sexta-feira, 19 de novembro de 2021

DIAS APÓS DIAS SOMOS VERDADEIROS HERÓIS

 

UOL EdTech | EdCorp

Mais uma semana mais curta que já passou de sua metade e hoje vai rolar quase que uma sequência. Então, se você não leu a nossa edição de semana passada sobre pensamento estratégico, fica a recomendação de leitura.

Isso posto, vamos falar do tema de hoje: há quem chame de responsabilidade, ou accountability, como se diz em inglês. Mas, para falar do que significa responsabilidade, essa edição vai usar o recurso do monomito, também conhecido como a jornada do herói.

O conceito do monomito, ou da jornada do herói, tem base nas teorias junguianas de arquétipos, somadas às forças inconscientes freudianas e a ideia de ritos de passagem de Arnold van Gennep. Numa viagem semiótica à lá Pierre Levy, diferentes coisas (signos) podem carregar o mesmo significado por meio de representações (símbolos) diferentes.

Mas vamos sair do conceito e falar do que interessa: a responsabilidade. Você, que vai ser nosso herói na jornada dessa leitura, está vivendo aí a sua vida comum, sem grandes arroubos. De repente, alguma coisa acontece: uma oportunidade de promoção, um problema de saúde, uma gravidez, enfim, algo que representa uma grande mudança na sua vida, que te assusta e te desafia. Esse é o primeiro passo de toda jornada do herói: o chamado para a aventura.

Toda mudança gera um estresse forte justamente por conta da carga de responsabilidade atrelada a ela. Por isso, a primeira reação do herói é negar o chamado para a aventura. Mas é aqui que o conceito fica interessante: a recusa do embarque imediato na aventura é o que a gente chama em bom corporativês de síndrome do impostor. Acontece também que, apesar de difícil de lidar e precisar ser acompanhada de perto por especialistas para não se tornar um problema, é justamente a ideia de incapacidade pra trás da síndrome do impostor que fortalece o herói. Seu lado humano se aflora e, com isso, ele se fortalece para desenvolver alianças, encontrar seu mentor, que vai guiar o desenvolvimento de suas competências e muní-lo para vencer suas provações.

Familiar, certo? Porém o que diferencia o herói das pessoas comuns? A partir do momento em que ele supera seus medos e sua própria síndrome do impostor, ele aceita as responsabilidades de sua aventura. Dessa forma, ele consegue aprender com seus erros e não repetí-los. E esse é um dos principais pontos do accountability. Se você conhece as suas responsabilidades, explora e divide suas dificuldades com seus líderes e mentores, desenvolve boas alianças e age de maneira estratégica, você dominou os pontos principais do accountability.

Sabe onde mora todo o problema? Aquele que te impede de vencer seus desafios? Na sua cabeça. Em um dos TED Talks mais vistos do mundo, a autora e apresentadora de TV Mel Robbins fala sobre accountability, muito antes do termo virar moda. Em uma passagem dentre seus quase 22 minutos de fala no TEDxSF de 2011, Mel deixa claro “é seu trabalho fazer as coisas que você não tem vontade de fazer para poder se tornar a melhor versão de quem você pode ser”. Ela segue dizendo que “as pessoas se convencem de que estão bem sem terem exatamente aquilo que elas querem, porque elas não querem lidar com o trabalho que dá conquistar cada coisa”.

Ser responsável – ou accountable – nada mais é do que tomar para si a tarefa de encontrar suas motivações e responder perguntas difíceis de maneira honesta. É saber que ninguém vai vir te salvar, então você precisa ter um plano para se salvar sozinho. Comece, então, se perguntando o que você realmente quer e não tenha medo de ser egoísta. O próximo passo é saber que, por mais difícil que seja, tendo os mentores e aliados corretos, e se forçando a fazer o que precisa ser feito, não tem como dar errado.

Parcerias e características do site Valeon

Sabemos que a parceria para integrar as lojas de sua empresa ao nosso Marketplace Valeon, tem beneficiado os seus lojistas, dada a tendência do consumo online, proporcionando: redução de gastos com publicidade e marketing, abertura de um novo ponto de vendas, desenvolvimento dos negócios para escalar as suas vendas pela internet, através do nosso apoio, expansão do seu ticket médio, aumento da visibilidade das suas marcas, aumento de seguidores, aumento das vendas e reforço das suas marcas.

Tudo isso, estamos realizando para as empresas em um bom tempo essas habilidades e como bom parceiro trazemos mais segurança e credibilidade aos seus negócios e muita troca de conhecimento para ambos os lados e só falta a oficialização desse negócio para que outros benefícios e possibilidades sejam atingidos.

Destacamos algumas características principais do site Valeon:

  • Temos ótimo Tráfego de movimentação de usuários no site Valeon;
  • Temos Boa interação com os leitores do site Valeon;
  • Temos Bom público e número de seguidores:
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  • Garantia Amplificada – O site Valeon agradou o público do Vale do Aço;
  • Medo de Alguma Coisa: Não temos medo do sucesso e também do fracasso;
  • Nosso Diferencial:
  • Eficiência: A ValeOn inova, resolvendo as necessidades dos seus clientes de forma simples e direta, tendo como base a alta tecnologia dos seus serviços e graças à sua equipe técnica altamente capacitada.
  • Acessibilidade: A ValeOn foi concebida para ser utilizada de forma simples e fácil para todos os usuários que acessam a sua Plataforma Comercial , demonstrando o nosso modelo de comunicação que tem como princípio o fácil acesso à comunicação direta com uma estrutura ágil de serviços.
  • Abrangência: A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.
  • Comprometimento: A ValeOn é altamente comprometida com os seus clientes no atendimento das suas demandas e prazos. O nosso objetivo será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar para eles os produtos/serviços das empresas das diversas cidades que compõem a micro região do Vale do Aço e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.
  • Mídia Kit da Valeon:
  • https://valedoacoonline.com.br/comunicado-da-valeon/

Por último, gostaríamos que os Srs., dessem um depoimento sobre o que acham do site da Valeon e teremos o maior prazer de receber os seus feedbacks, enquanto continuamos a desenvolver a experiência do usuário.

