quinta-feira, 17 de junho de 2021

PRODUTO MAKET FIT FAZ SENTIDO PARA O MERCADO

 


CEA e Moysés Peruhype Carlech

Por diversas vezes, você já deve ter lido aqui no site a importância de encontrar o product/market fit. Mas você sabe o significado desse conceito?

Product/market fit nada mais é do que ter um produto que satisfaça a real necessidade do mercado em que você está inserido. Para chegar lá, é necessário lançar mão de uma série de outros conceitos, como o job to be done e a dor do cliente.

>> Veja também: A dor do cliente: qual problema a nossa startup resolve? (https://valeonnoticias.com.br/2021/06/15/as-dores-dos-clientes-e-o-foco-da-startup-valeon/)

O termo foi cunhado por Marc Andreessen, fundador de empresas como o Netscape e que atualmente trabalha como investidor no Vale do Silício. Nas palavras de Andreessen, product/market fit é:

Origem do termo

Andreessen é um estudioso dos motivos que levam algumas startups a darem certo e outras não. Segundo ele, existem três elementos primordiais para determinar o sucesso de uma startup:

Essas três variáveis desempenham um papel fundamental. Mas é a combinação entre o produto e o mercado que ganharam especial atenção de Andreessen.

Segundo ele, se o mercado é verdadeiramente grande, ele anseia por um produto que venha resolver suas dores.

E o primeiro que chegar a essa solução, vai conquistar este mercado e com muita satisfação o produto da Startup Valeon a sua Plataforma Marketplace está sendo bem aceita pelos empresários e públicos consumidores do Vale do Aço.

Se o mercado não for grande o bastante – ou o produto não se adequar o suficiente para este mercado – não adianta uma grande equipe ou um produto maravilhoso, o que não é o caso do mercado do Vale do Aço.

Como saber se há product/market fit

A resposta para essa questão é muito mais simples do que você pensa.

Quando o product/market fit não acontece, você logo repara. Os clientes demoram a aparecer, os ciclos de venda são mais longos do que você imaginava, não há boca a boca. Enfim: o mercado não se mostra empolgado com a solução que você oferece.

Já quando o mercado abraça seu produto ou serviço fica claro de que o product/market fit foi atingido. É quando e as coisas começam acontecer até mais rápido do que você imaginou.

Indo um pouco mais no detalhe, podemos dizer que não há product/market fit quando:

1. Seu produto é incrível, mas é voltado para um pequeno mercado

2. Seu mercado é gigantesco, mas seu produto não é bom o suficiente para ele (não atende uma necessidade real, gera muitos atritos, etc)

3. Seu número de clientes só cresce quando você investe em campanhas de marketing, PR ou faz grandes promoções.

Há quem diga, que você tem o primeiro sinal de que existe product/market fit quando conquista o décimo cliente que não faz parte (direta ou indiretamente) do seu círculo de relações. É claro que números como esse, tirados da cartola, podem variar muito conforme o mercado, mas a mensagem é clara: se apenas seus amigos estão comprando, tem algo errado.

Qual o momento certo de descobrir se há product/market fit?

A única resposta para essa questão é: o mais cedo possível.

Para isso, nada de investir pesado no desenvolvimento de produtos ou soluções que você ainda não sabe se fit com o mercado.

A construção de um MVP e a validação das ideias com o mercado são essenciais. Sem isso, você não consegue comprovar a aderência da sua ideia no mercado.

Esse caminho já foi percorrido pela Startup Valeon e cumpridas todas as etapas e investigação do comércio do Vale do Aço que se mostrou satisfatório para a implantação da nossa Startup Valeon.


A dor do cliente: qual a dor do cliente: qual problema a nossa startup resolve?

Muitas startups falham por não terem clareza de qual problema do cliente resolvem. Não poucas, inclusive, começam pela solução (seja um software, serviço, etc) antes de validarem as necessidades reais do mercado e a nossa Startup Valeon encontrou.

Isso mostra que nos momentos iniciais do negócio, o empreendedor ao invés de pensar em Needs First tem pensado em Ideas First.

Isso é um erro brutal e impiedoso, como mostrado pela pesquisa do CB Insights que analisou os problemas que levaram à morte 101 startups,

O principal caso de morte de startups é a não necessidade daquele produto ou serviço. Ou seja: 42% das empresas pesquisadas não deram certo porque não validaram um problema do cliente real para resolver, nesse aspecto a Startup Valeon observou isso.

Uma das empresas pesquisadas disse:

“As startups falham quando não estão resolvendo um problema de mercado. (…) tínhamos tecnologia, ótimos dados sobre o comportamento de compras, excelentes especialistas, conselheiros, etc., mas o que não tínhamos era tecnologia ou modelo comercial que resolvesse uma dor real de forma escalável.” Nesse caso a Startup Valeon tem especialistas e tecnologia.

7 passos para a descoberta da DOR

Então como fazer para descobrir e validar um problema real dos clientes?

Abaixo uma proposta de método composto por 7 passos da descoberta da dor:

  1. Achismos
  2. Hipóteses
  3. Entrevistas exploratórias
  4. Identificação dos padrões
  5. Entrevistas aprofundadas
  6. Identificação das dores e problemas reais
  7. Escolha da melhor relação Dor vs Mercado potencial

1. Achismos

É a primeira etapa não por acaso, a tentação é grande em sair implementando ideias com base nos achismos. Principalmente se o empreendedor for do tipo “cabeça dura”, que não ouve quem está a sua volta, pensa “eu acho que” é isso e ponto final. A Startup Valeon ao contrário, achou o mercado do Vale do Aço excelente para a sua implantação.

Sabemos que primeiro é preciso validar para depois executar, o que a gente acha está relacionado com nossas experiências, repertório, leituras; nosso mundo é muito particular, ele é só nosso, precisamos entender se vale o mesmo para outras pessoas e como isso se dá para elas.

Nesse sentido, precisamos estruturar os achismos em hipóteses a serem testadas, o que foi feito pela Startup Valeon.

2. Hipóteses

Aqui estruturamos aquilo que a gente acha. Nosso objetivo é testar se faz sentido ou não para outras pessoas.

Nossas suposições são verdadeiras? Qual o grau de importância para determinados aspectos?

Descreva as principais hipóteses que deseja testar. Para isso, parta de premissas básicas que direcionarão sua pesquisa.

Se o seu negócio está relacionado com o mercado de Construção Civil segmento apartamentos novos, algumas hipóteses podem ser:

  • O comprador de um apartamento novo na planta, inicia a obra imediatamente após receber as chaves da construtora
  • O gasto médio com a reforma é de R$ 10.000,00 basicamente com piso e revestimentos
  • Se desespera com orçamentos variados por não encontrar boa relação de preço e qualidade
  • Não tem ideia do que quer fazer na reforma
  • É um problema acompanhar a obra para garantir que está ficando como deseja
  • Missão quase impossível sem conhecimento de construção civil fazer a gestão da obra com pedreiro, encanador, eletricista, marceneiro
  • Já tem os móveis para decoração e não precisa de novos
  • Acha arquiteto caro
  • Não tem dificuldades com a escolha dos itens, cores, etc, porque conhece seu gosto
  • Tem muita pressa para o término da obra e entrada no imóvel

3. Entrevistas exploratórias

Mas tem que pesquisar, falar com as pessoas que não conheço? Sim!

