domingo, 7 de novembro de 2021

GATILHOS MENTAIS SÃO IMPORTANTES NO COMÉRCIO

 

 Por Felipe Rosa – Agência Mestre

Uma das formas que você pode utilizar para vender mais, é através do gatilho mental da escassez. Para entender melhor como essa técnica funciona, assista ao vídeo abaixo:

o que são os gatilhos mentais;

como os gatilhos mentais são úteis dentro do marketing digital?;

gatilho mental da escassez;

escassez no mercado digital;

diferença entre gatilho de escassez e gatilho de urgência;

a importância das boas práticas de copywriting ao usar os gatilhos.

O que são os gatilhos mentais?

Muitas pessoas, apesar de já terem ouvido falar sobre os gatilhos mentais, ainda não conseguem identificar as oportunidades de utilizar um.

Essa estratégia consiste em enviar alguns estímulos para o cérebro humano e assim, influenciar a decisão de compra, de forma inconsciente. Eles estão presentes desde uma simples decisão do que vai comer até a compra de um produto em detrimento de outro.

Esses estímulos são tão sutis que nem percebemos que estamos sendo influenciados quando demos de cara com esses gatilhos. Isso ocorre por conta do neuromarketing que une biologia, mercadologia e outras ciências para persuadir o consumidor.

É importante mencionar que esses estímulos estão relacionados aos aspectos culturais e sociais e às necessidades básicas da pessoa, o que significa que existem gatilhos mentais que podem ser comuns entre os membros de um mesmo grupo.

Para obter bons resultados nas estratégias de marketing de um negócio procure persuadir a tomada de decisão na jornada de compra pelo uso dos gatilhos mentais. Os especialistas buscam compreender os comportamentos, sentimentos, gostos e preferências do consumidor, além de entender o que o leva a comprar, para abordá-lo de forma efetiva.

Como os gatilhos mentais são úteis dentro do marketing digital?

Os gatilhos mentais se tornam alvo dos profissionais de marketing digital justamente por conta da sua eficácia e poder em aumentar as vendas. Afinal, um planejamento e uma estratégia bem pensada com os gatilhos mentais será capaz de transformar e influenciar a decisão de compra de muitos clientes.

Além disso, são fáceis de serem colocadas em prática, sobretudo nos canais digitais.

Segundo uma pesquisa realizada pela empresa Neotrust – uma das principais fontes para quem trabalha com mercado digital – mostrou que houve continuidade do crescimento das vendas online no Brasil. Foram realizadas 78,5 milhões de compras online nos três primeiros meses do ano, um aumento de 57,4% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Logo, se você ainda não está utilizando esse tipo de estratégia e não usa os gatilhos mentais, está perdendo oportunidades de negócio.

Portanto, se quer que o seu público compre mais, conheça os principais gatilhos mentais:

pertencimento;

reciprocidade;

escassez e urgência;

compromisso e consistência;

prova social.

Porém, neste momento vamos focar no gatilho de escassez e como ele pode ser eficiente em suas estratégias para aumentar as vendas!

Gatilho Mental da Escassez

O gatilho da escassez, é uma famosa técnica de copywriting que quase sempre está relacionada a tempo, preço e quantidade. Ou seja, as pessoas limitam uma determinada oferta, informando por quanto tempo ela é válida com o preço promocional e quantas unidades estão disponíveis para compra.

Esse gatilho cria o senso de urgência nas pessoas, fazendo com que elas tomem uma decisão mais rápida, realizando a compra.

Podemos exemplificar escassez com exemplos práticos que são realizados no comércio: saldão, black friday, queima de estoque, feirões, venda de ingressos por lotes (primeiro lote é mais barato e os demais são mais caros) e por aí vai.

Alguns dos principais exemplos de gatilho de escassez são:

“Corra, últimas unidades!”;

“Restam somente X itens no estoque”;

“Última unidade”;

“Vagas limitadas para o curso”;

“XX% de desconto somente para os 6 primeiros compradores”;

“Só temos mais 4 itens disponíveis neste preço”;

“Termina em XXX horas”

“Os XX primeiros pedidos ganham um brinde exclusivo”.

Escassez no Mercado Digital

Se na sua empresa ou negócio digital você trabalha com metas de fechamento no mês, uma das táticas que você pode utilizar é a de oferecer um preço especial para pedidos de orçamento que chegam pelo site durante os últimos dias do mês. Você pode, por exemplo, retornar o contato e dizer que se a pessoa fechar negócio até o dia 30 daquele mês, você ainda consegue manter o preço promocional.

Outra estratégia que pode ser utilizada é através dos webinars. A dica aqui é enviar um e-mail para sua base de contato, informando que você fará uma transmissão ao vivo e que quem estiver online no momento que o webinar for realizado, poderá adquirir seu produto com um desconto incrível. Durante a transmissão você faz a oferta e mantém o preço por apenas algumas horas, para criar o senso de urgência nas pessoas.

Caso você tenha feito um webinar apenas com o intuito de entregar um conteúdo exclusivo, você também pode utilizar a escassez, disponibilizando o vídeo no ar por poucos dias. Nesse caso, quem não assistir dentro do período informado, perderá tal informação. Acredite, as pessoas não gostam nem um pouco de perder uma oportunidade, por isso o gatilho da escassez funciona tão bem.

No seu negócio digital, você pode trabalhar a escassez oferecendo, por exemplo, cupons de desconto que só funcionam em um determinado intervalo de dias, ofertas que duram apenas 24 horas, produtos com desconto para as pessoas que forem as primeiras a comprarem (ex: as 10 primeiras compram com 50% de desconto), entre outras aplicações.

Você pode potencializar a escassez, informando ao internauta que tal produto ou oferta está próxima de acabar ou ainda que restam poucas unidades do produto ou serviço que ele deseja adquirir. Quando você exibe tais informações na tela, você acelera o tempo de decisão da pessoa, fazendo com que ela tome uma ação rápida.

Veja um exemplo de como a plataforma de e-commerce Amazon trabalha bem o estímulo e gatilho de escassez colocando um contador, em contagem regressiva, informando o número de horas restantes para que o cliente aproveite o desconto:

Gatilho mental da escassez

Como funciona o gatilho mental da escassez

Atualmente, muitos sites também exploram a intenção de saída da página por parte do usuário. Existem diversas ferramentas do mercado, tais como a SumoMe que conseguem identificar quando uma pessoa vai sair da página e nesse momento um popup é exibido, geralmente com alguma oferta final, para que o usuário aproveite uma promoção ou faça uma ação antes de sair do site.

