Nova cepa do coronavírus, a ômicron pode acelerar imunização da população mundial| Foto: Diego Azubel/EFE
Uma boa notícia sobre a Covid. Muitos estudiosos, médicos, pesquisadores e infectologistas estão apostando que essa variante ômicron é o fim da pandemia. Eu sei que é muito cedo, essa cepa é muito nova para dizer qualquer coisa sobre ela, mas eles estão otimistas.
A ômicron é mais fraquinha, apesar de muito contagiosa, e pode imunizar todo mundo que é atingido para todas as cepas da Covid. É a suposição entusiasmada de muita gente. Tomara que assim seja. A nova variante não provoca hospitalização, a menos que a pessoa esteja com comorbidade, mas aí é outra conversa, qualquer doença nesse caso é perigosa.
Mas ela é altamente contagiosa, menos agressiva e provoca o sistema imune das pessoas, a produção de anticorpos, que são a mais forte das vacinas em relação à cepa, que começou na China, mas está toda transformada hoje em dia.
Vacinação para crianças Enquanto isso, o Ministério da Saúde avisa que não vai ser preciso receita médica para vacinar crianças de 5 a 11 anos. A vacina estará disponível daqui uns 10 dias. E os pais precisam estar presentes – a presença é a anuência, porque eles vão ter que autorizar.
Lá em Rancho Queimado, Santa Catarina, a prefeita Cleci Veronezi (MDB) e o vice-prefeito Ino Guilherme Westphal assinaram um decreto dizendo que os pais precisam autorizar as vacinas nas escolas. É uma questão de responsabilidade. Pelos contratos com os laboratórios, eles não se responsabilizam. A Anvisa autoriza a vacina, mas também não se responsabiliza. O Ministério da Saúde dá a vacina, mas igualmente não se responsabiliza.
Tivemos um episódio agora, na Itália, em que, mediante autópsia, moveu-se uma ação criminal contra o governo por causa de reações da vacina. Mas a Justiça disse que a vacina não era obrigatória, ou seja, tomou quem quis. Por isso, o consentimento é obrigatório.
Lá em Rancho Queimado, também, a exemplo de outras cidades em Santa Catarina, não haverá exigência de passaporte vacinal em todo o território do município. E máscara também é opcional em lugares públicos.
Presidente ganha alta médica E o presidente Jair Bolsonaro confessou que no domingo (2) comeu camarão sem mastigar. É incrível, talvez estivesse com casca o camarão, imaginem só. Aí, num intestino que já foi mexido, que já teve uma peritonite, que levou uma facada que passou pertinho da aorta e provocou uma série de outras cirurgias, é um intestino que tem facilmente aderências, impedindo a passagem do alimento. Ou seja, não tem jeito, ele vai ter que mastigar mais o que come.
Bolsonaro prometeu ao médico Antônio Luiz Macedo, que estava em férias nas Bahamas, no Caribe, que vai mastigar mais vezes. O médico falou em 15 vezes, mas ele falou que mastigará 22 vezes. Assim como a gente aprende quando é criança, à mesa, como os pais ensinam, a segurar direito o talher, a não balançar a cadeira, a não botar o cotovelo na mesa, essas coisas. Ele vai aprender a mastigar. Por que o intestino dele não está disposto à desafios, né?
Vai fazer caminhadas, mas não exercícios pesados e eliminar comidas que provoquem flatulência, gases, fermentação, inclusive o famoso refrigerante. E outra coisa: a facada. Tem coisas óbvias: alguém preparou o álibi do Adélio Bispo na Câmara dos Deputados. Já estava registrada a presença dele lá, mas ela estava em Juiz de Fora para atacar Bolsonaro.
Então é alguém que sabia que ele ia fazer isso. Mas não foi apurado, diz que o Adélio agiu sozinho, por inconformismo político, que ele é meio maluquinho. Agora, o delegado que estava conduzindo isso vai cumprir uma missão nos Estados Unidos representando o Brasil e vai entrar outro no inquérito, inclusive para saber quem pagou o advogado, como ele chegou lá de repente, de avião, tudo isso.
Um delegado federal de 43 anos, que já trabalhou em investigações contra crime organizado e facções criminosas, chamado Martin Bottaro Purper, vai assumir o caso. Tomara que as investigações avancem em direção as coisas que são tão óbvias.
Vacinação de crianças de 5 a 11 anos deve começar em poucos dias| Foto: Antonio Lacerda/EFE
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (5) as regras para vacinação de crianças entre 5 e 11 anos contra a Covid-19, quase três semanas após a aprovação da vacina da Pfizer/Biontech para o público infantil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A pasta recuou da exigência de prescrição médica para aplicação da vacina, como queria o presidente Jair Bolsonaro, mas recomendou que os pais ou responsáveis busquem orientação médica antes de levarem seus filhos para os postos de vacinação.
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina será aplicada mediante o consentimento dos pais e não é obrigatória. Uma autorização por escrito só será necessária se não houver pai, mãe ou responsável presente no momento em que a criança for vacinada. A expectativa do governo é vacinar cerca de 20,5 milhões de crianças nessa faixa etária. A imunização completa é de duas doses, mas a previsão é de receber 20 milhões de doses no primeiro trimestre.
O público infantil será vacinado à medida em que o governo receba mais doses previstas de um contrato de 100 milhões de doses firmado com a Pfizer em novembro de 2021. Serão entregues 20 milhões no primeiro trimestre — todas doses pediátricas, específicas para as crianças entre 5 a 11 anos —, 25 milhões no segundo trimestre, 35 milhões no terceiro trimestre e 19,9 milhões no último trimestre. O contrato prevê ainda a aquisição de mais 50 milhões de imunizantes, caso haja a necessidade.