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

GILBERTO GIL OCUPA VAGA NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS SEM TER ESCRITO UM ÚNICO LIVRO

 

Lusano Cavalcanti – William Horta

Biografia de Ricardo Daunt:

“Ricardo Daunt tem publicado livros desde 1975. E se tornou crítico literário um pouco mais tarde, por volta de 1978. É doutor pela USP em literatura portuguesa, com dois pós-doutorados realizados fora do Brasil. Um deles sobre o modernismo de Portugal, que resultou em inúmeros trabalhos sobre o Orpheu. O outro sobre Eliot e Pessoa, que resultou na obra  T. S. Eliot e Fernando Pessoa: diálogos de New Haven (publicada pela Landy e adotado em inúmeros cursos de pós-graduação de diversos países; e indicado ainda como leitura obrigatória para o processo seletivo de professores do nível médio em Portugal; essa obra é uma das únicas duas referências na área de literatura comparada, arroladas na Wikipedia de língua inglesa acerca da fortuna crítica de Fernando Pessoa, num total de 20 títulos mundiais).

As principais bibliotecas acadêmicas dos EUA e muitas do Reino Unido e de Portugal oferecem inúmeros títulos seus. Algumas delas dispõem de todo o acervo do autor, editado ao longo dos anos, o que permite uma divulgação mundial do trabalho de Ricardo Daunt.

O autor deu aulas no mestrado da Universidade Federal do Rio Grande Norte e foi professor visitante em Yale.  É crítico literário e ensaísta há mais de 35 anos, produzindo crítica literária e ensaios para os principais periódicos brasileiros, dentre eles os jornais Folha de S. Paulo, Jornal do Brasil, O Globo, e as revistas  Isto é, Encontros com a Civilização Brasileira e Revista Brasileira da Academia Brasileira de Letras. Foi crítico da Colóquio Letras e da Vértice (Editorial Caminho), de Portugal, bem como das revistas eletrônicas Sibila e TriploV, esta última também portuguesa e mantém com essas últimas constante colaboração.

Sua  Obra poética integral de Cesário Verde: organização, apresentação, tábua cronológica e cartas reunidas por Ricardo Daunt foi adotada nas escolas da região da cidade do Porto. E vai ganhar em 2013 uma edição em Portugal.

A antologia de contos e novelas Poses é estudada no King´s College do Reino Unido. O romance Migração dos cisnes representou o Brasil, ao lado de outros títulos nas duas últimas edições da Feira do Livro de Frankfurt. Sua contística é reputada como uma das mais importantes das últimas décadas no Brasil, e é considerado o mais cosmopolita dentre os autores brasileiros.

O romance de Isabel, que se encontra no prelo pela Novo Século, é o terceiro volume de uma trilogia romanesca que começa com Manuário de Vidal (Codecri, 1981) e prossegue com Anacrusa (Nankin, 2004). É, não obstante, uma leitura que independe do conhecimento dos romances anteriores, sendo por certo a narrativa mais intensa e desconcertante que concebeu. Certamente será a que mais entusiasmará os leitores.

Ao longo da última década e mais especialmente em 2012 produziu diversos ensaios sobre o Orpheu, que resultaram em publicações na Europa e em dois livros digitais. E concluiu um novo romance: Adamastor Finkel: entre a sombra e a luz.

Em suma, sua atividade intelectual abarca o ensaio, o conto, a poesia, a novela e o romance. Como polígrafo, tem se dedicado tanto à investigação literária, quanto à criação, num processo constante e pendular, que oscila entre um gênero e outro — o que resulta em uma intensificação do nível de exigência crítica por parte do autor e numa capacidade maior de distanciamento do resultado final, permitindo assim uma avaliação mais clara do caminho percorrido. Essa atitude só pode evoluir para a concepção de textos com cada vez mais qualidade e originalidade, o que favorece o leitor e o gratifica.

No momento Daunt prepara uma trilogia poética, cujos dois primeiros livros são Poesia sem pátria e sem verdade e Corpo. Muitos desses poemas foram estampados isoladamente”.

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Alguém já leu algum livro do Gilberto Gil? A ABL perdeu toda a credibilidade…

DESAFIOS QUE O MORO TRÁ QUE ENFRENTAR NA SUA CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA DO BRASIL

 

Eleições 2022

Por
Isabella Mayer de Moura – Gazeta do Povo

Brasilia DF 02 07 2019 -Sergio Moro, ministro da Justiça e segurança Publica deu a declaração durante audiência na CCJ da Câmara. Site The Intercept divulgou supostas mensagens que teriam sido trocadas entre o ex-juiz e procuradores.foto Lula Marques

Ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro deve se candidatar a presidente da República em 2022.| Foto: Lula Marques/Fotos Públicas

Caso efetivamente decida ser candidato a presidente em 2022, como sinalizou no dia de sua filiação ao Podemos e em entrevista ao jornalista Pedro Bial, o ex-juiz Sergio Moro já largará com uma vantagem em relação a quase todos os demais concorrentes da chamada terceira via: cerca de 10% das intenções de voto, segundo as últimas pesquisas.

Mas Moro precisará enfrentar importantes desafios para alavancar sua candidatura e chegar ao segundo turno. A começar pela expansão do seu eleitorado em potencial, que atualmente está bastante restrito ao público que apoia a Operação Lava Jato e a luta anticorrupção.

