segunda-feira, 11 de outubro de 2021

NO 6 EM 7 VOCÊ CONTROLA A FORMA COMO O SEU PRODUTO SERÁ VENDIDO

 

 Por Raquel Pereira  – Agência Mestre

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Você gostaria de faturar o equivalente a um ano de vendas em 7 dias? Parece um sonho, mas é real. O 6 em 7 é uma estratégia de venda que possibilita faturar o equivalente a 6 dígitos (pelo menos R$100.000,00), em um período de até 7 dias, comercializando um produto, serviço ou um infoproduto.

Essa técnica de vendas, originalmente criada por Jeff Walker em 2005, chegou ao Brasil pelo empreendedor Érico Rocha entre 2009 e 2010. Entenda como o método funciona lendo este artigo e não fique de fora!

Neste artigo você vai conferir:

  • o 6 em 7 e a Fórmula de Lançamento;
  • razões para investir na estratégia do 6 em 7;
  • o que preciso para ter um 6 em 7?;
  • como funciona o 6 em 7 na prática?;
  • quantas vezes posso utilizar essa técnica nos meus lançamentos?;
  • mitos sobre o 6 em 7 que podem te travar.

O 6 em 7 e a Fórmula de Lançamento

A proposta do 6 em 7 surgiu a partir da fórmula de lançamento, uma metodologia de marketing que te encaminha por um processo muito bem estruturado, explicando em detalhes como usar a internet para escalar suas vendas ou criar um negócio digital do zero.

A denominação 6 em 7 vem do termo “six-figure”. No exterior, o comum é informar seu salário anual, portanto uma pessoa six-figure é alguém que recebe acima de 100 mil ao ano. Pessoas nesse nível são consideradas acima da média, e o intuito do 6 em 7 é ganhar o mesmo que um six-figure no período de uma semana.

Para muitos parece que o 6 em 7 é uma fórmula mágica que trará resultados imediatos, mas estão totalmente equivocados. O que acontece durante esses sete dias, em que espera-se faturar acima de 100 mil reais, é fruto de um trabalho extenso e extremamente planejado. O 6 em 7 não é um resultado típico, mas é alcançável.

Essa estratégia pode ser utilizada tanto por empreendedores que já têm um negócio e desejam aumentar seu faturamento, quanto por aspirantes a empreendedores que desejam iniciar um projeto do zero ou experts que queiram lançar um infoproduto.

Razões para investir na estratégia do 6 em 7

Como todas as estratégias de marketing, o 6 em 7 tem defensores e haters. Por ser algo que poucos conheciam até o Érico trazer para o Brasil, e mesmo hoje ainda não ser uma prática tão utilizada, existe uma certa insegurança.

A metodologia da fórmula de lançamento, pela qual você atinge o 6 em 7, consiste em desenvolver um projeto de marketing digital onde você controla a forma como seu produto será vendido.

Com ela é possível obter resultados de maneira mais rápida, pois os esforços de venda são concentrados em poucos meses antes que seu produto realmente seja comercializado. Enquanto outras estratégias de marketing focam em desenvolver um método que é aperfeiçoado aos poucos, a fórmula possui um momento de pausa para produção e um lançamento rápido e certeiro.

O que preciso para alcançar um 6 em 7?

Antes de saber como colocar esta estratégia em prática, lembre-se novamente que não se trata de uma fórmula mágica que vai aumentar seu faturamento da noite para o dia, mas sim de um processo, e para iniciá-lo é necessário saber o que vem antes dele. Você precisa de 3 itens para começar:

Uma audiência

Provavelmente, se você já tem um negócio, significa que você já tem uma audiência. Caso você esteja almejando ter um negócio, você precisa saber para quem este negócio será direcionado. Assim como em estratégias de Inbound Marketing, a fórmula de lançamento requer pessoas interessadas naquilo que você vende ou planeja vender, portanto comece a montar uma base de leads, eles serão as pessoas interessadas em consumir seu produto quando chegar o momento do lançamento.

Uma oferta

Depois de construir sua audiência, atraindo pessoas interessadas no seu produto ou serviço, está na hora de colocar “combustível” para realizar seu lançamento. Essa etapa é essencial para atingir seu 6 em 7, porque é aqui que você vai nutrir seu público, com os materiais desenvolvidos especialmente para despertar neles o desejo de comprar seu produto. Aprender a fazer uma boa oferta, depois de uma nutrição precisa, é o que faz o 6 em 7 acontecer.

Um produto

A sua oferta precisa ser boa, e quanto melhor for a sua oferta, melhor terá que ser seu produto. O ponto aqui é: se você convenceu a sua base que aquilo era necessário para ela e que realmente iria agregar valor, você precisa cumprir. Essa audiência será a prova “real” de que seu produto está de acordo com o que prometeu ― talvez até mais ― e assim você atrai mais pessoas.

Como funciona o 6 em 7 na prática?

Existem diversos tipos de lançamento, cada um com suas características e possibilidades de aplicar a fórmula. O lançamento interno é o mais provável de atingir o resultado esperado, já que ele é feito com foco na própria base de leads.

Nem todos os lançamentos chegam ao 6 em 7 logo de cara, é um processo no qual você provavelmente levará mais de um lançamento para atingir tal resultado, por isso é importante compreender os passos e aplicá-los.

Existem 4 etapas para aplicar a estratégia da fórmula de lançamento e atingir o 6 em 7. No vídeo abaixo, nosso CEO, Fábio Ricotta, explica como funcionam as 3 fases principais desta metodologia, confira:

O pré-pré-lançamento (PPL)

Antes mesmo do PPL, existe um trabalho de produção de conteúdo, onde você criará as iscas digitais que serão ofertadas para construir e nutrir sua audiência ― um processo de Inbound Marketing. Na fase de pré pré-lançamento, esses materiais começam a cumprir seu papel, atraindo leads para sua base.

