quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

AUXÍLIO BRASIL É O DOBRO DO BOLSA FAMÍLIA

Orçamento de 2022

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Congresso Nacional aprovou projeto de lei orçamentária para 2022, que prevê um Auxílio Brasil no valor de R$ 415| Foto: Leonardo Sá/Agência Senado

Como sempre, os congressistas deixaram para a última hora a votação do Orçamento do ano que vem. Aí é aquela correria e a gente nunca sabe se saiu um bom orçamento ou não. Mas o que se sabe é que a Comissão Mista do Orçamento aprovou uma redução de R$ 800 milhões no tal fundão eleitoral, que passou de R$ 5,7 bilhões para R$ 4,9 bilhões. E esses R$ 800 milhões de diferença vão para a educação, pelo menos isso. O fundo eleitoral de R$ 5,7 bi chegou a ser vetado pelo presidente da República, mas o Congresso Nacional derrubou o veto.

Os congressistas ainda deram um jeito de atender uma promessa do presidente Jair Bolsonaro de dar reajuste para policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários federais. Para isso, reservaram R$ 1,7 bilhão.

E também sobrou um pouquinho mais para o Auxílio Brasil, que em vez de R$ 400 vai pagar R$ 415 por mês, mais que o dobro do benefício médio que era pago pelo Bolsa Família. E vão poder aumentar também o salário mínimo em mais de 10%, coisa que não se via há mais de 6 anos. A partir de 1º de fevereiro será de R$ 1.210.

O Orçamento de 2022 destinou ainda R$ 16 bilhões para as emendas do relator. A metade disso vai praticamente para a saúde: R$ 7,3 bilhões.

Arrecadação recorde
E a propósito, a arrecadação federal, graças a nós, pagadores de impostos, registrou mais um recorde em novembro: R$ 157 bilhões. A arrecadação no ano de 2021 já é recorde, ainda sem contar dezembro, que é o mês de grande movimento comercial e que gera imposto. Até 30 de novembro, o governo da União arrecadou R$ 1,684 trilhão. É muito dinheiro, graças a nós, porque é parte do nosso trabalho. São os nossos impostos.

Comitê anti-Covid do Rio quer carnaval

O Comitê Especial de Enfrentamento à Covid do município do Rio de Janeiro aprovou duas medidas. A primeira é fazer o carnaval (?!?!), e a segunda é vacinar as crianças. Diz que o comitê é composto de médicos, cientistas, professores universitários, especialistas em saúde, integrantes da prefeitura municipal e o secretário de Saúde.

Ameça a técnicos da Anvisa
A Polícia Federal já sabe quem foi que ameaçou o pessoal da Anvisa. O sujeito mandou um e-mail para lá dizendo que iria tirar o filho da escola se tentassem inocular nele essa “vacina experimental”, e “quem atentar contra a segurança física do meu filho será morto. Isso não é uma ameaça, é um estabelecimento”. Inclusive, vacina experimental é palavras dele, do e-mail.

A PF não pode indiciá-lo porque há uma orientação de 2016 que diz que em crime de menor potencial não há indiciamento. O crime de ameaça não é simplesmente ameaçar, dizer uma coisa para outra pessoa. Tem que comprovar que pode, que tem instrumento para isso e que tinha um objetivo nisso, de tirar uma vantagem disso.

(Nota do editor: A Procuradoria da República no Distrito Federal decidiu denunciar o suspeito à Justiça pelo crime de ameaça.)

Mortes estranhas
Cada vez mais jovens estão aparecendo com problemas que a gente nunca viu antes. Um menino de 10 anos em Igarapé (MG), perto de Belo Horizonte, foi arrancar um dente e morreu na cadeira do dentista.

Em Jaraguá do Sul (SC), que tem um belo corpo de bombeiros voluntário, um jovem de 25 anos, que era voluntário num hospital, foi receber a farda de bombeiro, porque tinha passado no concurso, e teve um ataque cardíaco.

Até um atleta olímpico, de Jogos Panamericanos, com 32 anos, e que praticava saltos ornamentais, morreu no Rio de Janeiro, depois de ficar internado um tempo, por causa de uma infecção pulmonar que começou com uma dor de garganta. São coisas chocantes.

Na torcida por Jabor
Ao mesmo tempo, estou na torcida para que se recupere o meu amigo e colega Arnaldo Jabor, que está internado no Hospital Sírio-Libanês, para se livrar de um coágulo que apareceu no cérebro. Ele, que é meu contemporâneo e ex-colega de televisão, já está sendo muito bem tratado.


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NEM TODO POBRE É POR FALTA DE DINHEIRO

 

Por
Bruna Frascolla – Gazeta do Povo

| Foto: Brunno Covello/ Arquivo/ Gazeta do Povo

Cruz Machado, na região centro-sul do estado, tem 7% da população beneficiada pelo bolsa familia. Este número é um indicativo alto de pobreza na região. Na imagem, famílias que vivem no morro São José. Expedição Paraná 2014.



