sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

STARTUPS UNICÓRNIOS BRASILEIROS

 


Apelido para startups avaliadas acima de US$ 1 bilhão foi criado por investidora do Vale do Silício, em 2013; empresas podem conquistar status ao serem compradas, recebendo aportes ou abrindo capital

 Por Redação Link – O Estado de S. Paulo

O ano de 2021 foi recheado de aportes em startups brasileiras, popularizando as megarrodadas de investimentos (na casa das centenas de milhões de dólares). Consequentemente, o Brasil viu surgir mais unicórnios (startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão), sinal do amadurecimento do setor de inovação do País — hoje, são 20 dessas empresas de tecnologia no País.

O mais recente unicórnio brasileiro veio no fim de dezembro, com a Facily, plataforma que une comércio eletrônico e social commerce para atuar como um hipermercado digital de compras coletivas, reduzindo custos para consumidores das classes C, D e E.

Ao longo do ano, foi a vez da MadeiraMadeira (em janeiro, com aporte de US$ 190 milhões liderado pelo SoftBank e pela gestora de fundos de ações Dynamo), a Hotmart (em março), a startup de identidade digital Unico (em agosto, após levantar rodada de R$ 625 milhões). Em novembro, foi a vez da Frete.com (antiga CargoX), conhecida como “Uber dos caminhões”, e da CloudWalk, de meio de pagamentos. E, em dezembro, foi a vez da Daki, de entregas de mercado ultrarrápidas, e da curitibana Olist, especializada em comércio eletrônico.

Mas, afinal, o que é um unicórnio e por que se fala tanto deles nas startups brasileiras?

Unicórnio é o nome dado às raras startups que ultrapassaram a marca de US$ 1 bilhão de avaliação de mercado

Unicórnio é o nome dado às raras startups que ultrapassaram a marca de US$ 1 bilhão de avaliação de mercado

O que é um unicórnio? 

Unicórnios, na mitologia, são criaturas raras e mágicas. Foi o jeito que a investidora Aileen Lee, do fundo americano Cowboy Ventures, encontrou para descrever as startups que conseguem atingir a marca de US$ 1 bilhão em avaliação de mercado. Startup, vale lembrar, é o nome dado a qualquer empresa de base tecnológica e que consegue crescer seu negócio de maneira escalável rapidamente – o que justifica, para muita gente, que sites de comércio eletrônico não são startups, por exemplo, embora essa seja uma discussão cheia de controvérsias. Outra discussão controversa é se uma empresa pode ser chamada de startup se tiver capital aberto em bolsa. 

O que Aileen buscava era achar uma palavra que demonstrasse como é difícil conseguir que uma empresa alcançasse esse porte. Os números da Associação Brasileira de Startups (ABStartups) exemplificam bem esse espírito: hoje, no País, existem mais de 14,1 mil startups, mas apenas 20 delas alcançaram o status “raro”.

Nos EUA e na China, ecossistemas mais desenvolvidos e que recentemente tiveram diversos unicórnios, já há quem busque um animal mais raro: “o decacórnio” – apelido dado às startups que alcançam a marca de US$ 10 bilhões em valor de mercado. A rigor, a única empresa brasileira que chegou a essa cotação foi o Nubank – uma vez que Stone e PagSeguro, ambas com capital aberto na bolsa de valores americana, só alcançaram esse patamar quando já eram listadas.

Há ainda uma série de empresas brasileiras que podem virar unicórnios em breve. Confira-as aqui.

Quais são os unicórnios brasileiros? 

Para Veras, venda da 99 foi como ver um filho crescido partindo

Para Veras, venda da 99 foi como ver um filho crescido partindo

99

O que faz: App de transporte

Quando virou unicórnio: janeiro de 2018

Criada em São Paulo em 2012 pelo trio Paulo Veras, Ariel Lambrecht e Renato Freitas, a 99 se tornou um unicórnio em janeiro de 2018, ao ser adquirida pelo equivalente a US$ 1 bilhão pelo grupo chinês Didi Chuxing. Na época, o pagamento total foi de US$ 600 milhões – a empresa asiática já tinha participações na 99 antes de efetuar a compra. Atualmente, depois da saída da espanhola Cabify do mercado brasileiro, é a maior concorrente do Uber.

PagSeguro se tornou popular no mercado com a maquininha Moderninha

PagSeguro se tornou popular no mercado com a maquininha Moderninha

PagSeguro

O que faz: Meios de pagamento

Quando virou unicórnio: janeiro de 2018

Pertencente ao UOL, a empresa de meios de pagamento PagSeguro se tornou um unicórnio brasileiro ao abrir seu capital na bolsa de valores de Nova York. Foi uma das aberturas de capital mais bem sucedidas das companhias brasileiras no exterior: ao final do primeiro dia no mercado, a companhia estava avaliada em US$ 9,2 bilhões

O Nubank está no mercado brasileiro há seis anos

O Nubank está no mercado brasileiro há seis anos

Nubank

O que faz: Cartão de crédito e serviços financeiros

Quando virou unicórnio: março de 2018

Ao levantar uma rodada de investimentos de US$ 150 milhões do fundo DST Global, o Nubank revelou ao Estadão que virou um unicórnio – a empresa, alega, no entanto, que já havia chegado a essa avaliação de mercado antes da rodada. Poucos meses depois, subiu a avaliação para US$ 4 bilhões após receber um cheque da chinesa Tencent.

Após ter o crescimento acelerado durante a pandemia de covid-19, a fintech quebrou recordes em 2021: recebeu em junho um aporte de US$ 1,15 bilhão, a maior rodada da América Latina (colocando o “roxinho” como uma das startups mais valiosas do mundo, superior a US$ 40 bilhões); e, em dezembro, abriu capital na Bolsa de Nova York, onde foi avaliada em mais de US$ 50 bilhões, tornando-se o maior banco da América Latina.

A máquina da Stone: parcerias com Visa e Mastercard

A máquina da Stone: parcerias com Visa e Mastercard

Stone

O que faz: meios de pagamento

Quando virou unicórnio: outubro de 2018

Fundada pelo carioca André Street em 2012, a Stone se beneficiou de uma mudança regulatória para crescer no mercado brasileiro de maquininhas de cartão de crédito. Foi crescendo pelas beiradas e buscando espaço em um setor controlado pela dupla Rede e Cielo. Ao abrir capital na bolsa de valores de Nova York em 2018, chegou à avaliação de unicórnio.

iFood, comprado em 2013 pela Movile de Fabrício Bliosi, vale mais de US$ 1 bilhão

iFood, comprado em 2013 pela Movile de Fabrício Bliosi, vale mais de US$ 1 bilhão

iFood/Movile

O que faz: delivery de comida e mercado

Quando virou unicórnio: novembro de 2018

Aqui há um caso de 2 em 1: o iFood, que pertence à holding Movilerecebeu em novembro de 2018 um aporte de US$ 500 milhões dos fundos Naspers e Innova Capital, ligado ao bilionário Jorge Paulo Lemann. Com isso, a startup de entregas tornou-se um unicórnio e, de quebra, levou junto a sua dona, a Movile, a se tornar outro. Vale dizer que a Movile, além do iFood, também tem investimentos em startups como Sympla e é dona do Playkids. 