A pasta explica ainda que a vacinação será feita em ordem decrescente de idade (das crianças mais velhas para as mais novas), com prioridade para quem tem comorbidade ou deficiência permanente. Indígenas, quilombolas e crianças que vivem com pessoas do considerado grupo de risco também terão trato prioritário. A primeira e a segunda dose serão aplicadas com intervalo de oito semanas (dois meses).
Na segunda-feira (3), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, havia dito que o anúncio não seria “muito diferente do que o ministério já colocou em consulta pública”, em referência ao documento que foi disponibilizado para ouvir a população e a comunidade científica. A consulta se iniciou em 22 de dezembro e se encerrou no domingo (2) com 23.911 participações.
Antes do anúncio desta quarta, especialistas em imunização participaram na terça-feira (4) de uma audiência pública sobre o assunto. O encontro teve por intuito promover o debate sobre a vacinação de crianças a fim de nortear a estratégia de operacionalização.
Como será o cronograma de vacinação das crianças
A expectativa do Ministério da Saúde é que as primeiras doses cheguem ao Brasil em 13 de janeiro, mas precisam passar pelo processo de segurança antes de serem distribuídas. A previsão inicial é de distribuir 3,74 milhões de doses em janeiro.
O governo vai receber três malotes, um em 13 de janeiro, o segundo em 20 de janeiro e o outro em 27 de janeiro. Cada malote conterá cerca de 1,25 milhão de doses. As doses chegarão em voos no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP).
A expectativa é que, em 14 de janeiro, as primeiras 1,25 milhão de doses estejam aptas para envio aos municípios para que o cronograma comece. O calendário segue o que era previsto pelo Ministério da Saúde. “Na segunda quinzena, elas começam a chegar e serão distribuídas como nós temos distribuído”, disse Queiroga na segunda-feira.
Após conversas com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), foi tomada a decisão de que a distribuição seguirá um critério populacional.
“Chegou a dose, aplica-se os percentuais [de critério populacional] encaminhados pelos estados e municípios para que possam fazer a imunização dessa faixa etária, de 20,5 milhões que podem ser imunizados”, destacou nesta quarta-feira o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz.
AVALIAÇÃO DO GOVERNO
Que nota você dá para Bolsonaro? AVALIE E COMPARTILHE Ministro queria vacinação das crianças apenas com prescrição médica O ministro da Saúde discorda que a recomendação de que os pais ou responsáveis busquem orientação médica antes de levarem seus filhos para os postos de vacinação seja um recuo. Anteriormente, a intenção era exigir a prescrição médica para a aplicação da vacina.
“Não é recuo, isso não é recuo, faz parte do processo decisório. Foi feita uma recomendação, se fossemos para tomarmos a decisão naquele momento [em dezembro], não teríamos feito consulta e audiência públicas”, disse Marcelo Queiroga em coletiva de imprensa nesta quarta-feira.
A recomendação da vacinação de crianças mediante a apresentação de prescrição médica e consentimento dos pais seguia uma determinação do governo baseada no modelo de vacinação infantil adotado na Alemanha, que, para Queiroga, era o ideal.
“[Para] as [crianças] sem comorbidades, há necessidade de prescrição médica”, disse o ministro da Saúde em dezembro, durante coletiva de imprensa. “Dada a sensibilidade do caso, nosso entendimento é muito parecido do que acontece na Alemanha, onde há recomendação médica, onde se contempla os casos que têm comorbidades e se respeita a decisão dos pais”, declarou.
O governo se mostrou contrário à vacinação compulsória de crianças por entender que não há emergência em vacinar o público infantil. “Os óbitos de crianças estão dentro de um patamar que não implica em decisões emergenciais”, disse Queiroga em dezembro.
Entre março de 2020 e dezembro de 2021, 311 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência da Covid-19. No período, foram registrados 6.324 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), segundo dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe). O governo ponderou na coletiva de imprensa que, em relação aos óbitos totais, esse grupo infantil representa a menor taxa de mortalidade.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) entendia, contudo, que o número de crianças mortas por Covid-19 no Brasil não justificaria a imunização emergencial nessa faixa etária. “Não está havendo morte de criança que justifique algo emergencial”, disse na véspera do Natal em um encontro com jornalistas. “Está morrendo criança de 5 a 11 anos que justifique algo emergencial? É o pai que decide em primeiro lugar”, reforçou.
Mas o resultado da consulta pública promovida pelo Ministério da Saúde fez o governo rever seu posicionamento. Pesquisa realizada pela pasta mostrou que a maioria aprovou a não obrigatoriedade da vacinação das crianças, mas sem a exigência de receita médica.
O que diz a Anvisa sobre vacinação de crianças e prescrição médica
A prescrição médica demandada inicialmente pelo Ministério da Saúde não estava prevista nas recomendações da Anvisa, que aprovou em 16 de dezembro a vacinação de crianças com idades entre 5 e 11 anos no Brasil.
Questionada pelo jornal O Estado de S. Paulo, a Anvisa informou que não estava nas recomendações que a vacina só poderia ser aplicada em crianças após recomendações médicas. A agência “é o órgão responsável no Brasil pela avaliação e aprovação de solicitações para a realização de pesquisas clínicas com fins de registro e de pedidos de registro de imunobiológicos desenvolvidos pela indústria farmacêutica”, segundo informa a autarquia em seu site oficial.
A aprovação da vacinação de crianças levou Bolsonaro a pedir para o órgão o nome dos técnicos que aprovaram a imunização contra a Covid-19 para o público infantil. O presidente da República afirmou, inclusive, que divulgaria publicamente a relação. A diretoria da Anvisa reprovou a atitude e se disse “alvo do ativismo político violento”.
