sábado, 18 de setembro de 2021

DIA 21 DIA MUNDIAL DO ALZHEIMER

 

 Dr, Adiel Rios

2021 marca o 10º ano da campanha Setembro: Mês Mundial da Doença de Alzheimer, uma iniciativa global que objetiva desafiar o estigma e a desinformação que ainda envolvem a demência. Em 21 de setembro, Dia Mundial da Doença de Alzheimer, a Alzheimer Disease International (ADI) lançará seu Relatório Mundial de Alzheimer que, neste ano, se concentrará no aspecto do diagnóstico, levantando questões importantes para sistemas de saúde, governos, gestores e pesquisadores.

No Brasil, cerca de 1,2 milhão pessoas vivem com alguma forma de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. Em todo o mundo, o número chega a 50 milhões de pessoas. Segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International, os números poderão chegar a 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050, devido ao envelhecimento da população.

“O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, progressiva e ainda sem cura. Atinge, em geral, pessoas acima dos 65 anos de idade. Essa é a forma mais comum de demência no idoso. Estudos mostram que a doença está relacionada ao acúmulo no cérebro de placas formadas pela proteína beta-amiloide. Sua aglutinação entre os neurônios impede a transmissão de sinais, prejudicando toda a atividade neural”, afirma Dr. Adiel Rios, mestre em Psiquiatria e Psicologia Médica pela UNIFESP e pesquisador do Instituto de Psiquiatria da USP.

Sintomas iniciais

Nas fases iniciais, os sintomas mais importantes são as falhas progressivas de memória em relação a fatos recentes. Já os fatos antigos, ficam preservados. “A pessoa pode se lembrar detalhadamente de fatos que ocorreram há 50 anos, mas não se lembra de algo que aconteceu ontem, ou há poucas horas. Muitas vezes, faz a mesma pergunta repetidamente, ouve a resposta, mas logo se esquece e pergunta de novo”, explica o psiquiatra.

A medida que a doença progride, a pessoa começa a ter dificuldade para se orientar no tempo e espaço. Ela pode ir a um lugar que já frequenta sempre, mas acaba se perdendo na rua ou esquecendo o caminho de volta para casa. Outros sintomas são alterações do sono, agitação ou apatia, e até quadros psicóticos. “Na fase final da doença, o paciente perde a capacidade de se expressar, não reconhece nem os familiares e não consegue mais cuidar de si mesmo, demandando a presença de cuidadores em tempo integral”, alerta Adiel Rios.

Outros sinais importantes:

– Diminuição da capacidade de juízo e de crítica

– Dificuldade de raciocínio

– Colocar coisas no lugar errado

– Alterações frequentes de humor e comportamento

– Mudanças na personalidade

– Perda da iniciativa para realizar tarefa

Tratamento

Apesar de ainda não haver cura para a doença de Alzheimer, já existem opções de tratamento: medicamentos (disponíveis nas farmácias do SUS), reabilitação cognitiva, terapia ocupacional e controle de doenças crônicas, como hipertensão arterial, hipercolesterolemia e diabetes, que podem causar lesões vasculares e agravarem o quadro.

“O Alzheimer tem um caráter progressivo e apesar das medicações anticolinerterasicas reduzirem os sintomas, ainda não são capazes de barrar o avanço da doença. Uma das alternativas que está sendo estudada é a prática de exercício aeróbico como meio de frear a evolução do Alzheimer. A pesquisa foi publicada em formato de estudo piloto no Journal of Alzheimer’s Disease, sinalizando que esta atividade física pode intervir na doença e preparar o terreno para estudos futuros que possam corroborar com a ideia inicial”, conclui o psiquiatra Dr. Adiel Rios.

COWORKINGS PARA PESSOAS AUTÔNOMAS E JURÍDICAS

 

*Leo Benjamin Fischer

O acesso a coworkings por profissionais autônomos e pessoas jurídicas é uma realidade mundial consolidada que, a despeito da pandemia, não para de crescer. Isso porque espaços de trabalho compartilhados fazem sentido economicamente e socialmente, na medida em que eliminam os custos de administrar a sede do local de trabalho, permitem escolher endereços mais valorizados e próximos da clientela, além de superar a segregação social provocada pela atuação profissional exclusivamente a partir do “home office”.

Atualmente, o mercado oferece duas espécies de coworkings: os multiusuários e os de nicho. Os primeiros, também conhecidos como coworkings genéricos, são abertos a pessoas físicas e jurídicas independentemente de suas atividades profissionais ou comerciais. Não raro são grandes, têm muitas unidades e ambientes neutros ou “descolados” (bar na recepção, mesa de pingue-pongue, rede, espaço pet, etc.). Já o segundo, também conhecidos como coworkings especializados, buscam um público selecionado com necessidades específicas (setores da saúde, engenharia, arquitetura, financeiro, alimentação, etc.). Estes coworkings em geral recriam a atmosfera típica do local de trabalho da profissão que se propõem a servir e, frequentemente, colocam à disposição de seus membros as ferramentas necessárias ao exercício profissional (e.g., consultórios dentários equipados).

