quarta-feira, 13 de outubro de 2021

CÂMARA DOS DEPUTADOS VAI VOTAR A LEGALIZAÇÃO DOS CASSINOS NO BRASIL

 

Jogos de azar
Por
Olavo Soares – Gazeta do Povo
Brasília

Legalização dos jogos divide apoiadores do governo Bolsonaro.| Foto: Gazeta do Povo/Arquivo

A legalização dos cassinos e outros jogos de azar no Brasil deve ficar entre os temas mais debatidos no Congresso Nacional nas próximas semanas. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), instalou na Casa um grupo de trabalho encarregado de apresentar uma proposta sobre o tema para ser votada no plenário. Ele tem a expectativa de que isso ocorra até o fim do ano. Submeter a proposta à análise do plenário – em vez de relegá-la às gavetas virtuais – figurava entre as promessas da campanha de Lira para se eleger presidente da Câmara, no início do ano.

A legalização dos cassinos e outros jogos de azar tem, em tese, apoio de um figurão do Congresso que atualmente ocupa gabinete no Palácio do Planalto: Ciro Nogueira, senador licenciado e atual ministro da Casa Civil do governo do presidente Jair Bolsonaro. Nogueira é autor de um projeto que também prevê a legalização dos jogos no Brasil, e que está em tramitação no Senado. “Espero que a presença dele [no Planalto] ajude na aprovação, mas isso não é uma questão ideológica”, afirma o deputado Bacelar (Podemos-BA), presidente do grupo de trabalho criado por Lira para debater a questão.

O ministro do Turismo, Gilson Machado, também é apoiador da iniciativa. Enquanto presidia a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Gilson foi a Las Vegas (EUA) para uma “viagem técnica” em que conheceu o modelo de cassinos da cidade. Na viagem, ele teve a companhia, entre outros, do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) – filho de Jair Bolsonaro.

Mas a presença de nomes de peso do bolsonarismo como Flávio e Ciro Nogueira não determina o apoio do governo à empreitada. Se a presença deles faz com que a balança penda para um lado, para o outro pesa outro grupo numeroso e relevante para Bolsonaro, o dos evangélicos. Eles consideram que a legalização dos jogos de azar serviria de estímulo para vícios e outras práticas por eles condenadas.

“Minha posição contrária à legalização dos jogos de azar continua a mesma: sou visceralmente contra. E, por ser princípio, não mudará jamais”, afirma à Gazeta do Povo o deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP). O parlamentar diz respeitar a opinião de Nogueira e de outros governistas favoráveis à iniciativa. Mas acredita que, ao fim, valerá a vontade da maioria “que é contrária à legalização do jogo no Brasil”. No ano passado, a ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves, chamou a legalização dos jogos de “pacto com o diabo”.

O choque entre as duas alas de apoio ao governo tende a ser, em relação ao projeto da legalização dos cassinos, uma disputa mais ferrenha do que a habitual entre as bancadas de oposição e governista no Congresso.

A formação do grupo de trabalho na Câmara já exemplifica isso: tanto Bacelar quanto o relator do colegiado, Felipe Carreras (PSB-PE), são adversários do governo Bolsonaro e defensores da proposta. “Estamos tratando disso com todo o aparato técnico, dialogando com deputados de todos os partidos”, diz Bacelar, que chama a possibilidade de legalização do jogo de “necessidade do país”.

O projeto que Lira submeteu ao grupo de trabalho foi apresentado na Câmara em 1991. Na legislatura passada, uma comissão especial foi encarregada de analisar o texto. O colegiado aprovou um substitutivo que poderia avançar a plenário, mas permaneceu engavetado. A expectativa do grupo atual é partir do relatório feito pela comissão anterior, que encerrou seus trabalhos em 2016.


Legalização dos cassinos é “dinheiro na conta do governo”
O senador Angelo Coronel (PSD-BA) é relator de um projeto de lei que tramita no Senado e que tem o mesmo objetivo da proposta da Câmara: legalizar os cassinos e outros jogos de azar. O parlamentar é também um grande defensor da causa. Para ele, o momento atual do país é “ideal” para se descriminalizar os locais de apostas. “O governo precisa arrecadar. E os jogos de azar podem proporcionar R$ 50 bilhões em faturamento. É o valor que o governo está precisando para seus programas de distribuição de renda”, diz ele.

Em seu relatório sobre o projeto, Angelo Coronel defende a legalização de “todos os modelos de jogos” já existentes. “Isso garante dinheiro na conta do governo na hora.”

A abrangência de uma eventual liberação dos jogos é tema de forte divergência dentro do grupo dos parlamentares e empresários pró-liberação. Existem três alternativas colocadas à mesa. Uma é a de restringir os jogos de azar em locais determinados: hotéis-cassinos, que funcionariam em regiões específicas, sob controle restrito do poder público. Outra é a de permitir a implantação de cassinos sem restrição de localidade – ou seja, eles poderiam existir em qualquer ponto do território nacional, inclusive nos centros urbanos das grandes cidades.

Assunto reapareceu na CPI da Covid, de forma negativa
A discussão sobre a legalização dos jogos de azar foi citada durante a reunião da CPI da Covid do último dia 23, quando o colegiado ouviu o executivo Danilo Trento, diretor da Precisa Medicamentos. Parlamentares perguntaram a ele sobre a viagem de membros do governo a Las Vegas. Trento também encontrou com os brasileiros na cidade americana.