A Gazeta do Povo ouviu especialistas que listaram quais são os principais desafios de Moro como candidato a presidente:

  1. Moro terá de fugir da armadilha de ser apenas o candidato anticorrupção

“A causa da luta contra corrupção rende votos ao Moro, mas ele vai precisar conquistar os eleitores falando de outros temas também, como economia, saúde, infraestrutura”, afirma Murilo Hidalgo, presidente do Instituto Paraná Pesquisas. “As pessoas estão curiosas para saber o que ele vai apresentar de propostas para essas outras áreas”, diz. Segundo Hidalgo, Moro terá que expandir o leque de propostas para viabilizar sua candidatura à Presidência da República.

Na avaliação de Cila Schulman, especialista em marketing político e vice-presidente do Ideia Instituto de Pesquisa, a eleição do próximo ano será sobre a economia e ainda é necessário ver qual a capacidade que o ex-juiz tem para ampliar o seu repertório nessa área.

Durante a solenidade em que se filiou ao Podemos, Moro apresentou um esboço de seu plano de governo. A partir de agora, terá de torná-lo mais conhecido da população para fugir da imagem de ser apenas um candidato anticorrupção.

Você concorda com o ministro Dias Toffoli de que o STF é o poder moderador no Brasil?
Sim, porque só o STF é capaz de conter abusos dos outros poderes.
Não, porque esse poder inexiste na Constituição Federal.

  1. Ex-juiz terá de superar rejeição
    Sergio Moro é amplamente conhecido no Brasil, mas pesquisas de opinião indicam que ele tem, neste momento, uma alta rejeição. Um levantamento divulgado em 1º de novembro pelo Instituto Paraná Pesquisas mostra que 58% dos brasileiros desaprovam uma possível candidatura do ex-juiz a presidente da República.

Moro enfrenta forte rejeição entre uma parcela significativa da população: os que apoiam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os que defendem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem foi ministro da Justiça e Segurança Pública. “Há polos de rejeição muito altos. Essa parcela da população nem quer ouvi-lo”, diz Cila, constatando que este será um grande desafio que sua campanha teria que enfrentar.

A narrativa de que Lula foi perseguido por Moro durante a Lava Jato deve pesar contra o ex-juiz, até mesmo fora das esferas de influência do ex-presidente, por conta da desconstrução midiática e jurídica da operação nos últimos dois anos, principalmente após o vazamento de mensagens hackeadas atribuídas aos procuradores da força-tarefa e ao então juiz Moro.

Entre os conservadores, muitos se dizem decepcionados com sua saída do governo, denunciando Jair Bolsonaro por tentar interferir na Polícia Federal.

Na opinião de Cila, a rápida participação de Moro no governo do atual presidente gerou um desgaste para sua imagem entre os eleitores da direita, embora ele tenha potencial de conseguir votos de pessoas que votaram em Bolsonaro em 2018 e que agora estão descontentes com a gestão dele.

“Ele pode até ultrapassar a intenção de voto do Ciro [Gomes, do PDT]”, que representa a terceira via da esquerda e chegou a marcar dois dígitos nas pesquisas de intenção de voto um ano antes das eleições. “Mas chegar a 25%, para ir a um segundo turno, é mais difícil”, diz Cila.

E, para vencer no segundo turno, precisa reverter a imagem negativa, diz o analista político Lucas Fernandes, da BMJ Consultores Associados, lembrando que outros pré-candidatos da terceira via, como o governador gaúcho Eduardo Leite (que disputa as prévias do PSDB) e o ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta (presidenciável pelo DEM/União Brasil) não enfrentariam esse problema de forma tão aguda, até mesmo por serem menos conhecidos entre os eleitores.

Para Fernandes, Moro deveria trabalhar em uma estratégia para conquistar votos que iriam para Bolsonaro. Conquistar o apoio do empresariado pode ser um bom começo.

  1. Moro vai ter de lidar com políticos de forma hábil
    Outro desafio para a candidatura de Moro à Presidência é a “falta de traquejo com a classe política”, observam os analistas ouvidos pela Gazeta do Povo. E ter apoios políticos é importante numa eleição presidencial.

Durante o primeiro ano no governo Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça teve dificuldades em negociar com parlamentares o pacote anticrime, que acabou sendo aprovado com a exclusão de pontos importantes para Moro (caso da prisão após condenação em segunda instância judicial), e a inclusão do juiz de garantias (a medida aprovada foi vista como uma ação anti-Moro dos parlamentares, pois esse juiz ficaria responsável por supervisionar a fase de inquérito dos processos criminais e um outro magistrado é quem efetivamente julgaria). “Enquanto esteve no Ministério da Justiça, [Moro] não tinha um bom traquejo, não recebia muitos parlamentares em seu gabinete”, afirma Fernandes.

O seu trabalho como juiz na Lava Jato também pode ter o efeito de afastar políticos, dificultando articulações e uma eventual governabilidade. Uma grande parcela deles considera que o ex-juiz criminalizou a política; e outros se ressentem de terem sido investigados pela Lava Jato. “Para alguns parlamentares, [a eleição de] Sergio Moro seria o pior dos cenários. Há muito mais parlamentares dispostos a embarcar em um novo governo Bolsonaro do que em um governo Moro”, diz o consultor de Brasília.

Suas pautas anticorrupção podem o colocar em choque com vários partidos, mas Moro precisará trabalhar para que isso não seja um grande problema em sua futura campanha. O Podemos não é um partido “nanico”, tendo ocupado espaços estratégicos no Legislativo, diz Fernandes. Mas não tem o mesmo peso de outras legendas. Apenas o Podemos não dá a uma eventual campanha de Moro apoio suficiente em financiamento público e em tempo de propaganda gratuita em rádio e TV.

O ex-juiz e o Podemos estão se movimentando para conseguir esse apoio. Moro, inclusive, já participou de encontros com os presidenciáveis João Doria, Eduardo Leite e Mandetta, que esteve no evento de filiação de Moro no último dia 10, assim como os deputados Kim Kataguiri (DEM), Joice Hasselmann (PSL), Luis Miranda (DEM), o senador Alessandro Vieira (que é pré-candidato à Presidência pelo Cidadania) e o deputado estadual de São Paulo Arthur do Val (Patriota).