Recentemente, um dos maiores coworkings genéricos do Brasil, referindo-se a um espaço especializado em profissionais do Direito e afins, afirmou nas redes sociais que a maior vantagem de estar em um espaço multiusuário para o advogado seria captar clientes no local. Este coworking, exatamente por ser genérico, obviamente desconhece o fato de que o Tribunal de Ética e Disciplina da OAB orienta uma postura passiva aos advogados quanto à abordagem de pessoas com interesse em seus serviços profissionais nesses locais. Vale dizer, juntar-se a um ambiente multiusuário com o objetivo de captar clientes ativamente é vedado aos advogados.

O exemplo acima ilustra muito bem o fato de que, por vezes, o coworking especializado conhece melhor as exigências, dificuldades e impedimentos profissionais de seus membros, o que lhe permite endereçar melhor suas necessidades. No caso de advogados autônomos ou bancas, por exemplo, o ambiente deve ser sóbrio e discreto de maneira a satisfazer as exigências de decoro, confidencialidade e sigilo próprias da profissão. Além disso, se fazer conhecer pelos colegas ainda é a forma mais ética de aumentar a clientela. O Direito é uma profissão altamente especializada e setorizada. Nenhum causídico sério se aventura a singularmente assessorar seus clientes em todos os ramos desta profissão tão multifacetada.

A polêmica entre coworkings genéricos e especializados parte de uma falsa premissa. Possivelmente no futuro os coworkings de nicho se somados atrairão mais clientes que os multiusuários. Seja lá como for, a coexistência entre ambos é positiva na medida em que permite a cada pessoa física ou jurídica eleger aquele espaço que melhor se amolda ao seu perfil e melhor contribui na consecução de seus objetivos.

* Leo Fischer é CEO da Law Works, primeiro coworking jurídico internacional com presença no Brasil. Também é mestrando em Direito Civil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). leo@lawworks.co

Para mais informações, entrevistas e personagens da Law Works:

Equipe MOTIM

Rafael Nunes – rafael.nunes@motim.cc

13 98200-3847

Raphael Bueno – raphael.bueno@motim.cc

11 99723-4298

Luís Magalhães – luis.magalhaes@motim.cc

11 97442-4298

MARKETPLACES ONLINE ESTÃO AJUDANDO NAS VENDAS DOS SHOPPINGS CENTER

 

Máindi – Engajamento e Performance

Por meio de ferramentas de gestão, shoppings começam a expandir também para varejo virtual com divulgação de suas lojas nos marketplaces como o da Valeon.

Sem dúvidas o varejo foi um dos setores mais afetados pela pandemia da Covid-19. Com as medidas de restrição para diminuição do contágio, os shoppings permaneceram de portas fechadas durante um longo período, afetando todo o ecossistema de lojas. A solução para superar a crise foi expandir os negócios para o ambiente virtual, abrigando os lojistas da rede em marketplaces online como o da Startup Valeon.

 O CEO empresa responsável pela criação da Startup Valeon o mais completo marketplace do mercado, comenta este movimento de adequação do “marketplace físico” para o digital. “O conceito de shopping já é algo próximo do que pensamos sobre o conceito de marketplace, mas em uma dimensão física. Nesse caso, o marketplace passa a representar uma versão online do shopping, oferecendo os produtos dos lojistas”, explica o empreendedor.

Ainda segundo ele, esse movimento abre um leque de oportunidades para aprofundar o relacionamento com a base de clientes já existentes, além de possibilitar um maior alcance de novos. “Os shoppings têm a condição de interagir com uma grande base de clientes, porque eles já têm diversos dados desse público via ativações, wi-fi gratuito, promoções, entre outras ações. Isso amplia a capacidade de mobilização para novas formas de consumir”.

A ideia de que “o shopping vai até sua casa” precisa, no entanto, ser sustentada por um serviço qualificado. Segundo especialistas da área, o desenvolvimento de um sistema logístico para os lojistas do shopping é fundamental, e a centralização desse processo no site da Startup Valeon pode facilitar a vazão dos produtos. Algo que a Valeon é capaz de realizar, utilizando-se de ferramentas que permitem gestão ampla, controle de visitantes, que disponibilizam informações sobre os consumidores e permitem interação com os lojistas, tornando-se peça-chave para a consolidação de novos projetos e modelos para o varejo.

CARACTERÍSTICAS DA VALEON

Perseverança

Ser perseverante envolve não desistir dos objetivos estipulados em razão das atividades, e assim manter consistência em suas ações. Requer determinação e coerência com valores pessoais, e está relacionado com a resiliência, pois em cada momento de dificuldade ao longo da vida é necessário conseguir retornar a estados emocionais saudáveis que permitem seguir perseverante.

Comunicação

Comunicação é a transferência de informação e significado de uma pessoa para outra pessoa. É o processo de passar informação e compreensão entre as pessoas. É a maneira de se relacionar com os outros por meio de ideias, fatos, pensamentos e valores. A comunicação é o ponto que liga os seres humanos para que eles possam compartilhar conhecimentos e sentimentos. Ela envolve transação entre pessoas. Aquela através da qual uma instituição comunica suas práticas, objetivos e políticas gerenciais, visando à formação ou manutenção de imagem positiva junto a seus públicos.