Após nova rodada de investimentos, Loggi, do fundador Fabien Mendez, atingiu valor de mercado superior a US$ 1 bilhão

Após nova rodada de investimentos, Loggi, do fundador Fabien Mendez, atingiu valor de mercado superior a US$ 1 bilhão

Loggi

O que faz: entregas

Quando virou unicórnio: junho de 2019

Há algo em comum entre as três startups brasileiras que se transformaram em unicórnios em 2019: todas elas alcançaram tal marca graças a investimentos do grupo japonês SoftBank, que abriu um fundo avaliado em US$ 5 bi para o mercado latinoamericano. A primeira delas é a Loggi, fundada pelo francês Fabien Mendez em São Paulo – ele se mudou para o Brasil inspirado pela icônica capa da revista britânica Economist, que mostrou a estátua de Cristo Redentor decolando, em 2009. A startup de entregas levantou US$ 150 milhões em uma rodada liderada pelos japoneses

Priscila Siqueira, CEO da Gympass no Brasil

Priscila Siqueira, CEO da Gympass no Brasil

Gympass

O que faz: plataforma de benefício corporativo de bem-estar

Quando virou unicórnio: junho de 2019

Uma semana depois da Loggi, foi a vez de a Gympass ganhar o status “mítico”: a empresa recebeu um aporte de US$ 300 milhões liderado pelo SoftBank e pelo General Atlantic, fundo americano com experiência em startups. A startup tem um modelo de negócios ousado: oferece um plano de “assinatura de academias, atividade físicas e serviços de bem-estar” a empresas, que, por sua vez, repassam esse sistema como benefício aos funcionários. Disseminada na América Latina, Estados Unidos e Europa, a startup sofreu com o fechamento de academias durante a pandemia de covid-19, quando começou a apostar em conteúdos exclusivamente digitais, como meditação e personal trainer.

Gabriel Braga, cofundador do QuintoAndar, em um dos imóveis reformados: 'Vamos sujar a mão pelos clientes'

Gabriel Braga, cofundador do QuintoAndar, em um dos imóveis reformados: ‘Vamos sujar a mão pelos clientes’

QuintoAndar

O que faz: aluguel de residências

Quando virou unicórnio: setembro de 2019

Fundado em 2013 pela dupla de empreendedores Gabriel Braga e André Penha, o QuintoAndar faz a intermediação entre proprietários de imóveis e inquilinos, dispensando a necessidade de seguro-fiança, fiador ou caução. A startup do ramo imobiliário irou unicórnio ao receber US$ 250 milhões em uma rodada liderada pelo SoftBank e pelo fundo americano Dragoneer. Nesse mesmo ano, o QuintoAndar entrou no segmento de compra e venda de imóveis.

Voigt, Ruiz e del Valle: trio de formações diferentes fundou a Ebanx em 2012, em Curitiba

Voigt, Ruiz e del Valle: trio de formações diferentes fundou a Ebanx em 2012, em Curitiba

Ebanx

O que faz: processadora de pagamentos internacionais

Quando virou unicórnio: outubro de 2019

Primeiro unicórnio da região Sul, o Ebanx permite que empresas estrangeiras (como SpotifyAirbnb e AliExpress) vendam produtos e serviços a brasileiros, cobrando em moeda local. Fundada em 2012, em Curitiba, pelo trio Alphonse Voigt, João del Valle e Wagner Ruiz, a empresa já tem mais de 600 funcionários e atua em vários países da América Latina, como México, Chile, Colômbia, Argentina e Uruguai. Virou unicórnio ao receber um novo aporte do fundo de private equity FTV, do Vale do Silício.

Arthur Lazarte, de 35 anos: engenheiro aeroespacial deixou BCG para criar estúdio de games na casa dos pais, em 2011

Arthur Lazarte, de 35 anos: engenheiro aeroespacial deixou BCG para criar estúdio de games na casa dos pais, em 2011

Wildlife

O que faz: games para dispositivos móveis

Quando virou unicórnio: dezembro de 2019

Fundada em 2011, em São Paulo, ainda como Top Free Games (TFG), o estúdio Wildlife é um dos unicórnios brasileiros de trajetória mais discreta: alcançou a avaliação de mercado de US$ 1,3 bilhão após receber um aporte do Benchmark Capital (conhecido por investir em UberTwitter e Snapchat), em sua segunda rodada na história. Criada pelos irmãos Victor e Arthur Lazartena casa dos pais, com investimento inicial de US$ 100, a empresa faz jogos gratuitos para celular, mas fatura com microtransações – venda de itens cosméticos ou que melhoram o desempenho do jogador nas partidas. Com games populares como Sniper 3D, Colorfy e Tennis Clash, os produtos frequentam o ranking dos mais baixados, no iOS e no Android, em mais de 100 territórios diferentes. 

Florian Hagenbuch e Mate Pencz, fundadores da Loft; startup se tornou o novo unicórnio brasileiro 

Florian Hagenbuch e Mate Pencz, fundadores da Loft; startup se tornou o novo unicórnio brasileiro 

​Loft

O que faz: compra, reforma e venda de imóveis residenciais

Quando virou unicórnio: janeiro de 2020

Fundada em agosto de 2018 por Mate Pencz e Florian Hagenbuch, criadores também da gráfica digital Printi, a Loft usa tecnologia para dar novo gás a um negócio antigo: comprar, reformar e vender apartamentos. A proptech (como são chamadas as startups do mercado imobiliário) começou em três bairros de São Paulo e, hoje, mira a expansão pelo Brasil e pela América Latina, onde começa a embarcar no México depois da aquisição da mexicana TrueHome

Mariano Gomide de Faria, cofundador e copresidente executivo da Vtex: clientes em mais de 40 países

Mariano Gomide de Faria, cofundador e copresidente executivo da Vtex: clientes em mais de 40 países

Vtex

O que faz: serviços para e-commerce

Quando virou unicórnio: setembro de 2020

Fundada em 2000, no Rio de Janeiro, a empresa de Mariano Gomes de Faria é dona de um sistema que permite às marcas criarem suas lojas online. Hoje, a empresa tem 3 mil clientes em mais de 40 países diferentes, cuidando das operações de e-commerce de marcas como Samsung, Whirlpool, C&ASaraiva e O Boticário. Virou unicórnio ao receber uma rodada de aportes de R$ 1,25 bilhão, liderada pelos fundos Tiger Global, Constellation e Lone Pine Capital.

Sergio Furio, fundador e presidente executivo da Creditas

Sergio Furio, fundador e presidente executivo da Creditas

Creditas

O que faz: crédito com base em garantias

Quando virou unicórnio: dezembro de 2020

Em 2012, o espanhol Sergio Furio trabalhava em Nova York em uma grande consultoria. Decidiu largar tudo e vir para o Brasil sem falar uma palavra de português para tentar mudar o mercado de crédito local. Meses depois, nascia a BankFácil, que apostou no empréstimo com garantias (como uma casa, um automóvel) para deslanchar. Em 2017, a empresa mudou de nome: virou a Creditas. De lá para cá, a startup cresceu sua proposta de serviços – hoje, oferece também crédito consignado privado e benefícios corporativos, além de serviços para consumidores, como reformas atreladas ao crédito. Em 2019, chegou perto de virar unicórnio com rodada liderada pelo pelo SoftBank, elevando o valuation para US$ 750 milhões. No apagar das luzes de 2020, um novo aporte (de US$ 255 milhões, liderado por fundos de private equity) fez a empresa ser avaliada em US$ 1,75 bilhão, entrando no seleto clube das criaturas mágicas. 