Em resumo, se você souber utilizar a escassez com maestria, certamente poderá potencializar suas vendas através da internet. Experimente utilizar alguma das técnicas abordadas neste artigo e comprove a eficiência desse gatilho mental.

Diferença entre gatilho de escassez e gatilho de urgência

É muito comum que as pessoas confundam o gatilho de urgência com o gatilho mental de escassez, já que ambos buscam trabalhar a decisão imediata do consumidor.

Porém, o grande diferencial entre os dois está no fato de que o gatilho relacionado à urgência está muito interligado ao fator de tempo, enquanto o de escassez está mais relacionado com a quantidade.

A importância das boas práticas de copywriting ao usar os gatilhos

O copywriting é responsável por cerca de 80% das compras e vendas online, segundo uma pesquisa feita pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Isso porque é primordial que você invista em uma escrita assertiva e gatilhos que possam estimular a emoção das pessoas para que desta forma, elas tomem a decisão de comprar o seu produto pela internet.

Por esta razão, os gatilhos mentais são tão utilizados no mundo do marketing digital. Lembre-se de utilizá-los da maneira correta e com sabedoria pois quando exagerado, pode ser que esses gatilhos gerem o efeito contrário do desejado – fazendo o potencial consumidor criar algum tipo de aversão ao seu site.

Então se você quer aperfeiçoar a sua escrita e começar a utilizar os gatilhos nas suas estratégias e planejamento, leia também nosso artigo sobre como usar o copywriting e como vender mais usando textos persuasivos!

Vale a pena ler qualquer semelhança será mera coincidência !!!

Autor desconhecido

Um ladrão entrou no banco gritando para todos:

” Ninguém se mexe, porque o dinheiro não é seu, mas suas vidas pertencem a vocês.”

Todos no banco ficaram em silêncio e lentamente se deitaram no chão.

Isso se chama CONCEITOS PARA MUDAR MENTALIDADES

Mude a maneira convencional de pensar sobre o mundo.

Com isso, uma mulher ao longe gritou: ” MEU AMOR, NÃO SEJA RUIM PARA NÓS, PARA NÃO ASSUSTAR O BEBÊ “, mas o ladrão gritou com ela:

“Por favor, comporte-se, isso é um roubo, não um romance!”

Isso se chama PROFISSIONALISMO

Concentre-se no que você é especializado em fazer.

Enquanto os ladrões escapavam, o ladrão mais jovem (com estudos profissionais de contabilidade) disse ao ladrão mais velho (que tinha acabado de terminar o ensino fundamental):

“Ei cara, vamos contar quanto temos.”

O velho ladrão, obviamente zangado, respondeu:

“Não seja estúpido, é muito dinheiro para contar, vamos esperar a notícia para nos contar quanto o banco perdeu.”

Isso se chama EXPERIÊNCIA

Em muitos casos, a experiência é mais importante do que apenas o papel de uma instituição acadêmica.

Depois que os ladrões foram embora, o supervisor do banco disse ao gerente que a polícia deveria ser chamada imediatamente.

O gerente respondeu:

“Pare, pare, vamos primeiro INCLUIR os 5 milhões que perdemos do desfalque do mês passado e relatar como se os ladrões os tivessem levado também”

O supervisor disse:

“Certo”

Isso se chama GESTÃO ESTRATÉGICA

Aproveite uma situação desfavorável.

No dia seguinte, no noticiário da televisão, foi noticiado que 100 milhões foram roubados do banco, os ladrões só contaram 20 milhões.

Os ladrões, muito zangados, refletiram:

“Arriscamos nossas vidas por míseros 20 milhões, enquanto o gerente do banco roubou 80 milhões em um piscar de olhos.”

Aparentemente, é melhor estudar e conhecer o sistema do que ser um ladrão comum.

Isto é CONHECIMENTO e é tão valioso quanto ouro.

O gerente do banco, feliz e sorridente, ficou satisfeito, pois seus prejuízos foram cobertos pela seguradora no seguro contra roubo.

Isso se chama APROVEITANDO OPORTUNIDADES ..

ISSO É O QUE MUITOS POLÍTICOS FAZEM ESPECIALMENTE NESTA *PANDEMIA, ELES A USAM PARA ROUBAR E RESPONSABILIZAR O VÍRUS.

A startup digital ValeOn daqui do Vale do Aço, tem todas essas qualidades, não me refiro aos ladrões e sim no nosso modo de agir:

Estamos lutando com as empresas para MUDAREM DE MENTALIDADE referente à forma de fazer publicidade à moda antiga, rádio, tv, jornais, etc., quando hoje em dia, todos estão ligados online através dos seus celulares e consultando as mídias sociais a todo momento.

Somos PROFISSIONAIS ao extremo o nosso objetivo é oferecer serviços de Tecnologia da Informação com agilidade, comprometimento e baixo custo, agregando valor e inovação ao negócio de nossos clientes e respeitando a sociedade e o meio ambiente.

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A criação da startup ValeOn adveio de uma situação de GESTÃO ESTRATÉGICA apropriada para atender a todos os nichos de mercado da região e especialmente os pequenos empresários que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.

Temos CONHECIMENTO do que estamos fazendo e viemos com o propósito de solucionar e otimizar o problema de divulgação das empresas da região de maneira inovadora e disruptiva através da criatividade e estudos constantes aliados a métodos de trabalho diferenciados dos nossos serviços e estamos desenvolvendo soluções estratégicas conectadas à constante evolução do mercado.

Dessa forma estamos APROVEITANDO AS OPORTUNIDADES que o mercado nos oferece onde o seu negócio estará disponível através de uma vitrine aberta na principal avenida do mundo chamada Plataforma Comercial ValeOn 24 horas por dia e 7 dias da semana.