Autocuidado

Como o próprio nome diz, o autocuidado se refere ao conjunto de ações que cada indivíduo exerce para cuidar de si e promover melhor qualidade de vida para si mesmo. A forma de fazer isso deve estar em consonância com os objetivos, desejos, prazeres e interesses de cada um e cada pessoa deve buscar maneiras próprias de se cuidar.

Autonomia

Autonomia é um conceito que determina a liberdade de indivíduo em gerir livremente a sua vida, efetuando racionalmente as suas próprias escolhas. Neste caso, a autonomia indica uma realidade que é dirigida por uma lei própria, que apesar de ser diferente das outras, não é incompatível com elas.

A autonomia no trabalho é um dos fatores que impulsionam resultados dentro das empresas. Segundo uma pesquisa da Page Talent, divulgada em um portal especializado, 58% dos profissionais no Brasil têm mais facilidade para desenvolver suas tarefas quando agem de maneira independente. Contudo, nem todas as empresas oferecem esse atributo aos colaboradores, o que acaba afastando profissionais de gerações mais jovens e impede a inovação dentro da companhia.

Inovação

Inovar profissionalmente envolve explorar novas oportunidades, exercer a criatividade, buscar novas soluções. É importante que a inovação ocorra dentro da área de atuação de um profissional, evitando que soluções se tornem defasadas. Mas também é saudável conectar a curiosidade com outras áreas, pois mesmo que não represente uma nova competência usada no dia a dia, descobrir novos assuntos é uma forma importante de ter um repertório de soluções diversificadas e atuais.

Busca por Conhecimento Tecnológico

A tecnologia tornou-se um conhecimento transversal. Compreender aspectos tecnológicos é uma necessidade crescente para profissionais de todas as áreas. Ressaltamos repetidamente a importância da tecnologia, uma ideia apoiada por diversos especialistas em carreira.

Capacidade de Análise

Analisar significa observar, investigar, discernir. É uma competência que diferencia pessoas e profissionais, muito importante para contextos de liderança, mas também em contextos gerais. Na atualidade, em um mundo com abundância de informações no qual o discernimento, seletividade e foco também se tornam grandes diferenciais, a capacidade de analisar ganha importância ainda maior.

Resiliência

É lidar com adversidades, críticas, situações de crise, pressões (inclusive de si mesmo), e ter capacidade de retornar ao estado emocional saudável, ou seja, retornar às condições naturais após momentos de dificuldade. Essa é uma das qualidades mais visíveis em líderes. O líder, mesmo colocando a sua vida em perigo, deve ter a capacidade de manter-se fiel e com serenidade em seus objetivos.

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sexta-feira, 17 de setembro de 2021

DISTINÇÃO ENTRE MÍDIAS SOCIAIS E LIBERDADE DE EXPRESSÃO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Sankt-Petersburg, Russia, January 24, 2018: Apple iPhone 8 with Facebook icon on monitor screen. Facebook one of the biggest social network website. Icon of Facebook.com on smartphone (Sankt-Petersburg, Russia, January 24, 2018: Apple iPhone 8 with Fa

| Foto: Bigstock

Uma discussão importante sobre os rumos da liberdade de expressão corre o risco de ser enterrada pelo fim da Medida Provisória 1.068, que em um intervalo de poucas horas foi suspensa pela ministra Rosa Weber, do STF, e devolvida ao Executivo pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). A MP tinha sido editada na semana passada por Jair Bolsonaro e alterava o Marco Civil da Internet para estabelecer regras a respeito da exclusão de conteúdos em mídias sociais.

Nenhuma das decisões, tanto a de Pacheco quanto a da ministra, estava tecnicamente equivocada. De fato, havia o prazo curto para as mídias sociais se adequarem às novas normas, além da interpretação de que MPs não poderiam legislar sobre direitos fundamentais como a liberdade de expressão, fatores invocados por Rosa Weber para a suspensão da MP. Quanto a Pacheco, por mais que, ao contrário do que afirmou o presidente do Senado, não houvesse inconstitucionalidade alguma na MP, o tema realmente não era apropriado para o uso desse instrumento, já que existe projeto de lei tratando do mesmo tema: o PL 2.630/2020, aprovado no Senado e remetido à Câmara, cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, e nos parece o melhor texto para tratar de critérios de moderação em mídias sociais, já que o Marco Civil da Internet se destina ao funcionamento geral da rede.

Mas, ainda que tecnicamente não haja objeções às atitudes do presidente do Senado e da ministra do Supremo, é inegável que elas não foram única e exclusivamente decisões técnicas. Elas foram, sim, influenciadas pelo clima de rejeição ao texto construído ao longo dos últimos dias, alimentado por uma polarização política que levou a uma série de generalizações e imprecisões que só serviram para prejudicar o debate, pelo simples fato de o tema ter sido levantado por iniciativa do governo federal. E, graças a esse preconceito, seguirão sem resposta várias questões fundamentais para entender o momento atual da liberdade de expressão nas mídias sociais.

