domingo, 25 de julho de 2021

A MENTIRA ESTÁ LIBERADA DESDE QUE NÃO PREJUDIQUE A FAMÍLIA E A NAÇÃO

 

Desinformação

Por
Leonardo Coutinho – Gazeta do Povo

Zhao Lijian, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China| Foto: Reprodução / Twitter / Lijian Zhao

Zhao Lijian, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, não vê problema algum em mentir. Dizem que Confúcio dizia que a mentira estava liberada desde que a verdade não prejudique a família ou a nação. Sendo assim, o que Zhao diz e escreve faz todo sentido.

Na China, o povo não faz ideia do que seja Twitter. Aqueles que sabem precisam dar mil e uma piruetas para burlar os bloqueios oficiais aplicados na internet chinesa, pois, por lá, o serviço é proibido. Zhao, por sua vez, é tuiteiro. Sua conta na rede social – que na data desta coluna soma quase um milhão de seguidores – é a plataforma pela qual ele dá o tom da agressividade da nova diplomacia chinesa. Por meio dela, o porta-voz expande para além de seu país as versões que o Partido Comunista Chinês quer apresentar de si, as ofensas que são proferidas contra os outros, as ameaças e, sobretudo, as mentiras. Muitas mentiras.

Em seu briefing para imprensa, ele retomou a tese de que o laboratório da base militar de Fort Detrick, no estado americano do Maryland, seria a fonte da origem da pandemia de coronavírus. Retomou. Desde o ano passado – quando incomodado por tentativas de investigação sobre os momentos iniciais da pandemia –, o regime Chinês empurra para os Estados Unidos a culpa da origem da Covid-19.

Não é de hoje que a China tenta emplacar a história. Em 2020, Zhao já havia sacado da cartola a teoria de que o vírus letal havia vazado das instalações militares americanas. Até um suposto surto de pneumonia teria ocorrido nos Estados Unidos em decorrência do incidente “censurado” pelo governo americano.

O cara é tão maluco que no conto dele, ele trata uma democracia em pleno funcionamento como se fosse um espelho da sua ditadura. Na China, o governo censura a imprensa. Nos Estados Unidos, a imprensa censura o presidente. Aliás, o Twitter que não se abala com as traquinagens de Zhao baniu o então presidente Donald Trump.

Mas vamos voltar à origem do vírus.  Em junho de 2020, Li Yang, o cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, que tem espaço cativo no Jornal O Globo, colaborou para irrigar a mesma estratégia de desinformação. Seu artigo merece atenção. O lobo guerreiro não só vocifera contra os Estados Unidos, como também reabre as feridas da relação da China com o vizinho Japão. Li reproduz caninamente os ataques proferidos anteriormente por Zhao e alguns embaixadores, entre eles o representante da China em Washington, D.C.

Fort Detrick é o epicentro da estratégia de desinformação chinesa para desviar os esforços pela busca da origem da pandemia que já matou 4,1 milhões de pessoas. A instalação militar abriga alguns dos laboratórios mais modernos do país, que são usados para manipular alguns dos vírus mais letais já conhecidos, como o ebola. Não há segredo algum que até 1969, a base abrigava um programa de guerra biológica, que fora encerrado pelo então presidente Nixon. Desde então, a unidade seguiu como um centro de excelência em pesquisa biomédica. Em resumo. Deixou de ser um centro de guerra biológica para se tornar um centro de biodefesa. Algo que faz toda a diferença.

Em 2019, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, conforme a sigla em inglês), interditou os laboratórios de Fort Detrick por suspeitas de falhas em sistemas de filtragem das instalações. Em março de 2020, os laboratórios de nível 3 e 4 voltaram a funcionar sem restrições.

O evento foi uma dádiva para o regime chinês construir a sua teoria para desviar a origem dos vírus.

Não é a primeira vez que Fort Detrick é o pano de fundo para campanhas de informação. Em 1983, a então União Soviética já cambaleava frente ao Ocidente, mas não largava o osso. A inteligência comunista colocou para rodar as engrenagens de sua máquina de desinformação. Os soviéticos plantaram a história de que o vírus da Aids havia sido criado nos Estados Unidos, justamente em Fort Detrick.

A mentira foi repetida tantas vezes que passados quase 40 anos, ainda provoca dúvidas em muitos incautos. No ano passado, um brasileiro, aluno de doutorado, quase escreveu essa bobagem em sua tese. Segundo contam, ele foi salvo por esta coluna.

Entre as ações deliberadas de desinformação lideradas pelo porta-voz chinês Zhao Lijian estão a publicação de fotos trucadas para acusar a Austrália de crimes de guerra e as constantes alegações de que foram encontradas amostras de Sars-CoV-2, o causador da Covid-19, em carregamentos de carnes provenientes da Austrália e até mesmo do Brasil. Uma forma descarada de pressionar os críticos.

Com muito, mas muito mais dinheiro no bolso, a China copia a receita da falida URSS em construir versões da história que confundem e sobrevivem ao tempo. Mas como dizem que Confúcio disse, a mentira é lícita quando é para proteger a nação. No caso o regime e sua pouca reputação.


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ELON MUSK FAZIA PERGUNTAS AOS ENTREVISTADOS DA TESLA E DA SPACEX

 

Viagem espacial

Vídeo que viralizou no TikTok mostra enigma que bilionário costumava utilizar para selecionar novos funcionários

Nos últimos dias, um vídeo da conta Pink Pencil Math viralizou no TikTok. O motivo é simples: o post mostra a pergunta secreta que Elon Musk fazia aos candidatos a vagas de emprego na Tesla e na empresa de exploração espacial SpaceX. A dona do perfil é Tanya Zakowich, uma engenheira mecânica famosa por explicar conceitos matemáticos de maneira simples.