O Podemos também deixa aberta a possibilidade para uma articulação com a terceira via de centro e centro-direita. O recém-criado União Brasil (que uniu DEM e PSL), Cidadania e o PSDB se mostraram dispostos a conversar com o ex-juiz, mas a possibilidade, neste momento, foi descartada pelo PSD, que recentemente filiou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e tem planos de lançá-lo como candidato a presidente da República.

  1. Moro necessita melhorar a postura em público
    O quarto desafio de Moro será mudar sua postura pública, deixando para trás a figura do juiz e assumindo de vez o papel de político. “Será uma mudança de postura e de vida. Ele vai ter que deixar de ter a fisionomia de um juiz. Vai precisar virar político; ser mais afável, aberto”, afirma Murilo Hidalgo, do Paraná Pesquisas.

Melhorar a apresentação pode ser importante quando se considera que, em uma uma campanha, ele provavelmente vai debater ideias e ser comparado pelos eleitores com outros dois líderes carismáticos de estilos bem particulares: Lula e Bolsonaro.

Moro, ao começar seu discurso de filiação ao Podemos, reconheceu essa sua falha. Disse que não tem carreira política e não é treinado em discursos. “Alguns até dizem que não sou eloquente e não gostam da minha voz”, afirmou. Mas ponderou que, apesar disso, é uma pessoa confiável.

Metodologia da pesquisa citada na reportagem
O levantamento eleitoral do Instituto Paraná Pesquisas, citado nesta matéria, sobre a rejeição de Sergio Moro, foi divulgado em 1º de novembro. Foram ouvidos, por telefone, 2.462 eleitores de 26 estados do país e do Distrito Federal, entre os dias 26 e 29 de outubro. O resultado tem confiabilidade de 95% e a margem de erro geral é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/moro-tera-quatro-desafios-superar-como-candidato-a-presidente/
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PEC DOS PRECATÓRIOS VAI POSSIBILITAR O REAJUSTE DOS SERVIDORES

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Jair Bolsonaro (sem partido) cumpre agenda em Manama, no Bahrein: presidente prometeu reajuste a todos os servidores federais em 2022, “sem exceção”.| Foto: Alan Santos/Presidência da República

A matemática é ciência exata, mas nas mãos da classe política ela ganha contornos muito mais difusos, para não dizer surrealistas. Um exemplo é a ideia de que está “sobrando” espaço nos cofres públicos para mais gastos do governo, ou ao menos que vai “sobrar” algo depois da aprovação da PEC dos Precatórios. Foi exatamente esse o verbo que o presidente Jair Bolsonaro usou, durante viagem ao Oriente Médio, para anunciar uma nova serventia à PEC aprovada na Câmara e em análise no Senado. “Dá para a gente atender os mais necessitados, dá para atender a questão orçamentária, pensamos até em obviamente, dado o espaço que está sobrando, atender em parte os servidores”, afirmou, acrescentando que “em passando a PEC dos Precatórios, tem que ter um pequeno espaço para dar algum reajuste. Não é o que eles [servidores] merecem, mas é o que nós podemos dar”.

A conta da gastança é simples. O calote nos precatórios – não há outra palavra para descrever o fato de o governo encontrar um meio, ainda que transformado em lei, para não pagar dívidas transitadas em julgado e que deveriam constar do Orçamento de 2022 – e a mudança na regra de cálculo do reajuste do teto de gastos abririam a possibilidade de o governo adicionar mais R$ 91,6 bilhões em despesas no ano que vem. Mas o Auxílio Brasil de R$ 400, que é a grande motivação alegada pelo governo para fazer passar a PEC, custa cerca de metade desta quantia, daí a tal “sobra” de espaço. É neste momento que Executivo, Legislativo, situação e oposição se irmanam e decidem: se é possível gastar, gaste-se, no que for. Já se cogitou ampliar o imoral fundão eleitoral e aumentar os recursos das agora suspensas emendas de relator; o reajuste dos servidores é apenas a loucura mais recente para que não se “desperdice” um único centavo de espaço no teto de gastos.

Usar uma necessária ajuda aos brasileiros mais vulneráveis para também afagar o funcionalismo é recolocar o país em um caminho populista do qual tínhamos saído anos atrás e para o qual não podemos retornar

Como jogada política, o aumento ofereceria um afago a uma classe que Bolsonaro jamais ousa contrariar e poderia amenizar as resistências de senadores contrários à PEC, mas que também são ligados ao funcionalismo – tudo isso em ano eleitoral. Como medida econômica, no entanto, seria um desastre, a começar pelo fato de que parte da “sobra” no teto em caso de aprovação da PEC dos Precatórios já está empenhada, com R$ 8,5 bilhões para um vale-gás e o auxílio para caminhoneiros, e R$ 25 bilhões para a correção pela inflação de aposentadorias e do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Tanto que ministros como João Roma, da Cidadania; a área técnica do Ministério da Economia; e o relator do Orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), disseram ter sido pegos de surpresa e que não há espaço para reajuste de servidores nem em caso de aprovação da PEC.

Mas este nem é o problema principal. O reajuste não teria impacto apenas nos gastos de 2022; ele cria uma pressão permanente sobre um governo que já é incapaz de gastar racionalmente o que arrecada e acumula anos seguidos de déficits primários na casa das dezenas de bilhões de reais. Ao incrementar a porcentagem do orçamento destinada ao funcionalismo, o aumento reduz a margem (já muito diminuta) do governo para realizar investimentos e outras despesas de livre escolha. E, como este reajuste estaria sendo concedido à custa do calote nos precatórios, haveria a pressão adicional causada pela necessidade de pagar, mais cedo ou mais tarde, estas dívidas que estão sendo adiadas por meio da PEC.