Agora precisamos entender se as hipóteses fazem sentido na vida real. Clarificar a natureza dos problemas enfrentados pelas pessoas. Enfim: fazer perguntas, muitas perguntas.

Existem basicamente dois tipos de pesquisa: Qualitativa e Quantitativa. Delas derivam alguns outros tipos como a Acadêmica, Experimental, Laboratorial, Empírica, Teórica e Exploratória.

Utilizaremos a pesquisa exploratória para realizar as entrevistas, nesta etapa onde o problema do cliente não é conhecido, de fato quanto mais soubermos sobre o consumidor, melhor.

O empreendedor deve falar diretamente com as pessoas, cara a cara, de posse das principais hipóteses orientado por um roteiro pensado para o bate papo.

Mas onde encontrar as pessoas certas?

Bom, dado que você definiu o perfil do cliente baseado na área e segmento de atuação, recrute aproximadamente 20 pessoas.

Para isso, use amigos, amigos de amigos, divulgação online, familiares, busca ativa em lugares que essas pessoas costumam ir.

Um roteiro simples pode ter uma estrutura mais ou menos assim:

  1. Abertura quebra-gelo para deixar o entrevistado bem à vontade. Utilize frases como: “fala um pouco sobre você, com o que trabalha, o que gosta de fazer, como é um dia normal para você desde a hora que acorda”
  2. Perguntas abertas que exploram as hipóteses. Inicie frases com: o que, para que, qual, como, onde, quem, fale mais sobre, por que. Finalize com um agradecimento pelo tempo disponibilizado e, se possível, em forma de agradecimento ofereça alguma coisa (pode ser um café, um chocolate, etc).

Pensando no mesmo mercado, veja alguns exemplos de perguntas abertas:

  • Qual sua expectativa de investimento na reforma? Por quê?
  • Quais mudanças pensa fazer? Esta estimativa de custo contempla todas essas mudanças? Vai fazer tudo de uma vez ou fasear?
  • Está pensando em fazer sozinho? Pode falar mais sobre isso?
  • Fala um pouco qual foi seu processo de pesquisa dos preços, onde consultou, como foi?
  • Como vai fazer para acompanhar a obra? Mas essa é a melhor opção na sua opinião?
  • Quem são os profissionais como pedreiro, encanador, eletricista? Já pensou nisso? Tem referências dos trabalhos já realizados por eles? Quem indicou? Quais são as garantias de entrega no prazo?
  • Quem vai fazer o projeto da reforma?
  • Quais os móveis que vai precisar? Já escolheu quais precisa comprar? Precisa de ajuda com esse processo? Tem clareza de onde encontrar?
  • Qual a urgência quanto ao prazo para entrada no imóvel? Como assim? Por que exatamente?

Registre as respostas e suas percepções em um papel. Se preferir utilize o celular, grave o áudio das conversas (com permissão dos entrevistados) ou então filme a entrevista. Enfim, o importante é coletar os dados para análise posterior.

É bastante comum nesta etapa descobrir dores não mapeadas inicialmente. Durante a entrevista o potencial cliente pode mostrar pontos que até então eram desconhecidos e que, de fato, são problemas que incomodam muito e demandam solução.

 

4.Identificação dos padrões

Existem várias formas de organizar os dados para analisar e encontrar os padrões. O conceito é o mesmo. O que muda é a forma.

Veja duas possibilidades:

  1. Post it: anote as dores em cada folha e cole na parede. Organize em “nuvens” de problemas similares
  2. Planilha: distribua nas colunas as entrevistas e nas linhas as respostas. Faça uma somatória dos apontamentos por tipo de problema

Para entender o que você pode identificar, veja alguns exemplos de padrões após a pesquisa exploratória:

  • Considera contratar um arquiteto: 86%
  • Considera contratar um engenheiro: 37%
  • Não tem confiança em contratar pedreiro, eletricista, encanador: 79%
  • Sabe exatamente o que fazer na reforma: 23%
  • Acompanhar a obra é uma dificuldade por conta de tempo e conhecimento: 95%
  • Proprietário homem com dificuldade para escolher móveis: 45%
  • Proprietária mulher com dificuldade para escolher móveis: 55%
  • Pessoas de 25 a 35 anos classe DE investem em média R$ 3 mil na reforma: 67%
  • Pessoas de 35 a 45 anos classe C investem em média R$ 20 mil na reforma: 73%
  • Pessoas de 45 a 60 anos classe AB investem em média R$ 70 mil na reforma: 91%
  • Pesquisam preços na internet: 86%

O padrão está nos problemas em comum de vários entrevistados. Pode acontecer de duas ou três nuvens serem parecidas. Não tem problema. Na próxima etapa isso ficará mais claro.

Se não conseguiu identificar as dores mais agudas constatadas em várias pessoas, fale com mais até encontrar algo que realmente é uma problema do cliente recorrente.

5. Entrevistas aprofundadas

Agora é hora de entender no detalhe o dia a dia dos possíveis clientes. Como ele resolve (se resolve) os problemas que apareceram na pesquisa? Qual é a jornada de compra dele dentro do segmento que está sendo trabalhado?

Resumindo: é hora de aprofundar o entendimento das possíveis personas.

Sabendo quais são as dores mais agudas e tendo feito as escolhas a partir dos padrões, monte um questionário com questões simples e complexas. O importante é extrair informações que serão fundamentais na hora de montar a solução.

Veja alguns exemplo de perguntas nesta etapa:

  • Você sabia que seria necessário realizar uma reforma no apartamento novo?
  • Quando descobriu que precisaria reformar o apartamento entregue pela construtora, o que pensou? Quais foram os sentimentos?
  • A construtora forneceu algum tipo de orientação? Ofereceu algum tipo de ajuda?
  • Qual foi a primeira coisa que fez quando decidiu começar a reforma?
  • Qual sua disponibilidade de tempo para acompanhar a obra? Pouca, média, grande?
  • Como gostaria de ser informado quanto ao andamento da reforma?
  • Você disse que tem dificuldade em encontrar profissionais de construção civil, como resolveu nas vezes em que precisou? A quem recorreu? Como foi? Fácil? Difícil?
  • O que te deixa frustrado nesse processo? O que te irrita? O que tira o seu sono?
  • Quem vai decidir as mudanças que serão feitas? Família inteira? Filhos? Cônjuge?
  • Quais móveis precisa comprar? Já sabe onde vai adquiri-los?
  • Precisa de um projeto de decoração? Tem ideia de como quer os cômodos?
  • Se contratar um arquiteto é importante, por que não contrata? Quais as objeções?
  • O que espera receber quando a obra terminar? Relatório das mudanças? Fotos de cada etapa com o progresso semana a semana? Não quer receber nada?
  • O que pode te ajudar a resolver essas questões?