Pré-lançamento (PL)

Seu objetivo agora é despertar na base a sensação de necessidade, a compreensão de que seu produto é algo do qual o lead precisa, mesmo que ele ainda não saiba disso.
Muito semelhante a um funil de vendas comum, o diferencial nessa estratégia são os CPLs (conteúdos de pré-lançamentos), e os gatilhos mentais que eles utilizam. Os principais conteúdos, geralmente em formato de vídeo, dessa fase são:

  • existe uma oportunidade: mostrar para a sua base que ela pode se beneficiar com seu produto, e se ela deixar passar vai perder essa chance;
  • é para você: deixar claro que essa transformação prometida é aplicável para ela;
  • amostra: apresentar uma pequena parte do que está sendo ofertado, para instigar a pessoa a querer consumir mais.

O objetivo desses CPLs é aquecer a audiência, por um período que pode variar entre 7 até 14 dias, para que os leads estejam prontos para o próximo passo.

Lançamento (L)

Aqui é onde a venda acontece. Essa fase tem duração de até 7 dias (de acordo com o tipo de lançamento), e o objetivo para quem busca o 6 em 7 é faturar os R$100.000,00 ou mais.

Existe ainda a possibilidade de realizar um 7 em 7 (1 milhão em 7 dias) e um 8 em 7 (10 milhões em 7 dias).

O quarto passo

O pós-lançamento é a fase onde você foca na audiência e busca a obtenção de resultados dos seus clientes. Ainda nessa fase, você começa a planejar seu próximo lançamento, ou seu relançamento, voltando a mostrar anúncios, conteúdos e e-mails para aqueles que não converteram com a sua primeira oferta.

Como os passos te levam ao 6 em 7

O que realmente te leva ao 6 em 7 é saber que: um passo depende do outro para acontecer. Você não pode pular etapas e não pode deixar algo para trás.

Durante as primeiras 2 etapas, você mostrará ao seu público onde ele pode chegar com seu produto. A sua audiência só vai chegar até você, consumir seus conteúdos e comprar o que você estiver vendendo, quando ficar claro para ela qual transformação vai acontecer após a aquisição.

Com o lançamento e o pós-lançamento, você começa a validar e escalar sua transformação. Depois de lançar pela primeira vez, você pode relançar e lançar outros produtos relacionados, com base na opinião do seu público você vai saber onde melhorar. Cada melhoria é um passo em direção ao seu 6 em 7, por isso você não deve se preocupar caso não alcance esse resultado logo na primeira tentativa.

Quantas vezes posso utilizar essa técnica nos meus lançamentos?

Como já foi dito, você talvez não alcance seu 6 em 7 logo na primeira tentativa, mas existe um limite? Se você tentar demais as pessoas vão “sacar” o que está fazendo e vai parar de funcionar?

A resposta é que não existe um limite de vezes que você pode aplicar a fórmula, quanto mais você tentar melhores serão seus resultados. A fórmula é simples, porém envolve muito trabalho, então as pessoas acabam cometendo erros, mas é muito mais fácil aprender com eles.

Grande parte das estratégias de marketing digital que utilizamos vendem exatamente porque as pessoas conhecem e sabem que traz resultados. As estratégias convencionais de marketing e a fórmula de lançamento funcionam, principalmente, porque utilizam gatilhos mentais para instigar o desejo de consumo nos clientes.

Esses gatilhos não vão deixar de funcionar, uma vez aplicados de maneira correta, eles garantem o sucesso nas vendas mesmo quando as pessoas o reconhecem. No entanto, para aplicar de maneira eficaz, é preciso compreender a fórmula de lançamento e as técnicas de marketing utilizadas no processo.

Mesmo sabendo que a técnica não deixará de funcionar, Érico diz que o percentual de pessoas que conhecem esta estratégia é inexpressivo, se comparado a população brasileira.

Mitos sobre o 6 em 7 que podem te travar

Algumas pessoas acreditam que o 6 em 7 é uma estratégia totalmente complicada, que envolve muito investimento, esses mitos acabam impedindo que comecem a utilizar a fórmula e tentar atingi-lo.

O principal mito acerca do 6 em 7 é que precisa de um alto investimento financeiro. Você pode começar com um investimento pequeno (ou seja, uma quantia que você pode gastar, sem prejudicar seu negócio), e ir aumentando conforme o resultado dos lançamentos. Você pode atingir um 6 em 7 investindo pouquíssimo dinheiro, essa é a proposta, mas o mais provável é que você alcance esse objetivo após tentativas, erros e acertos.

Além do investimento financeiro, outro mito é que precisa de uma grande equipe ou de muito equipamento. Não fique preso ao: “quando eu tiver x coisas eu começo”, comece onde você está, com os recursos que você tem. Com os resultados dos seus lançamentos, você pode investir em melhorias e assim aumentar a qualidade do seu produto.

O produto não ser “compatível” com a técnica também pode ser um artifício que te impede de começar. Todo produto pode ser comercializado online, mas é comum sentir receio de começar, então você precisa identificar três coisas: paixão, habilidade e demanda.

Para lançar seu produto, principalmente se for um infoproduto, esses três pontos são importantes. É muito mais fácil vender algo que você gosta e no qual você tem habilidade, mas é necessário que exista demanda para aquele produto.

A verdade é que a técnica do 6 em 7 pode ser utilizada por todos, mas é preciso conhecer muito bem a fórmula de lançamentos para atingir tal resultado. Não conhecer a teoria e não aplicar na prática são as únicas coisas que podem te impedir.

Gostou de conhecer a técnica de vendas que pode multiplicar seu faturamento? Está pensando em utilizar no seu negócio? Podemos ajudá-lo nisso, afinal a Valeon também é uma Agência de Lançamentos! Conheça nossos serviços e conte conosco para escalar suas vendas.

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domingo, 10 de outubro de 2021

PODER DE ARTHUR LIRA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

 

 Lauriberto Pompeu – Estadão

BRASÍLIA – Na terça-feira passada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), viajou para Roma, onde participou de encontro de presidentes de parlamentos do G-20, o grupo das 20 maiores economias. O deputado e líder do Centrão tinha dado aval para sua base de influência se aliar a opositores na aprovação, no dia seguinte, da proposta de convocar o ministro da Economia, Paulo Guedes, para explicar investimentos pessoais no exterior.

A sessão expôs a situação incômoda vivida pelo governo, hoje refém de seu principal aliado no Legislativo, e o momento confortável de Lira, que passou uma semana participando de conversas com lideranças internacionais.

