Supermercado em Buenos Aires: em cem anos, inflação média no país foi de 105% ao ano.| Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni
Em abril de 2019, a Gazeta do Povo publicou um editorial sobre os males do populismo econômico, cujo teor é atual e válido para esclarecer e contribuir com o discernimento da população diante de promessas demagógicas, que são a marca das campanhas eleitorais. Dada a fundamentação de como a demagogia funciona e o comprovado malefício do populismo político e administrativo – num efeito totalmente inverso ao que promete –, é útil que esse assunto seja trazido à discussão novamente, pois, como sempre acontece, as eleições federais e estaduais de outubro serão palco para a demagogia, populismo e promessas inviáveis.
Nos países pobres, onde as camadas pobres suplicam por melhorias e políticas sociais a seu favor, os candidatos tendem a usar o recurso das soluções simplistas e milagrosas embutidas em suas promessas populistas com a finalidade exclusiva de conquistar votos, mesmo quando eles próprios sabem que suas promessas não solucionam os problemas nem serão viáveis em sua administração, caso cheguem ao poder. Vale notar que, apesar de descumprirem com regularidade suas promessas, os demagogos vêm sendo reeleitos sistematicamente, razão por que o populismo não sai de moda nem os populistas são punidos por não cumprirem o que prometem.
O economista Nicolás Cachanosky, professor na Metropolitan State University, em Denver (EUA), escreveu um ensaio em 2016 sobre o que ele chamou de “as quatro etapas do populismo econômico”, e tratou do percurso que o populismo percorre desde a indignação com a pobreza até as más consequências das soluções adotadas. Essas soluções sempre vêm com a aparência de solidariedade aos pobres e de caráter humanitário, para depois se revelarem desastrosas até mesmo para os pobres. Tomando dados da realidade e estudos antes feitos por outros economistas, Cachanosky concluiu que os programas populistas em geral contêm forte intervenção do Estado na economia, incentivo desordenado ao consumo, descaso com os investimentos de longo prazo, excesso de gastos, imprudência fiscal, déficits públicos e endividamento governamental.
Apesar de descumprirem com regularidade suas promessas, os demagogos vêm sendo reeleitos sistematicamente, razão por que o populismo não sai de moda nem os populistas são punidos por não cumprirem o que prometem
As receitas populistas sempre trazem alguns elementos comuns, como a proposta de dar dinheiro, assistência social, mercadorias e outras ajudas aos pobres – tal ajuda não é errada em si mesma; programas de transferência de renda são defendidos e propostos por economistas liberais como Thomas Friedman; o problema está em defender o auxílio sob o argumento de que isso é mais importante que a preocupação com déficit das contas públicas. Cachanosky afirma que as experiências têm demonstrado que o populismo é insustentável no longo prazo e percorre quatro estágios desde sua implantação até chegar ao fracasso final, citando os exemplos de Argentina, Venezuela, Brasil e outros. A expressão “os quatro estágios universais inerentes ao populismo” já havia constado de um artigo intitulado Macroeconomic Populism, publicado no ano de 1990 por dois renomados economistas, Rudiger Dornbusch e Sebastián Edwards, no qual eles explicam o trajeto das políticas populistas até o resultado final, em geral oposto ao pretendido.
Entre outras características, o populismo tem como essência a promessa de soluções simples para problemas complexos e a tentativa de fazer o público acreditar que tais soluções somente não foram implantadas por incompetência ou insensibilidade dos adversários políticos e dos governos anteriores. Também faz parte do discurso populista afirmar que o governo pode tudo e a solução depende apenas de vontade política para aplicar os remédios que ele propõe. Candidatos populistas e demagogos, como não poderia ser diferente, se apresentam como os salvadores da pátria e os únicos capazes de resolver os problemas. Os quatro estágios do populismo são os que seguem.
No primeiro estágio, o populista destaca o que vai mal na economia e na vida dos eleitores; diz que, se eleito, criará programas assistencialistas e paternalistas que, em geral, atacam os sintomas dos males sociais em foco, porém sem eliminar as causas de tais males. O resultado é sempre uma sequência previsível: aumento dos gastos, inchaço da máquina estatal, medidas conducentes ao consumo insustentável, terminando por estourar as contas do governo e dificuldade de continuar a prática populista. Nos momentos iniciais das medidas populistas, pode parecer que a coisa vai funcionar, mas não dura muito até que a frustração chegue. Esse tipo de situação já ocorreu várias vezes nos países latino-americanos e, neste momento, está se repetindo em alguns deles.
Uma prática comum a todo governo demagogo e populista é o congelamento de preços dos produtos ofertados por empresas estatais, como é o caso da energia, combustíveis e transporte público. No Brasil, esse figurino já esteve presente em vários governos, a exemplo de José Sarney (1985-1990) e praticamente todos os governos que lhe seguiram, com algumas exceções curtas. O caso mais barulhento e desastroso em tempos recentes foi o congelamento de preços de energia e combustíveis pelo governo Dilma Rousseff, que teve entre seus efeitos a quase destruição da Petrobras e a fragilização de outras empresas estatais.
O segundo estágio ocorre uma vez passada a euforia inicial da primeira fase. O exemplo lapidar na história recente brasileira foi o Plano Cruzado, do governo Sarney, em 1986: as medidas radicais de congelamento de preços pareciam funcionar a princípio, mas em poucos meses terminaram em descalabro, com inflação, desorganização do sistema de preços, escassez de produtos, recessão, desemprego, explosão da dívida pública e desestímulo aos investimentos. Claro que o populista nunca assume seus erros e sempre procura bodes expiatórios nos empresários, especuladores, investidores financeiros, capitalistas e outros demônios inventados para não assumir a culpa de seus atos.
O estágio seguinte, o terceiro, é aquele em que a recessão, o desemprego, a inflação e as crises de abastecimento se apresentam de forma grave – aí está a Venezuela mostrando a inexorável sequência da demagogia e do populismo –, levando o mundo a desacreditar na capacidade do país em sair da crise. Na sequência, os investidores internacionais fogem, retiram seus capitais, os bancos estrangeiros negam novos financiamentos, o balanço com o resto do mundo entra em déficits, o preço do dólar explode e a fuga de capitais nacionais se torna corriqueira. Quando chega a esse ponto, o populista aplica doses maiores do veneno que criou a crise, aumenta impostos, empobrece o setor privado produtivo e a crise se torna estrutural. A Argentina, país que já foi desenvolvido e tinha tudo para ser uma das nações mais ricas do mundo, está aí como a prova dos estágios trágicos da demagogia e do populismo, apesar de a população continuar elegendo os populistas com singular rotina.
