domingo, 8 de agosto de 2021

FORMATOS DE PUBLICIDADE ONLINE

 

Independentemente do setor em que a sua empresa está inserida, uma verdade é incontestável: só é possível alcançar o sucesso e aumentar o market share a partir de uma boa estratégia digital. Isso porque, como você sabe, a massificação do uso da internet vem alterando o comportamento do consumidor, que hoje está mais conectado do que nunca.

A publicidade na era da internet praticamente eliminou barreiras de entrada, já que é uma abordagem muito acessível para as empresas de todos os tamanhos. Dito isso, fica claro que não se trata de um ambiente que pode ser explorado sem um planejamento eficiente, que destaque a sua marca e gere vantagens em relação aos competidores.

Então, será que realmente vale a pena investir tempo e recursos em marketing digital? Para ajudar você a entender a resposta, desenvolvemos este texto. Nele, abordaremos a atual importância dessa prática, falaremos sobre o seu funcionamento e benefícios e, depois, listaremos os principais formatos de publicidade online. Continue a leitura!

Qual é a importância da publicidade online?

Se você tem qualquer experiência em publicidade, sabe que, por mais qualificada que seja uma campanha, ela só é efetiva se souber se comunicar com o público-alvo. E o que isso significa? Além da adoção de uma linguagem e identidade visual adequadas à persona, é preciso atrair sua atenção e convencê-la de que você tem algo de valioso a oferecer.

O publicitário precisa ser cirúrgico na decisão pelo melhor canal para se comunicar com a audiência. Afinal, de nada adianta elaborar uma peça excelente e exibi-la, por exemplo, em uma região com poucos representantes do público que você considera ideal para o seu negócio.

Na internet, isso não acontece. O vasto uso da rede por consumidores garante à marca a possibilidade de alcançar audiências com as mais variadas características. Trata-se de uma clara consequência da variação no comportamento do consumidor, que, hoje, utiliza a rede para fazer praticamente de tudo, inclusive procurar e comprar produtos.

O potencial de investir em publicidade nesse cenário não está passando despercebido. De acordo com um mapeamento realizado no mercado latino americano, por exemplo, o ano de 2019 representou um crescimento de 14% nos orçamentos voltados para esse tipo de atividade, representando um total de 9,17 bilhões de dólares.

É justo dizer, então, que as marcas que ficarem de fora dessa tendência correm sérios riscos de perder a relevância, encontrando dificuldades em estabelecer uma relação frutífera com os consumidores.

Agora que você sabe que vale a pena investir em publicidade online, falaremos mais sobre o seu funcionamento. Acompanhe!

Como a publicidade online funciona?

Um dos principais erros cometidos na publicidade online é investir na elaboração de estratégias sem levar em conta as características do seu cliente. Por isso, para compreender o funcionamento prático dessa abordagem, é preciso visualizá-la como uma forma de satisfazer as demandas do consumidor moderno, também chamado de 4.0.

Para esse perfil, as grandes investidas publicitárias tradicionais, como os anúncios de TV, rádio e jornal, perderam muita relevância. O rápido acesso à informação gerou um público mais cético em relação a esse formato, dando preferência até às indicações de familiares, amigos e influenciadores digitais. Assim, o desafio da publicidade digital é satisfazer esse consumidor.

Para tal, é preciso abandonar a visão tradicional, em que as companhias detinham o poder sobre o relacionamento. Hoje, o cliente se encontra no topo da hierarquia do mercado, já que não enfrenta dificuldade para buscar opções semelhantes ou encontrar informações mais aprofundadas sobre as marcas com que se relaciona.

O primeiro passo para a aplicação dessa abordagem é, portanto, a definição de uma persona. Trata-se de um personagem semifictício que simula o cliente ideal para o seu negócio. Então, além dos dados demográficos incluídos no seu público-alvo, você deve ter em mente fatores mais subjetivos, como as dores, necessidades, motivações e preferências da audiência.

A partir daí, você pode trabalhar de forma adequada para alcançar e cativar seus clientes, fazendo uso dos mais adequados formatos de publicidade online. Se a sua persona faz uso do Instagram para buscar produtos, por exemplo, divulgar a sua loja por lá é uma boa pedida. Se ela prefere o uso de mecanismos de busca, como o Google, o investimento em técnicas de SEO pode ser mais relevante e a Startup Valeon é um ótimo canal de divulgação online no Vale do Aço para as empresas da região.

Então, podemos entender a aplicação prática da publicidade online como um conjunto de técnicas e métodos utilizados com o fim de oferecer a melhor experiência ao cliente, sempre tendo em vista a criação de uma imagem positiva para a sua marca.

Quais são os benefícios dessa abordagem para a sua empresa?

Se você chegou até esse ponto, já tem alguma noção das principais vantagens proporcionadas pela publicidade online, não é? Mencionamos, por exemplo, que a natureza abrangente da internet possibilita um alcance sem precedentes às marcas que a exploram, já que todo tipo de público está presente no meio digital.

Ao falar isso, o mais interessante é ressaltar que existem diversas ferramentas que possibilitam que esse alcance não seja apenas amplo, mas também certeiro. Ao investir em mídia programática, por exemplo, você pode realizar um direcionamento eficiente, garantindo que o público alcançado se assemelhe ao máximo com a sua definição de persona.

Capacidade de segmentação do público

A capacidade de segmentar sua audiência é, sem sombra de dúvidas, um dos principais benefícios oferecidos pelo meio digital. Isso porque, ao desenvolver suas campanhas, você pode garantir que elas serão visualizadas apenas por pessoas que se encaixem em determinadas características, potencializando as possibilidades de conversão.

Assim, imagine que você pretende divulgar seu website com  o Site da Startup Valeon a partir do impulsionamento de um post no Instagram. Ao fazer isso, você pode configurar o anúncio para que ele foque em pessoas localizadas em uma determinada região, que pertençam a uma certa faixa etária ou que contem com um endereço em comum. Dessa maneira, você não vai apenas aumentar o tráfego do seu website, mas também qualificá-lo.

Se comparada à publicidade tradicional, a capacidade de segmentação do modelo digital se torna ainda mais relevante. Antes da internet, o máximo que uma equipe de marketing podia fazer era filtrar os anúncios de acordo com os horários e canais disponíveis, o que nem se compara à possibilidade de incluir, também, as características individuais da audiência.

Facilidade de mensuração

Outra grande vantagem proporcionada pela publicidade online é a facilidade encontrada para mensurar resultados. Graças à enorme quantidade de dados gerados diariamente e às ferramentas que permitem sua análise, você pode obter insights valiosos sobre qualquer uma de suas campanhas.