Marcelo Scandian, Daniel Scandian e Robson Privado, fundadores da MadeiraMadeira

Marcelo Scandian, Daniel Scandian e Robson Privado, fundadores da MadeiraMadeira

MadeiraMadeira

O que faz: e-commerce de produtos para o lar 

Quando virou unicórnio: janeiro de 2021

A quarentena forçou muita gente a ficar em casa, o que acabou impulsionando alguns novos hábitos. Reformas e investimentos no lar ganharam força – afinal, a casa virou também escritório e escola. Ao mesmo tempo, o comércio online foi impulsionado. Não é coincidência, portanto, que o primeiro ‘unicórnio’ brasileiro de 2021 esteja ligado a essas duas novas tendências. Especializada em venda online de material de construção e móveis, a startup curitibana MadeiraMadeira anunciou em janeiro de 2021 que o seu valor de mercado superou a marca de US$ 1 bilhão, após receber um aporte de US$ 190 milhões liderado pelo Softbank e pela gestora de fundos de ações Dynamo.

João Pedro Resende é o CEO e cofundador da startup mineira Hotmart, avaliada em mais de US$ 1 bilhão

João Pedro Resende é o CEO e cofundador da startup mineira Hotmart, avaliada em mais de US$ 1 bilhão

Hotmart

O que faz: plataforma de criação e venda de cursos online

Quando virou unicórnio: fevereiro de 2020 (divulgação em março de 2021)

Um unicórnio misterioso veio à tona em março de 2021. A startup mineira Hotmart, depois de mais de um ano escondendo o título, confirmou pela primeira vez que já havia atingido em 2020 a avaliação superior a US$ 1 bilhão. Fundada por João Pedro Resende e Mateus Bicalho em 2011, a Hotmart ajuda criadores de conteúdo a monetizarem produtos na internet, criando e vendendo conteúdos digitais como cursos online, e-book e clube de assinaturas. Segundo Resende, a empresa optou mesmo por ser discreta em relação ao posto de unicórnio. “É o jeito mineiro de fazer negócios, não gostamos de fazer muito alarde desnecessário”, disse ele ao Estadão

Mercado Bitcoin

O que faz: plataforma de comercialização de criptomoedas

Quando virou unicórnio: julho de 2021

Mercado Bitcoin, do grupo 2TM, virou unicórnio em julho de 2021, ano em que critpmoedas começam a ganhar espaço nas transações de grandes empresas, mais interessadas em novas formas de ativos descentralizados e totalmente digitais. À época, após aporte de US$ 200 milhões liderado pelo fundo japonês Softbank, a startup estava avaliada em US$ 2,2 bilhões. Fundada em 2011, a plataforma funciona como uma casa de câmbio, mas de moedas digitais, como bitcoin, doge, ethereum e pax, pelas quais podem ser trocadas por reais.

Diego Martins, presidente da startup Unico

Diego Martins, presidente da startup Unico

Unico

O que faz: autenticação digital de identidade

Quando virou unicórnio: agosto de 2021

Criada em 2007 em São Paulo, a Unico, antes conhecida como Acesso Digital, tem cerca de 800 negócios como clientes no Brasil, entre eles Magazine Luiza e Banco Original. A startup tem apostado no desenvolvimento de tecnologias próprias para acelerar o crescimento. Além de aprimorar as soluções de biometria facial e assinatura eletrônica, a Unico desenvolve uma tecnologia que reconhece se, no momento da autenticação de um documento em uma abertura de conta digital, por exemplo, a foto foi tirada naquele momento ou se era uma imagem antiga em mãos de um fraudador. Tornou-se unicórnio em agosto de 2021, após aporte de R$ 625 milhões, liderado pelos fundos General Atlantic e Softbank.

Federico Vega, fundador e presidente da Frete.com, antiga CargoX

Federico Vega, fundador e presidente da Frete.com, antiga CargoX

Frete.com (antiga Cargo-X)

O que faz: plataforma para transportadoras e caminhoneiros

Quando virou unicórnio: novembro de 2021

Conhecida como o “Uber dos caminhões”, a CargoX conecta transportadoras a caminhoneiros para o transporte de carga em todo o País, além de monitorar o trajeto com geolocalização. O segmento em que atua foi fortemente impactado pela pandemia de covid, que agravou o cenário de baixa atividade econômica no Brasil — motivo pelo qual a startup decidiu colocar o pé no acelerador, tendo recebido US$ 445 milhões em dois diferentes aportes em 2020. Em novembro do ano seguinte, tornou-se unicórnio ao receber cheque de outros US$ 200 milhões da chinesa Tencent e do japonês Softbank. A partir de então, a companhia passou a se chamar Frete.com.

Luis Silva é o fundador e presidente executivo da CloudWalk, startup de maquininhas de pagamentos

Luis Silva é o fundador e presidente executivo da CloudWalk, startup de maquininhas de pagamentos

CloudWalk

O que faz: startup de meios de pagamento

Quando virou unicórnio: novembro de 2021

A CloudWalk é concorrente direta de outros dois unicórnios brasileiros mais antigos, o PagSeguro e a Stone, do ramo de maquininhas de pagamento, por onde consumidores podem passar cartões para efetuar transações em estabelecimentos comerciais. O diferencial da startup, no entanto, está no uso da tecnologia blockchain (principal aposta do mercado financeiro para os próximos anos), por onde a companhia consegue reduzir custos e tempo de operação, principal atrativo para fisgar novos lojistas. A CloudWalk tornou-se unicórnio após receber o segundo aporte em 2021, de US$ 150 milhões, elevando a avaliação de mercado para US$ 2,15 bilhões.

Fundadores da Daki: Rafael Vasto, Rodrigo Maroja e Alex Bretzner

Fundadores da Daki: Rafael Vasto, Rodrigo Maroja e Alex Bretzner

Daki

O que faz: startup de entrega ultrarrápida de mercado

Quando virou unicórnio: dezembro de 2021

Daki, especializada em delivery de itens de mercado em até 15 minutos, tornou-se unicórnio com 10 meses de vida ao receber aporte de US$ 260 milhões. O cheque impulsiona a startup em um setor com diversos gigantes, como iFood, Rappi e Uber Eats — o diferencial da Daki, no entanto, é o uso de dark stores (lojas ocultas de clientes com estoque) estrategicamente posicionados pela cidade para acelerar as entregas. Ao contrário dos rivais, a startup aposta em um modelo mais “verde”, com pegada de carbono reduzida, diminuição do uso de plástico em sacolas e tentando valorizar os entregadores por meio de áreas de descanso e remuneração por tempo à disposição.

Olist, de Tiago Dalvi, ultrapassa avaliação de US$ 1 bilhão

Olist, de Tiago Dalvi, ultrapassa avaliação de US$ 1 bilhão

Olist

O que faz: startup de comércio eletrônico

Quando virou unicórnio: dezembro de 2021

Uma das favoritas para se tornar unicórnio em 2021, a Olist conquistou o título nos 45 minutos do segundo tempo, em dezembro, quando levantou cerca de US$ 186 milhões (cerca de R$ 1 bilhão), oito meses após fechar outra rodada de R$ 454 milhões. Fundada em Curitiba em 2015, a companhia nasceu como uma “digitalizadora” de lojas físicas em marketplaces conhecidos, como Amazon e Mercado Livre. Em 2021, porém, ganhou musculatura para atender lojistas nas mais diversas etapas: logística, serviços financeiros e gestão corporativa. Para os anos seguintes, pretende fazer expansão internacional, começando pelo México.