A dificuldade da população em rejeitar medidas populistas é que elas surgem embaladas em bonitas intenções, ainda que em seu conteúdo mais agravam o mal que pretendem combater
Por fim, no quarto e último estágio, em que o governo populista é tirado do poder (se for nação democrática), o novo governo tem de enfrentar as distorções e adotar medidas impopulares para tentar consertar a bagunça que, apesar de ter sido feita em nome da ajuda aos pobres, agora é o maior castigo justamente para os pobres. Na América Latina, é muito difícil o apoio a programas de ajuste capazes de colocar as nações no rumo do crescimento, pois os países pobres pedem urgência (com certa razão, dado o flagelo da pobreza) e não há paciência para esperar até que os planos produzam efeitos.
Nunca é demais recitar a principal regra da economia: um povo somente consome o que ele próprio produz; logo, os governos sucessores dos populistas não escapam de amargar impopularidade no período entre a recessão e a recuperação. No caso de recessões, há sempre um hiato entre as medidas para combatê-las e o início da retomada do crescimento econômico, período que é doloroso especialmente para os pobres e os desempregados. A dificuldade da população em rejeitar medidas populistas é que elas surgem embaladas em bonitas intenções, ainda que em seu conteúdo mais agravam o mal que pretendem combater. Entretanto, não se pode confundir medida populista com medidas sociais sérias e realistas, adequadas à realidade local, com potencial para resolver os dramas que os países pobres enfrentam. Uma das razões é que rigorosamente toda política econômica ou social mexe com interesses, e os grupos de interesses são mais organizados e com maior poder de desestabilização do governo do que a grande massa anônima de pobres. Aí está o desafio.
Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes expediu diversos pedidos e decisões relacionados à liberdade de expressão e opinião em 2021.| Foto: Rosinei Coutinho/STF
O ano de 2021 não foi fácil para os defensores da liberdade de expressão e opinião. Casos de censura, prisões, desmonetização, remoções de contas ou conteúdos em mídias sociais, quebras de sigilo com pouca ou nenhuma fundamentação jurídica ou movidos por meros achismos tornaram-se comuns. Infelizmente, o prognóstico para o próximo ano também não é dos melhores.
Mesmo sendo um dos preceitos fundamentais para um Estado Democrático, é importante ressaltar logo de início que a liberdade de expressão, como outros direitos, não é absoluta. Isso significa que em casos específicos – já definidos pela legislação – ela pode ser limitada juridicamente. Mas o problema é que esse argumento – de que a liberdade de expressão e opinião não é irrestrita e absoluta – está sendo usado como pretexto para justificar abusos. E eles incluem até a censura prévia de conteúdos e opiniões que não configuram nenhum crime.
“Existiam dispositivos legislativos para conter essa expressão, mas hoje há uma ampliação desses crimes de opinião”, ressalta Adriano Gianturco, coordenador de Relações Internacionais do Ibmec-MG. Além disso, para ele o ativismo político permeia muitas decisões judiciais, especialmente aquelas vindas do Supremo Tribunal Federal (STF), o que é um sério risco. “Hoje em dia as democracias não morrem com golpes ou tanques nas ruas, morrem gradualmente na margem da lei, ou por excessos do Judiciário”, declara.
STF contra a liberdade de expressão Da mesma forma pensa o filósofo e editor Pedro Henrique Alves, para quem o Supremo tem demonstrado agir, seguidas vezes, de forma autoritária. “Alguns temas já iniciam com um placar de votos pronto. O Supremo de um país não deveria ter uma cartilha ideológica, e o nosso obviamente tem”, diz. Nesse sentido, ele lembra o caso do deputado federal Daniel Silveira (PSL), que acabou preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes após ter publicado um vídeo com críticas e ofensas a ministros da Corte. Posteriormente, o parlamentar teve a prisão revogada, mas acabou sendo proibido de se manifestar em redes sociais e dar entrevistas, numa medida que juristas consideraram inconstitucional e abusiva.
Segundo o filósofo, o Supremo Tribunal “burla a Constituição para prender desafetos”, e isso configura autoritarismo político. “Para todos os que são de direita conservadora e extrapolam algum nível de debate político, eles [membros do STF] criam um crime de opinião e prendem, como fizeram com Daniel Silveira”, explica Alves.
Outro ponto a ser considerado, de acordo com o advogado Ariel de Castro, especialista em Direitos Humanos e Segurança Pública, é que a Constituição prevê o conceito de presunção de inocência, ou seja, que ninguém pode ser considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Assim, cercear previamente o direito de expressão ou opinião ou ainda retirar do ar páginas ou conteúdos sem antes analisar seu teor, seria um atentado direto a esse princípio. “As pessoas deverão ser responsabilizadas após cometer o crime, de acordo com a legislação criminal ou civil”, afirma. “Precisamos de moderação com relação a esses assuntos”, completa o advogado.
Entre os limites à liberdade de expressão, por exemplo, está o respeito a bens personalíssimos, como a honra, a privacidade e a imagem. Apologia ao crime e racismo são outras condutas que devem ser penalizadas. Essas são restrições bastante pontuais e bem delineadas. Para os demais, deve prevalecer a Constituição, que prevê, em seu artigo 5º ser “livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato” e “livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”.
Porém, o problema é que até esses pressupostos constitucionais acabam sendo “interpretados” – muitas vezes de forma problemática, como alerta o advogado Ariel de Castro. Para ele, o que existe é uma espécie que “interpretação majoritária” da Constituição por parte dos ministros do STF. “Na medida em que a composição do Supremo muda, as interpretações também podem mudar”, explica.
A desculpa das “fake news”
Uma das justificativas usadas pelo Judiciário em muitas das decisões questionáveis em temas relacionados à liberdade de imprensa é o combate às fake news. O problema é que nem ao menos existe uma definição jurídica clara sobre o que seriam as fake news e nem como enquadrá-las do ponto de vista criminal ou civil.