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sábado, 6 de novembro de 2021

SABATINA DE MENDONÇA NO SENADO SERÁ FEITA

 

Sabatina no Senado
Por
Olavo Soares – Gazeta do Povo
Brasília

Sabatina de André Mendonça está travada na CCJ do Senado por vontade do presidente da comissão, o senador Davi Alcolumbre| Foto: Isac Nóbrega/PR


A decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de determinar um mutirão de sabatinas colocou o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sob pressão para destravar a nomeação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF). Pacheco anunciou que o Senado fará sabatinas com indicados a diferentes cargos entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro e disse, em entrevista coletiva na quinta-feira (4), ter a confiança que a apreciação do nome de Mendonça estará entre as atividades desempenhadas.

Na entrevista, o presidente do Senado descartou enfatizar a sabatina de Mendonça como uma prioridade. Tratou o caso como um entre tantos que aguardam apreciação dos senadores, e disse esperar que “todos os presidentes de comissão” analisem os nomes sob seus cuidados, “inclusive para a Suprema Corte”. E ressaltou que espera ver o processo sendo conduzido pelo presidente da CCJ. Pacheco apontou que Alcolumbre, assim como os demais presidentes de comissão, está ciente da importância do esforço concentrado.

Mendonça foi escolhido por Bolsonaro para o cargo de ministro do STF em junho. Os nomes indicados à Corte precisam ser aprovados pelo Senado. O rito habitual de aprovação prevê, em ordem, as seguintes etapas: realização de uma sabatina com o nomeado na CCJ; votação do nome pela CCJ; por fim, apreciação do nome pelo plenário do Senado, independentemente do resultado registrado na CCJ.

Geralmente, a tramitação no Senado não costuma ser um processo arrastado, ao menos não aos olhos do público geral. Mas o caso atual encontra resistência por parte de Alcolumbre que, na condição de presidente da CCJ, tem a liberdade de agendar para quando quiser a sabatina — ou mesmo para não agendar.


Denúncia de “rachadinha” enfraquece Alcolumbre?
Ao longo dos meses de distância entre a escolha de Mendonça e os dias atuais, Alcolumbre deu diversas justificativas para não realizar a sabatina. Alegou que o indicado não seria aprovado pelo plenário do Senado e, assim, dava a Bolsonaro a chance de apresentar outro nome. Afirmou também que precisava aguardar a conclusão de uma ação movida pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Podemos-GO), que pediram que o STF interviesse no processo.

Mas recentemente outro elemento entrou em cena e afetou ainda mais o contexto. Alcolumbre passou a ser acusado de liderar um esquema de “rachadinhas” em seu gabinete. A informação veio a público após reportagem da revista Veja, divulgada no último dia 29. Segundo a publicação, mulheres da periferia de Brasília foram contratadas como funcionárias do gabinete do senador do Amapá e não chegaram a trabalhar, efetivamente, em nenhuma ocasião. Além disso, elas tinham a quase totalidade de seus salários “confiscados”.

Alcolumbre negou conhecimento do episódio, disse que contratações eram definidas pelo seu chefe de gabinete, que não está mais em sua equipe, e disse que a acusação fazia parte de uma “uma orquestração por uma questão política e institucional da CCJ e do Senado Federal”.

O episódio intensificou a pressão contra Alcolumbre. O Podemos, partido que tem a terceira maior bancada do Senado, divulgou nota pedindo o afastamento do parlamentar do comando da CCJ. À Gazeta do Povo, o senador Lasier Martins (Podemos-RS) afirmou que Alcolumbre “não tem mais moral” para presidir a CCJ. “Uma Comissão de Constituição e Justiça existe para saber se os projetos podem seguir adiante ou se infringem a norma jurídica. Mas ele próprio [Alcolumbre] infringe as normas jurídicas”, ressaltou.

Na avaliação de Lasier, o caso das “rachadinhas” fez com que a contestação em torno do impasse na nomeação de Mendonça chegasse a senadores que, até então, não haviam se envolvido no assunto. “Aquilo que era uma indignação de quatro ou cinco hoje chegou a muito mais gente”, acrescentou.

Pacheco, na entrevista coletiva desta quinta, evitou abordar as denúncias contra Alcolumbre. Ele foi perguntado se o presidente da CCJ estava enfraquecido e respondeu dizendo que gostaria de expressar confiança no nome do senador do Amapá.

O presidente do Senado disse ainda que não via a possibilidade de a sabatina não ser pautada durante o esforço concentrado e também que não especularia sobre uma eventual votação do nome de Mendonça diretamente pelo plenário da Casa. A ideia foi aventada como uma alternativa para superar a blindagem de Alcolumbre. “Nós temos que trabalhar com a hipótese real de que as comissões vão realizar o seu trabalho”, acrescentou.

Para Lasier Martins, o empenho de Pacheco em torno do processo se explica também pelo fato de que a continuidade do impasse poderá respingar de modo negativo na imagem do presidente do Senado.


Oposição e governo querem fim de impasse sobre sabatina de Mendonça
A falta de continuidade no processo de indicação de Mendonça deixa o STF desfalcado e também aponta uma fraqueza de Bolsonaro no contexto político, já que mostra a incapacidade dos parlamentares governistas de reverterem a decisão individual de um senador. Soma-se a isso o fato de Mendonça ser evangélico, e a inserção de um representante religioso na Suprema Corte foi uma promessa repetida diversas vezes por Bolsonaro a este segmento, que compõe base importante do seu eleitorado.

Mas o desejo em ver a situação se encerrando não se resume à base aliada do governo. Senadores adversários de Bolsonaro se posicionaram, em diferentes ocasiões, em defesa da tramitação da indicação. Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Simone Tebet (MDB-MS), por exemplo, que se notabilizaram como adversários do governo Bolsonaro durante a CPI da Covid, cobraram publicamente o avanço do processo. Ambos enfatizaram que não falavam em defesa do nome de Mendonça, e sim contra o “engavetamento”.

O senador Paulo Paim (PT-RS) também disse esperar a conclusão do processo, e mostrou otimismo em relação ao esforço concentrado agendado por Pacheco. “Acho que é um assunto quase que superado. Chegou o momento em que o presidente do Senado marcou as reuniões das comissões plenárias e a hora de deliberar todos os nomes em espera”, disse. O parlamentar acrescentou que o PT se reuniu com Mendonça — que tem buscado encontro com todos os senadores — e não tomou uma posição em torno da indicação.