A partir da lembrança do episódio, senadores como Humberto Costa (PT-PE), Simone Tebet (MDB-MS) e Eduardo Girão (Podemos-CE) passaram a criticar a possibilidade de ocorrer a legalização dos jogos de azar no Brasil. Girão, por exemplo, disse que os de cassinos facilitariam a lavagem de dinheiro no território nacional.

À Gazeta do Povo, Girão reforça seu posicionamento contrário à ideia. “Os jogos de azar trazem o que há de pior nas pessoas e na sociedade. E o argumento que gera empregos é uma falácia”, declara o senador. O parlamentar se apresenta como independente em relação à gestão Bolsonaro, mas costuma votar com o governo. Mesmo contrário à causa, Girão entende que o tema realmente deve ser discutido pela Câmara e Senado.

Girão diz que o posicionamento individual de Bolsonaro influenciará no empenho de Ciro Nogueira para a aprovação do projeto no Congresso. “Enquanto ministro-chefe da Casa Civil, o senador Ciro Nogueira tem mais ferramentas para articular a aprovação da sua pauta, que é favorável aos jogos de azar. Mas sua atuação será ampliada se o governo federal, na figura do presidente da República, for favorável e colocar a articulação do governo para trabalhar em prol da aprovação do projeto de lei. Assim, temos aguardar os movimentos do governo federal quanto a esta questão”, afirma Girão.

A Gazeta do Povo consultou o ministro Ciro Nogueira e o senador Flávio Bolsonaro para saber deles se haverá empenho na aprovação da iniciativa, mas não obteve resposta. A reportagem também procurou a senadora Eliane Nogueira (PP-PI), suplente de Ciro no Congresso, e também não recebeu retorno.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/legalizacao-dos-cassinos-volta-ao-debate-no-congresso/
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COM A CHEGADA DAS CHUVAS O PREÇO DA ENERGIA ELÉTRICA VAI CAIR

 

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Usina de Itaipu| Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional

Chuvas no Sul e Sudeste. Muito bem-vindas. Voltam a abastecer os reservatórios. Isso diminui a preocupação com energia elétrica, inclusive diminui o preço. Vai chegar o ponto em que a bandeira vermelha será eliminada. Já está um exagero, por exemplo, no Vale do Itajaí. O rio Itajaí-Mirim já está transbordando, em Brusque, por exemplo. Preocupações para a Defesa Civil em Santa Catarina.

O meteorologista Luiz Carlos Molion lembra que tem previsão de deslocamento das chuvas. Tem muita gente saudando que o rio São Francisco está segurando a produção de energia, na sua principal hidrelétrica, mas ele prevê que estamos numa fase de deslocamento das chuvas.

Então, precisamos buscar alternativas ou construir hidrelétricas na região Norte, por exemplo. O que é uma dificuldade, por causa de ambientalistas, de gente que mobiliza índios e deixam o país com problemas sérios de energia, e energia mais cara.

E por outro lado, ele lembra da energia termosolar, em que espelhos côncavos concentram a luz solar em caldeiras, que fazem ferver a água, produzem vapor que faz girar turbinas que produzem luz elétrica. São usinas que podem ser construídas num período de dois anos.

Fornecimento de fertilizantes, questão estratégica
Outra questão estratégica é o fornecimento de fertilizantes para nossa agricultura, que está proporcionando, neste ano, um formidável superávit na balança comercial, o que garante o equilíbrio nas contas externas. Nosso superávit, até o momento, está em 58 bilhões, porque exportamos 221 bilhões de dólares. O superávit de setembro foi de 1,1 bilhão.

A agricultura ajuda essa previsão do FMI de que vamos ter um crescimento do PIB de 5,2%, que é mais ou menos a média do mundo. Estamos acima da zona do Euro, um pouco acima da Rússia, um pouco acima da África do Sul, nossos companheiros de Brics. Mas bem abaixo da Índia, que tem previsão de crescimento de 9,5%. Por isso que a Índia sustenta 1,4 bilhão de indianos.

Mas voltando ao NPK, ao fertilizante. Precisamos ir atrás de autossuficiência de fertilizantes, porque dependemos do N e o P, da China, e o K, da Bielorrússia. E temos grandes reservas do K, que é o potássio, na Amazônia. Precisamos aproveitar essa reserva. Dependemos em 96% do potássio. Importamos 12 milhões de toneladas de potássio. E China e Bielorrússia estão com problemas. E aí o preço sobe. E aí temos que pagar mais caro, o que encarece a produção agrícola. Ficar sem o NPK derruba a produtividade também.

São problemas que temos que resolver, assim como estamos resolvendo outro problema estratégico: o da infraestrutura. Estamos lançando trilhos por toda a parte, melhorando os portos, nos preparando para nos tornarmos os grandes fornecedores de alimentos para o mundo. Esse é o Brasil de nossos filhos e netos.


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A BÍBLIA FALA EM ARMAS DIZ BOLSONARO PARA ARCEBISPO DE APARECIDA

 

“Pátria Armada”
PorGazeta do Povo

Bolsonaro citou trecho do evangelho de Lucas ao comentar declaração de Dom Orlando Brandes| Foto: Joédson Alves/EFE

O presidente Jair Bolsonaro comentou na noite desta terça-feira (12) o sermão do arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, que, durante a principal missa do dia, afirmou que “para ser pátria amada, não pode ser pátria armada”, numa crítica à política mais liberal do governo para compra e porte de armas de fogo.