O funcionalismo tem razão quando se queixa de ver seu salário perdendo poder de compra ao não ser constantemente reajustado pela inflação – o reajuste mais recente ocorreu em 2019. No entanto, é preciso sempre lembrar que os servidores passaram incólumes pela catástrofe da crise econômica legada pelo petismo, quando o desemprego subiu de 6,5% no fim de 2014 para 11,8% em agosto de 2016, quando Dilma Rousseff sofreu o impeachment (e subiria ainda mais, para 13,7%, antes de começar a ceder). Da mesma forma, não sofreram as consequências do “fecha tudo” determinado por prefeitos e governadores em resposta à pandemia de Covid-19 – o funcionalismo nem sequer teve salário e jornada reduzidos, como milhões de trabalhadores da iniciativa privada. Tudo isso estando em carreiras que, em média, já pagam mais que seus equivalentes no setor privado. O governo já não tem dinheiro, e precisa recorrer a um calote nos precatórios para abrir espaço para mais gastos; usar uma necessária ajuda aos brasileiros mais vulneráveis para também afagar o funcionalismo é recolocar o país em um caminho populista do qual tínhamos saído anos atrás e para o qual não podemos retornar, porque o preço será alto já no curto, mas também no médio e no longo prazo – e será pago por todos os demais brasileiros.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/a-pec-dos-precatorios-e-o-reajuste-dos-servidores/
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CRISE DE ENERGIA NO MUNDO NÃO É IGUAL

 

Oferta e demanda

Por
Cristina Seciuk – Gazeta do Povo

Brasil, China e Europa sofrem com crises de energia em 2021.| Foto: Pedro França/Agência Senado

A crise hídrica que alavancou o preço da conta de luz dos brasileiros não é a única que impacta o setor de energia mundo afora em 2021. A rápida retomada da produção – puxada pela vacinação contra a Covid-19 – após meses de economia em marcha lenta levou a aumentos significativos da demanda por energia, em especial por combustíveis fósseis, mas sobrecarregou a oferta.

Além do Brasil, Europa e China também foram impactadas por características climáticas atípicas que derrubaram a geração de fontes limpas, entretanto o descompasso na cadeia de fornecimento é o fator principal para as crises locais. Problema generalizado é o alto custo do petróleo e seus derivados, que afeta preços e preocupa os mercados globais.

Na Europa, que tem como principal item da matriz energética o gás natural, os preços já têm galopado por causa da baixa nos estoques – a pior em uma década – em decorrência da redução de fornecimento por parte da Rússia. Para os próximos meses os valores tendem a subir ainda mais com a aproximação do inverno e a baixa das temperaturas, que aumentam seu consumo em sistemas de aquecimento e devem manter as usinas pressionadas.

Em paralelo, houve queda de 7% na produção eólica do Reino Unido, que fornece mais de um terço dos recursos eólicos offshore do continente. A produção de energia caiu por causa de uma redução na velocidade média dos ventos na região, somando-se à pressão sobre a oferta.

Na China, o problema também é combinado. Além do avanço de medidas ambientais de restrição à produção do carvão mineral, a geração hidrelétrica foi menor do que se previa, promovendo um desbalanceamento do fornecimento energético no país, destaca a XP em relatório recente. Ainda assim, o maior peso fica com o carvão, fonte energética número 1 do gigante asiático.

No país, a crise energética já provocou apagões e impediu o funcionamento de fábricas por causa da escassez do combustível, que tem como principal substituto o gás natural, que precisa ser disputado com a Europa apesar das altas recorde nos preços. No início do outubro, já com fornecimento racionado em algumas províncias, o governo ordenou o aumento da capacidade de produção nas minas, de olho em restabelecer o suprimento e no crescimento de demanda nos meses mais frios.

Na Europa e na China, crise de energia indica dependência dos combustíveis fósseis

Na avaliação dos especialistas da XP, o avanço da chamada agenda ESG (Ambiental, Social e Governança, na tradução para o português), tem feito decrescer a capacidade de geração de energia a partir de combustíveis fósseis em decorrência da retirada de investimentos do setor de petróleo e gás. Desprestigiados, petróleo e carvão mineral desaceleram produção, apesar de a economia global ainda permanecer fortemente dependente dessas fontes energéticas que, agora, sobem de preço.

Conforme relatório assinado pelas estrategistas de ações Jennie Li e Rebecca Nossig e a redatora Juliana Kirihata, “quando falamos da crise energética, é possível perceber que, mesmo com o avanço e a crescente busca por investimentos ESG, a economia global ainda é bastante dependente das fontes de energia ‘não limpas’ (geradas por combustíveis fósseis), já que elas seguem sendo as nossas principais fontes energéticas”.

Apesar dos efeitos da crise e das turbulências no mercado, o economista-chefe da gestora Julius Baer, Norbert Rücker, acredita que “a crise energética é em grande parte um fenômeno cíclico e não estrutural”, com perspectiva, portanto, de ser temporária


Por que os preços dos combustíveis sobem tanto, e quando essa alta pode parar

No Brasil, alta de preços é puxada pelas térmicas, mas problema é climático
O Brasil sofreu com a escassez de chuvas e pior afluência em mais de 90 anos, o que tem pressionado a operação do sistema elétrico. Com pouca água acumulada nos reservatórios, a estratégia adotada pelas autoridades foi por poupar armazenamento, substituindo tanto quanto possível a geração hidrelétrica – principal fonte energética do país – pela térmica.

O acionamento dessas usinas, entretanto, também alimenta a crise de energia brasileira, uma vez que são unidades abastecidas por combustíveis mais caro e que têm sido muito disputados em outros pontos do planeta em meio à aceleração da retomada econômica no pós pandemia – caso do gás.

O horizonte brasileiro é apontado como crítico entre 2021 e 2022, mas os riscos de racionamentos de energia são considerados baixos pelas consultorias e nulos pelo governo – em especial depois que as chuvas de outubro e novembro vieram mais intensas que o esperado.