Arthur Lira comemora com parlamentares aliados a eleição para presidência da Câmara dos Deputados, em sessão plenária presidida por Rodrigo Maia, em fevereiro deste ano. © Dida Sampaio/Estadão – 2º/2/2021 Arthur Lira comemora com parlamentares aliados a eleição para presidência da Câmara dos Deputados, em sessão plenária presidida por Rodrigo Maia, em fevereiro deste ano.

Os primeiros oito meses da gestão de Lira mostram que o deputado tem exercido um poder inédito na história recente da República. Diferentemente de antecessores como Eduardo Cunha (MDB-RJ), que mantinha uma relação conflituosa com o governo a ponto de conduzir a queda da presidente Dilma Rousseff, Lira impôs sua pauta e destravou iniciativas improváveis, como as mudanças para afrouxar a Lei de Improbidade Administrativa, um dos símbolos do avanço na política do pós-ditadura.

Se Cunha se notabilizou por manter o controle da Câmara por meio de um arranjo de interesses, Lira conta agora com o orçamento secreto para chefiar com mãos de ferro a Casa e turbinar a prática do “toma lá dá cá” para segurar pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. É o que afirmam pessoas próximas do próprio parlamentar alagoano ouvidas pelo Estadão.

O esquema do orçamento secreto de distribuição de verbas sem transparência para garantir apoio político ao governo Bolsonaro foi revelado em maio pelo jornal. A prática se tornou possível após a criação das emendas de relator, ou RP9, pelo Congresso Nacional, no final de 2019.

O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), reconhece que Lira tem uma ascendência maior nos rumos da Câmara do que é usual para um presidente da Casa. “O Arthur tem muita influência sobre os líderes partidários e é muito obstinado nas pautas em que acredita”, afirmou à reportagem.

Ao mesmo tempo que mantém o Centrão, bloco de partidos fisiológicos, sob controle, Lira tem obtido alianças temporárias com a oposição em votações de destaque e mantido independência do governo em horas cruciais. Eleito para comandar a Câmara com a ajuda de Bolsonaro, não é raro ver Lira “lavar as mãos” para projetos de interesse do presidente.

Com Lira no comando, a Câmara arquivou a proposta de voto impresso, pauta que Bolsonaro insistiu pela aprovação, e decidiu convocar Guedes para prestar explicações ao plenário sobre as contas offshore que mantém no exterior. Foram 310 votos a favor de obrigar o ministro a se explicar contra 142 no plenário, acima do placar de 302 a 145 que garantiu a vitória de Lira na disputa com Baleia Rossi (MDB-SP), em fevereiro, para a presidência da Casa.

Na análise da proposta do voto impresso, o Progressistas, partido de Lira, liberou os deputados e cerca de metade da bancada votou contra o interesse de Bolsonaro. Já na votação sobre a convocação de Guedes, o partido orientou para que o ministro e homem forte do governo seja convocado a dar explicações sobre os conflitos de interesse que envolvem manter uma conta no exterior com regimes tributários diferenciados e mais vantajosos que os do Brasil.

Minimiza

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), minimizou as derrotas e disse que Lira tem que cumprir os compromissos que firmou com diferentes grupos. “Ele assumiu compromissos em sua campanha à presidência, com o governo, com a oposição, com o mercado e outras instituições. Pelo que o conheço, cumprirá todos”, disse à reportagem.

Lira mantém em sua gaveta mais de 130 pedidos de impeachment de Bolsonaro. Sempre quando o governo dá uma escalada nos tons autoritários, Lira recorre a figuras de linguagem como “sinal amarelo” e “botão amarelo”. O presidente da Câmara já falou isso em março, quando o País ultrapassou 300 mil mortos por coronavírus, e em agosto, quando Bolsonaro impôs a análise do voto impresso. Críticos do governo tem afirmado que Bolsonaro ficou refém de Lira e, assim, acaba empoderando seu algoz liberando tanto recurso quanto ele pede.

Também líder do Centrão, Cunha não tinha a mesma facilidade para ditar os rumos da Casa quando a comandou, entre 2015 e 2016. Embora tenha sido eleito para o cargo com um discurso contra o governo de Dilma, o emedebista inicialmente tentou uma negociação política com a petista visando evitar que fosse cassado pelo Conselho de Ética.

Como não houve acordo na época, o então presidente da Câmara cedeu aos apelos da oposição ao então governo e abriu um processo de impeachment. Demonstrando a falta de influência que tinha sobre os deputados, antes mesmo do Senado ter completado a destituição de Dilma, Cunha se viu forçado a renunciar à presidência da Casa.

O deputado Rodrigo Maia (sem partido-RJ), que presidiu a Câmara entre 2017 e 2020, também teve menos sucesso na votação de propostas. Ele não conseguiu pautar a votação da reforma tributária, da reforma administrativa e nem da privatização da Eletrobras. Temas que, ainda que parcialmente, avançaram sob a gestão de Lira.

Ao Estadão, o presidente da Câmara disse que se comprometeu com os deputados a sempre ouvi-los ao definir a pauta de votações e é o que tem feito. Afirmou ainda manter diálogo constante com a equipe econômica.

GENERAL MOURÃO NÃO VAI PARTICIPAR DA CÚPULA DO CLIMA NA ONU

 

 Felipe Frazão – Estadão

BRASÍLIA – O vice-presidente Hamilton Mourão ficou sem a desejada chefia da delegação brasileira que será despachada para a Cúpula do Clima (COP 26) das Nações Unidas, em Glasgow, na Escócia. O encontro ocorrerá nas duas primeiras semanas de novembro. Mourão havia pedido ao presidente para ser o representante máximo do País na conferência da ONU, mas não recebeu a missão. Em mais um sinal de desprestígio ao vice, Bolsonaro escalou o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, para a tarefa.

“Eu vou ser o chefe da comitiva, como todo ano foi, junto ao Itamaraty nas negociações”, disse ontem o ministro Leite. “Estamos montando a comitiva, deve sair um decreto apresentando.”

O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o seu vice, Hamilton Mourão. © Dida Sampaio/Estadão – 15/9/2021 O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o seu vice, Hamilton Mourão.

