terça-feira, 10 de agosto de 2021

APOPULARIDADE DE UMA PLATAFORMA ONLINE É CONQUISTADA COM MUITO ESFORÇO

 

8 de abril de 2019 Piero Luiz 0 Criação de Web SitesSEOSites para Empresas

Engana-se quem pensa que após a criação de um web site o número de visualizações (visitantes), irá crescer ou evoluir sem a efetivação concreta de algum esforço ou emprego de energia.

A popularidade de uma plataforma virtual é conquistada com muito esforço e determinação por seus gerentes. Com a descomunal quantidade de informação que é produzida e publicada diariamente na internet, o consumidor teve todo o direito de se proteger e avaliar seus próximos cliques, para que assim, pudesse evitar golpes, perca de tempo útil e roubos online.

Tudo, no final, se baseia na confiança do comprador com a empresa pesquisada. Avaliações online, blogs integrados com comentários e métodos de pagamentos seguros são apenas alguns dos requesitos observados. Mas o que muitos empreendedores deixam de investir na hora de abrir o seu negócio virtual é:

O emprego de tempo e pensamento (direcionado de maneira íntima) para a elaboração e organização do seu novo projeto.

Consequentemente (e com tais cartas na manga), é possível prosseguir (de modo assertivo) para o processo de confecção funcional.

Seu cliente precisa ter confiança

Cores harmônicas, imagens de qualidade e detalhes bem elaborados – esses são apenas alguns dos requisitos observados pelos clientes ao acessar o seu web site. Um sistema online que se desenvolve é aquele que com toda certeza traz (e trará) uma lucratividade consistente e gradativa para todos os envolvidos – fruto de uma pré recepção elaborada com segurança e discernimento das informações compreendidas. Na maioria das: o primeiro contato visual reluziu em uma impressão positiva.

A personalização é algo indispensável para atrair e montar uma rede de compradores. Os padrões mudaram e com isso o perfil dos clientes também.

O seu cliente já deixou claro que precisa de qualidade para escolher (considerando a semelhança entre os valores aplicados pela diversificada concorrência):

Escolha bons profissionais!

Economizar com os gastos iniciais para o desenvolvimento do seu novo site pode não ser uma boa opção – levando em conta os itens da discussão anterior, tal prática poderá acarretar em futuras reformulações e até mesmo na reconstrução total do sistema. Assim sendo, a escolha de profissionais altamente qualificados e com expertise comprovada torna-se fundamental para que o seu novo projeto obtenha êxito.

Não deixe que a sua empresa transpareça no universo online com resultados inferiores aos que você vem projetando a tempos. Solicite uma consultoria ou inspeção minuciosa para o seu web site ou sistema online.

Como vender em Marketplaces e se destacar

Depois de todas essas informações, leia tudo com calma novamente para analisar qual o marketplace que tem mais relação com o seu produto e então comece a vender!

Assim que você escolher o seu Marketplace, faça o planejamento e a estruturação que um Ecommerce precisa para que, enfim, comece a vender nos sites para anunciar produtos e validar o seu negócio de uma vez. 

Lembre-se: tenha paciência, pode ser que o seu produto não tenha bons resultados no marketplace que você escolheu logo de cara. Por isso, a importância dos testes para validá-lo. 

Caso isso aconteça, não desanime, continue trabalhando para encontrar o marketplace ideal para o seu produto. 

Vale ressaltar que escolhi alguns entre os melhores sites para anunciar produtos que existem por aí. Há vários outros muito fortes no mercado brasileiro e que podem também ser lucrativos para você.

Vale a pena ler qualquer semelhança será mera coincidência !!!

Autor desconhecido

Um ladrão entrou no banco gritando para todos:

” Ninguém se mexe, porque o dinheiro não é seu, mas suas vidas pertencem a vocês.”

Todos no banco ficaram em silêncio e lentamente se deitaram no chão.

Isso se chama CONCEITOS PARA MUDAR MENTALIDADES

Mude a maneira convencional de pensar sobre o mundo.

Com isso, uma mulher ao longe gritou: ” MEU AMOR, NÃO SEJA RUIM PARA NÓS, PARA NÃO ASSUSTAR O BEBÊ “, mas o ladrão gritou com ela:

“Por favor, comporte-se, isso é um roubo, não um romance!”

Isso se chama PROFISSIONALISMO

Concentre-se no que você é especializado em fazer.

Enquanto os ladrões escapavam, o ladrão mais jovem (com estudos profissionais de contabilidade) disse ao ladrão mais velho (que tinha acabado de terminar o ensino fundamental):

“Ei cara, vamos contar quanto temos.”

O velho ladrão, obviamente zangado, respondeu:

“Não seja estúpido, é muito dinheiro para contar, vamos esperar a notícia para nos contar quanto o banco perdeu.”

Isso se chama EXPERIÊNCIA

Em muitos casos, a experiência é mais importante do que apenas o papel de uma instituição acadêmica.

Depois que os ladrões foram embora, o supervisor do banco disse ao gerente que a polícia deveria ser chamada imediatamente.

O gerente respondeu:

“Pare, pare, vamos primeiro INCLUIR os 5 milhões que perdemos do desfalque do mês passado e relatar como se os ladrões os tivessem levado também”

O supervisor disse:

“Certo”

Isso se chama GESTÃO ESTRATÉGICA

Aproveite uma situação desfavorável.

No dia seguinte, no noticiário da televisão, foi noticiado que 100 milhões foram roubados do banco, os ladrões só contaram 20 milhões.

Os ladrões, muito zangados, refletiram:

“Arriscamos nossas vidas por míseros 20 milhões, enquanto o gerente do banco roubou 80 milhões em um piscar de olhos.”

Aparentemente, é melhor estudar e conhecer o sistema do que ser um ladrão comum.

Isto é CONHECIMENTO e é tão valioso quanto ouro.

O gerente do banco, feliz e sorridente, ficou satisfeito, pois seus prejuízos foram cobertos pela seguradora no seguro contra roubo.