“Olha só, pelo que eu me lembro, ele não falou lá dentro. Só se eu comi mosca, né. Mas eu quero citar uma passagem bíblica aqui, Lucas 22:36: ‘E quem não tem espada, venda a sua capa e compre uma’. Então, a Bíblia fala em arma. Essa passagem tem a ver com traições, tá? Foi quando Judas traiu Jesus”, disse o presidente em entrevista à rádio Jovem Pan.

Afirmou depois que respeita o arcebispo. “Mas o estado mais armado do Brasil, proporcionalmente, é Santa Catarina e é o menos violento.”

Denúncias Paradas
Governo contesta no STF pedido de prazo para Lira analisar impeachment
PorGazeta do Povo
Brasília

Jair Bolsonaro e Arthur Lira | Foto: Marcos Correa/PR

O presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pareceres contrários a um pedido do PDT para obrigar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) a analisar pedidos de impeachment. Nos pareceres, a Advocacia-Geral da União e da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Presidência disseram que a Constituição não estabeleceu prazo para essa decisão, o que não poderia ser feito por meio da Corte, citando diversos julgamentos em que os ministros recusaram-se a delimitar esse período.

“Ao mesmo tempo que a Constituição não estabeleceu prazo para o seu processamento, determinou o afastamento do presidente da República por no máximo 180 dias, caso não seja admitida a acusação em seu desfavor, o que demonstra um silêncio eloquente do Constituinte em não querer fixar prazo para o processamento do impeachment”, argumentou a AGU.

Após Veto De Bolsonaro
Damares promete novo programa para distribuir absorventes a mulheres pobres
PorGazeta do Povo
Brasília

Ministra Damares participa de evento online sobre justiça e religião no contexto da pandemia. | Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

A ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) postou no Instagram que nos próximos dias o governo vai anunciar um programa para distribuir absorventes para mulheres “em situação de vulnerabilidade”. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro vetou parcialmente um projeto de lei pelo qual o governo bancaria a compra e distribuição do item de higiene para estudantes pobres da rede pública, moradoras de rua e presidiárias.

“Termino o dia de segunda-feira em reunião com o presidente da Frente Parlamentar em Defesas dos Direitos Humanos e da Justiça Social, o meu amigo deputado federal Roberto Lucena. Na pauta ações em conjunto, Parlamento e MMFDH, para garantia de direitos. Na oportunidade garanti ao parlamentar que nos próximos dias vamos anunciar o Programa do Governo Federal para distribuição de absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade. Programa que já estava sendo discutido há meses dentro do Governo”, escreveu.


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METADE DOS HOMICÍDIOS NO BRASIL NÃO SÃO ESCLARECIDOS

 

  1. Brasil 

Levantamento inédito do Instituto Sou da Paz mostra que o indicador de esclarecimento de assassinatos avançou nos últimos anos, mas tem alta disparidade entre Estados. MS resolve 89% dos casos e PR, 12%

Marco Antônio Carvalho, O Estado de S. Paulo

Mais da metade dos homicídios no Brasil ficam sem resposta, de acordo com levantamento inédito realizado pelo Instituto Sou da Paz a ser divulgado nesta quarta-feira, 13. O indicador de esclarecimento até avançou nos últimos anos, chegando a 44% na pesquisa mais recente, mas só quatro Estados são classificados como tendo alta eficácia na investigação e responsabilização de assassinatos. 

Os indicadores estaduais apresentam grande disparidade. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, 89% dos crimes dessa natureza são esclarecidos com apresentação de denúncia criminal à Justiça contra o acusado. No Rio, o segundo Estado onde menos se resolve homicídios, a porcentagem é de 14%. São Paulo ficou em uma faixa intermediária, com 46% de resolução. 

Homicidio
Polícia Científica. Segundo instituto, fortalecimento da perícia criminal e a criação de equipes especializadas de investigação integram as orientações para aprimorar responsabilização  Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O estudo do Sou da Paz acionou todos os Estados em busca de informações de esclarecimento de homicídios. Dezesseis deles e o Distrito Federal responderam com dados suficientes para a análise. A pesquisa leva em consideração assassinatos cometidos em 2018 (ano em que foram registrados mais de 48 mil homicídios dolosos) que tenham sido resolvidos com apresentação de denúncia no mesmo ano ou até o fim de 2019. 

O número nacional de esclarecimentos da pesquisa mais recente é 12 pontos percentuais maior do que os 32% obtidos nos três levantamentos anteriores realizados pelo instituto. Em 2015, 2016 e 2017, o número de Estados que tinham fornecido dados completos tinha sido menor do que a pesquisa mais recente: seis, 12 e 11, respectivamente. Assim, o levantamento divulgado nesta semana forma o mais completo cenário sobre a capacidade investigativa nacional a respeito de crimes de homicídio.

Segundo a pesquisa, o líder Mato Grosso do Sul (89%) é seguido por Santa Catarina, com 83%, Distrito Federal, 81%, e Rondônia, 74% de resolução. Só esses quatro Estados aparecem com alta eficácia de esclarecimento. Outros oito Estados são classificados como tendo média eficácia (entre 66% e 33% de esclarecimento), enquanto outros cinco estão abaixo de 33%, o que os coloca em posição de baixa eficácia.

