sexta-feira, 23 de julho de 2021

PEC DOS MILITARES EM VOTAÇÃO NO CONGRESSO

 

Câmara

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília

Rio de Janeiro – O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o presidente da República, Jair Bolsonaro, acenam a apoiadores no Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, após passeio de moto pela cidade. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Pazuello e Bolsonaro durante o ato de apoio ao presidente, no Rio de Janeiro.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Militares da ativa das Forças Armadas que ocupam cargos no governo federal podem ter que deixar seus postos se a chamada “PEC do Pazuello”, protocolada oficialmente na semana passada na Câmara, for aprovada. E a perspectiva hoje é de que a ideia avance; e não que seja engavetada. E que há chance de ser aprovada.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 21/2021, apelidada de PEC do Pazuello, veda aos militares da ativa a ocupação de cargo de natureza civil na administração pública nas três esferas do poder.

De autoria da deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC), o texto é visto como uma espécie de “antídoto” contra a possível politização das Forças Armadas quando oficiais da ativa passam a integrar (e a defender) um governo. Também seria uma forma de “blindar” a imagem das Forças Armadas contra malfeitos de militares que participam do governo. A proposta foi apelidada de PEC do Pazuello em referência ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que é general da ativa.

A PEC foi protocolado na quarta-feira (14) e está agora Mesa Diretora da Câmara. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vai dar encaminhamento à matéria nos próximos dias e permitir que ela tramite. Por ser uma PEC, a primeira etapa é enviá-la à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Ainda em junho, Lira disse a líderes partidários que, tão logo a proposta conseguisse o número de assinaturas para ser apresentada (uma PEC exige a adesão mínima de deputados), daria encaminhamento à matéria – o que é uma praxe. A CCJ vai avaliar a constitucionalidade da matéria. Depois, a PEC do Pazuello será discutida numa comissão especial criada especificamente para analisar o mérito da proposta.

Se passar na comissão especial, a PEC segue para o plenário – onde precisa dos votos de três quintos dos deputados, em dois turnos de votação. A última etapa é a votação no Senado, que também precisa aprová-la, com um mínimo de três quintos de votos, em dois turnos.


Quais são as chances de a PEC do Pazuello ser aprovada na CCJ
Na CCJ da Câmara, existe atualmente uma tendência de aprovação da PEC do Pazuello. Dos 66 integrantes titulares do colegiado, 26 assinaram favoravelmente à apresentação da proposta. Além disso, nos bastidores, a pauta tem ganhado apoio entre líderes e bancadas partidárias. Mesmo entre governistas existe a avaliação de que o texto será aprovado.

O deputado Aluísio Mendes (PSC-MA), líder de seu partido na Câmara e membro da CCJ, é um dos governistas que acredita na possibilidade da comissão aprovar a admissibilidade do texto – embora ele seja contra a proposta.

“Mesmo eu tendo posição divergente [à PEC], acho que tem muita chance de prosperar. Em conversas com outros líderes eu percebi que, de fato, existe um sentimento muito favorável a colocar um limite na posição dos militares na atividade civil”, afirma Mendes.

Além de líder de seu partido, Mendes também é 1.º vice-líder do bloco Pros, PSC e PTB na Câmara e vice-líder do governo no Congresso Nacional. O deputado afirma que a avaliação dos líderes não é muito diferente da de seus liderados. “Há um sentimento muito favorável nas bancadas. Não é mais um debate de caráter ideológico, mas político. Grande parte das assinaturas coletadas pela Perpétua é de deputados de partidos da direita e do centro”, diz ele.

Segundo Mendes, dois fatos políticos recentes criaram o clima favorável para a tramitação da PEC: as suspeitas de irregularidades envolvendo militares reformados e da reserva no Ministério da Saúde durante a gestão de Pazuello; e a nota conjunta assinada pelo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e os comandantes das Forças Armadas após declarações do presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM).

“A experiência que vivenciamos no Ministério da Saúde com essa equipe de militares foi muito negativa e isso acabou impactando nesse sentimento. E também acho que algumas notas expedidas pelo ministro da Defesa e pelos comandantes [das Forças Armadas] acabou contaminando esse sentimento de que o lugar dos militares é nos quartéis”, diz o vice-líder do governo.

A análise do deputado Fábio Trad (PSD-MS), vice-líder do partido e membro da CCJ, não é muito diferente. De perfil independente ao governo, ele não descarta, contudo, a possibilidade de o texto ser derrubado se essa for a vontade do Palácio do Planalto. “Se você quantificar quem é independente, governista e oposição, qualquer placar vai ser apertado. Mas se o governo assumir abertamente a oposição ao projeto, aí ele tem base coesa para derrubar”, diz.

Qual a posição de governistas sobre a PEC do Pazuello
O deputado Aluísio Mendes afirma que, apesar de acreditar haver uma tendência favorável à PEC do Pazuello, ela é discriminatória. “Acho que impedir militares ocuparem cargos é um pouco de discriminação”, diz o vice-líder do governo no Congresso.