Obviamente, toda venda demanda bastante esforço e investimento do empreendedor, no entanto, para um produto market fit, muitas dificuldades são drasticamente reduzidas.

Pelo fato de o produto ou serviço consistir em uma solução já esperada e desejada pelos consumidores, as maiores barreiras quanto ao fechamento da venda são rompidas, ocorrendo maior fluidez durante o processo.

PROBLEMAS QUE A STARTUP VALEON RESOLVE:

A dinâmica empresarial cria fluxos no qual a população busca por produtos e serviços cada vez mais especializados. Desse modo a dinâmica e a rede comercial gera interferências em todas as cidades aqui do Vale do Aço.

Existem as mudanças de costumes e hábitos inseridos na sociedade que por meio das tecnologias acessíveis e do marketing chegam até aos menores lugares, levando o ideário de consumismo e facilitando que esses locais igualmente tenham oportunidade de acesso aos diversos produtos.

A facilidade no acesso as novas tecnologias, à propaganda e estímulo ao consumismo fazem com que mesmo, com o comércio físico existente nessas cidades, ocorra a difusão das compras por meio da internet.

O setor terciário agrega as atividades que não fazem e nem reestruturaram objetos físicos e que se concretizam no momento em que são realizadas, dividindo-se em categorias (comércio varejista e atacadista, prestação de serviços, atividades de educação, profissionais liberais, sistema financeiro, marketing, etc.)

Queremos destacar a área de marketing que é o nosso negócio que contribui na ampliação do leque de informações através da publicidade e propaganda das Empresas, Serviços e Profissionais da nossa região através do site que é uma Plataforma Comercial da Startup Valeon.

A Plataforma Comercial da Startup Valeon é uma empresa nacional, desenvolvedora de soluções de Tecnologia da informação com foco em divulgação empresarial. Atua no mercado corporativo desde 2019 atendendo as necessidades das empresas que demandam serviços de alta qualidade, ganhos comerciais e que precisam da Tecnologia da informação como vantagem competitiva.

Nosso principal produto é a Plataforma Comercial Valeon um marketplace concebido para revolucionar o sistema de divulgação das empresas da região e alavancar as suas vendas.

A Plataforma Comercial Valeon veio para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos produtos/serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada nos seus serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O QUE FAZ A STARTUP VALEON

A Statup Valeon através do seu site que é uma Plataforma Comercial feita para fazer publicidade e propaganda online das Empresas, Serviços e Profissionais Liberais da região do Vale do Aço para as suas 27 (vinte e sete) cidades.

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wpp)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

NARRATIVAS FANTASIOSAS DE WILSON WITZEL NA CPI DA COVID

 

Mania de perseguição

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Governador cassado do Rio de Janeiro Wilson Witzel prestou depoimento na CPI sem o menor compromisso com a verdade.| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, que foi cassado por um impeachment, conseguiu aval do STF para que seu comparecimento à CPI da Covid não fosse obrigatório. Ele então foi ao Senado como convidado, sem nenhum compromisso de dizer a verdade.

Witzel aproveitou que estava na comissão para se defender das acusações que causaram o impeachment dele. Declarou que os desembargadores e deputados estaduais que o afastaram foram “comprados”.

Também disse que o presidente Jair Bolsonaro ficou bravo com ele porque foi no governo dele, Witzel, que os assassinos de Marielle Franco foram presos. Ele falou que Bolsonaro conspira para atacar todos os governadores para poder governar sozinho.

É uma narrativa fantasiosa, mas Freud explica. Trata-se de um mecanismo de projeção ou de transferência. Witzel tenta mostrar aos demais governadores que eles estão sendo perseguidos e que o impeachment dele foi somente a ponta do iceberg.

No entanto, claro, essa história não colou. Em cinco minutos de fala, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) destruiu essa narrativa.

O ex-governador foi muito bem tratado pelos senadores. Chegou até a elogiar o filho do relator Renan Calheiros (MDB-AL), que é governador de Alagoas: “Renanzinho é uma pessoa muito querida”, disse.

Mas quando começaram as perguntas difíceis Witzel foi embora com o aval da decisão do STF. O ex-governador usou a CPI para se defender, mas de nada adiantou porque a comissão tem fato determinado e o impeachment dele não interessa à comissão.

Para o azar de Witzel, no mesmo dia, a juíza titular da 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro aceitou uma denúncia contra ele por organização criminosa, lavagem de dinheiro e vantagem ilícita usando o escritório de advocacia da esposa dele.

Além do ex-governador, viraram réus a ex-primeira dama, assessores e secretários estaduais da gestão Witzel. Um senador da CPI chegou a dizer que o que está matando durante a pandemia é o desvio de dinheiro da saúde. Ele tem toda razão.

Gabas blindado na CPI
Os senadores de oposição da CPI demonstraram ter medo de um depoimento do ex-ministro do governo Dilma Carlos Gabas, que foi secretário executivo do Consórcio Nordeste.

A comissão votou um requerimento de convocação dele, a pedido do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), mas o pedido foi rejeitado por maioria de votos. Até Jader Barbalho (MDB-PA), que é suplente na CPI, participou como titular para votar e impedir Gabas de depor.

Entre outros membros que votaram contra estão Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Humberto Costa (PT-PE), Otto Alencar (PSD-BA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).

A ideia fixa de Doria
O governador paulista João Doria, que tem uma ideia fixa de ser presidente da República, confirmou que irá disputar as prévias do PSDB em novembro. Ele quer se apresentar como o candidato anti-Bolsonaro, mas terá pela frente a concorrência de Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT).

Mas faltou Doria combinar com a Executiva do PSDB que é o mais preparado para ser o candidato do partido em 2022. Em uma derrota para o governador, o partido decidiu que os votos dos filiados terão peso de somente 25% na votação nas prévias.

Quem irá decidir de fato o candidato a presidente serão os ex-presidentes do partido e aqueles que têm mandato eletivo, ou seja, governadores e vices, prefeitos e vices, senadores, deputados federais e estaduais, e vereadores.

Doria terá que disputar a preferência dos tucanos com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o ex-senador Arthur Virgílio (AM), e o senador Tasso Jereissati (CE). Mas o atual governador de São Paulo mantém a ideia fixa de concorrer no próximo pleito.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/witzel-apresenta-narrativa-fantasiosa-na-cpi-mas-freud-explica/
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PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRAS CHEIA DE JABUTIS QUE PREJUDICAM A POPULAÇÃO

 

Energia

Por
Célio Martins – Gazeta do Povo

| Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A medida provisória (MP) de privatização da Eletrobras, que teve a votação adiada no Senado para esta quinta-feira (17), mostra como a população acaba pagando grande parte das medidas tomadas pelo governo e por congressistas. Depois de sofrer alterações na Câmara dos Deputados, a MP recebeu mais uma série de emendas de senadores. O gasto com os “jabutis”, como são chamadas as medidas estranhas incluídas na proposta original, deverá superar os R$ 67 bilhões, segundo cálculos de entidades do setor, valor superior ao que será levantado na operação de capitalização, de apenas R$ 25 bilhões.