Diego Dzodan é cofundador da Facily, startup de hipermercado digital com compras coletivas

Diego Dzodan é cofundador da Facily, startup de hipermercado digital com compras coletivas

Facily

O que faz: hipermercado digital de compras coletivas

Quando virou unicórnio: dezembro de 2021

Diego Dzodan largou o cargo de vice-presidente do Facebook na América Latina (pelo qual chegou a ser preso preventivamente por se negar a compartilhar dados de usuários com a Justiça brasileira) para fundar em 2018 a Facily, startup que atua como um hipermercado digital de compras coletivas para baixar preços a consumidores das classes C, D e E. Por somar mais de 151 mil queixas de clientes, a plataforma quase chegou a ser suspensa pelo Procon-SP, com quem a companhia firmou um acordo no qual concorda em baixar as reclamações em 80%, investir no próprio Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) e ser multada em R$ 1 mil para cada objeção sem resolução. Pouco depois, em dezembro, ao levantar mais US$ 135 milhões, tornou-se unicórnio, com planos de expansão para mais cidades do Brasil e teste de operação no México e Colômbia.

DIGITALIZAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

 

por Sergio Lozinsky

Os conceitos podem se complementar, mas não devem ser confundidos, pois entregam resultados diferentes

Os termos digitalização e transformação digital têm sido usados de forma intercambiada nos últimos tempos, mas denotam coisas diferentes. De fato, no senso comum, digitalizar-se é passar por uma transformação digital. Mas, na realidade das empresas, a questão é mais complexa.

Costumo definir a digitalização como o uso de tecnologias “digitais” – como mobilidade, apps, mensagens via WhatsApp ou SMS – que ampliam a automação dos processos, criam facilidades de self-service para clientes, fornecedores ou colaboradores, permitem autorizações de forma remota, entre outras, mas não mudam significativamente os processos. Os dinamizam e reduzem tempos e custos, mas não os transformam.

Cabe à TI e aos analistas de processos explorarem os recursos de nuvem e mobilidade para colherem o impacto positivo na gestão como um todo, do relacionamento com o cliente à negociação com fornecedores. Afinal, a digitalização tem a ver com fazer melhor algo que já se faz no dia a dia.

Transformação digital

A essas ferramentas que aprimoram os processos internos, alguns dão o nome de transformação digital, ou mesmo de inovação. Mas, como conceito, isso é questionável.

Para haver transformação digital, é necessário haver uma transformação. Soa óbvio, mas não é. Pensar como essas inovações podem impactar o modelo de negócio e os negócios de maneira geral requer dedicação e ousadia.

Do ponto de vista estratégico, uma empresa deveria analisar regularmente a cadeia de valor e o mercado em que está inserida, entender o seu papel, visibilidade e grau de influência, e verificar as oportunidades e ameaças que – se gerenciadas com inovação – poderiam aumentar sua competitividade, volume de receitas e lucratividade.

Um exemplo de transformação digital é a desintermediação. Fabricantes e prestadores de serviços incorporam funções antes realizadas por outros participantes da sua cadeia de valor, “abocanhando” uma fatia maior das receitas e do relacionamento com o cliente. No mercado de Insurtechs, por exemplo, algumas seguradoras digitais passaram a oferecer o seguro diretamente ao cliente final, sem exigência de corretor como intermediação (isso ainda está restrito a alguns tipos de seguros, mas é um começo).

Outro exemplo são os serviços de entrega de refeições, que viraram de ponta-cabeça o mercado alimentício nos últimos anos. Aliás, nessa mudança da cadeia de valor dos serviços de alimentação, podemos observar a digitalização e a transformação digital ao mesmo tempo: o restaurante se digitalizou ao aderir a uma plataforma, automatizando processos que já existiam, enquanto o app fez a transformação digital da cadeia de valor. Ao entender que o atendimento do pedido seria o mercado mais promissor, as plataformas de delivery saltaram à frente e se tornaram mais importantes que algumas marcas de restaurantes. Agora, esse mercado vive uma nova fase de transformação, com os restaurantes tentando criar as condições para voltarem a dominar a cadeia de valor.

Pois é isso o que a transformação digital faz: ela leva à disrupção dentro do negócio e vai além, podendo atingir uma cadeia de valor inteira e resultar em algo inédito.

Mas a transformação digital não deve ser tocada a qualquer custo. Sempre que se mexe no modelo de negócio, corre-se o risco de descaracterizar o seu mercado tradicional ainda rentável. Para dar um passo à frente sem abrir mão do caminho percorrido, é preciso planejar, testar hipóteses e experimentar. E é preciso, também, que a liderança compreenda que ter um negócio de sucesso não pode ser empecilho para pensar a expansão para novos modelos.

Outra mudança que vem com a disrupção é a abordagem sistêmica. Os negócios passam a acontecer por meio de uma cadeia mais extensa e diversificada. Mas, para o cliente final, uma marca se sobressai e torna-se responsável por todo o processo, mesmo que dele participem outras empresas. Os marketplaces são o melhor exemplo disso, e precisam não somente selecionar bem os vendedores que usam suas plataformas, mas também ajudá-los a evoluir tecnologicamente para fazer frente à demanda cada vez mais sofisticada, menos paciente e mais apressada dos consumidores.

Junte-se a isso o fato de que os novos desafiantes querem ser globais, e não locais, e isso traz um nível de desafio maior e mais complexo, porque significa que o novo concorrente pode estar se preparando para invadir o seu mercado a partir de qualquer lugar do mundo.

4 maneiras de promover a transformação digital

Há quatro formas de implementar a transformação digital:

1 – Montar um escritório de transformação digital: trata-se de um time abaixo da liderança da empresa que funciona como um think tank. É multidisciplinar, estuda como digitalizar a empresa e como criar novos negócios baseados em tecnologias digitais.

2 – Montar um escritório em cada unidade de negócio: embora parecido, pulveriza a responsabilidade do escritório de transformação digital por mais áreas. Nesse caso, é como se  o marketing, o departamento de vendas etc. tivessem seu próprio escritório de transformação. É o mesmo conceito, com foco específico em uma parte do negócio. A TI torna-se o elemento integrador dessas iniciativas departamentais.

3 – Estabelecer um projeto de transformação digital: aqui são definidas iniciativas digitais pela  liderança. É mais restrito do que o escritório, permite à empresa experimentar aos poucos, em vez de mergulhar de cabeça em uma reformulação total. Os responsáveis pelo projeto, no entanto, também ficam logo abaixo da alta administração e geralmente têm metas predefinidas de tempo e resultados.

4 – Criação de um novo negócio digital: essa é a alternativa que menos impacta o atual negócio. A empresa coloca dinheiro e gente em uma empresa nova. Pode envolver a compra ou investimento em startups.

