sábado, 2 de outubro de 2021

O QUE VOCÊ PRECISA CONHECER PARA COMEÇAR A EMPREENDER

Diego Arruda

O Brasil nunca teve tantos empreendedores. Dados do Portal do Empreendedor indicam que, de março de 2020 a dezembro do mesmo ano, o número de MEIs (Microempresas Individuais) registradas aumentou mais de 13%. 

Segundo Diego Arruda, consultor e especialista em empreendedorismo, o período de crescimento do empreendedorismo no Brasil coincide com o início da pandemia de covid-19, que tem imposto medidas restritivas a todos. “Muitas empresas passaram por uma crise devido à pandemia e, por isso, tiveram de demitir alguns funcionários. Esse cenário motivou a criação de inúmeros negócios”, explica.

Como a abertura de um negócio próprio não depende de vocação, mas sim de habilidades e conhecimentos que podem ser desenvolvidos, o especialista Diego Arruda destaca alguns aspectos que não podem faltar para quem deseja começar a empreender – ou para quem já começou, mas ainda não se sente preparado.

Conhecimento sobre finanças

O resultado financeiro de uma empresa é o principal indicador do negócio. Por isso, o empreendedor precisa saber gerir suas finanças. 

“Seu negócio precisa ser lucrativo. Caso contrário, ele não está te trazendo resultados positivos. Por isso, é importante que você saiba quais são seus investimentos e quais são os retornos. A partir disso, é possível calcular a margem de lucro”, aponta Arruda.

O especialista aponta que não é necessário ter graduação para ter o conhecimento necessário para gerir as finanças de uma empresa. De acordo com Arruda, o aprendizado pode ser realizado por meio de livros e cursos on-line – alguns disponíveis gratuitamente.

Conhecimento sobre marketing digital

O conhecimento sobre marketing digital é outro item fundamental dessa lista. Com o desenvolvimento da tecnologia e com as mudanças ocasionadas pela pandemia, os comportamentos dos consumidores mudaram.

Se antes os clientes iam até os estabelecimentos para comprar algo, hoje só precisam visitar uma loja virtual. Dessa forma, é essencial que você saiba como anunciar seus produtos e seus serviços na internet, especialmente nos mecanismos de busca e nas redes sociais.

“Saber divulgar o que você vende é essencial para obter bons resultados. Para isso, busque conhecimento sobre tráfego orgânico e sobre tráfego pago. Ademais, verifique qual público você deseja atingir e, com isso, verifique quais redes sociais podem ser utilizadas para a divulgação. Não se esqueça de que você tem inúmeras possibilidades, como Instagram, Google, LinkedIn e até mesmo TikTok”, explica o especialista.

Conhecimento sobre processos

Por fim, é essencial que um empreendedor tenha conhecimento sobre processos. Esse item é fundamental para garantir a qualidade dos produtos ou dos serviços oferecidos pela empresa.

“Como empreendedor, você precisa saber se sua forma de gerir a empresa é satisfatória. Mais do que isso: deve entender se há outras maneiras mais benéficas para a administração. Assim, é importante se certificar se os processos não podem, de alguma forma, ser melhorados”, finaliza Arruda.

Vale a pena ler qualquer semelhança será mera coincidência !!!

Autor desconhecido

Um ladrão entrou no banco gritando para todos:

” Ninguém se mexe, porque o dinheiro não é seu, mas suas vidas pertencem a vocês.”

Todos no banco ficaram em silêncio e lentamente se deitaram no chão.

Isso se chama CONCEITOS PARA MUDAR MENTALIDADES

Mude a maneira convencional de pensar sobre o mundo.

Com isso, uma mulher ao longe gritou: ” MEU AMOR, NÃO SEJA RUIM PARA NÓS, PARA NÃO ASSUSTAR O BEBÊ “, mas o ladrão gritou com ela:

“Por favor, comporte-se, isso é um roubo, não um romance!”

Isso se chama PROFISSIONALISMO

Concentre-se no que você é especializado em fazer.

Enquanto os ladrões escapavam, o ladrão mais jovem (com estudos profissionais de contabilidade) disse ao ladrão mais velho (que tinha acabado de terminar o ensino fundamental):

“Ei cara, vamos contar quanto temos.”

O velho ladrão, obviamente zangado, respondeu:

“Não seja estúpido, é muito dinheiro para contar, vamos esperar a notícia para nos contar quanto o banco perdeu.”

Isso se chama EXPERIÊNCIA

Em muitos casos, a experiência é mais importante do que apenas o papel de uma instituição acadêmica.

Depois que os ladrões foram embora, o supervisor do banco disse ao gerente que a polícia deveria ser chamada imediatamente.

O gerente respondeu:

“Pare, pare, vamos primeiro INCLUIR os 5 milhões que perdemos do desfalque do mês passado e relatar como se os ladrões os tivessem levado também”

O supervisor disse:

“Certo”

Isso se chama GESTÃO ESTRATÉGICA

Aproveite uma situação desfavorável.

No dia seguinte, no noticiário da televisão, foi noticiado que 100 milhões foram roubados do banco, os ladrões só contaram 20 milhões.