Tecnocrata tem uma dificuldade terrível em entender coisas que não cabem em números. Ao meu ver, isso acaba implicando uma desestabilização das sociedades menos baseadas no dinheiro. Estas são automaticamente consideradas pobres, recebem uma injeção artificial de dinheiro e, muitas vezes, este vai encontrar seu destino numa nova área da economia que cresce vertiginosamente desde quando surgiu o Bolsa Família: o tráfico. Com a criação do Bolsa Família teve a substituição do jegue pela moto, que aumenta a capacidade de produção e é uma boa coisa, mas me parece que houve também a explosão do tráfico. Não pretendo dizer que não é pra ter auxílio estatal a gente carente; pretendo chamar a atenção a efeitos ruins que o tecnocrata não costuma enxergar.

O que é pobreza?
Dalrymple costuma apontar que o significado de “pobreza” é alterado de modo a nunca se poder dizer que ela acabou. Ele é um médico inglês aposentado que trabalhava no SUS de lá (o NHS) e em prisões, por isso conhece bem o segmento social que os ingleses chamam de “pobre”, mas que ele prefere chamar de underclass, subclasse. É gente que recebe uma espécie de Bolsa Família e se diz “paga”, mesmo que não trabalhe. Se o Bolsa Família é de inspiração liberal, porém, o Reino Unido tem uma forte tradição socialista no campo da assistência social. Conforme Dalrymple conta, o “pobre” inglês “é pago” pelo Estado e recebe ainda uma habitação estatal já mobiliada e equipada com eletrodomésticos para morar. Os burocratas inspecionam as famílias e dizem quem vai morar onde. Decidem tudo burocraticamente, na acepção pejorativa da palavra. Num dos seus livros (que são editados no Brasil pela É Realizações), ele conta o causo de uma mãe solteira que costumava se envolver com homens violentos. Ela pedia para mudar de apartamento para escapar de um deles, mas a assistência social dizia que não, porque ela já estava alocada no apartamento para o tamanho da família dela. O problema foi resolvido quando, para resolver a questão da alienação parental (criada pela própria burocracia), os burocratas decidiram que todos os pais teriam direito a ficar com os filhos por um período, mesmo que fossem pedófilos ou assassinos violentos. O pai da filha dela ficou com a criança e matou. Aí a burocracia finalmente a mudou de apartamento, já que agora era uma mulher sozinha.

Assim, os “pobres” da Inglaterra levam uma vida que serviria para encher mil programas do Datena, embora vivam em meio à fartura material. Os “pobres” da Inglaterra são “pobres” somente por terem menos dinheiro que alguém. Caso transformemos a pobreza em algo relativo, em vez de absoluto, a pobreza só acabará quando todo mundo tiver a mesma riqueza. Se todo mundo menos Bill Gates fosse tão rico quanto Gisele Bündchen, Gisele Bündchen seria pobre até a aniquilação de Bill Gates.

O mais razoável, para Dalrymple, seria considerar que não existe mais a pobreza entre os cidadãos do Reino Unido. E um tema recorrente em seus textos é como as modas intelectuais da elite têm um efeito devastador sobre o povo. No fim das contas, eles não abasteceriam um eventual Datena por causa de sua pobreza, mas sim por causa de sua degradação moral, possível também em meio à riqueza.

Onde eu quero chegar com isso? Ora, na mentalidade tecnocrática segundo a qual todo problema tem origem na falta de dinheiro. Por que as pessoas roubam comida? Porque não têm dinheiro? Ok. Por que as pessoas contrabandeiam fuzis? Porque não têm dinheiro?! Por que as pessoas compram cocaína pura traficada da Colômbia? É porque não têm dinheiro?! E se o rico tem motivações de ordem espiritual para comprar cocaína pura, por que temos que reduzir à economia os motivos do drogado pobre?

Eu tenho para mim que o cheirador rico e o cracudo pobre partilham dos mesmos valores, e que os valores explicam o estilo de vida de ambos. Já os tecnocratas e um monte de católicos acham que toda a degradação dos pobres advém da pobreza, isto é, da escassez de recursos materiais necessários à sobrevivência.

Um cheirador é um cracudo com dinheiro; um cracudo é um cheirador sem dinheiro.

Riqueza sem dinheiro

Mas uma das coisas que mais me espantam na mentalidade do tecnocrata é a ignorância histórica. Tudo se passa como se Deus tivesse criado o Éden com Adão, Eva, um monte de bicho e cédulas de dólar. Durante a maior parte da história da humanidade, a riqueza vinha do solo, do trabalho rural. Gente sem um tostão furado, mas senhora de terras férteis e de servos, era rica. Impostos medievais como a terça e meação podiam ser pagos “em espécie”, expressão que significava, quando ainda não existiam cartão de crédito nem transferência bancária, pagos com uma fração da própria produção. Pagamento “em espécie” do plantador de beterrabas era pagamento com beterrabas.

A própria moeda surgiu como resultado de um trabalho de extração de riquezas da terra. E o material da moeda poderia ser fundido e guardado em casa como poupança, seja sob a forma de joias, seja como utensílios de cozinha (“a prata da casa”). Tão tarde quanto no século XVIII, David Hume condenava a prática de importar porcelana do Oriente porque, uma vez partida, a riqueza se perdia – bem ao contrário da prata da casa. As joias de crioula usadas pelas sinhás pretas da Bahia no século XIX eram uma poupança ostensível. As pessoas não iam a lojas com dinheiro na mão escolher uma joia; elas amealhavam riqueza em metais preciosos e buscavam um ourives honesto para fundi-los em artefatos. Quando as vacas magras viessem, bastava derreter.

