Após decisão da prefeitura, o Touro de Ouro foi retirado do Centro de São Paulo. O motivo: a B3 não tinha licença urbanística para sua instalação. Antes disso, a escultura — que faz alusão a Wall Street, representando a força dos mercados — havia sido alvo de diversos protestos. As manifestações buscaram lançar luz aos problemas sociais e econômicos do país, com críticos que provavelmente viram no touro a representação simbólica daquilo que abominam: um capitalismo “selvagem”, no qual o lucro seria o primeiro e único fim.
Penso, contudo, que a dita escultura representava algo positivo. E, também, que uma Bolsa de Valores não se resume à voraz satisfação financeira de seus investidores. Eis que surge a pergunta: mas, afinal, para que ela serve? Trata-se de um instrumento de captação da poupança popular que permite o desenvolvimento da atividade empresarial. O que se busca é estimular os cidadãos a investirem parte de suas economias diretamente nas empresas — que, por sua vez, utilizarão esses recursos para ampliar suas atividades.
Touro dourado na frente da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. FOTO: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO
Essa expansão produzirá um círculo virtuoso, trazendo efeitos positivos à sociedade: novos empregos, novos contratos, maior fonte de tributação e assim por diante. Na prática, há um aumento da quantidade de dinheiro em circulação. Além disso, o lucro auferido pelas empresas será dividido entre os próprios acionistas, que poderão optar por reinvesti-lo, guardá-lo ou gastá-lo. Em qualquer cenário, o aumento da atividade empresarial pode beneficiar a sociedade como um todo.
Não é mero acaso: os países que possuem um mercado de capitais desenvolvido enfrentam índices menores de desigualdade social. O Brasil, porém, durante anos, andou na contramão, pois centrou suas atenções no setor bancário, enquanto o de capitais ficou em segundo plano. E uma das melhores explicações para esse fenômeno foram as altas de juros praticadas pelo Banco Central, sempre muito atrativas para os que tinham excedentes.
Portanto, atribuir à Bolsa de Valores a responsabilidade pelos graves problemas sociais de um país é um raciocínio simplista. Sim: lutemos contra a fome, a pobreza, a violência, a discriminação. Mas com a consciência de que um mercado de capitais mais evoluído não aumenta desigualdades. Ao contrário: pode servir de elemento fundamental para a sua redução.
*Guilherme Bier Barcelos, advogado e sócio-diretor do RMMG Advogados
Câmara e Senado se uniram para manter o ‘orçamento secreto’ e afrontar o Supremo com desassombro poucas vezes visto na história recente
Notas&Informações, O Estado de S.Paulo
O Congresso mostrou que está disposto a tudo, inclusive a descumprir nada menos que uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), para seguir com a apropriação de uma expressiva parcela do Orçamento da União por meio das emendas de relator-geral – tecnicamente conhecidas como emendas RP-9 – sem qualquer tipo de fiscalização institucional. O único controle, por assim dizer, sobre o manejo de cerca de R$ 16 bilhões em emendas RP-9 no ano que vem, assim como foi em 2020 e 2021, será o conchavo entre quem libera, quem distribui e quem recebe essa dinheirama, uma concertação de bastidor orientada por qualquer coisa, menos pelo interesse público e pelo respeito à Constituição. É o patrimonialismo escancarado.
Na segunda-feira passada, deputados e senadores aprovaram uma resolução conjunta que não apenas institucionaliza o desvirtuamento das emendas RP-9, como sustenta o sigilo sobre a origem e o destino dos bilionários recursos liberados por meio dessa rubrica orçamentária. Na Câmara dos Deputados, a resolução antirrepublicana foi aprovada por folgada maioria: 268 votos favoráveis e 31 contrários. No Senado, a oposição ao texto foi maior, mas insuficiente para fazer prevalecer a decência: 34 senadores votaram a favor da resolução e 32, contra.
O resultado é fruto do esforço pessoal dos presidentes de ambas as Casas Legislativas. Tanto Arthur Lira (PP-AL), na Câmara, como Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no Senado, manobraram para que o mistério que ronda a liberação das emendas RP-9 permanecesse ao abrigo do escrutínio público. A resolução aprovada prevê que o relator “poderá” dar publicidade aos valores e aos “patronos” dos recursos, mas, obviamente, o tempo verbal não foi escolhido por acaso.
Poucas vezes na história recente do País o STF foi afrontado com tamanho desassombro por outro Poder. No dia 10 de novembro, a Corte ordenou que o governo federal suspendesse imediatamente o pagamento das emendas de relator e que o Congresso desse “ampla publicidade” às liberações realizadas até aquele momento. O STF não fez nada além de reafirmar o princípio da publicidade dos atos da administração pública inscrito na Constituição. A ministra Rosa Weber foi direta ao afirmar que “o regramento pertinente às emendas de relator distancia-se dos ideais republicanos”. Noutros tempos, menos confusos, um “lembrete” desses nem sequer teria que ser feito ao presidente da República e aos presidentes das duas Casas Legislativas.
