sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

ENEM PARA INGLÊS VER

 

Por
Carlos Ramalhete – Gazeta do Povo

08-11-16 – Cadernos de prova do ENEM 2016

Incapazes de enfrentar o lobby da educação, MEC e presidente Jair Bolsonaro praticamente pedem desculpas diante de acusações de interferência no Enem.| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo / Arquivo

Cheguei a pensar em fazer o último Enem da era petista e o primeiro do bolsogoverno, para comparar as experiências. Creio que teria dado um bom tema pra uma coluna. Acabei deixando pra lá; afinal, a chance de haver qualquer mudança substancial na prova seria nula, de qualquer maneira. Só para começar, as questões do famigerado são sempre escolhidas dentre as já presentes num banco de questões concebido por educratas de esquerda. Substituí-las por outras exigiria uma transformação burocrática muito além da capacidade de um mero presidente. Mesmo assim, cada Enem nestes bolsoanos tem sido marcado por acusações de “interferência” vindas da monolítica esquerda midiática e acadêmica, como não poderia deixar de ser.

Não espero que a Nova Direita consiga entender, todavia, que o problema é muito mais grave que questões tendenciosas, ou mesmo o modelo da redação – que poderia ser resumido como “aponte uma intervenção estatal que poderia ser justificada pelo problema acima”. Não; o problema do Enem é algo que o próprio Enem aponta: um sistema supostamente educacional concebido com as piores intenções. A grande vantagem brasileira é que aqui até mesmo uma bem-azeitada máquina alemã consegue ser esculhambada de alto a baixo e transformada em mais uma coisa para inglês ver. É o caso.

Temos, então, uma espécie de emulsão cultural em que água e óleo se mesclam sem se misturar, tornando contudo a água venenosa e o óleo explosivo. Ao sistema de ensino moderno respondemos, inconscientemente mesmo, com esculhambação. A seus objetivos respondemos assoviando e olhando para cima. E assim uma máquina de transformar as pobres crianças e adolescentes em paus-mandados prontos para engolir qualquer imbecilidade que seja proferida por uma figura de autoridade torna-se, em Pindorama – como já batuquei aqui nestas mal-traçadas –, mero depósito de crianças. Apenas as escolas caras, de elite, têm sucesso na doutrinação e na negação dos talentos de seus alunos.

O problema do Enem é algo que o próprio Enem aponta: um sistema supostamente educacional concebido com as piores intenções

Curiosamente, quando a coisa começou, na Prússia, a ideia era fazer exatamente o oposto. E previsivelmente, em se tratando de alemães, funcionou direitinho por lá; tão direitinho que no século passado as máquinas genocidas nazista e comunista tiveram seus mais perfeitos sistemas implantados justamente nos territórios de cultura alemã. A ideia de base, como não poderia deixar de ser, foi mais um desses frutos venenosos do Iluminismo. No caso, Frederico o Grande, rei da Prússia, resolveu universalizar por seus territórios a escolarização, com o objetivo declarado de preparar bons soldados e bons operários. Ao fazê-lo, virou de cabeça para baixo o próprio sentido da palavra “educação”. Tal como “condução” significa “levar junto” e “abdução” significa “levar de algum lugar”, “educação” significa, ou deveria significar, “levar para fora”. Já nosso caro Fredão queria levar as crianças “para dentro”: para dentro da escola, primeiro, para que depois fossem sem reclamar para dentro de uma fábrica ou de um quartel.

Convém lembrar que se trata da mesma época em que Napoleão, com seus imensos exércitos de conscritos – jovens arrancados do seio da família para servir de bucha de canhão Europa afora –, estava, ele também, universalizando de uma certa maneira uma experiência estadocêntrica. As guerras sempre haviam sido, na Europa cristã, afazer apenas da nobreza. É claro que sempre sobrava para o mais fraco, e muitos membros do campesinato e do clero acabavam morrendo em tais aventuras. Nenhum deles, entretanto, corria o risco de ser forçado a fazer parte de um exército, justamente por não serem nobres.

Já na Era Moderna, acabou-se o pejo, e o sequestro de rapazes para aventuras militares tornou-se a regra. Da mesma forma, foi bem naquele tempo que começou a haver a concentração de renda e poder nas mãos da nova classe dominante burguesa que veio a permitir a Revolução Industrial. Fábricas e regimentos, regimentos e fábricas: para lá era do interesse dos governantes europeus conduzir a população que antes fora, na medida do possível, livre para cuidar da própria vida. O projeto de escolarização universal de Frederico, assim, tinha por objetivo imediato garantir que os rapazes forçados a “servir” em suas forças militares já chegassem ao quartel não apenas capazes de ler uma instrução ou fazer uma conta, mas também, e principalmente, acostumados a obedecer sem pensar. É para isto, mais que para qualquer outra coisa, que serve o modelo de escola que ele criou e que hoje temos em versão para inglês ver.

Afinal, convenhamos: praticamente toda a matéria escolar além dos primeiros anos é, na melhor das hipóteses, irrelevante para a maioria das crianças e adolescentes submetidos a tais fábricas de salsicha. Mesmo assim, não é por acaso que continue sendo obrigatório que a molecadinha permaneça na escola muito depois de já ter tirado dela o que lhes seria útil. É de pequenino que se torce o pepino, e enquanto o pepino não se conformar à espiral de parafuso do sistema ele é forçado a ficar ali. Usando a mesma roupa que todos os colegas de sala. Forçado a ficar calado horas a fio, com um pequeníssimo intervalo no qual – como qualquer outro ser humano – quererá falar com o colega que estava ao lado. Numa sala em que só o que há de comum entre os alunos é a idade, um dado perfeitamente irrelevante em termos de capacidade no mais das vezes. Com uma sineta pavloviana que o adestra para parar de pensar em algo imediatamente ao ouvir seu toque, por mais interessante que seja o assunto a abandonar, e passar a pensar noutra coisa que lhe mandam pensar. Sucedem-se os professores, cujo supremo desinteresse pela matéria que lecionam só é maior que o que porventura tenham pela missão de ensinar.