Desde a Idade Média, portanto, a riqueza era sobretudo rural e com pouco dinheiro. Com o excedente da produção do campo e o aumento do comércio, começaram a surgir as cidades (ou burgos), com seus burgueses. A nobreza tinha riqueza em terras; a burguesia tinha riqueza em dinheiro.

Ainda no século XIX, na Itália já industrial, a importância da riqueza em terras era reconhecida. Por isso a burguesia começou a se casar com nobres falidos e assim a se nobilitar. Uma representação famosa desse processo se encontra em Il Gattopardo, romance do príncipe de Lampedusa transformado em filme por Visconti. A famosa frase “é preciso mudar tudo para que nada mude” sintetiza a aliança da nobreza decadente com a burguesia ascendente para se manter por cima da carne seca.

Uma economia diferente
Se um grupo de liberais como Marcos Lisboa chegasse à Idade Média, seria feito um censo para medir em dinheiro as receitas de todo mundo. Ficariam de coração cortado ao descobrir que marqueses, condes, viscondes e duques têm pouco dinheiro; que os camponeses vivem com menos de um dólar por dia. Enviariam um relatório a entidades internacionais revelando a situação de extrema pobreza dos nobres medievais. Por outro lado, os judeus, párias privados do uso da terra, condenados à vida urbana, apareceriam como grandes ricaços e concentradores de renda. Um Bolsa Família levaria dinheiro aos campônios e nobres, às expensas dos burgueses. Mas que diabos o povo do campo faria com o dinheiro?

Ao meu ver, é possível que seja mais ou menos isso o que acontece com as desigualdades regionais do Brasil. A economia da maioria da população nordestina (que não mora nas capitais) se assemelha à economia medieval. Os liberais puxam os cabelos lastimando o pouco dinheiro que o nordestino rural tem, mas não considera o baixíssimo custo de vida que um pequeno proprietário rural tem. Aí pega o dinheiro dos centros urbanos e despeja no sertão. Pra quê?

Bom, as coisas que o campo arcaico não consegue comprar são os bens tecnológicos importantes para a produtividade – como moto, celular, internet, trator – e droga. Veja-se por exemplo esta notícia de um negócio ilegal flagrado pela Polícia Rodoviária Federal: no interior da Bahia, um inadvertido comprou com um porco gordo, pela internet, uma moto roubada. Isso é economia brasileira. No dia em que um tecnocrata entender que esse tipo de operação com pagamento em espécie é uma coisa normal na segunda maior região brasileira, talvez possamos pensar em programas melhores de transferência de dinheiro.

A cocaína é produzida fora do Brasil e só entra à base de dinheiro. Se hoje há crack em qualquer rincão rural do país, isso só foi possível com a chegada do dinheiro a esses rincões. Isso aconteceu com os programas liberais de transferência de renda, que mexeram nessa economia arcaica. Repito que a chegada do dinheiro não implica que todo mundo vá comprar drogas — há quem compre bens de tecnologia, que também só chegam com dinheiro. Mas precisamos abandonar essa mentalidade segundo a qual dinheiro é a melhor ou a única métrica de sucesso humano.


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ÚLTIMOS CZARES DA RÚSSIA

 

História

Por
Maria Clara Vieira – Gazeta do Povo

Livro “Os últimos czares” traz foto colorizada da família Romanov.| Foto: Divulgação/ Editora Leya

Histórias de famílias reais tendem a ser fascinantes. Não à toa seus romances, intrigas e controvérsias continuam a provocar burburinhos entre o público mesmo quando o monarca em questão não tem grandes poderes (como ocorre nas monarquias parlamentares) ou já foi deposto há décadas. Das dezenas de reis e rainhas que governaram a Europa até o início do século XX – quando somente França, Suíça, Portugal e San Marino adotavam o republicanismo -, poucas despertam tanto interesse quanto a última família imperial a governar a Rússia, deposta e assassinada pela sangrenta revolução que transformaria o país para sempre.

Se, por uma lado, a história da família Romanov foi deliberadamente soterrada pelo comunismo – antes da queda da União Soviética, turistas sequer eram informados sobre a localização da residência do czar Nicolau II e sua família, e qualquer um que perguntasse por cartas e documentos históricos passaria por suspeito -, por outro, a tragédia que marcou o fim da dinastia somada ao peso da Cortina de Ferro acabou por fomentar um universo de lendas que extrapolam as fronteiras da Rússia e povoam o imaginário cultural do Ocidente. No cinema, filmes de sucesso como “Anastacia, a Princesa Esquecida” (1956) e “Nicolau e Alexandra” (1971) marcaram gerações, bem como as polêmicas resultantes do paradeiro dos restos mortais da família, encontrados apenas em 1979. Até então, falsos herdeiros dos Romanov apareceram até em Poços de Caldas (MG) e Cuiabá (MT).