Os ladrões, muito zangados, refletiram:

“Arriscamos nossas vidas por míseros 20 milhões, enquanto o gerente do banco roubou 80 milhões em um piscar de olhos.”

Aparentemente, é melhor estudar e conhecer o sistema do que ser um ladrão comum.

Isto é CONHECIMENTO e é tão valioso quanto ouro.

O gerente do banco, feliz e sorridente, ficou satisfeito, pois seus prejuízos foram cobertos pela seguradora no seguro contra roubo.

Isso se chama APROVEITANDO OPORTUNIDADES ..

ISSO É O QUE MUITOS POLÍTICOS FAZEM ESPECIALMENTE NESTA *PANDEMIA, ELES A USAM PARA ROUBAR E RESPONSABILIZAR O VÍRUS.

A startup digital ValeOn daqui do Vale do Aço, tem todas essas qualidades, não me refiro aos ladrões e sim no nosso modo de agir:

Estamos lutando com as empresas para MUDAREM DE MENTALIDADE referente à forma de fazer publicidade à moda antiga, rádio, tv, jornais, etc., quando hoje em dia, todos estão ligados online através dos seus celulares e consultando as mídias sociais a todo momento.

Somos PROFISSIONAIS ao extremo o nosso objetivo é oferecer serviços de Tecnologia da Informação com agilidade, comprometimento e baixo custo, agregando valor e inovação ao negócio de nossos clientes e respeitando a sociedade e o meio ambiente.

Temos EXPERIÊNCIA suficiente para resolver as necessidades dos nossos clientes de forma simples e direta tendo como base a alta tecnologia dos nossos serviços e graças à nossa equipe técnica altamente especializada.

A criação da startup ValeOn adveio de uma situação de GESTÃO ESTRATÉGICA apropriada para atender a todos os nichos de mercado da região e especialmente os pequenos empresários que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.

Temos CONHECIMENTO do que estamos fazendo e viemos com o propósito de solucionar e otimizar o problema de divulgação das empresas da região de maneira inovadora e disruptiva através da criatividade e estudos constantes aliados a métodos de trabalho diferenciados dos nossos serviços e estamos desenvolvendo soluções estratégicas conectadas à constante evolução do mercado.

Dessa forma estamos APROVEITANDO AS OPORTUNIDADES que o mercado nos oferece onde o seu negócio estará disponível através de uma vitrine aberta na principal avenida do mundo chamada Plataforma Comercial ValeOn 24 horas por dia e 7 dias da semana.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (WP)

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sexta-feira, 1 de outubro de 2021

PF QUIS PRENDER EMPRESÁRIO SEM PROVAS

 

 JOSÉ MARQUES E FLÁVIO FERREIRA – FOLHA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ao solicitar as medidas que resultaram em operação de busca e apreensão nesta quinta (30), que ligou suspeitas de corrupção na Petrobras a empresas que são alvo da CPI da Covid, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal pediram a prisão temporária de Francisco Emerson Maximiano, dono da Precisa e da Global.

Também solicitaram busca e apreensão na residência do empresário, em Brasília. Esses pedidos de busca foram negados pela juíza Maria Carolina Akel Ayoub, da 2ª Vara Federal Criminal de São Paulo, sob o argumento de que, apesar de ser o diretor da empresa, não havia indícios de que Maximiano tinha conhecimento das supostas irregularidades.

“Não se está aqui a ignorar o fato de que o cargo de diretor-presidente possui grande domínio sobre as decisões da empresa, de natureza administrativa, comercial e econômico-financeira”, afirmou a magistrada.

“No entanto, não se pode perder de vista que os crimes apurados nesta cautelar são do tipo dolosos, ou seja, o agente criminoso atua para produzir o resultado lesivo ou assume o risco para produzi-lo”, disse, em seu despacho.

“Necessária, além da demonstração da participação societária, a indicação de indícios, ainda que mínimos, do envolvimento do investigado nos fatos supostamente criminosos, sob pena de se promover uma responsabilidade penal objetiva”, completou.

O pedido do Ministério Público Federal justificava que a busca e apreensão seria necessária para localizar dados que indicassem a destinação final dos valores suspeitos de terem sido usados para pagamento de propina, sobretudo a partir de análise em mensagens de celulares e em equipamentos eletrônicos dos envolvidos.

Além da prisão de Maximiano, a PF e a Procuradoria também pediram a prisão temporária dos empresários Daniel Peixoto e Marco Antonio Carbonari, suspeitos de participarem do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro.

No seu pedido, o procurador da República Vicente Mandetta diz que os três também são investigados em diversas operações, “e até em relação a fatos bastante recentes, relacionados à corrupção e fraudes envolvendo a aquisição de vacinas contra Covid-19, a denotar dolo intenso e absoluta ausência de comprometimento social”.

Ele também argumentava que havia a possibilidade de destruição de provas.

Em outra decisão, uma juíza afirmou, sobre o pedido de prisão de Maximiano, que “não há indícios suficientes de sua participação nos fatos apurados, de modo que, da mesma forma, inexiste justa causa para a decretação de sua prisão temporária”.

“Quanto aos demais investigados, entendo não ter sido comprovada a imprescindibilidade da prisão temporária, pois não foram trazidos pela autoridade policial, até o presente momento, fatos que apontem tentativa de impor obstáculos às investigações”, afirmou a magistrada Silvia Maria Rocha.