Mas são tempos estranhos. Tão estranhos que Rodrigo Pacheco, ao defender a astuciosa resolução, chegou a afirmar que “as emendas de relator vão salvar muita gente no Brasil”. Faltou explicar ao distinto público a quem ele se referia.
A bem da verdade, não há nada de ilegal ou imoral na concepção originária da emenda RP-9: é uma rubrica de natureza eminentemente técnica, por meio da qual o relator-geral corrige erros e omissões no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) encaminhado pelo Poder Executivo. Com a adulteração do propósito da RP-9 para atender a interesses paroquiais, fisiológicos e eleitoreiros, longe dos controles democráticos, atropelam-se a Constituição e os valores republicanos.
A resolução aprovada pelo Congresso no dia 29 passado estabelece que as emendas de relator não se prestam mais apenas à correção de erros ou omissões na lei orçamentária, mas podem ser usadas para distribuição de recursos do Orçamento da União de acordo com as vontades do Congresso, que assim usurpa uma prerrogativa que é, eminentemente, do Poder Executivo.
A raiz do mau uso das emendas RP-9, portanto, é a absoluta falta de governo no Brasil. O interesse primordial do presidente Jair Bolsonaro não é governar o País, mas sim ser reeleito. Com qual propósito, só ele sabe. Bolsonaro é um ergofóbico incapaz técnica e moralmente de governar. Não surpreende que, a despeito de todos os sérios problemas que estão sobre sua mesa à espera de solução, o presidente encontre tempo para passar horas acenando para motoristas na beira de uma estrada ou para dirigir ônibus pelas avenidas de Brasília. Enquanto isso, o Congresso toma conta do Orçamento e dos destinos do País, desde que estes não colidam com os interesses particulares dos parlamentares.
‘Round 6’: em nome do dinheiro, o que cada pessoa está disposta a arriscar?
Leandro Karnal, O Estado de S.Paulo
Muita gente tem férias no final do ano. Como já escrevi, 2021 deixará poucas saudades e a pausa é merecida e necessária. Quer ver algo interessante? A série coreana da Netflix “quebrou a banca”: Round 6. Trata-se de uma metáfora do capitalismo similar à obra espanhola O Poço. Em nome do dinheiro, o que cada pessoa está disposta a arriscar? Uma questão muito importante. Um aviso: as cenas incluem violência. Se você acha que já houve coisas fortes demais no ano que se encerra, opte por outras: Gambito da Rainha, Lupin ou a nova temporada de Lúcifer. Sim, reconheço: ver as aventuras do príncipe das trevas pode nos distrair de 2021… A que ponto chegamos.
Cansado da televisão? Voltemos aos livros: A Vida dos Estoicos – A Arte de Viver de Zenão a Marco Aurélio (Holiday e Hanselman, editora Intrínseca) é a dica certa para você. Celso Castro é filho de um oficial do Exército brasileiro e antropólogo. A partir de um trabalho de campo na Academia de Agulhas Negras, ele tenta fazer uma análise distante dos jargões do militarismo ou da visão de mundo castrense. O que seria, na visão fardada, o paisano? Existe mentalidade militar, de fato? A leitura do livro O Espírito Militar – Um Antropólogo na Caserna (Zahar) traz luzes sobre essas indagações.PUBLICIDADE
O Oriente Médio tem jeito? Adi Schwartz e Einat Wilf acham que sim. Os dois israelenses fazem reflexões muito distantes da polarização reinante nos dois lados em livro da Editora Contexto: A Guerra do Retorno – Como resolver o problema dos refugiados e estabelecer a paz entre palestinos e israelenses. Como a questão é complexa, estou buscando uma boa obra similar escrita por um palestino. Alguma indicação?
Como se fala em judicialização do mundo, seria interessante ler o livro de Augusto de Arruda Botelho: Iguais Perante a Lei – Um guia prático para você garantir seus direitos (ed. Planeta). Você insultou alguém nas redes sociais e tem medo de processo? Se prefere continuar no campo jurídico, gostei muito da Biografia Não Autorizada do Direito, de Fábio Ulhoa Coelho (WMF Martins Fontes). Aprecio, em particular, textos que buscam a história de um conceito como este do Fábio.