Isso se chama APROVEITANDO OPORTUNIDADES ..

ISSO É O QUE MUITOS POLÍTICOS FAZEM ESPECIALMENTE NESTA *PANDEMIA, ELES A USAM PARA ROUBAR E RESPONSABILIZAR O VÍRUS.

A startup digital ValeOn daqui do Vale do Aço, tem todas essas qualidades, não me refiro aos ladrões e sim no nosso modo de agir:

Estamos lutando com as empresas para MUDAREM DE MENTALIDADE referente à forma de fazer publicidade à moda antiga, rádio, tv, jornais, etc., quando hoje em dia, todos estão ligados online através dos seus celulares e consultando as mídias sociais a todo momento.

Somos PROFISSIONAIS ao extremo o nosso objetivo é oferecer serviços de Tecnologia da Informação com agilidade, comprometimento e baixo custo, agregando valor e inovação ao negócio de nossos clientes e respeitando a sociedade e o meio ambiente.

Temos EXPERIÊNCIA suficiente para resolver as necessidades dos nossos clientes de forma simples e direta tendo como base a alta tecnologia dos nossos serviços e graças à nossa equipe técnica altamente especializada.

A criação da startup ValeOn adveio de uma situação de GESTÃO ESTRATÉGICA apropriada para atender a todos os nichos de mercado da região e especialmente os pequenos empresários que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.

Temos CONHECIMENTO do que estamos fazendo e viemos com o propósito de solucionar e otimizar o problema de divulgação das empresas da região de maneira inovadora e disruptiva através da criatividade e estudos constantes aliados a métodos de trabalho diferenciados dos nossos serviços e estamos desenvolvendo soluções estratégicas conectadas à constante evolução do mercado.

Dessa forma estamos APROVEITANDO AS OPORTUNIDADES que o mercado nos oferece onde o seu negócio estará disponível através de uma vitrine aberta na principal avenida do mundo chamada Plataforma Comercial ValeOn 24 horas por dia e 7 dias da semana.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (WP)

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DISTRITÃO É APROVADO NA COMISSÃO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

 

Proposta ainda precisa ser aprovada no plenário da Câmara para avançar

Evandro Furoni e Larissa Rodrigues, da CNN em São Paulo e Brasília

A Comissão Especial da Câmara aprovou na noite desta segunda-feira (9), por 22 votos a 11, o texto da Proposta de Emenda Constitucional 125/11, que propõe a adoção do sistema conhecido como distritão. A PEC prevê que o sistema já seja utilizado nas eleições de 2022

Para 2022, a proposta prevê eleições para deputados estaduais e federais por maioria majoritária, conhecido por “distritão”. Neste modelo, seria eleito o candidato com mais votos em cada localidade, independente dos partidos. Hoje, as eleições para deputados e vereadores usam o sistema proporcional, em que o número de cadeiras de cada partido é decidido pelo cálculo do coeficiente eleitoral.

Dos sete destaques, apenas um foi aprovado, o que previa o distritão misto, em que parte dos eleitos seria por voto majoritário e outra parte pelo sistema proporcional. Com isso, o texto prevê apenas o Distritão.

Com o texto aprovado, a proposta vai para o plenário da Câmara, onde precisa de dois terços dos votos para avançar. A Câmara planeja votar a PEC já na próxima quarta-feira (11).

A proposta de distritão foi inserida em uma PEC que buscava vetar eleições próximas de feriados. Segundo os críticos, a medida enfraquece os partidos, dando mais poderes paras os candidatos mais famosos.

Câmara dos Deputados, em Brasília
Câmara dos Deputados, em Brasília

DESFILE MILITAR HOJE EM BRASÍLIA É MANTIDO PELO STF

Com isso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) receberá militares durante uma exibição de blindados em Brasília durante esta manhã

Gabrielle Varela, da CNN, em Brasília, e Rafaela Lara, da CNN, em São Paulo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, negou o pedido dos partidos Psol e Rede pela suspensão do desfile militar previsto para acontecer na manhã desta terça-feira (10) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. 

O ministro não chegou a analisar o mérito do pedido pois entendeu que a ação deveria ser rejeitada por questões processuais. E, por se tratar de Marinha e Forças Armadas, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) é o órgão responsável pela análise. 

Com isso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) receberá militares durante uma exibição de blindados em Brasília nesta terça.

O comboio militar que será recepcionado pelo presidente vem do Rio de Janeiro, e tem como destino final a cidade de Formosa, em Goiás, que fica a 70 km de Brasília. A parada está prevista para acontecer no Palácio do Planalto por volta das 8h30 desta terça.

“Apesar da Operação [militar] ocorrer desde 1988, nunca o comboio entrou na Praça dos Três Poderes para fazer convite à presidente da República. Esse tipo de convite sempre foi em gabinete, algo protocolar”, destacou a ação protocolada no STF.

O evento acontece no mesmo dia em que está prevista a votação da PEC do voto impresso no plenário da Câmara dos Deputados. A proposta já havia sido derrotada em Comissão Especial da Casa na última sexta-feira (6), por 23 votos a 11.

 

VOTO IMPRESSO PROVOCOU CRISE ENTRE OS PODERES

 

Editorial
Gazeta do Povo

Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que a PEC do voto impresso irá para votação em plenário, mesmo após a Comissão Especial da Câmara ter rejeitado a proposta: chances de derrota são grandes.| Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Poucos temas parecem estar mobilizando tanto a sociedade brasileira e a classe política quanto o voto impresso auditável, tema de uma proposta de emenda à Constituição que tramita na Câmara. O assunto leva apoiadores de Jair Bolsonaro às ruas, e colocou em rota direta de colisão os presidentes da República e do Tribunal Superior Eleitoral, em prévia de uma das mais graves crises institucionais da história recente, com direito a insultos, insinuações de não realização das eleições e, mais recentemente, ameaças de ações fora das “quatro linhas” da Constituição. Este conflito aberto entre poderes não pode ser tratado com ligeireza: ele é gravíssimo, mas tem solução, e ela está no Congresso Nacional.