Projetos atualmente em discussão no Congresso, como a chamada de Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, até tentam preencher essa lacuna, mas ainda são vagos. A proposta, que prevê a criminalização dos disparos em massa de “mensagens inverídicas”, que possam causar “dano à integridade física” ou “comprometer a higidez do processo eleitoral”, peca pelo uso de conceitos ambíguos e pela falta de especificidade do que seria considerado crime. No texto não há definições sobre qual número de envios ou compartilhamentos poderia ser caracterizado como disparo massivo, nem quais critérios devem ser usados para estabelecer se um conteúdo é ou não verídico.
Enquanto não há uma definição sobre o que são as fake news, o termo passou a ser usado de forma indiscriminada, sendo associado, por exemplo, a discursos ou conteúdos que simplesmente contrariam certos posicionamentos majoritários. Isso ocorreu, por exemplo, nas decisões contrárias à divulgação de estudos ou opiniões a respeito de tratamentos alternativos ou questionamentos sobre as medidas adotadas duramente a pandemia de Covid-19.
Um exemplo foi o ocorrido com o jornalista Fernando Beteti, que foi simplesmente proibido de publicar vídeos em seu canal no YouTube com fontes que “contradigam as autoridades de saúde locais ou as informações médicas da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o COVID-19”. A sentença foi proferida pelo juiz Antonio Carlos de Figueiredo Negreiros, da 7ª Vara Cível de São Paulo.
Também há as chamadas big techs, grandes provedoras de serviços de internet e redes sociais, que apelam ao combate das fake news para remover conteúdos e contas de acordo com seus próprios critérios. “É surreal imaginar empresas privadas centralizando o debate social de toda uma nação. É imoral, socialmente dizendo, que uma empresa diga o que eu possa ou não falar”, afirma Pedro Henrique Alves. “Quando você se sente ofendido tem instrumentos para reaver sua honra, mas quando empresas começam a ditar o que é certo ou errado no debate público não temos resguardo jurídico, mas uma condução do debate”, afirma.
Agências de checagem sem critérios Nesse cenário confuso, têm se recorrido às chamadas agências de checagem para fazer a distinção entre fake news e opiniões ou conteúdos verdadeiros. Foi o que anunciou, por exemplo, o STF, que prevê em seu Programa de Combate à Desinformação (PCD), lançado em setembro, a contratação dessas empresas para “buscar solucionar o problema da desinformação e dos discursos de ódio”.
Como já mostrou a Gazeta do Povo, as agências de checagem de informações estão longe de serem isentas, possuindo interesses econômicos ou ideológicos bem claros. Assim, no entender de especialistas, é temerário deixar para essas empresas o papel de definir a verdade e de estabelecer o que pode ou não ser dito.
Como ressalta o filósofo Pedro Henrique Alves, “as agências checam as verdades que lhes convém”. Segundo Alves, a checadora da sociedade deve ser a consciência individual de cada um, uma vez que somos dotados de razão e poder de interpretação. “Quando existe a terceirização da capacidade de interpretação racional para uma empresa privada você está simplesmente abandonando sua própria consciência, isso é o conceito de alienação”, diz. Para o filósofo, o debate – e o posicionamento – das agências sempre será pautado pela ideologia. “A busca da maturidade politica é sempre a saída”, conclui.
Adriano Gianturco concorda. Segundo ele, idealmente as agências reguladoras teriam o papel de limpar a arena política das coisas negativas, como fake news, discurso de ódio, calúnia e difamação. A dúvida é se elas são, de fato, capazes de fazer isso. “E a resposta a essa pergunta é não”, diz.
*** Veja abaixo mais algumas notícias alarmantes sobre liberdade de expressão e opinião ocorridas em 2021:
Desmonetarização de canais conservadores
Uma decisão do corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luis Felipe Salomão, em julho deste ano, fez com as redes sociais suspendessem o repasse de valores a canais que, segundo o entendimento de Salomão, “comprovadamente” propagam desinformação sobre as eleições. Os canais listados na decisão divulgaram os questionamentos do presidente Jair Bolsonaro em relação às urnas eletrônicas. A decisão atingiu, por exemplo, canais como Te Atualizei, Jornal da Cidade Online, Terça Livre, Folha Política e Vlog do Lisboa. Mesmo que a decisão não tenha impedido a veiculação de conteúdos, comprometeu significativamente a arrecadação de recursos e consequentemente a manutenção dos canais.
Censura à ciência Em meio à pandemia de Covid-19, casos de censura ou restrição de conteúdos contendo questionamentos sobre medidas como o lockdown ou passaporte da vacina, bem como sobre a eficácia e possíveis efeitos colaterais das vacinas foram sistematicamente taxados como “fake news”. Médicos e profissionais de saúde que se posicionaram contra posições de organismos como a Organização Mundial de Saúde também foram censurados pelas redes sociais e Justiça.
Proibição de entrevistas de Daniel Silveira
Deputado federal pelo PSL do Rio de Janeiro, Daniel Silveira foi preso no início deste ano por divulgar nas redes sociais um vídeo com críticas e ofensas a ministros do STF. O parlamentar foi preso em 16 de fevereiro de 2021, por ordem do ministro Alexandre de Moraes. O mesmo ministro revogou a prisão do deputado em novembro, mas determinou como medidas cautelares que o parlamentar não se manifestasse em nenhuma rede social e que não mantivesse contato com outros investigados em inquéritos conduzidos pelo STF. Posteriormente, Silveira foi proibido expressamente de dar entrevistas a veículos de comunicação. Como a Gazeta do Povo mostrou, juristas consideraram a proibição inconstitucional. Em nenhum país democrático, um parlamentar, eleito pelo povo, é proibido de dar sua opinião – ainda mais a partir de uma lei extinta, como é o caso da Lei de Segurança Nacional, pela qual o deputado foi preso, revogada em setembro deste ano.
Maurício de Souza e a cultura dos cancelamentos O ano de 2021 foi marcado por uma série de “cancelamentos”, ou seja, condenações midiáticas e boicotes contra quem diz algo contrário ao chamado politicamente correto. Um dos exemplos mais marcantes disso foi o do jogador de vôlei Maurício Souza. Em outubro, o jogador, medalha de ouro nas Olimpíadas de 2016, foi demitido do Minas Tênis Clube, onde jogava, por criticar o ativismo LGBT.