“A forma como cada Estado faz a gestão da segurança pública varia muito. Há aqueles que realizam a gestão profissional das instituições, se baseiam em métricas e resultados e alcançam bons resultados. O Mato Grosso do Sul tem um monitoramento permanente que é muito bom. O Espírito Santo, que está num patamar intermediário mas vem subindo ano a ano, tem seu governador na mesa acompanhando os indicadores de elucidação”, explica Carolina Ricardo, diretora executiva do Sou da Paz.  

“A investigação na maior parte dos casos é feita pela delegacia do bairro ou da cidade do interior, que tem atribuição territorial. Em muitas cidades, a solução de homicídios é de 100%. Na capital, há uma equipe de sobreaviso para atendimento imediato a esses crimes”, disse ao Estadão Carlos Delano, delegado da Delegacia Especializada de Homicídios do Mato Grosso do Sul, que cita a integração com o Ministério Público e com a Polícia Militar como diferencial no trabalho. 

Para o delegado-geral da Polícia Civil do MS, Adriano Geraldo Garcia, já existe uma cultura nas forças policiais do Estado de dar resposta rápida aos familiares e à sociedade nos crimes contra a vida. “Temos indicadores de solução de homicídios melhores até que dos Estados Unidos e de outros países desenvolvidos. Isso se deve ao material humano e aos investimentos em inteligência e tecnologias que facilitam a investigação.”

O indicador nacional que aponta 44% de resolução de casos deixa o Brasil abaixo da média mundial, que é de 63%, segundo dados reunidos em 72 países. A porcentagem brasileira, no entanto, é compatível com a média de 18 países das Américas (região do mundo onde menos se esclarece assassinatos), que é de 43%. Na Europa, o indicador é de 92%. 

“Acabar com a impunidade significa, em matéria de crimes contra a vida, retirar criminosos perigosos – alguns responsáveis por inúmeras mortes – de circulação, dissuadir novos crimes e mortes em espirais de vingança, e efetivar o direito à verdade e à memória daqueles que foram diretamente afetados”, escrevem os pesquisadores na análise brasileira. 

Ao longo de quatro edições da pesquisa, somente dois Estados apresentaram aumentos contínuos no esclarecimento de assassinatos: Espírito Santo e Rondônia. Os demais apresentaram oscilação, como foi o caso de São Paulo e da Paraíba, que em 2018 tiveram a primeira redução em relação ao ano anterior. Já Acre, Mato Grosso do Sul e Pernambuco, reverteram contínuas reduções na solução dos casos. 

O Sou da Paz destaca que o levantamento tem por objetivo fomentar o debate sobre a necessidade de se estruturar adequadamente indicadores de segurança pública para o correto diagnóstico do cenário brasileiro. O estudo, ressalta, possui limitações que ora superestimam a capacidade de solução dos casos, ora a subestimam. “O dado cria a métrica e fomenta o debate, pressionando os Estados a responderem e se preocuparem um pouco mais com o tema”, diz Carolina. 

O dado, por exemplo, leva em consideração prisões em flagrante, aquelas que ocorrem até 24 horas após o crime e que não dizem respeito propriamente a uma investigação detida da ocorrência, podendo ter ocorrido por força de atuação da Polícia Militar. Por outro lado, o indicador não leva em consideração a autuação de adolescentes em crimes análogos a homicídios. É sabido que essa condição representa uma minoria entre os adolescentes apreendidos. 

Por fim, a análise do instituto incorpora recomendações a serem seguidas com o intuito de melhorar o acompanhamento dos crimes violentos, além de sugerir diretrizes que incrementem a capacidade investigativa dos casos de homicídio. O fortalecimento da perícia criminal e a criação de equipes especializadas de investigação integram as orientações direcionadas aos governos.

Recomendações 

  • Elaborar diretrizes nacionais de investigação de homicídios que possam nortear os procedimentos adotados pelos estados brasileiros
  • Normatizar processos e modernizar a gestão das polícias civis estaduais, com procedimentos padronizados e informatizados;
  • Investir na estrutura física das unidades e equipamentos das polícias civis estaduais;
  • Garantir a disponibilidade ininterrupta de equipes completas (delegado, investigadores e peritos) de atendimento de local de crime para chegada célere a todas as regiões dos estados;
  • Criar equipes especializadas focadas na investigação de homicídios, organizadas numa lógica que contemple o território;
  • Fortalecer as perícias criminais (equipamentos, concurso e formação), ofertando mais equipamentos e recursos materiais e humanos para que os laudos técnicos sejam realizados com mais agilidade e precisão, seguindo protocolos e melhores práticas;
  • Elaborar e disseminar doutrina de investigação de mortes violentas intencionais, com a fixação de protocolos comuns de ação entre as instituições do sistema de segurança e de justiça criminal;
  • Criar mecanismos e infraestrutura para viabilizar o rastreamento das armas de fogo e munições, bem como a confrontação balística, contribuindo para a consolidação do Banco Nacional de Perfis Balísticos.

