classes pedindo reajuste de salários porque os salários estão muito defasados. Toda vez que sobe preço de combustíveis fica aquela tensão: como os caminhoneiros vão reagir, se vai ter nova rodada de paralisação ou não.

Essas pressões vão todas em cima do governo para obter respostas. E as respostas estão indo na linha de desonerações, repasses… O governo obviamente tem feito escolhas de como responder. O problema é que o cobertor do fiscal está curto. O Brasil não tem excesso de arrecadação, continua com déficit primário desde 2014, não tem nenhum excesso; pelo contrário, continua gastando mais do que arrecada.

Os números fiscais no ano passado melhoraram, mas a expectativa do nosso time econômico é que eles voltem a piorar.

A nossa dívida/PIB continua super elevada, entre as mais altas nos mercados emergentes, e, com juros indo para 12% ela vai demorar mais a cair, porque você tem o serviço dessa dívida, os juros que você paga sobre ela vão ser muito elevados. Temos um aumento de serviço de juros de mais de R$ 300 bilhões por conta da alta da Selic. Tudo isso pesa bastante nas contas do governo.

Nosso time de economia tem uma projeção de dívida bruta/PIB em torno de 85% do PIB neste ano. Ano passado foi 80%. E para o ano que vem, subindo para 87%. Estima-se, então, resultado primário de 1% de déficit e quase a mesma coisa no ano que vem.

Significa que a dívida PIB continua subindo. Isso, do ponto de vista de mercado e de expectativas futuras do mercado, é preocupante. Por isso que a gente tem visto, enquanto a bolsa e o câmbio estão indo bem, o mercado de juros indo na outra direção.

É um cenário para ficar de olho porque em algum momento o Brasil vai ser cobrado pelos investidores a dar respostas e mostrar pelo menos uma trajetória de estabilização e queda futura na dinâmica da dívida. Principalmente se as commodities começarem a cair.

As eleições começaram a esquentar cedo este ano, com pré-candidatos bastante vocais, pesquisas saindo já em janeiro. Como as eleições devem mexer com os mercados e a economia? E mais, podemos ver um mercado tão tenso quanto às vésperas da eleição de 2002?

É um cenário diferente de 2002, quando a incerteza era muito grande sobre quais seriam as políticas econômicas caso Lula fosse eleito, havia a expectativa, por exemplo, de ele dar default na dívida, isso fez o risco Brasil disparar, o câmbio disparar. Agora, o mercado não está precificando esse cenário, o que não quer dizer que um cenário de maior volatilidade não possa ocorrer.

Em geral, anos de eleição são anos bem voláteis para os ativos brasileiros. Os três a seis meses anteriores à eleição a volatilidade tende a subir bem; depois da eleição, ela tende a ceder. Também dá para dizer que, hoje, o mercado não tem grandes incertezas sobre como seria a política futura como tinha na eleição de 2002.

Você afirmou que o mercado não espera rupturas no caminho da política econômica para os próximos anos. O que esperar, então de ajustes fiscais e das reformas?

Para os próximos anos, sem dúvidas, vai continuar sendo um debate muito relevante para o Brasil. Independentemente de quem ganhe, qualquer candidato que ganhe, principalmente Congresso, que tem cada vez um papel mais relevante no Brasil, vai ter que dar essas respostas.

Estamos indo para um cenário desafiador para o país, com juros de dois dígitos, inflação alta, economia patinando, desemprego alto. Tanto Executivo quanto Legislativo vão ter que endereçar esse ponto: iremos mesmo para uma agenda de gastos e da economia e pagar nossas contas desta forma, via crescimento econômico, ou iremos para uma agenda de reformas, de ajuste fiscal, tentar voltar a ter um superávit, reduzir o tamanho do Estado, reduzir os gastos? Qual o caminho?

Dificilmente qualquer candidato vai falar sobre isso durante as eleições porque isso não gera votos, mas sem dúvida o ajuste fiscal vai continuar um tema, principalmente dados o tamanho da nossa dívida e os nossos juros, ambos altos, uma combinação que não é muito saudável para a economia.


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