Ele foi alvo de uma campanha de cancelamento nas redes sociais depois de questionar, em um post, o uso da linguagem neutra em novela da Rede Globo. Em outra mensagem ele criticou o fato de a DC Comics ter caracterizado o atual Super-Homem como bissexual. Em um terceiro post, ele publicou uma foto crítica à inclusão de Gabrielle Ludwig na equipe feminina de basquete dos EUA. Ludwig era da Marinha Americana, mudou de sexo e fez cirurgia aos 50 anos, e fisicamente é maior e mais forte que as outras atletas.
Quebras de sigilo Durante os trabalhos da CPI da Covid, o relator, senador Renan Calheiros (MDB), apresentou diversos requerimentos pedindo a quebra de sigilo de dados, incluindo de informações bancárias, de pessoas, perfis e empresas que, segundo alegação de Calheiros, estariam relacionados a “disseminação de fake news”. Um dos pedidos era o da quebra de sigilo bancário do grupo Jovem Pan. No requerimento, Calheiros argumentou que queria “apurar o financiamento de informações falsas na pandemia de Covid-19”.
Em resposta, o presidente da emissora classificou o requerimento como “ataque à liberdade de expressão”. A ação de Calheiros causou repúdio da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) e da Federação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão (Fenaert).
Incitar a população
Já o cantor Sérgio Reis teve sua casa revistada pela Polícia Federal por “eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores”. Quem fez o pedido de busca e apreensão foi o ministro Alexandre de Moraes. O motivo da ação foi a divulgação de um áudio em que o cantor Sérgio Reis, conversando com um amigo, defende o afastamento dos ministros do STF e fala “Se em 30 dias não tirarem os caras nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra. Pronto. É assim que vai ser. E a coisa tá séria”. Depois da repercussão, o cantor disse estar arrependido e surpreso com o caso.
Roberto Jefferson O ex-deputado e ex-presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, foi preso preventivamente por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, em 13 de agosto deste ano, sob a acusação de atacar poderes da República e o Estado Democrático de Direito. Em sua decisão, Moraes coloca Jefferson como parte do núcleo político de uma organização criminosa que teria como objetivo “desestabilizar as instituições republicanas” e que vem sendo investigada pela Polícia Federal no chamado inquérito das “milícias digitais”. Ao mesmo tempo, o ministro afirmou que a prisão foi necessária para garantir a ordem pública e o adequado andamento da investigação.
Prisão por xingar o presidente
A fisioterapeuta Camila Santos Leitão acabou detida após xingar o presidente Jair Bolsonaro às margens da Rodovia Presidente Dutra, em Resende (RJ), no final de novembro. Bolsonaro chegava à formatura de cadetes na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Camila teve que preencher um termo circunstanciado assumindo o compromisso de comparecer em juízo quando for intimada. A fisioterapeuta responderá pelo crime de injúria, que tem pena prevista de um a seis meses de detenção.
Nosso repórter conversou com babalorixás, astrólogos e tarólogos para trazer as melhores e mais inquestionáveis previsões para 2022.| Foto: Bigstock
Como o texto das “previsões infalíveis” é um clichê literário dos mais repugnantes e ao qual só mesmo um cronista medíocre se submete, convém começar esta crônica com uma profecia autorrealizável: ainda no primeiro dia do ano, alguém escreverá um texto com “previsões infalíveis para 2022”. E este alguém hei de ser eu.
Direi que visitarei babalorixás, ciganas, astrólogos, tarólogos e ODFAs (otherworldly digital forescaster & analyst). E na frase seguinte me pegarei pensando que alguém pode estar neste exato momento me condenando por reduzir comunidades raciais, étnicas e religiosas a estereótipos. Darei de ombros para minhas reflexões e seguirei com o texto. E começarei falando das previsões do babalorixá para os fenômenos naturais.
Sem muitas delongas, contarei como o babalorixá me recebeu em seu “ateliê de futurologia”: ele riu do meu ceticismo. Descreverei o ambiente nos mínimos detalhes. E, assim que os búzios forem lançados, serei obrigado a abrir aspas para as palavras do afrodescendente de corpanzil avantajado e voz de menino na puberdade: “O mundo será novamente assolado por catástrofes. No Pacífico, um vulcão entrará em erupção. Ou continuará em erupção, esse trecho da profecia tá rasurado aqui. Haverá ao menos um terremoto no mundo. Também vejo enchentes e secas, furacões e tornados. E em absolutamente todas as ocasiões haverá ao menos um especialista para dizer que a culpa é do aquecimento global, digo, mudanças climáticas”.
Então pagarei o homem, pedirei nota e encaminharei para o departamento responsável pelo reembolso, antevendo as explicações que darei para justificar a despesa. Entrarei num táxi depois de cinco úberes (sic) cancelarem meu chamado e rumarei para o astrólogo. No caso, uma astróloga – ou pelo menos acho que é. Ela me falará de aspectos, de ângulos, de cúspides e de planetas, e me apontará o nódulo lunar. Tudo parecerá tão científico e ela falará tão bem e com uma voz tão melíflua (!) que, sem acreditar, até acabarei acreditando. Ou quase isso.
A astróloga começará com más notícias: perderemos celebridades do cinema, da música e da literatura. Da política também. Porque não sei o que o Sol, não sei o que lá na casa oito em trígono com Marte. Se entendi direito (e há, sim, uma grande chance de eu não ter entendido), ela falou de variantes do coronavírus e muita brigalhada por causa das doses de reforço da vacina. “Ao menos uma celebridade será cancelada depois de tropeçar nas palavras”, previu. Percebendo meu muxoxo diante de tanto pessimismo, porém, ela abrirá o mais belo sorriso (espero que seja ela mesmo) para dizer que meu time ganhará ao menos uma partida em ao menos um dos campeonatos que disputará ano que vem. Ufa.
Da astróloga seguirei para o tarólogo. Por algum motivo que me escapa, ele estará com pressa. Muita pressa. Assim correndo como se o mundo fosse acabar amanhã (vai?), ele embaralhará as cartas e as disporá a mesa. Nem um incensozinho ele acenderá. Nem uma musiquinha da Enya ele porá para tocar. Sendo sincero, mal dará tempo de eu me ajeitar na poltrona antes de ele começar a dizer atabalhoadamente que o Enforcado ou a Torre (tudo será tão rápido que farei anotações em garranchos quase ininteligíveis) indicam um verão quente e um inverno frio. Reclamarei, claro, de previsão tão vaga, ao que ele responderá agressivamente (tarólogos são considerados os pitbulls das artes divinatórias).