Se o seu objetivo era, por exemplo, aumentar o número de visualizações na página de um produto, você consegue descobrir exatamente quantos usuários a acessaram a partir do seu anúncio. Então, para monitorar a eficiência da estratégia, basta definir as métricas mais importantes e acompanhar os relatórios gerados pelas plataformas de anúncio.

Além dessa prática se mostrar excelente na comprovação da necessidade de investir em determinadas abordagens, trata-se de uma maneira de manter-se em constante otimização. A partir da visualização de dados, você vai notar alguns padrões e, ao compará-los, poderá tomar medidas para aprimorar a campanha ou prezar por sua manutenção.

Suponhamos, por exemplo, que sua marca esteja buscando o melhor horário para realizar promoções na internet. Para tirar a prova, basta criar campanhas em momentos diferentes e comparar seus alcances, acessos, conversões e demais indicadores de performance.

Agilidade na criação de campanhas

O que leva tempo na publicidade digital é a elaboração do planejamento de marketing. Você deve mapear seu público-alvo e seus competidores, e contar com um vasto conhecimento no mercado para que as suas abordagens tenham chance de sucesso. Contudo, uma vez que o planejamento estratégico esteja finalizado, sua execução é bastante ágil.

Cada dia mais, as plataformas focadas em anúncios digitais se tornam mais eficientes, possibilitando a criação de campanhas de forma extremamente rápida. Em um cenário dinâmico como o atual, essa agilidade pode ser o diferencial para você aproveitar uma oportunidade e sair na frente da concorrência.

Maior retorno sobre investimento

A superioridade no ROI da publicidade digital em relação à tradicional é inegável. Para começar, pense na segmentação de público. Quando você investe em um outdoor, por exemplo, não tem quase nenhum controle sobre quem o visualiza. Isso implica dizer que grande parte das pessoas que passarem por ele jamais terão qualquer interesse em fazer negócios com você.

Isso não é uma realidade na publicidade online. Graças à segmentação e ao conceito de persona, você direciona suas campanhas apenas às pessoas que se encaixem no seu perfil ideal de consumidor. Em outras palavras, sua peça publicitária será vista por indivíduos que apresentam alguma chance de se interessar por suas soluções. O que isso significa? Que você não vai desperdiçar dinheiro com quem não se interessa pelo anúncio.

Por si só, o fato de ser mais certeiro já implica no aumento do ROI. Além disso, as plataformas de anúncio trabalham com a cobrança mediante resultados. Por exemplo: se você investe x para alcançar y cliques, só será cobrado quando o objetivo for alcançado.

Quais são os principais formatos de publicidade online?

Quer saber mais um benefício trazido pela publicidade na internet? Essa modalidade conta com uma grande variedade de formatos, o que permite que você diversifique sua estratégia e teste diferentes opções para alcançar os resultados que deseja.

A seguir, listamos os principais tipos. Acompanhe!

Mídias pagas

As mídias pagas são as plataformas que cobram para a veiculação de algum tipo de conteúdo. O exemplo mais conhecido é o Google Ads, que trabalha com a venda de links patrocinados. A partir da definição de palavras-chave, objetivos e público-alvo, você consegue que seu material seja exibido para determinados usuários de internet em momentos oportunos.

Assim, vamos imaginar que você tenha uma agência de viagens e queira promover a oferta de uma determinada rota. Ao investir em links patrocinados, a página que você especificar será exibida no topo das páginas de resultados de buscadores, aumentando, assim, o seu alcance.

Existem, também, mídias pagas voltadas para o uso em redes sociais específicas. Elas funcionam da mesma forma, tendo a segmentação de público e o controle de orçamento como suas características mais marcantes.

Qualquer que seja o caso, é importante prestar atenção para um detalhe: a responsividade dos seus anúncios. É importante que eles sejam mobile-friendly, de modo a alcançar os usuários de tablets e smartphones, que representam grande parte do público digital.

Anúncios em games

Já que mencionamos os dispositivos móveis, vamos falar sobre a possibilidade de usar aplicativos específicos para divulga sua mensagem. Cada vez mais donos de tablets e smartphones utilizam os aparelhos para o entretenimento, o que inclui diversos jogos extremamente engajantes.

Isso gera a oportunidade de posicionar seu anúncio em um ambiente que favorece a captação da atenção do usuário. A campanha pode ser posicionada dentro do jogo, alcançando o consumidor em um momento em que ele está totalmente imerso na experiência.

Anúncios em artigo

Outra boa ideia é inserir seus anúncios em seus artigos do blog, utilizando o potencial do conteúdo em educar o lead e prender sua atenção. Os chamados In-Article Ads são posicionados entre os parágrafos do texto e assumem forma de vídeo ou display. É importante que você escolha estrategicamente o local exato para inserir a campanha.

Outro tipo de anúncio que pode otimizar a geração de leads em seu website é o Footer Ad, que fica fixado no rodapé da página, mas pode ser expandido para full-screen com um clique. A ideia é fornecer uma informação chamativa ao usuário para estimular que ele visualize toda a mensagem.

Já o Slider, tipo de anúncio que flutua na lateral de uma página, é um ótimo formato para exibir calls-to-action. Isso facilita a experiência do usuário que quer conehcer mais sobre a empresa e, ainda, não atrapalha a experiência de quem quer apenas finalizar a leitura.

E-mail marketing

Utilizar o e-mail como canal de publicidade é uma das práticas mais antigas do marketing digital, mas ainda está longe de perder a relevância. Afinal, estima-se que cerca de 95% dos consumidores digitais acessa a caixa de entrada diariamente, dando às marcas uma excelente oportunidade de estabelecer conexões e relações frutíferas.

Para explorar o e-mail marketing, você deve contar com uma lista de contatos que se encaixe com sua definição de persona. Como se trata de uma ferramenta que também tem grande poder de segmentação, você pode trabalhar no envio de mensagens personalizadas, destinadas a nutrir e converter clientes em diferentes fases do funil de vendas.

Marketing de conteúdo

O marketing de conteúdo é uma abordagem geral que busca atrair consumidores a partir do oferecimento de materiais pertinentes às suas características. A ideia é colocar a marca como autoridade no mercado, educando o público sobre as dores e direcionando-o sutilmente a uma decisão de compra. Uma das ferramentas mais utilizadas nessa abordagem é o blog e sites como do Startup Valeon.