O relator MP, senador Marcos Rogério (DEM-RO), alterou a proposta, que já havia sofrido várias modificações na Câmara, para atender a pedidos de parlamentares que usam a proposta de privatização para ampliar privilégios de grupo da área de energia, gerando custos extras bilionários. Quem vai pagar a conta são todos os brasileiros, com acréscimos no valor da conta de luz.

Em vídeo divulgado nas redes nesta quarta-feira (16), o senador Oriovisto Guimarães (PODE-PR) diz que a MP foi completamente desconfigurada e não deve ser aprovada. Segundo o senador, só um dos “jabutis” vai aumentar a conta para o consumidor brasileiro em R$ 20 bilhões por ano. Ele se refere a uma reserva de mercado para termelétricas que foi colocada na proposta, prorrogando até 2035 subsídios para a geração de energia por meio de usinas termelétricas movidas a carvão, além da contratação de 6 mil megawatts (MW) de termelétricas a gás natural de maneira compulsória em regiões sem o fornecimento do combustível.

Relatório estende até 2035 um programa de subsídios para a geração de energia elétrica por usinas termelétricas movidas a carvão mineral.| Miriam Zomer/Agência AL/SC
Outro exemplo da fatura que foi colocada para o consumidor é a obrigatoriedade de compra de energia gerada pela PCHs (pequenas hidrelétricas), a qual implica em mais R$ 1 bilhão aos brasileiros. O texto estabelece a necessidade de contratar 2 mil MW de energia de pequenas centrais hidrelétricas.

Uma emenda apoiada pelo ‘centrão’, liderado pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), da base do governo Bolsonaro, é outro exemplo dos “jabutis”. A medida pede que o estado do Piauí receba uma indenização de aproximadamente R$ 260 milhões pela privatização da Companhia Energética do Piauí (Cepisa).

O senador Paulo Paim (PT/RS) prevê que só os “jabutis” acrescentados na Câmara custarão R$ 41 bilhões e que isso representaria um aumento de 10% na conta dos consumidores de energia elétrica. Ele defendeu que o tema precisa ser objeto de um amplo debate, com a participação de entidades e representantes da sociedade.

O governo espera aprovar a proposta nesta quinta-feira (17) no Senado. Por se tratar de medida provisória, o texto caduca em 120 dias caso não seja aprovado, prazo que termina em 22 de junho. Como houve mudança no texto, a Câmara terá que analisar a nova versão com prazo curto.

A resistência no Senado é grande. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse que a MP é inconstitucional na forma. “Não há urgência, em plena pandemia, ainda mais em plenário virtual, votarmos uma medida provisória que impacta a vida de 220 milhões de brasileiros para pior, porque todo mundo vai pagar mais caro por essa energia elétrica”.

Um levantamento divulgado pela BMJ Consultores Associados, na quarta-feira (16), mostrou que mais de 41 senadores estavam dispostos a votar contra a proposta, número suficiente para derrubar a MP. Mas quando os custos são para o consumidor pagar, tudo pode acontecer. A previsão era que a articulação de parlamentares e do governo entrasse a madrugada na tentativa de virar o jogo e aprovar a medida nesta quinta-feira (17).

Do lado do governo, parlamentares defensores do texto argumentam que a MP vai favorecer investimentos e reduzir a interferência política indevida na empresa. Para o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), a proposta é diminuir o tamanho do Estado no setor.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/certas-palavras/privatizacao-da-eletrobras/
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VIDA PREGRESSA DO SENADOR RENAN CALHEIROS RELATOR DA CPI DA COVID

 

Inquéritos

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), está envolvido em mais de 20 inquéritos.| Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, está nos holofotes do noticiário nacional após acumular mais de 25 processos no Supremo no Tribunal Federal (STF) em sua carreira política marcada por altos e baixos.

Em sua trajetória de 26 anos no Senado Federal, Calheiros acumulou desde inquéritos por crimes contra a honra até os conhecidos inquéritos por corrupção nas operações Lava Jato, Zelotes e no âmbito da Postalis, o instituto de previdência dos Correios.

Réu desde 2019 no âmbito da Lava Jato, Calheiros chegou a ser réu em outra ocasião, em 2016, quando o STF acolheu denúncia por peculato em um inquérito que ficou conhecido como “Renangate”. O senador foi acusado de receber ajuda financeira de lobistas ligados a construtoras, que teriam pago despesas pessoais, como o aluguel de um apartamento e a pensão alimentícia de uma filha com a jornalista mineira Mônica Veloso.

Para explicar as acusações contra Calheiros, a Gazeta do Povo preparou uma relação com os inquéritos em tramitação e os arquivados no STF. Confira:

Quais processos contra Renan Calheiros continuam em tramitação
Inquérito 4215
No inquérito que Renan Calheiros é réu, ele foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro por suposto recebimento de propina da NM Engenharia, em troca de contratos na Transpetro, uma subsidiária da Petrobras, presidida à época por Sérgio Machado.

A Segunda Turma do STF acolheu a denúncia com base em indícios de que o MDB de Tocantins recebeu R$ 150 mil da NM Engenharia em 2010. O dinheiro seria destinado ao ex-senador Leomar Quintanilha (MDB-TO), que, em 2007, livrou Calheiros de representações no Conselho de Ética do Senado.

A defesa do senador alega perseguição do Ministério Público Federal (MPF). Os advogados sustentam falha na denúncia e ponderam que Machado agia por conta própria visando o enriquecimento pessoal e utilizava as doações para manter seu prestígio no meio político, sem que os supostos contemplados soubessem de suas relações com o setor privado.

Inquérito 4851
Renan Calheiros é suspeito de ter beneficiado o empresário Richard Klien, da Multiterminais, empresa do setor portuário. Klien é apontado como doador de campanhas para políticos petistas e emedebistas.

A ministra Rosa Weber, do STF, autorizou a abertura do inquérito, que apura um suposto tráfico de influência e pagamento de propina para Calheiros. Klien teria firmado contratos com o empresário Milton Lyra, apontado como operador do MDB no Senado.

Como contrapartida, o senador teria atuado favoravelmente a Klien na tramitação da Medida Provisória (MP) 595, a chamada MP dos Portos, que marcou um dos momentos de mais tensão entre a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ).

Inquérito 4492
O inquérito 4851 surgiu na esteira da força-tarefa que investigou fraudes no Postalis, o instituto de previdência dos Correios. Calheiros é citado no inquérito 4492. A investigação apura suposto recebimento de propina pelo emedebista em investimentos milionários do Postalis.