Ele afirma ainda que a oposição e deputados independentes usam o momento em que a presença de militares em atividades civis é vista com desconfiança e de forma negativa por parte da sociedade para generalizar a atuação de militares.

“Esse fato contaminou o clima. Tivemos a questão do [ex-]ministro Pazuello, que deixou um legado até questionável junto com seu staff de militares que, realmente, não correspondeu às expectativas do presidente [Jair Bolsonaro], nem da sociedade. A gestão não foi condizente com o que se esperava”, avalia Mendes.

O deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), vice-líder do partido e integrante da CCJ, também classifica a matéria como uma tentativa de tipificar o preconceito ao militar na Constituição. “É a PEC da ‘militarfobia’. Ninguém suporta militar trabalhando bem nos ministérios”, diz.

Diferentemente de Mendes, Tadeu acredita que a PEC não tem chances de prosperar e será rejeitada na CCJ. “Podem colocar para colocar em votação sem problema algum porque não vai ter voto”, diz.

Um dos motivos apontados por Tadeu é a própria constitucionalidade da matéria. “É inconstitucional. O militar é um servidor público federal como qualquer outro. A cessão de funcionários de um órgão para o outro é lei”, justifica. “É uma discriminação fora do comum com os militares, são pessoas especializadas, competentes e tem uma característica que raramente a gente encontra por aí, que é honestidade”, complementa.


Qual é a avaliação de deputados independentes
Parlamentares independentes do governo são favoráveis ao texto. O deputado Enrico Misasi (PV-SP), líder do partido, afirma que o assunto tem de ser discutido. “Principalmente neste momento histórico, merece ter toda a atenção da CCJ, da sociedade como um todo e do próprio Exército. Estamos em um contexto em que é possível construir um belo consenso em torno desta matéria”, afirma Misasi.

O deputado considera que o tema não é trivial e defende a realização de audiências públicas para uma discussão sobre a constitucionalidade da matéria. “Eu não me oporia. Se a presidente [da CCJ, Bia Kicis (PSL-DF)] e a maioria dos coordenadores de bancada entenderem serem necessárias [as audiências públicas], não devemos temer fazê-las”, diz.

O líder do PV torce para que a pauta seja debatida com rapidez e que seja aprovada na CCJ, a fim de ser discutida na comissão especial. “Ainda não conversei com meu partido sobre o assunto. Não sei qual é a opinião dos meus liderados, mas estou aberto a ouvir os argumentos, inclusive contrários. Essa discussão interna tende a se espraiar para outros deputados e lideranças em um processo natural”, avalia Misasi.

Embora torça pela aprovação, ele evita analisar o peso que os fatos políticos recentes envolvendo militares no governo podem trazer a favor da admissibilidade. “Não sei avaliar se dificultam, polemizam mais ou atrapalham. O que eu sei é que colocam o tema na mídia e ajudam a debater.”

O deputado Fabio Trad concorda e acha que uma aprovação do texto é possível, mas seria por um placar estreito. “Hoje, eu arriscaria uma aprovação por um placar apertado pela admissibilidade da PEC. Mas é preciso ver como ela será tratada no âmago do Centrão. É ali que veremos se flui ou se fica obstruída”, justifica.

Autor de um projeto de lei que trata sobre a “quarentena” eleitoral para juízes, procuradores, promotores, policiais e militares, Trad é a favor do texto. “Tenho uma certa identidade com o tema, sou um dos coautores. Eu vejo com bons olhos o fato de que ela está muito bem prestigiada, principalmente com a assinatura de cinco ex-ministros da Defesa colocando sua importância, e o fato de que ela na sua essência, agora no aspecto de mérito, é absolutamente correta e justa”, afirma Trad.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/o-que-esperar-da-tramitacao-da-pec-pazuello-na-camara/
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GOVERNO VAI AUMENTAR A VERBA DO BOLSA FAMÍLIA NO ANO QUE VEM

 

Programa social

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Beneficiários sacando o Bolsa Família na agência da Caixa Econômica, em Sobradinho. Brasília/DF 30/05/2017. Foto: Rafael Zart/ASCOM/MDSA

Plano do governo é aumentar em quase 50% a verba do Bolsa Família no ano que vem.| Foto: Rafael Zart/MDSA

Uma boa notícia para quem saiu meio desesperado dessa pandemia. Além da prorrogação do auxílio emergencial, que vai até 31 de outubro, estão previstas mudanças no Bolsa Família. A verba para o programa social no ano que vem terá um aumento de mais ou menos 50%.

Além disso, o Bolsa Família terá uma porta de saída, para formar as pessoas e prepará-las para o mercado de trabalho. Isso com o reforço do Ministério do Trabalho e Previdência Social, com sua autonomia e seu ministro estimulando o emprego.