Na ação desta quinta, cerca de 50 policiais federais e servidores da Receita Federal cumpriram oito mandados de busca e apreensão na Grande São Paulo e na cidade de Passos (MG). Ela foi intitulada de Acurácia, e é a 14ª fase da Operação Descarte, iniciada em 2018 em São Paulo.

O principal indício neste caso contra a Global e Maximiano tem origem em um acordo de delação premiada assinado em 2019 por dois advogados, Luiz Carlos D’Afonseca Claro e seu filho Gabriel Claro.

Eles apontam um esquema de lavagem de dinheiro com a utilização de laranjas e empresas de fachada​.

Os Claros afirmaram também ao Ministério Público que seu escritório ajudou a fornecer dinheiro vivo a operadores de políticos do MDB de 2014 a 2016.

Nesta quinta, além da operação, a Justiça Federal retirou o sigilo de uma denúncia que havia sido feita contra Maximiano, sob acusação de corrupção ativa. O caso envolve suspeitas de R$ 2,5 milhões em pagamentos de propinas, entre 2011 e 2014, em troca de um contrato da Global relacionado aos Correios.

A denúncia, do Ministério Público Federal em São Paulo, ainda não foi aceita ou rejeitada pela Justiça.

Essa movimentação financeira teria, segundo a delação, objetivo de saldar dívidas do ex-senador Romero Jucá (RR) e do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (RJ), ambos emedebistas. O esquema, segundo Gabriel, movimentou de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões.

As suspeitas são que esse dinheiro foi usado para repassar propina a operadores de políticos do MDB para obter um contrato de fornecimento de remédios para funcionários da Petrobras.

Sobre a operação desta quinta, a defesa de Maximiano e da Global afirma que “chega a ser surreal repetir a mesma busca e apreensão pela terceira vez em 13 dias, dessa vez para ir atrás de documentos sobre o que delatores disseram que teria acontecido sete anos atrás”.

“Não há qualquer contemporaneidade ou qualquer elemento mínimo para justificar essa operação. O que há, sim, é um oportunismo, graças ao retorno da pirotecnia em torno das operações policiais que, em tempos racionais, jamais seriam deferidas pelo Poder Judiciário, ante a manifesta ausência de fundamentação”, afirmam, em nota, os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.

Gabriel Domingues, advogado de Carbonari, diz que seu cliente e a IMA “são reconhecidos na área de tecnologia e nunca tiveram qualquer ligação e atuação na área de medicamentos ou vacinas, de modo que não há relação jurídica ou comercial com a Global, ou qualquer outra empresa de medicamentos”.

“A 14ª fase da Operação Descarte é oriunda da colaboração premiada de Luiz Claro e Gabriel Claro. Desta forma, não há qualquer expectativa de confiança e veracidade nas palavras de delatores, sobre fatos ainda em apuração pela Justiça”, afirma a defesa.

A reportagem não localizou a defesa de Daniel Peixoto. As assessorias de Romero Jucá e de Eduardo Cunha não se manifestaram.

BOLSONARO REVELA DÍVIDA MILIONÁRIA DA PETROBRAS

 

ISTOÉ

Em resposta às críticas sobre o alto preço dos combustíveis, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que o alto custo de vida em seu governo é justificado porque, em sua gestão, não pode-se gastar mais, como feito nos governos anteriores. Em repúdio aos governos do PT, Bolsonaro afirmou que a dívida da Petrobras deixada para sua gestão foi de cerca de R$ 230 bilhões em obras anunciadas e não construídas. Segundo ele, a população tem razão em reclamar, mas é preciso entender o contexto nacional.

“Não estou me esquivando da minha responsabilidade, mas uso sempre uma passagem bíblica: Por falta de conhecimento, o povo pereceu”, destacou o chefe do Executivo, em cerimônia de sanção do Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) para obras do metrô de Belo Horizonte (MG) e do lançamento da pedra fundamental do Centro Nacional de Vacinas nesta quinta-feira (30).

Apesar de negar fugir de suas responsabilidades, Bolsonaro adicionou um novo personagem ao embate que travou com governadores sobre o alto preço de combustíveis e gás. Destacou que não quer brigar com nenhum gestor estadual, mas que apenas quer “fazer cumprir a emenda constitucional sobre o ICMS”.

Segundo ele, suas críticas têm como objetivo fazer com “que todo mundo tenha sua responsabilidade no preço final do combustível”.

Bolsonaro destacou que o Brasil é autossuficiente em petróleo e, por isso, há de se buscar uma forma de resolver o problema da inflação. De acordo com ele, ao falar sobre o preço do gás natural, o presidente declarou que “ninguém quer quebrar contrato gás, mas temos que encontrar formas de reajustá-lo”.

Na esteira de elogios ao próprio governo, Bolsonaro afirmou que o compromisso do Executivo é fomentar o livre mercado e lutar pela meritocracia. “O Estado não existe para tutelar o povo, mas para não atrapalhar”, enfatizou. Em um discurso que enaltece o que classifica como “luta pela democracia e liberdade”, o presidente citou as manifestações de 7 de setembro e disse que, “cada vez mais, nos vemos obrigados para que cada um dos incisos do artigo 5 da constituição seja cumprido”. O artigo 5º da Constituição assegura o direito à liberdade, igualdade, segurança e propriedade.