Foi este arcabouço de mistérios, curiosidades e perguntas não respondidas (ou pouco conhecidas) que levou o autor Paulo Rezzutti, vencedor do Prêmio Jabuti por seu “D. Pedro – A história não contada”, a escrever o recém-publicado “Os últimos czares: uma breve história não contada dos Romanovs” (Ed. Leya). “Eu devia ter 14, 15 anos quando tive o primeiro contato com a história da família Romanov, através do cinema, e o mundo era outro naquela época. Ainda havia o bloco soviético e a Cortina de Ferro. Pesquisar sobre o que havia acontecido na Rússia 60 anos antes era um negócio inimaginável. Além disso, a história tem um quê de conto de fadas trágico: uma família real linda, que podia tudo e acaba morta – não apenas o monarca, mas os herdeiros, as filhas jovens, todos. Essa tragédia me fisgou e acho que está também por trás do interesse geral”, explica Rezzutti, que descreve um universo de “luxo e de prazeres, de amores e misticismo, de belezas e doçuras”. Confira, abaixo, cinco curiosidades sobre a família imperial:

Casamento por amor

Em tempos nos quais casamentos por amor ainda não eram regra, Nicolau II e Alexandra – nascida Alix de Hesse –  eram um casal apaixonado. Conheceram-se muito jovens, no casamento da irmã de Alexandra, Ella, com o tio de Nicolau II, Sérgio, e logo se apaixonaram. A maior oposição ao casamento, contudo, partiu da própria Alix, que, criada no protestantismo, resistia à ideia de abraçar o catolicismo ortodoxo para governar a Rússia. Enquanto isso, Nicolau recusava qualquer noiva que não fosse a princesa de Hesse.

Transpostos os desafios, Nicolau II e Alexandra Feodorovna – como passaria a ser chamada – casaram-se em 26 de novembro de 1894 e, embora possuíssem seus próprios apartamentos no Palácio de Alexandre, o casal costumava dormir junto – uma raridade em meio às famílias reais da época. Conta-se que ela era desorganizada e ele rigoroso, mas preferia passar seu tempo livre em meio à bagunça da esposa, a quem costumava chamar com um assobio que imitava um canto de pássaro. “Mesmo depois de muitos anos de casados, ao escutar isso, ela corava como uma adolescente e levantava-se correndo para ir ao encontro dele”, escreve o autor.

A doença secreta do príncipe
Pouca gente sabe, mas a czarina Alexandra Feodorovna era descendente direta de uma família real cuja história é bastante popular no Ocidente: Alix era a neta favorita da rainha Vitória, da Inglaterra. Esta linhagem, contudo, haveria de trazer problemas: como muitos antepassados da família materna ligados à coroa inglesa, o czarevich Alexei, o esperado herdeiro dos Romanov, nascido em 1904, era portador de hemofilia, uma grave doença congênita que o deixaria, muitas vezes, à beira da morte, e acabaria por influenciar os rumos do país.

Enquanto tentavam esconder a deficiência do filho até mesmo dos funcionários do palácio, Nicolau e Alexandra se tornariam cada vez mais apartados dos seus súditos, o que ajudava a ampliar o sentimento de insatisfação popular que crescia contra o governo, em meio às bruscas transformações que marcaram o século XX, trazendo fome e miséria à Rússia. Some-se a isto o fato de a czarina – vítima de crises de exaustão física e emocional por conta da saúde do filho – ter se apegado a polêmicas figuras místicas que acabariam por fomentar a antipatia do público e, por consequência, os ímpetos revolucionários. O mais conhecido destes místicos seria Rasputin.

Entre milagres e fake-news 
Apresentado ao czar no dia 1.º de novembro de 1905, a história de Rasputin com a família Romanov teve tantas implicações para o futuro do país que merece um capítulo à parte. Depois de, aos 28 anos, fazer uma peregrinação ao mosteiro de São Nicolau de Verkhoturye – sim, o mesmo do Papai Noel – em 1897, Rasputin tornou-se um starets – na tradição russa, um homem “tocado pelo Espírito Santo” -, de modo que quando chegou à casa dos Romanov já angariava alguma fama de milagreiro. Depois de supostamente curar o czarevich Alexei, então com dois anos, de uma de suas crises de hemofilia, o místico se tornou parte da corte de Nicolau e Alexandra, exercendo especial influência sobre a czarina.

Se, por um lado, a relação de Rasputin com a imperatriz abriria caminho para muitos “milagres” – em 1912, o monge teria conseguido “curar” uma crise de Alexei através de um telegrama, sendo que o mais provável é que seu mérito tenha sido o de acalmar a mãe -, por outro, a dependência de Alexandra o levaria também a se infiltrar na política e adquirir privilégios. Passou a vestir-se com luxo, gastava muito dinheiro em bares e restaurantes, se envolvia com mulheres casadas e prostitutas. A antipatia geral do público com Rasputin e com a própria Alexandra (no caso dela, por conta da ascendência inglesa) somada à crescente influência do místico levaram à circulação de intensos rumores acerca de um suposto caso entre os dois, além de intrigas familiares que descambaram no assassinato de Rasputin por parte de membros da família Romanov.

“Já disseram que, se não houvesse hemofilia, não haveria Rasputin, e sem ele não haveria revolução. É uma ideia simplista, por um lado, mas que por outro mostra como o drama íntimo da última família imperial russa pode ter ajudado a difamá-la e a alimentar a propaganda contrária ao regime”, escreve o autor.

Mártires ortodoxos
Em 1918, a família imperial russa foi brutalmente assassinada pelos revolucionários bolcheviques. Seus corpos foram encontrados em 1979 pelos pesquisadores Alexander Avdonin e Geli Ryabov, mas a descoberta só veio a público em 1989, ano da queda do Muro de Berlim. Oito anos antes, contudo, a família Romanov alcançou um reconhecimento inusitado: Nicolau, Alexandra e seus cinco filhos foram canonizados como neomártires pela Igreja Ortodoxa Russa no exterior, um ramo autônomo da Igreja Ortodoxa que entendeu que Nicolau II fora sacrificado por sua fé, bem como todos os outros Romanov executados.