Após o embate entre Bolsonaro e a Anvisa, dirigentes e servidores do órgão relataram ter sofrido ameaças nas redes sociais e a direção do órgão pediu proteção policial à Polícia Federal e ao Ministério da Justiça. A autarquia requisitou também que o procurador-geral da República, Augusto Aras, investigue as ocorrências. Em 20 de dezembro, a PF abriu inquérito para apurar as supostas ameaças.
Estados e médicos foram contra prescrição defendida pelo governo O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) rechaçou na véspera do Natal a necessidade de documento médico recomendando a dose para crianças. A manifestação do conselho foi chamada de “carta às crianças do Brasil” e é assinada pelo presidente da entidade, Carlos Lula, secretário estadual de saúde do Maranhão.
“E é esse recado que queremos dar no dia de hoje, véspera de Natal: quando iniciarmos a vacinação de nossas crianças, avisem aos papais e às mamães: não será necessário nenhum documento de médico recomendando que tomem a vacina. A ciência vencerá. A fraternidade vencerá. A medicina vencerá e vocês estarão protegidos”, afirmam os secretários.
Ao menos 16 estados e o Distrito Federal anunciaram que não iriam exigir receita médica para a vacinação de crianças contra a Covid-19. Os governos do Acre, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe já se posicionaram contra a recomendação.
A abertura da consulta pública para a manifestação da sociedade civil a respeito da vacinação infantil também foi criticada por conselhos estaduais e municipais. O Conselho de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems-SP) foi um dos que se posicionou contrário por considerar “desnecessária e inaceitável”.
Já o Ministério da Saúde defendeu as etapas da consulta e audiência públicas. O ministro Marcelo Queiroga disse em 31 de dezembro que as consultas precisam ser até ampliadas no âmbito do Executivo e ponderou que o procedimento é comum nos outros poderes. “Não é novidade nenhuma a realização de consulta pública”, disse.
Já a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid (Secovid) defendeu a audiência pública e a importância do tema “por se tratar de público em pleno desenvolvimento e com lacunas ainda no que se refere a custo-benefício desta imunização, tendo em vista o cenário epidemiológico e regulatório atual”.
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O que esperar da vacinação de crianças e o que dizem os estudos A vacinação da Pfizer aprovada pela Anvisa para crianças entre 5 e 11 anos é específica para esse público, com dosagem e composição diferentes em relação às administradas para a população acima de 12 anos. A vacinação completa de crianças nessa faixa etária será feita pela aplicação de duas doses de 0,2 ml, o equivalente a 10 microgramas, um terço da dose administrada para a população com 12 anos ou mais.
O intervalo entre as doses será de pelo menos 21 dias. A dose infantil tem, também, menor concentração de mRNA, o componente da vacina que estimula a resposta do sistema imunológico. Outra diferença da dose específica para as crianças está na tampa do frasco, que terá a cor laranja, diferente da aplicada aos demais públicos pela mesma farmacêutica.
Mesmo com a dosagem inferior, um estudo com mais de 2 mil crianças apontou que o imunizante tem 90,7% de eficácia contra casos sintomáticos da doença. Uma recente revisão de dados levantados após 8,7 milhões de doses aplicadas nos Estados Unidos pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) aponta que efeitos colaterais graves da vacinação da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos são “raríssimos”.
Segundo relatório do CDC, 4.249 casos de efeitos adversos foram comunicados entre 3 de novembro e 19 de dezembro de um total de 8,7 milhões de doses aplicadas nesse grupo etário, com idade média de 8 anos, informa a BBC News. Desse total, 97,6% não foram efeitos adversos sérios.
Dos 4.149 comunicados de efeitos adversos que não foram considerados “sérios”, há desde erros na dosagem administrada ou erro de estocagem até vômito, febre, dor de cabeça, tontura, síncope, fadiga, náusea e coceiras. Foram classificados de pouca seriedade porque não causaram hospitalizações e problemas de longo prazo ou potencialmente fatais.
Entre os 100 relatos restantes considerados “sérios”, informa a BBC News, houve necessidade de hospitalização em quadros como febre, vômito, elevação de troponina — o que é associado a problemas cardíacos — e 12 casos graves de convulsão.
Ao longo da coletiva de imprensa, o ministro Marcelo Queiroga reconheceu que há uma “evidência científica própria constituída” no escopo do público de 5 a 11 anos, mas ressaltou que os dados e os aspectos da efetividade das vacinas para as crianças ainda são de curto prazo, bem como as pesquisas. “São muito recentes, sendo impossível ter dados de longo prazo”, comentou na coletiva desta quarta.
Seja proativo e quebre maus hábitos para melhorar a segurança cibernética em 2022
O novo ano é uma boa oportunidade para recalibrar a vida digital e uma parte cada vez mais importante desse processo é a segurança cibernética. Estar mais seguro significa estar mais protegido do risco de roubo de identidade e perda financeira. O custo desses golpes, principalmente online, atingiu o recorde de US $56 trilhões em 2020. Embora as organizações com as quais você interage tenham o dever, e geralmente a responsabilidade legal, de manter os dados seguros, é importante que os usuários contribuam com seu grão de areia. Por isso, a ESET, empresa líder em detecção proativa de ameaças, incentiva você a ficar alerta, ser pró-ativo e quebrar maus hábitos.