Vacinas

Durante o evento, Bolsonaro voltou a negar que ele seja um “negacionista da vacina”, mas continuou a colocar em xeque a segurança dos imunizantes ao declarar que a maioria das vacinas ainda estão com registro emergencial. Alegando estar respeitando a liberdade individual, o presidente reforçou que o governo não vai obrigar a imunização.

“Nós conseguimos a vacina para todos os brasileiros que acharem que devem se vacinar, que se vacinem, mas respeitamos o direito daqueles que, porventura, não querem se vacinar”, declarou, renovando suas críticas à proposta do passaporte da vacinação.

IDA DE LUCIANO NA CPI REVELOU AS MÁS INTENÇÕES DO G7

Dono da Havan

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

O empresário Luciano Hang, em depoimento à CPI| Foto: Leopoldo Silva/Agência SenadoREVOLU

De depravação em depravação, num surto extremado e contínuo de agressões às normas mais elementares da atividade parlamentar, o relator e o presidente da “CPI da Covid”, mais o grupo de senadores que agem a seu serviço, construíram nos últimos meses um desastre — um insulto, na verdade, à população brasileira que paga seus salários e privilégios, e o mais deprimente episódio de desmoralização da história recente do Senado Federal.

Como esperar qualquer seriedade da ação política no Brasil depois da exibição pública, repetida e cada vez mais grosseira de atos de banditismo — contra as testemunhas, contra os inimigos e principalmente contra os fatos — por parte dos responsáveis pela CPI?

Pior: esses acessos de delinquência serial foram praticados com o objetivo específico de atacar o governo diante da mídia. Tiveram o apoio militante da maioria dos veículos de comunicação. A CPI foi montada para agredir o presidente da República e o seu governo — e se alguma coisa é “contra o Bolsonaro”, o apoio dos jornalistas é automático e absoluto, sem questionamento algum.

Pensava-se, já há tempo, que a CPI do senador do Amazonas e do senador de Alagoas, mais seus coadjuvantes, tinha chegado ao fundo do poço em matéria de sordidez explícita. Mas os fatos mostram que o fundo do poço, quando se trata desta abjeção, ainda é muito mais embaixo — e só deve ser atingido, mesmo, quando a CPI fizer a sua última sessão. É como diz o velho provérbio: não há limite para o pior.

A mais recente demonstração dessa realidade foi o “depoimento”, como disseram, do empresário Luciano Hang, presidente do Grupo Havan — na verdade uma sequência de agressões pessoais, violentas e sem cabimento algum contra ele. Sabe-se muito bem de onde vem todo esse ódio: Hang é um admirador eloquente de Jair Bolsonaro e isso, para a CPI, é o pior crime que alguém pode cometer no Brasil de hoje.

O episódio, um concentrado de baixaria, falsidade e jogo sujo que fez a ministra Damares sugerir o banimento das transmissões da CPI para depois do horário apropriado ao público infantil, não revelou um átomo sequer de alguma conduta errada por parte do empresário. E nem era mesmo para apurar nada — a intenção dos gestores da CPI, do começo ao fim, foi chamar uma vítima para malharem na frente da mídia. Vai ser este, exatamente, o resultado do depoimento em termos de valor legal ou jurídico: três vezes zero. Os senadores fizeram mais um desfile de fantasias. Os jornalistas bateram palmas. Na vida real não vai acontecer nada.


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CORRUPTO TERÁ VIDA MAIS TRANQUILA COM A NOVA LEI

 

Lei da Improbidade

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Senado aprovou projeto que modifica a Lei de Improbidade Administrativa| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O Senado Federal aprovou projeto de lei que facilita a vida do corrupto brasileiro. Felizmente, o texto terá que voltar para a Câmara porque foi alterado. O projeto alivia para aquele corrupto que faz assim: vai levando que eu vou fingir que não vejo. Para ser punido tem que haver dolo, ou seja, intenção de praticar corrupção. Agora quem for corrupto por omissão, incompetência, imprudência ou negligência, aí não tem problema. Felizmente, repito, isso volta para a Câmara.

Gás social
A Câmara aprovou projeto que cria o gás social, que ainda vai para o Senado. É uma ajuda para os mais pobres que estão com dificuldade para comprar o gás de cozinha. Depois de aprovado pelo senadores, caberá ao Ministério da Cidadania regulamentar isso, para definir quem tem direito ou não. A única coisa definida é que o auxílio será pago num período não superior a 60 dias.

Enquanto isso, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou uma verba de R$ 300 milhões para um programa de 15 meses de auxílio-gás. A Petrobras reconhece que o gás está caro. Sem alterar o preço, o combustível continua subindo. Subiu 5% agora. O gás está caríssimo.

O preço mínimo do botijão de 13 kg é R$ 75, segundo a Agência Nacional de Petróleo, no Nordeste. No Centro-Oeste é R$ 130. Preço médio de R$ 98. E não é só aqui. Lá na Inglaterra subiu quase 300%; na Alemanha e na França subiu por volta de 150%.

