O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente Jair Bolsonaro.| Foto: Marcos Correa/Presidência da República
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prometeu nesta semana dar andamento rápido às duas principais reformas econômicas em tramitação no Congresso, a tributária e a administrativa. Na terça-feira, Lira havia dito que trabalha para que o texto da reforma administrativa chegue ao plenário até o fim deste mês. E, nesta quarta-feira, ele criou uma comissão especial para discutir a segunda “fatia” da reforma tributária, mas o fez por mera formalidade exigida pelo regimento da casa, pois o regime de urgência foi aprovado na sessão desta quarta e há acordo de lideranças para que o projeto vá direto ao plenário, o que poderia ocorrer ainda nesta semana. As idas e vindas de ambas as reformas mostram que tais promessas precisam ser vistas com certo ceticismo e, por mais importantes que sejam as reformas, não basta que elas sejam aprovadas rapidamente: o resultado final tem de ser bom.
As mudanças no Imposto de Renda já estão em sua segunda versão elaborada pelo relator, Celso Sabino (PSBD-PA), pois a primeira delas foi duramente contestada por estados e municípios, escancarando mais um dos problemas da reforma como vem sendo apresentada pelo governo. A estratégia do fatiamento, como já afirmamos muitas vezes, não entrega um panorama amplo dos planos do governo para o sistema tributário e força cada etapa a um “zero a zero” em termos de arrecadação, com eventual aumento ou redução na carga sendo compensada dentro do mesmo projeto para evitar repercussões negativas. Isso impede que o país substitua a excessiva tributação sobre a produção e o consumo, que pune os mais pobres, por uma maior tributação sobre patrimônio e renda, em que paga mais quem possui ou ganha mais – a chamada “justiça tributária”.
Não basta que as reformas tributária e administrativa sejam aprovadas rapidamente: o resultado final tem de ser bom
A reclamação de estados e municípios também mostra que o projeto do governo está muito longe de resolver outro problema crônico da tributação brasileira: a concentração da arrecadação em Brasília. Impostos federais correspondem a uma parte desproporcional do bolo tributário, enquanto estados e municípios, responsáveis por muitos serviços essenciais como saúde, educação e segurança, ficam com parcelas pequenas da arrecadação e precisam depender dos fundos de participação para fechar suas contas. Uma reforma tributária digna do nome, além de redistribuir a tributação sobre produção, consumo, patrimônio e renda, também teria corrigido esta distorção que prejudica o modelo federativo brasileiro.
Já a perspectiva de votação da reforma administrativa para agosto é excelente notícia, considerando que poucos meses atrás havia a avaliação de que o governo estava cada vez menos interessado em levá-la adiante, com medo da repercussão negativa entre o funcionalismo e dos possíveis efeitos dessa rejeição na corrida eleitoral de 2022. Esse receio certamente não desapareceu, e não se pode descartar a possibilidade de que ele contamine o próprio texto da reforma.
A PEC que redesenha a estrutura do funcionalismo – ponto de partida necessário para que, depois, novos projetos de lei alterem regras específicas, como salários iniciais e carreiras – já não atinge os atuais servidores. Se por um lado essa decisão evita o que seria uma judicialização certa da reforma, por outro ele já limita a economia potencial com uma das maiores rubricas do orçamento, já que o efeito só começará a ser sentido à medida que os atuais servidores forem substituídos, um processo lento e gradual. E é exatamente por isso que o projeto não pode sofrer desidratações como as que foram levadas a cabo, por exemplo, durante a tramitação da reforma da Previdência.
Por mais que, em 2022, a esquerda estatizante esteja pronta para prometer o mundo aos servidores da ativa e àqueles que sonham com uma carreira no funcionalismo, a experiência de estados quebrados, que tiveram de adiar ou parcelar os salários de seus servidores, mostra que isso não é possível. É urgente trazer racionalidade à estrutura de carreiras no setor público e, se houve a opção de não alterar as normas para quem já ingressou no funcionalismo, que as regras para os futuros servidores sejam muito bem elaboradas, eliminando todas as distorções atuais. Uma reforma aguada devido a concessões corporativistas feitas de olho em uma eleição estará muito longe de cumprir seu papel.
O antigo imperador de Roma, Julio César, divorciou-se da esposa Pompeia por causa das más línguas.| Foto: Pixabay
A CPI está desperdiçando tempo de investigação ao insistir em negócios que não foram feitos, em compra de vacina que não foi feita, em propina que não foi paga, em tentativas de fraude. Assim foi o caso da vacina indiana, assim é o caso desse grupo que tentou intermediar a compra da vacina que não tinha e quebrou a cara. Apenas registra-se que houve gente que tentou fazer o mesmo com prefeitos, governadores e governo federal, e não conseguiu.