Na quinta-feira, o relatório de Filipe Barros (PSL-PR), pela aprovação da PEC do Voto Impresso, foi derrubado por 23 votos a 11 na comissão especial, um placar mais elástico que o inicialmente previsto. O resultado levou à redação de um novo parecer, desta vez pela rejeição da PEC, redigido por Raul Henry (MDB-PE) e aprovado por 22 a 11. A derrota na comissão era considerada certa mesmo por deputados aliados do presidente Bolsonaro e favoráveis ao texto que previa a implantação da impressão do voto, sem contato entre eleitor e cédula. No entanto, a PEC ganhou uma sobrevida quando o presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que submeteria o tema à avaliação dos 513 deputados.

Governo, Supremo, TSE e toda a sociedade precisam estar prontos para reconhecer e aceitar qualquer resultado que vier do Congresso

A Constituição Federal é relativamente lacônica sobre o voto. Afirma, no artigo 14, que “a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos”, e mais adiante define a periodicidade das eleições e a forma como serão eleitos os ocupantes do Executivo e Legislativo. O único ponto em que os parlamentares não podem tocar de forma alguma é o “o voto direto, secreto, universal e periódico”, que não pode ser abolido nem mesmo por emenda constitucional, como diz o artigo 60. Todo o resto, o que está na Constituição e o que está na lei infraconstitucional, pode ser alterado. E quem decide como quer votar – se com urna puramente eletrônica, se com voto impresso; se pelo sistema majoritário, proporcional, distrital puro, distrital misto, “distritão” ou qualquer outro; e assim sucessivamente – é o povo, por meio dos representantes escolhidos para legislar. É tarefa que cabe única e exclusivamente ao Legislativo, não ao Executivo, nem ao Judiciário.

E, neste caso específico, o recurso ao plenário (que, embora muito incomum, é permitido pelo regimento da Câmara) é a melhor decisão. Não se trata de desmerecer a comissão especial e seu trabalho, mas de reconhecer que se está diante de uma circunstância extraordinária em que a avaliação de todos os representantes eleitos pelos brasileiros é a melhor saída para que haja um “pronunciamento definitivo” sobre o tema.


A palavra que importa, aqui, é “definitivo”. Isso significa que os outros atores políticos presentes nas duas pontas da Praça dos Três Poderes – sim, porque infelizmente os ministros do Supremo acabaram se portando também como atores políticos neste caso, deixando de lado a necessária imparcialidade dos magistrados – e toda a sociedade, independentemente de que lado assuma no debate, precisam estar prontos para reconhecer e aceitar qualquer resultado que vier do Congresso. Se a PEC passar pela Câmara e pelo Senado, os ministros do Supremo que vêm repetidamente se pronunciando contra o voto impresso têm de aceitar o resultado sem interferir, pois não está em jogo aqui o caráter “direto, secreto, universal e periódico” do voto, e aqueles que integram o TSE terão de trabalhar para implantar as determinações da PEC. E, caso a Câmara ou o Senado rejeitarem a PEC, mantendo o sistema atual, totalmente eletrônico, é dever do presidente Jair Bolsonaro acatar a voz do Congresso e encerrar definitivamente a escalada de insinuações e ataques que vêm marcando sua pressão pela adoção do voto impresso. Por fim, todos os demais brasileiros, favoráveis ou contrários à PEC, podem muito bem procurar seus representantes para manifestar sua opinião, podem se queixar caso o resultado não lhes agrade, mas não cabe a ninguém usar quaisquer meios de que dispuserem (muito menos o recurso à força) para negar, boicotar ou sabotar o que tiver sido decidido pelos parlamentares.

A aceitação da voz do Congresso na sua qualidade de legislador, independentemente do que diga essa voz, é essencial para a democracia e, no contexto atual, é a única maneira de trazer alguma pacificação – porque ainda continuará havendo muitos outros temas a causar polarização e tensões institucionais, infelizmente – neste momento em que falta muito pouco para que se perca o controle e as “quatro linhas” da Constituição sejam abandonadas. Que a totalidade do parlamento possa, então, dar uma solução a essa controvérsia e o país seja capaz de seguir adiante, já que o Brasil ainda enfrenta a pandemia de Covid-19 e tem de lidar com mazelas socioeconômicas gravíssimas, como níveis preocupantes de inflação e desemprego.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/o-voto-impresso-a-crise-entre-poderes-e-o-papel-do-congresso/
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PALAVRAS DOS ESPECIALISTAS SOBRE A URNA ELETRÔNICA

 

Ataque hacker
Por
Renan Ramalho – Gazeta do Povo
Brasília

Cronograma de Carga e Lacração – preparação da urnas para o 2° turno das Zonas Eleitorais do Paraná – Tags: eleições2018, eleições, voto, sulfrágio, Tribunal, urna eletronica. Fotos: André Rodrigues

TSE admitiu acesso indevido a códigos-fonte da urna eletrônica antes das eleições de 2018.| Foto: André Rodrigues/Arquivo Gazeta do Povo

A investigação da Polícia Federal sobre a invasão hacker ocorrida em sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018 não comprovou fraude na eleição presidencial daquele ano, mas aponta vulnerabilidades graves nas urnas eletrônicas que precisam ser corrigidas. Essa é a conclusão de especialistas em segurança digital consultados pela Gazeta do Povo sobre o inquérito revelado na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro dentro do qual o próprio TSE admitiu “acesso indevido” a códigos-fonte da urna eletrônica antes da votação.

Como a Gazeta do Povo mostrou na última quinta-feira (5), relatório elaborado pela Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE confirmou um ataque à rede do tribunal em abril de 2018 e que foi descoberto só em novembro daquele ano. Dentro da intranet, o hacker conseguiu senhas do coordenador de infraestrutura e de um ministro, conseguiu baixar “artefatos maliciosos” e ainda capturou trechos do código-fonte do “Gedai”, sistema disponibilizado aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para instalar os softwares que rodam nas urnas eletrônicas, incluindo o que computa os votos dos eleitores.