É bastante evidente, para quem tenha olhos para ver, que o objetivo de todos esses rituais não é garantir que os alunos decorem a fórmula de Báskhara – cujo uso, aliás, ignoram. Ao contrário; é um sistema extremamente bem construído, que visa uniformizar a cabeça das crianças como se lhes uniformiza o corpo, as ações, e tudo o mais que é o verdadeiro objetivo dos rituais. Não interessa qual seja a matéria de uma ou de outra disciplina (veja-se o nome…), mas interessa sobremaneira que os alunos aprendam a só pensar nela no tempo alocado. Não interessa o potencial do petiz, mas é crucial que ele aprenda a sentir-se bem apenas na companhia de quem pense e aja de maneira exatamente igual. Daí, aliás, o sinal de sucesso do processo que é ver os adolescentes odiando ou desprezando quem tenha outro gosto musical ou use roupas de outro feitio, fora da escola.

Da mesma maneira, coisa ainda mais fundamental é que eles sejam treinados para receber e aceitar o que o educador americano John Taylor Gatto chama de “pensamentos pré-pensados”. Todo o sistema visa criar cidadãos intercambiáveis, que não usem a própria cabeça, mas aceitem o que lhes é dito pela autoridade; que não tenham imaginação; que odeiem o diferente e, consequentemente, a diferença; que, em suma, estejam prontos para arregimentação ideológica e para participação ao modo de uma porca ou parafuso em empreendimentos que não entendem. O mais engraçado é que, tanto aqui quanto nos EUA, chama-se ironicamente “pensamento crítico” a tal aceitação passiva dos pensamentos pré-pensados pelos mestres, pela mídia etc.

Todo o sistema visa criar cidadãos intercambiáveis, que não usem a própria cabeça, mas aceitem o que lhes é dito pela autoridade; que não tenham imaginação; que odeiem o diferente e, consequentemente, a diferença; que, em suma, estejam prontos para arregimentação ideológica

A coisa funcionou terrivelmente bem na Alemanha, como escrevi acima. Os pensamentos pré-pensados por um cabo austríaco ou pelo Politburo soviético foram devidamente deglutidos e incorporados ao senso comum da população que, no começo do século passado, era a mais escolarizada do mundo. Nos EUA a coisa também foi bem longe, com as escolas públicas sendo há muito a regra e as particulares a exceção. Seria de estranhar que assim seja no país que passa por ser a vanguarda do capitalismo, até nos lembrarmos do simples fato de que mesmo em tal sistema os operários e soldados obedientes são requeridos em quantidade muito maior que os capitalistas. É bastante comum entre os grandes capitalistas americanos, aliás, ter abandonado a escola.

Mas Frederico não era bobo, e simultaneamente ao sistema acima descrito instaurou um outro, paralelo. Aquele – que se tenta importar aqui faz tempo – é a “baixa escola”, para os membros das classes inferiores da sociedade. Os filhos da nobreza e dos capitalistas, para o bem do sistema, no entanto, passavam por um sistema quase diametralmente oposto, o da “escola alta”. Lá aprendiam a pensar imaginativamente, a desenvolver ao máximo seu potencial, e tudo o mais que fosse garantir – como garantiu por muitas e muitas gerações – a preponderância de sua pátria nos campos de batalha e na economia mundial. Daí o curioso de no Brasil serem os filhos dos ricos que efetivamente passam pela “escola baixa”. Não que os dos pobres – ou quem quer que seja, ao menos institucionalmente – passem pela “escola alta”. Não; estes passam é por depósitos de crianças, onde o Estado finge que paga, os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem.

O ideal prussiano foi adotado no Brasil indiretamente, com intermediação americana. Anísio Teixeira, muito mais que Paulo Freire, é o inspirador maior do sistema de escolarização brasileiro. Pois, após uma turnê pela Europa, apreciando os horrores da fonte original da escolarização em massa, ele foi aluno de John Dewey nos EUA e trouxe na mala as ideias prussianas que Dewey absorvera de seus mestres, formados diretamente por alemães. A “escola pública, gratuita, laica e obrigatória” pregada por Anísio Teixeira era eco da que tomou os EUA de ponta a ponta, por sua vez expansão ultramarina do modelo de Frederico.

A visão dos adeptos da versão mais avançada desse modelo no começo do século passado – incluindo aí os mestres de Anísio Teixeira em Columbia – era quase mecanicista. Os alunos eram percebidos como maleáveis quase ao infinito, os pais eram tidos por más influências, e a fábrica ou o regimento eram o destino certo de todos. Para medir o “progresso” da transformação de crianças vivazes em máquinas de obedecer aos superiores e odiar o diferente, nada melhor que testes padronizados. Afinal, uma padronização eficaz das mentes deveria resultar numa padronização dos resultados de tais testes. E foi daí que veio o Enem.

Não contavam eles, todavia, com a herança marrana brasileira, tão bem treinada em fazer uma coisa para inglês ver enquanto cuida de outra mais interessante. Nem, menos ainda, com a fixação de nossas elites supostamente intelectuais com o processo, em detrimento do resultado. O pragmatismo e o instrumentalismo de Dewey chegaram aqui e foram imediatamente substituídos por minuciosas instruções completamente desligadas da realidade. O resultado dos mecanismos de criar soldados e operários jamais puderam ser medidos, pela simples razão de que medir resultados não faz sentido para positivistas. Criou-se, em suma, um vasto sistema de processos que não levam a lugar algum, cópias delirantes para inglês ver dos processos utilitaristas dos americanos e dos prussianos.