Ministério diz que meta número 1 é reduzir taxa de homicídios

Em nota, o Ministério da Justiça disse trabalhar em capacitações, projetos e ações que reforcem a atuação dos órgãos de segurança pública estaduais na prevenção e na elucidação de homicídios. “Além disso, investe na aquisição de soluções tecnológicas, como o Sistema Nacional de Análise Balística, a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, nos programas de valorização dos profissionais, bem como em operações integradas, apoio da Força Nacional de Segurança Pública, além da cooperação na área de inteligência.”

O Plano Nacional de Segurança Pública, recém atualizado, traz objetivos, ações estratégicas, metas, sistema de governança e orientações aos entes federativos, informou a pasta. “O documento agora contém, de forma inédita, 13 metas, 12 ações estratégicas e 21 indicadores de monitoramento e avaliação com a previsão de cinco ciclos de implementação, sendo o primeiro no período de 2021-2022. O Plano por si só representa uma ação estruturante para a redução de homicídios no Brasil. Por essa razão, a meta número 1 é reduzir a taxa nacional de homicídios para abaixo de 16 mortes por 100 mil habitantes até 2030.”

Já a Secretaria de Segurança de São Paulo disse que as ações de policiamento preventivo e ostensivo, assim como as ações de polícia judiciária, “são intensificadas em todo o Estado de São Paulo, a fim de ampliar a segurança da população e reduzir a incidência criminal”.

“Em 2018, o trabalho de investigação realizado pela Polícia Civil possibilitou que 72% dos inquéritos instaurados por homicídios dolosos com autoria desconhecida no Estado fossem esclarecidos, um dos melhores índices de esclarecimento do País”, comentou a pasta, que disse buscar recompor o efetivo das instituições e reconhecer o trabalho dos policiais. 

/COLABOROU JOSÉ MARIA TOMAZELA

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  1. Cultura
     

Precisamos de você sempre tomado de entusiasmo, alegre, bem resolvido…

Leandro Karnal, O Estado de S.Paulo

Necessito, para admissão imediata, de um profissional muito capacitado. Claro, deve ser bem formado em uma faculdade. O candidato deve dominar a teoria da sua área. Será questionado todos os dias sobre seus conhecimentos. Necessário que seja atentíssimo à demanda de atualização. Nossos clientes são exigentes em grau elevado. Reconheço até que são, eventualmente, chatos. 

A tipologia do nosso cliente implica enorme resiliência diante de desgastes pessoais. Indispensável a solidez no campo psicológico. A pessoa que assumir o cargo oferecido deve enfrentar longos dias de estresse que podem crescer em momentos específicos. Deve ter estabilidade pessoal, equilíbrio e nenhum traço de perturbação grave. Nossa experiência ensina que, no cargo oferecido, quem entra equilibrado pode perder parte de sua estabilidade e quem já começa com instabilidades não completa um mês na função. 

Pernas fortes são indispensáveis. A pessoa passará muitas horas de pé, quase o tempo todo. A voz deve ser muito especial, pois será usada ao extremo, nos limites da possibilidade humana. As costas merecem cuidados: costumam doer com frequência. Importante notar que, além das 8 ou 12 horas diárias, nosso trabalho invade finais de semana. Serão marcadas reuniões aos sábados, por exemplo. Haverá coisas a preparar nos feriados. Nossa empresa gosta de promover festas juninas e precisa de todos os funcionários atuando nas barracas de forma voluntária e com um sorriso. Alguns clientes procurarão seu trabalho e conselho antes de o horário começar e depois de encerrar. Há relatórios a serem revistos até a véspera do Natal. Adoramos reuniões de planejamento ou de avaliação em datas as mais absurdas possíveis.

Há um detalhe que escapa a muitos candidatos. Você será contratado por mim. Eu serei seu chefe. Porém, nossos clientes são considerados seus patrões também. Alguns consumidores do nosso produto, por serem menores, virão com os pais. Eles também costumam se considerar seus chefes. Darão opiniões sobre seu trabalho e nós ouviremos todos, quase nunca você. 

Como plano de incentivo, oferecemos café, usualmente sempre passado há muito tempo. Temos unidades onde você terá de colaborar com a compra do pó de café. Há outras, mais generosas, onde o café é de graça. Em regiões nobres, providenciamos até um biscoitinho, mas não todos os dias. Não se acostume. Zelamos pela sua boa forma. Água à vontade, todavia não enquanto trabalha; apenas nas pausas. Se quiser água durante o expediente, traga a sua.

Você precisa ter domínio tecnológico para adaptação a épocas de pandemia. Iluminação, dinamismo de exposição, criatividade gráfica e habilidade de falar com um ponto luminoso na tela por horas de forma a deixar todos satisfeitos e felizes. 

Claro: precisamos de você sempre tomado de entusiasmo, disponível diuturnamente, alegre, bem resolvido, sorridente e dócil conosco, com os clientes e seus pais. Uma vez por ano, em data próxima a este anúncio, fazemos uma festa com o dia dos nossos funcionários. Será um dia de cartões e de exaltação a sua tarefa extraordinária. Você será chamado de semeador do futuro, arauto da esperança, apóstolo do saber e servo do conhecimento. Aproveite. É um dia especial. No resto do ano, faremos o contrário de tudo que for dito no seu dia. Então, regozije-se com a data próxima. 