A transformação digital está na agenda de quase todas as empresas, e vem sendo “cobrada” por conselhos e diretorias. Aterrissar as ideias do que fazer, avaliar o grau de prontidão da TI e da empresa para gerenciar esse processo de transformação, definir abordagens que permitam evoluir continuamente, separar um budget para isso – e principalmente planejar, avaliar e ajustar – são elementos fundamentais para criar as condições de sucesso.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon tem crescido exponencialmente e até este momento já tivemos mais de 76.000 acessos.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

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quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

ORÇAMENTO BRASILEIRO NÃO É MUITO SÉRIO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Sessão do Senado que aprovou o Orçamento da União de 2022.| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Depois de deixar para trás todos os obstáculos inconvenientes, como vetos presidenciais, regras de responsabilidade fiscal e o teto de gastos, deputados e senadores cumpriram sua última tarefa antes de partirem para seu descanso natalino: a aprovação da Lei Orçamentária Anual de 2022, que define como serão distribuídos os R$ 4,8 trilhões em dinheiro do contribuinte brasileiro. E os parlamentares não hesitaram em deixar na peça orçamentária rubricas que causaram bastante controvérsia nos últimos tempos, e que demonstra como a bolha política de Brasília insiste em viver alheia à indignação do brasileiro comum.

É o caso do fundão eleitoral, tão bilionário quanto imoral: R$ 4,9 bilhões do pagador de impostos brasileiro servirão para custear campanhas eleitorais que deveriam ser financiadas exclusivamente por filiados dos partidos e por simpatizantes de cada candidatura – um aumento de 145% na comparação com o fundo eleitoral de 2020. Quando derrubaram um veto presidencial no dia 17, os parlamentares restauraram uma regra de cálculo que poderia destinar até R$ 5,7 ao fundo. No fim, um acordo entre líderes partidários e o relator do Orçamento, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), baixou o valor e mandou a diferença para o Ministério da Educação. Um senador do Centrão, Wellington Fagundes (PL-MT), chegou a “comemorar” nos seguintes termos: “Conseguimos agora R$ 1 bilhão do Fundo Eleitoral para ser carreado para a educação”.

O Orçamento de 2022 é o Orçamento do cinismo movido a bodes na sala: a sociedade fica alarmada e, quando a imoralidade é apenas atenuada, deputados e senadores pretendem que os brasileiros se sintam aliviados e agradecidos porque não aconteceu o pior

O cinismo, como se vê, não tem limites. Os congressistas acabavam de aprovar um aumento injustificável em um fundo que nem mesmo deveria existir, e ainda querem fazer a sociedade acreditar que eles estão fazendo um grande favor ao país ao não abocanhar tudo o que poderiam ter abocanhado. “Fiquem felizes, poderiam ter sido R$ 5,7 bilhões, mas ficamos com apenas R$ 4,9 bilhões e ainda destinamos a diferença para a educação!”, é a mensagem que os parlamentares enviam aos brasileiros, como se realmente devêssemos nos dar por satisfeitos com a vergonha que acaba de ser aprovada. Para o relator, aliás, toda a indignação não passaria de muito barulho por nada, já que o valor é apenas “um ponto percentual neste universo de trilhões que nós estamos discutindo”.

Retórica semelhante já havia sido usada pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do Projeto de Resolução do Congresso Nacional (PRN) 4/2021, que colocava alguma disciplina na farra das emendas de relator, em resposta a uma decisão do Supremo Tribunal Federal que cobrava transparência a respeito da autoria de cada solicitação de emenda. “Nós estamos fazendo a mais”, afirmou ele para defender seu texto, que limitava o valor total das emendas de relator ao mesmo montante das emendas individuais somadas às emendas de bancada, o que resultou em R$ 16,5 bilhões na LOA de 2022. “O relator do Orçamento deste ano, 2021, fez R$ 30 bilhões de emendas. Fez por quê? Porque quis. Ele poderia ter feito R$ 100 bilhões, não tinha limite”, disse Castro na ocasião. O raciocínio é o mesmo: que magnânimo é este Congresso Nacional! O Supremo nem havia determinado que se instituíssem limites para as emendas de relator, mas os congressistas tomaram a iniciativa de fazê-lo! Quanto desprendimento! Os congressistas querem compreensão – quando não elogios – por continuar mantendo nas mãos do relator um valor enorme, que a essa altura todos já sabem servir apenas como ferramenta de barganha política, deturpando o objetivo inicial quando esse tipo de emenda foi criado.


O Orçamento de 2022 é o Orçamento do cinismo movido a bodes na sala: a sociedade fica alarmada com a perspectiva de imoralidades de proporções cataclísmicas e, quando a imoralidade é apenas gigantesca, deputados e senadores pretendem que os brasileiros se sintam aliviados e agradecidos porque não aconteceu o pior. Trata-se da pior variante do terraplanismo orçamentário que consiste na crença na geração espontânea de dinheiro público: há os que queiram criar dinheiro a partir do nada para bancar algum serviço público, e há os que querem fazer brotar dinheiro para acomodar os próprios interesses – as mentes por trás do Orçamento de 2022 estão neste último grupo.

Por fim, a divisão final do bolo orçamentário mostra também que é possível, sim, encontrar dinheiro para bancar iniciativas como o Auxílio Brasil sem recorrer a gambiarras orçamentárias e sem desmoralizar as regras de responsabilidade fiscal, caso houvesse disposição em fazer as escolhas certas e eliminar gastos imorais ou ineficientes – a tarefa ficaria ainda mais fácil caso os “três Ds” de Paulo Guedes (desindexar, desobrigar e desvincular) fossem aplicados, ao menos em parte. Mas, como quem elabora e vota o orçamento está plenamente satisfeito com a forma como as coisas são feitas hoje, infelizmente as perspectivas de mudança são quase nulas.


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INDÚSTRIA DA VACINA ESTÁ DOMINANDO OS GOVERNOS

 

Por
Bruna Frascolla – Gazeta do Povo

Vacinação contra a Covid-19 na Índia.| Foto: Bigstock

Beneficiaries arrives to receive a COVID-19 vaccine dose at a vaccination center on September 20, 2021 in Barpeta, India. Prime Minister Narendra Modi announced free COVID-19 vaccines for all Indians. India administered over 800 million vaccine doses for


Creio que a grande confusão ideológica do momento advenha de um fenômeno novo, que pegou o nosso aparato conceitual de calças curtas. Olhamos para o século XX e conseguimos discernir como vilão, ali, o grande ditador estatista. O comunista é o mais fácil de enquadrar no estatismo: um Czar Vermelho, como Stálin, tinha poder de vida e morte sobre cada soviético. Toda a cadeia produtiva, desde a comida até peças da corrida espacial, estava orquestrada por uma burocracia planejadora submissa ao Czar dono do Estado. O modelo soviético inspirou ditaduras mundo afora, especialmente em países pouco industrializados. Foi o caso do Leste europeu, da África e da China. Pela nossa vizinhança, Cuba tornou-se o farol dos insensatos: a ilha da magia em que um ditador paramilitar dava a todos saúde e educação de qualidade, em troca de algumas restrições de liberdade.

O comunismo soviético é uma ideia simples e fácil de processar. Por isso suscitou apoiadores e detratores veementes: quem acreditava na onipotência do planejamento estatal era comunista e pronto; quem não acreditava era anticomunista e pronto. Um fenômeno contemporâneo era mais difícil de nomear e de entender. E se formos contra a planificação total e defendermos a existência de empresas privadas? Qual o limite apropriado entre a ação estatal e a empresarial? E se defendermos uma concertação entre um ditador carismático e um punhado de grandes empresários subsidiados, protegidos contra a concorrência estrangeira ou dos seus compatriotas pequenos empreendedores?