A chance de que o consumidor brasileiro experimente novas crises como a atual, entretanto, não pode ser descartada. Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apontam que desde o ano de 2014 os principais subsistemas do país têm chegada de água às barragens menor do que a média, indicando que será preciso mais do que um bom período de chuvas para recuperar os níveis.

A previsão é de que pelo menos até abril de 2022 a tarifa de energia permaneça com a cobrança adicional da bandeira Escassez Hídrica, criada para bancar os custos mais altos de geração de energia, inflados justamente pelo uso de combustível fóssil nas termelétricas. Com alta maior do que 20% no ano, o preço da energia elétrica dá combustível para a inflação e pode frear a retomada.


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BOLSONARO BUSCA MANTER O EQUILÍBRIO ENTRE ÁRABES E JUDEUS NO ORIENTE MÉDIO

 

  1. Política 

Planalto e Itamaraty se dividem entre árabes e israelenses durante viagem de Bolsonaro ao Golfo Pérsico

Felipe Frazão, enviado especial a Dubai, O Estado de S.Paulo

Os gestos foram discretos, mas simbólicos. O presidente Jair Bolsonaro aproveitou dois de seus compromissos públicos na viagem aos países árabes do circuito dos “petrodólares” para manifestar apreço por Israel, numa tentativa de se equilibrar nas relações diplomáticas durante o giro por Catar, Bahrein e Emirados Árabes Unidos (EAU), no Golfo Pérsico.

O malabarismo do Palácio do Planalto e do Itamaraty na questão entre árabes e israelenses vem de governos passados. A tentativa de dinamizar a balança comercial e atender exportadores sempre ditou a sensível atuação dos diplomatas brasileiros no Oriente Médio. Bolsonaro, especialmente, tratou Israel como parceiro estratégico já na campanha eleitoral. Além disso, costuma posar com a bandeira do país e chegou a propor a mudança da embaixada de Tel-Aviv para Jerusalém, cidade no epicentro da disputa. O presidente também causou incômodo a representantes da comunidade judaica ao fazer referências a símbolos do povo hebreu, apropriados pelo setor evangélico, uma de suas bases de apoio.

Na Dubai Air Show, logo no primeiro dia da viagem, Bolsonaro parou no estande israelense e posou para fotos. Era uma estreia histórica. A indústria de defesa do país é renomada internacionalmente e participou pela primeira vez da feira de aviação. Bolsonaro prestigiou a exposição promovida pela Israel Aerospace Industries (IAI), fabricante de sistemas de inteligência, mísseis e radares, que atua na aviação militar e civil.PUBLICIDADE

Ainda mais simbólica foi a visita ao pavilhão de Israel na Expo 2020, quando ele reservou alguns minutos para o encontro restrito à delegação presidencial, após circular a pé pela feira, ciceroneado por xeques dos Emirados Árabes Unidos, entre eles o ministro da Tolerância e Coexistência, Nahayan Bin Mobarak Al Nahayan. Horas antes, o presidente também havia atendido ao convite para visitar o pavilhão da Arábia Saudita, um dos mais influentes na região do Golfo e candidato a sediar a Expo 2030.

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O pano de fundo desse cenário é o conflito Israel-Palestina. Na avaliação de diplomatas, porém, o tema perdeu importância em alguns países da região do Golfo. No destaque, Bolsonaro durante um evento de jiu-jitsu realizado em Dubai. Foto: EFE/ALI HAIDER

A participação maior de expositores israelenses nesses megaeventos foi permitida a partir dos Acordos de Abraão. No ano passado, incentivados pelos Estados Unidos do então presidente Donald Trump, Bahrein e Emirados Árabes assinaram acordos para normalizar as relações com Israel, à época sob comando de Benjamin Netanyahu. Os dois ex-líderes eram considerados aliados de Bolsonaro.

O Catar descartou participar e estabelecer relações diplomáticas por causa da ocupação de territórios árabes por Israel. O governo catariano afirmou que os pactos “não contribuem para o processo de paz” na Palestina.

O pano de fundo desse cenário é o conflito Israel-Palestina, fundamental para os árabes. Na avaliação de diplomatas, porém, o tema perdeu importância em alguns países da região do Golfo, mais preocupados com o Irã. Todos continuam defendendo o lado palestino, mas não há pressão da sociedade civil para manifestações. Em outras palavras, não há a “rua árabe”, expressão usada por um embaixador ouvido pelo Estadão, em Dubai, para definir a massa de cidadãos com pensamento crítico, que mobiliza e incomoda os governos, como pode ocorrer no Egito, na Jordânia e na Argélia.

Em comunicado conjunto, os governos do Brasil e dos Emirados Árabes Unidos disseram que Bolsonaro conversou sobre os Acordos de Abraão com o xeque Mohamed bin Zayed Al Nahyan, príncipe herdeiro de Abu Dhabi. Conhecido como MBZ, é ele quem governa o país atualmente e vem sendo considerado o mais poderoso líder árabe da região. Brasil e Emirados Árabes ocuparão, entre 2022 e 2023, assentos temporários no Conselho de Segurança das Nações Unidas e se comprometeram a manter consultas regulares.

“Enfatizando a importância de promover a tolerância e a coexistência para a estabilidade regional e a prosperidade econômica, o presidente Bolsonaro saudou a assinatura dos Acordos de Abraão entre os EAU (Emirados Árabes Unidos) e o Estado de Israel. O lado emirático reiterou que os Acordos de Abraão representam oportunidade histórica que facilita a cooperação, a pacificação e o diálogo inter-religioso”, diz a nota oficial, divulgada pelo Itamaraty.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou que essa relação com os países árabes é benéfica para todos. “Isso está bonito, porque vamos ficar de mãos dadas com Israel e vamos ficar aqui. É a tradição brasileira. O Brasil é o único lugar do mundo onde eles se entendem, árabes e judeus são amigos”, afirmou Guedes.