Elon Musk, CEO da Tesla (Foto: Britta Pedersen-Pool/Getty Images)

Segundo a biografia autorizada do empreendedor, escrita por Ashlee Vance, em 2015, Musk aparecia de surpresa em algumas entrevistas de emprego, apenas para desorientar os candidatos e checar como eles reagiam sob pressão. 

No vídeo, Zakowich reproduz a pergunta descrita por Vance na obra: “Elon Musk pergunta às pessoas que ele entrevista para a SpaceX e Tesla: ‘Você está na superfície da Terra. Você anda uma milha ao sul, uma milha a oeste e uma milha ao norte. Você termina exatamente onde começou. Onde você está?”

O vídeo foi publicado no último mês de março e já acumula mais de 792 mil visualizações, além de 41 mil curtidas e mais de quatro mil comentários tentando adivinhar a resposta. Segundo a biografia do empreendedor, existem duas possíveis soluções para a pergunta:

1. Pólo Norte: o livro afirma que essa é a escolha da maioria dos candidatos. Ao ouvir essa resposta, Musk emendava com outra pergunta: “Onde mais você poderia estar?” 

2. Pólo Sul: em tese, essa resposta satisfazia o magnata, pois é onde a Terra tem acircunferência de uma milha.

Poucos candidatos respondiam a alternativa 2, de acordo com a biografia. Mas isso pode ter mudado depois da publicação do livro – se é que ele ainda faz a pergunta…

Elon Musk tem uma ideia de negócio. Fundador da Tesla e da SpaceX, o empresário de sucesso compartilhou em 2019 na sua conta oficial do Twitter uma ideia que passou despercebida para muitos.

Mas não para Bill Murphy Jr., empreendedor e colaborador da Inc.. Enquanto muitos somente ignoraram uma publicação de quase dois anos atrás, Murphy acredita que ali há uma ideia de negócio escondida – e uma lição de gestão também.

Em si, o tuíte dizia: “A Tesla vai desenvolver um soprador elétrico de folhas silencioso”.

Para muitos, esse pode ser apenas mais um dos tuítes de Elon Musk – nesse caso, sem potencial para valorizar ou desvalorizar criptomoedas. Mas para Murphy, há uma verdade por trás da publicação.

Isso porque 25% dos norte-americanos vivem em subúrbios no país, segundo dados de 2018. Para esta parcela da população, sopradores de folhas são, de fato, um problema de poluição sonora. Seus ruídos podem chegar até 115 decibéis, fazendo mal para a saúde dos profissionais que usam a máquina e para a vizinhança.

Segundo Murphy, Musk dificilmente terá tempo para tocar a ideia, visto seus planos para a Tesla e para a SpaceX. Mesmo assim, o empreendedor acredita que Musk viu uma oportunidade de negócio e jogou “no ar” para quem quiser apostar suas fichas no projeto.

Na sua visão, o tuíte não foi apenas uma afirmação da cabeça do megaempresário, mas uma forma de incentivar empreendedores e criar líderes de negócios inovadores para a economia do futuro.

PITCH DA ValeOn

1 – PROBLEMAS QUE A STARTUP ValeOn RESOLVE:

A dinâmica empresarial cria fluxos no qual a população busca por produtos e serviços cada vez mais especializados. Desse modo a dinâmica e a rede comercial gera interferências em todas as cidades aqui do Vale do Aço.

Existem as mudanças de costumes e hábitos inseridos na sociedade que por meio das tecnologias acessíveis e do marketing chegam até aos menores lugares, levando o ideário de consumismo e facilitando que esses locais igualmente tenham oportunidade de acesso aos diversos produtos.

A facilidade no acesso as novas tecnologias, à propaganda e estímulo ao consumismo fazem com que mesmo, com o comércio físico existente nessas cidades, ocorra a difusão das compras por meio da internet.

O setor terciário agrega as atividades que não fazem e nem reestruturaram objetos físicos e que se concretizam no momento em que são realizadas, dividindo-se em categorias (comércio varejista e atacadista, prestação de serviços, atividades de educação, profissionais liberais, sistema financeiro, marketing, etc.)

Queremos destacar a área de marketing que é o nosso negócio que contribui na ampliação do leque de informações através da publicidade e propaganda das Empresas, Serviços e Profissionais da nossa região através do site que é uma Plataforma Comercial da Startup ValeOn.

A Plataforma Comercial da Startup ValeOn é uma empresa nacional, desenvolvedora de soluções de Tecnologia da informação com foco em divulgação empresarial. Atua no mercado corporativo desde 2019 atendendo as necessidades das empresas que demandam serviços de alta qualidade, ganhos comerciais e que precisam da Tecnologia da informação como vantagem competitiva.

Nosso principal produto é a Plataforma Comercial ValeOn um marketplace concebido para revolucionar o sistema de divulgação das empresas da região e alavancar as suas vendas.

A Plataforma Comercial ValeOn veio para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos produtos/serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada nos seus serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

2 – O QUE FAZ A STARTUP ValeOn

A Statup ValeOn através do seu site que é uma Plataforma Comercial feita para fazer publicidade e propaganda online das Empresas, Serviços e Profissionais Liberais da região do Vale do Aço para as suas 27 (vinte e sete) cidades.

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

3 – VALEON É UM MARKETPLACE – QUE FAZ UM MARKETPLACE?