O último nome para o STF a ser apreciado pelo Senado foi o de Kássio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro em outubro do ano passado e aprovado pelos senadores no mesmo mês. Nunes Marques foi o primeiro integrante da Suprema Corte a ser escolhido por Bolsonaro.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/mutirao-de-pacheco-e-rachadinha-podem-destravar-sabatina-de-mendonca-senado/
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QUEM MANDA DE FATO NO BRASIL NÃO SÃO OS ELEITOS PELO POVO

 

Autoritarismo

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

O plenário do STF.| Foto: STF

A Constituição afirma, no seu primeiro artigo, que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente. Repetindo: o povo exerce seu poder diretamente, ou por aqueles que ele elege, no Executivo e no Legislativo. É isso que temos visto, ou o poder do povo, direto ou indireto, tem sido limitado por quem não foi eleito? O Poder Judiciário tem se mostrado superior aos poderes eleitos. Em geral o autoritarismo é exercido pelo chefe do Executivo, que avança sobre o Legislativo e o Judiciário, sob o argumento de representar o povo.

Aqui, hoje, o chefe do executivo federal, que teve quase 58 milhões de votos para representar a nação, tem-se curvado ante imposições do Supremo. O mesmo tem acontecido com o Senado e a Câmara, obedientes a determinações, muitas vezes, de um único juiz do Supremo. Em nome da ordem, ninguém se recusa a cumprir determinações do Supremo, à exceção do presidente do Senado, Renan Calheiros, em 6 de dezembro de 2016, quando recusou-se a deixar o cargo, como ordenava o ministro Marco Aurélio.

Essa introdução remete à queixa crônica de insegurança jurídica, como um dos maiores fatores do custo Brasil. Uma das causas é a excessiva judicialização de temas que deveriam ser resolvidos interna corporais no Legislativo e no Executivo, como se queixou o presidente do Supremo, Luiz Fux, em seu discurso de posse. Virou moda a minoria apelar para o tapetão do Supremo. Em outros tempos, o relator devolvia ou jogava no arquivo, argumentando ser assunto para o próprio parlamento resolver. Eram tempos em que o presidente não era Bolsonaro. Aí entra o segundo fator, identificado por juristas como Ives Gandra e Modesto Carvalhosa: o ativismo judicial, ou a militância política.

Quando há algum vácuo na Constituição, sobre algum fato novo, o Supremo, em vez de exigir que o Congresso, que tem poderes constituintes, que decida a questão, costuma ele próprio, que não teve um voto sequer para isso, se transformar em poder constituinte. Então temos que o Supremo, sem estar relacionado no primeiro artigo da Constituição como representante do povo, já que não é eleito, tem poder constituinte e poder de interferir nos outros poderes, eleitos para representar o povo. É, portanto, de fato, o mais poderoso dos poderes. Quando um jornalista pede asilo político no exterior, ninguém imagina que ele esteja sendo procurado pelo Judiciário e não pelo chefe do Executivo.

Como sabemos, o Supremo mostrou poderes de passar ao largo do devido processo legal e ser, a um só tempo, vítima, investigador, acusador, juiz e executor, algo que só se via no absolutismo. Sob o pretexto de saúde pública, vimos o Supremo passar por cima de vários direitos fundamentais, assim como deixar em segundo plano poderes do chefe da nação priorizando governadores e prefeitos. O Supremo já mudou a Constituição na área de costumes e agora tem nas mãos uma gigantesca questão fundiária que pode derrubar o mais precioso trunfo do Brasil: a vocação de alimentar o mundo. Nesses dias, alguns atos e ameaças no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fariam corar um Sobral Pinto.

Quando há exceção para o devido processo legal, há insegurança incompatível com as liberdades básicas, assim como quando a liberdade de opinião é atingida. O poder que é do povo é para opinar, divergindo e criticando. Para concordar, não é preciso ter poder.


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DELTAN E MORO AGORA QUEREM SER POLÍTICOS

Eleições 2022

Por
Madeleine Lacsko – Gazeta do Povo

A campanha eleitoral já começou. Teve muitas emoções em 2018? Não foi nada perto do que teremos daqui para frente.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, durante audiência Pública na comissão de constituição e justiça do Senado

Sergio Moro, ex-juiz e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, deve concorrer à Presidência em 2022.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Houve um tempo em que a Justiça Eleitoral era implacável com propaganda eleitoral antecipada. Eu já não consigo mais lembrar quando foi a última vez em que não estivemos em campanha eleitoral nacional. Pelo menos desde 2014, a campanha está nas ruas, acompanhada passo a passo como capítulo de novela. Esta semana foi aquela do tipo arrebenta coração. Todas as nossas certezas sobre o enredo e os personagens principais acabaram esculhambadas.

Eu tinha certeza de que teríamos a cena final de “BolsoLula o conflito que não ocorreu na primeira temporada”. E com Ciro apimentando o negócio todo. Mas essa semana foi um chacoalhão que só senti na versão original de Carrossel, a Mexicana. Foi naquela vez em que trocaram o ator que fazia o pai da Maria Joaquina e todo mundo continuou agindo normalmente, como se fosse o mesmo ator de antes. É assim que me sinto agora. Moro tudo bem, mas Deltan?

O meio de campo está completamente bagunçado. Moro chegou chegando, no partido do Álvaro Dias, o Podemos, capitaneado pela habilidosíssima Renata Abreu. Ciro Gomes, que vinha bem com João Santana a tiracolo, mirando na centro-direita, foi atropelado. Mas não foi pelo Moro não, foi pela PEC do Calote dos Precatórios e pelo furo no teto. Ele pode ser o famoso do PDT, mas a o “Lula” deles é o Carlos Lupi, que talvez tenha outros interesses.

Ciro Gomes mostrou que a família não é de correr de briga. Viu o resultado da votação, catou um trator e partiu para cima dos rebeldes. Suspendeu a pré-candidatura à presidência da República até que o PDT ajude a derrubar a PEC no Senado. A questão é: o PDT quer mesmo derrubar? E se, com a entrada de Moro e Simone Tebet, passar a ser uma boa para Lupi embarcar na canoa de Lula? Sempre teremos Paris.