Hoje o que mais desestimula o emprego formal é o custo da folha de pagamento, o ônus da folha de pagamento, o excesso de burocracia. Já viram algum americano vindo trabalhar no Brasil por causa da CLT? Óbvio que não. Mas a gente vê milhares de brasileiros que vão trabalhar nos EUA, onde não tem CLT, porque as coisas são mais simples por lá. Agora, com o Ministério do Trabalho e Previdência Social e o ministro Onyx Lorenzoni, as coisas vão ficar mais fáceis.

Reforço de peso no governo e fusão à vista
Com a escolha do senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas (PP) para a Casa Civil do governo, muita gente diz assim: “ah, agora a negociação política vai ser mais fácil”. Mas não é só isso.

Não é só a experiência dele de um quarto de século no Congresso, não é o fato de que o Progressistas tem o segundo maior número de vereadores e de prefeitos do país, que tem 45 deputados e sete senadores, e agora o partido com a maior bancada feminina, porque a mãe de Ciro é suplente dele e agora vai substituí-lo no Senado. Serão quatro mulheres e três homens em uma bancada de sete do PP.

Mas não é só isso. Você sabe o que eles estão conversando? Uma fusão do DEM, PSL e Progressistas para formar um novo partido. Só eles já dão 121 deputados na Câmara Federal. Aí vão parar de falar em impeachment. Porque com 171 votos contrários já não se abre processo, e ainda fica proibido se abrir outro processo por um ano. Essa é uma questão política muito importante.

Previsões otimistas
O Brasil neste ano terá uma corrente comercial de US$ 1 trilhão, segundo previsão do Ministério da Agricultura. É coisa de gente grande. O superávit comercial brasileiro deve ser superior a US$ 100 bilhões, recorde histórico para o Brasil e com toda a pandemia. Isso é exportação principalmente do agro.

Aliás, as exportações do setor primário, que incluem minérios, deram um salto gigantesco pelo valor do minério neste primeiro semestre. Tudo isso vai colaborar para que o país bata esses recordes históricos. E o que isso significa? Crescimento econômico. Já está em 5,3% a previsão do PIB em 2021. E, de novo, o que significa? Mais atividade econômica, mais renda, mais emprego.

O governo Michel Temer herdou 12 milhões de desempregados do caos do governo Dilma e depois veio a pandemia no governo Bolsonaro, quando o país estava começando a recuperação. Agora é trabalhar para estimular a economia, tirar o Estado onde o Estado prejudica, com burocracia e excesso de tributação, e tocar o país para frente.


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ARAS PGR DEVE SER RECONDUZIDO POR MAIS 2 ANOS

Desastre na PGR

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

Procurador-geral da República, Augusto Aras, foi indicado por Bolsonaro para mais um mandato de dois anos na chefia do MPF.| Foto: Isac Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro, como se sabe desde que ele começou a assinar nomeações de peixes gordos para o seu governo, já mostrou com clareza que é muito ruim para escolher qualquer funcionário que tenha alguma coisa a ver com justiça. Mais do que errar, ele se tornou um especialista na arte de repetir o erro — o que mostra, infelizmente, que não erra por acaso.

O último chute no pau da barraca foi a renomeação do procurador-geral da República, Augusto Aras, para mais um período no cargo que vem tratando tão mal desde que foi nomeado a primeira vez. O problema desse Aras 2.0 não é, como se escandalizaram os crentes no estado de graça permanente do Ministério Público, o fato de não fazer parte da “lista tríplice” expedida pelos militantes sindicais do MP. O problema real está no fato de que Aras é, na data de hoje, um dos instrumentos mais eficientes para impedir o combate à corrupção que despacha dentro da máquina estatal brasileira.

Aras vem destruindo, em tudo o que faz, todo o trabalho do MP contra a ladroagem que chegou a extremos inéditos nos governos Lula-Dilma — os 13 anos e meio em que a politicalha e seus vários senhores mais roubaram na história do Brasil. Para não alongar um assunto sobre o qual até as crianças com 10 anos de idade estão suficientemente informadas, o PGR que Bolsonaro agora nomeia de novo mandou acabar, sem o menor constrangimento, nada menos que a Operação Lava Jato — enfim desfeita, de forma oficial e com toda a papelada de praxe, em fevereiro último.

Precisa dizer mais alguma coisa? O PGR de Bolsonaro, na verdade, é hoje o herói da classe política brasileira — não só de Lula e do PT, mas de todo político enrolado com o Código Penal que dá expediente entre o Oiapoque e o Chuí. Por isso mesmo, não vai se ver o senador Renan & cia. propondo nenhuma CPI para “investigar” Augusto Aras, ou dar um pio sobre o assunto. “Precisamos estancar a sangria”, disse o ex-senador Romero Jucá, em momento realmente histórico da política brasileira, durante o governo Michel Temer. Pois foi isso, exatamente, que Aras fez: estancou a sangria.