Mas a CPI perde seu tempo quando deveria estar investigando o que foi realmente comprado e o que não foi entregue; o que foi superfaturado. O dinheiro dos nossos impostos que foi usado de forma irregular. Isso é importante, isso é real, isso é materialidade. Hospitais de campanha, proteção individual, respiradores, vacinas… Investiguem isso também.
Mas o pessoal do G7 está gostando do palanque. Inclusive assistindo a algumas cenas lá na CPI que a gente fica descobrindo que é realmente negacionista. São eles! Totalitarismo, ideias totalitárias, e chamam os outros de liberticidas. Ações que são tipicamente fascistas e chamam os outros de fascistas. É aquela história: chame-os daquilo que você é, que atribuem ao Lenin, mas não é.
Dia de aprovar o voto impresso na comissão Esta quinta-feira (5) é um dia muito importante para a segurança e garantia do nosso voto. A comissão especial vai votar se aprova ou não o quarto projeto que tenta instituir o voto impresso — três anteriores já foram aprovados e derrubados.
Aproveito para contar uma história da antiga Roma nos tempos do imperador Júlio César. A mulher dele, Pompeia, fez uma festa só para mulheres em homenagem a uma deusa. Mas teve lá um sujeito apaixonado por ela, que não era correspondido, chamado Púglio, que entrou na festa vestido de mulher e se fingiu de tocador de lira.
Mas ele foi descoberto e expulso da festa antes mesmo que pudesse importunar a mulher de César. Depois, foi inocentado porque se entendeu que foi apenas uma puerilidade dele, já que não chegou a importunar a mulher de César.
Porém, começou um falatório em Roma sobre porque havia um homem na festa da mulher de César. E aí o que fez o imperador? Divorciou-se de Pompeia e justificou dizendo o seguinte: a mulher de César tem que estar acima de qualquer suspeita.
Então, digo o seguinte: a apuração e a votação no Brasil tem que ser como a mulher de César. Pode estar tudo certinho, mas tem que estar acima de qualquer suspeita. E para isso, basta colocar um aditivo de segurança, que é o que vai ser votado na comissão especial para ver se vai ao plenário da Câmara ou não vai.
Suspeita de fraude Por Renan Ramalho – Gazeta do Povo Brasília
Bolsonaro disse que o próprio TSE admitiu que um hacker teria acessado o código-fonte da urna eletrônica e esta seria a prova de que a eleição de 2018 pode ter sido fraudada.| Foto: Marcos Correa/PR
Em entrevista à Jovem Pan na noite desta quarta-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apresentou, ao lado do deputado Filipe Barros (PSL-PR), um inquérito da Polícia Federal dentro do qual o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) admite a ocorrência de uma invasão a sistemas internos no qual o hacker teria acessado o código-fonte da urna eletrônica. Para Bolsonaro, seria a prova de que a eleição de 2018 pode ter sido fraudada. Na madrugada desta quinta-feira (5), o TSE emitiu nota informando que o acesso ao código-fonte não afetou a integridade da eleição.
“Temos em mãos aqui a comprovação — porque quem diz isso é o próprio TSE, não é nem a Polícia Federal, que no período de abril a novembro de 2018, quando tivemos eleições e eu fui eleito presidente — de que o código-fonte esteve na mão de um hacker”, disse Bolsonaro na entrevista. “E o código-fonte estando na mão de um hacker, ele pode tudo. Pode até você apertar 1 e sair o 13. Pode apertar 17 e sair nulo. Pode alterar votos, pode fazer tudo. E no mínimo esse hacker esteve lá dentro dos computadores que tratam das eleições.”
Barros disse que conseguiu cópia do inquérito junto ao delegado da PF responsável pela investigação sobre a invasão, ocorrida em abril de 2018. O hacker teria permanecido por meses nos sistemas internos do TSE, inclusive com acesso a senhas de um ministro e de um servidor que teria acesso ao código-fonte. Para o deputado, ele pode ter adulterado o software que foi instalado posteriormente nas urnas eletrônicas.