Aí tivemos o fascismo, o nazismo e uma porção de ditaduras que começaram comunistas – inclusive a China. E, removendo-se o caráter ditatorial, tivemos o Bem-Estar Social, que faz do governo uma fonte de renda segura para o grande empresariado. Se pegarmos um Estado rico e dissermos que ele está responsável por comprar óculos para todo mundo, só uma empresa muito grande conseguirá ganhar a licitação, e logo será uma grande interessada em manter um lobby do óculos ou em patrocinar candidatos mal-intencionados. O pequeno artífice que fazia lentes ou óculos fica sem trabalho, mas o Estado lhe dá seu par de óculos subsidiado.

Formação do antiestatismo

Das turbulências vividas na Inglaterra resulta uma equivalência entre direita e antiestatismo, com Thatcher alçada à condição de ícone. O histórico brasileiro era bem diferente do da Inglaterra até a redemocratização. Nosso anticomunismo não era antiestatista – pelo contrário. O período mais duradouro do regime militar usou o Estado como indutor do desenvolvimento. Deu certo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) – graças à qual temos o Cerrado fértil –; não deu certo com uma montanha de estatal.

A coisa começa a mudar de figura com a Constituinte, em 1988, quando a sociedade brasileira passa a acreditar no Bem-Estar Social. Tudo vira obrigação do Estado e direito do cidadão. A saúde pública é amalgamada numa nova forma; o SUS aparece como cópia do NHS e símbolo do próprio Estado Democrático de Direito. E ele deve ser uma das poucas coisas que se mantiveram constantes na esquerda entre 89 e 2021: com a pandemia, um monte de bom-moço que usa plano de saúde foi às redes sociais postar “Viva o SUS” por causa da vacina de Covid. Gente que apoia acriticamente a transferência de somas imensas dos cofres públicos para a Big Pharma. Noutros tempos, seria discutida no mínimo a quebra de patentes, como fez o Brasil junto com a Índia quando José Serra era ministro da Saúde. Hoje o social-democrata e o pseudocomunista mandam o governo entregar qualquer soma à Pfizer enquanto ela afirma que só quando todo mundo é obrigado a tomar umas mil doses a sua vacina experimental pode talvez funcionar.

Mas estávamos no antiestatismo. Com o Bem-Estar Social, a cultura da Inglaterra passou a equivaler direita e antiestatismo. Talvez o fenômeno seja generalizado na cultura de língua inglesa, já que a Progressive Era nos Estados Unidos também era estatista e, embora tivesse representantes entre republicanos e democratas, seja mais fácil de identificar com os democratas de hoje (A esse respeito, veja-se a obsessão racial, tão apontada por Thomas Sowell).

No Brasil, como passamos a seguir em 1988 um ideário de Bem-Estar Social, não é de admirar que, três décadas depois, a equivalência entre direita e antiestatismo tenha surgido também na nossa cultura política, ainda que sejamos de origem ibérica e não anglófonos.

Poder privado negligenciado
Friedrich Hayek, que fugiu da Áustria nazista e para a Inglaterra entusiasta do Bem-Estar Social, escreveu O caminho da servidão para alertar que concentração de dinheiro era concentração de poder, e por isso o socialismo fatalmente conduziria um povo à servidão, já que concentraria o poder político e o econômico numa só mão. A sua lição continua válida, mas as circunstâncias mudaram. A concentração temida por ele, dado o cenário do século XX, era a concentração na mão do Estado. No século XXI, temos visto os políticos e juízes ocidentais rasgarem leis e direitos humanos para fazerem o que a indústria farmacêutica quer. Juntos, os oligopolistas sem dúvidas têm mais dinheiro que muito Estado nacional, e é-lhes possível comprar as autoridades, espoliar cofres públicos e matar ou aleijar parte de sua população com drogas experimentais eximindo-se de riscos.

Não é mais o Estado o problema do século XXI. É a captura do poder do Estado pelo poder econômico. É gente não-eleita com poder de polícia sobre nós.

Leiam as manchetes sobre vacinação infantil: a Pfizer é quem anuncia o sucesso de seus próprios experimentos em crianças, como se não houvesse conflito de interesses algum. Como se fôssemos obrigados a confiar nossas vidas e as vidas das crianças à boa fé de uma empresa que tem ganhos estratosféricos com a vacina. É impossível nos obrigar a confiar, mas a polícia nos obriga a agir como se confiássemos.

O conflito de interesses na indústria farmacêutica é um problema sério dos países ricos que agora resvalou para o mundo inteiro. Deixo a recomendação do documentário The Bleeding Edge (2018), da Netflix, que mostra a simbiose entre a FDA (a agência reguladora dos EUA), a indústria da saúde e a academia. Quando o financiamento da pesquisa médica é quase todo privado, da própria indústria, não é de admirar que passe todo tipo de aberração. Se a Bayer financia a Bayer para dizer que o dispositivo inventado pela Bayer é bom, o anglófono e o brasileiro médios vão achar uma beleza, porque é a Bayer é uma agente privada, enquanto que o Estado é o verdadeiro malvadão.

Absurdo dos absurdos
Mês passado, ainda antes de se falar em vacinação infantil no plano nacional (mas já com passaporte sanitário para crianças na Bahia), ouvi um pai temeroso. Seus gêmeos têm quatro anos e ele sabia que, em breve, a Pfizer iria liberar a vacina para crianças de cinco. Ele e a mulher não queriam dar a vacina para os filhos.

Se eu voltasse não para 2019, mas para abril de 2020, quando ainda se estava naquela conversa fiada de achatar a curva, essa situação seria inacreditável. Quem acreditaria, no começo da pandemia, que pais seriam obrigados a ver seus filhos serem vacinados com uma substância de segurança duvidosa?

Aqui quero discordar do meu amigo Eli Vieira. No texto cujo título parece feito sob medida para essa situação absurda (“Avisa autoriza vacinas para crianças. Qual é a mais segura: Pfizer ou Coronavac?”), Eli afirma: “É importante fazer uma pausa e pensar nas ambiguidades do termo ‘experimental’ nesse contexto. Enquanto, no Código de Nuremberg, o termos se refere a experimentos científicos, este não é necessariamente o sentido contido na resolução — na qual ‘caráter experimental’ poderia ser substituído por ‘caráter tentativo’, especialmente à luz do contexto, que é dar uma resposta a uma emergência”.

O Código de Nuremberg, feito à luz do nazismo, exige consentimento das cobaias na experimentação. A definição de Eli no trecho acima é bizantina. Precisamos decidir objetivamente se um dado medicamento é experimental ou não. É inexistente a figura da “droga tentativa”. Precisamos de clareza de termos para dizer que uma dada pessoa resolveu se submeter ao uso de drogas experimentais. Inclusive, quando a pessoa faz isso, costuma ser em função de considerações relativas ao seu próprio corpo, não ao suposto bem da sociedade.

O que se ganha com a alteração semântica proposta? Se dissermos “Fulano fez uso tentativo de uma droga experimental”, descrevemos uma coisa que o Código de Nuremberg permite. Se dissermos “Fulano foi coagido a fazer uso tentativo de uma droga experimental em nome do bem comum”, o Código de Nuremberg foi respeitado mesmo?! O máximo que eu já tinha ouvido, participando deste podcast, foi um médico dizer que era errado nos chamar de “cobaia” porque somos “sujeitos de experimentação”. Não convenceu nenhum dos demais participantes.

Além disso, o Código de Nuremberg não é composto de um artigo só. O primeiro, mais aludido, é o que proíbe a coação na participação de experimentos. O quarto repete a ética hipocrática, mandando que sejam evitados “todo sofrimento e danos desnecessários, quer físicos, quer materiais.” Leia aqui o Código.