A Igreja Ortodoxa Russa, por sua vez, levou mais tempo para canonizar o czar e sua família como “portadores de paixão”: pessoas que encararam a morte com resignação. “A evidência disso seria o sinal da cruz feito por Alexandra e Olga antes de morrerem” registra o livro. Hoje, no local onde os Romanov foram assassinados, foi erguida uma igreja conhecida como Igreja do Sangue, de onde uma procissão parte todo dia 17 de julho rumo ao local onde corpos foram depositados logo após a morte.

Viúva-negra da vida real?
Embora os bolcheviques tenham pretendido exterminar toda a dinastia Romanov, dos 53 familiares que viviam na Rússia na época da revolução, 35 conseguiram escapar – sendo a maioria deles mulheres. Uma delas foi a mãe do czar Nicolau II, a imperatriz viúva Maria Feodorovna que precisou ser resgatada pelo sobrinho, o rei britânico George V, avô da rainha Elizabeth.

O livro chama a atenção, contudo, para a história praticamente desconhecida de uma Romanov que escapou ao massacre e cujo nome pode soar algo familiar para as novas gerações. Nascida em Petrogrado em 5 fevereiro de 1917, a princesa Natália Androsova Iskander-Romanov foi levada para o Uzbequistão quando a revolução começou. Quando seu pai foi dado como morto em combate pelo Exército Branco, que lutava contra os bolcheviques, sua mãe casou-se de novo em Moscou e mudou o sobrenome das crianças para Androsov.

De cabelos claros e olhos azuis, Natália Romanov sempre conheceu suas origens, mas precisou escondê-las para sobreviver. Tornou-se motociclista profissional e chegou a se apresentar em números de alto risco, até ser descoberta pela polícia soviética e ser obrigada a se tornar uma agente secreta do governo de Stálin. Serviu na Segunda Guerra Mundial neutralizando e recolhendo bombas alemãs e como mensageira, até retomar sua carreira como motociclista em 1942. Foi descrita como uma mulher “excepcionalmente resistente, forte e carismática” pelo escritor Constantine Pleshakov, e encerrou sua carreira em 1964, ano em que Stan Lee, então editor da Marvel Comics, apresentou ao mundo Natalia Alianova Romanova: a Viúva Negra.


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VARIANTE ÔMICRON DO CORONAVÍRUS ALASTRA PELO MUNDO

 

Variante ômicron
Por
Gazeta do Povo e Agência EFE

O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou novas medidas de combate ao coronavírus, na Casa Branca, Washington, 21 de dezembro| Foto: EFE/EPA/JIM LO SCALZO

Os Estados Unidos e vários países da Europa anunciaram novas medidas para tentar conter a propagação da variante ômicron do coronavírus, às vésperas do segundo Natal da pandemia de Covid-19.

“Se você não está totalmente vacinado, tem boas razões para se preocupar. Você tem alto risco de ficar doente”, afirmou Biden em discurso nesta terça-feira na Casa Branca em que detalhou novas medidas para frear os contágios de coronavírus. “Os não vacinados têm um risco significativamente mais alto de parar em um hospital ou de morrer. Quase todos os que morreram de Covid-19 nos últimos meses não estavam vacinados”, alertou.

O presidente americano disse que, como a ômicron se espalha com muita facilidade, possivelmente haverá um grande número de vacinados infectados com Covid, mas essas pessoas estarão mais protegidas contra casos graves e mortes pela doença.

Biden ressaltou ainda a importância da terceira dose da vacina, lembrando que ele e o ex-presidente Donald Trump já receberam a dose de reforço, assim como 60 milhões de americanos.

Ao mesmo tempo, Biden disse que, embora a variante ômicron cause preocupação, não se deve “entrar em pânico”. “Estamos preparados para combater a ômicron. Não é como em março de 2020”, disse o presidente americano.

Entre as medidas para conter a propagação da ômicron anunciadas por Biden estão a mobilização de médicos militares e do governo federal em hospitais, a distribuição de 500 milhões de testes rápidos de Covid para serem usados em casa e a ampliação de postos de vacinação.

Para disponibilizar mais profissionais nos hospitais, Biden instruiu o secretário de Defesa Lloyd Austin a preparar cerca de 1.000 profissionais, incluindo médicos militares, enfermeiros e paramédicos, para atuarem neles nos meses de janeiro e fevereiro. Médicos do governo federal também estarão imediatamente disponíveis para apoiar os governos estaduais.

Além disso, a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema) providenciará um centro de coordenação de resposta nacional para que equipes de especialistas desse órgão avaliem as necessidades hospitalares de estados e outros territórios do país. As ações incluem a garantia do fornecimento de milhares de máscaras e mais de 100 mil ventiladores hospitalares.


Portugal antecipa restrições
O governo de Portugal decidiu antecipar as restrições que havia planejado para janeiro para combater a quinta onda de contágios por Covid-19 e anunciou medidas mais duras para as festividades de fim de ano, como a obrigação de apresentar um teste negativo para a doença para entrar em restaurantes.