Eu vi hoje a gritaria generalizada sobre a candidatura de Moro e Deltan nas redes sociais. Há uma única pessoa que tem razão para gritar mesmo: a mulher do Deltan. Avalie você, mãe de família, se seu glorioso mozão chuta um emprego com estabilidade vitalícia e um salário de príncipe para virar político e combater a corrupção. Desculpa, Deltan, mas eu ficaria tentada a internar até mudar de ideia. O Moro largar emprego nos EUA com possibilidade de Greencard depois de largar o cargo vitalício eu não vou nem falar nada porque não tenho estrutura psicológica.

As candidaturas de Moro e Deltan comprovam que toda a operação Lava Jato foi um fato político, dizem os opositores dos dois. Não entendo que tenha começado como fato político mas terminou como um dos mais bombásticos da nossa história. Complicado, mas é fato que a política brasileira virou caso de política e deu no que deu. O bode está na sala: daqui em diante, investigações podem virar método de batalha política? Foi Moro lançar candidatura que decidiram ouvir Bolsonaro falando mal dele num inquérito pendente desde as caravelas e que escapuliu para a imprensa.

Digo que agora a campanha está na rua porque definitivamente entramos de forma ainda mais pesada no jogo de dissonância cognitiva que pautou a imprensa ao longo de 2018 e deu a vitória a Jair Bolsonaro. Ele disse que iria demitir Moro do Ministério se não pudesse trocar o chefe da Polícia Federal. Tem vídeo de reunião ministerial com isso. Depois, houve uma tentativa de ter a concessão barganhando uma vaga no STF. Rendeu o famoso “prezada, não estou à venda”. Como era para bater em Bolsonaro, então Moro falava a verdade.

Passam-se meses, Moro resolve voltar ao Brasil e anunciar um evento de filiação ao Podemos na próxima segunda-feira. Ele mal pisa em Brasília, coincidentemente o Presidente da República é chamado a prestar esclarecimentos sobre o episódio da demissão do Ministro da Justiça. Agora, para a imprensa, Bolsonaro vira um guerreiro da verdade. “Moro pediu vaga no STF em troca de mudança na PF”, dizem as manchetes. O depoimento sigiloso chegou à imprensa. Danados esses depoimentos que fogem justo nessas horas cruciais.

O brasileiro gosta de fofoca. Eu também gosto, só que nego. Não acordamos para a política, continuamos fazendo fofoca com a vida dos políticos. Só que isso influi em quem dita o nosso destino e as regras do país. Não é igual dar pitaco em vida de artista. Tenho vários amigos com “opiniões” apaixonadas contra e a favor da Lava Jato, dos acusados e acusadores. Nunca leram um processo. Se lessem, também não entenderiam porque não são do ramo. Não é opinião, é coração. E política é coração com pitadas de razão. Às vezes até sem as pitadas.

O cenário político do país está traçado. Temos três militâncias apaixonadas no Brasil e essa paixão independe de fatos ou das atitudes dos ídolos: Lulistas, Lavajatistas e Bolsonaristas. As três candidaturas têm, no entanto, uma gorda fatia de eleitores que a escolhe contra algo pior, não é aderente 100%. E há uma enorme fatia do eleitorado brasileiro que se posiciona mas mais diversas candidaturas, inclusive essas três, e que só cansou de viver de picuinha e campanha, quer finalmente um governo. Isso se resolve na urna, mas sobra outra questão: processo penal como trampolim político.

Claro que antes da Lava Jato já havia promotores e juízes mirando em carreiras políticas e alguns efetivamente conseguiram seu lugar ao sol. Não digo ao sol porque ao sol ficaram Deltan e Moro, mas a galera conseguia lá sua lamparina. Ocorre que, por mais estardalhaço que se fizesse em torno do combate à corrupção – fosse na Justiça comum ou em CPIs – ninguém ia preso. Certa ou errada tecnicamente, a Lava Jato prendeu gente rica e poderosa. Eu pensava que iria morrer sem ver isso acontecer no Brasil, foi algo muito fora da curva.

Essa forma de ganhar poder e apoio popular nessa escala é totalmente inédita para nós. Já está feito. Moro e Deltan já tem poder, geram amores e ódios entre políticos e jornalistas, como é típico dos realmente poderosos. Resolveram pedir exoneração e tentar a vida na política. Duvido que a maioria esteja disposta a sair da carreira. Mas temos aqui dois casos a olhar com carinho: policiais e quem está perto da aposentadoria.

Policiais podem concorrer a cargos políticos sem ter de se desligar, o prazo para filiação partidária é dilatado e recebem salário durante a campanha, podendo voltar para o trabalho se perderem. Não seria uma ótima pré-campanha mirar em pessoas famosas com operações mirabolantes? Já temos casos de policial que contratou equipe cinematográfica para filmar operações e chegou a mandar vítima de sequestro de volta ao cativeiro com o sequestrador armado para pegar uma imagem boa. Não tenho a menor dúvida de que está eleito.

Pense agora em quem quer vingar a prisão de Lula, está perto da aposentadoria e pensa com carinho em ganhar uma cadeira no Congresso Nacional. Se Moro ou Deltan já tiverem uma investigação aberta no dia da posse, o ilustre promotor ou procurador fica famoso. Insistindo bastante e dando entrevistas com palavras duras e alegações morais enfáticas, está eleito. Como vamos lidar com isso? Não sei, não sou candidata a nada, só boto fogo.

O meu presidente ideal é um que eu não saiba nem o nome. Tudo funciona tão direito que, quando eventualmente tem problema, precisa procurar no Google quem a gente vai xingar. Sou minoria. Eleição no Brasil é feito Copa do Mundo e novela das 9, movida a emoção. Nesse sentido, entendo por que o medo da entrada de Deltan e Moro na política. Se eles já mexiam com as emoções amarrados pela liturgia de cargos jurídicos, avaliem o que teremos nesse 2022 que já começou.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/madeleine-lacsko/quem-tem-medo-de-deltan-e-moro-a-campanha-eleitoral-ja-comecou/
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FILME SOBRE A VIDA DE MARIGHELLA É MAIS FICÇÃO QUE REALIDADE

 

Por
Bruna Frascolla – Gazeta do Povo

Marighella

Marighella (Seu Jorge) com o filho: filme tenta humanizar o terrorista| Foto: Divulgação

Eu conheço menos a vida de Marighella do que eu gostaria para comentar esse filme. Eu sabia que ele tivera sua fase como parlamentar pelo PCB; sabia que, após a cassação do registro do PCB, houve uma migração dos comunistas para o MDB (o partido de oposição no sistema bipartidarista imposto pelos militares); e sabia que o PCB era pacífico. Em virtude disso, houve um racha ainda antes de 64: comunistas adeptos da guerrilha fundaram o PCdoB e passaram a se dizer maoístas. O PCB ficava sujeito a Moscou; o PCdoB, em tese, a Pequim. (Na prática, significava apenas que eles iam bajular Mao e passar o pires lá. Mao era sovina e eles acabaram se contentando em virar “albaneses”.)