A única exceção é exatamente onde seria mais necessário que houvesse um campo livre da ação da “baixa escola”: entre as elites. Criaram-se assim elites imbecilizadas, sempre ansiosas para aderir à última leva de pensamentos pré-pensados, sempre incapazes de imaginação criativa, sempre presas a mecanismos mentais fortemente inculcados desde a mais tenra infância. Daí os bairros mais ricos das capitais serem hoje os currais eleitorais da extrema-esquerda mais reducionista: só os filhos da elite foram adestrados para aderir a ideologias irracionais. No interior dos partidos de extrema-esquerda o mesmo ocorre, e o grosso dos quadros é de classe média para cima. Quando aparece a rara exceção de alguém com origens proletárias num tal partido (como o Lula), festeja-se-o tanto que ele acaba convencido de ser a última coca-cola do deserto.

Para medir o “progresso” da transformação de crianças vivazes em máquinas de obedecer aos superiores e odiar o diferente, nada melhor que testes padronizados

O próprio Enem, pelo que vi comentado por aí, foi cada vez mais se tornando uma prova em que nada se mede ou poderia se medir que não a capacidade de ficar sentado e manter ao menos um que outro neurônio funcionando depois de um massacre de imbecilidades textuais, seguidas de perguntas sem sentido. Não se tenta medir nem mesmo o que é medido pelos testes americanos equivalentes – que, diga-se de passagem, não são quase nunca empregados como critério único para determinação de quem pode ou não ser admitido numa universidade; quanto mais de elite a universidade for por aquelas bandas, aliás, menos importante é o resultado do teste. O Enem é simplesmente um mergulho na loucura coletiva dos educratas, no mundo de nonsense em que o que ali se pede teria algo a ver com o resultado de um processo educativo.

Com a ascensão do Enem, aliás, tornaram-se irrelevantes os vestibulares tradicionais. Estes ao menos ainda tinham alguma coisa a ver com as capacidades mínimas exigidas de calouros nos cursos desta ou daquela universidade; este é apenas uma prova de resistência. Nem mesmo as famosas “matérias” (que, como vimos, são meras desculpas no mecanismo original) são mais cobradas. Em outras palavras, uma pessoa com o fundamental incompleto, mas muito paciente e com hábito de leitura suficientemente arraigado para não gastar tempo demais a ler os textos, tem tanta ou mais chance de obter uma boa nota que um bom aluno de ensino médio.

Tudo, absolutamente tudo no nosso sistema escolar é para inglês ver.


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DICAS PARA A UTILIZAÇÃO DO 13º SALÁRIO

 

Leonardo Oliveira de Almeida – CELOS

Para o especialista, o ‘pagamento extra’ do final de ano é uma excelente oportunidade para colocar as finanças em dia

O final de ano se aproxima e além de todos os simbolismos e reflexões que naturalmente são feitos nesse período do ano, muitos brasileiros também precisam lidar com a dúvida de como melhor aproveitar o tão aguardado 13º salário.

São tantos planos para essa ‘renda extra’ que, na maioria das vezes, o valor acaba não sendo suficiente para realizar a lista de desejos por completo. Por isso é tão importante pensar em como usar o recurso com sabedoria, e elencar prioridades se torna um processo obrigatório.

Só que a tomada de decisão é algo bastante pessoal. Podendo variar de acordo com a cultura, nível de renda, momento financeiro atual ou sentimento de valor que cada indivíduo atribui para as diversas áreas da sua vida pessoal e financeira.

Sendo assim, o analista financeiro da CELOS – Fundação Celesc de Seguridade Social, Leonardo Oliveira de Almeida, separou algumas dicas que vão te ajudar na hora de planejar o que fazer com esse dinheiro. Principalmente para que ele renda mais e você consiga, por exemplo, colocar as dívidas em dia. Confira:

Bom momento para saldar dívidas: Utilizar o 13º salário para saldar dívidas é sempre uma boa escolha. Principalmente as com incidência de encargos financeiros, como cheque especial, cartão de crédito, empréstimos e financiamentos.

Se estiver em situação de inadimplência, procure negociar descontos e priorize as dívidas com taxas de juros mais altas. Mas, caso as prestações estejam em dia, você pode optar por antecipar parcelas futuras nos contratos em que houver abatimento nos juros. Dependendo da taxa de desconto, reduzir juros de empréstimos e financiamentos pode ser mais vantajoso que a maioria dos investimentos disponíveis.

Vamos falar de investimentos? O tema investimentos ainda é considerado complexo ou inacessível para uma parcela considerável da população brasileira. Que de forma equivocada vincula o termo investimento a quem possui grande expertise no assunto ou muito dinheiro para investir, o que não é verdade para ambas as afirmações. O fato é que nunca foi tão simples investir.

Por exemplo, para quem possui plano de previdência complementar, esta é uma forma de investir o seu 13º e obter um resultado que lhe dê uma renda complementar, no momento em que estiver na condição de aposentado. Este é um tipo de investimento a longo prazo, porém com resultados que lhe atenderão num cenário onde você deseja conforto e tranquilidade.

Você já planejou seu próximo ano? A chegada de um novo ano traz a sensação de renovação e disposição para realizar antigos projetos. Mas, também é um momento de muitas despesas sazonais características, como matrículas, material escolar e impostos como o IPTU e IPVA. Se você não constituiu uma reserva durante o ano, utilizar o 13º salário para cobrir essas despesas pode ser uma boa decisão. Evitando dores de cabeça quando as contas chegarem, além de obter descontos bastante atrativos para pagamento à vista.

Presentes e festas de final de ano: Final de ano também é tempo de confraternizar, e se você manteve a disciplina no controle financeiro durante o ano, pode aproveitar esses momentos de confraternização com mais tranquilidade. Utilizando seu 13º salário para cobrir as despesas com o happy hour do trabalho, presentes de Natal e as festas de final de ano.

Mas, é sempre bom recordar que o Natal não deve ser sinônimo de consumismo. Portanto, realize suas compras com consciência, afinal um presente não precisa ser caro para emocionar. Fazer lista de compras e comprar com antecedência são boas práticas para evitar os supérfluos ou as compras por impulso. Outra dica importante é optar pelo pagamento à vista, que além de garantir bons descontos, evita que você inicie um novo ano com parte da renda comprometida com parcelamentos.