Nos Estados Unidos, de acordo com os EUA Identity Theft Resource Center, em 2021, um terço das vítimas de crimes de identidade alegou que não tinha dinheiro suficiente para comprar comida ou pagar serviços públicos.. É por isso que a ESET recomenda quebrar esses 10 hábitos ruins para melhorar a higiene cibernética em 2022:
1. Utilizar software desatualizado: vulnerabilidades em sistemas operacionais, navegadores e outros softwares em PCs e dispositivos são uma das principais formas que permitem que os criminosos cibernéticos ataquem. O problema é que mais desses erros foram descobertos em 2020 do que em qualquer ano anterior: os números ultrapassam 18.100. Isso equivale a mais de 50 vulnerabilidades de software por dia. A boa notícia é que, ao ativar a funcionalidade de atualização automática e clicar para atualizar quando solicitado, essa tarefa não se torna cansativa.
2. Ter uma má higiene com as senhas: as senhas representam as chaves para nossa porta de entrada digital. Infelizmente, como há tantas hoje – cerca de 100 por pessoa, em média – elas tendem a ser usadas de forma insegura. Usar a mesma senha para várias contas e credenciais fáceis de adivinhar dá aos hackers uma grande vantagem, pois eles têm um software para testar as variantes comumente usadas e tentar usar senhas hackeadas de outras contas (conhecido como recheio de credencial). É por isso que a ESET recomenda o uso de um gerenciador de chaves para lembrar senhas ou frases secretas exclusivas, fortes e seguras. Além disso, ative a autenticação de dois fatores (2FA) em qualquer conta que a ofereça.
3. Conectar-se ao Wi-Fi público: usar o Wi-Fi público traz riscos, pois os hackers podem usar as mesmas redes para espionar o uso da Internet, acessar contas e roubar identidades. Para se manter seguro, é importante tentar evitar totalmente esses pontos públicos. E, se eles forem usados, não faça login em nenhuma conta importante enquanto estiver online.
4. Não pensar duas vezes antes de clicar: Phishing é uma das ameaças cibernéticas mais abundantes que existem. Ele emprega uma técnica conhecida como engenharia social, em que o invasor tenta enganar sua vítima para que ela clique em um link malicioso ou abra um anexo contendo malware. Eles tiram vantagem da credibilidade e muitas vezes tentam forçar uma tomada de decisão rápida, dando à mensagem um senso de urgência. A regra número um para impedir esses ataques é: pense antes de clicar. Verifique com a pessoa ou empresa que enviou o e-mail para ter certeza de que é legítimo. Respire fundo e não seja pressionado a agir precipitadamente.
5. Não usar segurança em todos os dispositivos: nem é preciso dizer que, em uma era de ameaças cibernéticas prolíficas, é necessário ter proteção anti-malware de um fornecedor confiável em todos os PCs e laptops. Mas quantos estendem a mesma segurança para dispositivos móveis e tablets? De acordo com uma pesquisa publicada pelo The Independent, você gasta quase 5.000 horas por ano usando esses dispositivos. Em todo esse tempo, existem várias oportunidades de se deparar com aplicativos e sites maliciosos. Proteja seus dispositivos hoje.
6. Usar sites inseguros: sites HTTPS usam criptografia para proteger o tráfego que vai do navegador da web para o site em questão. Isso serve a dois propósitos: autenticar esse site como genuíno e não como propriedade de phishing ou fraudulenta da web; e garantir que os cibercriminosos não possam espionar comunicações para roubar senhas e informações financeiras. Não é 100% garantido que nada de ruim acontecerá, já que muitos sites de phishing usam HTTPS atualmente. Mas é um bom começo. Procure sempre o símbolo do cadeado.
7. Compartilhar trabalho e vida pessoal: muitos passaram grande parte dos últimos dois anos mesclando uma linha que já foi claramente definida entre trabalho e vida pessoal. À medida que a linha fica borrada, o risco cibernético aumenta. Considerando, por exemplo, o uso de e-mails e senhas de trabalho para inscrever-se em sites de compras e outros sites. O que acontece se esses sites forem violados? Então, os hackers serão capazes de sequestrar a conta corporativa. Usar dispositivos pessoais desprotegidos para o trabalho também gera um risco adicional. É por isso que vale a pena o esforço extra de manter os negócios e o lazer separados.
8. Fornecer detalhes por telefone: assim como o phishing baseado em email e SMS usa técnicas de engenharia social para induzir os usuários a clicar, o phishing de voz, também chamado de vishing, é uma forma cada vez mais popular de obter informações pessoais e financeiras das vítimas. Os golpistas costumam disfarçar seu número real para adicionar legitimidade ao ataque. A melhor regra é: não forneça informações confidenciais pelo telefone. Pergunte quem são e de onde estão ligando e, em seguida, ligue diretamente para a empresa para verificar, sem discar nenhum número de telefone fornecido pela pessoa que ligou.
9. Não fazer backup: o ransomware está custando às empresas centenas de milhões por ano. Portanto, às vezes é fácil esquecer que ainda existem variantes espreitando os consumidores. Imagine se o seu PC doméstico travasse repentinamente. Todos os dados que ele contém, e potencialmente o armazenamento em nuvem, podem ser perdidos para sempre – incluindo suas fotos de família e documentos comerciais mais importantes. É por isso que backups regulares, de acordo com a regra de backup 3-2-1 para práticas recomendadas, proporcionam tranquilidade caso o pior aconteça.
10. Não proteger a casa inteligente: quase um terço das casas europeias estão equipadas com dispositivos inteligentes, como assistentes de voz, televisores inteligentes e câmeras de segurança. Mas, ao equipá-los com conectividade e inteligência, esses dispositivos também se tornam um alvo mais atraente para os criminosos. Eles podem ser sequestrados e transformados em botnets para lançar ataques contra outras pessoas ou usados como um gateway para outros dados e dispositivos. Para mantê-los protegidos, é importante alterar as senhas padrão desde o início. Além disso, certifique-se de escolher um fornecedor que tenha um histórico de correção de vulnerabilidades conhecidas em seus produtos e investigue possíveis falhas de segurança antes de comprar um dispositivo.