Encerro falando de um sucesso: Política É para Todos, de Gabriela Prioli. A advogada lançou pela Cia. das Letras um livro curto e claro para falar de forma crítica de grandes conceitos e práticas do poder e sua administração. Bom pontapé inicial para 2022, que promete ser essencialmente político. Ler como estratégia ou… por vingança contra aqueles que nos governam. Ler é esperança!
Ex-ministro da Justiça terá indicação ao STF avaliada nesta quarta pelo Senado
Felipe Frazão, O Estado de S.Paulo
Brasília — Lideranças de igrejas apostam no fator urna, em 2022, para garantir a aprovação de André Mendonça como novo ministro “terrivelmente evangélico” do Supremo Tribunal Federal (STF). Dizem que os senadores não ousariam desagradar 31% da população brasileira, estimativa do Datafolha para os evangélicos, sobretudo aqueles 27 que renovam seu mandato no ano que vem. Bispos e pastores desembarcaram em Brasília, mas ainda não arriscaram um placar. O Palácio do Planalto também não.
“A adivinhação para nós é coisa do capeta, mas sei que ele vai vencer”, disse o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. “Qual senador, que é voto majoritário, quer contrariar 30% da população? Estamos antenados, na rede social. Quem vai votar contra?”
A votação no Senado é secreta, o que dificulta a identificação dos “infiéis”. O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-advogado-geral da União precisa ter seu nome aprovado no plenário do Senado por 41 dos 81 senadores. O Placar do Estadão mostra que ele tem 29 apoios declarados, maior número desde que começou sua campanha. Dos dois lados, pró e contra, a previsão é de votação apertada. O cenário otimista dos aliados de Mendonça é de 53 votos favoráveis.
Antes do plenário, ele passa na manhã desta quarta-feira, dia 1º, por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O presidente Jair Bolsonaro entrou na campanha. Na véspera da sabatina, abriu o Palácio da Alvorada para pastores, parlamentares e ministros. A primeira-dama Michelle Bolsonaro, da Igreja Batista Atitude, participou da recepção noturna. André Mendonça compareceu e discursou pedindo apoio.
Mais cedo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), porta-voz do pai na Casa, afirmou que seria “impossível prever” o resultado e argumentou que ele representa apenas um voto. O presidente também se vacinou contra a derrota: o argumento é que a decisão é do Senado. “Espero que seja aprovado. Eu não indico para o Supremo, eu indico para o Senado. Sabemos que existe um embate ideológico, que um colega quer uma pessoa de perfil diferente, sabemos disso”, disse Bolsonaro.
A sessão de questionamentos na CCJ estava travada desde que Mendonça foi indicado em julho. O presidente da comissão, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), segurou o processo, apesar de ser judeu – segmentos evangélicos se apropriaram da simbologia judaica, por referências bíblicas a Israel. Ele negou se tratar de um embate religioso.
Numa concessão à bancada da bíblia, Alcolumbre indicou como relatora a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que apesar de ser oposição, é de família evangélica – o pai e o irmão são pastores no interior do Maranhão.
Bolsonaro fez uma ofensiva final nos últimos dias. Gravou vídeos com Mendonça para as redes sociais, o que os pastores consideraram uma demonstração de empenho. E também chamou o senador Davi Alcolumbre ao Planalto na segunda-feira, dia 29. Após o encontro, o presidente relatou aos pastores que há muita “jogo baixo e mentira”.
Mais longe de algumas benesses do poder, como a distribuição de recursos que fez no orçamento secreto quando era presidente do Senado, Alcolumbre manifestou suas queixas. Segundo ministros palacianos, ele não gosta de Mendonça e acha que o indicado é da linha punitivista, associado à Operação Lava Jato, por isso trabalha pela rejeição.
Um bispo influente em Brasília e que tem canais diretos com Alcolumbre disse que ele “se fechou” e não quis dialogar com o lobby crente. Ele opina que o desempenho na sabatina será crucial para a aprovação. Outro pastor televangelista, que conversou com Bolsonaro, afirmou que o senador “blefa” ao acenar que a indicação será derrubada.
Mendonça tem dito aos senadores, no périplo por gabinetes, que pretende ser garantista. Ele começou a dar esses sinais depois que enfrentou um movimento com as digitais de ex-colegas do primeiro escalão governamental. Eles tentaram convencer Bolsonaro a substituir a indicação. A bancada evangélica gritou.
O ministro havia sido escolhido por Bolsonaro depois de uma bolsa de apostas, com direito até a listas de nomes. Ele recebeu apoio da maioria dos líderes evangélicos de igrejas com trânsito no Palácio do Planalto. É o grupo de pastores pentecostais e neopentecostais, mais estridentes e midiáticos na relação com o governo. Mas também agradou integrantes de igrejas protestantes históricas. Mendonça faz parte da última linha – é reverendo da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília.