A variante ômicron cresceu exponencialmente e já é responsável por 46,9% dos casos de Covid-19 no país, cujas autoridades sanitárias relataram um total de 5.754 novos contágios e 16 mortes nesta terça-feira. As autoridades preveem uma prevalência de cerca de 80% da nova variante até o final do ano no país.

O primeiro-ministro, António Costa, apresentou as novas medidas nesta terça-feira. A chamada “semana de contenção” de infecções, prevista para começar em 2 de janeiro, será antecipada para 25 de dezembro, quando entrarão em vigor o teletrabalho obrigatório e o fechamento de casas noturnas e bares.

Além disso, será obrigatório apresentar um teste negativo de Covid, mesmo para pessoas vacinadas, para entrar em restaurantes e cassinos nos dias 24, 25, 30 e 31 de dezembro e 1º de janeiro. Nesses dias, o consumo de álcool e encontros de mais de dez pessoas serão proibidos nas vias públicas.

A partir de 25 de dezembro será necessário apresentar um teste de Covid negativo em hotéis e alojamentos turísticos, casamentos e batizados, eventos empresariais, culturais e em locais esportivos.

O governo português também reduzirá a capacidade de lotação das lojas para evitar aglomerações nos dias após o Natal, quando muitos presentes são trocados. As medidas ficarão em vigor até 9 de janeiro, e o governo planeja rever, no dia 5, a possibilidade de prorrogá-las.

Costa também apelou que os portugueses façam um teste antes das reuniões familiares – o governo está ampliando a cobertura dos testes gratuitos de quatro para seis por mês por cidadão – e para evitar reuniões com muitas pessoas. “Este ainda não é um Natal normal”, enfatizou.

Na última quarta-feira, Portugal registrou 5,8 mil novos casos, o número mais alto desde fevereiro, quando o país ainda estava sob medidas de confinamento. No entanto, as mortes e hospitalizações são significativamente mais baixas do que naquela época, quando se relatavam mais de 200 óbitos por dia.

Suécia reforça medidas
A Suécia pedirá que todos os funcionários trabalhem de casa quando possível e irá impor regras mais rígidas para o distanciamento social, anunciou o governo sueco nesta terça-feira.

As regras também exigem que bares, restaurantes e eventos fechados ofereçam atendimento apenas a clientes sentados. As autoridades de saúde do país preveem uma média de novos casos diários de 15 mil em meados de janeiro. Nas ondas anteriores da pandemia, o pico chegou no máximo a 11 mil casos diários no país, segundo noticiou a Reuters.

Alemanha aperta restrições após o Natal
A Alemanha anunciou uma série de novas medidas que entrarão em vigor em 28 de dezembro para tentar controlar os contágios de coronavírus.

Encontros privados serão limitados a dez pessoas, mesmo para os vacinados ou recuperados de Covid-19. Crianças com menos de 14 anos não entram na conta. Casas noturnas permanecerão fechadas. A regra “2G”, que permite acesso apenas a vacinados e a quem se recuperou recentemente da doença, será aplicada em cinemas e teatros.

Grécia distribui testes
A Grécia disponibilizará para toda a população dois testes caseiros gratuitos de Covid-19 durante o período do Natal, além dos dois que já tinham sido oferecidos no começo deste mês.

O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, recomendou nesta terça-feira que um dos testes adicionais que serão distribuídos seja utilizado durante as festas e o outro logo após o Ano Novo. O objetivo, segundo o premiê, é retardar ao máximo a propagação da variante ômicron na Grécia, onde há dezenas de pessoas infectadas.

De acordo com Mitsotakis, em uma segunda fase, após o recesso de Natal, serão analisadas medidas adicionais, tais como a extensão do trabalho remoto ou o ajuste dos horários de funcionamento de bares, restaurantes e outros estabelecimentos. O que não está previsto, em nenhuma circunstância, é o fechamento de escolas.

Mitsotakis também anunciou que decidiu recusar a sugestão de exigir testes negativos de pessoas, vacinadas ou não, que desejem entrar em restaurantes ou outros estabelecimentos do setor de entretenimento. “Considero que tal medida seria injusta para os vacinados e, além disso, seria muito difícil implementá-la. Portanto, em vez de impor algo a todos, escolhi confiar nos cidadãos”, disse ele.

As medidas que estão atualmente em vigor exigem a apresentação de um certificado de vacinação ou atestado que comprove que o indivíduo teve Covid-19 recentemente para permitir a entrada em lojas. Os não vacinados precisam apresentar um PCR negativo ou teste de antígeno. Além disso, apenas pessoas vacinadas ou que já contraíram a doença podem entrar em bares e clubes.

O governo da Grécia, que insistiu que não vai decretar um novo confinamento geral, anunciou na segunda-feira que até 10 mil oficiais vão realizar inspeções diárias para verificar a implementação das medidas durante as festas de fim de ano.

Israel aplicará quarta dose

Também em outras regiões os governos estão atuando para frear o avanço da ômicron. Israel começará a aplicar a quarta dose da vacina contra a Covid-19 em pessoas com mais de 60 anos e trabalhadores da área da saúde quatro meses após a terceira injeção.

O comitê de especialistas que assessora o governo israelense na resposta à pandemia do coronavírus aprovou a iniciativa nesta terça-feira, a pedido do primeiro-ministro, Naftali Benet, que se comprometeu a iniciar a campanha imediatamente. O objetivo é combater a quinta onda de contágio, provocada principalmente pela variante ômicron do vírus.