Uma série de generalizações e imprecisões sobre a MP 1.068 serviu para prejudicar o debate, pelo simples fato de o tema ter sido levantado por iniciativa do governo federal

Uma mídia social pode apagar mensagens ou contas usando os próprios critérios do que considera aceitável? Se sim, com que clareza isso deve ser informado a quem foi “censurado”? Que direitos podem ser assegurados aos usuários e que responsabilidades assume a empresa? São perguntas que não podem ser respondidas sem, antes, entender o que são as mídias sociais, como elas se apresentam e como elas agem na prática. A relevância do tema é evidente e as respostas não são triviais.

O debate passa por uma distinção que, embora muito presente em outros países, vem sendo esquecida no Brasil. A questão-chave é se as redes sociais vão atuar exclusivamente como plataformas digitais ou também como publishers, isto é, como veículos de comunicação que devem se responsabilizar, quer queiram quer não, pelos conteúdos distribuídos. São situações bastante diferentes.

Uma mídia social que seja de fato apenas plataforma age simplesmente como um espaço, um ambiente de serviços onde usuários (milhões deles) interagem, publicam, difundem, impulsionam informações, opiniões, expressões dos mais diferentes gêneros. A rede fornece a ferramenta tecnológica e um sem-número de funcionalidades, mas substancialmente é neutra quanto aos conteúdos. A intervenção, neste caso, é mínima, limitando-se a casos que configurem crime e ao cumprimento de eventuais decisões judiciais; ninguém há de discordar que as mídias sociais podem e devem apagar, por exemplo, publicações de incitação ao crime, textos racistas ou pornografia infantil, e até mesmo cancelar as contas responsáveis por tais conteúdos – e não precisam pedir autorização a ninguém para isso. Em troca dessa “neutralidade”, a empresa dona da mídia social, de forma bastante razoável, não tem por que ser punida pelas consequências de eventuais publicações de seus usuários, salvo em casos específicos, como, por exemplo, a recusa de cumprir uma decisão judicial de retirada de conteúdo.


Acontece, no entanto, que a mídia social pode, na prática, pretender algo mais. Se ela define critérios próprios – para além daqueles estabelecidos na legislação de um determinado país – do que pode ou não ser publicado nas suas páginas ou perfis, e fiscaliza o respeito a eles, ela não está na verdade atuando como mera plataforma, mas como um veículo de comunicação. Ela já não é neutra quanto aos conteúdos. Salvo situações específicas em que se configure indiscutivelmente um quase monopólio, parece-nos que as empresas devem ter a liberdade de atuar dessa forma (e é o que elas de fato fazem, ainda que muitas vezes o neguem), mas – e esse é um ponto fundamental – devem arcar com as consequências disso. Se exercem um controle “editorial” (poderíamos chamar também de ideológico) sobre tudo o que é publicado, assumem responsabilidade por esse mesmo conteúdo e podem ser acionadas em razão dele. O grande poder – de definir o que manter e o que apagar – traz consigo a respectiva grande responsabilidade.

Em suma, mídias sociais são empresas privadas, e por isso, em tese, deveriam ser livres para escolher como pretendem atuar. Mas, uma vez feita essa escolha, devem arcar com seus ônus e seus bônus. Se querem ser plataformas e se apresentar como tais, não podem ter critérios de moderação adicionais aos previstos em lei, mas ao mesmo tempo ficam livres de responsabilização judicial, a não ser em casos bem específicos; se querem ser publishers, podem sê-lo, com a liberdade de usar critérios próprios para apagar publicações, mas também se tornam judicialmente corresponsáveis pelo que permanecer no ar.

Mas o que tem ocorrido na prática, ao menos na realidade brasileira? Todas as grandes empresas de mídia social se apresentam como plataformas, e são vistas dessa forma por boa parte dos usuários. No entanto, como já tem sido amplamente noticiado e como bem pode atestar qualquer um que já tenha tido publicações apagadas mesmo que elas estivessem muito longe de configurar qualquer ilícito ou crime, essas mesmas empresas se comportam no dia a dia como publishers. Eis aqui o grande problema: as Big Techs querem o direito de apagar o que bem entenderem, mas sem apresentar-se perante seus usuários como editores, em uma flagrante falta de transparência, e sem assumir as consequências jurídicas de agir desta forma.

Temas como transparência de critérios de moderação, direito do usuário a ser informado do motivo de eventuais suspensões, oportunidade de defender-se, e a minimização do prejuízo social decorrente da suspensão precisam ser enfrentados. E esse era precisamente o objetivo da MP 1.068

Esta duplicidade – muito conveniente para as empresas, mas nada saudável para os usuários, que recebem a promessa de neutralidade, mas se veem “censurados” sem nem mesmo saber o que fizeram de errado – está carente de um regramento legal. Temas como transparência de critérios, direito do usuário a ser informado do motivo de eventuais suspensões, oportunidade de defender-se, e a minimização do prejuízo social decorrente da suspensão precisam ser enfrentados. E esse era precisamente o objetivo da MP 1.068. Sua finalidade era garantir que as mídias sociais que se autodeclarassem como plataformas efetivamente se portassem como tais, vedando qualquer moderação de conteúdo que escapasse das hipóteses previstas em lei, garantindo a neutralidade da plataforma e impedindo a “censura de ordem política, ideológica, científica, artística ou religiosa”.