Comandar a delegação brasileira era um desejo explícito de Mourão. Em junho, o vice-presidente disse ao Estadão: “Na nossa delegação, temos a turma das Relações Exteriores e a turma técnica do Meio Ambiente. Teria de ter uma terceira pessoa que coordenasse isso e fosse o árbitro de nossos interlocutores. Procurei me apresentar para isso”. Mourão preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, responsável por monitorar dados sobre o bioma e coordenar as ações de combate a incêndios florestais, mineração e desmatamento ilegais. Ele gerencia atividades de órgãos civis ligados ao Meio Ambiente e militares das Forças Armadas, quando mobilizados.

A redução do desmate ilegal na Amazônia é uma condição para que o Brasil consiga atingir seus compromissos de redução de gases estufa, conforme integrantes do governo. Apesar de reconhecerem situações críticas no Cerrado e no Pantanal, eles avaliam que o impacto do uso da terra desenfreado na Amazônia é o que realmente pode comprometer os resultados brasileiros previstos no Acordo de Paris.

A despeito de não programar sua ida a COP 26, Mourão segue representando o governo Bolsonaro em outros foros menores, como fez na terceira reunião do Pacto de Letícia, ontem, onde falou novamente sobre a COP. Ele disse que os países amazônicos devem atuar em bloco, contra o que considera uma tentativa indevida de transferir aos governos sul-americanos a responsabilidade de tomar medidas para conter mudanças climáticas e extinção de espécies. O vice também segue com uma agenda diplomática intensa e já levou duas comitivas de embaixadores estrangeiros à região amazônica.

Diplomatas consultados pela reportagem reconhecem que Mourão daria mais peso político à comitiva. Auxiliares do vice pontuaram que Bolsonaro chegou a cogitar assumir a chefia a delegação, com mobilização até da equipe de segurança institucional para uma viagem precursora, mas desistiu. O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, também não irá. Eles devem participar do G20, na Itália, e depois emendar viagens na Europa e no Oriente Médio, segundo diplomatas.

Vigilância

A delegação oficial deve ter entre 80 e 100 representantes de diversos níveis de governo e de outros poderes. Questionado se haveria credenciamento de agentes de inteligência, como na edição de 2019, o ministro Joaquim Leite disse que não sabia e que a composição ainda não estava decidida.

Embaixadores consideram a participação dos agentes despropositada. Porém, como o Estadão revelou, o Palácio do Planalto enviou quatro oficias da Agência Brasileira de Inteligência à COP 25. A operação inédita, focada em monitorar a sociedade civil e outras delegações, motivou protestos internacionais na ONU e até uma investigação no Ministério Público. O Gabinete de Segurança Institucional defendeu a prática e disse que ela deveria ser reeditada. Mais uma vez, o governo não vai ceder credenciais de delegação oficial a integrantes de organizações não- governamentais, como já foi praxe em edições anteriores.

DEMAGOGIA COM A MENSTRUAÇÃO

 

Por
Luciano Trigo – Gazeta do Povo

| Foto: Reprodução



Como se não bastasse ser genocida, charlatão e curandeiro, o presidente agora está sendo acusado de… não deixar as mulheres menstruarem. Pelo menos é o que se depreende do post de uma deputada: “Bolsonaro, me deixe menstruar!”, acompanhado da hashtag #LivreParaMenstruar, reproduzido abaixo.

A parlamentar ficou inconformada com o veto de ontem do presidente à distribuição gratuita de absorventes íntimos para estudantes carentes do ensino fundamental, mulheres em situação de vulnerabilidade e presidiárias.

A proposta fazia parte de um projeto aprovado em agosto pela Câmara dos Deputados e em setembro pelo Senado Federal. Uma coisa a gente tem que reconhecer: mesmo em meio à grave crise econômica provocada pela pandemia, quando o assunto é urgente o Legislativo trabalha com uma rapidez impressionante.

Também cabe observar aqui que a medida beneficiaria não somente as mulheres, mas todas as pessoas que menstruam, aí incluídos os homens trans.

O episódio teve grande repercussão nas redes sociais. Fazendo eco à deputada, uma líder feminista também reagiu com indignação ao veto, que, segundo afirma, “não foge da lógica violenta, patriarcal, dominadora, supremacista branca, que é a lógica do governo Bolsonaro e do bolsonarismo”.

Bem, surge uma primeira questão aqui. Apesar do veto, o presidente supremacista acaba de sancionar uma lei que institui o Programa da Saúde Menstrual – que eu lembre, algo jamais cogitado por Lula e Dilma, que aliás é mulher. Lula e Dilma, vejam só, também não deixavam as mulheres menstruarem, já que nunca criaram um programa nacional de distribuição gratuita de absorventes. Mas, estranhamente, ninguém jamais reclamou disso. Por que será?

Dada a aparente urgência urgentíssima do tema, se a lógica ainda existe, só há três alternativas: ou durante governos passados não existiam estudantes carentes, mulheres em situação de vulnerabilidade e presidiárias; ou essas mulheres não menstruavam; ou, por coerência, a líder feminista também deve considerar violenta, patriarcal, dominadora e supremacista branca a lógica dos governos citados.

Pior ainda. Segundo o programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, que foi ao ar ontem, quando era prefeito de São Paulo Fernando Haddad vetou um projeto semelhante, com o argumento de que não havia “fundamento técnico-científico para que a proposta se tornasse um programa municipal”:

“A consecução da medida (…) [iria] acarretar significativas despesas ao erário público, em prejuízo dos investimentos com recursos efetivamente indispensáveis à saúde da mulher, tais como medicamentos e materiais médico-hospitalares, não constituindo, ademais, atribuição da Secretaria Municipal da Saúde o fornecimento de produtos de higiene”, declarou Haddad, na época.

Foi em dezembro de 2015: a Câmara Municipal de São Paulo tinha aprovado o projeto, e Haddad vetou. Sabem o que aconteceu? Zero indignação de artistas e cantoras. Zero escândalo nas redes sociais. Zero revolta de jornalistas e políticos.

Ora, ou o que Haddad disse faz sentido e o veto de Bolsonaro também; ou ambos são genocidas impiedosos e malvadões: não dá para criticar um e passar pano para o outro. É muito relativismo moral. É muita desonestidade intelectual. Mas ninguém liga.