Poucas vezes um mandarim da política de Brasília resumiu tão bem, como Jucá, os sentimentos verdadeiros dos seus pares. E poucas vezes um PGR fez com tanta perfeição o trabalho que os políticos brasileiros realmente esperavam dele. É por essa razão, e nenhuma outra, que os fugitivos da lei penal ficam tão quietinhos quando o assunto é PGR. Os mais excitados ativistas em favor da “democracia”, e contra o genocida de direita, jamais deram um pio neste assunto. O genocida, aí, vira um grande homem.

Aras piorou notavelmente o seu desastre ao congelar investigações sobre o filho do presidente e calar-se sobre as violências grosseiras que o STF fez em seu “inquérito contra os atos antidemocráticos” e as suas agressivas intervenções nas áreas de competência dos outros poderes. Cala-se, consente e está mantido no cargo. “Governabilidade” deve ser isso aí.


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CONGRESSO PARADO PERDE TEMPO PARA VOTAR AS REFORMAS QUE O BRASIL PRECISA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

O tempo para o Congresso Nacional aprovar as reformas está acabando.| Foto: Pedro França/Agência Senado

Há um famoso mote de Benjamin Franklin, um dos patriarcas dos Estados Unidos (também chamados founding fathers), que, adaptado à política brasileira, poderia muito bem servir de inspiração para nossos parlamentares: “Você ama a vida? Então não desperdice tempo, pois é disso que a vida é feita”.

Essa urgência para não desperdiçar tempo deveria ser o mote do Congresso no próximo semestre, após o recesso do Legislativo, dado o esgotamento do tempo hábil para levar adiante as reformas fundamentais para o Brasil. Iniciado o ano eleitoral, 2022, a probabilidade de que algo relevante seja aprovado beira o zero porcento.

Após a mudança das presidências do Congresso, vencendo as chapas que obtiveram apoio explícito do Executivo, não seria irrazoável esperar que o primeiro semestre de 2021 assistiria ao avanço e aprovação das reformas estruturantes, que foram um dos grandes anseios da população brasileira nas eleições de 2018.

Não é, entretanto, como salta aos olhos, o que aconteceu. Pode-se alegar, sem dúvida, a premência e prioridade que a CPI da Covid ganhou aos olhos dos nossos parlamentares. Reconheça-se sua relevância, se se quiser (sem entrar no mérito de sua condução e de seus resultados), mas é patente que ela jamais justificaria o adiamento das discussões que podem de fato transformar o país. Admita-se que olhar para o passado é importante para corrigir os rumos do futuro, mas isso não ao preço de perder a hierarquia de todas as prioridades reais e ao preço de paralisar as discussões que precisariam ser conduzidas num momento tão crítico para a história do país, para a retomada sócio-econômica depois de uma crise tão longa e sem precedentes.

No entanto, é preciso reconhecer, desde já, que no quesito das grandes reformas, o Congresso contou em boa medida com a falta de entusiasmo do próprio Executivo. Para dar um exemplo, e é apenas um, o ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentou só em 25 de junho, quase no fim do semestre, a segunda fase da Reforma Tributária, que trata de modificações no Imposto de Renda para Pessoas Físicas, para Empresas e Investimentos. Fase que sequer é a última, dificultando qualquer discussão séria acerca do tema, dada a impossibilidade de se ter uma visão geral dos efeitos que qualquer mudança parcial dos impostos pode ter na economia e nos seus diversos setores.

Mas a falta de entusiasmo do Executivo não poderia servir de desculpa aos nossos legisladores. Tanto um quanto outro poder têm competência para pautar o debate nacional e para levar adiante o que é relevante para os cidadãos. E já houve momentos em que o Legislativo assumiu essa missão.

A complexidade da tributação e o alto valor da carga fiscal total são temas recorrentes do chamado “custo Brasil”, termo que abriga as dificuldades que o País apresenta para empresários e investidores gerarem renda e empregos. Um tema como esse, dadas as dificuldades econômicas inerentes que sobrevieram ao País após mais de um ano de pandemia, deveria estar no topo das preocupações do Legislativo. Ainda mais quando um sistema de tributação mais ágil e equitativo pode servir de impulso para a recuperação econômica que é aguardada para o ano que vem.

As privatizações, uma das agendas mais ansiadas nas eleições de 2018, também não caminharam no Congresso como se imaginava. E novamente parte da culpa pode ser atribuída também ao Executivo. A privatização dos Correios depende da aprovação do marco regulatório para os serviços postais, dado pelo Projeto de Lei 591/21. A matéria tramita na Câmara em regime de urgência desde abril e a expectativa era de o PL ser votado até 17 de julho, mas só vai ser apreciada após o recesso. Se aprovada, seria apenas a segunda proposta de privatização que avançou pelo Congresso durante a gestão de Jair Bolsonaro. Até o momento o governo não conseguiu vender nenhuma estatal de controle direto da União. Das 203 empresas estatais, o governo conseguiu privatizar 15, com 90 empresas na mira.