Mais de 4 milhões de pessoas já receberam a terceira dose da vacina da Pfizer em Israel, um dos primeiros países do mundo a lançar com sucesso uma campanha de imunização, há um ano.

Com mais de 62% da população inoculada com pelo menos duas doses de Pfizer e quase 45% com três doses, o foco da campanha de vacinação tem sido, até agora, as crianças de 5 a 11 anos, que têm taxas de inoculação muito baixas – apenas 11% receberam pelo menos uma dose, apesar de já haver liberação para essa faixa etária há um mês.


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MO ICEBERG DO EMPREENDEDORISMO APENAS 1/9 DELE É SUCESSO.

 

Especialista destaca estratégias que ajudam negócio a decolar, como design inclusivo, conectividade e escalabilidade

João Moressi Jr., fundador e CEO da Opah IT

Relatório sobre empreendedorismo potencial da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizado no Brasil em parceria com o Sebrae e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), revelou que o número de brasileiros que não têm um negócio, mas desejam abrir uma empresa nos próximos três anos, aumentou 75% em 2020, chegando a 50 milhões de pessoas.

Para auxiliar esses brasileiros que desejam empreender, em especial na área de tecnologia, João Moressi Jr., fundador e CEO da Opah IT, empresa especializada no desenvolvimento de soluções customizadas de TI, destaca seis dicas que podem ajudar os empreendedores, inclusive utilizando alguns recursos tecnológicos a seu favor.

1. Concentre-se em um objetivo de design sólido

A última coisa que alguém deseja é projetar algo sem propósito. Antes mesmo de iniciar o processo de rascunho, tenha um conjunto claro de regras estabelecidas sobre como você vai projetar seu produto. “O empreendedor deve ter claro o que ele deseja que o produto alcance e evoque no usuário. Ter essas respostas ajudam a refinar o projeto”, orienta o CEO.

2. Pense como seu comprador

Mesmo os melhores produtos não serão usados por todos. Quem você imagina que gostaria de se envolver com sua empresa? Do que gostam essas pessoas? Como seus designs podem despertar o interesse delas? É importante ter em mente as necessidades dos potenciais compradores, pois são eles que vão decidir se o seu produto é bem sucedido ou não.

3. Crie designs inclusivos desde o início

Mesmo que o seu produto seja projetado para ser usado principalmente por um determinado grupo demográfico de pessoas, isso não significa que você não deve torná-lo acessível a todos. “Se o projeto não for inclusivo, ele estará alienando clientes em potencial desde o início”, alerta Moressi.

A Microsoft, uma das gigantes do design do século 21, tem um conjunto de diretrizes de inclusão de design que podem ser úteis para qualquer empreendedor de primeira viagem. Você também pode entrar em contato com designers mais estabelecidos e extrair dicas para fazer seus produtos funcionarem para todos. Certifique-se de não deixar ninguém de fora.

4. Concentre-se nas oportunidades de conectividade

Hoje, toda empresa é uma empresa de tecnologia, queira ou não. Não importa o tipo de negócio – você precisa integrar seus produtos e plataformas com a tecnologia existente, o máximo possível.

Se o seu produto for físico, considere encontrar maneiras de torná-lo parte da Internet das Coisas, um mercado que deve ultrapassar US $13 bilhões em valor nos próximos cinco anos. Se você é uma empresa digital ou uma operação baseada em serviços, torne sua presença online a mais perfeita e integrável possível.

5. Obtenha informações importantes de não designers

A menos que você mesmo seja um designer de carreira, pode ser tentador levar sua ideia a um designer o mais rápido possível para torná-la realidade, mas designers não são as únicas pessoas com quem você deve conversar. Embora possam fornecer informações valiosas sobre a aparência e o layout de um produto, os designers não serão capazes de responder a todas as suas perguntas sobre funcionalidade.

Antes do seu produto começar a ser vendido, você deve consultar os vendedores. Se o seu produto vai ter tecnologia para impulsioná-lo, traga alguns engenheiros de software para a conversa. Alguém também fará o marketing do seu produto, portanto, converse com os profissionais da área. “O design não é apenas uma questão de aparência. Trata-se de fazer algo que funcione em vários níveis”, ressalta o especialista.

6. Mantenha tudo escalonável

Nos dias de hoje, não há como prever quando ou como o crescimento chegará ao seu negócio. Simplificando, seu produto precisa ser escalável para públicos grandes e pequenos. Garanta estar pronto para atender diferentes cenários e ajustar a produção quando necessário. Sua capacidade de decolar pode depender disso.

“Tornar-se um empreendedor é um desafio e tanto. Mas ter um ótimo produto torna isso muito mais fácil. Seguindo alguns desses princípios, você pode ter a certeza de produzir algo que o ajudará a iniciar sua jornada com mais facilidade,” finaliza Moressi.

Preferências de Publicidade e Propaganda

Moysés Peruhype Carlech – Fábio Maciel – Mercado Pago

Você empresário, quando pensa e necessita de fazer algum anúncio para divulgar a sua empresa, um produto ou fazer uma promoção, qual ou quais veículos de propaganda você tem preferência?

Na minha região do Vale do Aço, percebo que a grande preferência das empresas para as suas propagandas é preferencialmente o rádio e outros meios como outdoors, jornais e revistas de pouca procura.