Marketplace é um site de comércio eletrônico no qual são anunciados produtos das empresas, serviços e profissionais liberais dos parceiros anunciantes.

Um marketplace funciona como um shopping virtual e dessa forma as vantagens desse modelo de negócio atinge todos os envolvidos.

Os consumidores podem comparar os preços, orçamentos e avaliações de vários profissionais nesta vitrine online de conquistar mais clientes.

Marketplace é na realidade uma junção de palavras: Market (mercado em inglês) e Place (lugar em inglês). É basicamente, um lugar onde se faz comércio.

O marketplace remete a um conceito mais coletivo de vendas online. Nessa plataforma, diferentes lojas podem anunciar seus produtos dando aos consumidores um leque de opções.

4 –  MERCADO DA STARTUP ValeOn

O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O QUE OFERECEMOS E VANTANGENS COMPETITIVAS

  • Fazemos anúncios de publicidade para vários tipos de Empresas, Serviços e para Profissionais Liberais;
  • Temos excelente custo x benefício;
  • Nossos sites: (https://valedoacoonline.com.br/ e https://valeonnoticias.com.br/) têm grande penetração no mercado consumidor com um bom marketing fit que satisfaz esse mercado;
  • A nossa Plataforma Comercial ValeOn permite total flexibilidade de anúncios, promoções e de produtos, além de oferecer serviços de divulgação de Ofertas de Supermercados e de Veículos;
  • Os resultados são mensurados através de métricas diária/mensal;
  • O seu negócio estará disponível para milhares de Internautas através de uma vitrine aberta na principal avenida do mundo, 24 horas por dia, 7 dias da semana;
  • A sua empresa fica visível para milhares de pessoas que nem sabiam que ela existe;
  • Somos altamente comprometidos com os nossos clientes no atendimento de suas demandas e prazos e inteiramente engajados para aumentar as suas vendas.

5 – DIFERENCIAL DA STARTUP ValeOn?

  • Eficiência: A ValeOn inova, resolvendo as necessidades dos seus clientes de forma simples e direta, tendo como base a alta tecnologia dos seus serviços e graças à sua equipe técnica altamente capacitada.
  • Acessibilidade: A ValeOn foi concebida para ser utilizada de forma simples e fácil para todos os usuários que acessam a sua Plataforma Comercial , demonstrando o nosso modelo de comunicação que tem como princípio o fácil acesso à comunicação direta com uma estrutura ágil de serviços.
  • Abrangência: A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.
  • Comprometimento: A ValeOn é altamente comprometida com os seus clientes no atendimento das suas demandas e prazos. O nosso objetivo será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar para eles os produtos/serviços das empresas das diversas cidades que compõem a micro-região do Vale do Aço e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

6 – OBJETIVOS FUTUROS DA STARTUP ValeOn

Vamos tornar a nossa marca ValeOn conhecida em toda a região como uma forma de ser desenvolvedora do comércio da região e também de alavancar as vendas do comércio local.

7 – DESCRIÇÃO DA STARTUP ValeOn

A Plataforma Comercial da ValeOn é um site moderno, responsivo, profissional, projetado para atender às necessidades dos serviços da região onde existem várias formas de busca: por cidades, por empresas, por produtos, por atividades, por município e por procura.

Detalhe interessante dessa inovação da ValeOn é que os lojistas/prestadores de serviços/profissionais autônomos inscritos na Plataforma não precisarão fazer nenhuma publicidade ou propaganda, quem o fará é a equipe da ValeOn responsável pela plataforma.

Sobre a publicidade de divulgação dos nossos clientes será feita em todas as redes sociais: Facebook, Instagran, WhatsApp, Google, Linkedin, Rádios locais, Jornais locais e onde for possível fazê-la.

Ao entrar no nosso site você empresário e consumidor terá a oportunidade de verificar que se trata de um projeto de site diferenciado dos demais, pois, “tem tudo no mesmo lugar” e você poderá compartilhar além dos conteúdos das empresas, encontrará também: notícias, músicas e uma compilação excelente das diversas atrações do turismo da região.

8- EQUIPE DA ValeOn

Somos PROFISSIONAIS ao extremo o nosso objetivo é oferecer serviços de Tecnologia da Informação com agilidade, comprometimento e baixo custo, agregando valor e inovação ao negócio de nossos clientes e respeitando a sociedade e o meio ambiente.

Temos EXPERIÊNCIA suficiente para resolver as necessidades dos nossos clientes de forma simples e direta tendo como base a alta tecnologia dos nossos serviços e graças à nossa equipe técnica altamente especializada.

A criação da startup ValeOn adveio de uma situação de GESTÃO ESTRATÉGICA apropriada para atender a todos os nichos de mercado da região e especialmente os pequenos empresários que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.

Temos CONHECIMENTO do que estamos fazendo e viemos com o propósito de solucionar e otimizar o problema de divulgação das empresas da região de maneira inovadora e disruptiva através da criatividade e estudos constantes aliados a métodos de trabalho diferenciados dos nossos serviços e estamos desenvolvendo soluções estratégicas conectadas à constante evolução do mercado.

9 – CONTATOS

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wpp)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

POSSÍVEL CANDIDATURA DE SIMONE TEBET À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

 


Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília

Simone Tebet (MDB-MS) no plenário do Senado.| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Cresce dentro do MDB uma movimentação para que a senadora Simone Tebet (MS) seja candidata à Presidência da República em 2022 pelo partido. Nome de destaque na CPI da Covid como crítica do governo Bolsonaro, ela também passou a ser cotada ao Planalto como alternativa para frear a ala do partido que quer uma reaproximação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A ala que encampa a candidatura de Simone Tebet é encabeçada pelo presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), e pelo ex-presidente Michel Temer. Esse grupo passou a buscar uma alternativa para a legenda em 2022, depois que caciques do MDB no Nordeste passaram a compor alianças com Lula.