Na reta final, Mendonça viu surgir no próprio meio evangélico resistências a seu nome, vindas de entidades classificadas como progressistas. Entre elas, estão: CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs), ABB (Aliança de Batistas do Brasil), Coalizão Evangélica contra Bolsonaro, Evangélicxs pela Diversidade, MNE (Movimento Negro Evangélico) e o NEPT (Núcleo de Evangélicos e Evangélicas do PT).
Elas pediram a rejeição ao Senado, porque consideram que a escolha se deu “por razões de filiação religiosa”, o que representa um desvio dos requisitos constitucionais e viola a separação entre Igreja e Estado. Associações de juízes, policiais e advogados antifascistas, ligados à esquerda, usaram a mesma argumentação.
O pastor Silas Malafaia menosprezou a ofensiva: “São famosos anônimos, otários que não representam 1% dos evangélicos, só para fazer firula, para dizer que são contra”.
As empresas que trabalham no ambiente digital estão a todo momento tentando se destacar dentro de seu segmento de mercado. Isso quer dizer que elas buscam ter autoridade digital.
Ter uma autoridade digital é conseguir uma posição de destaque no mercado e ser uma referência sólida, tanto para clientes quanto para concorrentes.
Isso não é uma tarefa fácil. Ainda mais em uma época onde todas as pessoas estão conectadas e a concorrência em todos os setores tem sido grande.
Para construir essa imagem referencial é necessário ter um conjunto de ações a serem realizadas de forma contínua. Pois só assim será possível ganhar a confiança do público e se tornar uma referência. Isso aumenta os acessos, credibiliza o cliente e, além de uma imagem sólida, possibilita o aumento das vendas.
Este post trará informações importantes que ajudarão a construir essa autoridade digital.
Como construir a autoridade digital?
Vamos usar como exemplo o ramo de cosméticos veganos, um mercado que tem crescido. A filosofia tem ganhado cada vez mais adeptos e as empresas têm aproveitado a oportunidade de mercado.
Se uma empresa desse nicho chega ao patamar de ser lembrada pelos clientes sempre que alguém pergunta por uma empresa de cosméticos veganos, isso significa que ela possui uma autoridade digital e ocupa o seu lugar de liderança e destaque no mercado.
Para ajudar, traremos alguns passos importantes para esta jornada.
1 Focar no público-alvo
O primeiro passo para construir a autoridade digital é focar no público-alvo. Sem segmentação não há autoridade, isto é, o trabalho deve ter uma direção e um público específico.
A marca deve reconhecer as dores da sua persona. O perfil de um cliente é construído através de suas dores. Ou seja, é necessário entender o cliente e aquilo que ele necessita. Assim como, é importante conhecer seus desejos e motivações.
Utilizando ainda o exemplo da empresa de cosméticos veganos, é essencial que o trabalho seja direcionado a pessoas que consomem esses cosméticos e acreditam neste trabalho. Portanto, a linguagem e os assuntos abordados devem estar dentro do interesse deste público.
Os produtos oferecidos devem ser focados e especializados para atender este público específico. Não faz sentido a empresa também comercializar cosméticos que utilizam elementos de origem animal. Isso certamente impactaria negativamente a imagem da empresa, pois o veganismo é uma filosofia de vida. Seus adeptos jamais aceitariam consumir de uma empresa que não compartilhasse dos mesmos valores éticos.
2 Invista nas redes sociais
Para ter autoridade digital é necessário estar no meio digital. E atualmente isso significa estar nas redes sociais.
Mas isso não significa que você precisa estar em todas as redes sociais, mas sim você deve estar em todas aquelas que o seu público está.
Além disso, não basta estar, é necessário estar ativo. É essencial realizar um trabalho de planejamento. Organize pautas, datas e horários das publicações, ações de marketing e tudo mais que for feito deve ser planejado e organizado.
Lembre-se que cada rede social possui uma linguagem própria. Estude cada uma delas e defina as estratégias mais importantes para cada uma.
Se necessário, crie um local de conteúdo dentro do site de sua empresa. Escrever artigos para blog pode trazer tráfego qualificado e muitas pessoas podem passar a conhecer sua marca.
3 Invista em um conteúdo original e relevante
O marketing de conteúdo auxilia a marca a abordar assuntos ligados ao seu negócio sem que seja necessário realizar um anúncio direto. Isso é uma forma de captar clientes interessados e assim envolvê-los com um conteúdo relevante. Isso facilita na hora das conversões.
Mas para que isso aconteça é necessário produzir um conteúdo inovador e autoral, diferente do que é publicado comumente.
Atualmente há muita replicação de conteúdo, apenas com uma nova cara. Isso até funciona, mas certamente não trará a tão sonhada autoridade.