É a inflação dos países que contiveram demais a economia na pandemia. Aqui a nossa inflação é menos, sinal que a “economia a gente vê depois”, mas a gente conseguiu ver antes. O FMI achava que a gente ia ter uma queda de 9% no PIB e a queda ficou em metade disso, e este ano vai se recuperar, vai subir 5%.

Passaporte vacinal 
Um vereador de Maricá (RJ), que foi impedido de entrar na Câmara de Vereadores porque não tomou vacina contra Covid-19, conseguiu uma liminar no Tribunal de Justiça para suspender o tal passaporte vacinal. O desembargador Paulo Sérgio Rangel do Nascimento concedeu habeas corpus coletivo, ou seja, serve para todo mundo, para exercer o direito de ir e vir previsto na Constituição.

O desembargador lembrou em sua decisão o tempo da escravidão em que escravos não podiam entrar em certos lugares. E lembrou também da Alemanha nazista, quando judeus precisavam de salvo conduto para poder circular no seu próprio país.

Santa Catarina já tinha deixado de lado o passaporte e sido mais realista. O governo disse: “não, espera aí. Se precisar exigir um lugar em que vai haver grande aglomeração, exige-se o exame de anticorpo”.

Óbvio, porque se não veja: o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, por exemplo, estava com o passaporte vacinal. Ele podia entrar em qualquer lugar, mas mesmo assim estava com Covid.

NOTA DO EDITOR: O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, derrubou a liminar que havia suspendido o passaporte da vacina em Maricá nesta quinta-feira (30).


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PARTICIPAÇÃO DOS DESIGUAIS NOS IGUAIS

Por
Francisco Razzo – Gazeta do Povo

Cronograma de Carga e Lacração – preparação da urnas para o 2° turno das Zonas Eleitorais do Paraná – Tags: eleições2018, eleições, voto, sulfrágio, Tribunal, urna eletronica. Fotos: André Rodrigues

Urnas eletrônicas usadas no processo eleitoral.| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo / Arquivo

Não há nada mais difícil para a vida de uma república do que dar aos desiguais plena participação política entre os iguais. Como ironizava George Orwell em A Revolução do Bichos: “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”. Trata-se da implacável crítica ao regime da tirania dos porcos: o stalinismo. Afinal, o igualitarismo compulsório é um dos maiores atentados contra a natureza, não só dos bichos como a humana – o livro de Orwell é um fábula pra gente grande.

A propósito, a PEC da reforma eleitoral 2021 acaba de ser aprovada no Congresso. Alguns grupos comemoram como se ela representasse “a maior reforma eleitoral da história da democracia brasileira”. Obviamente, refiro-me a “temas sensíveis”, como cotas raciais e de gênero, financiamento de campanha e outros tantos tópicos de interesse republicano. Sensível mesmo é este tópico: para incentivar candidaturas de mulheres e negros, os votos a essas pessoas serão contados em dobro para fins de distribuição de recursos do fundo partidário.

Políticas identitárias têm fetiches por abstrações. “Negros” e “mulheres” são conceitos que forçam todo um processo social de igualação do não igual. Entre si, mulheres são substancialmente diferentes umas das outras. Entre negros isso não é diferente. Ou todos os negros e mulheres são iguais uns aos outros?

À primeira vista, a solução para incentivar mulheres e negros a participar da vida política parece atraente. A despeito da igualdade dos cidadãos parente a lei, o importante é saber tratar com justiça as desigualdades. Se não me engano, foi Aristóteles o autor do insight de que a justiça da polis consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. Os especialistas devem encontrar boas razões para que desiguais sejam tratados em suas desigualdades e os iguais, em suas igualdades. Mas precisamos ter cautela com isso.

Por exemplo, sei que existe uma delicada distinção entre igualdades formais e igualdades sociais ou materiais. Na perspectiva da lei, todos são iguais; socialmente falando, há profundas desigualdades. Ora, não se pode querer corrigir desigualdades sociais destruindo a igualdade perante a lei. Não há república sem o princípio de isonomia. Até Aristóteles sabia disso. De fato, não se pode tratar pessoas como se fossem abstrações vazias. Perante a lei, todos são iguais. Na realidade substantiva que compõe o tecido social, todos são diferentes.

A lei deve assegurar mais do que igualdades formais. Se diante da lei somos iguais, diante uns dos outros não o somos. A lei deve amparar essas desigualdades sem destruir o princípio de igualdade. Como resolver esse impasse da vida em sociedade sem incorrer na destruição desse princípio fundamental? Políticas identitárias também têm fetiches por abstrações. “Negros” e “mulheres” são conceitos que forçam todo um processo social de igualação do não igual. Na prática, entre si mulheres são substancialmente diferentes umas das outras. Entre negros isso não é diferente. Ou todos os negros e mulheres são iguais uns aos outros? Só o são perante a lei.


Ser “mulher” ou ser “negro” como critério para incentivar participação política, na verdade, mascara o total desprezo pela realidade efetiva dos desiguais. Aqui não estamos mais no âmbito das desigualdades substantivas que merece amparo da lei. Se o raciocínio que orienta a compreensão do princípio da isonomia constitucional contempla igualmente os iguais e desigualmente as situações desiguais, isso não acontece quando negros e mulheres são reduzidos a meras abstrações para fins ideológicos.