Integrantes do MDB admitem que a senadora passou a ser o nome mais viável, pois ela consegue compor com diversas alas dentro do partido e poderia formar unidade partidária por sua candidatura. Simone Tebet chegou a disputar a presidência do Senado no começo deste ano, mas acabou sendo abandonada pelo próprio partido, que acabou embarcando na candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) dias antes da votação.

Agora, aliados de Simone Tebet afirmam que ela analisa com muita cautela as sondagens para concorrer a presidente da República. Uma definição só deve ocorrer em meados de agosto, quando o partido pretende apresentar um documento elaborado pela Fundação Ulysses Guimarães junto com outros especialistas para apresentar propostas para 2022 e que se intitulará “Ponto de Equilíbrio”.

Atualmente, o MDB se articula com outras legendas (como DEM, Solidariedade, PV, Podemos, PSL, Cidadania, PSDB e Novo) na busca de uma alternativa para a polarização entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Até o momento, alguns dessas siglas já contam com pré-candidatos, como o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o apresentador José Luís Datena, recém-filiado ao PSL.

Apesar disso, lideranças desses partidos afirmam que o lançamento de vários pré-candidatos tem como objetivo buscar apoio e testar a popularidade deles com o eleitorado. Posteriormente, uma composição com aquele que tiver mais chances de crescer na disputa em 2022 não é descartada.

Questionada pela Gazeta do Povo, Simone Tebet desconversou sobre a possibilidade de candidatura. “Tenho certeza de que terá uma terceira via em 2022. E, seja quem for, eu estarei com ela”, afirmou a emedebista.

Em entrevista à rádio CBN Campo Grande na terça-feira (20), ela afirmou que, em princípio, será candidata à reeleição ao Senado. “Mas obviamente a gente não foge de responsabilidade, nunca fugi de responsabilidade”, disse a parlamentar, que em seguida admitiu já ter tratado sobre a candidatura ao Planalto com Baleia Rossi e Michel Temer.

Simone Tebet tem atuação de destaque na CPI da Covid
Apesar de não integrar o grupo de senadores titulares ou suplentes da CPI da Covid, a líder da bancada feminina do Senado, Simone Tebet, é uma das mais atuantes dentro do colegiado – senadores que não integram formalmente a comissão podem participar das audiências; apenas não têm direito a voto para decidir sobre requerimentos de convocação de testemunha, de quebras de sigilo, entre outros.

Foi através dos questionamentos da emedebista que o deputado Luís Miranda (DEM-RJ) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro citou o nome do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), sobre as supostas irregularidades no caso Covaxin.

Simone Tebet também foi responsável pela denúncia de que os documentos de importação da vacina indiana Covaxin apresentados pelo governo, em uma entrevista coletiva em 23 de junho, teriam sido adulterados. Ela apontou uma série de erros, como de inglês, para dizer que houve fraude e que esses documentos jamais deveriam ter tramitado no Ministério da Saúde.

Por causa da atuação de Simone Tebet na CPI, o MDB avalia que o melhor momento para lançar sua pré-candidatura à Presidência será após o encerramento das investigações.

Senadora é considerada uma política de perfil conciliador
Apontada por colegas do Senado como conciliadora de conflitos, Simone Tebet compõe a ala do MDB que se diz independente ao governo Jair Bolsonaro. Outros nomes do partido, como o senador Fernando Bezerra (PE) e o senador Eduardo Gomes (TO), ocupam os cargos de lideranças do governo no Senado e Congresso, respectivamente.

Eleita senadora pela primeira vez em 2014, Simone Tebet presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerado o colegiado mais importante da Casa.

Antes de disputar a presidência do Senado no início deste ano, ela chegou a lançar candidatura ao comando da Casa em 2019 como contraponto ao seu colega de partido senador Renan Calheiros (AL), identificado como representante da “velha política”. Mas a senadora acabou retirando seu nome da disputa para apoiar Davi Alcolumbre (DEM-AP), que se elegeu.

Formada em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Simone cursou mestrado e doutorado na área. Sempre filiada ao MDB, Simone Tebet entrou na política em 2002, quando foi eleita deputada estadual no Mato Grosso do Sul. Em 2004, foi escolhida como prefeita de Três Lagoas, sua cidade natal. Ficou no cargo até 2010, quando renunciou para se candidatar a vice-governadora do estado na chapa (eleita) de André Puccinelli.

Simone Tebet é filha de Ramez Tebet, que presidiu o Senado entre 2001 e 2003. Ele também foi ministro da Integração Nacional e governador do Mato Grosso do Sul. Ramez morreu em 2006.


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ESTÃO ACABANDO COM AS FERRAMENTAS UTILIZADAS PELA LAVAJATO NO COMBATE À CORRUPÇÃO

 

Retrocessos
Por
Tiago Cordeiro, especial para a Gazeta do Povo

17-03-17 – Coletiva de tres anos da Operacao Lava Jato

Coletiva de três anos da Operação Lava Jato, em março de 2017, com a presença de integrantes da força-tarefa do MPF.| Foto: Gazeta do Povo/Arquivo

Para se consolidar como a maior operação de combate à corrupção da história do Brasil, a Lava Jato contou não só com o trabalho de dezenas de profissionais, como também com uma série de ferramentas importantes.  Sem elas, não seria possível organizar as investigações, preservar o sigilo necessário antes de operações, nem conseguir novos dados a partir dos depoimentos dos investigados.