Conteúdos postados em blogs e sites podem atrair leitores e, se forem qualificados, construir uma imagem positiva para a marca. Para fazer isso, é necessário investir em técnicas de SEO, que buscam posicionar a página entre os primeiros resultados dos buscadores no assunto tratado.

Redes sociais

Hoje, é impossível falar de publicidade digital sem mencionar as redes sociais. Esses canais se tornaram imprescindíveis para a construção da presença digital da marca e para a comunicação direta com o consumidor. Para se ter uma ideia, 80% das contas ativas no Instagram seguem o perfil de alguma empresa.

As redes sociais podem ser inseridas no marketing de conteúdo com a produção de posts que atraiam e eduquem o consumidor, mas também contam com ferramentas de anúncio que se enquadram no cenário das mídias pagas. Trata-se, portanto, de um formato publicitário extremamente versátil e que apresenta ótimos resultados.

Como vimos, conhecer os principais formatos de publicidade online é importante para que você os analise e descubra o que melhor se encaixa em sua estratégia. Vale lembrar, contudo, que a agilidade das mudanças na internet exige que você fique de olho nas tendências, já que novos formatos podem surgir a todo instante.

E então, concorda que a publicidade online é uma prática repleta de elementos interessantes? Compartilhe o artigo em suas redes sociais e veja o que seus contatos têm a dizer sobre o assunto!

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

O CANAL DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

QUEM SOMOS

A Plataforma Comercial da Startup ValeOn é uma empresa nacional, desenvolvedora de soluções de Tecnologia da informação com foco em divulgação empresarial. Atua no mercado corporativo desde 2019 atendendo as necessidades das empresas que demandam serviços de alta qualidade, ganhos comerciais e que precisam da Tecnologia da informação como vantagem competitiva.

Nosso principal produto é a Plataforma Comercial Valeon um marketplace concebido para revolucionar o sistema de divulgação das empresas da região e alavancar as suas vendas.

A Plataforma Comercial ValeOn veio para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos produtos/serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada nos seus serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

Diferenciais

  • Eficiência: A ValeOn inova, resolvendo as necessidades dos seus clientes de forma simples e direta, tendo como base a alta tecnologia dos seus serviços e graças à sua equipe técnica altamente capacitada.
  • Acessibilidade: A ValeOn foi concebida para ser utilizada de forma simples e fácil para todos os usuários que acessam a sua Plataforma Comercial , demonstrando o nosso modelo de comunicação que tem como princípio o fácil acesso à comunicação direta com uma estrutura ágil de serviços.
  • Abrangência: A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.
  • Comprometimento: A ValeOn é altamente comprometida com os seus clientes no atendimento das suas demandas e prazos. O nosso objetivo será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar para eles os produtos/serviços das empresas das diversas cidades que compõem a micro região do Vale do Aço e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

STF NA CONTRAMÃO DA DEMOCRACIA

 

Por
Guilherme Fiuza – Gazeta do Povo

O Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília| Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF

O Supremo Tribunal Federal resolveu declarar guerra ao governo federal. Grande novidade. Ele está guerreando contra o governo há anos, na cara de todo mundo – e não só contra o governo atual. Felizmente agora resolveu rasgar a fantasia e confessar que quer a ruptura. Melhor assim. Chega de dissimulação.

O presidente da corte, Luiz Fux, num discurso inflamado que oscilou entre o patético e o ridículo, disse que o STF estava cancelando unilateralmente a reunião que haveria entre os três poderes. Ótimo. Os ministros da suprema corte fazem política da hora que acordam à hora que vão dormir contra o presidente da República – a quem já chamaram até de assassino. Agora ficarão mais leves para panfletar sob as togas sem ter que fingir que aquilo é uma alta representação judiciária.

As eleições de 2022 estão sob suspeita porque todas as perícias – da Comissão de Constituição e Justiça à Polícia Federal – comprovaram a vulnerabilidade do sistema. Mas o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, vocalizando a posição política – repetindo: política – do STF desinforma reiteradamente sobre a segurança das urnas eletrônicas no sistema atual, afirmando tanto que não há vulnerabilidade, quanto que o processo é passível de auditagem.

Subsidiado por relatórios técnicos que não foram refutados por ninguém – com exceção da gritaria dos negacionistas – o presidente da República passou a defender o aprimoramento do sistema de votação e aferição dos votos. Isto levou o STF e o TSE a uma guerra aberta contra essa proposta – porque, como se sabe, o nome do jogo é investir tudo no antibolsonarismo religioso, que dá muita manchete e espaço na TV. Eles acham que isso é poder. A história dirá se é mesmo.

Até simpatizante petista protagonizou campanha institucional do TSE – Barroso escolhe bem os símbolos da isenção – para dizer que a urna eletrônica atual é segura. O próprio presidente do TSE passou a discursar dia sim outro também afirmando que o sistema é inviolável. Aí apareceu o que não podia aparecer de jeito nenhum: relatório da Polícia Federal mostrando que o sistema eleitoral foi invadido e violado em 2018.

Pelo menos um invasor passou mais de seis meses dentro do sistema, a partir da captura de códigos fonte. Que tipo de fraude ele preparou lá (e outros que eventualmente tenham seguido o mesmo caminho) ninguém saberá porque o TSE apagou os arquivos que continham todos os registros do sistema nas eleições de 2018.

O presidente da República criticou a falsidade do ministro Barroso ao negar uma violação já constatada e reconhecida pelo próprio TSE. Aí veio a resposta ao feitio dos supremos companheiros: o TSE denunciou Bolsonaro por “fake news” e, surpresa, Alexandre de Moraes aceitou a denúncia enquadrando o presidente no famigerado inquérito do fim do mundo. Ainda bem que eles agora não precisam mais fingir que isso não é politicagem – viva a sinceridade.

Então é isso. O STF/TSE quer tirar Bolsonaro da eleição no grito, depois de ter colocado nessa mesma eleição, também no grito (ou no sussurro, como você preferir), o criminoso condenado Lula da Silva. Eles acham que bastam umas manchetes amigas tratando Lula como um homem bom, umas pesquisas providenciais dizendo que o ex-ladrão já está eleito e uma lavagenzinha de reputação por parte de FHC e outros sócios do clube dos ricos apontando sorridentes para o meliante que depenou o Brasil como se ele fosse uma “alternativa democrática”.

Será que basta isso? Talvez. Se bastar, você já sabe: o Brasil acabou. Quem sabe até pode ser uma boa mesmo transformar a nação em agremiação. Como diz o STF, chega de dissimulação.