Para saber mais sobre segurança da informação, acesse o portal de notícias da ESET: https://www.welivesecurity.com/br/2022/01/04/os-10-piores-habitos-de-ciberseguranca-para-deixar-para-tras-em-2022/
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Big Ideas Por Maria Clara Dias, especial para o GazzConecta – Gazeta do Povo
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Falar em transformação digital e na migração de serviços para o ambiente online tornou-se arcaico em 2021, período que serviu para consolidar mudanças estruturais impulsionadas pela pandemia no ano anterior. Agora, o discurso da digitalização dá lugar ao de melhoria na prestação de serviços prestados, na atenção ao desejo de clientes mais exigentes e, junto a isso tudo, a preocupação com a segurança de dados pessoais envolvidos nessas transações e em uma nova configuração de trabalho à distância.
Essas são as conclusões de um estudo de tendências feito pela rede social LinkedIn. O levantamento, feito anualmente, considera as respostas da comunidade de usuários, influenciadores e criadores de conteúdo da rede, responsáveis por indicar o que consideram ser as principais movimentações esperadas para o ano seguinte. Veja abaixo 5 tendências que podem ter impacto direto nas empresas de todo o mundo:
1 – Saúde mental será prioridade Depois da emergência sanitária, o foco em 2022 será lidar com os prejuízos causados à saúde mental da população. Uma pesquisa publicada pelo jornal médico The Lancet mostrou um aumento de 28% nos casos de depressão no mundo durante a pandemia, ao mesmo tempo em que há uma escassez de profissionais e infraestrutura de saúde em grande parte dos países — e o Brasil se inclui nesse grupo. Nesse cenário, empresas do setor de saúde e healthtechs (startups dedicadas à área) que tragam inovação na maneira de identificar sintomas, doenças e com sugestões de tratamentos mais ágeis devem ter sucesso no futuro.
2 – Tráfego nas cidades será mais simples Com a iminência do trabalho digital, as pessoas ganharam a liberdade de decidir quando de fato ir ao escritório. Essa nova realidade, que teve início em 2020 e ganhou força em 2021, deve ser ainda mais relevante em 2022. O impacto direto, segundo o LinkedIn, será um alívio no trânsito urbano, com a redução significativa do que conhecemos como “horário de pico”.
3 – Trabalhadores operacionais serão mais valorizados A percepção de que grande parte da mão de obra operacional nas empresas e indústria foi uma das principais responsáveis pela manutenção de serviços essenciais durante a pandemia irá gerar uma nova onda de valorização em 2022. Segundo os especialistas, é esperado que funcionários da linha de frente recebam melhores salários e condições de trabalho. Em outra frente, esse novo movimento também irá criar funcionários mais atentos ao bem-estar e dispostos a fazer negociações com seus empregadores .
4 – A vez do ESG A sigla em inglês tem ganhando força, e a adoção de critérios sociais, ambientais e de governança por empresas de diferentes segmentos e portes vem na esteira da maior evidência das ações corporativas em favor de temas como impacto ambiental e diversidade racial e de gênero dentro das organizações. Acontecimentos como a morte de George Floyd, nos Estados Unidos, em 2020, trouxeram novo fôlego à pauta. Para 2022, o novo desafio das empresas será não apenas atrair talentos diversos, mas mantê-los sob o guarda-chuva da inclusão e do ambiente sustentável de trabalho.
5 – Criptomoedas A criptomoedas devem furar a bolha do mercado financeiro e, cada vez mais, entrar no dia a dia da população. Nos Estados Unidos, elas já foram parcialmente adotadas por alguns governos estaduais e municipais para o financiamento de alguns programas e até mesmo no pagamento de funcionários públicos. O esperado para 2022 é que isso passe a ser realidade mundo afora, apoiada pela menor burocratização e maior transparência dessa e outras tecnologias, como o blockchain.
Para ficar de olho Além das tendências apontadas pela comunidade do LinkedIn, especialistas consentem em relação a algumas novas usabilidades para redes sociais e as relações de trabalho no ano que vem. Uma das transformações é a imperatividade do trabalho híbrido, que mescla as idas ao escritório e o trabalho remoto. Outra é o Metaverso, novidade anunciada pelo Facebook (agora Meta) e que promete criar uma nova realidade onde pessoas possam interagir digitalmente.
A entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) também deve chacoalhar os negócios no Brasil. De acordo com uma pesquisa realizada pela PwC Digital Trust Insights 2022 com 3,6 mil executivos de negócios, tecnologia e segurança, aproximadamente 83% das empresas brasileiras pretendem aumentar o investimento em segurança cibernética no próximo ano. A atenção aos padrões de segurança e a preocupação dos usuários a respeito do uso de seus dados pessoais por empresas devem impulsionar essa movimentação.
Quando o assunto é disrupção, todo mundo diz meio sem pensar: “a Kodak não soube migrar para as Câmera Digitais”
Mas esse fato NÃO poderia estar mais equivocado!
A Kodak foi a precursora da tecnologia das câmeras digitais e chegou a ser líder desse mercado! Só que nem todo mundo lembra disso.
Olha esse comercial de 2010 ai embaixo! Ta tudo certinho: câmera moderninha, colorida, com celebridades caríssimas fazendo propaganda.
Qualquer um naquela época teria certeza de que a Kodak estava no caminho certo.
O comercial tinha o , os mais quentes da época.
Mas espera aí… então o que deu errado?