O caso foi usado por Bolsonaro para reforçar o discurso de que houve desvio de votos na disputa presidencial — ele diz que tinha votos suficientes para vencer a eleição ainda no primeiro turno.

Após a revelação do inquérito, o TSE afirmou, em nota, que a invasão “não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018”. “O código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação. Nada de anormal ocorreu”, disse o tribunal. Acrescentou que, desde 2018, “novos cuidados e camadas de proteção [foram] introduzidos para aumentar a segurança dos demais sistemas informatizados”.

Apesar disso, Bolsonaro voltou a acusar fraude na eleição de 2018. Em entrevista nesta segunda-feira (9) à rádio Brado, afirmou que, apesar de não ter provas, “com toda a certeza”, o hacker teria sido contratado para fazer alterações no programa de votação para tirar dele 12 milhões de votos. “Isso é uma suposição: quando as eleições acabaram, o grupo que o contratou, vocês devem saber quem é, não pagou o serviço, daí o hacker resolveu denunciar […] Os hackers não foram pagos, porque quem contratou, é uma suposição, deixar bem claro, não conseguiu seu intento, eleger o poste”, disse.

Até onde foi a invasão
Um relatório do TSE escrito em 7 novembro de 2018, no dia seguinte à descoberta da invasão, registrou que o hacker obteve o “código-fonte completo do Gedai-UE, possivelmente da versão usada nas Eleições 2018”; “chaves e credenciais de acesso a servidores usadas pelo Gedai-EU”; “senhas para oficialização dos sistemas Candidaturas e Horário Eleitoral utilizadas para a Eleição Suplementar 2018 de Aperibé/RJ”, além de manuais internos de equipamentos.

Professor do Departamento de Computação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Paulo Matias foi um dos técnicos que conseguiu invadir o sistema das urnas eletrônicas, quebrar o sigilo e desviar votos num teste público de segurança promovido pelo TSE em 2017. Ele disse à reportagem que os documentos do TSE no inquérito “não permitem alegar que houve fraude”, rebatendo duas suposições de Bolsonaro: de que o hacker teria modificado o código-fonte da urna e de que teria usado o acesso ao Gedai para interferir na votação.

“Antes de tudo, não se sabe se o invasor obteve acesso de escrita ao código. A principal hipótese dos peritos da Polícia Federal que investigaram a fundo o caso é de que houve apenas a leitura dos códigos”, disse Matias.

Ele explicou que a investigação descobriu que o hacker teve acesso aos códigos por meio do “Jenkins”, que é um sistema que baixa versões do código-fonte sempre que ele sofre alterações por parte de seus desenvolvedores. Mesmo assim, o invasor, neste caso, não teria como alterar os códigos, pois teria acesso apenas a cópias deles.

“No entanto, mesmo se supusermos que o atacante obteve acesso de escrita ao repositório de códigos, não seria trivial realizar alguma modificação sem ser percebido”, disse Paulo Matias. Isso porque alguns “logs” recuperados no inquérito — arquivos que traçam o histórico do acesso do hacker a dados internos — mostram, segundo o professor, que o TSE usava um sistema dentro do qual qualquer alteração no código-fonte seria facilmente visualizada por todos os desenvolvedores. “Os computadores dos desenvolvedores detectam essa inconsistência, recusam-se a baixá-la e geram um alerta. Assim, tem-se uma garantia muito forte da preservação do histórico de alterações do código”, afirmou.

Quanto ao acesso ao código do Gedai — o sistema que gera os cartões de memória com os softwares que são instalados nas urnas —, Matias disse que, após o ataque, peritos da PF não verificaram adulterações.

Outro integrante da equipe que invadiu a urna em 2017 no teste oficial do TSE, o professor Diego Aranha, ex-Unicamp e UnB, atualmente na Universidade Aarhus, na Dinamarca, também diz que o mero acesso ao código do Gedai não prova fraude na contagem dos votos.

Apesar de considerar o sistema crítico — “se ele tem vulnerabilidades e termina comprometido, poderia hipoteticamente gerar cartões de memória com software adulterado para instalação nas urnas” —, para efetivar uma fraude, outros passos seriam necessários.

“De posse do código-fonte do Gedai ou mesmo do software de votação, ele precisaria comprometer máquinas nos TREs que fazem a instalação dos cartões, explorar vulnerabilidades observadas no Gedai, adulterar os pacotes de software de instalação que o Gedai usa para injetar código malicioso e torcer para as etapas posteriores não detectarem isso”, afirmou à reportagem.

Professor de engenharia da informação na Universidade Federal do ABC (UFABC), Mario Gazziro também diz que os relatórios do TSE dentro do inquérito não provam fraude. Mas ele ressalva que, como o tribunal perdeu parte dos logs, não é possível saber tudo o que ocorreu.

“Não dá para dizer que está comprovada a fraude, mas também não dá para dizer que não está. Embora seja muito improvável que os hackers tenham adulterado alguma coisa, pela forma como foi descoberto. Porque eles contaram. Quando isso acontece, é a típica ação de ‘chapéu branco’, que é o cara que entra, vê a falha, copia alguma coisa ali, sai e avisa. A gente considera que foi um ativismo, mas não uma adulteração e um crime”, disse.


Acesso indevido ao código fonte das urnas é evento grave
Apesar de não verem fraude na eleição, os especialistas consultados pela Gazeta do Povo concordaram que a invasão foi grave e demonstra diversas fragilidades na segurança do TSE.

Diretor de Tecnologia da empresa de segurança da informação Sage Networks, Thiago Ayub é especialista em segurança de sistemas financeiros. Ele diz que os vestígios deixados pelo hacker que invadiu o TSE são “gravíssimos” e que leu o inquérito como um “conto de terror”.

“As falhas exploradas pelo invasor são tão primárias, grosseiras, que depõem contra a engenharia e operação dos sistemas do TSE e dos TREs”, afirmou à reportagem.