Marighella rompeu mais tarde com o PCB e fundou a ALN. Sua posição política é uma incógnita para mim. Lendo seu Minimanual do Guerrilheiro Urbano (que está disponível neste engraçadíssimo site de direitos humanos petista), não encontramos a ocorrência das palavras “comunismo” ou “socialismo”. Por outro lado, encontramos uma porção de apologia da violência. O plano político desenhado para além de ganhar a simpatia das massas explodindo coisas e impedir que ela se distraísse com ideias como “redemocratização”.

É tudo muito vago e negativo, sem a perspetiva de nenhum plano construtivo. Eu tenho para mim que ele virou adepto de Georges Sorel, uma figura ambígua que fez muito sucesso na Itália entre comunistas, fascistas e anarquistas no começo do século XX, especialmente em sindicatos. Como o pai de Carlos Marighella era um operário italiano anarquista, é factível que ele tenha crescido com Sorel em casa e, solto do comunismo, dado vazão às próprias tendências intelectuais.

No mais, eu sabia que a ALN organizou a maior ação bem-sucedida da esquerda armada junto com o MR-8: o sequestro do embaixador Charles Elbrick. E uma curiosidade biográfica é que seu motorista era Aloysio Nunes, que teve longa carreira política no PSDB por São Paulo.

Thriller panfletário
Pois bem: tenho um conhecimento aquém do necessário para pescar os detalhes da história, mas também superior à média dos espectadores. Fiquei boiando a maior parte do tempo, com corre-corre pra lá, corre-corre pra cá, tiro, porrada e bomba. Eu passei um tempo suspeitando que Branco fosse Aloysio Nunes para nada. No fim, sobressai-se o seu sotaque nordestino aparentemente forçado, sendo que Aloysio Nunes era paulista.

Gostei da crítica de João Carlos Rodrigues, que, além de pesquisador de cinema, acumula um conhecimento espontâneo de filho de comunista das antigas. Cito-o: “Carlos Marighella era filho de um italiano com uma preta e, portanto, não podia ser escuro como Seu Jorge. (Eu o vi pessoalmente quando criança e era mulato mais pro claro, como Nelson Xavier ou Marku Ribas, o ator que o interpretou no filme de Ratton). Escrevi acima e aqui repito que sua interpretação é excelente – merece os prêmios que recebeu e outros mais – mas creio que seu tipo étnico é manipulado para fazer paralelos entre a luta de guerrilhas de 1968 e a luta contra o racismo de hoje. Digo mesmo há nas entrelinhas incentivos a uma insurreição negra nos dias atuais. Nada mais irresponsável e fora da realidade. Marighella, um marxista-leninista que achava como Marx a religião o ópio do povo, beijar guia de Oxóssi é um pouco demais. Também o papo furado que Jesus era negro quando era um judeu palestino. Os partidos comunistas do mundo inteiro sempre recusaram aceitar a luta racial como legítima, achavam um desvio da verdadeira luta, a luta de classes. Esses três escorregões quase põem tudo a perder.”

Ou seja: do ponto de vista histórico, o filme é uma barbaridade. Se tem valor (João Carlos acha que tem), é como thriller de tiro, porrada e bomba.

Supremacismo negro
Quanto a Jesus negão, a ideia é pior ainda: aparece um padre explicando a Marighella que Jesus foi escondido no Egito quando Herodes mandou matar a meninada. Sabem o que isso prova? Que Jesus era negão. Porque no Egito só tinha negão, então só faria sentido esconder Jesus lá se ele fosse negão também. Supremacista negro dos Estados Unidos adora dizer que no Egito só tinha negro, que Cleópatra era negona, e que brancos malvadões omitem isso por serem malvadões. Faltou só aparecer a teoria da melanina do Dr. Jeffries para explicar a superioridade de Marighella por meio de sua melanina, turbinada por Seu Jorge.

Aliás, resta inexplicado, no filme, o próprio sobrenome do protagonista. No começo, aparece um letreiro informando que Marighella era neto de sudaneses. Nenhuma menção ao pai anarquista italiano. Os tuiteiros com selo azul vão assistir ao filme e especular que Marighella era o sobrenome de algum senhor de engenho italiano em plena Bahia.

Como Wagner Moura vem enfurecendo a velha esquerda desde a fase de produção do filme, de lá para cá deve ter pensado em como se justificar quanto à parte da guia de Oxóssi. Disse no Roda Viva que Marighella cresceu num terreiro de candomblé envolto em folhas sagradas. Pois bem: Nietzsche era filho de pastor e foi um menino bem pio, mas só um diretor de cinema salafrário usaria isso para fazer uma cinebiografia dele agarrado com a Bíblia enquanto corria atrás de Lou Salomé.

Não sei se Wagner Moura é ateu. Eu sou, mas entendo que a religião é uma dimensão séria na vida das pessoas. Ficou complicado entender a cosmovisão do diretor de cinema. Jesus era um negão revolucionário? Oxóssi tem poder? Marighella deriva seu caráter revolucionário da cor de sua pele? A Revolução é uma experiência mítica religiosa intrinsecamente atrelada à negritude? Que visão de mundo é essa que concilia os poderes da guia de Oxóssi e a fé num Cristo negro racializado? Wagner Moura é ateu ou acredita numa religião da Raça?