Foi o seguinte:
A empresa não soube construir sua saída do seu mercado antigo. Insistiu em investir caixa para manter o zumbi vivo. Ou seja, ao mesmo tempo, que estava acelerando as câmeras digitais tentou manter vivo o produto antigo à força, dispersando recursos e foco.
E por fazer isso, não conseguiu recursos disponíveis para investir no que ia ALÉM DA CÂMERA DIGITAL. Ficou presa na “pseudo-inovação” da câmera digital e não viu que os smartphones iriam detonar esse mercado rapidamente.
A câmera digital era tão disruptiva para a Kodak que ela não conseguiu ver no mercado que a substituição dela (smartphone) viria muito em breve.
Irônico? Sim. Mas acontece todos os dias.
A Kodak foi vítima das câmeras ANALÓGICAS E DIGITAIS, que era o seu grande “ganha-pão”.
Então qual a solução?
Seria criar uma linha de smartphones?
Talvez. Mas olhando com a visão de 2021 e um pensamento mais moderno, a Kodak tinha a faca e o queijo na mão para criar o precursor do Instagram, ou ter comprado a empresa no lugar de Zuckerberg.
Seria uma maneira de perpetuar seu Propósito (momentos memoráveis através de imagens, vídeos, o que for).
Dinheiro não faltava. Faltou estratégia e visão de longo prazo.
E você que acompanha a StartSe e a Valeon já entendeu que a Nova Economia não perdoa falta de visão e estratégias ultrapassadas.
Só se vive para sempre, quem aprende a morrer o tempo todo.
Isso posto, tenho uma pergunta para você.
Sua empresa já está “se matando” e revivendo diariamente ou está sendo passada para trás?
Você está olhando seus novos planos e estratégias como deveria?
A Kodak pensou estar na “crista da onda”, mas levou foi uma bela rasteira por pura miopia.
O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?
Moysés Peruhype Carlech
Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas desse Camelódromo na no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.
Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?
Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no Camelódromo? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?
Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelo Camelódromo/Shoppings, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos camelódromos e shoppings centers, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.
É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente. Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.
Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer.” – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.
O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.
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Lula e Alckmin no jantar organizado pelo grupo Prerrogativas.| Foto: Ricardo Stuckert/PT
Em 2014, três advogados, ex-colegas da faculdade de Direito, montaram um grupo de WhatsApp para discutir dois assuntos: o avanço da Operação Lava Jato, deflagrada no início daquele ano; e o questionamento, por parte do PSDB, do resultado da eleição presidencial, na qual seu então candidato, Aécio Neves, perdeu para Dilma Rousseff. Na visão desses três advogados, eram fatos que, no futuro, poderiam colocar em risco a democracia. O grupo foi batizado de Prerrogativas.
“A gente entendia que a Lava Jato era o avanço de um processo que já tinha começado na ação penal 470, o chamado mensalão, quando o Supremo Tribunal Federal foi palco de espetacularização da Justiça criminal, com forte apelo midiático. Quando as eleições acabaram, Aécio assumiu a tribuna do Senado e fez um discurso muito raivoso, questionando o resultado. Ali sentimos que poderia estar nascendo o ‘ovo da serpente’, que poderia colocar a democracia e as instituições em risco. E a gente resolveu criar o grupo como uma espécie de observatório da democracia”, diz o advogado Marco Aurélio de Carvalho.
É assim que ele descreve a origem do Prerrogativas, grupo que fundou e hoje coordena, e se notabilizou nos últimos anos pelas sucessivas derrotas que ajudou a impor à Lava Jato e, principalmente em 2021, por uma série de ações contra o governo do presidente Jair Bolsonaro.
Mais recentemente, o grupo também organizou o jantar em que Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin se encontraram em público pela primeira vez para discutir a possibilidade de o ex-tucano ser o vice do petista nas eleições de outubro.
Como surgiu o grupo Prerrogativas Em entrevista à Gazeta do Povo, Marco Aurélio de Carvalho contou a história do grupo Prerrogativas e rebateu várias das críticas às suas ações.
Inicialmente, faziam parte do Prerrogativas apenas o próprio Marco Aurélio e os também advogados Fabiano Silva dos Santos e Gabriela Araújo. O trio militava no movimento estudantil nos anos 1990 e dirigiu o centro acadêmico dos alunos de direito da faculdade de Direito da PUC de São Paulo durante cinco anos, até 2001.
Atualmente, o grupo reúne mais de 200 “colaboradores”, muitos antigos amigos e a maioria colegas criminalistas, alguns juízes e promotores aposentados, e vários professores e acadêmicos das ciências humanas e sociais.
Os “colaboradores” são chamados assim porque o “Prerrô”, como é conhecido internamente, não tem um CNPJ, não é empresa nem associação, mas organiza-se informalmente, basicamente para publicar artigos na imprensa geral e jurídica, promover palestras e debates, e participar de julgamentos importantes no Supremo Tribunal Federal e audiências no Congresso Nacional sobre os mais variados temas.
A influência que alcançaram decorre, em parte, da notoriedade dos advogados, uma elite bastante influente nos anos do PT no poder e que agora, com o ocaso da Lava Jato, vem se reabilitando na cena pública. Há entre eles vários advogados que defenderam condenados no mensalão e que, após amargarem outras derrotas nos processos do petrolão, conseguiram, enfim, reverter condenações ou anular investigações do esquema de corrupção na Petrobras e em outras estatais.
É o caso, por exemplo, de Alberto Zacharias Toron, que advogou para o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT) na ação do mensalão e que, mais recentemente, livrou de processos o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine e também o deputado Aécio Neves (PSDB), delatado por ex-executivos da Odebrecht e da J&F.