Falaciosa e injusta, portanto, a alcunha de “MP das fake news” dada pelos detratores da medida, já que não se trata de facilitar a difusão de mentiras na internet – aliás, uma das ferramentas mais usadas para essa disseminação, o uso de perfis automatizados, era listada na MP como razão válida para exclusão de publicações e contas –, mas de promover a liberdade de expressão dentro do ambiente daquelas mídias sociais que se declaram como plataformas de difusão e compartilhamento de conteúdo.

Falaciosa e injusta a alcunha de “MP das fake news” dada pelos detratores da medida, já que não se trata de facilitar a difusão de mentiras na internet, mas de promover a liberdade de expressão dentro do ambiente das mídias sociais

Isso não significa, no entanto, que a MP não exigisse aprimoramento ou não contivesse imprecisões. Um de seus problemas – e que, é preciso dizer, também aflige o PL 2.630/2020 – passa por um conceito prévio que parecia estar embutido no texto, segundo o qual toda mídia social necessariamente deveria se portar como plataforma; isso retiraria das empresas a liberdade de se assumirem como editores, caso estivessem dispostas a assumir as responsabilidades jurídicas decorrentes desta postura para terem o direito de realizar moderação baseada em critérios próprios – pensemos, por exemplo, no hipotético caso de uma mídia social com perfil ideológico bastante definido, ou voltada a membros de determinada religião, e que gostaria de poder moderar publicações que, respectivamente, promovessem posturas políticas discordantes ou atacassem aquela fé específica.

O melhor caminho, a nosso ver, é um enriquecimento mútuo entre a MP 1.068 e o PL 2.630/2020. Se o projeto de lei, por um lado, é bem mais abrangente no estabelecimento de regras para as mídias sociais, por outro ele fica muito aquém do necessário na garantia da liberdade de expressão de usuários de mídias sociais e no estabelecimento de critérios objetivos e transparentes de moderação. Mas, para que ocorra esse enriquecimento, é preciso que haja uma discussão honesta e, principalmente, desapaixonada sobre os pontos positivos de ambos os textos, sem rejeições a priori motivadas pela mera aversão aos que os propuseram. A quase onipresença das mídias sociais na vida dos brasileiros e sua importância como ferramenta de difusão de informações, ideias e opiniões justifica um tratamento equilibrado do tema para que a liberdade de expressão na internet seja plenamente garantida.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/midias-sociais-liberdade-de-expressao-mp-1068/
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DEPUTADOS E SENADORES TORRAM O NOSSO COM VIAGENS DE AVIÃO

 

Mordomia

Por
Lúcio Vaz – Gazeta do Povo

Ciro Nogueira, antes de assumir o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, era o campeão de gastos com combustível para aviões.| Foto: Reprodução/Facebook

Os deputados e senadores gastaram R$ 3 milhões com aluguel de aviões e combustível para suas aeronaves durante a pandemia – dinheiro suficiente para comprar 60 mil doses de vacina. O líder da gastança foi o senador Ciro Nogueira (PP-PI), hoje ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro. Ele torrou R$ 432 mil com combustível para aeronaves. O deputado Sidney Leite (PSD-AM) gastou R$ 420 mil com o aluguel de aeronaves. Átila Lins (PP-AM) aplicou R$ 203 mil em aluguel de aviões. Mas quem pagou tudo, na verdade, foi o contribuinte.

Ciro gastou R$ 1,5 milhão com combustível para aviões desde 2011, mais R$ 1 milhão com fretamento de aeronaves, como mostrou reportagem do blog. Os aluguéis de aeronaves por Sidney Leite custaram R$ 279 mil em 2020 e R$ 142 mil neste ano. Ele esteve em Tefé e Japurá no dia 11 de junho deste ano, onde visitou obras e instalações públicas, além de anunciar emendas de sua autoria para financiar obras. O aluguel do avião Caravan custou R$ 36,5 mil. Em 4 de junho, já havia estado em Humaitá, Manicoré e Matupi. Mais R$ 42 mil na conta do contribuinte.

Os dados sobre os deputados foram levantados pelo blog no site do instituto Operação Política Supervisionada, que fiscaliza as despesas dos parlamentares feitas com a cota para o exercício do mandato.


No “abrandamento” da pandemia
O deputado Átila Lins (PP-AM) gastou R$ 99 mil em 2020, após a chegada da pandemia, e R$ 104 mil neste ano com fretamento de aeronaves. Em 11 de novembro do ano passado, pagou R$ 26 mil pelo trecho Manaus/Itamarati/Manaus. Em 17 de julho deste ano, esteve em Caapiranga para participar da entrega simbólica de mil cestas básicas adquiridas pela prefeitura municipal. Também passou por Beruri, onde entregou mais cestas. O aluguel do avião Caravan anfíbio custou R$ 16 mil.