“Quer uma previsão específica?! Mas bem específica mesmo?!”, perguntará ele ameaçadoramente. Sem que eu possa responder, ele dirá que um repórter (ou uma repórter), diante da neve (ou geada) no sul do país, aparecerá na televisão (ou Internet) passando a mão no teto de um carro a fim de mostrar o acúmulo de gelo. E concluirá com um “tá muito frio”. Sairei da consulta meio assustado, mas até que satisfeito, sabia?
Do pinscher ao poodle das artes divinatórias, entrego minha mão e meu futuro a uma cigana de olhos escuros enormes. Fazendo cócegas, ela explora as linhas da vida, do amor e da saúde em minha mão velha. “Você escreverá mais de duzentos textos para a Gazeta do Povo”, dirá ela. “E uns o chamarão de bolsonarista, outros de petista, uns de moristas e outros de isentão”, complementará ela. “Mas o mais importante é que, no primeiro texto que você publicará em 2022, depois de mencionar as previsões de um babalorixá, um astrólogo (era homem), um tarólogo e de uma cigana, você abrirá um parágrafo para falar de política”, preverá ela. Ao que responderei com um “duvido!” teimoso.
Deixando o melhor para o final, pegarei outro taxi e atravessarei toda a cidade para encontrar num barraco um eremita que, me garantirão os produtores desta crônica, é o mais sábio e o melhor jogador de runas e ODFA do Universo. Pesquisarei o que são runas e não entenderei nada. Mas cumprirei a pauta mesmo assim. Fingirei que acredito na palavra dos produtores e chegarei ao barraco esperando encontrar um senhor magro de longuíssimas barbas. Que me oferecerá um chá suspeito (que recusarei) antes de fazer as tão aguardadas previsões eleitorais para 2022.
Nem precisarei perguntar quem vencerá as eleições de 2022. O eremita jogador de runas e ODFA se adiantará e dirá que o novo (ou velho) presidente do Brasil será um homem. Coitada da Simone Tebet, pensarei, mas não direi nada para não correr o risco de sofrer sanções do TSE. Diante do silêncio, o eremita se sentirá seguro para falar mais. E falará.
E ele não me decepcionará: “O nome do novo (ou velho) começa com consoante. Ele terá mais de 35 anos. Vencerá aquele que prometer acabar com a corrupção e com a fome, e que se disser capaz de resolver todos os problemas econômicos”. Perguntarei se é só isso e ele dirá que é só isso e que as runas estão um tanto confusas hoje e o programa que ele desenvolveu para a análise de ODC (otherworldly digital content) está com um bug. E eu voltarei para a redação onde comporei essa crônica planejando encerrá-la com minha onomatopeia preferida. Humpf.
Pela primeira vez, desde o regime militar, há um preso político trancado numa cela neste país
J. R. Guzzo, O Estado de S.Paulo
O Brasil encerrou o ano de 2021 com uma vergonha estampada no meio da testa: pela primeira vez, desde o regime militar, e num caso único em qualquer nação democrática do mundo, há um preso político trancado numa cela de presídio neste país. Em nome das “instituições democráticas”, e agindo como um porão de polícia secreta, o Supremo Tribunal Federal mantém preso há mais de quatro meses, sem direito de defesa e sem processo legal, um cidadão que não cometeu nenhum crime para o qual a lei brasileira prevê prisão. Está cumprindo pena sem ter sido processado, julgado e muito menos condenado.
O ex-deputado Roberto Jefferson está preso na penitenciária de Bangu porque dirigiu ofensas aos ministros do STF. Insulto não é nenhum crime que permita a autoridade pública jogar um cidadão na cadeia. No máximo, é delito de injúria, no qual o autor é processado em liberdade; caso condenado, jamais cumpre pena de prisão, ainda mais se é réu primário. Mas Jefferson não está respondendo a nenhum processo legal na Justiça – foi preso por ordem pessoal de um ministro do STF, e vai ficar na prisão por quanto tempo o ministro quiser, sem que seus advogados possam recorrer a nada ou a ninguém. Isso se chama prisão política. Só acontece em ditadura.
A prisão do ex-deputado é, como tantos outros, um ato puramente ilegal do STF. A desculpa utilizada pelo ministro Alexandre de Moraes – que neste caso consegue o prodígio de agir, ao mesmo tempo, como delegado de polícia, carcereiro, promotor e juiz – é que Jefferson é uma “ameaça à democracia”. Como assim? Por acaso ele está comandando algum grupo terrorista? Está armazenando armas para dar um golpe de Estado, ou treinando combatentes para atos de violência? É claro que não, mas e daí? Moraes acha que ele é uma “ameaça à democracia”, e isso, no seu entender, permite à autoridade ignorar a lei e eliminar os direitos individuais do acusado.
Tecnicamente, o ex-deputado está em “prisão preventiva” – medida que se aplica a criminosos que são um perigo real e imediato para a segurança dos demais cidadãos, ou que vão cometer crimes outra vez. É um disparate em estado puro, mas Moraes decretou que a prisão de Jefferson é “necessária e imprescindível” – o que consegue ofender, ao mesmo tempo, a lógica e a gramática. É onde estamos.
A mídia, as classes intelectuais, os defensores dos direitos humanos e o restante do “Brasil democrático” não dizem uma sílaba sobre nada disso. Como Jefferson é um homem de direita, acham que ele não tem direito à proteção da lei. Talvez esteja aí, no fundo, a pior vergonha
Pesquisa Ipec mostra que, no segmento entre 16 e 34 anos, 6 em cada 10 preferem não comentar o tema por causa da polarização
André Shalders e Thiago Faria, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA – Uma pesquisa recente do instituto Ipec mostrou que seis de cada dez jovens do País preferem não comentar nada de política nas redes sociais por causa da polarização e do radicalismo que o tema suscita. É o que pesquisadores têm chamado de “efeito Anitta”: o receio de ser alvo do mesmo tipo de “cancelamento” sofrido pela cantora pop em meados de 2020, quando participou de uma série de lives sobre política. Na ocasião, Anitta foi chamada de “ignorante” por internautas ao perguntar se ministérios faziam parte do Judiciário.
Mas, se não expressa suas opiniões políticas nas redes, onde se manifesta a parcela da população de 16 a 34 anos, que representa um terço do eleitorado? Segundo mapeamento da Fundação Tide Setubal, organização não governamental que atua com programas focados nas periferias das cidades, o contato com a política frequentemente se dá em outros espaços: na escola, nas igrejas e até nas festas.