Invista em você: Se seu orçamento está tranquilo, você já tem o hábito de investir ou possui uma reserva de emergência, separe parte do seu 13º para investir em você. Utilize para pagar um curso que deseja fazer, uma viagem de férias, conhecer um restaurante novo ou comprar algo que você deseja muito. Afinal de contas, o 13º é uma bonificação por um ano inteiro de trabalho e você merece satisfazer algum capricho. Entretanto, procure não utilizar o valor integral para o consumo, poupe parte do dinheiro para outras necessidades em períodos diferentes.

PIX SAQUE E PIX TROCO JÁ ESTÃO VALENDO

 

Fecomércio MG apresenta vantagens das novas modalidades do Pix para o setor de comércio e serviços

Pouco mais de um ano após seu lançamento oficial, o Pix ganhou duas novas funcionalidades: o Pix Saque e o Pix Troco. As opções, habilitadas pelo Banco Central (BC) desde a segunda-feira (29/11), permitirão aos consumidores utilizar esse sistema de transações instantâneas para obter dinheiro em espécie em estabelecimentos comerciais. No entanto, as empresas interessadas ainda devem se preparar para oferecer as novas ferramentas aos consumidores.

Parte da agenda evolutiva do Pix, as funcionalidades podem demorar alguns dias para chegar ao usuário final. O BC justificou que, desde o dia 29 de novembro, os serviços estão disponíveis para serem ofertados pelos agentes de saque, após a conclusão da etapa de testes das instituições participantes do Pix. No entanto, de acordo com a autoridade monetária, a oferta dos novos produtos é opcional, cabendo a decisão aos estabelecimentos comerciais.

Os caixas eletrônicos também poderão oferecer saques por meio do Pix. Nessa situação, caberá aos detentores dos serviços a decisão de aderir ao sistema. Quem fizer a opção por oferecer as modalidades Pix Saque e Pix Troco receberá uma tarifa de R$ 0,25 a R$ 0,95 por transação, a ser negociada com a instituição financeira na qual o estabelecimento comercial se relaciona. Já o pagamento será realizado pela instituição financeira do sacador.

A Fecomércio MG avalia que as duas funcionalidades visam simplificar a vida dos consumidores. De acordo com a entidade, com o Pix Saque, é possível transferir o valor que deseja sacar para a conta de uma loja e retirá-lo em dinheiro. Já com o Pix Troco, o consumidor poderá pagar uma compra via Pix com valor superior ao do bem ou serviço e receber a diferença em espécie.

Para ter acesso aos recursos em espécie, o cliente precisa realizar um Pix para o estabelecimento, a partir da leitura de um QR Code mostrado ao cliente ou a partir do aplicativo do prestador do serviço. No caso do Pix Troco, a diferença é que o saque de dinheiro em espécie acontece junto a uma compra na loja cadastrada. Nesse caso, o Pix é feito pelo valor total (compra + saque).

De acordo com o BC, 7,9 milhões de empresas em todo o país já fizeram um Pix e 14 milhões possuem uma chave Pix. Entretanto, os novos serviços não serão ilimitados às pessoas físicas. Esses consumidores poderão fazer até 8 operações gratuitas desse tipo por mês, sem tarifas, limitadas a R$ 500 durante o dia e de R$ 100 entre 20h e 6h. Os estabelecimentos comerciais não serão obrigados a oferecer valores máximos estabelecidos pela autoridade monetária.

Conheça três vantagens dessas funcionalidades do Pix para o comércio de bens, serviços e turismo, segundo a Fecomércio MG:

Movimenta a economia. Com o Pix Saque e o Pix Troco, o cidadão terá mais opções de acesso ao dinheiro físico quando assim o desejar, e não apenas em caixas eletrônicos. Para o comércio, essas operações irão representar um acréscimo de dinheiro em caixa (devido às tarifas de R$ 0,25 a R$ 0,95), a redução de custos com depósitos e um ganho de visibilidade para seus produtos e serviços (o chamado ‘efeito vitrine’).

Mais segurança. Os serviços oferecem mais segurança para empresários e consumidores, pois contribuem para diminuir o fluxo de dinheiro em espécie e cheques, inibindo furtos a lojas e a prestadores de serviços. Contudo, o prestador de serviço de saque deverá avaliar – a seu critério – a necessidade de estabelecer limites de transação aos sacadores, conforme dados como perfil, localização, horários e outros critérios de segurança. 

Sem tarifas. A instituição detentora da conta de depósitos ou da conta de pagamento pré-paga não poderá cobrar tarifas dos clientes pessoas naturais (o que inclui empresários individuais), desde que sejam feitas até oito transações mensais por meio do Pix Saque e/ou do Pix Troco. Ao estipular essa diretriz, o BC incentiva a digitalização das operações financeiras no país e aumenta a eficiência nos serviços de saque.

ATLETICO MINEIRO CAMPEÃO BRASILEIRO DE 2021

 

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Aos 70 anos, sendo 53 dedicados ao clube, Belmiro se tornou ídolo improvável da torcida a ponto de um pai colocar o nome do filho em sua homenagem

Daniel Reis, especial para o Estadão, O Estado de S.Paulo

Desde a primeira vez que o Atlético-MG conquistou o Brasileirão, há 50 anos, muita coisa mudou no time alvinegro. No entanto, uma figura continua presente entre os membros da comissão técnica: o massagista Belmiro Oliveira. Aos 70 anos, 53 deles dedicados ao Atlético, ele é o único remanescente do título de 1971 no futebol do clube. Virou ídolo improvável da torcida do Galo a ponto de um pai colocar o nome do filho em sua homenagem. Agora, Belmiro comemora seu segundo título do campeonato nacional com o desfecho do torneio em 2021.

Quando o Atlético venceu o campeonato em 1971, Belmiro era auxiliar do massagista Gregório da Silva Santos. Ele havia chegado ao clube pouco antes, em 1968, ainda aos 18 anos.