Sendo uma profissão vocacionada e dedicada ao cultivo do conhecimento, sabemos que você não escolheu a carreira pela retribuição financeira. Você sabe que nem sempre as pessoas ricas são as mais realizadas. Há casos de milionários depressivos! Querendo evitar os males da tristeza e do apego aos bens materiais, faremos uma proposta salarial modesta. Ela varia de unidade para unidade. Há algumas que até garantem férias um pouco melhores. A maioria investe no seu sacerdócio permanente, beirando o voto de mendicância. 

Assim, releia o anúncio. A jornada é muito longa e, para ter melhores rendimentos, você pode acumular várias unidades na sua grade de dedicação. Temos alguns funcionários exemplares que trabalham manhã, tarde e noite. Há danos muito comuns ao corpo: varizes, calos nas pregas vocais, estresse, ansiedade, algum pânico, muita dor na coluna e, frequentemente, depressão. A demanda é alta e está diminuindo a oferta de bons profissionais, mas temos certeza de que você estará seduzido pelas nossas condições. 

Sentiu-se atraído? Envie seu currículo para nossa escola. Estamos carentes de professores excepcionais, acima da média, com talento teatral, domínio de conteúdo, habilidades de resistência física e imenso potencial criativo. Queremos professores e professoras que entendam que todos na família descansarão no domingo enquanto você corrigirá provas. E, no final do ano letivo, após terem sido bombardeados de todo lado, sorriam e façam uma avaliação na reunião destacando o amor que sentem pela profissão que abraçaram. Queremos nosso corpo docente satisfeito e atualizado. Em resumo, buscamos o perfil de alguém com mente de Prêmio Nobel, transbordando criatividade de artista genial, um corpo de fuzileiro naval, a paciência da Santa Irmã Dulce e o equilíbrio de um lama septuagenário do Tibete. A propósito: feliz dia dos professores e das professoras! É preciso ter esperança mesmo na ironia que, eu espero, alguém tenha ensinado a você na escola. 

É HISTORIADOR, ESCRITOR, MEMBRO 

DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS, 

AUTOR DE ‘A CORAGEM DA ESPERANÇA’, ENTRE OUTROS

CONSIDERAÇÕES SOBRE O VALOR DAS PALESTRAS

  1. Cultura 

Roberto DaMatta, O Estado de S.Paulo

Desde os meus 18 anos eu vivo de “dar aulas”. Lembranças embaçadas mostram um eu criança inventando casos no salão de um navio do Lloyd Brasileiro, quando meus pais saíram de Manaus retornando a Niterói. Não me lembro dos contos, mas não esqueço do olhar enlevado dos que ouviam o menino falador cuja felicidade era ter o seu narcisismo recompensado com barras de chocolate.

Descobri a sabedoria nas histórias recitadas por pretas baianas a Tia Amália, irmã do meu pai. A que “ficou pra titia” e, solteirona, foi uma figura marginal na nossa casa. Seres periféricos enxergam com mais claridade e, como Titia, dissipam suas angústias contando histórias até hoje gravadas no fundo do meu velho coração. 

Seria esse o valor de uma palestra? Sim, porque tudo o que é transferido tem valor. Mas além de narrar coisas fantásticas, Titia fazia como Lévi-Strauss: dizia o que estava por trás, mas era visto como estando na frente das histórias. Uma delas era a do estudante pobre cuja paixão por uma moça rica fez com que realizasse o seu amor, vendendo a alma ao Diabo. Variante do Fausto, a história me perseguiu nos pesadelos com o Diabo me ofertando fama e fortuna.

Foi a oposição entre ricos e pobres que me revelou a hierarquia brasileira. Esse vinco de uma desigualdade estrutural. Um traço tão importante que há todo um inabalável sistema político-legal desenhado para mantê-lo. Volto a pergunta: quanto vale uma palestra? Ou, por que não, esta crônica?

O rabino Abrão Zinder foi convidado para falar e para susto da congregação, exigiu um honorário. Tal como no Brasil e nas histórias de Tia Amália, não havia honorário; pois jamais nos ocorre recompensar sabedoria. 

O mestre, porém, foi claro: ou eu recebo 10 mil dólares ou não faço a palestra! Houve rebuliço na sinagoga que, reitero, como ocorre no Brasil, julgava que dar aulas e fazer palestras são tão banais quanto descobrir que a moralidade publica está sendo permanentemente sabotada porque na política não há honra, há lorota. 

Mas como saber é tão básico quanto comer, arrumaram o honorário e o rabino fez a palestra.  Falou tão sabiamente que até os sovinas e burros chegaram às lágrimas – essas lágrimas que separam a arrogância, conforme me revelou um amigo do coração, citando seu encontro com um ministro (mas também professor) o qual classificou o papel de professor – o que sou – como uma “merreca” (uma pútrida mistura de merda e meleca). Animador, não?

Quando o rabino acabou, ele chamou o líder do grupo e devolveu os 10 mil dólares. Entre o espanto (como é que alguém pode devolver 10 mil dólares depois uma atividade tão fácil) e a indignação (é muito dinheiro por um saber que os estúpidos recusam), o homem perguntou por que ele praticava tal alucinação. Ouviu então, com o parvo olhar dos imbecis, que realizar uma palestra com 10 mil dólares no bolso era bem diferente do que fazer uma preleção gratuitamente…

Fiz muitas palestras, mas ainda espero pela aula de 10 mil dólares. Como professor, garanto que dar aulas não é aconselhável numa sociedade na qual a ignorância é encorajada, poder político é malandragem ou pura estupidez, e a corrupção é a madrinha da vida pública.