O problema do STF não é com Bolsonaro. A corte esteve no centro do cerco ao governo Temer. Foi o palco da homologação em tempo recorde (Fachin) daquela delação arranjada de Joesley Batista – instruído pelo ex-braço direito do então procurador-geral Rodrigo Janot, que estava no front da armação com declarações tipo “enquanto houver bambu, lá vai flecha”. A delação acabou suspensa e Joesley preso, mas a mesma imprensa que trata hoje o STF como vítima do fascismo imaginário apoiou ostensivamente, por mais de ano, a tentativa de virada de mesa contra Michel Temer.

Até que enfim o STF admite que quer a ruptura. Antes tarde do que nunca. Como você já entendeu pelo exposto acima, ele aposta nela há bastante tempo. E você tem todo o direito de querer acreditar em eleições seguras com um árbitro desses.

Mas tem um país inteiro saindo às ruas para dizer que sem auditagem do voto não vai dar. Essa imprensa que já conspirou contra dois presidentes finge que não vê o país nas ruas. E o clube dos ricos que manda nos altos burocratas do lobby (aqueles que envenenaram a comissão do voto auditável) finge que acredita na imprensa cega.

Escolha a sua posição na foto. Se estiver com preguiça de afirmar a democracia, certamente terá um lugar quentinho na elite intelequitual que resolveu fingir que voto auditável é uma espécie de terraplanismo. Com tanto cínico saindo do armário cheio de charme você não há de ficar constrangido.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/guilherme-fiuza/a-corte-do-fim-do-mundo/
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INDÍGENAS EM RISCO SEM AS MISSÕES RELIGIOSAS

 

Por
Thiago Rafael Vieira – Gazeta do Povo
e

Por
Jean Marques Regina – Gazeta do Povo

| Foto: Mayke Toscano/GEMT/Fotos Públicas


A pandemia traça contornos em nossa civilização que trarão décadas, quem sabe séculos de desdobramentos em várias áreas. Viver em sociedade está cada vez mais difícil; as liberdades vão sendo sufocadas em troca de uma promessa de segurança pelo Estado, insuflado por parte do jogo do poder em busca de uma “igualdade” que faz tábula rasa e sem critérios adequados para se estabelecer o “quem” e o “quanto” deve ser a sua proporção.

Neste contexto, até mesmo comunidades aparentemente distantes do caos urbano (e seus consectários culturais e políticos) vão sendo abaladas pela vontade de grupos “protetores” de seus direitos, mas que, na verdade, buscam aquela velha tática de dividir para conquistar, no intuito de fragmentar o tecido social em minorias colidentes entre si, necessitando do cuidado dos salvadores políticos.

É inegável o quanto as missões religiosas são benéficas às comunidades originais brasileiras

A Lei Federal 14.021, de 7 de julho de 2020, foi promulgada buscando implementar uma série de “medidas de proteção social para prevenção do contágio e da disseminação da Covid-19 nos territórios indígenas”. Criou um plano emergencial de enfrentamento e disciplinou várias ações governamentais no sentido de buscar proteger estas comunidades, notoriamente vulneráveis no contexto da pandemia. Seu artigo 13 proíbe a entrada de pessoas em áreas “com a presença confirmada de indígenas isolados”, para justamente protegê-los do contágio. Já o parágrafo 1.º deste artigo diz o seguinte: “As missões de cunho religioso que já estejam nas comunidades indígenas deverão ser avaliadas pela equipe de saúde responsável e poderão permanecer mediante aval do médico responsável” (grifo nosso).

Pois o Partido dos Trabalhadores (PT), junto com uma associação civil de esquerda chamada Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), inconformado com esta medida, ingressou no Supremo Tribunal Federal com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 6.622), pedindo a declaração de inconstitucionalidade deste parágrafo e a expulsão de qualquer missão religiosa destas áreas indígenas. Estão aí “protegendo” os indígenas da “intromissão cultural” do homem branco.


Não se está pedindo que novos missionários não tentem ingressar em tribos. Exigem que os já aceitos pelas comunidades sejam expulsos. Enquanto a lei se conforma com a ordem constitucional vigente e pondera liberdades, respeitando a primeira delas, a religiosa (tanto a dos missionários de pregar quanto a dos indígenas de serem alcançados pela pregação), a entidade e o conhecido partido político buscam, de uma só vez, ferir de novo 1. a dignidade humana de cada indígena e cada missionário; 2. a solidariedade, característica marcante como dever entre cidadãos e todos os povos e etnias do mundo, inclusive as originárias em um dado território; 3. a liberdade de crença, cujo núcleo essencial é, além de crer, buscar propagar a fé; 4. a liberdade religiosa, que se manifesta publicamente, em coletivo, congregando pessoas para a adoração; e 5. o próprio Estado laico colaborativo brasileiro, sendo vedado ao poder público embaraçar o funcionamento dos templos de qualquer culto – entenda-se aí missões também.

E o pior é que, ao perderem no voto – pois a lei passou pelo devido processo legislativo, que está fundamentado no princípio democrático, ou seja, o “povo brasileiro” assim decidiu por seus representantes –, buscam guarida no Poder Judiciário, em sede de controle concentrado de constitucionalidade, provocando mais a jurisdição para que se intrometa na esfera que não lhe é devida. Este, por sua vez, infelizmente não tem sido conhecido pelo resguardo de seu dever de autocontenção, adotando postura ativista em muitos julgados.

PT e Apib não estão pedindo que novos missionários não tentem ingressar em tribos; exigem que os já aceitos pelas comunidades sejam expulsos

Afora este elemento basilar do sistema de direitos, é inegável o quanto as missões religiosas são benéficas às comunidades originais brasileiras. Dados da Associação de Missões Transculturais do Brasil (AMTB) dão conta de que há mais de 257 programas entre as mais de 180 etnias onde está presente, contando com incríveis 100 mil atendimentos médicos e odontológicos em um espaço de apenas dois anos, conforme relatório de atividades de 2017-2018. Assim, há razões de direito e sociais que sustentam a presença de grupos missionários.

Esperamos sinceramente que o STF dê um recado contundente de proteção irrestrita à ordem constitucional brasileira, pela manutenção da laicidade colaborativa que privilegia o cuidado com o próximo tanto neste mundo quanto na expectativa do vindouro, e pela manutenção da independência e harmonia entre os poderes constituídos, sempre no respeito da dignidade intrínseca de cada ser humano, seja de qual etnia for.