Os investimentos seriam feitos em papéis de empresas de fachada que seriam geridas pelo empresário Milton Lyra, apontado pela Polícia Federal como operador financeiro do MDB.

Inquérito 4832
Renan Calheiros é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro em um inquérito que apura suposto recebimento de propina na construção de embarcações do Estaleiro Rio Tietê, encomendadas pela Transpetro.

Sérgio Machado, ex-presidente da subsidiária da Petrobras, declarou ter pedido que o empresário Wilson Quintela, da Este Petróleo, Gás e Energia, repassasse dinheiro em espécie em doações eleitorais a Calheiros.

Inquérito 4833
Calheiros é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro por suposto recebimento de propina de empresas integrantes do Estaleiro Atlântico Sul, contratado pela Transpetro para a construção de navios. Entre 2004 e 2014, Calheiros teria recebido um total de R$ 32 milhões em propina, segundo afirmou Sérgio Machado, ex-presidente da subsidiária da Petrobras.

Bolsonaro estuda decreto contra isolamento social que reforce o direito de ir e vir das pessoas. Você é a favor?
Sim
Não
Inquérito 4382
Calheiros é acusado no âmbito da Operação Lava Jato de supostamente ter recebido R$ 1 milhão em troca de apoio a propostas legislativas de interesse da Odebrecht no Senado, no que ficou conhecido como “Guerra dos Portos”. O senador é suspeito pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Inquérito 4464
A investigação apura supostos repasses de R$ 500 mil feitos pela Odebrecht a Renan Calheiros em 2014 por benefícios prestados pelo parlamentar à empreiteira em obras do Canal do Sertão. Em janeiro deste ano, o relator do inquérito no STF, ministro Marco Aurélio Mello, acolheu tese da defesa de que os repasses eram caixa 2 e encaminhou o caso para a primeira instância da Justiça Eleitoral em Alagoas.

Inquérito 4426
A investigação apura supostos pagamentos de R$ 5 milhões da Odebrecht a Renan Calheiros e ao ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) em 2014 para alterar uma medida provisória de 2013 e aliviar o Imposto de Renda de lucros obtidos por empresas brasileiras no exterior.

Inquérito 4326
Este inquérito apura o chamado “Quadrilhão do MDB”. Renan Calheiros foi denunciado junto com outros senadores do MDB pelo crime de organização criminosa. Eles teriam recebido, segundo a PGR, R$ 864,5 milhões de propina de empresas contratadas pela Petrobras e pela Transpetro em troca de apoio ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em fevereiro deste ano, o plenário do STF começou a analisar a denúncia, mas, após pedido de vista do ministro Dias Toffoli, o processo ficou paralisado.

Inquérito 3993
Renan Calheiros e o ex-deputado Aníbal Gomes (MDB-CE) teriam atuado para manter o executivo Paulo Roberto Costa na diretoria de Abastecimento da Petrobras em troca de propina. A delação premiada de Costa levou a Lava Jato a outro patamar, alcançando políticos e empresários envolvidos com atos de corrupção na Petrobras.

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Quais processos e inquéritos contra Renan Calheiros foram arquivados
Inquérito 2593
O chamado “Renangate”. A Segunda Turma do STF acolheu a denúncia em 2016 e transformou Calheiros em réu pela primeira vez. O relator da matéria, ministro Edson Fachin, entendeu que existiam “suficientes indícios de materialidade e autoria em relação à parte das imputações” da acusação feita pelo MPF.

Calheiros era suspeito de usar dinheiro do lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, para pagar despesas com a pensão da filha e o aluguel da jornalista Mônica Veloso. Para comprovar que tinha condições de arcar com os gastos sozinho, o senador apresentou notas fiscais de vendas de bois, mas a Polícia Federal apontou que os documentos não garantiam recursos para quitar a pensão.

Em 2018, a mesma Segunda Turma do STF absolveu Calheiros por entender que não há provas para a condenação do parlamentar. A defesa do senador ponderou que o resultado o fez “acreditar na Justiça e seguir em frente”.

Inquérito 4171
Renan Calheiros foi citado em inquérito que apurou se ele e o senador Hélder Barbalho (MDB-PA) receberam US$ 5 milhões para manter o ex-diretor Nestor Cerveró na diretoria Internacional da Petrobras. Os valores supostamente viriam de contratos para a construção de navios-sonda.

O arquivamento foi sentenciado pelo ministro Edson Fachin, em 2019, ao atender a um pedido da PGR, ainda na gestão de Raquel Dodge. A ex-procuradora-geral não identificou indícios suficientes para manter a apuração sobre o caso. Pelo Twitter, Renan Calheiros comentou a decisão. “Mais um inquérito aberto com base em ‘ouvi dizer’ acaba de ser arquivado. A grande maioria já foi para o arquivo.”

Inquérito 4172
Renan Calheiros era suspeito de ter recebido propina em contrato da Petrobras na Argentina. A apuração foi aberta após o lobista Fernando Baiano afirmar, em delação premiada, ter recebido US$ 300 mil para operacionalizar valores para integrantes do MDB. Ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró afirmou ter jantado com Calheiros e negociado propina.

O inquérito foi arquivado a pedido da PGR. Raquel Dodge alegou que as investigações não apontaram “com a segurança necessária” a participação dos “políticos investigados”. Ela afirmou que se “esgotou a linha investigativa então existente, sem perspectiva concreta de novas diligências”.

O ministro Edson Fachin, então, determinou o arquivamento. A defesa de Calheiros disse que o senador sempre esteve à disposição do Ministério Público e da Polícia Federal procurando esclarecer os fatos atinentes à investigação. “Essa postura proativa do senador tem sido determinante para revelar a verdade real dos fatos e sanar dúvidas sobre qualquer acusação indevida em relação à sua pessoa”, disse.

Inquérito 4367
O senador foi investigado por suspeita de ter atrapalhado investigações da Lava Jato, ao lado do ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) e do ex-presidente José Sarney. O inquérito foi aberto com base em gravações entregues por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras.

O inquérito apurava a suposta prática de crimes de obstrução a investigação de organização criminosa e foi arquivado a pedido da PGR, ainda sob a gestão de Rodrigo Janot. O ministro Edson Fachin foi quem acatou o pedido e arquivou.

Inquérito 4354
Renan Calheiros respondeu por uma notícia-crime apresentada pelo então deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). O hoje ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República acusou o senador de calúnia, injúria e difamação após Calheiros ter atribuído suposto “caixa 2” de Lorenzoni da indústria de armas em sessão do Congresso Nacional sobre a chamada proposta “10 medidas contra a corrupção”.

Lorenzoni era o relator da proposta e foi chamado de “Lorenzeti” pelo emedebista. “Parece nome de chuveiro, mas não é nome de chuveiro, com todo respeito e em favor dele”, disse o senador. O inquérito foi rejeitado pelo ministro Edson Fachin, ao entender que Calheiros encontrava-se amparado pela imunidade parlamentar, prevista na Constituição.