Há inúmeras outras pautas urgentes, realmente prioritárias. Pense-se, por exemplo, na Reforma Administrativa. Enquanto projetos fundamentais para o País caminham lentamente, o prazo da CPI da Covid foi estendido para mais três meses no Senado, devendo absorver ao menos uma parte das energias do Legislativo. E o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), gastou a última semana aventando a possibilidade, impopular e extemporânea, da mudança na forma de governo do Brasil, de presidencialista para semipresidencialista. Se o Congresso não quiser passar para a história como o Congresso da inação, da apatia e da falta de visão estratégica; se quiser ainda alguma reforma estruturante aprovada, é melhor seguir o conselho de Benjamin Franklin e não desperdiçar mais tempo, nem um dia sequer.

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quinta-feira, 22 de julho de 2021

MINORIAS BARULHENTAS QUEREM GANHAR NO GRITO

 

Algoritmos e Radicalização

Por
Madeleine Lacsko – Gazeta do Povo

Uma análise matemática do Twitter mostra como ele favorece ativamente todo tipo de grupo minoritário na sociedade que seja barulhento.| Foto: Pixabay

Você já teve a impressão de que discussões muito quentes nas redes sociais e, ultimamente, até na mídia são completamente alienadas do que as pessoas estão discutindo? Provavelmente, nesses últimos anos, você já deve ter entrado em alguma confusão de rede social para depois pensar como se meteu naquela história.

A Areo Magazine fez um exercício importante para explicar esse fenômeno por meio da matemática. Não é impressão sua que pequenos grupos com interesses muito específicos de uma bolha dominam o debate público. Vou confessar que sou da turma otimista, pensei que as redes sociais melhorariam esse fenômeno democratizando a informação. Infelizmente, depois da mudança dos algoritmos de 2010, acabou piorando.

“Fulano declarou tal coisa em sua conta no Twitter” vira notícia se o fulano for alguém importante ou famoso dizendo algo que renderá cliques para a publicação. Já fiz uma análise ontem sobre como a dinâmica das redes sociais influencia o jornalismo usando o caso Luis Miranda e as teorias do psicólogo Jay Van Bavel e da especialista em combate à desinformação Joan Donovan.

A abordagem da Areo Magazine é diferente e tem como base algo de que você muito provavelmente ouviu falar em outros contextos, o princípio de Pareto. Em 1906, o matemático Vilfredo Pareto notou a proporção 80/20 surgindo naturalmente em diversos cenários diferentes. Na Itália, havia uma consistência histórica de 20% das pessoas manterem 80% das terras. Mas também no jardim dele 20% dos pés de ervilha produziam 80% das ervilhas.

É algo que matemáticos em todo o mundo começaram a observar tanto na natureza quanto na organização da sociedade, sem que todos esses fenômenos tenham uma explicação clara. Por exemplo, 80% dos crimes são cometidos por 20% das pessoas, 20% dos filmes vendem 80% dos tickets. No mundo empresarial, essa ideia de proporção é muito usada para saber quais são os 20% de ações cruciais para entregar os 80% de um projeto, por exemplo.

O Twitter é feito de minorias, no sentido de que concentra uma fração pequena da população. Os assuntos que viralizam são postados por uma minoria dessa minoria de forma apaixonada. Há uma chance 67% maior de viralizar se for algo condenando o grupo oposto. Ocorre que só 2% dos usuários do Twitter conferem suas contas diariamente. Nem 5% da população está no Twitter. Ainda assim, tudo que é bate-boca dessa rede social vira tema da imprensa na hora.

É esse círculo vicioso que dá poder a minorias com interesses e hábitos muito específicos no mundo real. Vamos à matemática que, creio, salvará o Brasil. Estão no Twitter 4% da população do mundo e só 2% conferem suas contas diariamente. Estamos falando de 0,08% das pessoas. Entre esses, só uma minoria viraliza ou tem engajamento.

Como é possível que um ambiente em que apenas 8 a cada 100 mil pessoas debatem torne-se um divisor de águas na cobertura política, em eleições no mundo todo e até na forma como debatemos costumes? Vivemos o paraíso da minoria barulhenta. Agora, além de ajudada pela natureza e pela nossa organização social, ela conta com a mão amiga do algoritmo.

É um conceito que se chama de tecnocracia e se opõe à democracia. Em vez de emanar do povo, o poder emana dos que controlam os algoritmos. Para muitos, a medida de importância social e política passou a ser a repercussão nas redes sociais. Nós, jornalistas, estamos entre estes e levamos ao noticiário tradicional o que engaja nas redes. Ocorre que todas essas medidas podem ser manipuladas por quem domina a tecnologia. Tem funcionado.