Belmiro, massagista do Atlético-MG
Remanescente do título de 1971, massagista do Atlético-MG conquista o Brasileirão pela 2ª vez. Foto: Pedro Souza/Atlético

O massagista acredita que o grande diferencial desta vez será poder comemorar a conquista com seus netos. São 13, número que, coincidentemente, é adotado como da sorte pela torcida atleticana. Por fazer parte do grupo de risco da Covid-19, ele passou a temporada trabalhando apenas nos jogos em Belo Horizonte.

Diante da identificação criada nas cinco décadas como funcionário do Atlético, Belmiro já recebeu agradecimentos incomuns da torcida. Em 2018, o psicólogo Tiago Scarpelli e a professora universitária Carol Melo colocaram o nome do filho em homenagem ao massagista.

“Era um jogo do Galo contra o Bahia, de tarde, no Independência. Estava 2 a 0 para o Bahia, jogo ruim, e eu comecei a pensar no nome que daria para o meu filho. Aí um jogador machucou. O Belmiro pegou aquela ‘mochilinha’ laranja dele e saiu correndo. Na hora que eu vi essa cena, pensei: tá aí! É um cara que é do Galo, tem uma história com o Galo, será uma homenagem mais interessante do que um jogador, que muda de time. Mandei mensagem para minha esposa e ela adorou”, conta Tiago Scarpelli sobre a decisão.

Belmiro e Belmirinho
Tiago Scarpelli coloca nome do filho em homenagem ao massagista do Atlético-MG. Foto: Arquivo Pessoal/Tiago Scarpelli

Atualmente, o “Belmirinho” tem 3 anos. A homenagem foi aprovada pelo xará. “O meu telefone tocou, era o ‘Belmirão’. Ele disse que ficou sabendo da homenagem, ficou emocionado e estava aprovadíssimo. Dali, começamos a ter uma amizade”, afirma Scarpelli.

O reconhecimento da torcida atleticana pelo trabalho do massagista também virou bandeirão. A homenagem foi feita pelo grupo de torcedores “Movimento 105”, em 2014, e continua sendo exibida em jogos do time em casa.

“Quando eu vi a bandeira eu não sabia se eu chorava, se eu ficava prestando atenção no jogo, se eu ficava prestando atenção na bandeira”, recorda Belmiro. “Na hora que eu cheguei na concentração, meu neto me ligou e disse: ‘você viu a sua bandeira, vô, você viu? Eu tava pertinho da sua bandeira, é muito bonita’. Aí eu fui de carro até a minha casa chorando. Isso é coisa de Deus”, complementa o massagista. Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Belmiro Oliveira (@belmiro_oficial)

“EU ESTAVA LÁ”

Em 1971, ano da primeira conquista do Campeonato Brasileiro pelo Atlético, o clube disputou o triangular final do campeonato contra São Paulo e Botafogo. Belmiro conta que possui duas lembranças marcantes desse título: como o técnico Telê Santana incentivava o time e o gol de falta marcado pelo lateral Odair contra o São Paulo, no primeiro jogo do triangular.

Após a conquista de 1971, o Atlético colecionou frustrações no Campeonato Brasileiro. Foi vice-campeão em 1977 (de forma invicta), 1980, 1999, 2012 e 2015. Belmiro estava em todas as ocasiões. Porém, sente que o tropeço mais doloroso foi em 2001, quando o Atlético foi eliminado pelo São Caetano nas semifinais do torneio. O Athletico Paranaense se consagraria campeão daquele ano.

Belmiro relata que a torcida estava ansiosa para comemorar o tão esperado bicampeonato. “Eu ia ao supermercado e o pessoal me parava, perguntava: ‘e aí, posso gritar é campeão?’. E eu respondia: ‘um passo de cada vez’”. Agora, ele aconselha que os torcedores saibam festejar sem confusão. “Vamos curtir. Depois vamos nos preparar para o tri. Esperamos muito por isso”, finaliza o massagista.

LIÇÕES APREENDIDAS EM 2021

 

Gabriel Kessler – CGO do Dialog.ci

Top view of business team, sitting at a round table on white background. concept of successful teamwork

Em 2020 e 2021 o cenário econômico global foi afetado por causa da pandemia – a qual deixou grandes lições para gestores de negócios. Para se ter uma ideia, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB (Produto Interno Bruto) sofreu uma queda histórica de 9,7% no segundo trimestre de 2020.

Assim, as empresas tiveram que enxergar novas possibilidades de crescimento em meio a dificuldades, sendo que uma delas foi o fortalecimento da relação empresa-colaborador e da cultura organizacional.

Esses dois pontos são extremamente importantes dar esteio a empresas de todos os portes em momentos de crise. Uma lição foi a valorização da comunicação entre funcionários e gestores de forma remota e constante para evitar ruídos e desalinhamentos que pudessem interferir no desempenho das tarefas.

Abaixo, listo as 10 lições que os colaboradores aprenderam em 2021. Confira:

1. Tecnologia e equipes estruturadas têm de ter total foco no cliente e na resolução de possíveis problemas.

2. Planejamento com opções A, B e C são fundamentais para um bom andamento das corporações nesse momento de readaptação.

3. Lidar com novas gerações de colaboradores requer da liderança entendê-las e, sobretudo, as engajar. Acredito que o uso de tecnologias e formatos que se assemelham com redes sociais são boas alternativas nesse sentido.

4. Conhecer colaboradores significa também gerar e analisar métricas de alcance, absorção e engajamento.

5. Encontrar influenciadores internos é um benefício, já que todas as empresas têm alguns colaboradores que são mais “populares”. Esse colaborador pode ajudar tanto no processo de comunicação dentro da empresa, quanto engajar outros colegas.

6. Flexibilização em relação à quantidade de dias que o colaborador precisa estar presente no escritório. Hoje, o modelo híbrido é bem mais aceito no mundo corporativo e há ferramentas que contribuem para manter a cultura organizacional em pleno funcionamento.

7. O colaborador precisa conhecer diferentes setores e unidades da empresa e incentivá-lo a publicar conteúdos em canais horizontais de comunicação interna, descentralizando a função que normalmente é atribuída a um único departamento, criando uma cultura de comunicação horizontal.