Na hora de ranquear um site, o Google leva em consideração a originalidade da publicação, por exemplo. O público também percebe essa diferença.
Conhecer as dores, problemas, motivações e desejos também faz a diferença, pois seu conteúdo deve ser voltado a todas essas questões.
4 Utilize estratégias de marketing
O SEO e o E-mail Marketing são estratégias muito importantes e significativas.
O SEO é um conjunto de ações que aplicadas a um site fazem com que ele seja encontrado mais facilmente nos resultados de uma busca no Google.
Para que o seu site seja bem ranqueado não adianta apenas ele ser o melhor e ter o melhor conteúdo, é necessário aplicar outros aspectos que vão desde as palavras-chaves até o design. Quanto mais sua página estiver dentro dos parâmetros da SEO, melhor ele será ranqueado.
Já o e-mail marketing auxilia no contato com o seu público-alvo. Por meio dele, a marca oferece promoções, anuncia novidades e até oferece brindes aos clientes e clientes em potencial.
Tudo começa com a lead, ou seja, o contato do cliente. E essa relação vai se fortalecendo com o envio das mensagens.
Também, algumas empresas utilizam cold mail como estratégia, para potencializar as vendas.
Lembre-se que é necessário entregar informações relevantes para que a empresa marque presença de forma positiva e não como uma empresa chata que simplesmente lota a caixa de e-mails.
Como saber se minha empresa é uma referência no ambiente digital?
Ter um lugar de destaque no ambiente digital deve ser a meta daqueles que desejam captar mais clientes e melhorar seus resultados.
Sempre que um site ou perfil é lembrado com referência em determinado assunto, é porque já alcançou um patamar diferenciado.
Observe se as pessoas estão citando o nome de sua marca ou referenciando seu trabalho através de linkagem ou citações contextualizadas em blogs, sites e em perfis sociais. Esse é um sinal de que sua marca está se tornando uma referência.
Fazer parcerias com influenciadores e manter suas plataformas online sempre atualizadas e otimizadas, podem ajudar no fortalecimento da autoridade digital e trazer bons resultados.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.
A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.
O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.
Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.
Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:
O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
O número de visitantes do Site da Valeon tem crescido exponencialmente, nesse mês de outubro/2021 tivemos 8.000 visitantes.
O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.
Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.
Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?
Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.
Maioria dos praças ainda apoia o presidente Bolsonaro, mas parte dos oficiais vê com bons olhos uma candidatura de terceira via.| Foto: Clauber Cleber Caetano/PR
Os militares estão divididos para as eleições de 2022. Boa parte dos praças, oficiais e oficiais-generais segue disposto a apoiar o presidente Jair Bolsonaro e dar seu voto a ele. Mas outra parcela considerável das Forças Armadas, da ativa e da reserva, prefere um candidato da terceira via – e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) larga na frente nessa preferência. Apenas uma parcela pequena pode vir a apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Bolsonaro obteve o apoio dos militares em 2018 ao se apresentar como o candidato da renovação na política e contra a corrupção. À época, seus principais “fiadores” nas Forças Armadas foram os generais Augusto Heleno e Oswaldo Ferreira. Heleno, desde o início do governo Bolsonaro, chefia o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
Mas muitos militares estão insatisfeitos, principalmente após a aproximação de Bolsonaro com o Centrão, a ponto de o presidente estar próximo de se filiar a um partido do bloco – o PL, partido comandado pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado no caso do mensalão.
Por esse motivo, muitos integrantes das Forças Armadas começaram a cogitar a ideia de apoiar, em seus círculos mais próximos, um candidato da chamada terceira via. Outros podem se manifestar publicamente – a exemplo do general Santos Cruz, ex-ministro de Bolsonaro, que deve disputar uma cadeira ao Senado ou à Câmara dos Deputados no ano que vem.
Tratado como “traidor” pelos militares mais ideológicos que apoiam Bolsonaro, Santos Cruz se filiou ao Podemos na quinta-feira passada (25) para apoiar de forma mais prática e enérgica a candidatura do ex-juiz Sergio Moro. O general disse que “não se pode criminalizar a política” e que é preciso combater o “fanatismo e o extremismo” na política, que, segundo ele, só levam à “violência”. Com seu gesto, Santos Cruz pretende induzir outros militares a fazerem o mesmo.
O general reformado Paulo Chagas é outro que apoia a ideia de uma candidatura da terceira via, sobretudo a de Moro. Ele também cogita se filiar, embora não tenha decidido lançar candidatura.