Nos últimos meses, enquanto a Lava Jato começava a sofrer uma série de golpes, seja em sua estrutura, seja com o questionamento judicial de condenações, também foram ameaçadas, ou simplesmente eliminadas, várias dessas ferramentas. Isso torna mais difícil repetir no futuro uma operação tão audaciosa e bem-sucedida em identificar e conseguir a prisão de políticos e empresários de alto escalão.

Confira agora o que aconteceu com seis dessas ferramentas que já foram tão úteis para o combate à corrupção.

  1. Força-tarefa
    Situação: As forças-tarefas da Lava Jato, tanto a da Polícia Federal quanto do Ministério Público Federal (MPF), não existem mais. No caso, do MPF, as investigações foram deslocadas para o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – que tem menos mão de obra de trabalho e mais atribuições. Além disso, o atual comando do MPF é contra o modelo de forças-tarefas. O modelo, portanto, não está formalmente extinto. Mas não deve ser usado em outras investigações de corrupção ao menos durante a gestão do atual procurador-geral da República, Augusto Aras.

Por que foi importante: As forças-tarefas permitiam formar equipes multidisciplinares com dedicação exclusiva. “A força-tarefa garantia uma dinâmica colaborativa de trabalho, que permitiu que Ministério Público, Polícia Federal e Receita Federal atuassem juntos”, explica o procurador de justiça Roberto Livianu, membro do Ministério Público de São Paulo desde 1992 e presidente do Instituto Não Aceito Corrupção. “Outro diferencial importante foi o suporte da cúpula. Se você tem pessoas focadas, com dedicação exclusiva e apoio dos superiores, os resultados aparecem”. No caso do Gaeco, não existe mais esse trabalho conjunto. Seus integrantes atuam a partir do local onde ficam sediados e se dividem para investigar diferentes casos.

  1. Prisão em segunda instância
    Situação: Não existe mais. O Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento realizado em novembro de 2019, decidiu declarar a inconstitucionalidade da prisão após condenação em segunda instância – revertendo um entendimento fixado em 2016. Desde então, para que alguém seja preso, é necessário estarem esgotados os recursos em todas as instâncias judiciais – que podem ser até quatro. Foi com base nesse entendimento que o ex-presidente Lula, condenado até então em duas instâncias na Lava Jato, foi libertado em 2019.

Na Câmara dos Deputados, tramita a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 199/19, que permite a prisão de pessoas condenadas após o julgamento em segunda instância. Mas a tendência é que essa proposta não seja votada em breve. O novo presidente da comissão especial que avalia a PEC, o deputado federal Aliel Machado (PSB-PR), declarou recentemente à Gazeta do Povo que a proposta precisa de apoio popular para chegar ao plenário, que atualmente o foco do país está na CPI da Covid e na própria pandemia.

Por que foi importante: “Não ter prisão após condenação em segundo grau desestimula as colaborações premiadas, porque o investigado deixa de temer a cadeia”, sintetiza Roberto Livianu.

  1. Condução coercitiva
    Situação: Não existe mais. Em junho de 2018, o STF decidiu, por seis votos a cinco, que é inconstitucional o uso de condução coercitiva de investigados ou réus para fins de interrogatório. A condução coercitiva era um instrumento presente no processo penal brasileiro há décadas.

Por que foi importante: A condução coercitiva foi mais um instrumento que favoreceu a Lava Jato, pois políticos e empresários passaram a temer a investigação. Com esse instrumento, os suspeitos que eram alvo de novas fases da investigação não tinham tempo de “ensaiar” respostas com seus advogados ou de “combiná-las” com outros suspeitos. Eles eram obrigados a depor na hora estabelecida pela Lava Jato. Isso ajudou na investigação.

A Lava Jato fez com que a condução coercitiva se disseminasse como ferramenta de investigação. Segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, em 2013, um ano antes do início da Lava Jato, o número de conduções coercitivas no Brasil havia sido de 564. Em 2016, dois anos após a deflagração da Lava Jato, saltou para 2.278 em todo o país. O sucesso da operação havia levado outras forças policiais do país a adotar a prática.

  1. Julgamento de caixa 2 eleitoral na Justiça comum
    Situação: Não existe mais. Em março de 2019, por 6 votos a 5, o STF decidiu que casos de caixa 2 eleitoral são de responsabilidade da Justiça Eleitoral. A Lava Jato e integrantes do MP como a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge interpretavam que o caixa 2 poderia caracterizar outros crimes comuns, como corrupção e lavagem de dinheiro.

Por que foi importante: A Justiça Eleitoral não tem estrutura para julgar casos de grande complexidade, além de ser formada por juízes temporários e de sofrer pressão política constante. Portanto, a Justiça comum poderia julgar esses casos de forma mais rápida. E, no caso da Lava Jato, a maior parte dos políticos investigados pela Lava Jato foi acusado de incorrer nos crimes de caixa 2, corrupção e lavagem de dinheiro.

  1. Delações premiadas
    Situação: Ameaçada. Em 2019, o grupo de trabalho na Câmara dos Deputados que avaliava mudanças na legislação penal aprovou novas regras para os acordos de colaboração premiados. O projeto ainda não foi aprovado de forma definitiva, mas há pressão no Congresso para dificultar as delações. E, nos últimos cinco anos, diferentes projetos foram apresentados no Congresso para reduzir a abrangência das colaborações premiadas. Além disso, a colaboração premiada também corre riscos no Judiciário. Em 2017, por exemplo, o ministro do STF Gilmar Mendes criticou os acordos de colaboração e disse que há uma “insuficiência de controle” nas homologações das delações.