Porque a verdade é que qualquer coisa que Bolsonaro faça ou deixe de fazer serve de pretexto para causar ondas de revolta e indignação nas hordas do progressismo, do antifascismo hipster e da ostentação exibicionista da virtude.

Essas pessoas dizem pregar o amor e a tolerância, mas estão sempre com sangue nos olhos e faca entre os dentes, prontas a perseguir, esfolar e destruir qualquer um que delas se atrever a discordar. Seus propósitos nobres justificam tudo.

Chega a ser comovente a união de intelectuais, artistas, jornalistas da grande mídia e estudantes doutrinados na escola com partido no exercício diário do direito de praticar o “ódio do bem”. Estão todos viciados em apontar o dedo, denunciar e pedir censura – tudo na defesa da democracia e da liberdade, vejam só. O veto aos absorventes é só mais um pretexto para o prazer de odiar.

(Aliás, o mal compreendido George Orwell também previu isso: em “1984”, os cidadãos têm direito a dois minutos de ódio por dia: eles devem interromper tudo que estiverem fazendo para xingar e ofender o inimigo da vez, em um ritual de catarse coletiva. Jamais subestimem o poder do ressentimento.)

Ou o que Haddad disse faz sentido e o veto de Bolsonaro também ou ambos são malvadões: não dá para criticar um e passar pano para o outro.

Voltando aos absorventes, o senso de timing do Legislativo também é impressionante. Após quase dois anos de uma pandemia cruel que paralisou a economia do país, levando o Governo a gastar, só até junho deste ano, R$ 557 bilhões em ações de resposta à Covid-19 (dos quais R$ 311 bilhões com o auxílio emergencial, mas isso a mídia não mostra), eis que de repente a distribuição gratuita de absorventes se tornou o grande problema da sociedade brasileira – como, aliás, se torna o grande problema da sociedade qualquer assunto que sirva para enfraquecer o monstro genocida e curandeiro.

Uma internauta perguntou, retoricamente: “Para quem passa fome, quando que vai sobrar dinheiro para comprar absorvente?” Ora, justamente: a prioridade agora não deveria ser tentar garantir que todos tenham o que comer? Ou a distribuição de absorventes, algo que nunca foi feito por governo algum (mesmo em contextos econômicos bem melhores), deve vir na frente?

Ora, se até a economia podia “ficar para depois”, como bradavam os defensores do lockdown radical, a distribuição gratuita de absorventes não pode ficar para depois? Aliás, os mesmos que gritavam que “a economia pode esperar” são os que agora reclamam da crise econômica e a atribuem ao presidente. Incoerência ou cinismo?

Mas não, segundo todos os especialistas ouvidos pela grande mídia (como blogueiros, youtubers, atrizes de telenovelas e cantoras de funk), a distribuição gratuita de absorventes – que, aliás, seriam obrigatoriamente produzidos com materiais sustentáveis, como determinava o projeto de lei – não pode ficar para depois. Tem que ser agora.

Falta emprego, faltam lápis e professores nas escolas, faltam segurança e paz nas comunidades, falta qualidade em todos os serviços públicos – mas a prioridade deve ser combater a “violência menstrual”. O Brasil não é mesmo para amadores.

Ia concluir aqui, mas acabo de ler um artigo interessantíssimo, que joga novas luzes sobre o tema.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luciano-trigo/nem-a-menstruacao-escapa-da-demagogia/
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INFLAÇÃO VOLTA COM DOIS DÍGITOS

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Dólar – 21-06-2018 – O dólar dos Estados Unidos ou dólar americano é a moeda oficial dos Estados Unidos da América e utilizada, praticamente, no mundo inteiro.

Câmbio tem influenciado escalada da inflação no Brasil.| Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo

Uma marca triste voltou a ser rompida em setembro de 2021: com a inflação oficial, medida pelo IPCA, acelerando para 1,16% em setembro, o índice acumulado em 12 meses entrou na casa dos dois dígitos, chegando a 10,25%. A última vez que isso havia ocorrido foi em fevereiro de 2016, quando o Brasil ainda vivia os efeitos desastrosos da crise deixada pela Nova Matriz Econômica lulopetista – a inflação do ano anterior tinha sido de 10,67%. Por mais que as previsões do mercado financeiro sejam de desaceleração, a inflação deve seguir em patamares muito altos, desorganizando toda a economia e punindo especialmente os mais pobres.

De acordo com o IBGE, deste acumulado de 10,25%, quase metade vem de apenas quatro itens: a gasolina responde por 1,93 ponto porcentual; a energia elétrica, por 1,25 ponto; as carnes, por 0,67 ponto; e o gás de cozinha, por 0,38 ponto. Como agravante, os aumentos nos combustíveis e na energia normalmente acabam repassados para os preços de vários outros produtos e serviços, encarecendo-os também.

Com exceção da energia elétrica, fica evidente o papel do câmbio na construção dos preços e na disparada da inflação

A essa altura, as causas para a elevação de vários itens já são bastante conhecidas. A crise hídrica forçou o acionamento das usinas termelétricas, cujo custo de produção de energia é maior que o das hidrelétricas; no caso da carne e de outros alimentos, demanda em alta no exterior, combinada com o dólar alto, incentivam as exportações e reduzem a oferta interna; e, no caso dos combustíveis, a alta nos preços do petróleo no mercado internacional, também conjugada ao valor do dólar, encarece a gasolina.

Com exceção da energia elétrica, fica evidente o papel do câmbio na construção dos preços e na disparada da inflação. No início da pandemia, o dólar oscilava na casa dos R$ 4,50, e hoje anda na casa dos R$ 5,50, uma desvalorização de pouco mais de 22%. Em 2020, apesar de a economia não ter recuado tanto quanto em outros países, o real foi a sexta moeda que mais perdeu diante do dólar em um ranking de 111 nações. Ainda que um processo de valorização do real não seja capaz de resolver todos os problemas da inflação brasileira, atenuaria uma série de fatores, por exemplo compensando eventuais novas altas do petróleo, ou desestimulando a exportação de commodities e aumentando a oferta interna. O desafio está em fornecer as condições para que o real se fortaleça.