Esse tipo de incentivo – “contar em dobro o voto dessas pessoas” –, no fundo, não só tende a destruir o princípio republicano de isonomia como despreza diferenças substantivas entre essas pessoas. Para ser mais preciso, essa diferenciação consiste em tratar a todos como cidadãos de segunda classe, que só participam da política quando incentivados por interesses de natureza não política.

A verdade é que cidadãos da república não deveriam escolher seus representantes políticos por afinidades identitárias (mulher votar em mulher; negro votar em negro), mas por afinidade de ideias. São as ideias que distinguem pessoas e fazem da república um espaço efetivamente democrático. Representação política e virtudes republicanas não têm a ver com a cor da pele e tampouco com o gênero. Prova disso é como alguns ideólogos da esquerda tratam mulheres e negros que não rezam pelo mesmo cardápio de suas ideologias. No fim, já não se pode mais distinguir homens de porcos.


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HISTÓRIA DOS VIKINGS

 

 Michael Dirda – Jornal Estadão

Harald Hardrada, o aventureiro nórdico do século 11 do livro de Don Hollway O Último Viking, levou uma vida cheia de batalhas, viagens, intrigas e violência. Especialmente violência. Como observou Tom Shippey em sua história da cultura Viking, Laughing Shall I Die, tudo que os guerreiros armados com machados do Norte faziam “era baseado na violência. Os vikings eram bons nisso, muito bons, espetacularmente bons.”

Vitral da Kirkwall Cathedral exibe imagem de Harald Hardrada© Colin Smith/Wikimedia Commons Vitral da Kirkwall Cathedral exibe imagem de Harald Hardrada

E ninguém mais importante que Harald Hardrada, Harald, o Governante Severo ou Tirano, cujos métodos saqueadores tiveram um fim na Inglaterra, na Batalha de Stamford Bridge, perto de York, no crucial ano de 1066. Na verdade, o invasor de 51 anos, naquele momento rei da Noruega, foi pego de surpresa. O rei Anglo-Saxão Harold Godwinson inesperadamente levou seu exército para o Norte, cobrindo cerca de 320 Km em quatro ou cinco dias ao invés das habituais duas semanas. Hollway chama isso de “um dos maiores feitos em tática militar da história medieval”. Mesmo assim, embora Harald, o “trovão do Norte”, tenha sido vencido e morto, ele, inconscientemente, exigiu uma vingança fria. Imediatamente após esta vitória custosa e árdua, o rei anglo-saxão e suas tropas exaustas foram obrigados a voltar para o sul para enfrentar Guilherme da Normandia – que logo seria Guilherme, o Conquistador – na Batalha de Hastings. Um exército mais novo e maior poderia ter mudado a história da Inglaterra. Da forma que aconteceu, em apenas três semanas, tanto a era dos Vikings quanto o reinado dos Anglo-Saxões chegaram a um final sangrento.

Quando pensamos nos Vikings, geralmente imaginamos navios dragão invadindo as costas da Inglaterra e da Escócia ou navegando intrepidamente para oeste pelo Atlântico para a Islândia e, provavelmente, para a América do Norte. Ainda assim, Harald passou boa parte de sua juventude no selvagem, selvagem Leste, onde esse “quase lendário herói nórdico” – como John Julius Norwich o chama em Byzantium: The Apogee – foi um mercenário na Guarda Varangiana da elite do Império Bizantino, eventualmente tornando-se seu comandante de fato. Ele também participou de missões diplomáticas e ações militares na Terra Santa, Sicília e na própria Constantinopla. Para além disso, as coisas ficam um pouco nebulosas.

Muito do que sabemos sobre Harald deriva de sagas, poemas e histórias islandesas, complementados por fontes bizantinas, como a de Michael Psellus Chronographia. Em O Último Viking, Hollway, um jornalista especializado em história militar, junta dramaticamente todos os fatos e tudo que se imagina sobre o Viking, o resultado é ao mesmo tempo uma biografia e “uma fusão, comparação e novas narrações de antigas histórias”. O belo guerreiro loiro era o preferido da envelhecida e luxuriosa Imperatriz Zoe? Ele arrancou os olhos do pusilânime imperador Miguel V? Ele era o amante secreto da amante do imperador Constantino IX? O trono imperial estaria realmente ao alcance de sua espada? Embora seja impossível ter certeza, todas essas perguntas poderiam ser respondidas com “sim”. Isso é o que os poetas e cronistas acreditavam e essa é a história fascinante que Hollway conta.