Por que é importante: “A colaboração premiada existe desde 1986, e foi finalmente regulamentada em 2013, com a Lei 12.850. Sem ela, não teríamos o nível de amplitude que a Lava Jato alcançou”, diz o procurador Roberto Livianu. A Lava Jato realizou 278 acordos de colaboração premiada e de leniência (a delação das empresas), que alçaram o compromisso, dos condenados, de devolver R$ 22 bilhões aos cofres públicos. Sem esses acordos, que levam a novas informações, não seria possível ampliar o leque de investigados, na direção dos mandantes dos crimes investigados ao longo da operação.

  1. Foro privilegiado menos amplo
    Situação: Ameaçado. Em 2018, o STF decidiu que políticos e autoridades públicas só têm o direito ao foro privilegiado se os crimes a que são acusados ocorreu durante o mandato e se estão relacionados ao exercício do cargo que ele ocupa. Essa medida que tende a acelerar investigações e julgamentos. Mas ministros do próprio STF já tem decisões contrárias a esse entendimento – o que ameaça a sua efetividade, especialmente quando envolve políticos poderosos com acesso ao STF.

Em 2020, por exemplo, o ministro Dias Toffoli, como plantonista do Supremo, suspendeu investigações da Lava Jato de São Paulo contra o senador José Serra (PSDB) por suposto caixa 2 eleitoral e lavagem de dinheiro de obras do Rodoanel da época em que o tucano era governador paulista. A decisão foi confirmada posteriormente por Gilmar Mendes, o responsável pelo caso. Os dois ministros do STF entenderam que, por ser senador, somente o Supremo poderia autorizar investigação contra Serra, embora o caso da Lava Jato não tratasse da época em que ele governou o estado.

Além disso, há ameaças vindas do atual comando da Polícia Federal (PF). Recentemente, a PF manifestou interesse em centralizar na cúpula as investigações de autoridades com foro privilegiado. Isso tende a “congestionar” investigações contra políticos e autoridades que hoje são descentralizadas. E, se isso ocorrer, a tendência é que essas investigações se tornem mais lentas.

Por que é importante: A restrição ao foro privilegiado permitiu que políticos e autoridades passassem a ser investigados, processados e eventualmente condenados de forma mais rápida. Isso porque, antes, era necessária a análise de tribunais superiores (STF e STJ), que costumam ser mais lentos nesse tipo de processo. Portanto, a restrição do foro privilegiado beneficia a sociedade como um todo, pois passa a sensação de que não há impunidade. Além disso, os casos correm menos risco de prescrição.

“Um país em que mais de 55 mil pessoas têm direito a foro privilegiado tem um sério problema de credibilidade no combate à corrupção”, diz o procurador Roberto Livianu. “Estamos vivendo o momento crítico de combate à corrupção. Há uma série de movimentos na direção de garantir a impunidade por lei.”


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NO BRASIL POBRES SÃO MUITOS E RICOS SÃO POUCOS

 

Riqueza

Por
Vandré Kramer – Gazeta do Povo

País tem 185,6 mil milionários, que conseguiram a façanha de ampliar suas reservas.| Foto: Pixabay

O número de milionários caiu 6,6% no Brasil no ano passado, para 185,6 mil, segundo a consultoria francesa Capgemini. Mas a riqueza deste grupo — que reúne pessoas com renda de mais de US$ 1 milhão em ativos investidos, não incluídos a residência, bens de consumo ou coleções — teve um pequeno aumento de 0,3%, passando para US$ 4,78 trilhão.

A ligeira alta no valor dos ativos foi beneficiada pelo crescimento da poupança doméstica, que cresceu de 12,7% do PIB, em 2019, para 14,5%, em 2020. No mesmo período o consumo privado teve um declínio de 25,5%, para US$ 905,9 bilhões. E o consumo do governo caiu 21,5% para US$ 296,1 bilhão.

Uma série de fatores atuou como inibidor no crescimento da riqueza no Brasil, aponta a consultoria. Entre eles estão a queda de 4,1% no PIB no ano passado, a retração de 16,8% no valor de mercado das empresas listadas em Bolsa e a diminuição de 2,2% no preço médio dos imóveis.

O relatório da pesquisa aponta que o Brasil possui um frágil mercado de ações, que estava em recuperação da crise de 2015-16 e que foi duramente atingido pela pandemia. Mas, desde que o Ibovespa atingiu o piso, em 23 de março do ano passado, as ações quase que dobraram de preço.

A queda nos preços dos imóveis, que atingiu 2,2% nos três primeiros trimestres de 2020, frente a igual período do ano anterior é outro aspecto negativo elencado pela Capgemini. No ano anterior, os preços tinham experimentado uma queda de 1,6%. Para a consultoria, o mercado imobiliário brasileiro permanece frágil, mas apresenta uma tendência de crescimento devido às baixas taxas de juro.

No campo social, o estudo enfatiza a alta taxa de desemprego no Brasil de 13,9% em 2020, ante 12,1% em 2019, — e que saltou para 14,7% em março, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) —- e que o país segue enfrentando problemas sociais e apresenta um dos maiores níveis de desigualdade do mundo como fatores inibidores para o aumento de milionários.