Também colaboram com o grupo Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que defendeu o ex-presidente Michel Temer; Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, notório defensor de políticos, principalmente da velha guarda do MDB; Dora Cavalcanti e Augusto de Arruda Botelho, que advogavam para a Odebrecht; Fábio Tofic Simantob, que defendeu o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o marqueteiro João Santana; Flávia Rahal, que defendeu o ex-governador José Serra; e Roberto Podval, de ampla clientela, que vai desde José Dirceu, do PT, ao ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, do governo Bolsonaro.
Como o Prerrogativas ajudou a impor derrotas à Lava Jato A força que o grupo ganhou nos últimos anos pode ser demonstrada nas várias derrotas impostas à Lava Jato, inimiga declarada do Prerrogativas. Em 2019, dos 12 advogados que falaram no julgamento do STF que derrubou a prisão após condenação em segunda instância, 11 eram do grupo. A prisão em segunda instância era um dos principais pontos defendidos por integrantes da Lava Jato como mecanismo de combate à corrupção.
Advogados do Prerrogativas também tiveram forte influência, junto aos ministros do STF e na comunidade jurídica, nas decisões da Corte que levaram casos de corrupção e lavagem para a Justiça Eleitoral. Também foram influentes na anulação de condenações em que réus delatados não tiveram a última palavra nas alegações finais da defesa. E, sobretudo, na anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na declaração de suspeição do ex-juiz Sergio Moro pelo STF. Antes dessas decisões, o grupo lançou dois livros, com dezenas de artigos, dedicados a apontar as supostas arbitrariedades do juiz e da força-tarefa de Curitiba nos inquéritos e ações penais do tríplex de Guarujá e do sítio de Atibaia.
Não à toa, os mais que se destacam no grupo são os mais ligados ao PT, como o próprio Marco Aurélio de Carvalho, filiado há mais de 30 anos ao partido; e apoiadores fiéis de Lula, como os professores e advogados Pedro Serrano e Lenio Streck, os deputados federais Paulo Teixeira, Wadih Damous e Vicente Cândido, os ex-advogados-gerais da União José Eduardo Cardozo e Luís Inácio Adams, além dos ex-ministros Fernando Haddad e Gilberto Carvalho.
“O Prerrô, dentro do meio ambiente político-jurídico, é um animal, um ente que surgiu como modo de defesa do próprio Direito e da política, dentro de um ambiente hostil, que é o ‘lawfare’ e tudo o que a Lava Jato fez. É uma construção, uma resposta do sistema. Ele foi sendo construído exatamente por causa de gente como Sergio Moro e [Deltan] Dallagnol. O Prerrô não é produto de uma agrura, é uma resposta sistêmica de um meio ambiente hostil da política e do Direito, que necessitava de um grupo forte que fizesse a denúncia dos desmandos [da operação]”, disse, em entrevista recente ao site Diário do Centro do Mundo o advogado e professor de direito constitucional Lenio Streck, um dos mais ativos acadêmicos do grupo.
Apesar da forte presença de petistas históricos, Marco Aurélio de Carvalho garante que o Prerrogativas não é um braço jurídico do PT. “Eu sou petista, filiado há quase 30 anos, que se orgulha dessa condição e nunca teve constrangimento nenhum, muito menos agora, que o PT foi reabilitado depois da injustiça que sofreu. Mas minha atuação pessoal, do ponto de vista partidário, que sempre foi ligada ao PT, nunca contaminou a atuação do grupo”, disse à reportagem, ressaltando a colaboração de advogados de políticos de outros partidos.
Na guerra contra a Lava Jato, o grupo também pressionou o Congresso pela aprovação da proposta que aumentaria a influência política sobre o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), vista por procuradores como forma de perseguição àqueles que investigam políticos – advogados do grupo pediram ao órgão a punição do ex-chefe da força tarefa do Paraná Deltan Dallagnol, por exemplo. Membros do Prerrogativas também apoiaram, no projeto do novo Código Eleitoral (ainda em tramitação), uma quarentena de quatro anos para juízes e promotores disputarem eleições.
Grupo também se contrapõe ao governo Bolsonaro A atuação do Prerrogativas foi além da Lava Jato, para se contrapor também ao governo Bolsonaro. Em 2021, por exemplo, membros do grupo bateram na proposta do voto impresso, se opuseram ao critério do marco temporal para demarcação de terras indígenas, apoiaram protestos de rua a favor do impeachment e deram suporte à CPI da Covid para apontar supostos crimes do presidente na pandemia.
Nessas duas frentes de batalha – grosso modo, contra Moro e contra Bolsonaro – o grupo realizou inúmeras conversas e debates com ministros do STF e políticos de peso do Congresso. Em 2021, foram feitas lives com Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Otto Alencar (PSD-BA), todos integrantes da CPI. Também conversaram com antigos apoiadores de Lula: Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Celso Amorim (ex-ministro das Relações Exteriores), Gleisi Hoffmann (presidente do PT). Ainda fizeram debates ao vivo com os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e com o procurador-geral da República, Augusto Aras.
Para Marco Aurélio de Carvalho, o relativo êxito no esvaziamento da Lava Jato e na ofensiva contra Bolsonaro não é exatamente fruto da influência de seus advogados no mundo político – afinal, são eles que defendem boa parte dos deputados, senadores e ministros com processos nos tribunais. Para o fundador e coordenador do Prerrogativas, a força que o grupo adquiriu resulta de “disciplina e humildade”.