E as duas grandes condições para que o Brasil se torne um país mais confiável diante do investidor estrangeiro são estabilidade política e saúde fiscal. Se por um lado as tensões institucionais que marcaram boa parte dos últimos meses parecem ter esfriado recentemente, o desarranjo fiscal vem ganhando corpo, com pressões cada vez maiores pelo aumento do gasto público, soluções heterodoxas como o calote nos precatórios por meio de emenda à Constituição, e abandono gradual das reformas. A reforma administrativa, que poderia colaborar com o ajuste fiscal, já foi bastante atenuada por concessões corporativistas e agora se tornou pretexto para as tradicionais chantagens e negociações envolvendo emendas parlamentares. O desgaste do ministro Paulo Guedes após a divulgação da existência de contas offshore em seu nome, ainda que até o momento não tenha sido comprovada nenhuma irregularidade, também passou a ameaçar a implementação de pautas liberais.

Se a inflação não recuar por razões boas, como uma correção de rumos que fortaleça o real, mais cedo ou mais tarde ela pode começar a recuar pelas piores razões possíveis: a alta dos juros freará os investimentos e o crédito; o crescimento será insuficiente para reduzir o desemprego e a pobreza; como resultado, uma população empobrecida simplesmente deixará de consumir, usando seu escasso dinheiro apenas para o que for imprescindível. Um ciclo vicioso que o país já viu várias outras vezes, e do qual só se escapa a muito custo, mas cujo perigo Brasília parece incapaz de perceber com clareza.


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TERCEIRA VIA SÓ VENCE COM CADIDATO ÚNICO

 

  1. Política 

Cientista político aceita convite do Novo para disputar o Planalto e diz que eleitor sabe quem não quer: Lula e Bolsonaro

Entrevista com

Luiz Felipe d’Avila, cientista político filiado ao Novo

Alberto Bombig , O Estado de S.Paulo

O cientista político Luiz Felipe d’Avila está filiado ao Novo e aceitou o desafio do partido de colocar seu nome à disposição de um projeto presidencial em 2022. Ainda há trâmites internos a serem cumpridos e costuras políticas aguardando alinhavo, mas d’Avila, em entrevista ao Estadão, já esboça seu plano de ação e sua visão de como deve ser o País pós-Jair Bolsonaro: liberal, justo socialmente, eficiente no serviço público e vigoroso no crescimento econômico. Apesar da opção pela pré-candidatura, d’Avila entende que derrotar “o populismo” está acima de projetos pessoais e, por isso, afirma estar disposto a abrir mão de uma eventual candidatura em prol de quem, no próximo ano, estiver melhor posicionado no centro. 

Luiz Felipe d
Para d’Avila, partido Novo deve estar unido se quiser fazer campanha pela união do País. Foto: Taba Benedicto/Estadão

O sr. está disposto a ser candidato a presidente da República? 

Sim, quero ser um candidato que vá ajudar a unir o centro, não a dividir. Vamos ter que ter espírito público para, quando chegar em junho e julho, antes das convenções, o candidato que estiver liderando (entre os nomes de terceira via), receber apoio. Pretendo estar liderando, mas, se não estiver, teremos que ter espírito público para apoiar outro. Está claro que o candidato da terceira via só vai vencer se for um nome único. Se fragmentar, fica difícil. O que me anima é que o eleitor já escolheu quem ele não quer. Bolsonaro tem rejeição alta e metade dos brasileiros dizem que não querem nem Lula nem Bolsonaro. O eleitor não sabe quem quer ainda, mas sabe quem não quer. Tem um caminho enorme para a terceira via se sedimentar. PUBLICIDADE

Qual será o principal desafio da terceira via? 

Os candidatos da terceira via carecem de uma narrativa de conexão com as pessoas. A política não faz sentido para quem passa dificuldade, para quem está desempregado, para quem fechou negócios. Há o desespero de um País atolado há dez anos, com recessão, volta da miséria… Você vê fotos trágicas de pessoas pegando restos de carne, ossos, a política precisa falar com essas pessoas. O que pavimentou o radicalismo político foi o discurso tecnocrata e pouco afeito às pessoas. Temos que encontrar esse tom para se conectar com as pessoas. A terceira via ganha a eleição se fizer isso.

A agenda liberal tem respostas não populistas para a crise social e econômica do Brasil?

A frustração e o desencanto com a política é símbolo do fracasso do populismo. Houve uma desilusão. Tentamos o populismo de esquerda e o de direita, mas a vida das pessoas piorou. O que as pessoas querem é alguém para construir pontes, restabelecer o diálogo e a confiança no País. O populismo não vai fazer isso, vai acirrar diferenças. A agenda econômica liberal triunfou no mundo. Até países comunistas como a China entenderam que o capitalismo é fundamental para o crescimento econômico. A inserção no comércio global é a agenda. A locomotiva que puxa os vagões, inclusive o social, é a economia. Se a agenda liberal não estiver na mesa, será uma forma de ludibriar as pessoas. Se a agenda da locomotiva é a do crescimento econômico, da renda e do emprego, o segundo vagão é o da estabilidade política, o Estado eficiente, o serviço público de qualidade. Isso traz previsibilidade e confiança. Se não, é difícil convencer investidores de que as regras são estáveis e confiáveis. Temos de trabalhar na melhoria do serviço público. Como mostrar que a reforma administrativa significa melhores servidores públicos? Essa ligação falta fazer, na narrativa. O terceiro é o vagão das políticas sociais. Elas não existem sem crescimento econômico. A prioridade é a agenda liberal. Se ela for ignorada, o Brasil está perdido.

Como seriam essas políticas sociais? 

A política social não é monopólio da esquerda. Tem que estar na esquerda, na direita. Gastamos 25% do PIB com programas sociais. Se pegarmos 1% e focalizar nos mais pobres, você dobra a renda deles. Não fazemos isso por causa do clientelismo. Um programa social liberal tem que ter saída.

Por que o sr. quer entrar neste ambiente político, tão cercado de desconfianças?