Jornalistas não sabem diferenciar indignação genuína de um ataque em enxame, por exemplo. E estou falando da coisa mais artesanal possível, quando um bando de amigos se junta para chamar a atenção para uma causa ou tirar sarro de alguém que eles desprezam. É algo facilmente detectável porque muda o padrão de disseminação da informação completamente.

Ainda assim, você verá os dois casos amplificados de forma igual na grande mídia e jornalistas servindo de escada para ataques em enxame sem se dar conta. É diário. Não vou nem entrar nos meios profissionais e automatizados de burlar o algoritmo porque dá vontade de chorar. Ações que utilizam botfarms, impulsionamento e big data para burlar algoritmos são tratadas como fatos, polêmicas ou indignação verdadeira. Viram notícia.

A popularidade social e política está hoje condicionada não apenas a medidas manipuláveis e manipuladas, mas também submetidas a decisões empresariais das Big Techs. Tudo é mediado pelos algoritmos, que são uma caixa preta. Se os casos de sucesso nesse mundo super restrito e com regras obscura passam a ser tratados na grande imprensa como semelhantes à vida real, passamos à tecnocracia.

Nesta dinâmica, os mais radicais dobram os demais porque não adianta discutir com eles. A Areo Magazine cita um exemplo anedótico de Nassim Nicholas Taleb para ilustrar. Suponha que homens bebam cerveja e mulheres vinho nas suas festas. Quando você serve cerveja, elas não bebem nada. Quando você serve vinho, os homens tomam vinho. Se tiver de escolher uma bebida para o próximo evento, qual você serve? A preferida de quem não negocia.

O mesmo acontece nas redes. Há grupos radicais de todo tipo, mas os políticos vão nos chamar especial atenção neste ano pré-eleitoral. Quem quiser crescer até as eleições e, quem sabe, tornar-se importante neste cenário, precisa começar a arrumar rivais e bater neles incessantemente a partir de agora. Você verá os linchamentos aumentando porque dão certo, políticos viraram reféns dessa dinâmica.

Muita gente ainda tem a ingenuidade de fazer denúncias para as plataformas sobre esse conteúdo de assédio em massa. As Big Techs também ficam encurraladas. Imagine que você tenha um negócio que depende dos mais radicais entre 0,08% das pessoas para ser tão viciante quando você precisa para lucrar. É o caso deles. Já tem só 2% da plataforma entrando todos os dias, vai derrubar justo quem engaja mais?

Há uma expressão chinesa ancestral que traduz bem este ambiente que criamos, 紙老虎. Foi traduzida pela primeira vez no século XIX como o conceito de “tigres de papel”. É aquele que tem o dom de parecer muito ameaçador mas, diante de desafios reais, colapsa. Mao gostava muito de usar essa expressão para referir-se a diversos governos ocidentais, comparando-os com a civilização chinesa, que antecede a romana.

As redes sociais são dominadas por “tigres de papel” porque foram desenhadas assim. Ocorre que os tigres de papel têm sido tratados pelos meios de comunicação tradicional como se fossem de verdade. Importa mais o que alguém fala, principalmente se for contra o grupo oposto, do que sua biografia, seu caráter e o que é capaz de fazer.

Não quero aqui tirar o direito de brilhar dos bravateiros e rancorosos. Que cada um tenha seus 15 minutos de fama. O problema é que, nesta simbiose de mídias sociais com imprensa tradicional, estamos dando poder sobre a vida das pessoas aos tigres de papel. E fazemos isso totalmente convencidos de que essas posições centrais foram preenchidas por tigres de verdade, capazes inclusive de defender os demais. Minorias barulhentas têm todo o direito de fazer o barulho que quiserem e merecem respeito. O problema é quando encontram a tempestade perfeita para concentrar poder.


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CONCEITO DE ISENTÃO NA POLÍTICA

 

Política

Por
Pedro Menezes – Gazeta do Povo

| Foto: Pixabay

Você certamente já ouviu ou leu a palavra “isentão”. É uma das gírias políticas mais usadas no Brasil. Desconfio que boa parte dos brasileiros conhece o termo. Ao menos, boa parte dos brasileiros que acessam colunas sobre política, como esta, já deve ter ouvido falar sobre o tal isentão.

Rodrigo da Silva e a invenção do isentão
Até 2014, na imprensa e no Twitter, “isentão” era um apelido para o estádio do Corinthians. Os primeiros tuítes com a conotação atual surgem nas eleições daquele ano — especialmente no segundo turno, quando notórios simpatizantes do PT declararam “voto crítico” em Dilma Rousseff.

Apesar disso, a gíria estava restrita a pequenas bolhas nas redes sociais. A grande imprensa não mencionava o isentão, então desconhecido pelo público geral. Era uma palavra ainda em sua pré-história.