Pois ser professor é professar. É tentar realizar a cambalhota do entendimento que evita o sorriso boçal. É a causa perdida de tentar entender a colisão para evitar os remendos que, como estamos vendo, empatam com a piada imoral. 

Há, ouço há 85 anos, inteligentes e burros no Brasil. Claro que os primeiros são brancos, “doutores” e homens; os outros são pretos “ignorantes” e mulheres. 

O lado mais vergonhoso dessa crença é a sua permanência. Pois tudo indica como, governo após governo, direita após esquerda, nada fazemos para acabar essa polaridade. Polaridade, aliás, que só pode ser atacada por um sério sistema educacional. É somente nas escolas e com os que “dão aula” – esses professores “merrecas” construtores da riqueza das nações – que ela será quebrada.

Infelizmente, o esforço imoral para manter privilégios por falta de instrução é prova de que o negacionismo é mais antigo do que pensa o nosso lamentavelmente vão bolsonarismo. 

São os 10 mi dólares do conferencista pagos sem nenhuma palestra…

PS: Para Carlos Augusto e Celestinha.

É ANTROPÓLOGO SOCIAL E ESCRITOR, AUTOR DE ‘FILA E DEMOCRACIA’

 

PROFISSIONAIS SOFREM PRESSÃO PSICOLÓGICA E COLAPSAM

 

Por mais preparado que seja, o líder não é herói. Para lidar com a pressão do cargo, é fundamental lembrar-se humano – e contar com a eficiência da equipe que ele mesmo formou

Por Sergio Lozinsky

Laércio Albuquerque comanda as operações da Cisco na América Latina. Executivo com trajetória brilhante, entrou ainda estagiário na empresa, passou por todos os cargos possíveis até chegar à liderança. Em outubro de 2020, pouco antes de ser chamado a responder pela região latino-americana, quando ocupava o cargo de CEO no Brasil, publicou no LinkedIn um texto intimista no qual explicava como estava à beira do burnout.

“Tudo começou com um alerta do meu próprio corpo. Em uma semana de trabalho excepcionalmente exigente, tive um episódio de mal-estar como poucas vezes vivenciei, senti forte tontura e tive um pico de arritmia incontrolável, que elevou minha pressão arterial a níveis não conhecidos pelo meu corpo até então. Após uma indesejável noite em observação no hospital e muita medicação, recebi o diagnóstico: era o estresse que, se mal cuidado, me levaria ao conhecido burnout”, escreveu naquele dia. A solução foi tirar 30 dias de descanso, totalmente desconectado, para se recuperar.

O caso de Laércio não é único. Nesta pandemia, burnout se tornou palavra da moda. Todos levaram para casa a sobrecarga profissional, que somou-se às preocupações da ocasião (adoecer) e à administração de uma rotina familiar virada de ponta-cabeça.

Existe uma cultura muito forte nas empresas de que o líder é um super-herói. Não está expresso literalmente nas atribuições de cargos de comando, mas nas entrelinhas da aceitação do posto.

Este é um traço da cultura corporativa que traz uma pressão psicológica muito grande sobre os profissionais e pode levá-los ao colapso. Do herói espera-se não apenas resiliência, mas também a visão clara do que deve ser feito para o time superar uma grave crise.

Em momentos instáveis, como o atual, todos os olhos se voltam ao líder na expectativa de que ele diga: “Calma, eu sei o que fazer”. É outra pressão importante sobre aquela pessoa, que por mais preparada que seja, nem sempre está pronta para um acontecimento nunca visto.

O papel da equipe

Existem casos de liderança fora da curva, que beiram o heroísmo e sem dúvida demonstram uma visão diferenciada de futuro. Um exemplo recente é do presidente da Pfizer, Albert Boula. Quando a Organização Mundial da Saúde declarou que vivíamos uma pandemia, no começo de 2020, Boula reuniu os engenheiros e pesquisadores da empresa. Fez um discurso de incentivo no qual dizia que a farmacêutica era uma das poucas, se não a única, capaz de produzir uma vacina para a Covid-19 em apenas seis meses. Na ocasião, ele deixou claro que era o momento de se arriscar pelo bem comum e se algo desse errado, ele, Boula, seria o responsável. No pior dos cenários, ressaltou, a Pfizer perderia US$ 2 bilhões – um baque administrável para uma das maiores indústrias farmacêuticas do planeta.

O que ele demonstrou foi coragem e confiança na equipe, e se colocou como escudo protetor das pessoas que lhe são subordinadas. No momento de grande pressão, todo mundo olhou para ele, e ele foi capaz de responder com um plano que rendeu frutos.

Mas é importante, como os casos de burnout nos mostram, reconhecer que todo líder é um ser humano. Não é imune a doenças, dúvidas ou quaisquer dificuldades.

Coragem e obstinação

O que há de traço comum na personalidade do líder é sua coragem. Ele não foge. Entende o papel que tem que desempenhar. Justamente por isso, ele está suscetível a se esgotar.

Pela minha experiência como fundador de duas empresas, tendo passado por posições executivas em outras, a chave do equilíbrio do líder está em sua capacidade de montar a equipe que lidera – e de confiar nela.