A experiência pelos que estão no poder hoje é que eles perpetuaram o “pcc”: patrimonialismo, corporativismo e clientelismo. Estamos numa armadilha… O que me dá vontade é o enorme amadurecimento da sociedade civil. A sociedade civil mobilizada, aprova medidas incríveis, como a reforma previdenciária, a ficha limpa…

É possível estabelecer canais de diálogo entre diferentes segmentos da sociedade? 

É o que quero fazer na campanha. Quero ouvir o brasileiro. Você pega pessoas com interesses diversos e consegue criar diálogo. O diálogo significa a capacidade de genuinamente ouvir as pessoas. Assim pautaremos a narrativa da terceira via. O que mais falta no mundo radicalizado é escutar o outro. O Piauí, do governador Wellington Dias, do PT, fez um esforço extraordinário na melhoria fiscal. Uma maravilha. Por que não vou elogiar uma política do governador do PT se foi bem feita? 

Lula está à frente de Bolsonaro nas pesquisas. Por que não uma união em torno dele? 

Lula tem uma rejeição gigantesca. Parte da reconstrução do Brasil é uma reconstrução moral e ética. Lula padece desse atributo fundamental para reestruturar a confiança no Brasil. Vamos lembrar na campanha que Lula é o pai de esquemas que enfraqueceram instituições e abriram caminho para o bolsonarismo.

Como fica a situação do Novo, dividido após a eleição de 2018

Se queremos fazer uma campanha para unir o País, temos primeiro de unir o partido.

90 ANOS DO CRISTO REDENTOR DO RIO DE JANEIRO

 

  1. Brasil 

Monumento-símbolo do Rio faz aniversário longe dos quase 2 milhões de visitantes/ano que recebeu em 2019, antes da pandemia

Marcio Dolzan, O Estado de S. Paulo

A construção do Cristo levou cinco anos para ser concluída e é considerada uma vitória da engenharia para a época. Primeiro, pelo desafio de erguer um monumento que pesa mais de 1.100 toneladas no alto do morro do Corcovado, a 709 metros do nível do mar. Depois, por fazer com que essa estátua de concreto armado e pedra-sabão com 30 metros de altura (além dos 8 de pedestal) suportasse os ventos, as chuvas e os raios por anos.

Nesse período, o Cristo Redentor passou por algumas restaurações. Desde o início do ano, cinco pontos da estátua passam por reforma. O Estadão apurou, contudo, que o monumento ainda precisaria sofrer uma série de intervenções nos próximos anos. O motivo é o desgaste natural do tempo.

Para comemorar o aniversário, diversas ações estão programadas para os próximos dias. Na terça, além de missa em ação de graças com a presença de autoridades – tal qual aconteceu na inauguração, em 1931 –, haverá uma apresentação da Esquadrilha da Fumaça e o lançamento de selos e de medalhas comemorativas. No mesmo dia, será dado o início a uma festa sustentável que se seguirá até o fim de semana, na Catedral Metropolitana do Rio.

Além disso, o aniversário do Cristo também motivou outras homenagens. Uma delas, bem brasileira: a “Cachaça Redentor”, que antes mesmo de seu lançamento oficial foi dada de presente ao Papa Francisco.

Na quinta-feira, mesmo com o tempo encoberto, o monumento recebeu centenas de turistas. Entre eles estava o casal Guilherme e Renata Fernandes, de Porto Alegre. “É parada obrigatória. No Rio de Janeiro, não tem como não vir ao Cristo. E somos cristãos, então acho que representa muito aquilo que a gente acredita: braços abertos, que nos recebe e que abençoa as pessoas”, disse Guilherme, que é policial civil. “É um pouquinho menor do que imaginava, mas estou igualmente surpreso. O Cristo, a vista, o conjunto todo é surpreendente de qualquer forma.”

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Ministério anunciou um acordo para favorecer ‘direito de uso e de acesso’ Foto: Wilton Junior/Estadão

O encantamento pelo monumento e pela vista não são acompanhados por outras opções de um ponto turístico. Lojinhas de suvenir, quiosques e cantinas no alto do Corcovado estão todos fechadas. Quem quiser alguma lembrança ou mesmo um pouco de água para se hidratar precisa comprar antes de subir o morro. Banheiros também são raros, e pelo menos uma das duas escadas rolantes tem se mantido desativada.

Há anos, a Arquidiocese do Rio e o governo federal não se entendem sobre o controle dos espaços. Oficialmente, a Igreja administra a estátua do Cristo Redentor e o platô do mirante, além da Capela de Nossa Senhora Aparecida, que fica na base do monumento. Os pontos comerciais, por sua vez, ficam em área pertencente ao Parque Nacional da Tijuca, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Em 2019, o ministério conseguiu uma ordem de despejo dos lojistas, e desde o meio deste ano os espaços estão vazios.

Estadão questionou o ministério sobre o tema. Na sexta-feira, a pasta informou apenas que firmará um acordo que dará “direito de uso e acesso ao Cristo Redentor”. Segundo o ministério, a medida vigorará por tempo indeterminado “dando mais liberdade e segurança jurídica aos católicos que acessam o Santuário”. Não foram informados detalhes do acordo.

Restauro

A reforma envolve uma equipe de 40 profissionais, incluindo quatro alpinistas. Um deles, Rodrigo Tavares, vai quase que diariamente ao monumento. O trabalho começa ainda de madrugada, e ao longo do dia ele sobe e desce inúmeras vezes os 12 lances de escadas instaladas no interior do Cristo. Mas o trabalho, conta, é muito gratificante. “Vou te falar: tenho 16 anos de profissão, mas pra mim é uma sensação inexplicável. É surreal. Eu trabalhei em quase todos os grandes projetos que tiveram no Brasil, mas trabalhar no projeto de restauração do Cristo Redentor é um privilégio.”

O alpinista industrial conta que a parte mais difícil do trabalho é lidar com a força dos ventos. Eles mudam a todo momento e, muitas vezes, inviabilizam a atuação da equipe. Mas nada que abale o prazer de atuar no restauro do monumento nonagenário. “Estou no lugar que todo mundo gostaria de estar, e ainda recebo por isso”, brinca.