“O próprio TSE afirma que o hacker teve acesso às chaves. Essas chaves são geradas quando o TSE faz cerimônia de lacração, que eles assinam o software que vão para as urnas depois. E que o material que o hacker mandou diz respeito ao momento do desenvolvimento do software. Acontece que isso é gravíssimo, porque se o hacker teve acesso ao desenvolvimento do software e posteriormente o TSE lacrou o software e colocou dentro da urna, sem ninguém perceber, porque o software tem mais de 70 milhões de linhas de código-fonte. Então se ele teve acesso a tudo isso, inclusive no momento em que o software era desenvolvido, pode ter feito uma alteração, uma programação do software, para fazer qualquer desvio de votos. E inclusive esse software lacrado e assinado pelo próprio TSE”, disse o deputado.
Barros, que é relator da PEC do voto impresso na Câmara, disse que disponibilizou cópia do inquérito para todos os deputados federais. Ele defendeu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o TSE. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, afirmou nesta quarta que está preparando um pedido para abertura da “CPI das urnas eletrônicas”.
Bolsonaro disse que leu o inquérito e citou um trecho no qual o TSE também admite que os logs — arquivos que registram os dados aos quais o hacker teve acesso nos sistemas do tribunal — foram apagados.
“Ou seja, o próprio TSE apagou os arquivos por onde andou o hacker e onde ele possivelmente adulterou. Agora, é um inquérito que o TSE deveria dar prioridade máxima. Vamos resolver para tapar os furos no futuro. Não fizeram nada, simplesmente, desde novembro de 2018, se calaram, ficaram quietinhos, botando pedra em cima. Agora, a gente vê, aquela série de pessoas que passaram pelo TSE assinando embaixo que o sistema é inviolável. O próprio TSE está dizendo que o sistema não é só violável, como foi violado”, disse Bolsonaro.
O presidente acusou o ministro Luís Roberto Barroso, que preside o TSE, de mentir por falar que o sistema eletrônico de votação era inviolável.
“O senhor sabe disso, ministro. Não fica bem para Vossa Excelência mentir descaradamente dessa maneira. E não tente me jogar contra o Supremo, levar para o lado do corporativismo, que não é isso que está em jogo aqui. Não tenho problemas com um montão de ministros do Supremo, como não tenho problemas com nenhum ministro do TSE”, disse na entrevista.
Ele afirmou que a Polícia Federal vai investigar a invasão “até o final”. “Isso vai ser prioridade total”, disse.
O que diz o TSE Na madrugada desta quinta-feira (5), o TSE emitiu nota negando ter ocorrido fraude na eleição de 2018 e informando que o acesso ao código-fonte não afetou a integridade dos resultados eleitorais. Confira a íntegra da nota:
“Em referência ao inquérito da Polícia Federal que apura ataque ao seu sistema interno, ocorrido em 2018, o Tribunal Superior Eleitoral esclarece que:
O episódio de 2018 foi divulgado à época em veículos de comunicação diversos. Embora objeto de inquérito sigiloso, não se trata de informação nova.
O acesso indevido, objeto de investigação, não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018. Isso porque o código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação. Nada de anormal ocorreu.
Cabe acrescentar que o código-fonte é acessível, a todo o tempo, aos partidos políticos, à OAB, à Polícia Federal e a outras entidades que participam do processo. Uma vez assinado digitalmente e lacrado, não existe a possibilidade de adulteração. O programa simplesmente não roda se vier a ser modificado.
Cabe reiterar que as urnas eletrônicas jamais entram em rede. Por não serem conectadas à internet, não são passíveis de acesso remoto, o que impede qualquer tipo de interferência externa no processo de votação e de apuração. Por essa razão, é possível afirmar, com margem de certeza, que a invasão investigada não teve qualquer impacto sobre o resultado das eleições.
O próprio TSE encaminhou à Polícia Federal as informações necessárias à apuração dos fatos e prestou as informações disponíveis. A investigação corre de forma sigilosa e nunca se comunicou ao TSE qualquer elemento indicativo de fraude.
De 2018 para cá, o cenário mundial de cybersegurança se alterou, sendo que novos cuidados e camadas de proteção foram introduzidos para aumentar a segurança dos demais sistemas informatizados.
Por fim, e mais importante que tudo, o TSE informa que os sistemas usados nas Eleições de 2018 estão disponíveis na sala-cofre para os interessados, que podem analisar tanto o código-fonte quanto os sistemas lacrados e constatar que tudo transcorreu com precisão e lisura.”