“O cenário econômico no geral não foi positivo em 2020 especialmente pelos efeitos da pandemia e isso se refletiu nos indicadores gerais do número local de indivíduos com renda acima de US$ 1 milhão. Além disso, a recuperação no final do segundo semestre freou um pouco a queda do PIB, mas não foi suficiente ou rápida o bastante como em outros países para melhorar os indicadores”, explica Fabio Cossini, líder de soluções para bancos e meios de pagamento da Capgemini Brasil.


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VOLTA ÀS AULAS DEPEDENDE DOS GOVERNOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS E NÃO DO GOVERNO FEDERAL

 

Volta às aulas

Por
Cristina Graeml – Gazeta do Povo

Alunos na escola


Volta às aulas é um desses temas que nem deveriam constar do noticiário, mas por já terem sido superados. Infelizmente ainda não foi e precisamos seguir falando dele e da necessidade urgente de nos unirmos para pedir que governadores e prefeitos reabram as escolas.

Mais um período de férias está terminando e vamos mesmo continuar mantendo crianças, adolescentes e jovens em casa pelo quarto semestre seguido, sem estímulo para estudar, muitos sem condições adequadas para o ensino à distância?

Na última terça-feira (20) o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, convocando professores e estudantes a retomar as aulas presenciais. E pedindo apoio às famílias e a toda a sociedade.

No discurso sereno, direto, deu algumas informações para garantir tranquilidade e disse o óbvio: há prejuízos incalculáveis para a educação de toda uma geração com tantas escolas ainda fechadas, depois de um ano e meio de pandemia.

Por incrível que pareça, teve gente que ainda tentou fazer barulho em cima do apelo do ministro, com a velha ladainha de genocídio ou coisa que o valha. São os mesmos de sempre, esperneando contra tudo que parte do governo federal, pouco importa o que seja, nem mesmo que seja algo bom para o Brasil.

Quem quer atrapalhar o desenvolvimento do país, porque só aceita que ele seja comandado por uma única vertente política, vai sempre torcer contra. Só que o ministro estava falando de crianças, adolescentes e jovens e de suas rotinas, ou da necessidade de voltarem à rotina.

Sem volta às aulas o futuro está comprometido
Estamos falando de Educação, do futuro do Brasil, de quem vai estar à frente do país nas próximas décadas, quando nós, os trabalhadores de hoje, estivemos aposentados, precisando da população economicamente ativa para seguir vivendo bem. Essa geração está em compasso de espera há muito tempo.

Pense o que representa um ano e meio na vida de quem tem 6 aninhos. É um quarto da vida (25% de todo o tempo já vivido), parado, preso dentro de casa. É como se um adulto de 40 anos tivesse ficado trancado por uma década inteira, sem produzir nada ou produzindo muito pouco e de forma precária.

No pronunciamento à nação, o ministro começou saudando professores e estudantes, mas seguiu falando para todos os brasileiros. Isso inclui as famílias dos alunos e todos os profissionais de alguma forma envolvidos no acesso de crianças e jovens às escolas e universidades.

Aqui entram cobradores e motoristas de ônibus, de vans escolares, profissionais de segurança e limpeza, fornecedores de materiais e de merenda para as escolas, praticamente todo mundo que tem alguma ligação com o ambiente escolar.

Ao falar aos estudantes e professores, especificamente, o ministro disse: “Quero conclamá-los ao retorno às aulas presenciais”. Para os pais, mandou um recado direto: “Não devemos privar nossos filhos do aprendizado necessário para a formação acadêmica e profissional deles.”

“O Brasil não pode continuar com as escolas fechadas, gerando impactos negativos nestas e nas futuras gerações”.

Ministro da Educação, Milton Ribeiro, em pronunciamento de rádio e TV
Para embasar o pedido pela volta às aulas, o ministro citou estudos da UNESCO, da Unicef e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Todos apontam que o fechamento de escolas traz consequências devastadoras para os alunos.

A lista vai da perda de aprendizagem ao aumento do abandono escolar; do atraso na qualificação para o trabalho à interrupção dos avanços da Ciência, ou do “progresso do conhecimento”, nas palavras do ministro. Ou seja, manter crianças e jovens fora da escola é retrocesso. É o país colocando uma represa nos rios de conhecimento que correm em direção ao futuro.

Gerações à espera da volta às aulas
Há ainda que se considerar os problemas emocionais que escolas e universidades fechadas estão provocando não em uma, mas em três gerações, começando pelos jovens universitários, que estão batendo nas portas do mercado de trabalho.

Já há registros de que estes chegam, em grande parte, com inteligência emocional comprometida, muito pela falta de habilidade em lidar com pessoas, que deixou de ser exercitada no ambiente universitário. Outra geração afetada é a dos adolescentes ou daqueles que adolesceram na pandemia.

Muitos meninos e meninas de 12 a 17 anos estão com depressão e até síndrome do pânico, não conseguem mais sair de casa, acham que o mundo é um poço de perigos e não, de desafios estimulantes e atrativos. Esses, obviamente, terão ainda mais dificuldade para encarar a volta às aulas e retomar os estudos.

E tem a geração de crianças, que regrediu emocionalmente. Quantos e quantos casos foram relatados nessa pandemia aos pediatras! Crianças que já caminhavam, já não usavam fraldas, que estavam falando, cheias de ideias, já tinham se liberado de chupetas e voltaram a colocar o dedo na boca, fazer xixi na cama, regrediram na linguagem. É como se estivessem gritando por socorro, numa espécie de síndrome do pânico infantil.

Embora as crianças, em geral, tenham uma percepção de que em casa estão protegidas de tudo, a falta da rotina da escola, de conviver com coleguinhas, de respeitar outras vozes de comando, que não a dos pais ou avós, tudo implica em retardo emocional, além de atraso no aprendizado.