Inquérito 4216
Renan Calheiros era acusado de pedir e receber via intermediários R$ 800 mil da empreiteira Serveng, que tinha contratos com a Petrobras. Em 2017, a Segunda Turma do STF rejeitou uma denúncia da PGR contra o parlamentar. O relator do processo, ministro Edson Fachin, entendeu que não havia provas suficientes para dar prosseguimento à ação. Seu voto foi acompanhado pelos ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. Celso de Mello não participou da sessão.

A defesa demonstrou, em nota, a confiança de que “denúncias irresponsáveis” seguirão o mesmo caminho do arquivamento. “Foi uma demonstração de que vazamentos mentirosos e delações forçadas não se sobrepõem aos fatos reais. Nunca cometi ato ilícito algum. Por isso, acredito que essas denúncias irresponsáveis, injustas e deliberadamente fracionadas pelo ex-procurador, seguirão o destino das quatro já arquivadas e serão rejeitadas uma a uma.”

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Inquérito 4213
Renan Calheiros foi investigado após o operador Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, afirmar em delação ter feito pagamento de suborno ao parlamentar. O doleiro Alberto Yousseff teria pedido a Ceará, segundo o próprio delator, para que desse R$ 2 milhões ao senador para evitar a instalação da CPI da Petrobras, a Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar corrupção na estatal.

Ainda segundo o delator, entre janeiro e fevereiro de 2014, Yousseff disse a ele para buscar R$ 1 milhão em Recife e levar para o parlamentar em Maceió. O inquérito foi arquivado a pedido da PGR, uma vez que a ex-procuradora-geral Raquel Dodge afirmou não ter identificado provas suficientes para manter as investigações. O pedido foi acatado pelo ministro Edson Fachin.

O arquivamento foi comemorado por Calheiros nas redes sociais. “Foram arquivadas 2/3 das falsas acusações contra mim. Não encontraram nenhuma prova em 12 anos de investigação. O ex-PGR Rodrigo Janot — psicopata confesso — realizou uma perseguição inédita no mundo”, afirmou.

Inquérito 4437
O inquérito foi aberto em 2017. Renan Calheiros era investigado com base na delação premiada de executivos e ex-executivos da Odebrecht, para investigar supostos pagamentos em troca da aprovação de três medidas provisórias pelo Congresso, entre 2009 e 2013 (as MPs de números 470/09, 472/09 e 613/13).

Os delatores relatam ter pago R$ 4 milhões ao ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) e Renan Calheiros, e que Jucá teria atuado em nome de Calheiros. O ministro Edson Fachin arquivou em 2019, a pedido da ex-procuradora-geral Raquel Dodge, que alegou não haver “provas suficientes” para manter a apuração.

Inquérito 3984
Renan Calheiros foi apontado pela Polícia Federal como suspeito pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa apontou o ex-deputado Aníbal Gomes (MDB-CE) como o representante do senador em negociações por propina.

Contudo, quando foi indiciado, a própria PF reconheceu que as provas contra Calheiros não eram suficientes para apontar suspeitas sobre ele. Por falta de provas, a PGR, sob a gestão de Rodrigo Janot, solicitou o arquivamento. O ex-ministro Teori Zavascki, do STF, arquivou o inquérito.

Inquérito 3589
Renan Calheiros foi investigado por suposto crime ambiental e contra o patrimônio genético em uma unidade de conservação em Flexeiras (AL), município localizado a 66 km de Maceió. A PGR buscou a investigação por entender que ele pavimentou ilegalmente, com paralelepípedos, uma estrada de 700 metros na estação ecológica Murici, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O instituto, porém, não foi consultado e não concedeu licença ou autorização para a obra. A PGR, na gestão de Rodrigo Janot, solicitou posteriormente o arquivamento do inquérito por não ter identificado indícios de o senador ter praticado crime ambiental na unidade de conservação, que era vizinha de uma fazenda de sua propriedade. A ministra Carmen Lúcia acatou o pedido.

Inquérito 1591
Em dezembro de 1999, o então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, pediu ao STF a abertura de inquérito contra Renan Calheiros pelo crime de calúnia contra o então governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB).

A denúncia tomou por base uma reportagem do jornal Folha de São Paulo, onde Calheiros afirmou que Covas, seu filho, Mário Covas Neto, e o então secretário de Ciência e Tecnologia de São Paulo, José Aníbal, supostamente estariam fazendo “forte lobby” para beneficiar empresas paulistas no governo federal. O inquérito foi arquivado por prescrição pelo ex-ministro Celso de Mello, do STF, em 2002.

Investigações contra Renan Calheiros em sigilo e sob segredo de Justiça
Inquérito 4202
O inquérito apura movimentação financeira considerada suspeita de R$ 6 milhões nas contas de Renan Calheiros. O processo tramita sob segredo de Justiça.

Inquérito 4707
Renan Calheiros é investigado pelo suposto recebimento de R$ 3,8 milhões da JBS para apoiar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014, junto com outros senadores do MDB. A investigação tramita em sigilo, sob relatoria do ministro Edson Fachin.

Inquérito 4267
O inquérito apura se Calheiros e outros parlamentares do MDB receberam propina na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Em delação premiada, o ex-senador Delcídio do Amaral (PT-MS) apontou um suposto esquema de desvio de dinheiro das obras para abastecer campanhas do PT e do MDB.

Calheiros constantemente afirmou à imprensa, via assessoria, que esteve sempre à disposição para “quaisquer esclarecimentos” e que todas as imputações “são por ouvir dizer, ou ainda, interpretações subjetivas”.


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IMUNIDADE CONTRA O COVID NÃO É PERMANENTE

 

Proteção contra coronavírus
Por
Amanda Milléo – Gazeta do Povo

Os cálculos de quanto tempo de proteção a infecção e vacina garantem estão sendo feitos, mas ainda há mais dúvidas que certezas.| Foto: Bigstock

Em pouco mais de um ano, desde o início da pandemia, com o acúmulo de 176 milhões de pessoas infectadas e mais de 2 bilhões de doses de vacinas aplicadas (até meados de junho), ainda resta a dúvida: por quanto tempo dura a proteção contra a Covid-19?

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Sabe-se, atualmente, que tanto quem passou pela doença quanto quem já se vacinou têm uma produção de células de defesa que ajuda a diminuir a gravidade seja da infecção, seja de uma reinfecção. Mas não há certezas sobre o período de duração desta imunidade, e isso se deve ao simples fato de que o tempo ainda não passou.

“Temos pouco tempo de doença circulante para falarmos em tempo de imunidade. Até porque novas cepas estão surgindo, e nem todos os casos de reinfecção estão sendo sequenciados. É uma pergunta que queremos que seja respondida logo, mas ela depende do tempo”, explica Lorena de Castro Diniz, médica imunologista e alergista, coordenadora do Departamento Científico de Imunização da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.