É o que explica o cientista político Márcio Black, coordenador do Programa de Democracia e Cidadania Ativa da fundação. “Os espaços de formação política clássicos que a gente conhecia foram desmobilizados. Por exemplo: os sindicatos, o movimento estudantil, os grêmios, as juventudes dos partidos. Esses movimentos de base enfraqueceram ou perderam a importância para a juventude. Hoje, o jovem se forma politicamente na cultura periférica, na batalha de rap, na igreja e até no ‘pancadão’ (festas de funk feitas na rua). Em São Paulo, a Liga do Funk vem lançando candidatos nas últimas eleições”, disse ele.
AMBIENTES POLITIZADOS. “A sociabilidade do jovem hoje, especialmente nas periferias, acontece neste contexto. Então, é inevitável que seja politizado de alguma forma. Assim como as rodas de samba nos anos 1970 eram ambientes politizados. Até porque são movimentos que precisam se constituir como resistência. O ‘pancadão’ é o movimento cultural jovem que sofre a maior repressão policial e social, hoje. A partir disso, eles se organizam nessa associação e entendem que, para reverter essa repressão, eles precisam de alguém que os represente na Câmara Legislativa”, afirmou Black.
Aos 18 anos, a estudante Liz Catarina Lutes Costa Cabral de Oliveira disse que seu contato com temas políticos se deu ao frequentar as aulas de um cursinho pré-vestibular gratuito ligado a um movimento social em Valparaíso (GO), no entorno de Brasília. Ela, que é negra e se identifica como feminista e antirracista, admitiu preferir não abordar esses assuntos nas redes sociais. “Fiz uma postagem uma vez dizendo que preto não é ladrão e que não merecemos ser agredidos. Uma colega que estudou comigo no ensino médio veio me dizer que eu estava ofendendo a Polícia Militar, que não era culpa da organização se um policial fazia esse tipo de coisa (agressões), que era exceção. Eu mandei um monte de reportagens dizendo que não era exceção, e ela ficou com muita raiva”, relatou Liz.
WHATSAPP. As opiniões políticas da estudante, de esquerda, resultaram ainda na exclusão dos grupos de WhatsApp da família. “Eles acham que eu vou ‘causar’ lá dentro”, afirmou Liz, que disse preferir falar “cara a cara”: “De vez em quando tenho alguns debates com pessoas que convivem comigo”.
Pedro Arthur de Souza Lima, de 15 anos, também relatou ter sido “cancelado” ao tratar de política nas redes. O termo é uma referência aos ataques sofridos por alguém ao expressar suas opiniões. No fim de novembro, o adolescente, que mora em São Paulo, foi a Brasília com o avô. No “cercadinho” do Palácio da Alvorada, o jovem questionou o presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre gastos com o cartão corporativo. “Deixa de ser otário. Eu gasto zero com o meu cartão, Pedro”, respondeu Bolsonaro ao estudante. O momento foi registrado em vídeo.
“Quando teve esse episódio com o presidente, eu fui cancelado nas redes sociais. Na verdade, ainda estou sendo. São xingamentos, ameaças. Mas já fui cancelado pelos esquerdistas também”, disse Pedro, que defende pautas liberais. O jovem frequentou no ano passado a Academia MBL, um curso de formação para a base do Movimento Brasil Livre (MBL), grupo que defende o liberalismo econômico e que foi criado em 2014, como oposição aos governos do PT.
PARTICIPAÇÃO. A exemplo de Liz e Pedro, a maioria dos jovens está interessada em temas da política, apesar de não frequentar espaços tradicionais de formação, como os partidos. A pesquisa, realizada pelo Ipec a pedido da ONG global Avaaz e da Fundação Tide Setubal, mostrou que, dentre aqueles com até 18 anos e sem título de eleitor, 82% pretendem tirar o documento para votar em outubro. A maior fatia (29%) está motivada a fazê-lo por considerar que “o momento político é preocupante”. Apenas 2% disseram que não pretendem tirar o título de eleitor “porque o meu voto não fará diferença”.
O Ipec – empresa criada por ex-funcionários do Ibope – ouviu, em setembro passado, 1.008 jovens de 16 a 34 anos. A faixa etária representa 50,7 milhões de eleitores, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
51% dos jovens não confiam em partidos
Na contramão do interesse por política, o levantamento apontou que apenas 4% dos jovens ouvidos disseram “confiar muito” nos partidos, 41% afirmaram “confiar pouco” e 51% responderam “não confiar”.
Considerada um dos espaços alternativos onde jovens falam de política, a igreja foi essencial na formação da jornalista Luciana Petersen, de 24 anos, que hoje conduz um projeto social voltado para mulheres evangélicas. Na comunidade da Igreja Batista que ela frequenta sempre houve discussões sobre o tema – como a necessidade de escolher bons representantes, por exemplo.
“Mas era num sentido bem menos partidário do que o que se tornou em 2018”, disse a jovem, que mora em São João del-Rei (MG). “Em 2018, muitas denominações adotaram o bolsonarismo como uma religião. Vi igrejas apoiando Jair Bolsonaro como se fosse Messias. Gente falando que cristão de verdade só votaria nele e coisas assim”, afirmou a jornalista, que é filha de um pastor.
Luciana disse, ainda, que hoje enfrenta menos resistência ao discutir temas como o feminismo. “Eu sou a feminista crente. Então, hoje, não brigam muito comigo. Inclusive algumas portas foram abertas, de falar em igrejas sobre isso”, afirmou a jovem.
‘APRENDER’. Na avaliação da coordenadora sênior de campanhas da Avaaz, Nana Queiroz, uma das consequências da “fuga” dos jovens da discussão política nas redes sociais é impedir que eles cometam erros e aproveitem o aspecto positivo do “efeito Anitta”, que é aprender. “O que acontece é que esses jovens entram na arena para debater e não necessariamente sabem que, se eles usarem o termo ‘o travesti’ em vez de ‘a travesti’, por exemplo, eles vão ser ridicularizados. Há alguns anos, eu também comecei falando ‘o travesti’. E aí alguém foi lá e me avisou que não era adequado, e eu aprendi. Pedi desculpa pelo meu erro”, afirmou Nana.