O partido que preenche as melhores condições de acordo com o meu pensamento político e ideológico é o Podemos. Estava entre ele e o Novo. Mas já me defini pelo Podemos. A tendência é me filiar. Tem muita gente fazendo pressão para eu me candidatar a deputado federal, mas sinceramente não estou motivado a isso”, afirma o general.
Moro – ou outro candidato da terceira via mais à direita – tem mais chances de obter o apoio dos militares por causa do perfil da maioria deles: “conservador, patriota e de direita”.
Já a esquerda tem pouco apoio nas Forças Armadas, embora haja integrantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica que simpatizam com esse campo ideológico. “Sempre houve uma ala petista [nas Forças Armadas], mas é tão ínfima e tão pequena que eu nunca conheci alguém que se dizia petista”, afirma Chagas.
Como ocorre a discussão política entre os militares Atualmente, a discussão eleitoral entre os militares ocorre por meio de grupos de WhatsApp e pelas redes sociais. Em geral, são nesses meios que os militares falam sobre candidatos de preferência e trocam material de leitura sobre as eleições de 2022.
O general Paulo Chagas diz que, em alguns casos, as discussões se dão num tom mais acalorado. “Algumas são, até certo ponto, acirradas, e que acabam, de alguma forma, interferindo até na amizade de companheiros. Santos Cruz e eu mesmo somos achincalhados por muitos [militares] ‘bolsonaristas’ mais fanáticos. Mas muitos falam mal de mim às escondidas, diferente do que acontece com o Santos Cruz”, afirma.
O que pensam os militares que apoiarão Bolsonaro A maioria dos militares que já ingressou na política apoia Bolsonaro. Eles usam seu capital político para trabalhar suas candidaturas à reeleição e dar sustentação a Bolsonaro. Alguns exemplos são os deputados federais General Peternelli (PSL-SP) e General Girão (PSL-RN).
Mesmo o vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), que se distanciou de Bolsonaro, conta nos bastidores com o apoio do presidente para sair candidato a algum cargo majoritário: Senado ou governo estadual – possivelmente pelo Rio de Janeiro ou Rio Grande do Sul. Isso, porém, não impediu Mourão de manter conversas com o ex-ministro Sergio Moro. Segundo o jornal O Globo, o movimento faria parte dos esforços do ex-juiz para obter apoio dos militares para sua candidatura.
Os militares que apoiam Bolsonaro afirmam que o presidente da República manterá o apoio da maioria dos integrantes das Forças Armadas. “A cada cinco eleitores militares, você vai achar um a favor do Moro dentro das Forças Armadas, e olha lá”, diz um oficial da ativa do Exército de forma reservada.
A avaliação feita por militares apoiadores do presidente é de que Moro encontra maior apoio na cúpula do Exército e, sobretudo, entre oficiais-generais. Mas ponderam que a grande maioria dos praças e oficiais estarão com Bolsonaro em 2022.
“O desejo por uma terceira via reflete muito uma visão da cúpula do Exército, ali no alto comando, e ecoa entre os generais da reserva. Mas isso é mais um fenômeno da cúpula, e não da tropa. Na Marinha e na Força Aérea, a esmagadora maioria apoia o presidente”, diz um militar da ativa da Marinha. “A posição e opinião de oficiais-generais e superiores não refletem a ‘massa’ de militares”, complementa.
Alguns motivos são elencados pelos militares que apoiam Bolsonaro. Um deles é o prestígio que as Forças Armadas receberam do governo do atual presidente. “Ele vai nos eventos [militares], e isso é levado muito em conta. Está sempre afagando a tropa. Se ele não fez tudo o que poderia, e todos entendem as dificuldades de um país como o nosso, ele prestigia os militares. E isso, na base, é muito bem visto”, justifica um dos militares ouvidos pela reportagem.
É dito na cúpula das Forças Armadas, inclusive, que Bolsonaro vai comparecer a eventos militares até 2022 a fim de testar sua força junto aos militares e reforçar seu apoio. No sábado (27), por exemplo, ele compareceu a uma cerimônia de formatura de 391 cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ).
Outro militar ressalta que Bolsonaro é quem mais reflete o sentimento militar “antiesquerda” e de defesa de valores conservadores. “Bolsonaro é contra os exageros da esquerda e sempre verbaliza isso; é quem mais reflete o nosso pensamento. O Moro levanta as bandeiras do conservadorismo? É contra a política de ideologia de gênero? Ele parece ter uma única bandeira, a da anticorrupção”, diz. “Assim como a maioria da população, nós não desejamos o retrocesso ou os ‘modismos’ do progressismo”, acrescenta outro militar.
Institucionalmente e publicamente, nenhum dos comandantes das Forças Armadas vai verbalizar apoio formal a qualquer candidato. Mas seus gestos são vistos pelas tropas como indicativos sobre quem seria o favorito deles para 2022; e isso pode influenciar o voto de seus comandados.