8. A contratação de novos talentos para as empresas passou por uma implantação de processos realizados de forma remota no recrutamento, no onboarding e no engajamento do dia a dia.

9. Uma preparação adequada na política de trabalho remoto fez toda a diferença para desenvolver planos de contingência no gerenciamento das equipes que trabalhavam de forma remota.

10. Para finalizar, considero importante também ressaltar que a comunicação da empresa pode andar de forma integrada com o RH. As redes sociais corporativas também tornaram possível entregar métricas aos gestores de RH e ter uma visão clara do alcance, absorção e eficácia dos comunicados internos.

Parcerias e características do site Valeon

Sabemos que a parceria para integrar as lojas de sua empresa ao nosso Marketplace Valeon, tem beneficiado os seus lojistas, dada a tendência do consumo online, proporcionando: redução de gastos com publicidade e marketing, abertura de um novo ponto de vendas, desenvolvimento dos negócios para escalar as suas vendas pela internet, através do nosso apoio, expansão do seu ticket médio, aumento da visibilidade das suas marcas, aumento de seguidores, aumento das vendas e reforço das suas marcas.

Tudo isso, estamos realizando para as empresas em um bom tempo essas habilidades e como bom parceiro trazemos mais segurança e credibilidade aos seus negócios e muita troca de conhecimento para ambos os lados e só falta a oficialização desse negócio para que outros benefícios e possibilidades sejam atingidos.

Destacamos algumas características principais do site Valeon:

  • https://valedoacoonline.com.br/ = 70.249 seguidores
  • https://valeonnoticias.com.br/ = 540.659 seguidores
  • A ValeOn inova, resolvendo as necessidades dos seus clientes de forma simples e direta, tendo como base a alta tecnologia dos seus serviços e graças à sua equipe técnica altamente capacitada.
  • A ValeOn foi concebida para ser utilizada de forma simples e fácil para todos os usuários que acessam a sua Plataforma Comercial , demonstrando o nosso modelo de comunicação que tem como princípio o fácil acesso à comunicação direta com uma estrutura ágil de serviços.
  • A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.
  • A ValeOn é altamente comprometida com os seus clientes no atendimento das suas demandas e prazos. O nosso objetivo será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar para eles os produtos/serviços das empresas das diversas cidades que compõem a micro região do Vale do Aço e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.
  • https://valedoacoonline.com.br/comunicado-da-valeon/

Por último, gostaríamos que os Srs., dessem um depoimento sobre o que acham do site da Valeon e teremos o maior prazer de receber os seus feedbacks, enquanto continuamos a desenvolver a experiência do usuário.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

ANDRÉ MENDONÇA FOI APROVADO PELO SENADO PARA OCUPAR VAGA NO STF

 

Novo ministro da Corte

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília

André Mendonça teve sua indicação ao STF aprovada pelo plenário do Senado: ministro vai assumir julgamento de 1,1 mil ações.| Foto: Joédson Alves/EFE

Aprovado pelo Senado para o Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça herdará 1.105 processos deixados pelo ex-ministro Marco Aurélio Mello entre ações originárias e recursos de temas administrativos, de direito público, processual penal e tributário. Entre eles, o que trata da prisão após condenação em segunda instância, uma tema caro aos esforços de combate à corrupção na política.

Mas tão logo tome posse e assuma definitivamente seu assento na Suprema Corte, Mendonça terá de lidar com processos de uma série de outros temas tão relevantes quanto a prisão em segunda instância. Há assuntos referentes ao meio ambiente, à responsabilidade fiscal, a grandes fortunas, e ao próprio presidente Jair Bolsonaro, que o indicou ao STF e do qual foi ministro do seu governo.

Os processos que Mendonça assumirá eram, originalmente, do decano Marco Aurélio. Quando um ministro se aposenta, as ações e recursos sob a guarda de sua relatoria são assumidas pelo substituto. Entre os 1,1 mil processos, também há 126 habeas corpus e 48 recursos em habeas corpus que envolvem diretamente supostas violações à liberdade, segundo levantamento feito pela CNN Brasil.

O futuro ministro do STF vai integrar ainda a Segunda Turma do STF, onde atuam os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Edson Fachin e Nunes Marques. O colegiado reúne uma série de acusações e recursos de políticos investigados no âmbito da Operação Lava Jato e outas investigações correlatas. Lá, Mendonça poderá julgar recursos da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por exemplo.


Grandes fortunas, combate a incêndios e redes sociais: temas além da 2ª instância
O recurso do Patriota contra o acórdão do STF que proibiu a prisão após condenação em segunda instância é um processo que passa a estar agora nas mãos de André Mendonça. Além desse assunto, ele também herda duas ações que cobram a determinação de que o governo federal elabore um plano de prevenção e combate de incêndios no Pantanal e na Amazônia. Em setembro de 2020, Marco Aurélio encaminhou os pedidos, do PT e da Rede, para a análise do plenário da Suprema Corte. A Procuradoria-Geral da República (PGR) se posicionou contra os pedidos.

O ex-ministro de Bolsonaro também assume uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) do Podemos que questiona o fundo eleitoral aprovado no Orçamento da União de 2020 para as eleições municipais daquele ano. A legenda entende que o valor fixado desrespeitou a Lei de Responsabilidade Fiscal ao não estabelecer um limite máximo ao fundo.

Outro processo questiona se Bolsonaro pode bloquear ou não seguidores nas redes sociais. Marco Aurélio já tinha votado contra o presidente da República ser “censor de declarações em mídia social”, mas o caso ainda vai ser analisado pelo plenário presencial após pedido de vista do ministro Nunes Marques.

Outro processo herdado por Mendonça é a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) apresentada pelo Psol que pede o reconhecimento de omissão do Congresso em discutir a taxação de grandes fortunas. Marco Aurélio votou pela omissão do Parlamento e pediu que seu voto fosse mantido no plenário virtual em ofício encaminhado ao presidente do STF, Luiz Fux, que negou.