DEBATE. Para a coordenadora da Avaaz, todo jovem deveria passar pelo que a cantora Anitta passou ao falar de política nas redes sociais. “Errar, ser corrigido e aprender. O problema não é estarmos criando um vocabulário mais inclusivo, mas, sim, como isto está sendo implementado. Com castigo, punição e medo, em vez de convidar para o debate. Estamos tirando dos jovens a possibilidade do ‘efeito Anitta’. Que é a possibilidade de fazer perguntas óbvias, de errar, de pedir desculpa, de mudar de ideia. Tudo isso é saudável para o debate político”, observou Nana, que é jornalista, ativista dos direitos das mulheres e autora do livro Os Meninos São a Cura do Machismo.
C-levels de companhias do setor apontam quais soluções e inovações devem ganhar destaque em áreas como Saúde, Varejo, Indústria, Logística, entre outras
Chegada do 5G a todas as capitais brasileiras, transformação digital acelerada nas organizações, consolidação de ferramentas tecnológicas para trabalho híbrido, ampliação do uso de Inteligência Artificial e Machine Learning. O ano de 2022 promete ser mais um ano de muitos avanços e inovações. Prova disso aparece no estudo da International Data Corporation (IDC), que aponta que a expectativa é que mais da metade da economia global seja baseada ou influenciada pelo digital em 2022. Também mostra que 70% de todas as empresas terão acelerado o uso de tecnologias digitais neste ano.
Mas, afinal, quais tecnologias devem ser protagonistas em 2022? Ouvimos a opinião de especialistas na área de tecnologia em diferentes segmentos para apontar quais as soluções e inovações irão se destacar. Confira a seguir as principais tendências:
Saúde: 5G
A pandemia acelerou o uso de Inteligência Artificial, Internet das Coisas e teleatendimento na área da saúde. Para 2022, a expectativa é que essas soluções sejam consolidadas, principalmente com a implementação do 5G. Para Gean Pereira, head de Inovação da healthtech Zitrus, a nova tecnologia irá acelerar soluções já existentes, agilizando diagnósticos e tornando os tratamentos mais assertivos, além de permitir a disseminação de dispositivos para monitorar a saúde dos pacientes e acionar, imediatamente, serviços de saúde. “O 5G irá garantir ainda mais qualidade e acesso às teleconsultas. Esse avanço na conexão vai melhorar toda a experiência de atendimento na saúde, que irá oferecer um acompanhamento mais personalizado, integrado e os pacientes irão assumir o protagonismo neste processo”, complementa.
Varejo: Softwares de gestão e Frente de caixa móvel
O checkout móvel é uma tendência focada na otimização da experiência do consumidor. A ideia geral envolve a substituição de um caixa físico por um dispositivo móvel com software que integra ponto de venda, meios de pagamento e emissão da nota fiscal, o que elimina filas. “Sem a obrigação de se limitar por trás dos caixas, todos os funcionários podem se concentrar nas necessidades de cada cliente, fazendo um acompanhamento do ciclo completo de atendimento — da chegada na loja até a efetivação da compra”, explica João Gustavo Pompeo, CEO da Eyemobile, empresa de tecnologias para vendas físicas e digitais. Com o PDV móvel, a equipe também passa a contar com informações na ponta dos dedos, podendo esclarecer dúvidas e fazer recomendações e ofertas com base em dados e históricos cadastrados.
Com o objetivo de dinamizar o acesso à documentos e integrar serviços, softwares de gestão que facilitam muito a vida do empreendedor também estarão entre os destaques do próximo ano na área de varejo. “Este é o caso de ferramentas como o Clipp360, por exemplo, que além de acelerar os processos administrativos, facilita o gerenciamento de empresas — que pode ser feito de qualquer lugar e a qualquer momento. A ideia é dar toda a mobilidade que o varejo de hoje necessita, trazendo nele recursos simples e de fácil utilização”, explica Marcio Bellini, diretor de Desenvolvimento da Compufour Zucchetti.
Franquias: Centralização de comunicação
A gestão de uma franqueadora com seus franqueados e colaboradores é influenciada conforme a metodologia de gestão e comunicação utilizada, principalmente quando se trata de uma grande rede com capilaridade e atuação em diferentes regiões. Guilherme Reitz, CEO da retailtech Yungas, explica que, no geral, grandes franquias utilizam diversos aplicativos e extensões para comunicação e acompanhamento do negócio, mas que não atendem, na íntegra, as particularidades de cada operação. Essa situação se reflete em todo o mercado de franchising e, para 2022, grandes marcas deverão investir cada vez mais em processos que possam compreender as necessidades dos parceiros e tornar a troca de informações mais clara e objetiva. “A comunicação feita de forma estratégica, por exemplo, pode reduzir em até 80% o tempo gasto no envio de comunicados para toda uma grande rede, fator que melhora a experiência dos colaboradores e eleva a performance da franquia”, completa.
Indústria: Simulação Computacional
A velocidade do desenvolvimento tecnológico, essencial nos dias atuais, só é possível por uma razão: simulação computacional. Presente em diversos setores, contribuindo com sustentabilidade, segurança, indústrias e educação, a simulação ainda tem muito para beneficiar a humanidade. “Em 2022 e no futuro próximo, essa tecnologia precisa ser ainda mais acessível e mais fácil de usar. Assim, os resultados se tornarão mais rápidos e mais aplicáveis aos problemas do cotidiano. Considerada a solução que promoveu a digitalização da engenharia, a simulação vai, naturalmente, passar a resolver problemas mais complexos”, afirma Clovis Maliska Jr, CEO da ESSS.
Energia: API Gateways e plantas híbridas
Com o aumento no volume de dados no setor de energia e o uso deles em ferramentas de análise, as APIs (Application Programming Interfaces) têm ganhado cada vez mais relevância. Segundo Danilo Barbosa, VP Executivo e sócio-fundador da Way2, elas podem ser entendidas como um conjunto de interfaces padronizadas para integração, por meio das quais um sistema pode consultar dados e realizar operações em outro. Para Danilo, em 2022 essa será uma das tecnologias mais importantes para o setor de energia. “Com a possibilidade de regras para a portabilidade de dados na abertura do setor, a maior digitalização no relacionamento com consumidores, além da adequação à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), o uso de API Gateways para monitoramento e controle destas interfaces deve aumentar bastante”, avalia.