O deputado afirmou ao blog que, em 2021, “com o abrandamento da pandemia, que, não obstante, causou sérios transtornos ao Amazonas no início do ano”, voltou a cumprir agenda no interior do estado, “sempre obedecendo os protocolos sanitários, como o uso de máscaras e o distanciamento social”. Na verdade, em 30 de abril, quando Lins fez a primeira viagem no ano, para Codaias (AM), num hidroavião turbohélice, a média diária de mortes no país estava em 2,6 mil.

O deputado viajou em voo fretado para entregar cestas básicas em Caapiranga e Beruri – Facebook/Reprodução
Silas Câmara (Republicanos-AM) concentrou seus voos em 2020. As despesas chegaram a 206 mil, sendo R$ 123 mil após o início da pandemia. Uma das viagens mais caras foi para Eirunepe, em agosto, no valor de R$ 32 mil. Houve um voo mais dispendioso, de R$ 49 mil, em dezembro, mas essa nota fiscal não está disponível.


Os voos fretados dos senadores
Os senadores também fretaram aviões durante a pandemia. Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, alugou um avião para de deslocar da Macapá para Laranjal do Jari, em 8 de maio, quando a média diária de mortes ainda era de 2,1 mil. Visitou obras de passarelas em áreas alagadas e participou da entrega de quase 5 mil cestas básicas para a população vulnerável. O voo para o aeroporto Monte Dourado, em Almeirim (PA), próximo a Laranjal do Jari, custou R$ 8,9 mil.

O senador foi questionado pelo blog por que não viajou de carro, já que a distância era de 270 km. O senador afirmou que o trecho não é totalmente pavimentado, sendo percorrido em mais de seis horas, principalmente no período mais chuvoso. Randolfe salientou que esse foi o seu único fretamento no ano e destacou que está trabalhando também como vice-presidente da CPI, “agenda que está diretamente ligada a vida de milhões de brasileiros e brasileiras”.

Randolfe acrescentou que, de janeiro a agosto deste ano, mesmo morando num dos Estados em que a passagem para Brasília é das mais caras do país, utilizou R$ 193 mil da cota para o exercício do mandato, o “cotão”, deixando de desembolsar R$ 170 mil que teria direito (usou 53% da verba).

Randolfe Rodrigues alugou avião para entregar cestas básicas em Laranjal do Jari – Divulgação/Gabinete do senador.

Voos “imprescindíveis em uma democracia”
No período da pandemia, o senador Ângelo Coronel (PSD-BA) fez 14 voos em aviões fretados da Alphajets Taxi Aéreo, num valor total de R$ 60 mil. Nos poucos voos em que há a descrição da rota, o trecho é entre Brasília e Salvador. Questionado pelo blog se não seria um exagero essa despesa em tempos de crise sanitária e fiscal, a assessoria do senador argumentou que as normas da casa estabelecem o valor de R$ 15 mil por mês para deslocamento por transporte aéreo.

“Dessa forma, o valor apontado pelo senhor está muito abaixo do que foi disponibilizado pelo Senado Federal e representa a preocupação do Senador com a economia dos gastos públicos”, diz nota do gabinete. “Todos os deslocamentos foram para o cumprimento das atividades parlamentares como senador da República, imprescindíveis em uma democracia, inclusive, em momentos de crise sanitária, econômica e fiscal”, seguiu a nota.

O senador Zequinha Marinho (PSC-PA), gastou R$ 40 mil com fretamento da aeronaves em janeiro, março e agosto deste ano. Esteve nos municípios de Almeirim, Ourilândia, Marabá e Novo Progresso. Não respondeu aos questionamentos feitos pelo blog.


Você paga o combustível dos aviões
Além de alugar aviões, os senadores também costumam abastecer o próprio avião com a verba do “cotão”. O campeão disparado dessa gastança é Ciro Nogueira, que também gastou muito com viagens internacionais nos últimos anos. Mas o senador Acir Gurgacz está lutando muito pelo título. Ele costuma ir para o trabalho no seu avião, com o combustível por conta do contribuinte. Fez abastecimentos em Ji-Paraná (RO), onde mora, Porto Velho, Goiânia e Várza Grande (MT). O blog questionou o senador sobre os voos para fora do estado e perguntou se essa gastança não seria um exagero em tempo de crise sanitária e fiscal. Não houve resposta.

Jayme Campos (DEM-MT) gastou R$ 54 mil com combustível para aviões no mesmo período. Wellington Fagundes (PL-MT), mais R$ 46 mil. A senadora Eliane Nogueira (PP-PI), que assumiu o mandato na vaga do filho Ciro Nogueira – uma tradição do Senado – já torrou R$ 14 mil com combustível para aviões à turbina. Mãe e filho não responderam aos questionamentos do blog.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/lucio-vaz/deputados-senadores-torram-milhoes-reais-com-avioes-na-pandemia/
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REFORMA ADMINISTRATIVA BENEFICIA OS PRÓPRIOS SERVIDORES

 

Funcionalismo público

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

Esplanada dos Ministérios

Servidores públicos não querem que mordomias dos seus cargos sejam alteradas nem para novos contratados| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A grande maioria dos políticos brasileiros, seja na Câmara dos Deputados, no Senado Federal ou em qualquer outra esfera da vida pública, raramente perde a oportunidade de privatizar cada vez mais a máquina do Estado e o uso dos impostos em favor das castas que são realmente as donas do Brasil — a começar pelos servidores públicos e, entre esses, pelos que ocupam os galhos de cima da árvore. É só olhar as decisões que tomam. A cada uma delas, a cada dia, se comprova que o cidadão brasileiro é quem serve aos servidores, e não o contrário; os servidores, sempre, são os servidos. O país está oficialmente condenado a trabalhar para eles.