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PRIVATIZAÇÃO DOS CORREIOS EM ANDAMENTO

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Plano do governo é vender 100% dos Correios.| Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

O serviço postal brasileiro já foi motivo de orgulho nacional e sempre figurava entre as instituições em que o cidadão mais confiava, até que viesse o descalabro petista, que resultou na queda da qualidade do serviço e no uso dos Correios como fonte de corrupção, como bem mostrou o escândalo do mensalão. Agora, a possibilidade de recuperar a credibilidade dos Correios está mais próxima, com a aprovação, na Câmara, do projeto de lei que cria as condições para a privatização da estatal – que, a julgar por declarações recentes, deve ocorrer por meio da venda integral da empresa, ao contrário do modelo escolhido para a Eletrobrás.

O PL 591/21 regulamenta o texto constitucional que obriga a União a “manter o serviço postal e o correio aéreo nacional”, de acordo com o artigo 21, X, conciliando-o com outra previsão da Carta Magna, a de que “a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo” – ou seja, a regra no Brasil é (ao menos no papel, embora nem sempre na prática) o protagonismo do setor privado, com a atuação direta do Estado ocorrendo apenas em casos muito extraordinários. A leitura correta, neste caso, é a de que o Estado pode supervisionar e regular, mas não é obrigado a manter uma estatal para fornecer o serviço postal.

A melhor solução é aquela que concilia a manutenção da capilaridade dos Correios, o incentivo ao aumento da qualidade do serviço e a liberdade dos novos proprietários para gerir a empresa como julgarem melhor

E esta é a principal razão para se privatizar: se a iniciativa privada é capaz de oferecer certos produtos ou serviços, cabe a ela esse papel, e não ao Estado. Todas as demais considerações são secundárias. Ainda que uma estatal seja lucrativa (o que tem sido o caso dos Correios mais recentemente, após anos de prejuízos), ou que seus produtos e serviços tenham qualidade, ou que seja administrada com lisura total, sem nenhum traço de corrupção, esses não são motivos para deixar de privatizar quando há interesse e capacidade do setor privado para atuar no respectivo ramo.

O caso dos Correios, no entanto, exige alguns cuidados para que não se percam características essenciais do serviço postal, como sua capilaridade. A versão do projeto aprovada na Câmara proíbe o fechamento de agências postais em municípios pequenos e locais remotos. Por mais que esse tipo de previsão possa diminuir a atratividade dos Correios aos olhos de alguns interessados, ela soa razoável ao menos neste primeiro momento para que brasileiros não sejam privados. Pode-se, aqui, enxergar alguma similaridade com o modelo de concessões aeroportuárias em blocos que juntam terminais grandes, mais lucrativos, com aeroportos menores, que isolados não atrairiam tanto interesse, mas que também receberão investimentos das concessionárias vencedoras.


Outros itens do PL 591, no entanto, repetem problemas dos “jabutis” inseridos na privatização da Eletrobrás, como as excessivas concessões ao corporativismo. É o caso da proibição de demissões sem justa causa nos primeiros 18 meses após a privatização – o máximo que os novos donos pelos Correios poderão fazer é lançar um programa de demissão voluntária com uma janela de seis meses para adesão, logo após a venda. Em outras palavras, quem arrematar a estatal passará um ano e meio sem poder fazer a restruturação e a otimização que julgar necessária, ficando dependente da iniciativa dos funcionários que desejem se desligar. Mesmo com essa previsão de estabilidade, já há ameaças de greve no ar, o que só reforça a necessidade de fazer dos Correios uma empresa que sirva mais à população que ao poder sindical.

Ainda que as inserções feitas pelo Congresso não prejudiquem o projeto nas mesmas dimensões dos “jabutis” da Eletrobrás, ele ainda pode ser melhorado, e a passagem do PL 591 pelo Senado é a chance de depurar o texto desse tipo de reverência ao corporativismo. A melhor solução é aquela que concilia a manutenção da capilaridade, o incentivo ao aumento da qualidade do serviço e a liberdade dos novos proprietários para gerir a empresa como julgarem melhor, respeitadas as necessidades da população a quem o serviço postal se dirige.


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MERCADO FINANCEIRO GLOBAL ESTÁ INTERESSADO NA COMERCIALIZAÇÃO DA MACONHA

 

Riscos para a saúde
Por
Tiago Cordeiro, especial para a Gazeta do Povo

| Foto: Unsplash

O mercado financeiro global está bastante interessado na maconha. De acordo com uma análise da consultoria BDSA, publicada em março, as vendas globais cresceram 48% em 2020, em comparação com 2019, e alcançaram US$ 21,3 bilhões. A perspectiva é chegar a 2026 em US$ 55,9 bilhões, uma taxa composta de crescimento anual da ordem de 17%.

Essa tendência é puxada principalmente pelo aumento do número de estados americanos que legalizaram o consumo do entorpecente – no ano passado, tomaram essa decisão os eleitores de Arizona, Mississippi, Nova Jersey, Montana e Dakota do Sul, enquanto Nova York autorizou o uso recreativo em março deste ano.

Atualmente, um terço da população dos Estados Unidos vive em locais onde a maconha é liberada para maiores de 21 anos. O mercado atrai investidores como o rapper Jay-Z, por exemplo, que em 2020 lançou sua própria marca de produtos derivados da planta, a Monogram, e o empresário Aaron Morris, cofundador da marca de gomas de maconha Wyld.

No Canadá, onde fica o maior mercado consumidor do mundo, os valores comercializados cresceram 61% em 2020, graças à aprovação de uma nova regulamentação para produtos derivados. Ao fim de junho, o México se tornou o segundo país da América Latina a descriminalizar o plantio e o consumo de cannabis – o Uruguai adotou a medida em 2013.


No Brasil, nos últimos anos, diferentes gestoras lançaram fundos de investimentos que apostam em ações de empresas estrangeiras que trabalham com maconha, seja para fins recreativos ou medicinais – caso da Vitreo, da XP e do BTG Pactual. Em paralelo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regulamentou o registro e venda de produtos à base de cannabis, que não são comercializados e classificados como medicamentos pela ausência de estudos definitivos sobre a sua eficácia. Como não é permitido o plantio de maconha no país, pelos riscos à saúde pública, para participar legalmente desse negócio é necessário importar o princípio ativo.

“Em todos os países onde a maconha foi liberada para uso recreativo, a retórica foi a mesma. O discurso sempre se iniciou com a liberação da ‘maconha medicinal’ e evoluiu para a liberação total da droga, inclusive para uso recreativo”, afirmou o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), em entrevista por e-mail.