Não podemos tapar o sol com a peneira, nem com distinções excessivamente sutis. Estamos assistindo à inoculação compulsória de drogas experimentais em seres humanos. Isso é um absurdo e precisa parar. Espero que trazer clareza à discussão nos auxilie nisso.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/bruna-frascolla/concentracao-do-poder-estatal-em-empresas-privadas-e-o-problema-do-seculo-xxi/
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VACIA NÃO É GARANTIA CONTRA O ÔMICRON

 

Covid-19

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), criticou avanço lento da vacinação em nações mais pobres enquanto países ricos aplicam doses adicionais.| Foto: Salvatore di Nolfi/EFE

Já saiu no Diário Oficial e entrou em vigor o Auxílio Gás. Serão R$ 300 milhões dos impostos pagos pelos brasileiros que serão canalizados para ajudar 5 milhões de famílias de baixa renda, já cadastradas nos programas sociais do governo. A ajuda vai subsidiar metade do preço de um botijão de gás de 13 quilos.

O Auxílio Gás vai ser importante para que as pessoas mais necessitadas possam fazer a sua comida em casa. Para saber se elas realmente precisam, o governo fará um cruzamento de dados junto à Receita Federal.

Consulta pública

Também está no Diário Oficial o início de uma consulta pública, do Ministério da Saúde, para saber o que os pais acham de vacinar crianças de 5 a 12 anos com essas vacinas contra Covid-19. A consulta é específica sobre essa vacinas — as outras já são vacinas comprovadas pelo tempo. Está lá no site do Ministério da Saúde para quem quiser acessar: www.gov.br/saude/pt-br. A consulta pública vai até dia 2 de janeiro.

O alerta vem da OMS
Em entrevista coletiva virtual, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, fez uma advertência séria. Disse que “nenhum país poderá sair da pandemia com doses de reforço. Programas indiscriminados de reforço tendem a prolongar a pandemia em vez de acabá-la, desviando as doses disponíveis para países que já têm altas taxas de vacinação, dando assim ao vírus, mais oportunidade de se espalhar e sofrer mutações”.

Além disso, ele disse que não há provas de que reforçar a dose ajude ou seja eficaz com a variante ômicron do coronavírus. Israel, por exemplo, já está na quarta dose. Em compensação, países africanos não conseguem a segunda dose. E aí vão surgindo as variantes. Ele também se refere à suplementação de vacinação para crianças.

Enfim, nessa consulta pública do Ministério da Saúde, os pais darão a última palavra e precisam ser respeitados. Aproveito para lembrar que os pais é que dão educação. Principalmente assuntos mais delicados, como sexo, religião, ideologia política, cortesia, educação, dizer a verdade, valores morais, tudo isso é em casa. Instrução e ensino é que é na escola.

Mortalidade por doenças cardíacas
E só para lembrar: as doenças cardíacas no Brasil, neste momento, estão matando de seis a sete vezes mais que a Covid. Nos Estados Unidos, vendo os números do ano passado, a Covid está em terceiro lugar em causa de morte. Primeiro lugar são as doenças cardíacas e em segundo, câncer.

Estou contando isso só para gente ver a relação entre a realidade e a propaganda. Parece que o coração tem um departamento de propaganda mais fraco que o do coronavírus.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/nenhum-pais-saira-da-pandemia-com-doses-de-reforco-de-vacinas-diz-oms/
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O PAGODE DO BARROSO

 

Só no sapatinho

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo

Barroso em noite de pagode com Diogo Nogueira: isso daqui vai virar uma Venezuela.| Foto: Reprodução/ Twitter

Antes de botar o pandeiro para tocar, preciso reconhecer a vitória dos ministros do STF, sobretudo aqueles que empunham o artigo 43 do Regimento Interno para impor a censura no Brasil. Parabéns, vocês venceram! Afinal, ao longo de todo o processo de composição da peça de humor abaixo, inspirada pelas cenas do ministro Luís Roberto Barroso cantando alegremente na companhia de um jornalista e do pagodeiro Diogo Nogueira, não conseguia parar de pensar que estava correndo algum tipo de perigo.

Por isso repito aqui os parabéns a esses senhores que, na tola teoria do constituinte, são pagos justamente para garantir a minha liberdade diante da tendência inerentemente despótica e censória do Estado. Parabéns, novamente parabéns, mil vezes parabéns. Porque a censura que vossas excelências promoveram ao longo de todo o ano está finalmente introjetada. Não só em mim como também em vários artistas com os quais converso e que, ao saberem que eu estava compondo “O pagode do Barroso”, me aconselharam a preparar uma trouxinha e deixar já separados os livros que pretendo ler no gulag tropical.

Confessada a minha (nossa!) derrota, e depois de alguns suspiros de resignação, eis que já escuto a marcação melancólica do surdo. O cavaquinho nervoso é responsabilidade do decano da corte, Gilmar Mendes. Fachin toca reco-reco. O pandeiro está sob responsabilidade do discreto Nunes Marques. E a Rosa Weber coube o domínio do triângulo. E o que mais estou vendo daqui? Não posso acreditar! Mas é isso mesmo, minha gente: Ricardo Lewandowski está no comando do agogô.

Com vocês, os 11 integrantes do grupo Só Pra Censurar, numa versão do clássico “A Barata”.

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí André Mendonça o que cê vai fazer
Um entendimento sobre isso eu vou conceber
Diz aí André Mendonça o que cê vai fazer
Um entendimento sobre isso eu vou conceber

Ele ainda não faz parte da nossa panela
Ele ainda não faz parte da nossa panela
Ele ainda não faz parte da nossa panela
Ele ainda não faz parte da nossa panela

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Nunes Marques o que cê vai fazer
Eu vou ter que pedir vista pra não ofender
Diz aí Nunes Marques o que cê vai fazer
Eu vou ter que pedir vista pra não ofender

Já vi tudo a democracia não é mais donzela
Já vi tudo a democracia não é mais donzela
Já vi tudo a democracia não é mais donzela
Já vi tudo a democracia não é mais donzela

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Dias Toffoli o que cê vai fazer
Vou perguntar pro Zé Dirceu como proceder
Diz aí Fernando o que cê vai fazer
Vou perguntar pro Zé Dirceu como proceder

Ele vai dar uma petistada em toda essa querela
Ele vai dar uma petistada em toda essa querela
Ele vai dar uma petistada em toda essa querela
Ele vai dar uma petistada em toda essa querela

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Rosa Weber que cê vai fazer
Vou perguntar pros universitários como responder
Diz aí Rosa Weber que cê vai fazer
Vou perguntar pros universitários como responder

Ela diz pra Cármen Lúcia com uma piscadela
Ela diz pra Cármen Lúcia com uma piscadela
Ela diz pra Cármen Lúcia com uma piscadela
Ela diz pra Cármen Lúcia com uma piscadela

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Cármen Lúcia o que cê vai fazer
Vô cantar uma do Caetano pra me entreter
Diz aí Cármen Lúcia o que cê vai fazer
Vô cantar uma do Caetano pra me entreter

Ninguém me cala a boca que eu sou tagarela
Ninguém me cala a boca que eu sou tagarela
Ninguém me cala a boca que eu sou tagarela
Ninguém me cala a boca que eu sou tagarela

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Fachinzinho o que cê vai fazer
Vou anular as sentenças do Moro, ninguém vai me deter
Diz aí Fachinzinho o que cê vai fazer
Vou anular as sentenças do Moro, ninguém vai me deter