Qual vacina você já tomou?
Coronavac
AstraZeneca
Pfizer
Nenhuma
11 meses
Apesar do período curto de convivência com o Sars-CoV-2, há pesquisas que olharam para o último ano e avaliaram como as pessoas que passaram pela infecção responderiam novamente ao vírus. Uma delas, divulgada pela revista científica Nature, traz um resultado bastante otimista: pelo menos 11 meses de proteção – que poderia durar pelo restante da vida.

Os pesquisadores da Universidade Washington, em St. Louis, nos Estados Unidos, chegaram a esse resultado avaliando a produção de anticorpos de 77 pessoas que haviam se recuperado de formas leves da Covid-19. Em geral, em uma infecção, é normal que a quantidade de anticorpos aumente e depois reduza, e nem sempre vai haver a produção de células de memória, que visam proteger contra novas infecções.

No caso, eles viram que a produção das células mais duradouras – capazes de reconhecer o coronavírus – é mantida pelas células plasmáticas. Elas ficam alojadas na medula óssea, de onde secretam anticorpos ao longo de, pelo menos, 11 meses, mas em quantidades menores.

“Quase um ano depois, esses pacientes ainda tinham essas células. E elas são rapidamente acionadas no caso de uma nova infecção, porque já são específicas para o vírus. São células de memória que já foram selecionadas [pelo organismo durante a primeira infecção]”, explica Ana Maria Caetano Faria, médica professora titular de Imunologia na Universidade Federal de Minas Gerais, e membro do comitê científico da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI).

A presença dos anticorpos, porém, não significa necessariamente uma proteção total contra a Covid-19, segundo explica Daniel Mansur, professor de Imunologia da Universidade Federal de Santa Catarina e também membro da SBI. “Saber que, depois de 11 meses, as células continuam lá, existe uma chance muito boa de que, quando entrar em contato novamente com o vírus, o corpo responda muito mais rapidamente e isso tende a ser protetor. Não significa que a pessoa não pegará a Covid-19 nunca mais, mas que existe a chance de ser uma doença menos grave”, destaca.


Lesões esportivas graves em jovens podem refletir em artrose na meia idade
Asma foi doença mais encontrada em crianças atendidas com Covid-19
Covid leve x Covid grave
Ao contrário do que possa parecer, pessoas que tiveram Covid-19 mais grave tendem a não ter uma proteção tão duradoura quanto aquelas que desenvolveram formas mais leves da doença. Esse é o achado de outra pesquisa, publicada na revista científica Cell, que avaliou nódulos linfáticos e baços de pacientes que morreram de Covid-19.

“A Covid grave aparentemente leva a uma desorganização do que a gente chama de centro germinativo, que é o local onde os anticorpos são produzidos no baço. Isso impede a formação adequada das células de longa vida”, explica Ana Maria Caetano Faria, professora de Imunologia.

Segundo a professora, era imaginado pelos especialistas que as pessoas que desenvolvem uma Covid-19 mais grave tenham também problemas imunológicos, visto que não foram capazes de conter o avanço da doença. “É um sinal de alerta para as pessoas pensarem: tive uma Covid grave e me recuperei, então não vou ter de novo. Isso não parece ser verdade, porque a imunidade que eles desenvolveram não é tão duradoura”, destaca.

Reinfecções
Os especialistas explicam que, até o momento, as reinfecções não parecem ser comuns – e isso confirma os achados dos estudos feitos até o momento. “Eu esperava ver muito mais casos de reinfecção, caso fosse algo comum, como resfriado. Especialmente no Brasil, que não tem um controle”, cita Daniel Mansur, professor de Imunologia.

Além de uma maior dificuldade na identificação de casos de reinfecção (é preciso confirmar que a segunda infecção fora de um vírus diferente do que causou a primeira), as variantes podem ter um papel que ainda não está tão claro. “As variantes podem ser um problema: será que as células de longa vida vão ser eficientes contra as variantes? Já está claro que a variante Beta [identificada primeiramente na África do Sul] pode evadir algumas vacinas, e é bem preocupante”, detalha Ana Maria Caetano de Faria, professora de Imunologia.

Na África do Sul, por exemplo, onde há maior circulação da Beta, a vacina da AstraZeneca/Oxford teve uma eficácia reduzida pela variante. De 62% de eficácia global para 10,4% para os casos de infecção pela Beta. Isso significa que a vacina não foi capaz de diminuir os casos de Covid-19 causados por essa variante.

E as vacinas?
Sabemos as eficácias e, mais recentemente, começaram os estudos de efetividade dos imunizantes anticovídicos para verificar a redução no número de casos e de mortes pela doença. Não sabemos ainda, porém, por quanto tempo as vacinas vão garantir essa proteção.

“Esse mesmo estudo que foi feito para a infecção natural terá de ser feito, também, em relação às vacinas. Vacinas de mRNA, por exemplo, que induzem uma resposta imune fabulosa, apesar de todas as indicações de que elas vão gerar uma memória excelente, isso nunca foi mostrado”, explica Daniel Mansur, professor de Imunologia.

Como as vacinas começaram a ser aplicadas em dezembro do ano passado (e, no Brasil, a partir de janeiro de 2021), é preciso mais tempo para verificar a duração da proteção. “Os dois parâmetros principais são: essas células de memória [geradas pelas vacinas] vão estar presentes daqui 12 meses? E vão ser suficientes para lidarem com as variantes que estarão circulando 12 meses depois da aplicação das vacinas?”, reforça Mansur.

Se daqui seis meses as pessoas vacinadas começarem a se reinfectar, esse será um sinal de que a imunidade das vacinas tiveram uma duração de cerca de um ano, e doses de reforço podem ser adotadas. Mansur lembra que, se for o caso, não é demérito nenhum dos imunizantes, pois faz parte do caminhar da Ciência.

Por muito tempo a vacina contra a febre amarela foi reforçada a cada 10 anos. Uma recomendação da OMS em 2017, no entanto, mudou a orientação, porque a dose única do imunizante se mostrou suficiente para a proteção por toda a vida. No mesmo ano, a Anvisa adotou a mesma recomendação.

“E tem vezes que a gente vai ver o contrário: uma dose pode não ser exatamente suficiente ou vamos precisar dar um reforço, espaçar mais ou menos as doses. Isso tudo é dinâmico. É preciso ver os dados e responder à medida que eles forem aparecendo”, reforça o especialista.

Tipos de vacinas podem interferir no tempo de proteção
De acordo com Lorena de Castro Diniz, médica imunologista e alergista, o tipo de tecnologia empregada no desenvolvimento das vacinas pode gerar períodos de proteção diferentes. “Cada uma vai conseguir estimular o sistema imune de forma diferente, e isso acaba influenciando no resultado final de células de memória e a duração dessas células”, detalha.