“Por trás desse projeto estão inúmeros interesses econômicos (lobby do ‘narconegócio’). São bilhões de dólares envolvidos, inclusive com papéis na bolsa de valores, numa indústria que tem o objetivo de retirar da sociedade brasileira a percepção de risco sobre a droga”, prossegue o parlamentar. “O mercado internacional da maconha quer transformar o Brasil no maior produtor mundial da droga, pois temos solo e temperatura adequados”.

O mercado nacional para o uso medicinal de canabidiol foi estimado em R$ 4,7 bilhões em 36 meses, resultado da comercialização de produtos, segundo a projeção realizada pela New Frontier Data, empresa de análise de dados da indústria de cannabis, para a aceleradora de startups The Green Hub.

Em 2020, a Anvisa concedeu 18.850 autorizações para pacientes que solicitaram importar produtos à base de canabidiol, contra 8.522 em 2020. Na medida em que a agência libera a comercialização de novas substâncias à base de canabidiol produzidas dentro e fora do Brasil, dezenas de empresas começam a atuar neste setor, sejam elas nacionais ou estrangeiras, incluindo farmácias especializadas e plataformas que conectam pacientes a médicos que prescrevem produtos derivados do componente.

Pelos riscos de segurança e saúde pública, o plantio permanece barrado em território nacional, ao menos por enquanto. O poder judiciário, à revelia das decisões da Anvisa, tem concedido centenas de habeas corpus liberando a prática de plantação em pequenas quantidades – em São Paulo, por exemplo, a Cultive Associação de Cannabis e Saúde conseguiu receber uma decisão coletiva que proíbe a prisão de seus integrantes por plantar maconha. Em outra frente, no Legislativo, a liberação do plantio, turbinada pelos interesses econômicos, parece caminhar a passos largos. O PL 399/2015, alterado este ano, foi aprovado em caráter conclusivo na comissão na Câmara dos Deputados, mas espera a análise do requerimento de um grupo de deputados para que o tema seja avaliado no plenário de Casa.

O plantio privado para consumo é o mais perigoso para saúde. Os produtos aprovados pela Anvisa são fiscalizados para que apresentem quantidades seguras de elementos como canabidiol e tetrahidrocanabinol, que podem causar dependência, induzir psicoses, entre outros. Essa garantia é praticamente impossível na utilização da planta de forma caseira.


Projeto ajustado
O projeto de lei que libera o plantio para fins medicinais e industriais foi sensivelmente modificado – com o acréscimo de mais de 60 itens – pelo substitutivo apresentado pelo deputado federal Luciano Ducci (PSB-PR). O substitutivo prevê viabilizar o “cultivo, processamento, pesquisa, armazenagem, transporte, produção, industrialização, comercialização, importação e exportação” da planta. O artigo 20, por exemplo, permite que o uso medicinal seja irrestrito, o que abre a possiblidade do uso recreativo. Em junho, a comissão especial da Câmara dos Deputados que analisou o PL aprovou um parecer favorável ao texto.

“A narrativa para aprovação do PL 399/2015 se fundamentou na necessidade de baratear o custo para produção de remédios à base de cannabis para ajudar os pacientes que tenham graves doenças neurológicas refratárias, com convulsões”, avalia Eduardo Girão. “Porém esse discurso não se justifica, funcionando apenas como estratégia para avançar na legalização da droga. O PL vai muito além da produção para uso medicamentoso”.

Vai permitir, diz ele, a fabricação e a comercialização de produtos como bombons, bolos, cookies, chocolates e outras mercadorias, todas com a maconha como ingrediente. “Ou seja, itens consumidos principalmente por crianças e adolescentes, faixa etária na qual o consumo dessa droga provoca mais dependência”.

Além disso, diz ele, “não há necessidade de um PL nesse sentido, pois a Anvisa já tem normativas (RDC 327/2019 e RDC 335/2020) que regulamentam o tema. A Anvisa também já se manifestou contra o plantio”.

“É um lobby poderoso”, explica João Paulo Becker Lotufo, médico pediatra, coordenador do Núcleo de Estudos de Combate ao Uso de Drogas por Crianças e Adolescentes da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). “O uso indiscriminado do termo ‘maconha medicinal’ já sugere uma tentativa de liberar o chamado uso recreativo. Afinal, não falamos em heroína medicinal, apesar de a droga ter a mesma origem da morfina, a papoula. Outros remédios vêm de vegetais, como a Novalgina, e não usamos o nome da planta”.

O resultado, diz o pediatra, é que ele encontra, com grande frequência, cada vez mais pacientes jovens que acreditam que fumar maconha não é prejudicial. “Hoje o pico de experimentação de maconha é com 14 anos, muitas crianças começam com 10, 11 anos. Vamos ter muita gente dependente no futuro. Lembrando que 1 em cada 100 usuários vai apresentar um episódio psicótico”.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/lobby-para-a-liberacao-do-plantio-de-maconha-no-brasil-mira-mercado-de-bilhoes-de-dolares/
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REFORMA ADMINISTRATIVA COMBATE A CORRUPÇÃO?

Funcionalismo público
Por
Leonardo Desideri – Gazeta do Povo
Brasília

Vista aérea da Esplanada dos Ministérios. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Esplanada dos Ministérios, em Brasília.| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senad

A Proposta de Emenda à Constituição 32/2020, a PEC da Reforma Administrativa, tem sido alvo de críticas de que poderia facilitar a corrupção no poder público. Os críticos são parlamentares de esquerda, em sua maioria. A consultoria legislativa do Senado, formada por servidores de carreira, também afirma que a PEC vai facilitar a corrupção. Mas defensores da reforma dizem que essa ideia é falsa e que, pelo contrário, a PEC pode ajudar a evitar irregularidades na gestão pública.

“A PEC 32 (…) tira estabilidade do servidor e abre caminho para apadrinhamento político em cargos públicos, o que pode facilitar a corrupção e ainda deixa a população sem um bom atendimento”, afirmou via Twitter a líder do Psol na Câmara, Talíria Petrone (RJ).

“Essa emenda constitucional vai ficar conhecida como a ‘PEC da Rachadinha’. (…) O que o Bolsonaro quer é exatamente que haja possibilidade de indicações para apadrinhar o serviço público, submetê-lo ideologicamente”, afirmou o líder do PT na Câmara, Bohn Gass (RS), na sessão da CCJ que aprovou a PEC.