É comum na Bahia misturar catolicismo com candomblé – mas essa fusão só é possível desapegando-se da cor dos santos e orixás. Iemanjá é representada como um sereia branca. Omolu é identificado com uma estatueta de São Lázaro, branco. Em Jesus reconhece-se Oxalá. Assim como o cristianismo nunca se pretendeu uma religião étnica, o candomblé, brasileiro, tampouco discrimina os fiéis. Quem faz isso são os picaretas do movimento negro.

Existe um golpe novo na praça. Quem me alertou foi Luiz Mott, que ouviu as queixas de um pai de santo branco. Os terreiros de candomblé têm uma hierarquia rígida e uma formação demorada. São necessários sete anos para alguém se tornar pai ou mãe de santo. Por outro lado, na Nigéria, para se tornar babalaô (o cara que joga os búzios) basta fazer um curso de três meses. Os orixás cultuados são mais ou menos os mesmos. Assim, o militante do movimento negro viaja para a Nigéria, faz um cursinho de babalaô express, fica tirando onda de grande autoridade religiosa e racializando o culto dos orixás no Brasil.

Capitão Nascimento cheirador
No Roda Viva, Wagner Moura insistiu que as personagens são todas profundas, e até o tal do Lúcio, interpretado por Bruno Gagliasso (o malvado tinha que ser um branco de olhos azulões), teria sido humanizado. Cito outra vez João Carlos: “Um dos lados fracos está que o lado antagonista não é tão bem delineado quando o dos terroristas. O policial Lúcio é raso, exagerado, previsível e o intérprete se esforça muito, apesar de lhe faltar o physique du rôle, mas não pode fazer milagres. Claro que o filme, simpatizante dos guerrilheiros, não poderia suavizar o papel dos torturadores, mas esse lado sem dúvida mereceu menos atenção do roteiro.”

Eu acho que Wagner Moura foi honesto ao dizer que Lúcio tem profundidade. Acho é que ele não tem a menor ideia de como seja um militar anticomunista da época da Repressão. Bruno Gagliasso teve experiência em interpretar playboy cheirador. Não podemos dizer que Wagner Moura antipatize com cheiradores. Daí ele juntou isso com uma espécie de Capitão Nascimento cheirador (Lúcio aparece cheirando mesmo) obcecado por pegar Marighella. Num dado momento ele diz todo cheirado para uma autoridade dos EUA que ele está fazendo isso por ser um brasileiro, um patriota, e que os EUA precisam dele para pegar Marighella, pois só ele pode fazer isso. Pronto. E Zé Fini a profundidade. Os militares eram loucos cheiradores obcecados por caçar comunistas sei lá por quê.

Talvez por serem negros. Afinal, só aparecem militares brancos – o que é uma falsificação histórica gritante – e Lúcio aparece dizendo “Corre, negro!” antes de matar um mulato. Antes de resolver matar comunistas, ele diz: “Eu mato preto, posso matar vermelho”. A ditadura foi um período em que militares brancos matavam comunistas negros porque odiavam negros, eram maus e cheiravam pó.

Aliás, teve golpe em 64 por quê?
Eis mais outra coisa que deixa o espectador de cabelo em pé logo no começo do filme, no letreiro explicativo. O neto de sudaneses (Marighella) assistiu a um golpe militar em 64 dado em nome do combate à corrupção e à ameaça comunista, nesta ordem.

Eu juro que nunca vi essa versão, nem na esquerda mais revisionista. Golpe dado em nome da corrupção? Jânio Quadros foi eleito em nome do combate à corrupção, com o jingle “Varre, varre, vassourinha”. Jânio renunciou e acabou assumindo Jango, vice-presidente. À época, o eleitor votava num presidente e num vice em separado. Jânio era opositor do Vargas; Jango, apoiador. Ambos os governos são bastante conturbados, com Jânio às voltas com o Congresso, esperando que sua renúncia implicasse sua volta ao governo nos braços do povo com o Congresso fechado. Deu ruim. Jango assumiu e ficou fazendo um monte de bravata. Deu ruim também.

Só se pra Wagner Moura a própria eleição de Jânio já constituía um golpe. Como ele é um adepto da teoria do Golpe do Zap-Zap e faz de tudo para forçar um paralelismo entre 64 e 2016-2018, é possível que tenha feito esse texto do letreiro já em 2018.

Mas a loucura aparece na boca de Seu Jorge também. Aos 18min, Marighella grita com o cara do PCB que tem que ir para a luta armada, sim, e elenca o seguinte motivo entre vários: “Presidente eleito democraticamente pelo povo expulso do país por uma corja de fascistas”. Acho que nem na Comissão da Verdade apareceram com essa.

De resto, abro um bocejo para o revisionismo ao estilo Dilma Rousseff da Comissão da Verdade. Presume-se que os comunistas eram defensores da democracia que se viram obrigados a pegar em armas para defendê-la, o que é um despautério. Um monte de ex-comunista que se manteve à esquerda pode confirmar que isso é um despautério, Gabeira já bateu muito nessa tecla e é cansativo ter que voltar a isso toda hora.

Fiquemos assim: Marighella é um thriller no qual algum marciano pode achar graça, se gostar de tiro, porrada e bomba desconexos. (Vi gente elogiando a humanização de Marighella a partir do filho; eu achei piegas.) Para brasileiros e amantes da liberdade, é uma peça de propaganda racista sobreposta à já tradicional propaganda da Comissão da Verdade.


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CANTORA MARÍLIA MENDONÇA MORRE EM ACIDENTE AÉREO

 

Luto
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Aeronave caiu na zona rural de Piedade de Caratinga, interior de Minas Gerais| Foto: Reprodução/GloboNews

A cantora Marília Mendonça, 26 anos, morreu na tarde desta sexta-feira (5) em um acidente aéreo. A aeronave de pequeno porte onde ela estava caiu na área de uma cachoeira na zona rural de Piedade de Caratinga, interior de Minas Gerais. Ela havia saído de Goiânia para fazer um show esta noite em Caratinga.

A assessoria de Marília Mendonça confirmou que a cantora e os outro quatro ocupantes da aeronave, o produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor de Marília Mendonça, Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto e o co-piloto do avião, perderam a vida na tragédia. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) vai investigar o acidente.