No ano de 1030, Harald tinha 15 anos quando se juntou ao seu meio-irmão bem mais velho Olaf, rei deposto da Noruega, em sua tentativa de retomar o trono. Logo antes da tensa batalha de Stiklestad, Olaf disse a Harald que ele era muito jovem para o combate de armas que se aproximava, ao que o adolescente teria rebatido: “Com certeza estarei nessa batalha. Não sou tão fraco para manejar uma espada. Se necessário, minha mão pode ser amarrada ao seu cabo”. Durante a luta, Olaf foi morto e Harald, dado como morto. Mas o menino sobreviveu, recuperou-se dos ferimentos e com uma pequena companhia que ia para a Rússia, viajou pelo rio Neva para o lago Ladoga e então para Kiev, onde o Príncipe Yaroslav, seu parente, governava. Três anos depois, com apenas 18, Harald era o capitão da guarda doméstica do príncipe. Reconhecendo que não poderia ir muito longe em Kiev, esse ambicioso comandante nato, navegou pelo rio Dnieper, então cruzou o Mar Negro para Miklagard, a Grande Cidade, como Constantinopla era chamada pelo escandinavos.

Hollway dedica metade do livro às aventuras e maquinações de Harald durante a década que passou com a Guarda Varangiana. Ao fim desses anos, o Viking e seus tenentes mais próximos foram jogados em uma masmorra sem luz, mas mesmo assim conseguiram fugir, sequestrar a amante do imperador e comandar duas galés. Mas e daí? A fuga pelo mar estava bloqueada por uma pesada corrente formando uma barreira esticada sobre o estuário conhecido como Golden Horn. Sempre astuto, Harald ordenou que seus homens remassem em direção a ela com toda força enquanto ele e outros a bordo correram para a popa do navio. Isso levantou a proa alto o suficiente para que o navio passasse até a metade por cima da corrente, e nesse momento, todos correram para a frente para elevar a parte de trás da galé, fazendo com que o navio deslizasse para o mar aberto.

De volta a Kiev, Harald casou-se com Elisaveta, a bela filha de Yaroslav, e então viajou de volta para casa para tomar o poder na Noruega e tentar subjugar a Suécia e a Dinamarca. Até esse ponto, o Viking poderia ser visto como um herói ou, no mínimo, um soldado brilhantemente audacioso e inteligente, mas em seu impulso implacável para governar toda Escandinávia, rapidamente tornou-se traiçoeiro e cruel, saqueando e queimando cidades dinamarquesas, assassinando qualquer nobre que se levantasse contra ele. Seu estandarte de batalha, uma seda branca trazendo a imagem de um corvo negro, ficou conhecido como Land-Waster. A chance de subjugar a Inglaterra finalmente levou Harald à última batalha em Stamford Bridge.

Esgrimista e recriador histórico, Don Hollway destaca-se na descrição do armamento medieval, paredes de escudos e táticas de batalha. Contudo, esse livro não é apenas para fãs de história militar. Se você ama a obra-prima picaresca de Frans Bengtsson, The Long Ships‘, a obra cheia de intrigas de Robert Graves I, Claudius, ou a fantasia heroica no estilo de Robert E. Howard, George R.R. Martin e Howard Andrew Jones, deve a si mesmo a leitura de The Last Viking. /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

DEPUTADOS RECEBEM AUXÍLIO MUDANÇA SEM MUDAR

 

Por
Lúcio Vaz – Gazeta do Povo

O mandato de quatro meses do deputado Leonardo Gadelha (PSC-PB) custou R$ 350 mil.| Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O pagamento de auxílio mudança a deputados federais que assumiram o mandato durante a pandemia da Covid-19 custou R$ 911 mil aos cofres públicos. O valor do benefício – R$ 33,7 mil – representa R$ 135 “auxílios emergenciais”, pago a famílias em situação de miséria absoluta. Mas o fato é que não há mudança. A ajuda de custo dada aos deputados é, na verdade, um salário extra. E os suplentes ainda fizeram despesas com a divulgação dos breves mandato, consultorias, aluguel de carrões e até de aeronaves.

De março de 2020 até agosto deste ano, pelo menos 27 deputados foram contemplados com o auxílio mudança. Dez deles assumiram o mandato definitivamente, em decorrência de renúncia ou morte dos titulares, mas 17 estiveram ou ainda estão de passagem pela Câmara em mini mandatos de quatro meses, enquanto os titulares tiram licença para tratar de assuntos particulares ou assumir cargos de secretários estaduais.

O detalhe curioso é que os deputados não precisam fazer mudança porque moram em hotéis ou em apartamentos funcionais mobiliados, com troca de móveis constante e uma reforma estrutural que já dura 12 anos, ao custo de R$ 220 milhões, em valores atualizados. E não faria sentido fazer uma mudança para ficar apenas quatro meses em Brasília.


Quanto custa a mordomia
Contando com os salários e mais penduricalhos como auxílio-moradia, auxílio mudança e 13º salário, um desses breves deputados chega a receber R$ 185 mil em quatro meses. O 13º proporcional, no valor de R$ 8,4 mil, supera o teto do INSS – R$ 6,4 mil. Mas não são apenas esses os gastos gerados pelos minis mandatos. Tem ainda a cota para o exercício do mandato, o “cotão”, que paga passagens aéreas, divulgação, consultoria, combustível e até fretamento de aeronave. A despesa total alcança R$ 350 mil por deputado.