Ele deu alguns exemplos. Uma das portas de entrada do hacker na rede interna da Justiça Eleitoral foi o login de um ex-funcionário que tinha uma senha fácil de ser descoberta.

“Como pode um serviço de e-mail gratuito ter uma precaução tão básica de segurança como essa e o TSE não ter? Como não conseguem controlar quem deve e não deve ter mais um login nos sistemas? Ex-funcionários e ex-terceirizados continuam com acessos ao sistema por que alguém esqueceu de apagar o login deles?”, critica Ayub.

Outro problema: para acessar os sistemas internos, não se exigia do usuário um segundo fator de autenticação. Trata-se de um segundo código, além da senha, fornecido por um token.

“Como podem os responsáveis técnicos e gestores dessa infraestrutura desfrutarem desse nível de segurança em suas contas bancárias e não perceberem que nosso sistema eleitoral também precisa deste recurso de segurança?”, questiona Ayub.

Diego Aranha segue a mesma linha. “O que aconteceu é bastante grave, agora que se conhece melhor a dimensão da invasão. O inquérito mostra as deficiências na infraestrutura do tribunal (senhas fracas, autenticação insuficiente, comprometimento de múltiplas máquinas de TREs) e é evidente que código-fonte de sistemas críticos vazou.”

Para ele, uma política de segurança digital deve levar em conta a possibilidade de um invasor conhecer o sistema interno e estar atacando. “Não porque ele necessariamente esteja, mas porque assumir o pior caso é uma postura pró-ativa”, disse.

Paulo Matias, da UFSCar, é menos duro nas críticas. Reconhece que a rede do TSE possui infraestrutura mais segura que a de outros órgãos públicos que já conheceu. “Isso não significa que eles não tenham cometido erros, pelo contrário, significa que o governo em geral tem muito a melhorar nos seus cuidados com segurança cibernética”, afirmou.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/o-que-especialistas-dizem-sobre-acesso-indevido-codigo-fonte-urnas-eletronicas/
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ENTERRO DO VOTO IMPRESSO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

 

Proposta

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

AME6463. RÍO DE JANEIRO (BRASIL), 01/08/2021.- Simpatizantes del presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, participan en una masiva movilización a favor del voto impreso y para demostrar su apoyo al mandatario, hoy, en Río de Janeiro (Brasil). Partidarios de Bolsonaro se tomaron este domingo las calles de varias ciudades del país en apoyo a su discurso de que las máquinas de votación electrónica son “fraudulentas”. EFE/ André Coelho

PEC do voto impresso auditável será analisada no plenário da Câmara, mas sua derrota é praticamente certa.| Foto: André Coelho/EFE

Espera-se para breve o falecimento de um dos principais motivos da discórdia, da tensão e dos rancores presentes nestes últimos tempos na vida política brasileira. É o “voto impresso”, que não é impresso, não num recibo de papel, mas ficou sendo conhecido assim — uma das grandes exigências do presidente da República e do seu entorno para as eleições de 2022. Só assim, alegam, poderá haver eleições limpas; a um certo ponto do bate-boca, aliás, Jair Bolsonaro chegou a dizer que ou haveria eleições limpas ou não haveria eleição nenhuma.

Até agora tudo isso foi conversa, da mesma maneira que ficaram na conversa as provas de que houve fraude nas eleições de 2018, em prejuízo do presidente — ele teria tido mais votos do que lhe foram atribuídos pelo TSE, segundo disse, e por isso não ganhou a eleição já no primeiro turno. O motivo básico por isso tudo não ter dado em nada é o mais simples de todos: para dizer que não haveria eleições em 2022, Bolsonaro, antes de qualquer outra coisa, teria de ser capaz, na vida real, de cancelar mesmo essas eleições. Ele mostrou que não é. Fim do falatório.

A solução, no fim das contas, acabou ficando com o plenário da Câmara dos Deputados, prestes a votar se vai ou não vai haver mudanças no atual sistema de voto eletrônico, com o propósito de torná-lo verificável e mais seguro, como defende Bolsonaro. Uma vez tomada a decisão, o assunto morre; não vai haver combustível para manter esse debate vivo se a maioria dos políticos não quer que o debate continue.

A questão real é essa aí, e só essa: desde o início, deveria ter ficado claro para todos que o começo, o meio e o fim da história sempre estiveram na classe política brasileira. O STF e o presidente da República estiveram esse tempo todo metidos numa briga de foice — “não pode” ter voto impresso; “tem de ter” voto impresso — sem combinar com os russos, como se dizia antigamente. Formar uma maioria entre os russos, no caso entre os deputados, era a única coisa que interessava. É aí, não na guerra entre Bolsonaro e os ministros, que a decisão esteve o tempo todo.

Temos, nisso tudo, uma monumental perda de tempo. O presidente não provou de maneira conclusiva que o sistema de votação é controlado por forças que manipulam como querem o processo de contagem dos votos. O STF jamais conseguiu explicar por que seria impossível melhorar ou dar mais segurança ao sistema eletrônico atual — e nem porque a democracia no Brasil seria destruída com as mudanças que foram propostas.

Se o presidente Bolsonaro estivesse falando realmente a sério quanto ao voto impresso, da mesma forma como ocorreria com qualquer outro assunto, deveria ter começado logo depois da posse a trabalhar na formação de uma maioria no Congresso Nacional — forte o suficiente para impor ao STF uma segunda lei determinando a mudança do sistema, já que ele tinha anulado a primeira e os políticos agasalharam a anulação.

Era uma questão 100% política. Virou gritaria na mídia, motivo para novos ódios contra o presidente e tema de passeata de motocicleta.