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso.| Foto: TSE
“Se queres descrever a verdade, deixes a elegância ao alfaiate.” (Albert Einstein)
“O Brasil tem, provavelmente, o melhor sistema de apuração eleitoral do mundo” – afirma Luís Roberto Barroso num dos vídeos-propaganda lançados pelo TSE para se defender das críticas à insegurança das urnas eletrônicas brasileiras. Indicado ao STF pela comunista petista Dilma Rousseff – reeleita em 2014 numa eleição altamente suspeita, com apuração secreta conduzida por Dias Toffoli, nomeado pelo comunista petista Lula (que, diretamente interessado, faz elogios rasgados à campanha do TSE em defesa do sistema atual) –, o político Barroso está engajado numa campanha internacional de propaganda, repetindo a fórmula em vários idiomas, sempre com a presença curiosa, que a muitos passa despercebida, desse “provavelmente”, repetido em francês (probablement), inglês (probably) e espanhol (probablemente). Ora, se Barroso tem tanta certeza da lisura do sistema e da superioridade nacional na matéria, por que a recorrência desse advérbio de dúvida? E se, por outra, o presidente do TSE não tem toda essa certeza, o que motiva a postura arrogante e autoritária, que chega a estigmatizar como antidemocrático quem questione o presente mecanismo eleitoral?
Trata-se, ao fim e ao cabo, de um advérbio revelador, quase um ato falho. Barroso mente ao afirmar o que não pode saber. E, por estar mentindo, sente necessidade de apelar a esse maneirismo retórico, esse hocus pocus verbal que consiste numa tentativa de manter aberta uma via de escape à alternativa entre afirmar peremptoriamente que o sistema eleitoral brasileiro é o melhor do mundo e admitir honestamente que não o é, e que requer aprimoramento. Obviamente, uma mentira não se transforma em verdade ao ser dita numa língua estrangeira.
Certamente (e não “provavelmente”), o sistema eleitoral brasileiro não é o melhor do mundo. É, ao contrário, um dos piores: vulnerável, obscuro, demasiado centralizado, e excessivamente dependente das garantias oferecidas pelas autoridades eleitorais
Mentira e desfaçatez têm, aliás, sido elementos recorrentes no discurso recente do TSE, que mente ao afirmar que os proponentes do voto impresso auditável desejam retornar ao sistema anterior do voto em cédula; mente ao garantir a auditabilidade, a transparência e a segurança do sistema; mente ao afirmar que o boletim de urna já é um meio impresso de auditoria; mente, enfim, ao atribuir a pecha de golpistas, ignorantes, retrógrados ou difusores de fake news aos milhões de brasileiros que protestam nas ruas por desconfiarem – et pour cause – do nosso modelo. Em referência a Bolsonaro e seus eleitores, sempre desrespeitados pela autoridade eleitoral, Barroso afirmou recentemente que “uma causa que precise de ódio, mentira e grosseria não pode ser boa”. O que dizer, então, de uma causa que precise de censura, como é a do presidente do TSE, que, não obstante a pose de iluminista civilizado, mestre da elegância, já se articula para “monitorar” e, logicamente, censurar nas redes sociais opiniões e informações contrárias à narrativa oficial do tribunal eleitoral?
Não. Certamente (e não “provavelmente”), o sistema eleitoral brasileiro não é o melhor do mundo. É, ao contrário, um dos piores: vulnerável, obscuro, demasiado centralizado, e excessivamente dependente das garantias oferecidas pelas autoridades eleitorais. Não por acaso, como noticiado até mesmo pelo blog antibolsonarista Folha de S.Paulo, em matéria assinada ademais por uma confessa eleitora petista, só outros dois países no mundo, Bangladesh e Butão, usam um sistema similar ao nosso, sem impressão do comprovante do voto. Em outros tantos países, esse tipo de procedimento eleitoral foi simplesmente proibido, por violar a exigência constitucional de publicidade na apuração. Foi o caso emblemático da Alemanha, que, em 2009, considerou inconstitucional um sistema de votação integralmente eletrônico, ao não permitir auditoria por algum meio físico independente. Na ocasião, o juiz Andreas Vosskuhle, do Tribunal Constitucional Alemão, anunciou a decisão nos seguintes termos: “A eleição como fato público é o pressuposto básico para uma formação democrática e política. Ela assegura um processo eleitoral regular e compreensível, criando, com isso, um pré-requisito essencial para a confiança fundamentada do cidadão no procedimento correto do pleito”.