No Exército, muitos na cúpula entendem que seu comandante, Paulo Sérgio de Oliveira, não fará gestos de apoio a Bolsonaro. Os demais comandantes, entretanto, já sinalizaram quem, eventualmente, terá o voto deles em 2022, na avaliação feita por militares ouvidos pela reportagem.
O desfile de blindados na Esplanada dos Ministérios em agosto foi visto dentro das Forças Armadas como um gesto de alinhamento do comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, ao governo. “Aquilo, de certa forma, divulgou a Operação Formosa [da Marinha], mas foi um gesto de prestigiar o presidente em reconhecimento ao prestígio que ele dá às Forças Armadas”, analisa um dos militares ouvidos pela Gazeta do Povo.
Já o comandante da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior, curtiu, em agosto, um tuíte de uma internauta que acusou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de “ininterruptas interferências e perseguições” contra Bolsonaro e no qual os chama de “inimigos eternos”. Recentemente, ele também republicou um tuíte do deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP) em que faz críticas às menções de que o STF atua como um “poder moderador” do Executivo.
“Não era de competência do poder moderador fazer ativismo, alterar a constituição, criar leis ou mandar prender. O poder moderador era para manter harmonia através do veto, sanção e remoção de juízes abusivos”, comentou Orleans e Bragança na última sexta-feira (19) na mensagem republicada pelo comandante da Aeronáutica. O Poder Moderador existia no período da monarquia e era exercido pelo imperador do Brasil.
O que pensam os militares que buscam uma terceira via Ao contrário do que dizem os militares que apoiam Bolsonaro, os que defendem a terceira via afirmam que a tendência dentro das Forças Armadas é que a maioria apoie outro candidato que não seja o atual presidente e nem Lula. “Esse pessoal que ainda está com o Bolsonaro é uma turma que ainda acha que a solução é um governo militar forte. Isso tudo é uma grande bobagem e um grande retrocesso. Não tenho dúvida que, qualitativamente, o apoio à terceira via é superior”, diz Paulo Chagas.
O general afirma que embasa seu argumento em conversas que tem tido com colegas e amigos que estão na ativa. Segundo ele, há muitos militares que se dizem desapontados com o governo. “Tenho encontrado mais gente decepcionada, e revoltada com o fato do Bolsonaro querer envolver a Força como fator de apoio ao governo dele, do que gente bolsonarista”, diz.
Essa ala dos militares entende que Bolsonaro inverteu as pautas defendidas durante as eleições em seu governo e “traiu” o eleitorado ao abandonar pautas como o combate à corrupção. “Os bolsonaristas chamam o Moro e o Santos Cruz de traidores. Mas traidor foi o Bolsonaro, que, no momento em que venceu a eleição, inverteu o quadro e passou a ouvir as pessoas erradas, como os filhos e o gabinete do ódio”, diz Chagas.
Além de críticas à ala mais ideológica do governo, Chagas também critica a aproximação de Bolsonaro com o Centrão. “Tem alguns que falam que ele se juntou com o Centrão porque o cara [o presidente], para governar, precisa fazer esse tipo de aliança. Eu discordo. E muita gente como eu discorda”, diz.
Apesar da defesa de uma terceira via e da preferência por Moro, Chagas evita dar apoio ao ex-juiz agora e diz que outros militares seguem o mesmo entendimento. “Se definir agora [o apoio por um candidato] vai se dividir. Tem que chegar no momento em que a terceira via se une em cima de um nome, e isso só vai acontecer lá por abril e maio [quando encerra o prazo eleitoral de registro de candidatura]”, diz.
A predileção por Moro de parte dos militares remete, de certa forma, ao mesmo espírito que levou os integrantes das Forças Armadas a apoiar Bolsonaro em 2018: a expectativa por um candidato que possa representar a “nova política” e que mantenha a defesa dos valores conservadores nos costumes e liberais na economia. “Os militares têm esse perfil e, mesmo que alguns não tenham, a maioria tem um perfil antagônico ao do PT e do resto da esquerda”, explica Paulo Chagas.
Ter Santos Cruz como um dos principais cabos eleitorais de Moro também é outro motivo que tem estimulado os militares inclinados à terceira via.
“Se isso [opção de Santos Cruz por Moro] vai ter alguma influência mais significativa ou não sobre os militares, isso aí a gente tem que esperar ainda um pouco porque ele está sendo massacrado por esse pessoal que ainda está do lado do Bolsonaro e está muito fanatizado”, diz Chagas.