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segunda-feira, 9 de agosto de 2021

REFORMA TRIBUTÁRIA VAI FAZER MUDANÇAS NO IMPOSTO DE RENDA

 

Impostos

Por
Célio Yano – Gazeta do Povo

Aplicativo do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2021, da Receita Federal.| Foto: Fernando Jasper/Gazeta do Povo

Uma das quatro etapas da reforma tributária do governo, o projeto de lei (PL) 2.337/2021 prevê alterações nas regras do Imposto de Renda (IR) já para 2022. O texto, que tramita em regime de urgência na Câmara e deve ser votado no plenário nos próximos dias, recebeu substitutivo do relator, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), que, no entanto, praticamente não alterou a proposta do Executivo no que se refere ao Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

Com isso, permanecem as sugestões da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, que, em linhas gerais, atualizam a tabela do IRPF, mas, por outro lado, restringem a possibilidade de utilização do chamado desconto simplificado.

Entre as principais mudanças para a pessoa física está o aumento da faixa de isenção do imposto, que sai dos atuais R$ 1.903,99 para R$ 2,5 mil. Segundo o Ministério da Economia, hoje 31 milhões de brasileiros declaram o IRPF, dos quais 10,7 milhões são isentos. Com a atualização da tabela, outros 5,6 milhões deixarão de pagar o imposto, elevando o total de isentos para 16,3 milhões.

Faixa atual Faixa proposta Alíquota
Até R$ 1.903,98 Até R$ 2,5 mil 0%
R$ 1.903,99 a R$ 2.826,65 R$ 2.500,01 a R$ 3,2 mil 7,5%
R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05 R$ 3.200,01 a R$ 4.250 15%
R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68 R$ 4.250,01 a R$ 5,3 mil 22,5%
Acima de R$ 4.664,68 Acima de R$ 5,3 mil 27,5%
Por outro lado, o governo propõe uma limitação do desconto simplificado, que é de 20%, apenas para quem recebe até R$ 40 mil por ano. Hoje, qualquer contribuinte que paga o IRPF pode optar, no momento da declaração de ajuste anual, pela opção, que reduz o valor dos rendimentos tributáveis em até R$ 16.754,34.

Caso aprovada a mudança, quem ganha mais que o limite proposto – equivalente a cerca de R$ 3,3 mil por mês – terá necessariamente de fazer a declaração completa, que permite deduzir apenas gastos com dependentes, saúde, educação e previdência. A mudança, no entanto, deve aumentar a carga tributária de muitos contribuintes de classe média, uma vez que a atualização na tabela de alíquotas por faixa salarial não compensará o aumento do IRPF com o fim do desconto de 20%. Estima-se que cerca de 2 milhões de contribuintes estão nessa situação.

O Centro de Liderança Pública (CLP) criou uma calculadora que permite simular como deve ficar a tributação de pessoas físicas caso seja aprovada a reforma.

Dividendos passarão a ser taxados em 20%, mas há exceções
Outra mudança para as pessoas físicas será a taxação de lucros e dividendos distribuídos em 20%. O governo propôs uma faixa de isenção para quem recebe até R$ 20 mil mensais vindos de empresas de micro e pequeno porte (até R$ 4,8 milhões de receita anual) – a tributação, nesses casos, incidiria apenas sobre o valor que exceder R$ 20 mil. No substitutivo, Sabino incluiu uma exceção também para a distribuição, sem limite de valor, para todas as empresas do Simples.

O texto prevê ainda modificação nas alíquotas de tributação dos investimentos em renda fixa, fundos abertos e fechados (multimercados). Fica extinta a tabela regressiva, segundo a qual incidem alíquotas que vão de 22,5% a 15% dependendo do prazo de resgates. A proposta é de uma cobrança fixa de 15%.

As operações em bolsa de valores também passarão a ter alíquota de 15%, com apuração trimestral, para todos os mercados, caso o texto seja aprovado. Hoje, a apuração é mensal, com taxa de 15% em mercados à vista, a termo, de opções e de futuros, e de 20% para operações de day trade e cotas de fundos de investimento imobiliário (FII).

A distribuição de rendimentos de FIIs, que o governo chegou a propor tributar em 15%, continuará isenta. Após ser duramente criticado por investidores e pelo setor imobiliário, o relator decidiu retirar a previsão em seu substitutivo.

Haverá uma mudança ainda no imposto cobrado sobre a atualização de valores patrimoniais de bens imóveis localizados no país. A informação sobre o novo valor poderá ser feita anualmente, com uma alíquota reduzida de 4%.

Atualmente, o valor é mantido enquanto se tem a propriedade do imóvel, e a atualização é feita apenas quando ocorre a venda, com uma incidência de alíquota de 15% a 22,5% sobre o ganho de capital.

Como as mudanças devem afetar as contas do governo
De acordo com o deputado Celso Sabino, a perda de receita para o governo com a atualização da tabela proposta, para 2023, é de R$ 25,15 bilhões. Com a restrição ao desconto simplificado, o impacto seria reduzido em R$ 10,69 bilhões, resultando em uma perda líquida de R$ 14,46 bilhões.

Um estudo do Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Itaú, assinado pelos economistas Claudia Bruschi e Pedro Schneider, estima que a atualização da tabela do IRPF pode reduzir a arrecadação do governo em cerca de R$ 23 bilhões, mas, por outro lado, aumentar o consumo em até R$ 20 bilhões, o que aliviaria a perda de arrecadação em R$ 6 bilhões.

“O aumento potencial seria maior nas faixas de renda de 3 a 6 salários-mínimos e tende a beneficiar mais a demanda por serviços e automóveis, que tem maior elasticidade-renda nesses itens”, dizem os autores do relatório.

Eles avaliam que a tributação de dividendos pode ajudar a reduzir o fenômeno da “pejotização”, em que pessoas físicas passam a receber uma parcela relevante da sua remuneração do trabalho via dividendos isentos de imposto, em vez de salários, tributados na fonte. Segundo dados da Receita Federal, de 2007 a 2019, o número de pessoas que declararam ter recebido dividendos saltou de 1 milhão para 3,6 milhões. No mesmo período, os valores declarados saltaram de 3,5% para 6,4% do PIB.

“A medida ajuda a melhorar a progressividade da carga tributária, dado que, para essas pessoas [que recebem lucros e dividendos], a alíquota efetiva de IRPF, isto é, quanto de imposto pagaram como proporção da sua renda total, é consideravelmente menor”, diz o estudo do Itaú.