Mas, longe de uma idiossincrasia germânica, a preocupação com a integridade de um sistema eleitoral totalmente eletrônico já era, àquela altura, universal. Prova disso é um editorial do The New York Times publicado no mesmo ano em que saiu a decisão da corte alemã, no qual se afirma: “Urnas eletrônicas que não produzem um registro em papel de cada voto computado não são confiáveis (…) Na votação eletrônica sem impressão, os eleitores fazem sua escolha, e quando os votos são todos inseridos, a máquina computa os resultados. Não há meios de assegurar que uma pane ou truque intencional de um software malicioso ou de um hacker não possa ter alterado o resultado. Se houver uma eleição muito disputada, não há como fazer uma recontagem confiável”.
Mais recentemente, em 2018, um relatório intitulado “Assegurando o Voto: Protegendo a Democracia Americana”, publicado pela prestigiada National Academies of Sciences, Engineering and Medicine – instituição fundada em 1863, com a assinatura de Abraham Lincoln –, recomenda que as cédulas eleitorais devem ser legíveis por seres humanos, e que “máquinas de votação que não permitem auditoria independente (por exemplo, máquinas que não produzem uma trilha de auditoria em papel verificável pelo eleitor) devem ser retiradas de serviço o quanto antes”.
Barroso assumiu a presidência do TSE falando em “armar o povo com educação e ciência”. Resta saber se, para ele, o relatório da National Academies of Sciences, Engineering and Medicine é mais ou menos científico do que uma consulta com o médium João de Deus ou uma live com o imitador de focas Felipe Neto. O certo é que, na Casa Verde dos iluministas de toga, tudo funciona às mil maravilhas e – provavelmente – os malucos somos nós.
Nietzsche e Foucault nos ajudam a entender o mundo, mas nada está definido| Foto: UESPI/Reprodução internet
Como homenagem póstuma a Michel Foucault, o filósofo francês Gilles Deleuze escreveu um livro chamado simplesmente “Foucault”. Para além de mero comentário à obra do autor de “Vigiar e Punir”, Deleuze propõe novos conceitos e teorias ao revisitar os pensamentos de seu conterrâneo. No final do volume, há um anexo chamado “Sobre a morte do homem e o super-homem”, que inspirou o título do presente artigo. A ideia defendida no texto é que, na formação histórica clássica, vigorava a ideia de Deus, e o homem era entendido como derivação do divino. A ordem social era construída com base nessa premissa. Porém, quando a ideia de Deus começa a sair de cena, a ideia de homem precisou ser redefinida.
Contudo, a nova ideia de homem já nasce frágil, e com os dias contados. O humanismo moderno não duraria muito, e a pós-modernidade daria fim à razão iluminista. A ideia de humano passa a ser uma ponte para algo além, o “além homem”, ou o “super-homem”, o homem sem limites, liberto das amarras do paradigma judaico-cristão, pautado única e exclusivamente por sua vontade de potência.
Soa como um processo libertador. Parece tudo muito lindo no papel, mas sabemos que alguns doidos se inspirariam em pensamentos como esses para sustentar a ideia de que haveria um grupo superior aos demais, com direito de subjugar os “inferiores”. Dostoievski parece ter antevisto tal problema, deixando um alerta, em “Crime e Castigo”, sobre as consequências de um homem que se enxerga acima do bem e do mal, e que orienta suas ações meramente com base na busca pelo poder. Geralmente, o fim é trágico, para ele e para a sociedade que o cerca.
Hoje, o fornecedor de sentido social que está em decadência é a mídia tradicional. Ela tem a capacidade de dar significado ao aparente caos do mundo, aos fatos aleatórios que se sucedem, às contingências, estranhezas, injustiças e imprevistos. Com base nessa reflexão, pergunto: da mesma forma que o declínio da ideia de Deus obrigou o homem a reinventar-se, o ocaso da mídia tradicional também traria um vácuo de sentido para a sociedade, abrindo caminho tanto para liberdades quanto para extremismos?
Ensaio aqui uma resposta restringindo a reflexão ao jornalismo pensado enquanto mídia tradicional. A partir do entendimento de que o trabalho jornalístico se configura em uma atividade de produção de sentidos (e não como mera reprodução ingênua da realidade), o jornalismo se mostra como uma atividade simbólica, cuja tarefa é apontar a realidade segundo pontos de vista específicos. Em sua tarefa de construção da notícia, o jornalismo funciona como um dispositivo de construção da própria realidade.
O jornalismo também atua como filtro para a realidade, assim como instrumento de mediação entre os diversos campos sociais. João Esteves, no livro “A Ética da Comunicação e os Media Modernos”, define campo social como “o espaço social onde os mais variados campos do conhecimento guardam, entre si, relações múltiplas, em que cada um defende seus pressupostos”. Neste âmbito, as diversas mídias desempenharam até aqui papel de grande importância, já que estabelecem essa mediação entre os diversos grupos e garantem a visibilidade social e aproximação entre os múltiplos campos.