“Nunca deixamos de fazer o debate, nunca nos negamos a debater com ninguém. Nunca deixamos de ocupar os espaços. De forma bastante organizada, escrevemos milhares de artigos no decorrer desses últimos oito anos. Ocupamos todos os espaços na grande mídia, levamos nossas ideias para o Parlamento, para todos os partidos. Não deixamos de combater no campo adversário. Fomos enfrentar o Moro na Globo, onde ele sempre teve apoio, carinho e respaldo. A gente passou a ser ouvido mesmo por aqueles que não concordavam com a gente. Aí estabelecemos pontes com o Parlamento brasileiro, com diversas forças políticas, com diversos campos, não só o progressista, mas também o conservador. Sempre partindo de uma afinidade de princípios e propósitos, que é a defesa da democracia e das instituições”, afirma.
Seria, então, o Prerrogativas um grupo que representa o que apoiadores de Bolsonaro chamam de “velha política”, “sistema” ou “establishment”? Marco Aurélio de Carvalho também nega e reforça que o objetivo sempre foi defender a democracia e as instituições.
“Nós somos a novidade porque – num momento em que as instituições de um modo geral estão sendo tão duramente surradas, em que a democracia está sendo de forma reiteradamente colocada em xeque, em que a Constituição está sendo tão duramente atacada – defender os valores democráticos, defender a liberdade, não deixa de ser revolucionário e de ser algo inovador. Representamos o novo. O mais do mesmo está do lado de lá, cheira a mofo, representa o autoritarismo, o atraso, a intolerância”, afirma o advogado.
Um dos focos para isso, acrescenta, é combater o “ativismo judicial” que, como costuma dizer, tem duas faces: a “judicialização da política” e a “politização da Justiça”.
“Judicialização da política é utilizar o aparato da Justiça com objetivos políticos e eleitorais. Perseguir determinadas lideranças políticas para tirá-las de processos eleitorais, como o Moro fez com o Lula em 2018”, afirma.
E quanto às diversas ações levadas ao STF pela oposição, com apoio do grupo, para derrubar medidas do governo Bolsonaro e políticas aprovadas no Congresso? Não seriam formas de judicializar a política?
Para o coordenador do Prerrogativas, não necessariamente. “Existe um cabedal de instrumentos jurídicos à disposição da sociedade civil para poder questionar determinadas ações e omissões criminosas de determinados detentores de poder. É natural. O processo de impeachment, por exemplo, existe nessa perspectiva. Não estamos usando a Justiça para perseguir o Bolsonaro. Estamos usando a Justiça para responsabilizar o Bolsonaro pelos crimes que ele cometeu, pelas ações e omissões criminosas que a gente sabe que ele cometeu. Então não é com o objetivo das eleições de 2022. Em 2022, nós vamos enfrentar o Bolsonaro nas urnas, com o poder do voto”, diz.
Questionado se advogados do grupo não teriam interesse em barrar Jair Bolsonaro ou Sergio Moro da disputa presidencial em 2022, tornando-os inelegíveis, Marco Aurélio de Carvalho tergiversa. “Acho que isso não. Eu teria que consultar o grupo e falar com uma série de pessoas. Se houver motivos… O problema não está em você perseguir a inelegibilidade de alguém, o problema é construir a inelegibilidade. Se existirem razões fundantes para que a inelegibilidade seja declarada, ele tem que ser declarado inelegível”, afirma.
Marco Aurélio de Carvalho nega que a pressão e as iniciativas do grupo contra Sergio Moro na Justiça configurem uma perseguição judicial, o que chamam de “lawfare”. “Ao denunciar para o Supremo que o Moro atuou de forma parcial e criminosa, a gente não está colaborando para a politização do Judiciário. Ao contrário: a gente está dando para o Judiciário uma oportunidade dele reacreditar o sistema de Justiça”, diz.
Por que o Prerrogativas aproximou Lula e Alckmin Em 19 de dezembro, o grupo Prerrogativas mais uma vez chamou a atenção por promover o jantar, num restaurante de luxo em São Paulo, para centenas de convidados (principalmente políticos e advogados), que selou a aproximação entre Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin. Políticos próximos de cada um tentam convencer o ex-tucano a ser candidato a vice-presidente na chapa de Lula em 2022.
Questionado sobre o papel do Prerrogativas nessa articulação, Marco Aurélio de Carvalho adotou um tom modesto. “Nós fomos o veículo do encontro de duas lideranças políticas, que até o dia de ontem, eram antagônicas. Mas não estamos operando por essa ou qualquer outro tipo de aliança. Nosso compromisso é com a construção de uma frente verdadeiramente ampla para defesa da democracia e das instituições. E nisso cabe o Lula, o Alckmin, cabe muita gente”, diz, acrescentando que a chapa ainda não está fechada.
O discurso de viés esquerdista, no entanto, é evidente. No próprio jantar, em discurso, Marco Aurélio de Carvalho repetiu bordões comuns àqueles que se definem como progressistas. “Somos uma sociedade autocrática, escravagista, preconceituosa, machista e patriarcal. A classe dominante não perdoa a quem mexe com seus privilégios. Mais cedo ou mais tarde, ela cobra seu preço”, afirmou. Como mostrou a Gazeta do Povo, para entrar no jantar, cada convidado teve de pagar R$ 500 – o Prerrogativas diz que cerca de R$ 300 mil arrecadados vão bancar cestas básicas para a população pobre. Lula foi presenteado com um troféu, uma toga e um quadro de Cândido Portinari.
No Twitter, Moro postou que foi um jantar “comemorativo da impunidade da grande corrupção”. Marco Aurélio diz que o Prerrogativas não é contra o combate à corrupção, mas a favor de que ele se dê dentro dos limites da lei. “Não podemos, a pretexto de combater a corrupção, esquecer princípios fundantes do Estado de Direito, como o princípio do juiz natural e o princípio da imparcialidade. Não acreditamos que valha tudo, a qualquer custo, em qualquer circunstância, para combater a corrupção”, diz.