André Mendonça, ex-ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), foi indicado por Bolsonaro para o STF em meados de julho e será sabatinado no início de dezembro.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado realizará nesta quarta-feira, dia 1.º, a sabatina do ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União André Mendonça, quatro meses e meio após sua indicação por Jair Bolsonaro para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. A segunda nomeação presidencial para cadeiras no STF se dá em circunstâncias bastante diferentes da primeira. No fim de 2020, Kassio Nunes Marques, apadrinhado pelo Centrão, passou tranquilamente por uma amistosa sabatina na CCJ e não teve problemas na votação, tanto na comissão quanto no plenário do Senado. Mendonça encontrará um ambiente bastante diverso.
O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP), aproveitando que o regimento do Senado não dava prazos fixos para a marcação de sabatinas de autoridades, segurou a indicação pelo máximo possível de tempo, e não é segredo para ninguém em Brasília que o senador gostaria de ver outro nome no Supremo, o de Augusto Aras, procurador-geral da República. Não será surpresa se senadores do grupo de Alcolumbre tentarem colocar Mendonça nas cordas, na esperança de que o indicado cometa algum deslize que custe o voto de algum senador indeciso – nos bastidores, acredita-se em uma confirmação de Mendonça, mas por margem muito curta; algumas poucas mudanças de opinião poderiam levar à rejeição de seu nome, na CCJ ou no plenário.
A composição atual do STF não tem nenhum ministro com o “pacote completo” tão desejável para fazer do Judiciário um poder que trabalhe efetivamente pelo bem do país
O Brasil sabe, há muito tempo, de que tipo de ministro do STF o país precisa. Vida ilibada, envergadura intelectual e o “notório saber jurídico” são essenciais, mas não bastam: precisamos de alguém que prestigie o bom combate à corrupção e não seja leniente com a roubalheira; que seja um defensor da vida e da família; que não se deixe levar por corporativismos ou estatismos; que respeite a separação de poderes e as prerrogativas do Executivo e do Legislativo; e que entenda seu grande papel de guardião da Constituição, e não seu redator, defendendo com todas as forças as liberdades e garantias individuais. O passado recente mostrou como o Supremo tem falhado em vários desses assuntos, do apagão da liberdade de expressão à vergonhosa sequência de decisões teratológicas que fizeram de Lula um ficha-limpa e de Sergio Moro um magistrado suspeito.
E a composição atual do STF não tem nenhum ministro com o “pacote completo” tão desejável para fazer do Judiciário um poder que trabalhe efetivamente pelo bem do país. Há ministros que têm posturas corretas em temas de vida e família, mas cujas decisões e votos estão destruindo a Lava Jato e minando o combate à corrupção; há ministros duros com a ladroagem, mas que defendem o que há de pior na pauta de costumes “progressista”; há quem decepcione em ambos os aspectos; há os que não demonstram o menor respeito pelas garantias do artigo 5.º da Constituição e seguem adiante com inquéritos ilegais e abusivos; há os que veem o Supremo como um “superpoder” e não titubeiam antes de tomar o lugar do Executivo e do Legislativo.
Mas nem sempre o ministro de que o Brasil precisa é o ministro que os senadores querem ver entronizado em uma cadeira do Supremo. Muitos parlamentares não escondem a preocupação com a possibilidade de Mendonça representar uma sobrevida para a Lava Jato dentro do STF – e o novo ministro terá como destino a Segunda Turma, que julga processos relativos à operação. Na comunidade jurídica, Mendonça é descrito como “lavajatista” ou “punitivista” moderado, mas ele vem afirmando que, no Supremo, será um “garantista” – ninguém será ingênuo de imaginar que o sabatinado comprometerá suas chances desagradando senadores; se Mendonça resolver contemporizar, no entanto, estará revelando mais sobre os senadores que sobre si mesmo, pois é muito preocupante o fato de haver um número razoável de senadores que veriam com maus olhos um candidato que afirme com todas as letras seu compromisso com o bom combate à corrupção.
Talvez este seja o grande problema com a eventual “dureza” dos senadores em relação a Mendonça na sabatina. Ordinariamente, é o que se esperaria de uma sessão de perguntas e respostas: que fosse ocasião não de salamaleques, mas de um interrogatório objetivo, com pressão, cobrança de posicionamentos e esclarecimentos, questionamentos sobre possíveis incoerências. Todo candidato ao Supremo deveria passar por uma sabatina criteriosa. Mas o rigor, aqui, servirá não para que tenhamos um indicado com o perfil de que o país necessita, mas para atender os interesses de um grupo político que preferia outro nome, ou para arrancar compromissos de leniência em um tema tão importante quanto o combate à corrupção. Que na quarta-feira o Brasil esteja atento às respostas de Mendonça, mas também às perguntas dos senadores.