Mas o problema é que a mídia tradicional – este grande mecanismo de construção de sentido – está em declínio, perdendo espaço para as novas plataformas midiáticas. Há um duelo declarado entre o modelo clássico (gerador de sentido) e as novas tecnologias. Enquanto isso, o cidadão comum fica no meio do fogo cruzado tentando interpretar, por conta própria, a realidade ao seu redor.
Do embate entre a mídia tradicional e as novas mídias, poderá prevalecer uma ode à liberdade ou um culto à opinião única. Enquanto o modelo clássico tenta desqualificar o novo, este contesta a isenção do primeiro. Quem vencerá? O pensamento oficial ou a diversidade de opiniões? Há dois caminhos possíveis, mas temos já elementos suficientes para arriscar dizer que o movimento pendeu para um dos lados, e infelizmente o menos amistoso.
O colegiado requisitou ao Comando do Exército Brasileiro todos os relatórios e as informações de inteligência, com as correspondentes cópias, a respeito de militares do governo já citados na comissão.
Redação, O Estado de S.Paulo
A CPI da Covid recebe nesta quarta-feira, 4, o tenente-coronel da reservaMarcelo Blanco da Costa, que participou de jantar em Brasília no qual teria sido feito o pedido de propina para assegurar a compra por parte do governo federal de doses da vacina AstraZeneca.
Ex-assessor substituto do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, exonerado em janeiro, Blanco já foi citado em ao menos três depoimentos prestados à comissão do Senado que investiga ações e omissões do governo Jair Bolsonaro desde o início da pandemia do novo coronavírus. A oitiva está marcada para às 9h.
O tenente-coronel Marcelo Blanco da Costa, em junho de 2020, durante audiência na Câmara dos Deputados. Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados
O requerimento para convocação de Blanco é de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). O parlamentar espera ao longo do dia ser “possível esclarecer” se o ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias teria pedido propina de US$ 1 por dose de vacina durante negociação com a Davati Medical Supply — empresa que se apresentou à pasta como representante da AstraZeneca capaz de fornecer ao governo um total de 400 milhões de doses.
A CPI requisitou ao Comando do Exército Brasileiro todos os relatórios e as informações de inteligência, com as correspondentes cópias, a respeito de militares do governo já citados na comissão. Estão na lista, por exemplo, o ex-secretário executivo do Ministério da SaúdeÉlcio Franco, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o ex-subsecretário de Assuntos Administrativos Alexandre Martinelli Cerqueira e Marcelo Blanco.
Citado na comissão
Em depoimento à CPI em 1º de julho, o policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que procurou o governo federal como representante da Davati, afirmou que teria sido apresentado a Roberto Diaspor Blanco, seu ex-assessor. O trio, segundo ele, participou do jantar em que o ex-diretor teria pedido propina de US$ 1 por dose a Dominguetti, em 25 de fevereiro deste ano.
Dias, por sua vez, nega o pedido de propina e tenta sustentar que seu encontro com Dominguetti e Blanco em restaurante em Brasília foi casual. Em depoimento contraditório prestado à CPI, no entanto, o ex-diretor do Ministério da Saúde chegou a admitir que sabia da presença do coronel no local.
Já o representante oficial da Davati no Brasil, Cristiano Carvalho, disse aos senadores que Dominguetti citou o termo “comissionamento” e não “propina” ao referir-se ao encontro que teve com Blanco e Dias. Para os senadores que formam a maioria no colegiado, trata-se da mesma prática.
Autoconhecimento e carreira: existe relação entre essas áreas?
Mais do que você poderia imaginar.
O autoconhecimento é uma das coisas mais subestimadas por profissionais de todas as áreas, desde iniciantes até profissionais com muitos anos de experiência.
Investe-se centenas ou milhares de horas em cursos técnicos e comportamentais (que são importantes, é claro), mas pouco (ou nada) em autoconhecimento.
O que é autoconhecimento?
Segundo uma definição do dicionário: autoconhecimento é o conhecimento de si mesmo, das próprias características, sentimentos, inclinações etc.
E qual a relação entre autoconhecimento e carreira?
Somos seres holísticos, um todo integrado, portanto, mesmo usando separações comuns como “minha vida profissional” e “minha vida pessoal”, sabemos que conhecer a si mesmo afetará todas as áreas de nossas vidas.