É óbvio que o cidadão que mais paga por isso é a massa imensa de pobres que compõe a maior parte da população do país — qualquer conta paga em partes iguais por todos vai pesar mais, matematicamente, no bolso dos que têm menos. Acaba de acontecer de novo.

Mal haviam aprovado a aberração da nova “Lei Eleitoral” — pela qual, entre outros crimes legalizados, deram a si próprios o direito de comprar até imóveis com o dinheiro do “Fundo Partidário” — os deputados federais mataram a pauladas o projeto de reforma administrativa com a qual se tentava diminuir, da maneira mais moderada possível, uma pequena parte dos privilégios, da proteção e dos absurdos, tudo pago pelos impostos extorquidos diariamente da população, que beneficiam há décadas o funcionalismo público.

Não há nada nas decisões tomadas pelos deputados, absolutamente nada, que sirva a algum interesse do homem comum. Tudo, em cada detalhe, foi feito para servir ao servidor e deixar ainda mais claro que o Brasil tem dois tipos diferentes de cidadãos. Um deles, o funcionário de Estado, tem mais direitos que o restante da população. Pior: a minoria mais bem paga tem mais direitos ainda, o que torna a sociedade brasileira um caso extremo de desigualdade promovida oficialmente pela lei e pelo Estado.

A reforma administrativa, entre modestíssimas mudanças, propunha que daqui para diante os novos servidores públicos, a serem contratados por concursos que ainda nem foram feitos, não tivessem o privilégio irracional da estabilidade do emprego, algo que não existe e jamais existiu para os demais 220 milhões de brasileiros. Nem se pensou, é claro, em mexer nos atuais funcionários, que continuarão tendo todas e cada uma das vantagens das quais desfrutam no momento; era só para quem entrasse daqui para frente.

Da mesma forma, se procurava defender o pagador de impostos de outros disparates que hoje beneficiam as castas do serviço público — não se tiraria um milímetro de nada do que o funcionalismo atual já tem, apenas os novos passariam a ser tratados como o brasileiro comum. Nada feito. É proibido não só mexer no presente; é proibido, também, melhorar o futuro. Os deputados decidiram que o privilégio, a injustiça e a diferença de classe têm de continuar exatamente como são hoje, para sempre.

Os políticos que mandam na sociedade brasileira podem estar dispostos a tudo — aceitam até que um deputado federal em pleno exercício do seu mandato esteja preso por força de um inquérito totalmente ilegal do STF. Mas não permitem que se toque em nada que possa afetar a privatização do Estado brasileiro — que se torna, cada vez mais, a propriedade privada das minorias que vivem às custas da população.


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NOVO CÓDIGO ELEITORAL PROPÕE QUARENTENA PARA JUÍZES E POLICIAIS

 

Policiais, militares e juízes barrados

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Novo Código Eleitoral aprovado pela Câmara prevê quarentena de quatro anos para juízes, promotores, policiais e militares poderem se candidatar nas eleições.| Foto: Marcos Corrêa/PR


O Ministério da Saúde suspendeu a vacinação da Covid-19 para menores de 18 anos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) nunca recomendou esse tipo de vacina e muitos países que começaram a dar suspenderam. Assim como já foram suspensas vacinações em cerca de 20 países, por conta de efeitos adversos, que voltaram atrás e limitaram a idade. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegou a dizer que estados e municípios “se apressaram” em vacinar esses jovens.

Chegaram a vacinar 3,5 milhões de jovens. Já houve registro, notificação, de 1.500 casos de efeitos adversos por causa da vacina. Aqueles que foram vacinados com a primeira dose não devem tomar a segunda dose, a menos que sejam pessoas de grupo de risco, comorbidades e coisa assim.

Mas isso é natural, é esperado, porque a vacina contra Covid é experimental. São experiências que estão fazendo ainda. A vacina mais rápida da história das vacinas até hoje foi a da caxumba e foram quatro anos. Vacina experimental é isso. Vai demorar uns três anos até a gente ter certeza dos efeitos adversos, da efetividade e da eficácia da proteção.

Por cuidado, o ministro Queiroga suspendeu porque é um risco à saúde alheia. As pessoas ficam confiando nas autoridades. A gente viu a Pfizer querendo que governo assumisse todos os riscos da vacina, inclusive eventuais processos judiciais de indenizações. Tiveram que fazer uma lei para que o governo pudesse comprar a vacina da Pfizer.