Marco Aurélio pediu que cerca de 20 votos apresentados no plenário virtual fossem mantidos, mas, em decisão de outubro, Fux reforçou que os processos com pedido de destaque no plenário virtual devem ter seu julgamento reiniciado, ou seja, sem a contagem de votos prévios registrados. No caso das grandes fortunas, a votação foi suspensa após pedido de vista do ministro Gilmar Mendes.

Além de processos sob sua relatoria, a assunção de Mendonça ao posto permitirá que o STF retome julgamentos no plenário físico. Lá, há casos referentes a assuntos como: legalização do aborto; a descriminalização do uso de drogas; se detentas transexuais e travestis têm o direito de escolher o presídio onde cumprirão pena; o fornecimento de medicamentos de alto custo pelo Estado; e a fixação de um prazo para que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), analise requerimentos de impeachment contra Bolsonaro.

O que esperar de André Mendonça sobre a maioria desses processos
Baseado no que afirmou em sabatina nesta quarta-feira (1º), André Mendonça pode indeferir uma série de processos que estão em suas mãos e dar seu voto contrário a outros temas em plenário. No caso da prisão em segunda instância por exemplo, ele disse que uma eventual mudança do entendimento do STF caberia somente ao Congresso.

“Sou adepto do princípio da segurança jurídica. Assim, entendo que a questão está submetida ao Congresso, cabendo a este deliberar sobre o tema, devendo o STF revisitar o assunto apenas após eventual pronunciamento modificativo por parte do Poder Legislativo, e caso o Judiciário seja provocado a fazê-lo”, disse.

Sobre as ações que cobram do STF a determinação de que o governo federal elabore um plano de prevenção e combate de incêndios no Pantanal e na Amazônia, Mendonça assumiu o compromisso de “respeitar as instituições democráticas, em especial a independência e harmonia entre os poderes da República”.

Mendonça entende que o Judiciário “deve atuar como agente pacificador dos conflitos sociais e garantidor da legítima atuação dos demais poderes, sem ativismos ou interferências indevidas”. O ativismo judicial é uma das principais críticas de Bolsonaro, seus eleitores e muitos congressistas.

Por esse entendimento, não seria uma surpresa se Mendonça também indeferisse o reconhecimento de omissão do Congresso em discutir a taxação de grandes fortuna, a ação que questiona a possibilidade de Bolsonaro em bloquear pessoas nas redes sociais, e o processo que questiona o fundo eleitoral por irresponsabilidade fiscal.

Durante a sabatina, Mendonça foi questionado sobre a Amazônia. Demonstrou preocupação com o desenvolvimento sustentável e disse ser possível uma cooperação entre Legislativo e o Executivo pelo meio ambiente. “E podem contar comigo com uma construção de bom senso, nesse sentido, nas políticas públicas que envolvem não só a Amazônia Legal, mas todo o país”, disse.

Sobre legalização do aborto e de drogas, Mendonça deixou claro sua “defesa ao direito à vida” e “concepção de que as drogas fazem mal à pessoa, à sociedade e à família”. “Quantas famílias já foram destruídas por conta da questão das drogas!”, disse. “Eu penso na questão do direito à vida como algo a ser preservado e que não devemos intervir nesse processo”, comentou.

Questionado pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES) sobre sua opinião acerca do casamento entre pessoas do mesmo sexo, Mendonça disse que defenderia o “direito constitucional do casamento civil das pessoas de mesmo sexo”. Evangélico, ele deixou claro, contudo, ter sua “concepção de fé específica” sobre o tema. Sua indicação atende a um desejo de Bolsonaro em ter um evangélico no STF.


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CONGRESSO DESOBEDECE ORDENS DO STF SOBRE ORÇAMENTO SECRETO

 

Editorial
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Gazeta do Povo

O senador Marcelo Castro (MDB-PI) durante sessão do Congresso que aprovou o PRN 4/2021.| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Quando confirmou a liminar de Rosa Weber que determinava a suspensão da execução das emendas de relator (ou RP9, no jargão legislativo) de 2021, o Supremo Tribunal Federal mais uma vez atropelou prerrogativas do Poder Legislativo – ainda que mal usadas, pois a imoralidade de tais emendas já está amplamente estabelecida. No entanto, a corte acertou quando exigiu o fim de todo o segredo que envolve a distribuição de recursos públicos por meio desse mecanismo, seja para as emendas já executadas, seja para os orçamentos futuros. Afinal, a transparência é um dos princípios da administração pública elencados no caput do artigo 37 da Constituição. O Congresso, no entanto, fez pouco deste princípio e da determinação do STF ao aprovar uma regulamentação que mantém o segredo sobre as verbas já executadas.

O Projeto de Resolução do Congresso Nacional (PRN) 4/2021 foi aprovado na segunda-feira, dia 29, passando tranquilamente pela Câmara (onde venceu por 268 a 31), mas quase naufragando no Senado (onde houve 34 favoráveis e 32 contrários). De acordo com o texto, relatado pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI), as indicações e solicitações deverão ser publicadas na internet em algum campo da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e encaminhadas ao governo federal – mas apenas a partir do Orçamento da União de 2022. Além disso, o PRN 4 ainda determina que o valor total das emendas de relator não ultrapasse a soma das emendas individuais e de bancada – o que, por enquanto, deixaria cerca de R$ 16 bilhões nas mãos do relator do Orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ). No entanto, o PRN 4 não trazia uma determinação sequer a respeito das emendas já executadas, em desafio claro à decisão do plenário do Supremo.

A aprovação do PRN 4 é um duplo acinte: mantém nas mãos do relator o poder de destinar um enorme valor e desafia claramente uma ordem do STF para que se restaure a transparência na destinação dos recursos públicos

Castro defendeu seu texto apoiando-se na “trava” ao valor total das emendas RP9. “O relator do Orçamento deste ano, 2021, fez R$ 30 bilhões de emendas. Fez por quê? Porque quis. Ele poderia ter feito R$ 100 bilhões, não tinha limite. O que é que eu estou fazendo aqui na nossa resolução? O Supremo não perguntou se há limite ou se não há, nem na sua decisão ele trata disso. Nós estamos fazendo a mais”, afirmou, como se realmente estivesse prestando um grande serviço ao país. No entanto, o limite estabelecido por ele continua bastante generoso para um mecanismo cuja própria existência é muito questionável, e beira o sarcasmo afirmar que “estamos fazendo a mais” quando, na verdade, não se faz o básico, que é cumprir uma decisão judicial.