Em nota técnica, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) considera, no entanto, que a isenção para lucros e dividendos distribuídos por micro e pequenas empresas no valor de até R$ 20 mil mensais mantém mais barata a contratação de trabalhadores como pessoas jurídicas, em detrimento da utilização das leis trabalhistas.

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Proposta ainda é passível de mudanças
Prestes a ser votado no plenário Câmara, o PL 2.337/2021 ainda é passível de mudanças por meio de emendas. O texto, se aprovado, ainda tramitará no Senado, onde também pode ser modificado.

Até sexta-feira (6), três emendas apresentadas por parlamentares sugerem alterações na proposta do governo para pessoas físicas. Leo de Brito (PT-AC) propõe ampliar a faixa de isenção do IRPF para renda mensal de até R$ 5,5 mil, enquanto o deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG) propôs a manutenção da opção pelo desconto simplificado para todos os contribuintes.

Marcelo Ramos (PL-AM) propõe que os lucros e dividendos pagos ou creditados por pessoas jurídicas prestadores de serviços que tenham optado pela tributação com base no lucro presumido não fiquem sujeitos a incidência do imposto de renda na fonte e nem integrem a base de cálculo do IRPF.

O aumento da isenção do imposto para ganhos de até R$ 5 mil mensais foi uma promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2018. O ministro Paulo Guedes diz, no entanto, que não é possível chegar a esse patamar.

A tabela do IRPF não é reajustada desde 2015. Segundo cálculos do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), a defasagem das faixas de alíquota é de 113,09% desde 1996. De lá para cá, a inflação acumulada teria sido de 346,69%, enquanto as correções somam 109,63%. Conforme esses números, caso tivessem sido feitas as correções de acordo com a alta inflacionária, estariam isentos os contribuintes com salário de até R$ 4.022,89.

O estudo do Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Itaú diz que seria possível aumentar a faixa de isenção, desde que houvesse, como contrapartida, a criação de novas faixas para maiores rendas. Com a liberação do imposto para quem ganha até R$ 3,3 mil e uma taxação de 32,5% e de 35% para rendimentos superiores a R$ 7 mil e R$ 9 mil, o impacto fiscal seria neutro, conforme os cálculos da equipe do banco.

“A redução da tributação para as faixas de renda mais baixa, que têm menor taxa de poupança, seria compensada pelo aumento para as faixas de renda maiores, que têm alta taxa de poupança. O aumento da alíquota máxima aproximaria o país do padrão internacional”, explicam os economistas.

Nos países da OCDE, a alíquota máxima de imposto sobre renda incide sobre ganhos 356% acima do salário médio, o que seria equivalente a R$ 8.884 no Brasil. No sistema tributário brasileiro, a maior faixa corresponde a R$ 4.664,68, ou 212% da renda média.

Os analistas sugerem ainda alternativas à limitação da declaração simplificada. Uma das possibilidades mencionadas é manter as condições atuais, sem restrição por renda, e tornar a tributação mais progressiva, “trazendo algum ganho para a atividade econômica sem prejudicar o ajuste fiscal”.

Outra opção seria revisar as regras de dedução da base de cálculo do imposto. Eles lembram que os abatimentos são bastante concentrados e utilizados principalmente pela parcela mais rica da população.

Estudos do Ministério da Economia mostram que, no caso da saúde, cuja dedução é atualmente ilimitada, 82% dos R$ 18 bilhões de renúncia fiscal vão para o 1% mais rico da população, enquanto 79% dos R$ 4 bilhões de renúncia com despesas de educação, cuja dedução hoje é limitada a R$ 3.652, vão para os 20% mais ricos.

“Ou seja, desenhos que focalizem essas deduções na parcela mais pobre poderiam ter seus ganhos utilizados para manter mais abrangente uma modalidade de declaração de imposto menos complexa – algo bem vindo no Brasil, que, segundo estatísticas do Banco Mundial, é o país onde mais se gasta tempo para administrar o pagamento de tributos.”


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FUNDADOR DA TESLA É UM GÊNIO DO MARKETING? OU NÃO É?

 

Julgamento sobre o polêmico caso da SolarCity é também um referendo sobre a liderança do fundador da Tesla

 Por Will Oremus – The Washington Post

A confiabilidade de Musk é, num sentido bastante concreto, uma questão de vida ou morte

A confiabilidade de Musk é, num sentido bastante concreto, uma questão de vida ou morte

Quando Elon Musk apresentou um plano ambicioso para comprar a empresa de energia solar SolarCity em 2016, o então diretor financeiro da Tesla o apelidou internamente de “Projeto Ícaro” – um detalhe que veio a público num julgamento na semana passada, quando Musk tomou posição para defender o polêmico negócio de US$ 2,6 bilhões. “Você se deu conta que isto significa voar muito perto do sol?”, perguntou o advogado dos demandantes, Randall Baron, ao presidente executivo da Tesla, referindo-se à sua oferta pela SolarCity.

O julgamento é, num certo sentido, uma disputa comercial sobre o negócio da SolarCity, que alguns acionistas da Tesla veem como um desastre que Musk forçou para impulsionar seus próprios objetivos – a SolarCity era administrada por seus primos, ele era coproprietário e estava em crise financeira quando a Tesla a comprou. Mas, para Musk, tem mais coisa em jogo. O caso é também um referendo sobre sua própria liderança, integridade e visão. Em outras palavras: é um modo de saber se ele é Dédalo, o mentor engenhoso, ou Ícaro, aquele que flerta com o desastre e está fadado a uma queda trágica.

Na mitologia grega, Dédalo foi um inventor brilhante que criou asas para que ele e seu filho, Ícaro, escapassem da prisão. Dédalo avisou Ícaro para não voar muito perto do sol. Mas Ícaro, inebriado com o poder de voar, não se conteve. Dédalo sobreviveu. Ícaro queimou as asas e morreu.