Escolas fechadas X escolas abertas
Escola fechada é atraso. Por mais que no começo da pandemia houvesse quase que um consenso de que fechar tudo era a melhor coisa a fazer (até porque não se tinha muita informação de nada), com o passar das semanas fomos aprendendo os cuidados necessários para evitar o contágio.

Notícias passaram a chegar, vindas de médicos e cientistas, dando conta de que as crianças não são os maiores vetores de transmissão. Hoje sabemos que os pequenos se contaminam, mas costumam ser assintomáticos. Quando têm sintomas, são quase sempre leves, sem maiores comprometimentos de saúde.

O ministro lembrou que vários países retornaram às aulas presenciais ainda em 2020, quando sequer havia previsão de vacinação. Gosto de citar dois em específico, EUA e Espanha, por acompanhar mais de perto, já que tenho parentes e amigos morando lá.

Nesses dois países, praticamente todas as escolas reabriram em agosto do ano passado, quando começou um novo ano letivo, que no hemisfério Norte começa no meio do ano, logo depois das férias de verão.

Está certo que os vírus de gripe costumam circular mais no inverno. E em agosto, aqui no hemisfério Sul, vivemos o auge da estação fria. Mas, no ano passado, foi bem este o mês em que as curvas de contágio e de mortes da primeira onda de Covid no Brasil começaram a cair drasticamente.

Em alguns estados os governos até afrouxaram o lockdown em agosto, dentro de regras sanitárias específicas, para garantir segurança aos alunos e professores. Muitas cidades retomaram as aulas já no segundo semestre do ano passado.

Em outro vídeo, falei sobre a pesquisa feita no estado de São Paulo, comparando cidades paulistas que reabriram as escolas no ano passado com as que não reabriram. Os pesquisadores – um grupo sério, comprometido e que fez estudos estatísticos – concluíram que não houve aumento nem no número de casos e muito menos no de mortes por Covid nas cidades que retomaram as aulas.

O uso de álcool em gel, de máscaras e o distanciamento físico, assim como o controle de entrada, saída e intervalos com escalonamento de turmas para não haver aglomeração, garantiram segurança a todos e a vida seguiu, sem qualquer problema. Por que, então ainda há cidades e estados inteiros com colégios fechados?

Volta às aulas: como está a retomada presencial nos estados brasileiros

Os países que reabriram escolas já estão com os alunos em sala de aula há muito tempo. Precisamos correr atrás desse prejuízo, não dá mais para esperar. Como disse acima, o segundo semestre de 2021 está começando. E, queiram ou não os opositores, a vacinação está bem avançada no Brasil, somos dos países que mais vacinam no mundo.

Professores já foram vacinados, a média móvel de casos está caindo, assim como a ocupação de leitos nos hospitais. É preciso olhar para tudo isso com serenidade e retomar a rotina.

Responsabilidade
O ministro Milton Ribeiro reforçou que, no Brasil, a decisão de fechar escolas foi delegada a estados e municípios. Sabemos que esta foi uma determinação do STF. Por causa dela, o governo federal foi impedido de atuar em muitas áreas, entre elas nessa questão do funcionamento das instituições de ensino.

No pronunciamento, o ministro disse com todas as letras que “o ministério da Educação não pode determinar o retorno presencial às aulas, caso contrário eu já teria determinado.” Segundo Milton Ribeiro, logo no começo da pandemia o MEC criou um Comitê Operativo de Emergência para manter contato e orientar prefeituras, governos de estado, secretarias de educação, escolas e universidades.

O poder de decisão, no entanto, sempre esteve nas mãos de prefeitos e governadores. Muita coisa errada aconteceu por causa disso, mas há um lado bom. O governador e o prefeito são os governantes que estão mais próximos de nós e os que dependem apenas dos eleitores locais para continuar na política. Eles deveriam ouvir o clamor das ruas sob pena de serem banidos da vida pública nas próximas eleições.

Está mais do que na hora de todo mundo começar a falar sobre a volta às aulas. Nas redes sociais já dá para fazer um bom barulho, procurando o perfil do prefeito e do governador para marcá-los nas postagens, mandar e-mail, ligar, reclamar.

Esse negócio já foi longe demais, tanto que surgiram movimentos de pais clamando por escolas abertas e volta às aulas presenciais. Muitos governadores insistem em fechar os olhos para tudo isso e mantém as escolas fechadas para atender a interesses ideológicos, especialmente de sindicatos.

E não tem essa de que as escolas públicas não têm condições de reabrir, porque faltam recursos até para comprar álcool em gel. O Ministério da Educação diz ter investido 1,7 bilhão de reais para enfrentamento da Covid na rede pública de ensino, tanto na educação básica quanto na superior.

Ainda que sindicatos de professores estejam esperneando, como de praxe, dizendo que só voltam às aulas quando todo mundo estiver vacinado, a comunidade escolar está atenta e vendo os professores tendo acesso prioritário às vacinas.

Isso não aconteceu por acaso. A pedido do próprio MEC, o Ministério da Saúde incluiu os professores nos grupos prioritários de vacinação. Quase todos já foram vacinados. Nós pais, tios, avós, qualquer um que tenha estudantes na família, precisamos nos unir em torno dessa causa.

Termino repetindo mais duas frases ditas pelo ministro no pronunciamento recente. “Caros pais, estudantes e profissionais de Educação: não podemos mais adiar este momento. O retorno às aulas presenciais é uma necessidade urgente.”


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