O deputado Leonardo Gadelha (PSC-PB), por exemplo, assumiu o mandato de 31 março a 7 de agosto deste ano, na vaga de Ruy Carneiro (PSDB). E chegou alugando dois veículos, um Nissan Sentra e um Jeep Renegade, o que gerou uma despesa de R$ 32 mil. Mas ele torrou dinheiro mesmo com divulgação parlamentar – um total de R$ 107 mil, numa média mensal de R$ 27 mil. Investiu muito nas redes sociais, mas também distribuiu verba para a divulgação do seu mandato em 13 veículos locais – o jabá institucionalizado. Gadelha usou R$ 164 mil do “cotão” e ganhou R$ 185 mil de salários, incluindo o 13º proporcional.

Odorico Monteiro (PSB-CE) exerceu o mandato de deputado de 16 de abril a 12 de agosto. Ele recebeu R$ 184 mil entre salários e penduricalhos, incluindo aquele 13º, e gastou mais R$ 132 mil do “cotão”, sendo R$ 20 mil com divulgação do breve mandato, R$ 34 mil com o aluguel de carros e R$ 38 mil com consultorias sobre projetos em andamento na Câmara. A conta para o contribuinte fechou em R$ 316 mil. Os veículos alugados eram um Toyota Corolla e um Virtus.


Mandato de 42 dias
Rafafá (PSDB-PB) assumiu a vaga de Pedro Cunha Lima (PSDB) durante três meses e meio, a partir de abril deste ano. Os salários, auxílios e 13º somaram R$ 179 mil. A verba para divulgação do mandato chegou a R$ 49 mil, com divulgação nas redes sociais. Ele também gastou R$ 50 mil com consultorias, sendo R$ 40 mil por serviços contratados em julho – último mês no cargo. A nota fiscal não informa o motivo de contratação tão urgente.

O mandato do deputado Rafafá (PSDB-PB) durou três meses e meio/ Pablo Valarares/Câmara dos Deputados
A deputada Norma Pereira (PSDB-SC) exerceu o mandato por 42 dias, de 31 de março a 11 de maio deste ano, no lugar de Carmen Zanotto (Cidadania), que assumiu uma Secretaria Estadual. Norma recebeu salário integral em abril e proporcional em maio (R$11,2 mil), mais o auxílio mudança. Ao todo, com os penduricalhos, ganhou R$ 87 mil. Gastou, ainda, mais 17 mil do “cotão”, sendo R$ 6 mil pelo aluguel de uma Sportage.

Danilo Forte (PSDB-CE) assumiu o mandato como suplente em junho de 2020, permanecendo no cargo por quatro meses. Em dezembro, foi efetivado, com a renúncia de Roberto Pessoa (PSDB). Mas não há registro de que tenha recebido o auxílio-mudança. Por outro lado, Forte usou fartamente o “cotão” enquanto suplente, em 2020, gastando R$ 145 mil em quatro meses. Pagou R$ 7,8 mil pelo aluguel de uma Trailblazer durante três meses. No quarto, fretou uma aeronave, por R$ 12 mil, para se deslocar até Juazeiro.

Após assumir o mandato, torrou ainda mais a verba para o exercício do mandato. Em nove meses, gastou R$ 318 mil. Em agosto, fretou um helicóptero Esquilo para fazer sobrevoos em Itapajé, Pecem e Taíba, no dia 5, pagando R$ 14 mil. Dia 27, gastou mais R$ 10 mil para fazer sobrevoos em Itapajé. Tudo por conta do contribuinte.


Gastança já foi maior
Resta um consolo ao pagador de impostos: a gastança com o auxílio mudança já foi bem maior. A Câmara chegou a pagar o benefício para deputado que ficou apenas um dia no cargo. Em 2009, a Câmara passou a ser mais rígida, em termos: exigiu o mínimo de 30 dias de mandato para pagar a “ajuda” integral. Em 2014, a ajuda virou oficialmente “auxílio-mudança”, paga no início e no final da legislatura, de quatro anos.

O Decreto Legislativo 276/2014 estabelece que é devida aos membros do Congresso Nacional, no início e no final do mandato, ajuda de custo equivalente ao valor do subsídio, “destinada a compensar as despesas com mudança e transporte”. O decreto legislativo é aprovado pela Câmara e pelo Senado e não vai à sanção presidencial. O Decreto 276/2014 foi promulgado pelo então presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), em 18 de dezembro daquele ano.

Pouco antes de deixar o mandato, o então presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) aprovou Ato da Mesa impondo mais uma exigência: vetou o pagamento da ajuda de custo de término do mandato para deputados que não cumpram o mínimo de 180 dias no cargo. Quando presidente, porém, pagou o auxílio até para quem ficou apenas 1 mês e pouco no cargo.

O benefício foi criado há 70 anos, com o nome de “ajuda de custo”, para compensar as despesas de transporte. Em 1995, um decreto legislativo determinou o pagamento da ajuda no início e no final do ano legislativo (duas vezes por ano) e também nas convocações extraordinárias do Congresso Nacional. Nesses casos, eram pagas mais duas ajudas, no início e no final do mês de cada convocação. Quando havia convocação em janeiro e julho, os deputados recebiam até seis auxílios por ano.

Levantamento feito pelo blog, com dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, mostrou que a mordomia já custou R$ 31 milhões em 20 anos. Pelo menos 28 suplentes receberam a “ajuda de custo” após ficarem até 30 dias no cargo.


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