Portanto, apesar da complexidade do tema, podemos entender o autoconhecimento na carreira influencia:
Sua capacidade de reconhecer seus pontos fortes e pontos fracos
Sua capacidade de entender o que te motiva (quais são seus drivers internos).
Sua capacidade de entender seu perfil: ex. gosta de assumir riscos ou é mais conservador
Sua capacidade de reconhecer quais assuntos ou tópicos despertam atração, interesse e paixão.
Por que é importante investir em autoconhecimento para o desenvolvimento na carreira?
Verdade seja dita: para iniciar em quase qualquer carreira não é necessário nenhum conhecimento aprofundado de si mesmo. Basta algum conhecimento técnico na área (em nosso caso, marketing digital) e é possível iniciar uma carreira na área.
No entanto, para crescer na carreira, o jogo muda e o autoconhecimento será uma de suas maiores forças.
O que acontece se você não conhece a si mesmo?
Pare e reflita na pergunta acima por um instante.
Quando você não tem o mínimo de conhecimento de si, algumas coisas provavelmente ocorrem:
Se você não sabe quem é (e para onde vai), qualquer caminho serve;
Não tem clareza sobre quais habilidades e competências precisa desenvolver para dar os próximos passos na carreira;
Não atinge seu máximo potencial – não utiliza suas forças para crescer e se desenvolver na carreira;
Perde oportunidades de crescimento e participar de projetos que façam sentido com o que você acredita e valoriza.
Estes são apenas alguns exemplos.
A pergunta que fica é: Como desenvolver o autoconhecimento?
Antes de tudo: Não existem fórmulas prontas. É um trabalho de uma vida e ninguém tem todas as respostas. Não à toa que, desde Sócrates e o “Conhece-te a ti mesmo”, muitos outros filósofos, ao longo de milênios, falam da importância deste conceito para nossas vidas.
Dito isso, podemos dar algumas dicas para você que deseja aliar os conceitos de autoconhecimento e carreira. Separamos para você 4 dicas para você explorar o autoconhecimento e carreira.
1. A base do autoconhecimento é o questionamento e reflexão.
Fazer perguntas a si mesmo é uma das bases de todo o processo de autoconhecimento. Sendo assim:
Questione-se sobre suas ações: “Agi da melhor forma possível?” “Fui arrogante?” “Como poderia ter agido melhor?”
Questione-se sobre suas emoções: “Como estou me sentindo?” “Por que sinto este mal estar?” “Estou feliz neste meu emprego?”
Questione-se sobre o futuro: “Como posso melhorar daqui pra frente?” “Ficarei satisfeito e feliz tendo vivido esta vida atual nos próximos meses?”
Um outro exercício muito válido é o exercício dos POR QUES.
Ex. Antes de tomar uma decisão sobre sua carreira, pergunte a si mesmo “por quê?”. E repita isso de 4 a 5 vezes. O fato é: Se você puder encontrar 4 ou 5 boas razões para continuar nessa decisão, você terá mais clareza em sua mente, conseguirá agir de forma mais racional e evitará más ações – normalmente tomadas por impulso – e se tornará mais confiante.
Este exercício dos “por ques” é um desafio. Faça o teste e verá que a cada “por que” fica mais difícil responder o próximo. Mas esta é a ideia: chegar na essência.
2. Faça testes psicológicos/comportamentais
Atualmente existem diversos testes psicológicos e comportamentais que podem trazer informações valiosas para que você consiga ter mais clareza de seu perfil.
Muitas empresas utilizam estes testes para ter mais informações sobre os candidatos que devem contratar.
Alguns exemplos de testes:
DISC
O DISC é uma metodologia de avaliação psicológica que permite identificar quatro tipos básicos de comportamento: Dominância (D), Influência (I), Estabilidade (S) e Complacência (C).
Neste teste você responderá questões ligadas a seus gostos, visão e necessidades pessoais, opinião, maneiras de encarar a realidade, preocupações e preferências.
O objetivo do teste DISC é ter uma avaliação de seu comportamento instintivo (menos racional).
A tipologia de Myers-Briggs (MBTI) também é um instrumento utilizado para identificar características e preferências pessoais. É um dos testes mais conhecidos de todo o mundo.
Ao final do preenchimento do MBTI existem 16 resultados possíveis.
O teste atribui quatro categorias:
extrovertido ou introvertido,
intuitivo ou observador,
pensante ou sentimento,
julgador ou explorador.
Uma letra de cada categoria é usada para produzir um resultado de teste de quatro letras, como “ISTP” ou “ESFJ” (siglas em inglês).