E as justificativas tanto de Castro quanto dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre a impossibilidade de oferecer os dados sobre as emendas RP9 de 2020 e 2021 foram desmoralizados pela área técnica do Senado. A Consultoria de Orçamento, Fiscalização e Controle da casa, em nota técnica assinada pelo consultor Fernando Moutinho Ramalho Bittencourt, afirmou ser “comprovadamente falso” o argumento de que seria impossível associar emendas passadas a seus verdadeiros autores. “Se houve ‘milhares de demandas’ e os relatores-gerais encaminharam-nas na forma de indicações, algum tipo de procedimento organizativo tiveram para fazê-lo, e algum registro documental ou informacional mantiveram para seu próprio controle; caso contrário, teriam agido sem saber o que estavam fazendo (o que evidentemente não é o caso). Nada, absolutamente nada, obsta que sejam publicadas essas informações. Não há ‘impossibilidade fática’”, diz a nota.


Na verdade, os motivos para se manter o sigilo são muito mais políticos que técnicos, e foram acertadamente descritos pelo líder do Novo, deputado Paulo Ganime: “Vai dar muito problema entre aqueles que fizeram acordo se eles souberem que um recebeu 10 e outro 100 para participar do mesmo acordo. Vai ser bonito ver isso, vai colocar em evidência toda a negociata daqui”, disse o parlamentar. Sua observação lembra que o sigilo não é o único defeito das emendas RP9, pois elas também violam a isonomia entre parlamentares, ao tornar alguns deles mais “merecedores” que outros, já que as emendas de relator não se sujeitam às mesmas normas que regem, por exemplo, as emendas individuais.

A aprovação do PRN 4, portanto, é um duplo acinte: mantém nas mãos do relator o poder de destinar um enorme valor por meio de um mecanismo cuja destinação original era muito diferente (a correção, amparadas em critérios técnicos, de erros e omissões no projeto de lei orçamentária enviada pelo governo), e desafia claramente uma ordem do STF para que se restaure a transparência na destinação dos recursos públicos. “Está na hora de a gente dar um freio de arrumação e fazer uma coisa mais razoável, mais transparente e mais compartilhada”, afirmara Marcelo Castro logo após a votação no Supremo; agora todos sabem o que ele entende por “razoável”, e está claro também que seu “freio” está bastante desregulado.


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AS VACINAS PROTEGEM MESMO CONTRA O ÔMICRON?

ômicron

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

CPI da Covid poderia ter se debruçado sobre a eficácia e a segurança das vacinas, mas preferiu fazer política| Foto: Pixabay

A Anvisa questionou as grandes farmacêuticas e laboratórios sobre a eficácia de suas vacinas contra mais essa variante, chamada de ômicron. Porque, por exemplo, o casal que veio da África do Sul, que chegou em São Paulo e está com Covid-19, tomou as duas doses da Janssen, que aliás era para ser uma dose única. O homem que veio da Etiópia tinha tomado duas doses da Pfizer. No primeiro caso dessa variante nos Estados Unidos, a pessoa também estava totalmente vacinada. E a Anvisa está perguntado: e aí?

Todos nós vimos que a CPI da Covid se recusou a discutir essas duas questões fundamentais com especialistas, que é a eficácia e a segurança das vacinas. Enquanto isso estava se comprando, comprando e comprando, e agora cada vez mais isso está se tornando um ponto de interrogação na cabeça de todo mundo.

Flávio Bolsonaro vence no STF

A Segunda Turma do STF decidiu, por 3 votos a 1, que o senador Flávio Bolsonaro tem foro especial e que as tais provas de movimentação financeira dele, que vieram do Coaf, não valem mais como prova. Por que a polícia e o Ministério Público não tinham poderes para fazer essa investigação antes de serem autorizados pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, uma vez que se tratava de um deputado estadual com mandato na Assembleia Legislativa.

Ao mesmo tempo, os ministros confirmaram que o foro adequado é o Supremo Tribunal Federal porque ele é agora senador. Então derruba muita teoria da tal “rachadinha”, que aliás todos fizeram na Assembleia do Rio naquela época. O relator Gilmar Mendes, Nunes Marques e Lewandowski votaram a favor de Flávio e o voto vencido foi de Fachin.

Bancada do PL vai crescer
O PL vai se tornar o maior partido da Câmara Federal com a migração de deputados de outros partidos, principalmente do PSL, acompanhando o presidente Jair Bolsonaro. Antes era o PSL, justamente por causa de Bolsonaro, que elegeu um monte de gente. O segundo em tamanho é o PT, e o terceiro, já era o PL, que agora tem 42 e vai receber no mínimo 20, ficando com 62. É muito mais do que tem o PSL hoje, que tem 54.

No Senado será parecido. O PL está com cinco senadores, inclusive todos os do Rio de Janeiro, onde se inclui Romário e o próprio Flávio Bolsonaro. Tem aquele senador que vocês conheceram bem na CPI, Jorginho Mello. Tem o senador de Mato Grosso e vão aderir outros senadores.

A maior bancada no Senado é do PSD, que tem uma dúzia de senadores. E depois vem a do Podemos, com nove. O PP tem sete. São alterações vão acontecer por Bolsonaro ter entrado no PL, naquela solenidade que foi na sede do partido, em Brasília.

O brilho de André Mendonça
André Mendonça brilhou na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Ele foi muito interrogado, mas respondeu tão bem que os votos a favor dele foram o dobro dos contra ele. E isso se refletiu na decisão do plenário do Senado, que aprovou seu nome para o Supremo Tribunal Federal.


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