Código eleitoral
O novo Código Eleitoral foi aprovado de madrugada na Câmara e está no Senado agora. Incluíram a volta do horário eleitoral e o pior: quem for juiz, promotor, militar e policial de qualquer ordem tem que deixar o seu cargo quatro anos antes de se candidatar.

Meu Deus, o que é isso? Querem proibir que eles, que são eleitores, possam ser votados. Ora, todo cidadão tem o direito de votar e ser votado. Além disso, o artigo 5º da Constituição, dos direitos e garantias fundamentais, começa dizendo: “Todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”. Aliás, isso não tem sido obedecido por leis que estão por aí.

E aí eu me pergunto também: se eu apareço todo dia na rede social, ou na televisão, no rádio, eu estou muito mais na mídia que um policial ou juiz. Mas eu posso ser candidato e um policial não pode? Que história é essa? Ou um jogador de futebol que está lá no palco de um estádio, um artista que está no teatro ou no cinema. Tem muito mais exposição, muito mais propaganda de graça do que um juiz, um promotor, um policial. Não faz sentido isso.

Uma volta ao passado
Uma reunião foi promovida pelo MDB, PSDB, DEM e o Cidadania com os ex-presidentes José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer. Sabe qual era o nome do encontro? “Um novo rumo para o Brasil”. Eu desconfio que eles queiram voltar ao rumo velho, que nos levou à essa situação de endividamento, precatórios, ideologia nas escolas, droga, insegurança pública, Estado inchado, clientelismo, eleitor de cabresto.

Eles não entenderam que na eleição de 2018, o Brasil decidiu por um novo rumo, que foi confirmado no dia 7 de setembro com o povo nas ruas. Não pode ter volta trás, é retrocesso. Um novo rumo para o Brasil é o rumo da ética, da honestidade, da política com franqueza, com sinceridade, das escolas ensinando de verdade, da família fortalecida, do combate às drogas, do combate ao crime. Esse é o novo rumo. Eu fico desconfiado quando ex-presidentes falam em novo rumo. Eu desconfio que eles querem é a volta ao rumo anterior para manter os privilégios.


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PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO PARA A POLÍTICA BRASILEIRA

 

Por
Luís Ernesto Lacombe – Gazeta do Povo

Estátua da Justiça diante do prédio do STF, com o Congresso Nacional ao fundo.| Foto: Gil Ferreira/SCO/STF

Sempre gostei de simplicidade. As ideias simples, apresentadas de forma simples. Sempre fui objetivo, direto. Sou forjado no telejornalismo, nas frases curtas em ordem direta. Hermético, enigmático, dado a recomeçares infinitos, isso nunca fui nem como poeta. Não à toa, minha preferência pelos sonetos… Os 14 versos bastam. E não me alongarei, igualmente, nessa crônica quase singela, sincera e, por isso, ingênua.

Só há um caminho: abandonar a criancice, a birra. Dá para ser? O país não ganha nada com essa crise histérica. Começamos assim: se você ainda acredita no Estado, no Estado tutor, pai de todos, fomentador de crescimento e desenvolvimento, acorda para a vida! Isso nunca deu certo. Entenda que igualdade e liberdade são incompatíveis, que o problema não é a “desigualdade social”, é a pobreza. Só o capitalismo salva. Se você ainda não entendeu, está de malcriação.

O Legislativo judicializa. O Judiciário politiza. Dá para parar? Um tribunal político não nos serve. E oposição tem de ser construtiva, propositiva

Você quer porque quer derrubar um governo, mesmo que milhões de pessoas nas ruas avisem para nem pensar nisso? Para você, é impeachment a qualquer custo? Para salvar o país do fascismo? Sei. O seu barulho é sempre assim: quando na oposição, você tenta de todo jeito destruir o Brasil; quando está no governo, você realmente destrói. Já deu, né? Você pode trazer argumentos, fatos, pode se apegar à realidade, à legalidade?

Perderam votação na Câmara? Correm para o Supremo. O presidente editou medida provisória? O Supremo está logo ali, de braços abertos, pronto para o acolhimento. É um tribunal que mima essa gente sem votos suficientes no Legislativo. E não adianta nada o Fux apontar o jogo sujo da oposição destrutiva, antidemocrática, que no plenário não tem como vencer e judicializa quase tudo, e continuar dando guarida a ela.


A paixão invertida
O Legislativo judicializa. O Judiciário politiza. Dá para parar? Um tribunal político não nos serve. E oposição tem de ser construtiva, propositiva. As leis, a liberdade, o debate baseado em fatos! Vamos nos conciliar em torno disso? É a única chance. Ou vamos continuar virando as costas para um mundo de gente que não precisa de emprego, precisa de trabalho.

A eleição do ano que vem começou cedo demais. O país perde, o povo perde. E há tanto trabalho a fazer, tanto trabalho sério… A excitação e o egoísmo são infantis. É do meu jeito! Eu que sei! Tem de ser eu! Sério? Ai, ai, ai… É assim que a conciliação se tornará possível? Não, não é. Então, aqui se resume a proposta: chega dessa birra de alguns que leva todo mundo para o castigo.


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AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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