Bolsonaro fez sua segunda viagem aos países árabes nesta semana. Em Israel ele havia estado apenas uma vez como presidente, em março de 2019, embora no ano passado tenha despachado uma missão oficial para conhecer um spray nasal que reputava ser “milagroso” contra a covid-19.

Desde que o governo decidiu reorientar as posições do Brasil e adotar uma tendência pró-Israel, o Itamaraty sugeriu que o presidente buscasse cada vez mais fazer acenos aos dois lados para não criar problemas, que poderiam provocar impacto em grandes clientes do agronegócio, do minério e da indústria nacional de Defesa.

Há um fato pouco conhecido: ainda no primeiro ano do governo, diplomatas do Itamaraty realizaram uma viagem para acalmar a situação e dar explicações aos países árabes. Passaram por Catar, Jordânia e Emirados Árabes. Todos os embaixadores brasileiros na região foram convocados para receber instruções, numa reunião em Dubai.

O tour de “bombeiros” do Itamaraty foi realizado assim que Bolsonaro regressou de Israel. Naquela ocasião, o presidente havia autorizado a abertura de um escritório comercial em Jerusalém, a cidade sagrada disputada por árabes e israelenses. A prometida transferência da embaixada de Tel Aviv para lá, que na prática seria um reconhecimento brasileiro de que o Estado de Israel tem direito à cidade, nunca foi concretizada.

Mesmo assim, os votos do Brasil nas Nações Unidas, relacionados ao conflito, têm sido de abstenção ou até contrários. Trata-se de uma forma de concessão a Israel, quando são discutidas questões específicas, como violência e violações de direitos humanos contra palestinos. Antes, o Itamaraty tradicionalmente apoiava o lado palestino.

Em maio, o próprio Bolsonaro condenou nas redes sociais o lançamento de foguetes por militantes palestinos, contra o território de Israel, e fez ampla divulgação de vídeos dos ataques do Hamas. Mas se calou sobre a ofensiva israelense em Gaza, mais letal. “É absolutamente injustificável o lançamento indiscriminado de foguetes contra o território israelense. A ofensiva provocada por militantes que controlam a Faixa de Gaza, e a reação israelense, já deixara mortos e feridos de ambos os lados. Expresso minhas condolências às famílias das vítimas e conclamo pelo fim imediato de todos os ataques contra Israel, manifestando meu apoio aos esforços em andamento para reduzir a tensão em Gaza”, disse o presidente.

O Brasil, no entanto, não aceitou mexer no princípio de autodeterminação dos povos e continua reconhecendo o direito ao Estado Palestino, e não apenas ao de Israel, a chamada solução de dois Estados.

GOVERNO PRETENDE INCENTIVAR O TRANSPORTE DE CARGAS PELO MAR

 

Najla Buhatem Maluf, especialista em direito marítimo e comércio exterior, professora da Maritime Law Academy (MLaw) e sócia do Rachid Maluf Advs

A infraestrutura, o transporte e a logística são imprescindíveis para o desenvolvimento de qualquer país e seu comércio exterior. No entanto, há a necessidade de integração entre todos os modais: marítimo, ferroviário, terrestre e aeroviário. O Brasil com sua dimensão continental e, aproximadamente 8 mil km de costa, tem como primordial o modal marítimo, com 95% do comércio exterior passando pelos portos. No entanto, apenas 11% da carga total de transporte dentro do território brasileiro é feito por meio da cabotagem, que é o transporte de cargas por meio marítimo de um porto a outro no mesmo país. Os outros 89% são feitos por transportes ferroviários e terrestres.

Encontra-se em trâmite no Senado Federal, o Projeto de Lei (PL) 4.199/2020, que estimula e amplia a cabotagem, também conhecido como o programa BR do Mar, que tem por um de seus objetivos, equilibrar a matriz de transportes. Além disso, o texto promete reduzir o ICMS do bunker (combustível dos navios da cabotagem) e também aumentar a concorrência com maior oferta de embarcações, minimizando os custos, tempo de trânsito e riscos existentes no modal rodoviário.

A importância do transporte marítimo para o país é enorme, pois além de 95% do comércio exterior ser feito por via marítima, vale notar que 80% das cargas movimentadas mundialmente é por este modal. Merece atenção também, investimentos no transporte hidroviário, que no Brasil não é dado a devida importância. São 44 mil km de vias navegáveis, dos quais menos de 30% da malha é utilizada, mesmo apresentando capacidade para transportar mais volumes e ter custos menores em relação a outros modais.

As regiões produtoras incluindo o Centro-Oeste, terão a ganhar com uma matriz mais equilibrada, considerando a expansão do agronegócio, que é também um dos pilares do BR do Mar. Além disso, o programa contempla outros benefícios como a possibilidade de docagem em estaleiros brasileiros, para reparos e proporcionar o aumento da vida útil das embarcações. O PL, apresenta alguns pontos controversos para as empresas que operam na cabotagem quando indica a possibilidade de serem constituidas EBNs (empresas brasileiras de navegação) sem que tenham embarcação própria, conforme é exigido na Lei 9.432/1997. Outro item é a obrigatoriedade do emprego de mão de obra em navios estrangeiros. Há proposta de que seja aplicado ao texto a composição de um terço da tripulação por brasileiros e não, de dois terços como previsto inicialmente, seguindo as regras trabalhistas do país.

Está previsto também o afretamento de navios a Tempo ou a Casco Nu. A Tempo são os navios já equipados e em condições e a casco nu, aqueles em que não há tripulação. Ambos por tempo determinado.

No entanto, um estudo de 2019, realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), aponta que é preciso melhorar a infraestrutura as políticas públicas e também, eliminar os gargalos para o desenvolvimento da cabotagem nacional como o excesso de burocracia, alta carga tributária, previsibilidade e regularidade nos transportes, vinculação na indústria de cabotagem e previsibilidade regulatória a longo prazo.