Mas essas críticas são rechaçadas pelos defensores da proposta. “Na visão deles [os parlamentares contrários à PEC], haveria uma fragilização do vínculo dos servidores públicos com o Estado, e isso poderia redundar em corrupção”, diz o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO). “Mas as carreiras típicas de Estado são preservadas. O vínculo vai continuar sendo de estabilidade. Aquelas carreiras que são mais administrativas, que não lidam com questões cruciais, que não tomam decisões que impactam um grande número de pessoas, poderão ter um vínculo menor, até para preservar o erário público”, afirma ele.

Para o relator da PEC, o deputado Darci de Matos (PSD-SC), a oposição está definindo a atual proposta de forma enganosa. “Estão dizendo que agora, com a reforma, os políticos é que vão indicar os servidores. Isso é uma mentira deslavada”, critica.

Matos destaca que a estabilidade continua para as carreiras típicas de Estado. “O policial, o fiscal, o auditor não vão perder a estabilidade. E a reforma não mexe uma vírgula nos direitos adquiridos. E mais do que isso: a partir do ano que vem, todos os outros servidores serão concursados – só que não vão ter a mesma estabilidade. Para o cargo de comissão, toda a vida foi indicado por quem ganhou a eleição, e agora nós estamos criando critérios de qualificação. Estamos evitando indicarem um compadre analfabeto”, diz o relator.

A ideia da PEC é criar cinco novos tipos de vínculos para o servidor público: o vínculo de experiência (como etapa de concurso público); o vínculo por prazo determinado; o cargo com vínculo por prazo indeterminado; o cargo típico de Estado; e o cargo de liderança e assessoramento.

Desses cinco, somente o servidor que exercer um cargo típico de Estado terá estabilidade em sua função. A PEC ainda não definiu o que é um cargo típico de Estado. Essa definição ocorrerá por meio de uma lei complementar posterior, o que tem causado polêmica.

PARTICIPE!
PEC da reforma administrativa poderia ser positiva para combater a corrupção
Para deputados favoráveis à reforma administrativa, a nova legislação não só não facilitaria a corrupção como contribuiria, indiretamente, para combatê-la.

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) considera que a PEC da Reforma Administrativa favorece o enfrentamento da corrupção, mesmo que seu foco principal não seja esse. “Como o foco da reforma administrativa é tirar excessos, melhorar o serviço público e deixar o Estado mais enxuto, a tendência, com o tempo, se a gente não tem tanta burocracia e um Estado tão inchado, é naturalmente a corrupção diminuir”, diz. “Hoje tem muita burocracia. E o excesso de burocracia é um prato cheio para a corrupção.”

O deputado Major Vitor Hugo concorda. “Um Estado mais leve é um Estado mais fácil de ser investigado, de ter seus gastos controlados. Quando você torna o estado menos burocrático e mais eficiente, você está combatendo a corrupção”, afirma.

Adriana diz que o texto atual é “um pontapé inicial” e que alguns pontos ainda precisam ser aprimorados, mas isso não justifica as acusações que a PEC vem sofrendo. “Tem muita coisa que precisa ser regulamentada, ajustada e melhorada. A gente sabe que o texto não é perfeito. Mas é para isso que temos uma comissão especial.”

A PEC, depois de ser aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que analisa a constitucionalidade da proposta, tramita numa comissão especial criada para discutir o texto final que será levado ao plenário da Câmara.

Consultoria legislativa do Senado diz que PEC provocará “aumento da corrupção”
No dia 19 de maio, a consultoria legislativa do Senado publicou uma nota técnica criticando a PEC que tramita na Câmara. Assinado pelo consultor legislativo Vinícius Leopoldino do Amaral, o documento prevê que o “aumento da corrupção na administração pública” será uma consequência da reforma administrativa.

“Ao menos duas alterações promovidas pela PEC 32/2020 tendem a aumentar a corrupção na administração pública. Primeiramente, a eliminação das restrições atualmente existentes à ocupação de cargos em comissão e funções de confiança. Em segundo lugar, as novas possibilidades para os contratos de gestão”, diz o órgão do Senado.

Em relação aos contratos de gestão, o texto da consultoria do Senado diz que a PEC “traz um gigantesco retrocesso para a transparência do orçamento, dificultando enormemente o controle parlamentar e social e abrindo portas para todo tipo de abuso”.

O relator da PEC da reforma administrativa, deputado Darci de Matos (PSD-SC), diz que se recusa a comentar o teor da nota. E justifica isso dizendo que seu autor é um servidor público com salário alto – segundo o portal da transparência do Senado, Amaral recebe uma remuneração bruta de R$ 35.198.

“Esse consultor, Amaral, é um cara concursado há uns dez anos, e já ganha R$ 35 mil no Senado, e a reforma não vai pegar uma vírgula do salário dele. Eu me nego a falar de um artigo de um cara que ganha R$ 35 mil e que chega ao topo da carreira em uns dez anos – e isso nós vamos mudar”, afirma o relator da PEC.

Já a deputada Adriana Ventura afirma que alguns pontos relacionados à transparência (no caso dos contratos de gestão) poderão ser melhorados no texto, mas que o objetivo principal é combater a burocracia. “É claro que a gente vai ter que trabalhar a transparência e vários pontos vão precisar ser melhorados depois, mas, na minha visão, quanto menos burocracia, menos corrupção”

Para Adriana, a reforma ajudará a valorizar o serviço público, mas, mesmo assim, alguns servidores têm entendido a proposta como um ataque ao funcionalismo. “A gente tem bons e maus em qualquer profissão. Mas existe um lobby fortíssimo de servidores que querem deslegitimar a reforma de qualquer jeito”, diz ela.


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sábado, 7 de agosto de 2021

TECNOLOGIA E AS PESSOAS COM MAIS DE 50 ANOS

 

  1. Economia

Por outro lado, 80% dos trabalhadores maduros entrevistados em pesquisa da Maturi dizem estar preparados para o home office; veja dicas sobre longevidade no mercado de trabalho

Ludimila Honorato, O Estado de S.Paulo

Os profissionais com mais de 50 anos se dizem aptos para trabalhar em home office ou no modelo híbrido, que mescla trabalho presencial com dias de atividades em casa. Porém, o uso de tecnologias e aplicativos de gestão, indispensáveis para esses cenários, ainda é um desafio para a maioria deles. É o que mostra uma pesquisa da consultoria Maturi em parceria com a NOZ Pesquisa e Inteligência, que ouviu 1.883 pessoas entre 23 de junho e 19 de julho.