A história começa a mudar quando Rodrigo da Silva publicou um texto sobre o “isentão”. Rodrigo o descreveu  como “a maior vergonha da política em nosso tempo”. Foi num texto publicado pelo Spotniks em março de 2016. Viralizou, ultrapassando 100 mil compartilhamentos nas redes sociais. O link original está fora do ar, mas pode ser facilmente encontrado pela internet — acesse a íntegra clicando aqui.

Dados do Google Trends mostram que, após a publicação do texto de Rodrigo da Silva, surge um interesse regular pelo termo “isentão”, tendência que continua viva em 2021. Também a partir daquele momento, a palavra começa a aparecer na grande imprensa.

A deturpação do isentão
Apesar de praticamente ter inventado o isentão, Rodrigo da Silva hoje lamenta a deturpação do termo. “A tática de transformar gente verdadeiramente independente em isentão é um dos maiores engodos retóricos políticos de 2019”, ele tuitou ainda em janeiro daquele ano.

Pouco depois, Rodrigo da Silva passou a se descrever como isentão orgulhoso. Ou seja, ele se identifica com a mesma palavra que, no seu texto de 2016, significava a maior das vergonhas políticas. Era um protesto contra a deturpação do termo que ele popularizou.

O isentão original
O isentão inicialmente era um militante partidário como qualquer outro: alguém que segue fielmente a cartilha do partido. A diferença estaria numa tosca camuflagem. Antes de exibir seu partidarismo gritante, ele arrota isenção com ponderações falsas ou insignificantes.

Ao exemplificar quem seria um isentão-modelo, Rodrigo da Silva citou Celso Antônio Bandeira de Mello. O renomado jurista é próximo do PT há décadas, tinha o mesmo discurso do partido em quase todos os tempos e suas colocações públicas eram propagandeadas pelos caciques petistas. Apesar de tudo, Celso fazia uma ressalva: ele não se considerava petista em 2016, pois não votou num petista para deputado federal em 2014.

O isentão original tinha todos os defeitos de qualquer militante tribal e mais um: lhe falta coragem para assumir-se como o que é. Portanto, está num nível abaixo do gado. A falsa ponderação serve apenas como muleta para negar o que diversas evidências gritam. Qualquer observador concluiria que a distinção entre um partidário raiz e o isentão está no disfarce simplório.

Apesar de não se limitar ao tema, o conceito de Rodrigo da Silva focava na figura do “isento governista”. Repare, leitor: não era o isento petista.

O isento governista seria um militante sempre disposto a deslegitimar qualquer oposição, mas sem coragem de defender o governo. Todos os opositores são cretinos malvados, o que obriga nosso nobre isento a agir como governista. Ele não apoia o governo porque quer. É apenas uma vítima da situação.

Se o isentão original tinha todos esses defeitos, por que o criador passou a se identificar com a criatura? A explicação é simples: os isentões originais foram os deturpadores da palavra e, hoje, chamam figuras verdadeiramente moderadas como “isentões”.

Rodrigo Constantino, um legítimo isentão
Para compreender a mudança de Rodrigo da Silva, basta ler algumas colunas que um xará publica na Gazeta do Povo. Me refiro a Rodrigo Constantino.

Outrora economista, Constantino desistiu de analisar políticas públicas. Hoje, um jornalista especializado na cobertura de ressentimentos, seus e de lideranças do governo.

Cumprindo a cartilha do isento governista, a grande maioria dos textos de Constantino foca em críticas ao antibolsonarismo — é até comedido chamar de críticas o que, via de regra, tem mais ofensa do que argumento. Em particular, ele gosta de denunciar outros colaboradores desta Gazeta do Povo como isentões.

Francisco Razzo é um pensador conservador e autor do best-seller “Contra o Aborto”. Para Constantino, este seria um legítimo isentão. Reparam o contraste em relação ao perfil de Celso Antônio Bandeira de Mello?

Guilherme Macalossi, outro colega de Gazeta do Povo, recebeu o mesmo tratamento. Repare na imagem abaixo, caro leitor:

Ao escrever sobre o print screen acima, Constantino comete o seguinte parágrafo:

“A ‘análise’ de Macalossi contrasta com a análise isenta da Barbara, do canal TeAtualizei. Mas Barbara é acusada de bolsonarista, enquanto o outro banca o jornalista imparcial. A ‘terceira via’ apoia o arbítrio truculento dos corruptos do gabinete paralelo do lulismo na CPI circense, eis o ponto em que essa turma chegou.”

O absurdo é tão evidente que torna desnecessário qualquer argumento adicional sobre o parágrafo acima.

Antes de prosseguir, porém, vale notar que Constantino enxerga o antibolsonarismo como uma mistura do petistas puro-sangue com petistas disfarçados. Não há diferença entre petismo e antibolsonarismo.

Para defender o governo sem defender o governo, basta deslegitimar toda e qualquer oposição. Eis a fórmula do governismo isento: bolsonarismo + covardia.