Imagino que Boula, da Pfizer, fez o que fez por ter consciência das qualidades e limitações do time que montou. Ele não agiria como agiu se não confiasse na equipe.

O líder é capaz de tirar o máximo da equipe que possui. Vai tomar decisões difíceis e executá-las da melhor maneira possível, dando seu sangue, com o perdão do clichê, mas sempre amparado.

Chegar ao burnout pode ter a ver com o time. Com uma equipe qualificada, é possível distribuir adequadamente as pressões. Se você, ao contrário, descobre que não tem para quem delegar ou que a coisa vem “quadrada” e você tem que refazer o trabalho, abre-se a trilha rumo à sobrecarga.

Em resumo, o líder é humano, tem problemas pessoais e pode falhar. Mas tem coragem, obstinação e conhece a capacidade da própria equipe. Se você quer abraçar tudo para si, não tem plena confiança no time e é incapaz de ter momentos seus de abstração, fique atento. Nem sempre haverá alguém por perto para lembrar que líderes também colapsam.

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terça-feira, 12 de outubro de 2021

A ESTRATÉGIA DE LULA É NEGAR OS ROUBOS NA PETROBRAS

 

Campanha 2022

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

Lula dizer ao público que tudo não passou, digamos assim, de um grande mal-entendido.| Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação/PT

De todos as dificuldades que o ex-presidente Lula vai ter durante a sua campanha eleitoral de 2022 uma das mais complicadas é a corrupção. O ideal, para ele, seria que o assunto fosse esquecido. Corrupção? O que é isso? Os problemas do Brasil são bem outros, gostaria de dizer ele – e, a partir daí, soltar o verbo com aquela discurseira de sempre, onde não se compromete a nada de sério e promete tudo que há de errado, do “controle dos meios de comunicação” à venda das reservas do Brasil em dólares para distribuir ao povão.

Queira ou não queira, entretanto, a corrupção não vai sumir por um ato de vontade de Lula, do PT e do estado maior da sua campanha de 2022. Ele vai dizer o que, então? Segundo informa a jornalista Malu Mader em um artigo em O Globo, a primeira coisa que ocorreu ao partido até o momento foi montar um programa negacionista, e põe negacionista nisso, em relação às acusações de roubalheira extrema na Petrobras – ou seja, o petrolão, possivelmente o surto de ladroagem mais tresloucado de todo o período Lula-Dilma. A ideia, aí, é negar, pura e simplesmente, que houve qualquer roubo na Petrobras.

A estratégia, ao que parece, é dizer ao público que tudo não passou, digamos assim, de um grande mal-entendido, que os inimigos de Lula, maliciosamente, transformaram em denúncia. Não houve, por essa teoria, superfaturamento na Petrobras porque “as auditorias” feitas nos contratos não mostraram a prática de sobrepreço; além disso, argumenta o PT, a Petrobras é “uma empresa de capital aberto” que opera inclusive na “Bolsa de Valores de Nova York” e, pelo que se deve concluir deste fato, os contratos que a sua diretoria fez não poderiam estar incorretos. Empresa de capital aberto não rouba, não é mesmo? Parlamentares petistas deverão fazer um curso intensivo de três horas para entender o plano de defesa e rebater as acusações de corrupção que forem feitas durante a campanha. A gerente operacional do projeto é a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann – ou “presidente”, de novo, para respeitar-se a “linguagem neutra” hoje em promoção na esquerda e na Rede Globo.

Lula deve saber o que está fazendo; ninguém vai querer ensinar política a um personagem descrito pelos analistas, e por ele próprio, como maior gênio político que este país já viu. Mas, vista de hoje, a ideia toda, do começo ao fim, parece muito ruim. Em primeiro lugar, porque faz uma grosseira trapaça de palavras ao dizer que não houve “superfaturamento”. Pode não ter sido utilizada exatamente esta palavra, “superfaturamento”, durante o processo, mas houve roubo, sim – e é só isso o que interessa. A própria Petrobras, e com Dilma na presidência da República, estimou em seu balanço de 2014 que foram de 2,5 bilhões de dólares – sim, de dólares – as perdas da empresa com “valores que a Petrobras pagou adicionalmente” por ativos envolvidos na roubalhança lulo-dilmista. É o quê, isso? Roubo.

O projeto estratégico a ser executado pela deputada, além do mais, tem uma dificuldade mortal: uma penca de altos executivos da Petrobras confessou os crimes de corrupção passiva que cometeu durante o regime de Lula e Dilma. Muito pior que isso: devolveram o dinheiro roubado, ou parte dele. A pergunta é a mais simples do mundo: se não roubaram, por que devolveram? Para fazer uma doação pessoal ao “Estado” brasileiro? A Petrobras recebeu de volta, até hoje, 6 bilhões de reais. Não se sabe como o cursinho da deputada vai orientar os militantes e parlamentares petistas a responderem à pergunta acima.

Não seria melhor o PT se fazer de morto quanto à toda essa história de corrupção e não tocar, simplesmente, no assunto? É claro que os inimigos vão deitar e rolar, mas o que se vai fazer? O que se roubou está roubado; não dá para “desroubar”. Talvez desse mais lucro ficar falando em genocídio, miséria no Nordeste e perseguição aos quilombolas, ou qualquer outra coisa saída do saco de assuntos da esquerda. Mas é Lula quem sabe da sua vida.


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