O levantamento buscou entender os novos hábitos e a percepção do público maduro (como são chamados os profissionais 50+) sobre os efeitos da pandemia na realidade deles. Enquanto 80% dos entrevistados sentem-se preparados ou extremamente preparados para trabalhar exclusiva ou parcialmente em casa, 58% acredita estar pouco ou nada preparado para utilizar tecnologia e aplicativos de gestão. Outros 47% consideram que têm pouca destreza para lidar com ferramentas de colaboração online.

Um dado positivo é que 84% veem-se aptos a uma jornada flexível com mais autonomia, mas vale destacar que essa percepção é melhor entre aqueles com ensino superior (82%) e pós-graduação (90%). Além disso, os grupos que se dizem mais preparados para manejar recursos virtuais são aqueles que atuam em empresas, em regime CLT ou como pessoa jurídica, o que implica mais oportunidade de acesso a essas tecnologias.

Vale destacar também que 91% dos profissionais maduros que já atuavam em casa antes da pandemia sentem-se mais preparados para esse modelo, enquanto o porcentual é de 60% entre os que não trabalharam no home office durante o período. Assim, lidar bem ou não com esses novos formatos de trabalho e com ferramentas digitais pode ter mais a ver com o hábito do que com a idade. 

Sua Carreira
Pesquisa mostra que 80% dos profissionais 50+ buscaram aperfeiçoamento em cursos online durante a pandemia. Foto: Unsplash/@bbh_singapore

“Antes, esse público buscava um formato de trabalho mais tradicional porque era ao que estava acostumado. A partir do momento que a pandemia muda essa dinâmica, eles começam a se interessar e ver que tem muita oportunidade de se adaptarem a esse formato. Vimos muita gente se capacitando para isso e tem gente já preparada e aberta a esse modelo de jornada flexível, trabalhando por projeto como consultor. Já as pessoas com dificuldade de lidar com ferramentas mais avançadas estão buscando capacitação”, analisa Mórris Litvak, CEO e fundador da Maturi.

De acordo com a pesquisa, entre os que tem alguma ocupação, a maior parte (18%) atua como consultor, autônomo ou freelancer, reforçando que o mercado de trabalho para os 50+ está além do vínculo CLT. Isso sugere também o quanto os maduros estão dispostos a exercer algum tipo de atividade, porque 70% se diz apto a usar profissionalmente as redes sociais. Além disso, 80% buscou aperfeiçoamento em cursos online durante a pandemia, dos quais 53% investiu financeiramente em pelo menos um deles.

Ficar parado, aproveitando a aposentadoria, já não é opção para a maioria desses profissionais. “Hoje, as pessoas entendem que vão viver muito e pensar em aproveitar a aposentadoria é perto dos 80 anos e com dinheiro sobrando, uma realidade de parcela mínima da sociedade. A renda cai quando sai do mundo corporativo, então até buscar novos caminhos, muita gente vai precisar se manter por mais tempo”, diz o especialista em longevidade. Com as reformas previdenciárias, a tendência é que a aposentadoria fique cada vez mais longe e com menor valor, o que torna vital pensar em plano B.

Dificuldades dos profissionais maduros

O impacto da pandemia é sentida principalmente entre aqueles que estão sem ocupação, mas buscam recolocação, uma vez que 53% deles perderam o emprego durante a pandemia. Soma-se a isso o preconceito etário na vida profissional, que é considerado difícil e desafiador, ou muito, para 65% dos entrevistados na pesquisa.

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Sobre oportunidades profissionais após o início da vacinação, 42% diz que nada mudou, 21% afirma que piorou e tem notado menos oportunidades, enquanto 32% considera que houve pequena melhora. O cenário instável trazido pela crise também pode ter intensificado as dificuldades que os maduros já enfrentavam antes: depois de mais de um ano, os impactos na vida financeira são o segundo maior desafio, apontado por 63% deles.

“A gente vê um preconceito grande que se acentuou na pandemia, mas tem percebido maior interesse das empresas sobre o assunto. Não necessariamente contratar, mas interesse sobre diversidade etária. Não vai ter emprego para todos, mas a gente conscientiza as empresas e busca influenciar políticas públicas. Mas as pessoas precisam se preparar e capacitar cada vez mais para uma vida de trabalho longeva e atônoma”, orienta o CEO da Maturi.

Dicas para empresas e profissionais 50+

Litvak destaca que estar apto ou não a lidar com as novas tecnologias e transformações do mercado de trabalho tem mais a ver com perfil pessoal do que com a idade. “Tem gente que, sendo mais novo, não vai atrás, então idade não pode ser mais fator paras pessoas pensarem no que o profissional é capaz ou não.”

Confira as dicas do especialista em longevidade para empresas e profissionais:

  • Para empresas: é preciso olhar além da questão de atualização tecnológica e entender que se, eventualmente, esse profissional não estiver atualizado com algum tipo de ferramenta, ele pode aprender a mexer. É preciso olhar também para as competências comportamentais, experiência, abertura ao novo. “A gente teve empresas que contrataram um grupo de pessoas pela Maturi e fizeram treinamento específico de ferramentas. Coisas mais técnicas, as pessoas aprendem conforme a necessidade da empresa”, diz.
  • Para profissionais com ocupação: é preciso buscar se desenvolver continuamente, praticar o lifelong learning. Nesse caso, as empresas também podem colaborar, incluindo os funcionários maduros nos programas de desenvolvimento profissional. “A gente sabe que, a partir de certa idade, as pessoas não são mais convidadas a participarem de treinamento. É preciso entender que, por mais que a pessoa tenha experiência, ela pode continuar aprendendo.”
  • Para quem busca recolocação: “É muito importante ter iniciativa de se capacitar, participar de ações e comunidades, eventos, fazer cursos e se conectar com outras pessoas, fazer networking e se inspirar no que os outros estão fazendo”, sugere Litvak. O especialista diz que é preciso estar aberto ao novo, ter humildade para reconhecer que há sempre coisas novas para aprender e se adaptar.
  • Para quem quer empreender: ter o próprio negócio com mais de 50 anos de idade é tão desafiador quanto para um jovem. “Mas o jovem tem menos medo”, pontua Litvak. “Então, é não ter receio disso, tirar a ideia de que empreender não é para mim. Nesse formato, é bem mais possível conseguir renda do que buscar emprego formal”, comenta. Nesse caso, estar atento e capacitado em ferramentas tecnológicas e usar profissionalmente as redes sociais é igualmente importante.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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