O estranho liberalismo dos isentões governistas
Voltemos ao primeiro Rodrigo, o da Silva. Ele se assumiu como isentão por ver o termo instrumentalizado por esquerda e direita para xingar pessoas que verdadeiramente buscam isenção.

Rodrigo da Silva se justificou dizendo que “esquerda e direita buscam o apoio irrestrito, a ditadura do discurso único”. Por isso, militantes dessas duas tribos classificam qualquer um que “não lambe o coturno de um milico ou o sapato de um burocrata progressista”. O xingamento serve para punir quem tenta fugir do curral partidário.

Mudo de Rodrigo novamente. Meu colega de Gazeta do Povo, fiel à isenção governista, rotula André Marinho, apoiador de Bolsonaro em 2018, como isentão. Tudo porque Marinho “ataca as Forças Armadas”. Vejam vocês o absurdo: ele está preocupado com a intromissão de generais da ativa em assuntos civis.

Constantino lamenta que André Marinho seja tão ingrato ao falar sobre esta “instituição que sempre gozou de prestígio e da estima popular, especialmente da direita”. É sintomático que o passado das nossas Forças Armadas apareça como referência.

Pelo menos num ponto, concordo com Rodrigo Constantino: muitos isentões se dizem liberais da boca pra fora e, na prática, lutam bravamente contra o liberalismo.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/pedro-menezes/isentao-foi-deturpado-pelos-isentoes/
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COMO PRESERVAR A SUA CARREIRA PROFISSIONAL

 

Rita Michel – Parallax

Neste momento da minha própria carreira posso declarar que possuo muitas dúvidas e poucas convicções acerca do que fará sentido daqui para frente. Uma certeza é que as empresas, como as pessoas, não compram aquilo que fazemos, mas, sim, a razão por quê o fazemos. Essa afirmação é de Simon O. Sinek, autor, palestrante e consultor Inglês que escreve sobre Liderança e Gerenciamento. Fez total sentido para mim!

Observando empresas de sucesso como a Apple, Simon fez uma descoberta que mudou profundamente a visão que tinha de como o mundo funcionava e, consequentemente, da forma como atuava nele. E posso afirmar que mudou para mim também, até, por que, faço parte da legião de fãs da Apple. Ao questionar por que a Apple é tão inovadora e “encantadora” (inferência minha), uma vez que tem acesso às mesmas agências de propaganda, mídias, profissionais talentosos e consultores que suas concorrentes, ele identificou um padrão. Ou seja, existe uma forma de pensar, agir e comunicar que é comum a quase todos os negócios e profissionais. Simon codificou este padrão e o chamou de “Golden Circle” (Círculo Dourado).

Trata-se de uma ideia muito simples. Estamos o tempo todo focados em comunicar o que fazemos, seguido do como fazemos por considerarmos que seja a lógica natural pela qual somos comprados. No entanto, o que Simon descobriu é uma lógica inversa, ou seja, as pessoas não compram o que você faz, elas compram o por quê você faz o que faz. As empresas bem sucedidas mostram para o mercado por que elas fazem o que fazem. De acordo com o modelo do circulo dourado essa é uma visão de dentro para fora.

A provocação que tomo emprestada da descoberta de Simon é que existe um padrão semelhante na forma como pensamos, agimos e nos comunicamos em relação à carreira. Entendo que o padrão atual se caracteriza por uma lógica que também caminha na contramão da descoberta do autor, justamente por ser uma visão de fora para dentro. Esclareço: a partir do modelo do Círculo Dourado podem existir pelo menos duas maneiras de você olhar para a sua carreira: De fora para dentro ou De dentro para fora.

Numa visão tradicional, por exemplo, a tendência é olharmos para fora, aqui entendido como o mercado e as organizações e identificamos as ofertas em termos de oportunidades de trabalho, cursos valorizados, atividades bem remuneradas, perfis pessoais mais aceitos, idiomas mais procurados e etc. Então fazemos um movimento de olhar para dentro, para nossa trajetória, experiência, talentos para verificarmos se possuímos ou não o que está sendo exigido. A partir disso, definimos o que precisamos buscar para fazer frente a estas oportunidades.

Outra forma de olhar a carreira, em sinergia com o que afirma Simon, é nos voltarmos para dentro, descobrir o nosso por quê, o propósito, a contribuição que podemos oferecer para o mundo. Só então devemos olhar para fora, identificar as oportunidades e perceber onde o nosso por quê encontra as necessidades do mercado. Posso garantir que trilhando este caminho você estará mais próximo de sua verdadeira vocação ou, na melhor das hipóteses, terá finalmente encontrado a resposta para a pergunta que pode valer um milhão: a razão de por quê você faz o que faz.

Rita Michel é psicóloga, coach executiva e de carreira e uma das idealizadoras da Parallax – move to change.

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