Outra tendência que tende a crescer no setor elétrico são as plantas híbridas, que são usinas de geração de energia que têm mais de uma tecnologia envolvida, principalmente as renováveis. Rodrigo P. Gosmann, engenheiro da REIVAX, destaca que, ainda que a modernização do setor esteja acontecendo a passos lentos, ela é extremamente importante para evitar novas crises hídricas. “A geração de energia solar e a eólica, por exemplo, são complementares. Combinar as duas é uma estratégia que deve aumentar nos próximos anos, porque o método reduz a imprevisibilidade natural das energias renováveis e garante um fornecimento mais estável e sustentável para a população”, explica.
Logística: Arquitetura de microsserviços
Para 2022, flexibilidade, agilidade e inovação devem estar em primeiro lugar quando se trata de impulsionar a agenda de negócios na cadeia de suprimentos. Assim, a adoção de arquitetura de microsserviços e soluções em nuvem será essencial. “Os microsserviços constituem um conceito de empacotamento e implantação que visa criar agilidade técnica, diminuindo o tamanho e as dependências de implantação entre os componentes de um aplicativo”, explica Marco Beczkowski, diretor de Vendas e CS da Manhattan Associates Brasil. A mudança para microsserviços significa investir em agilidade. “Tem o potencial de acelerar os ciclos de vida de desenvolvimento e suportar a escalabilidade, seja para cargas de trabalho baseadas em nuvem, períodos de pico de vendas sustentados e de comércio eletrônico, transporte flexível e planejamento de entrega, ou simplesmente desafios da força de trabalho do armazém”.
Agronegócio: Monitoramento de operações
A ideia de incentivar o uso mais intensivo de dados que estão sendo gerados pelos equipamentos em campo é uma tendência que deve crescer no próximo ano, segundo Bernardo de Castro, presidente da divisão de agricultura da Hexagon, que desenvolve e fornece tecnologias agrícolas e florestais. “É possível utilizar os mesmos dispositivos que promovem agricultura de precisão — como aplicação de insumos e piloto automático, por exemplo — para o monitoramento de frotas. Essa é uma oportunidade de alavancar a digitalização do campo através do uso mais efetivo de dados”, reforça. Com o monitoramento, os gestores têm a visão do que está ocorrendo e a garantia de que o desempenho máximo de cada máquina está sendo executado.
Moradia: Aluguel e coliving
Eduardo Gastaldo, especialista em economia compartilhada e CEO da Bewiki, acredita que negócios como o da proptech, que constrói e gerencia empreendimentos que reúnem studios prontos para morar, escritórios compartilhados e outros serviços essenciais, devem crescer em 2022. O aumento da demanda por espaços prontos para morar acontece em um cenário em que as pessoas estão buscando um estilo de vida mais flexível e descomplicado. “Mudanças como o home office tornaram possível morar em diferentes cidades em espaços curtos de tempo, sem precisar considerar o deslocamento para o trabalho. Por isso, negócios que permitem que a pessoa apenas arrume suas malas e se mude, sem precisar carregar uma casa inteira junto, devem se tornar ainda mais populares no próximo ano”, avalia.
Gestão empresarial: Integrações entre sistemas de diferentes origens
O mundo está cada vez mais conectado e isso não deve ser diferente no universo corporativo. Para Marcio Tomelin, Diretor de Produto e Mercado da WK, uma grande tendência para os próximos anos é a oferta de serviços integrados dentro do próprio sistema. “Nós vamos ver muitos softwares entregando soluções, mas também vendendo outras, de diferentes empresas, que se complementem com o seu sistema. A palavra da vez é autonomia, então certamente veremos tecnologias (como IA e IoT) simplificando o dia a dia dos usuários, dando a eles mais facilidade e menos necessidade de serviços de terceiros para lidar com suas demandas”, comenta.
Gestão de pessoas: soluções “voice of employee”
As soluções que coletam e analisam, por meio de pesquisas, as percepções e sentimentos dos colaboradores devem permanecer em alta mesmo com o pós-pandemia. Isso porque elas são fundamentais para reunir dados e fornecer percepções com orientações para ajudar a melhorar o engajamento, experiência, produtividade e desempenho dos colaboradores. “A procura por pesquisas contínuas de clima cresceu por conta da pandemia, e a demanda tende a continuar crescendo, já que os ambientes de trabalho remotos e híbridos provavelmente vão seguir. A escuta contínua é um elemento crítico para manter uma conexão com essa força de trabalho distante, e possibilita ouvir um conjunto mais amplo de preocupações dos funcionários, priorizar investimentos e agir rapidamente quando necessário”, destaca Cesar Nanci, CEO da Pulses.
Preferências de Publicidade e Propaganda
Moysés Peruhype Carlech – Fábio Maciel – Mercado Pago
Você empresário, quando pensa e necessita de fazer algum anúncio para divulgar a sua empresa, um produto ou fazer uma promoção, qual ou quais veículos de propaganda você tem preferência?
Na minha região do Vale do Aço, percebo que a grande preferência das empresas para as suas propagandas é preferencialmente o rádio e outros meios como outdoors, jornais e revistas de pouca procura.
Vantagens da Propaganda no Rádio Offline
Em tempos de internet é normal se perguntar se propaganda em rádio funciona, mas por mais curioso que isso possa parecer para você, essa ainda é uma ferramenta de publicidade eficaz para alguns públicos.
É claro que não se escuta rádio como há alguns anos atrás, mas ainda existe sim um grande público fiel a esse setor. Se o seu serviço ou produto tiver como alvo essas pessoas, fazer uma propaganda em rádio funciona bem demais!
De nada adianta fazer um comercial e esperar que no dia seguinte suas vendas tripliquem. Você precisa ter um objetivo bem definido e entender que este é um processo de médio e longo prazo. Ou seja, você precisará entrar na mente das pessoas de forma positiva para, depois sim, concretizar suas vendas.
Desvantagens da Propaganda no Rádio Offline
Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no rádio. Frequentemente, os rádios também são usados como ruído de fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado,
A propaganda na rádio pode variar muito de rádio para rádio e cidade para cidade. Na minha cidade de Ipatinga por exemplo uma campanha de marketing que dure o mês todo pode custar em média 3-4 mil reais por mês.
Vantagens da Propaganda Online
Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.
Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.
Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.
Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.
A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.
Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.
Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.
A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.
Vantagens do Marketplace Valeon
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.
Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual.
Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.
Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.
Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.