Existem vários outros testes, basta dar uma rápida pesquisada no Google para encontrar. Alguns outros conhecidos são o teste de arquétipos e o PDA.
É importante dizer que não existe o teste perfeito, no entanto, fazer alguns destes testes e analisar seus resultados vai te ajudar a ter mais informações sobre si e te ajudará a entender como usar isso a favor de sua carreira.
3. Entender o que a sua voz interna fala para você o tempo todo
Confesso que este é ponto mais subjetivo, mas, mesmo assim quis colocar este ponto como forma de aperfeiçoarmos nosso autoconhecimento e carreira.
Todos temos uma voz interna. Aquela que fala conosco o dia todo. São pensamentos, devaneios que passam pela nossa mente.
Seu dever é prestar atenção nela. O que ela está te dizendo?
Ela inspira autoconfiança ou medo?
Ela diz que você é capaz ou está sempre te colocando defeitos?
Ela acredita em crescimento e oportunidades ou fala de fracassos e dificuldades?
Monitorar essa voz é uma das coisas mais importantes (e mais difíceis) a fazer. Mas a boa notícia é que quando você se torna consciente dela, tem as ferramentas necessárias para agir. Você pode dominá-la, questioná-la e pouco a pouco orientá-la ao um novo rumo. É um eterno jogo interno em nossa mente.
Podemos pensar nesta ideia como um círculo virtuoso: Nossos pensamentos vão ditar nossas ações, que ditarão nossos resultados, que nos tornarão mais confiantes e o ciclo recomeça. Desta forma, monitorar seus pensamentos podem ter suma importância: eles podem ter mais influência na sua carreira do que você imagina.
4. Cuide de sua linguagem corporal
Como vimos, nossos pensamentos determinam nossos comportamentos e ações. Mas, será que o contrário também é verdadeiro?
Alguns estudos dizem que sim.
Um exemplo é um estudo da pesquisadora Amy Cuddy que surpreendeu o mundo ao revelar que mudar suas posições corporais podem aumentar sua autoconfiança no trabalho.
Em seu famoso TED ela relata estas descobertas. Ela chama a atenção para algumas “posições de poder”, algumas linguagens corporais que nos ajudam a nos tornarmos mais confiantes. Vale muito assistir.
Portanto, cuide de sua postura corporal e mude a forma como se comporta. Esta é uma dica da dupla “autoconhecimento e carreira” que pode fazer a diferença em momentos decisivos, como entrevistas, apresentações, negociações e muito mais.
Concluindo
O autoconhecimento pode ser um grande aliado para o crescimento na carreira (e, em todas as áreas de sua vida). Não menospreze e não subestime seu poder. Pegue algumas destas dicas (ou outras que você desejar) e busque aplicar em seu dia a dia.
Conta pra gente: Além destas atividades citadas no texto, você realiza alguma outra para desenvolver o autoconhecimento? Ou nunca teve o hábito de olhar para isso? Compartilhe aqui nos comentários!
PROPÓSITOS DA VALEON – “ValeOn É TOP”
ValeOn é uma Startup Marketplace que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa.
Encontre Produtos, Profissionais e Serviços em toda a região do Vale do Aço
A ValeOn é uma startup daqui da região e foi acelerada pelo programa AGITA/SEBRAE/MG e pretendemos atuar no ramo de Publicidade e Propaganda online e pretendemos atender a todas as 27 cidades do Vale do Aço.
O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.
A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.
Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.
O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.
A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com CNPJ ou não e coloca-las na internet.
A Plataforma Comercial da ValeOn é um site moderno, responsivo, profissional, projetado para atender às necessidades dos serviços da região onde existem várias formas de busca: por cidades, por empresas, por produtos, por atividades, por município e por procura.
Para acessar a plataforma da ValeOn poderá ser feita por:
Aplicativo App: Digitar valeOn no Playstore do Google
Detalhe interessante dessa inovação da ValeOn é que os lojistas/prestadores de serviços/profissionais autônomos inscritos na Plataforma não precisarão fazer nenhuma publicidade ou propaganda, quem o fará é a equipe da ValeOn responsável pela plataforma.
Sobre a publicidade de divulgação dos nossos clientes será feita em todas as redes sociais: facebook, instagran, whatsApp, google, linkedin, rádios locais, jornais locais e onde for possível fazê-la.
Vamos tornar a nossa marca ValeOn conhecida em toda a região como um forma de ser desenvolvedora do comércio da região e também de alavancar as vendas do comércio local.