Na teoria, a vacina que poderia conferir uma imunidade mais duradoura, entre as disponíveis atualmente, seria a Coronavac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac e Instituto Butantan. Segundo Diniz, como o imunizante usa o coronavírus inteiro, mas em uma forma inativada, o sistema imunológico é capaz de produzir anticorpos específicos contra várias partes do vírus – e não somente contra uma proteína, a Spike, que foi a estratégia adotada em outros imunizantes. “Isso teoricamente traria uma conferência de imunidade mais ampliada e prolongada, inclusive para novas cepas. Mas isso ainda está sendo avaliado”, explica.


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MIGRAÇÃO ACENTUADA NOS EEUA

 

Por
Flavio Quintela – Gazeta do Povo

Boise, capital do Idaho, estado norte-americano campeão na atração de migrantes internos.| Foto: Pinpals/Pixabay

Já ouviram alguém dizer que, se comunismo fosse bom, as pessoas fugiriam de Miami em direção a Cuba, e não o contrário? Seja qual for a sua resposta, a verdade é que essa afirmação tem comprovação empírica em nosso mundo atual. Venezuela, Cuba e Coreia do Norte que o digam. As pessoas querem fugir desses lugares, e a grande maioria delas tenta ir para o país que melhor representa o capitalismo e a economia de mercado em todo o mundo, os Estados Unidos da América.

Peguemos agora somente os Estados Unidos. O país é composto por 50 estados e o nível de independência legislativa e jurídica dessas entidades é mais que suficiente para resultar em realidades muito distintas no tocante ao ambiente de negócios, à segurança pública, à qualidade de vida, ao respeito às liberdades individuais etc. Portanto, da mesma forma que venezuelanos têm abandonado seu país por causa da destruição econômica e do caos social perpetrados pelo governo ditatorial de Nicolás Maduro, norte-americanos têm abandonado certos estados e se mudado para outros em busca de menos impostos e melhor qualidade de vida.

O sistema montado pelos democratas no poder exauriu a riqueza e espantou a classe média

Mas de onde e para onde os norte-americanos estão se mudando? A pandemia não mudou a tendência que já vinha se mostrando forte na última década. A empresa North American Moving Services, especializada em mudanças de longa distância dentro dos Estados Unidos, realiza todos os anos uma compilação dos seus dados e dos dados de diversas empresas do mesmo segmento, e emite um estudo mostrando tendências e mudanças de ano para ano. E os dados do estudo mais recente dizem o seguinte:

Os estados com fluxo migratório de saída mais acentuado são Illinois (69% de migrantes saindo, 31% entrando), Nova York (65% contra 35%) e New Jersey (64% contra 36%);
A Califórnia vem em quarto lugar, quase empatada com New Jersey, mas muito acima se considerados números absolutos. E os destinos preferidos dos californianos têm sido Texas e Idaho;
Maryland (estado que abriga a violenta Baltimore), Pensilvânia e Michigan completam a lista dos sete “fornecedores” de migrantes.
Do outro lado, com fluxo migratório de entrada, estão Idaho (70% de migrantes entrando, 30% saindo), Arizona (64% contra 36%), Carolina do Sul e Tennessee (ambos com 63% contra 37%);
Carolina do Sul, Flórida e Texas completam a lista dos estados mais “consumidores”.
Há quatro razões principais para que o sul do país, onde estão seis dos sete estados que mais recebem migrantes, esteja nessa situação.

Os estados do sul têm vivido um crescimento econômico pujante devido à mudança de sede ou da abertura de filiais de inúmeras empresas de grande e médio porte. Fazer negócios nesses estados custa muito menos para as empresas, que não somente pagam menos impostos, mas também gastam menos com salários, uma vez que o custo de vida é menor;
Estados como Texas, Flórida e Tennessee não cobram imposto de renda estadual de indivíduos. O Arizona e a Carolina do Sul cobram, mas a alíquota é baixa, 4% ou menos. Em comparação, Nova York cobra 6% e a campeã, Califórnia, cobra 7,75%;
O sul tem clima mais quente, e muita gente simplesmente cansa de ver tanta neve na vida. O fluxo migratório da terceira idade é quase que inteiramente em direção ao sul;
As cidades do sul são mais espaçosas e espalhadas. Em decorrência disso, há menos congestionamentos, menos aglomerações e mais facilidade para se ter um “espaço próprio”, algo mais em voga que nunca em tempos de pandemia.
Três estados se destacam no estudo, em virtude da motivação principal dos migrantes. Para os migrantes do Michigan, a principal razão de mudança é a dificuldade de se encontrar bons empregos, especialmente após o declínio da indústria automobilística na área de Detroit. Para os que abandonam Illinois, o grande problema do estado são as políticas públicas falidas, que resultaram em violência urbana e baixa qualidade de vida. Para os californianos, cujo estado figura entre os que mais fornecem migrantes ininterruptamente desde 2015, o grande problema é o alto custo de vida e a dificuldade de encontrar moradia que caiba no orçamento doméstico.


Obviamente, como entidade não política e sem nenhuma intenção de perder clientes, a North American Moving Services para seu relatório por aí, e não desenvolve a conclusão óbvia ululante: todos os estados fornecedores são governados por democratas, bem como suas principais áreas metropolitanas estão nas mãos de prefeitos do partido há décadas. O último prefeito republicano de Detroit foi Louis Miriani, que deixou o cargo em 1962. Nas últimas seis décadas, só deu o Partido Democrata por lá. Em Chicago, faz 90 anos que não se vê um republicano na prefeitura. Nova York teve apenas dois prefeitos republicanos no último século, e foram os que marcaram a cidade com melhores administrações. O mais recente deles, Rudy Giuliani, foi o responsável pela erradicação da violência urbana que marcou a megalópole nos anos 1980. O outro foi Fiorello La Guardia, cujo sobrenome ficou eternizado em um dos três grandes aeroportos da região. Para terminar, São Francisco, que hoje espanta turistas e moradores com o metro quadrado mais caro do país e também com a maior população de moradores de rua entre todas as grandes metrópoles americanas (e, com eles, uma quantidade de excremento e sujeira que impede qualquer tentativa de caminhada pelas ruas da cidade), elegeu seu último prefeito republicano em 1956.

Pode até ser lugar-comum citar a frase de Margaret Thatcher, mas ela é suficientemente genial para permitir esse pecado: o socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros. Esses grandes centros citados acima, que nas últimas décadas têm sido palco dos maiores radicalismos da esquerda norte-americana, não têm mais fôlego para gerar crescimento. O sistema montado pelos democratas no poder exauriu a riqueza e espantou a classe média. A Califórnia, por exemplo, está fadada a ser um estado de gente muito pobre ou muito rica, pelo menos nas grandes regiões metropolitanas de San Diego, Los Angeles e São Francisco. Aliás, a extinção da classe média é um fenômeno sempre presente nos lugares com sucessivos governos de esquerda marxista, e condiz com a verdadeira realidade dessa doutrina: a distribuição da pobreza e a acumulação da riqueza por uma elite minúscula e dominante.

Diante de circunstâncias adversas, de governos inaptos e da deterioração da qualidade de vida, cada vez mais gente faz coro com a canção. Adeus, bye-bye, so long, farewell.


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