Considerando esses aspectos, o projeto de lei do programa BR do Mar visa a ampliação de ofertas de navios brasileiros e estrangeiros na cabotagem, o incentivo e a competitividade para serviços no modal marítimo. Além de maior equilíbrio na matriz de transportes, melhor distribuição de carga e custo. O projeto de lei deverá ainda ser encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), pela Comissão de Agricultura e pela Comissão de Infraestrutura e Transportes e após isso será encaminhado para votação no plenário.

PROCEDIMENTOS PARA ORIENTAR NO ROUBO DE CELULAR

 

Anchises Moraes – C6 Bank

Além de fazer boletim de ocorrência e bloquear o aparelho após o incidente, há uma série de medidas que podem ser adotadas de forma preventiva 

Roubos de celulares estão cada vez mais comuns. Além do valor de revenda dos aparelhos, criminosos se aproveitam das informações armazenadas nos smartphones para aplicar golpes financeiros.  

“Não precisamos esperar o pior acontecer para começar a pensar na segurança dos dados que estão em nossos aparelhos. Há alguns cuidados simples que podem ser adotados imediatamente e ajudam a evitar problemas no futuro”, diz Anchises Moraes, especialista em cibersegurança do C6 Bank. Ele aponta seis medidas para aumentar a segurança dos dados e dá quatro dicas do que se deve fazer caso o celular caia em mãos erradas.

Previna-se

Não espere perder o aparelho para começar a pensar na segurança dele. Quanto mais bem protegidas suas informações estiverem hoje, melhor para você no futuro.

1) Faça backups constantes

Além da preocupação com segurança de informação, ter um celular roubado, furtado ou perdido também traz a questão de perder memórias importantes, como fotos e conversas. Garanta que seu smartphone faz backups periódicos no iCloud ou Google Drive. Você também pode ativar o backup de e-mails e aplicativos de mensagens, como o WhatsApp.

2) Não deixe suas senhas salvas

Apesar da praticidade, deixar sites, redes sociais e e-mails com preenchimento automático de senhas pode ser um problema quando o celular cai em mãos erradas. Para garantir a segurança de seus dados, é preferível digitar a senha toda vez que for entrar em um aplicativo. Também não é recomendável anotar senhas em blocos de notas, nem compartilhar com outras pessoas através de e-mails ou conversas de aplicativos de mensagens. 

3) Use verificação em 2 etapas

Habilite esse recurso sempre que possível. Ele cria mais uma barreira de proteção para os dados, pois permite que as informações sejam acessadas apenas por quem tem acesso ao dispositivo (algo que você possui, mas pode perder) e conhecimento da senha (algo que só você sabe). 

4) Faça uma limpa nas suas fotos

Não armazene fotos de documentos no celular. Esses registros podem ter dados sensíveis (que muitas vezes são usados como senhas), como data de nascimento e nome dos pais, além de dados pessoais, como RG e CPF. Caso precise compartilhar esse tipo de arquivo, lembre-se de apagar depois. 

5) Desabilite notificações na tela bloqueada

Caso o seu celular esteja bloqueado no momento do furto ou roubo, o criminoso pode ter acesso às suas conversas e notificações privadas na tela do celular. Além disso, ao permitir a visualização de SMS na tela bloqueada, fraudadores podem receber códigos de verificação para alterar sua senha em sites e redes sociais. 

6) Deixe o serviço de geolocalização habilitado

Isso facilita a busca do seu aparelho, caso você não saiba onde ele está, ou bloqueio em casos de furto e roubo. Alguns aplicativos, como os de transporte, perguntam se você deseja habilitar a geolocalização. Mas, além disso, é importante se certificar de que a geolocalização do smartphone está sempre ativa. 

E depois?

Mesmo que você tome todos os cuidados, seu aparelho ainda pode cair em mãos erradas. Há algumas medidas que podem ajudar contra prejuízos financeiros.

1) Notifique seu banco 

Se você usa aplicativos de banco em seu smartphone, esse é o primeiro passo para proteger suas contas e evitar danos financeiros maiores. Entre em contato com as centrais de atendimentos das instituições financeiras que você usa para bloquear o uso da conta pelo aplicativo e as transações com cartões.  

2) Apague os dados do aparelho

É possível apagar os dados do seu smartphone remotamente via iCloud ou Google. Isso impede que terceiros tenham acesso a redes sociais, e-mail, aplicativos de mensagens, senhas e fotos, além de apagar apps bancários, de e-commerce e delivery, impedindo que o criminoso faça fraudes. Não se preocupe, você consegue recuperar essas informações em um novo aparelho, basta deixar o backup em dia. 

3) Avise operadora de celular e solicite o bloqueio da linha

Essa medida impede que criminosos usem seu aparelho para fazer ligações para contatos da sua agenda e usem seu plano de dados para acessar a internet e aplicativos. A operadora também pode bloquear o IMEI, o número de identificação do seu aparelho, impedindo que ele seja utilizado pelo criminoso.

4) Faça um B.O. para se proteger judicialmente 

O boletim de ocorrência (B.O.) – que pode ser feito na delegacia mais próxima ou online, no site da Polícia Civil de cada estado – é fundamental para contestar ações de terceiros usando seus dados e serve para que a polícia possa investigar o delito.  

Sobre o C6 Bank

O C6 Bank é um banco completo, lançado em 2019, que já superou a marca de 11 milhões de clientes no Brasil. Sem agências físicas, a instituição financeira já tem em seu portfólio mais de 20 produtos e serviços, incluindo conta corrente isenta de taxa de manutenção, cartão sem anuidade, transferências e saques gratuitos, tag de pedágio grátis, crédito, programa de pontos, Conta Global, plataforma de investimentos com ativos do Brasil e do exterior, marketplace com mais de 60 mil itens, entre outros. O C6 Bank atende pessoas físicas, MEIs e PMEs e está presente em 100% dos municípios brasileiros. Mais informações sobre o banco em https://www.c6bank.com.br.