SÁBIOS CONSELHOS PARA A SUA VIDA

 


  1. Cultura
     

Onde posso justificar o hábito de leitura? Basta ver como agem as pessoas públicas que você sabe que não buscam livros

Leandro Karnal, O Estado de S.Paulo

Viver é fascinante. Defeitos? Primeiro: não há manual de instruções. Segundo: nunca dá tempo para um bom ensaio, tudo é apresentação real. Como superar tais deficiências? A Bíblia indica: “Escuta o conselho e aceita a correção para seres sábio no futuro” (Prov. 19,20). Conselhos seriam úteis?

Os teólogos acreditam em ser sábio ao ouvir o conselho correto. Os filósofos acreditam que eu possa me tornar amigo da sabedoria refletindo. Selecionei algumas ideias para seu exame. Dizem que, se conselho fosse bom, não seria dado, porém vendido. Não é o caso aqui: você pagou a assinatura do jornal ou, ao menos, a luz elétrica que abasteceu o aparelho… Não foi gratuito, logo, pode ser válido. Não se trata de um manual de instruções. Eu diria que é uma “pesquisa de mercado” de consumidores experientes sobre cuidados com o produto vida. 

1) Aprenda logo: não importa sua decisão, haverá críticos. Decidiu se casar ou tem horror ao compromisso matrimonial? Terá um filho? Optou por dois? Nenhum? Corre todo dia? Viaja bastante? Nunca sai de casa? Contribui para uma ONG de amparo a cães abandonados? Não importa. Lá estará seu detrator: um amigo, um familiar, um vizinho… Por vezes, dorme com você. Se tudo é alvo de algum ataque, tome a decisão, escute quem desejar e “vá fundo”. A universalidade da crítica o liberta. Em outras palavras: já que sempre haverá quem reclame, ao menos conviva com críticos sendo feliz. Gostou da ideia? Procure ler, em qualquer versão, a história do “velho, o menino e o burro” de Esopo e reflita muito. 

2) Os seguintes vêm do filósofo Michel de Montaigne. No capítulo 39, livro primeiro, dos seus Ensaios, ele pensa sobre estar só ou com muitas pessoas. Ponto importante: “O contágio é muito importante na multidão”. Significando que podemos, sem querer, imitar hábitos alheios ao insistir em estar sempre cercados de pessoas, especialmente as de maus hábitos. “Onde quer que a alma esteja ocupada, ali está inteira”, assim ele recomenda o cuidado com sua própria casa ou o governo de um país. Nossos defeitos nos acompanham em todas as viagens, pois “carregamos conosco nossos grilhões”. Buscar estar bem mesmo sozinho é uma meta de sabedoria. O ideal é que nosso contentamento dependa de nós. E na maturidade? “Já vivemos por outros o suficiente; vivamos para nós pelo menos esse final de vida” (segui a tradução de Rosemary Costhek Abílio, ed. Martins Fontes).

3) Indiquei ignorar opiniões muito negativas, já que parecem inevitáveis. Apoiei-me em um renascentista francês para defender a felicidade sem a necessidade de estar acompanhado. O terceiro não contradiz, todavia coroa os dois anteriores: tenha poucos, pouquíssimos amigos. São fundamentais e fruto de uma grande maturidade. A vida é muito difícil sem uns dois ou três amigos realmente sinceros. Siga o conselho de Polônio (Hamlet) ao filho: “Os amigos que tens por verdadeiros, ata-os com fios de aço a tua alma”. Se preferir sabedoria mais recente, reflita com Vinicius de Moraes: “O amigo: um ser que a vida não explica/ Que só se vai ao ver outro nascer/ E o espelho de minha alma multiplica…”. Repito: serão milhares de transeuntes na sua vida, muitos colegas e poucos, escassos, raros amigos. Invista seu tempo e afeto neles, seja simpático com os colegas e tolere, resignado, os outros seres humanos. 

4) Leia sempre, todo dia, a vida inteira! Um livro por semana é algo muito bom. Não consegue? Dois por mês. Um único mensal, ao menos. O feito é melhor do que o perfeito. Livro é banho: tem de fazer diariamente ou o cérebro exalará odores fétidos. Livro é alimento: suas ideias morrem de inanição sem eles. Livros são o sangue do pensamento: nunca deixe que a anemia o domine. Romances, livros técnicos da sua área, poesia, livros de viagem, biografias, análises de temas atuais, reportagens, clássicos: leia tudo! Domine suas desculpas esfarrapadas. Em caso de dúvida, leia mais. Tem filhos? Vacine, ame, alimente e leia para eles. É uma herança maravilhosa, a maior que você possa deixar. 

Biblioteca
Livro foi devolvido a uma biblioteca na Pensilvânia depois de 50 anos de emprestado. Foto: Unsplash/@alfonsmc10

5) Tristeza faz parte da existência. Assuma a dimensão trágica do existir. A vida, fora do Instagram, tem dias ruins. Não confunda tristeza com infelicidade e alegria com felicidade. Seria como misturar chuva (estado passageiro) com clima (característica mais duradoura). Se as coisas deram errado, você perdeu seu emprego, terminou um afeto de forma dolorosa ou você foi traído ou traída, a dor vem e deve ser sentida. Chorar não é erro moral. Nos dias tristes, muito respeito consigo e com seu momento. Há dores mais prolongadas e outras que necessitam de ajuda profissional. Todas necessitam de amigos. Lembra-se do conselho? São nosso espelho e, por vezes, devo olhar para ele. Receita de superação: tempo + chá calmante + sono + amigos. Ler ajuda muito também. 

Inspirado no estoicismo, tratei de como enfrentar a crítica permanente do mundo. Segui apelando a Montaigne e a necessidade de ser feliz consigo. Vagas memórias de Aristóteles e outros reforçam a necessidade de amigos como parte da vida virtuosa. Onde posso justificar o hábito de leitura? Basta ver como agem as pessoas públicas que você sabe que não buscam livros. Excelente exemplo! Por fim, busquei um pouco de Byung-Chul Han para pensar na positividade tóxica que nos acomete. Foi lendo que tive tais ideias. Lendo, você acompanhou meu pensamento e dos meus preceptores. Lendo, você pode criticar a mim e a eles. Boas leituras. 

* Leandro Karnal é historiador, escritor, membro da Academia Paulista de Letras, autor de A Coragem da Esperança, entre outros