Ele vai dar uma lulada, solta a mortadela
Ele vai dar uma lulada, solta a mortadela
Ele vai dar uma lulada, solta a mortadela
Ele vai dar uma lulada, solta a mortadela

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Lewandowski o que cê vai fazer
Um monte de frango com polenta eu vou comer
Diz aí Lewandowski o que cê vai fazer
Um monte de frango com polenta eu vou comer

Só espero que o frango não tenha salmonela
Só espero que o frango não tenha salmonela
Só espero que o frango não tenha salmonela
Só espero que o frango não tenha salmonela

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Luiz Fux o que cê vai fazer
Eu vou usar uma peruca pra calva esconder
Diz aí Luiz Fux o que cê vai fazer
Eu vou usar uma peruca pra calva esconder

Sou progressista mesmo, nem vem de chorumela
Sou progressista mesmo, nem vem de chorumela
Sou progressista mesmo, nem vem de chorumela
Sou progressista mesmo, nem vem de chorumela

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Gilmar Mendes o que cê vai fazer
Vou distribuir habeas corpus pra quem requerer
Diz aí Gilmar Mendes o que cê vai fazer
Vou distribuir habeas corpus pra quem requerer

É só falar em Lava Jato que ele se rebela
É só falar em Lava Jato que ele se rebela
É só falar em Lava Jato que ele se rebela
É só falar em Lava Jato que ele se rebela

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Alexandre o que cê vai fazer
O Sérgio Reis e o Zé Trovão eu vou mandar prender
Diz aí Alexandre o que cê vai fazer
O Sérgio Reis e o Zé Trovão eu vou mandar prender

Ofendeu o STF eu mando para a cela
Ofendeu o STF eu mando para a cela
Ofendeu o STF eu mando para a cela
Ofendeu o STF eu mando para a cela

Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama
Toda vez que eu chego em casa
Bolsonaro tá falando e é aquele drama

Diz aí Barrosinho o que cê vai fazer
Eu vou mostrar quem manda, quem tem o poder
Diz aí Barrosinho o que cê vai fazer
Eu vou mostrar quem manda, quem tem o poder

Isso daqui vai virar uma Venezuela
Isso daqui vai virar uma Venezuela
Isso daqui vai virar uma Venezuela
Isso daqui vai virar uma Venezuela…


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ELON MUSK PARCEIRO BRASILEIRO NAS TELECOMUNICAÇÕES

 

Projeto
O que levou o governo Bolsonaro e o homem mais rico do mundo a se aproximarem

Por
Cristina Seciuk – Gazeta do Povo

O magnata Elon Musk, fundador de Tesla e da companhia aeroespacial SpaceX.| Foto: Alexander Becher/EFE/EPA

O ministro das Comunicações, Fabio Faria, usou as redes sociais em novembro para anunciar discussões de uma futura parceria com a empresa aeroespacial Space X. A expectativa é de que a rede da Starlink, projeto de telecomunicações baseado em constelações de satélites da companhia do multibilionário Elon Musk, seja utilizada para levar conectividade à Amazônia, com monitoramento da floresta e acesso à internet para as escolas rurais da região.

A parceria entre a empresa e o governo brasileiro, entretanto, ainda é projeto. Foi um convite feito pelo ministro Fabio Faria durante viagem aos Estados Unidos. “Queremos fazer uma parceria com eles para que o Programa WI-FI Brasil conecte todas as escolas rurais que estão faltando. Conectar as comunidades indígenas, todos os locais remotos no Brasil e ajudar, utilizando a tecnologia da SpaceX, a preservar a nossa Amazônia”, revelou em vídeo publicado em 15 de novembro.

Em outra gravação, desta vez ao lado do magnata, Faria reforçou a intenção de trazer a SpaceX ao país. No vídeo, Musk afirma estar ansioso por oferecer conectividade ao país, “especialmente para escolas, hospitais e áreas rurais. […] Com melhor conectividade podemos ajudar a assegurar a preservação da Amazônia, monitorar a região evitando o desmatamento ilegal, incêndios”, listou, sem outros detalhes sobre a chegada da empresa ao país.

A empresa não se manifestou oficialmente a respeito, mas segundo o ministro Fabio Faria o próprio Elon Musk deve vir ao Brasil para novas tratativas. Procurado o ministério ainda não confirmou novas informações sobre a negociação.

A oferta do governo é nova, mas a SpaceX já tenta trazer sua internet para o Brasil, com processo em andamento junto à Anatel. A reguladora homologou equipamentos da empresa em maio, mas a Starlink ainda depende de outras certificações para atuar por aqui.

Em resposta à Gazeta do Povo, a reguladora afirmou que o procedimento não sofreu qualquer mudança após o anúncio das tratativas do Ministério das Comunicações.

Segundo a Anatel, o processo da SpaceX passa atualmente por avaliação da área técnica, que deve apontar se o pedido de direito de exploração de satélites têm aderência ao Regulamento Geral de Satélites, aprovado pelo Conselho Diretor da Anatel em outubro. Se necessário, a agência deve pedir complementações à interessada. Essa etapa adicional é consequência da nova regulamentação e é aplicada a todos os pedidos do tipo.

O regulamento consolida condições e requisitos técnicos para satélites geoestacionários em três faixas de frequência (as bandas C, Ka e Ku). Conforme a Anatel, “com a decisão, foi extinta a necessidade de licitação e a conferência do direito de exploração passa a ser por ordem de chegada”. Além da SpaceX, outras empresas internacionais buscam o direito de exploração.


O projeto de Elon Musk para as telecomunicações
De acordo com a Tesmanian.com, portal dedicado a notícias das companhias de Elon Musk, a SpaceX vem construindo parcerias com governos e organizações por todo o mundo para levar o serviço da Starlink a comunidades remotas em que a internet é instável ou ainda indisponível.

A SpaceX/Starlink opera satélites em órbita baixa para a oferta de internet de alta velocidade ainda em fase de desenvolvimento, ou beta, no jargão do segmento. Com cerca de mil satélites lançados, a cobertura ainda é limitada, com operações disponíveis nos Estados Unidos e no Canadá e trâmites de entrada em países como Alemanha e Austrália. Para o Brasil, a empresa fala em colocar em órbita mais de 4 mil satélites.

A vantagem da tecnologia em questão está na possibilidade de cobertura facilitada em áreas remotas a custo mais acessível, uma vez que ela dispensa a necessidade de grande infraestrutura em solo, com vantagem sobre as teles convencionais.

A depender da evolução das liberações necessárias e das negociações, a chegada de conectividade por satélite ao país poderia acelerar o acesso à internet em localidades que estão no fim do cronograma de implantação do 5G, em 2029. O lançamento destes equipamentos, entretanto, dependerá de controle do espaço orbital para evitar ou mitigar interferências em outros serviços, como os sinais de tevê.

Com patrimônio conhecido de mais de US$ 1,5 trilhão, Musk é o homem mais rico do mundo, segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg. É dono também da Tesla, fabricante de carros elétricos, e entusiasta de criptoativos. O sul-africano foi eleito pela revista Time a personalidade do ano em 2021. Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro foi o vencedor da votação popular feita pela revista na internet, em que os leitores responderam qual pessoa ou grupo teve a maior influência no ano.


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DELEGADOS DA POLÍCIA FEDERAL CONTRA OS CORTES NO ORÇAMENTO DA PF

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