A resposta sobre o julgamento é importante e não só para Elon Musk. Ele agora lidera duas empresas, Tesla e SpaceX, a cujos produtos as pessoas confiam suas vidas, literalmente. Ambas ultrapassaram os limites do que é considerado possível – e do que é considerado seguro. Assim como as asas de Dédalo, a tecnologia de “piloto automático” da Tesla e as missões espaciais tripuladas da SpaceX exigem enorme fé na tecnologia e expõem seus usuários a novos riscos. Portanto, a confiabilidade de Musk é, num sentido bastante concreto, uma questão de vida ou morte.

Os momentos mais iluminadores do julgamento foram aqueles em que se explicitaram as questões centrais que há muito tempo assombravam a carreira de Musk. Ele é um visionário ou um vendedor ambulante? Um gênio do marketing ou um troll narcisista?

A segunda pessoa mais rica do mundo, de acordo com alguns critérios, poderia facilmente ter se dado ao luxo de resolver o caso da SolarCity fora do tribunal, como todos os outros membros do conselho da Tesla fizeram no ano passado. Em vez disso, ele escolheu brigar. E, então, em uma sombria sala de tribunal de Delaware, ele defendeu sua reputação contra um advogado que pretendia denunciá-lo como uma fraude, no mesmo momento em que seus colegas bilionários Richard Branson e Jeff Bezos estavam em vários estágios de suas aventuras no espaço.

O custo dessa defesa é um novo exame do histórico sobre Musk e, por consequência, sobre sua aptidão para liderar. No depoimento, Musk não fez nenhum favor a si mesmo ao chamar Baron de “um ser humano ruim” – ou ao insistir que ele “meio que odeia” ser CEO da Tesla. Mas suas trocas com Baron ofereceram em várias ocasiões uma visão sobre como Musk se vê e como ele justifica ações que outros consideram preocupantes ou incompreensíveis.

Por exemplo: por que Musk costuma fazer promessas irrealistas? Isto faz dele uma pessoa desonesta ou é a chave de seu sucesso?

Mais especificamente, Baron pressionou Musk a respeito de seu grande plano para um “telhado solar”: um telhado para casas que seria feito de painéis solares. Ele revelou a ideia em 2016, em parte para justificar o acordo com a SolarCity, e em determinado momento afirmou que estaria pronto para implantação generalizada no ano seguinte – uma afirmação ousada para o que, na época, era um conceito nada funcional. Cinco anos depois, o telhado ainda não está em produção em massa, embora Musk não tenha desistido.

“Tenho o hábito de ser otimista com os cronogramas”, disse Musk. “Se eu não fosse otimista, não acho que teria fundado uma empresa de carros elétricos ou de foguetes”.

Baron não estava comprando a ideia. “É mais do que otimista”, disse ele sobre os prazos do telhado solar. “É simplesmente mentira”.

Dois lados

Então Musk é otimista ou mentiroso? A verdade pode ser um pouco de cada coisa: seja sua previsão de um telhado solar em 2017, um Tesla totalmente autônomo em 2018 ou um milhão de robô-táxis nas ruas em 2020, Musk muitas vezes falha em cumprir o prometido. E, no entanto, é essa mesma ambição ultrajante que levou suas empresas a realizações que poucos pensavam possíveis, desde liderar uma revolução elétrica na indústria automotiva até o pioneirismo na exploração comercial do espaço.

Da mesma forma, as travessuras e os tuítes bizarros de Musk – desde se coroar “Rei da Tecnologia” da Tesla num processo federal até vender lança-chamas, fumar maconha no podcast de Joe Rogan e batizar seu filho X Æ A-12 – podem ser vistos de duas maneiras. Um ponto de vista é que ele é um idiota imaturo, mimado e sem autocontrole. O outro, que o próprio Musk sugeriu no tribunal esta semana, é que ele é um marqueteiro e showman inventivo.

Baron apresentou a manobra do “Rei da Tecnologia” como um exemplo da disposição de Musk em colocar seus próprios caprichos acima dos interesses da empresa. Musk respondeu que seus caprichos são, na verdade, estratégicos. “Quando fazemos entretenimento, as pessoas escrevem histórias sobre nós e não precisamos gastar dinheiro com publicidade, o que aumentaria o preço de nossos produtos”, disse ele.

Isso pode soar como um exagero, particularmente quando se trata de algumas das manobras mais imprudentes de Musk, como o tuíte sobre “investimento garantido” que lhe custou a presidência da Tesla ou sua intromissão inútil num esforço de resgate numa caverna na Tailândia. Mas não há como negar que ele teve sucesso em transformar a Tesla num nome famoso em todo o mundo sem fazer um único comercial de carro. Mais uma vez, as duas coisas podem ser verdadeiras: Musk é um tagarela imprudente e ególatra, mas também um mestre da mídia.

Parece improvável que, de todas as crises que Musk enfrentou até agora, o processo dos acionistas sobre a aquisição da SolarCity seja aquele que irá derrubá-lo. Por mais inconveniente que o negócio pareça de muitos ângulos, ele não evitou que as ações da Tesla disparassem, e Musk foi convincente ao dizer que a energia solar continua sendo uma aposta plausível de longo prazo para a empresa. E a eventual derrota no processo não prejudicaria muito sua conta bancária.

Mas, voltando à metáfora de Dédalo e Ícaro, havia um ponto-chave que Musk parecia ignorar. Dédalo pode ter sobrevivido à fuga – escapando de um labirinto que ele próprio criara, aliás. Mas a morte de Ícaro estava em suas mãos e isto o assombrava. Elon Musk chegou até aqui voando mais perto do sol do que qualquer figura no mundo dos negócios. Nem todo piloto automático da Tesla teve a mesma sorte. E à medida que mais e mais pessoas confiam na tecnologia de suas empresas, sua postura ousada levanta preocupações justificáveis sobre se ele dá a devida prioridade à segurança.

Afinal, não é com a sobrevivência de Musk que o restante de nós precisa se preocupar. É com a sobrevivência das pessoas que usam suas engenhocas. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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