Várias pessoas lamentaram a tragédia nas redes sociais. “Me recuso a acreditar, me recuso”, escreveu o jogador de futebol Neymar. O presidente Jair Bolsonaro também publicou uma mensagem. “Neste momento de profunda dor e tristeza, peço a Deus que console o coração de seus fãs e, em especial, de seus amigos e familiares, bem como das demais vítimas do acidente. Que a dor da saudade dê lugar à certeza de que a morte não é o fim. E que Deus conforte a todos”, diz um trecho.

Cantora lançou quatro álbuns solo e três em parceria com a dupla Maiara & Maraisa e ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Sertaneja (Foto: Divulgação)
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou que “Marília Mendonça é um fenômeno e será eterna”. “O Brasil está em luto. Que Deus possa dar conforto aos familiares de Marília e das outras vítimas do acidente”, acrescentou.

A atriz Fabíula Nascimento chamou a cantora de “rainha absoluta”. “Peço aos deuses que coloquem a família nos seus braços e deem forças para passar por essa tristeza. Que as cinco pessoas que partiram estejam na luz”, afirmou.

Marília Mendonça deixa um filho de dois anos. Nascida em Cristianópolis (GO), ela lançou quatro álbuns solo e três em parceria com a dupla Maiara & Maraisa. Em 2019, seu disco “Em Todos os Cantos” ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Sertaneja.


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DETALHES DO ACIDENTE AÉREO QUE MATOU CANTORA

 

  LUTO

A cantora estava a bordo de uma aeronave que caiu perto da cidade de Piedade de Caratinga, em Minas Gerais. O produtor e o assessor da cantora, o piloto e o co-piloto do avião também morreram 

Mariana Hallal e Júlia Marques

A cantora Marília Mendonça, 26 anos, morreu na tarde desta sexta-feira, 5, em um acidente aéreo. A sertaneja estava a bordo de uma aeronave turboélice com capacidade para seis passageiros. Ela estava acompanhada do produtor Henrique Ribeiro e do assessor Abicieli Silveira Dias Filho, que também era seu tio. Além deles, o piloto Geraldo Martins de Medeiros e o co-piloto Tarciso Pessoa Viana também estavam na aeronave. Todos morreram no local. As causas do acidente ainda não foram esclarecidas.

Marília Mendonça em show em Recife, em 2017WORK SHOW

Marília começou a carreira cedo e aos 12 anos já havia escrito as primeiras músicas. Inicialmente, suas criações fizeram sucesso na voz de outros artistas – é o caso das canções “Cuida Bem Dela” (2014) e “Até Você Voltar” (2014), cantadas pela dupla Henrique e Juliano. Em 2014 ela lançou carreira solo e um ano depois estourou com seu primeiro sucesso, “Infiel“.

A cantora inseriu a voz e as questões femininas na música sertaneja, espaço historicamente dominado por homens. Seu repertório inclui músicas que empoderam as mulheres, como “Você Não Manda Em Mim”. Mas ela conquistou de verdade o público com as sofrências, músicas que retratam a vida de quem sofre por amor. Seu trabalho mais recente foi o álbum “Patroas 35%” com a dupla Maiara e Maraísa.


Cantora faria shows em Minas Gerais

A aeronave que transportava a cantora e sua equipe partiu do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, na tarde desta sexta-feira, 5. O destino era o Aeroporto Regional de Ubaporanga, próximo à cidade de Caratinga, em Minas Gerais. Marília faria um show no Parque de Exposições João da Costa Mafra na noite de sexta. Outra apresentação estava marcada para a cidade de Ouro Branco (MG) no sábado.

Por volta das 15h30min desta sexta o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais recebeu um chamado para atender à ocorrência. A aeronave caiu em uma cachoeira próxima à cidade de Piedade da Caratinga, a cerca de um minuto do destino, segundo pilotos que passaram pela área. Na queda, chegou a atingir linhas de transmissão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). A Polícia Civil de MG disse que encontrou destroços de uma antena de energia elétrica. Ainda não se sabe o que motivou o acidente e nem a causa da morte dos passageiros.https://arte.estadao.com.br/uva/?id=Q8awO2&show_brand=false

Avião de Marília Mendonça cai em cachoeira próxima a Caratinga, interior de Minas GeraisREPRODUÇÃO / SUPER CANAL

Denúncia enviada ao MPF cita problema em para-brisa de avião

A aeronave de modelo King Air C90A foi fabricada em 1994 pela Beech Aircraft. Pertence à empresa PEC Táxi Aéreo e tem autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para realizar voos desse tipo. O avião está registrado na ANAC sob a matrícula PT-ONJ.

Em junho, uma denúncia enviada ao Ministério Público Federal (MPF) em Goiás afirmava que a aeronave com prefixo PT-ONJ “está desde o início do ano realizando voos com problemas no para-brisa, ocorrendo que o vidro fica embaçado com prejuízo visual em pousos e decolagens”. Conforme o texto, o fato era conhecido pela empresa, porém ignorado.

Segundo a denúncia, realizada em maio, a empresa responsável pelo voo operava com irregularidades que colocam “em risco tripulantes e passageiros”. O relato ao MPF também alega que a empresa coloca pilotos “com jornada de voo estourada para voar”.https://arte.estadao.com.br/uva/?id=Q5BWD2&show_title=false&show_description=false&show_brand=false

Em 2019, a empresa havia sido julgada em segunda instância pela Anac e multada após processos por descumprimento dos prazos de repouso de um dos tripulantes. Conforme a decisão, a empresa “colocou em risco vários voos por ela realizados” na época do descumprimento da jornada, em julho de 2008.

Por meio de nota nas redes sociais, a PEC Táxi Aéreo lamentou o acidente. “A empresa, assim que tomou conhecimento do ocorrido, acionou as autoridades competentes para a imediata promoção do resgate necessário”, informou. A  empresa destaca que o avião era “devidamente homologado pela Anac para transporte aéreo de passageiros e estava plenamente aeronavegável”.

Também afirma que a tripulação “tinha grande experiência de voo” e estava habilitada pela Anac, com todos os treinamentos atualizados. Segundo a PEC, as condições meteorológicas eram favoráveis e as causas do evento “ainda são incertas e serão devidamente apuradas”.

O avião chegou a pertencer à dupla Henrique e Juliano, que o comprou em 2017. Em julho de 2020, foi vendido à PEC Táxi Aéreo. Não há histórico de acidentes anteriores com a aeronave no Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer).

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