Vantagens da Propaganda no Rádio Offline

Em tempos de internet é normal se perguntar se propaganda em rádio funciona, mas por mais curioso que isso possa parecer para você, essa ainda é uma ferramenta de publicidade eficaz para alguns públicos.

É claro que não se escuta rádio como há alguns anos atrás, mas ainda existe sim um grande público fiel a esse setor. Se o seu serviço ou produto tiver como alvo essas pessoas, fazer uma propaganda em rádio funciona bem demais!

De nada adianta fazer um comercial e esperar que no dia seguinte suas vendas tripliquem. Você precisa ter um objetivo bem definido e entender que este é um processo de médio e longo prazo. Ou seja, você precisará entrar na mente das pessoas de forma positiva para, depois sim, concretizar suas vendas.

Desvantagens da Propaganda no Rádio Offline

Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no rádio. Frequentemente, os rádios também são usados ​​como ruído de fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado,

A propaganda na rádio pode variar muito de rádio para rádio e cidade para cidade. Na minha cidade de Ipatinga por exemplo uma campanha de marketing que dure o mês todo pode custar em média 3-4 mil reais por mês.

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

ELEITORES CHILENOS ELEGERAM A ESQUERDA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

O deputado de esquerda Gabriel Boric, eleito presidente do Chile em 19 de dezembro.| Foto: Elvis González/EFE

Em um segundo turno que terminou com vantagem mais larga do que previam as pesquisas de opinião, o esquerdista Gabriel Boric foi eleito o novo presidente do Chile, derrotando por uma margem de mais de dez pontos porcentuais o advogado José Antonio Kast, conservador de direita e que imediatamente reconheceu a derrota, parabenizando seu oponente. A vitória de qualquer um dos dois candidatos já representaria maior afastamento do centro político desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (à direita, no caso de Kast; e à esquerda, como será com Boric), o que apenas tornará mais desafiadora a missão de reunir uma sociedade que aprofundou suas divisões desde os protestos de 2019.

Com Boric à frente do governo, o Chile certamente embarca em um rumo novo – mas não necessariamente melhor que o anterior. Nas últimas décadas, o país implantou um modelo liberal e de respeito à liberdade econômica que fez do Chile a única nação sul-americana a integrar a OCDE, constantemente figurando entre os líderes no continente sul-americano em IDH, renda per capita e nos rankings da Heritage Foundation e do Banco Mundial. Pesquisa de 2018 da OCDE indicava que, dentre todos os países-membros, o Chile tinha os melhores índices de mobilidade social. Mesmo assim, nem todos os chilenos conseguiram se beneficiar deste modelo, que não conseguiu eliminar a pobreza, nem reduzir drasticamente as desigualdades tão características da América Latina.

Com Boric à frente do governo, o Chile certamente embarca em um rumo novo – mas não necessariamente melhor que o anterior

Ainda que tenha levado o Chile a uma posição invejável, ao menos para os padrões do continente latino-americano, não há dúvidas de que o modelo chileno poderia ser aperfeiçoado, levando o Estado a um papel mais subsidiário, sem no entanto reduzir a liberdade econômica ou apelar para intervencionismos que já têm um histórico de fracasso onde quer que sejam implantados – o caso mais evidente é o dos vizinhos argentinos. Mas não parece ser essa a vontade de Boric.

O candidato vitorioso, da coalizão Aprovo Dignidade – formada por forças políticas como a Frente Ampla e o Partido Comunista –, notabilizou-se pelas críticas ferrenhas ao que chama de “modelo neoliberal”, prometendo que o Chile, depois de ter sido o “auge do neoliberalismo na América Latina”, seria o seu “cemitério”. No segundo turno, para conquistar os eleitores mais ao centro, Boric moderou o discurso: “Jamais disse que estes 30 anos foram perdidos”, afirmou no último debate antes da votação deste dia 19. Mesmo assim, está bem claro que o esquerdista tem em mente não um Estado subsidiário, mas efetivamente grande e provedor.


A vitória de Boric também dá impulso à ala majoritária da assembleia constituinte eleita em maio deste ano, igualmente mais disposta a reverter o modelo atual chileno que em mantê-lo ou aperfeiçoá-lo. A nova carta será apresentada em meados de 2022 e terá de passar por um referendo. Se o segundo turno presidencial contar como uma “prévia” desta futura consulta, é grande a possibilidade de que passe a vigorar no Chile uma Constituição que rejeite a possibilidade de um liberalismo mais atento aos pobres, abraçando de vez o Estado de bem-estar social.

Estamos presenciando o início da “brasileirização” – ou, pior, da “argentinização” – do Chile? Se a prática corresponder ao discurso, certamente. Mas nem sempre isso ocorre, e há a possibilidade de que Boric perceba que seria um grande erro governar apenas para o nicho do qual ele provém; ou, uma vez no governo, ele poderia se tornar mais pragmático, como foi o caso, por exemplo, do petismo quando finalmente passou a realizar leilões de infraestrutura não porque concordasse com eles, mas por perceber (muito a contragosto) que o Estado não era capaz de manter estradas ou aeroportos em condições satisfatórias. Os eleitores de Boric, ou ao menos boa parte deles, espera que o novo presidente jogue fora o bebê junto com a água do banho, enterrando um modelo que, apesar de suas limitações, trouxe crescimento e prosperidade ao Chile. Que o novo presidente tenha a coragem de contrariar essas expectativas mais radicais.


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