A médica Nise Yamaguchi e o senador Otto Alencar durante sessão da CPI da Covid.| Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado
Um jornalista de televisão não depende dos adjetivos. Ele tem as imagens, tem o áudio. Nesse veículo, raramente a adjetivação cabe. Quando escrevo textos para serem lidos, não falados, também não sou de ficar qualificando, classificando, caracterizando… Por isso, quando penso na CPI da Covid, ainda que muitos adjetivos desabonadores se apresentem apressadamente, eu me remeto a substantivos.
O que temos, afinal, nessa comissão, que pretende apenas emparedar o governo federal, sem disfarce algum? Bizarrice, deselegância, falta de educação, grosseria, arrogância, prepotência, ameaça, intimidação, coação, manipulação, falsidade, agressividade, tirania, boçalidade, violência, palhaçada, afronta, sem-vergonhice, despudor, indecência, covardia, estupidez, raiva, ódio, ataque, desrespeito, desonra, ignorância, hostilidade, brutalidade, bestialidade, ofensa, selvageria, truculência, abuso, indelicadeza, descortesia, ferocidade, rudeza, constrangimento, opressão, imposição, aspereza, desaforo, desfaçatez, insolência, massacre, boicote.
Para a turma que joga com os “coroné”, há todo o tempo para falar, sem interrupções. Já as palavras contrárias ao que o relatório da CPI quer impor como verdade serão interrompidas, cortadas, silenciadas, eliminadas
Não é contra todos, claro, porque a CPI prima pelo desequilíbrio, pela parcialidade, pela injustiça. Para aqueles que trabalham pelas narrativas dos senadores que têm contra si uma coleção de processos, inquéritos e investigações, há outra lista de substantivos: cumplicidade, benevolência, proteção, elogio, bajulação, complacência, elegância, educação, respeito, delicadeza – os antônimos de tudo o que atiram sobre os que trazem informações e explicações indesejáveis.
Para a turma que joga com os “coroné”, há todo o tempo para falar, sem interrupções. Não tem essa de “sim” ou “não” como resposta. Simplesmente porque há um relatório pronto, todo mundo sabe, e cada palavra de apoio às narrativas será exaltada, enaltecida, estimulada. Já as palavras contrárias ao que o relatório da CPI quer impor como verdade serão interrompidas, cortadas, silenciadas, eliminadas.
CPI da gororoba Temos uma CPI tóxica, antidemocrática, que não persegue verdades, ou as persegue para silenciá-las, assassiná-las. O que incomoda é a voz mansa, o tom calmo e tranquilo, a argumentação, a capacidade de convencimento, a sensatez, o discernimento, a prudência, o verbo pautado na razão, no equilíbrio, na moral.
Então, tapem seus ouvidos, acreditem apenas nos senadores de oposição e naqueles que eles aprovam. É deles o palanque; são os objetivos políticos, partidários, eleitoreiros, comerciais e revanchistas deles que importam. Eles perguntam, eles escolhem a resposta. Querem enxergar hipóteses como fatos, querem eliminar qualquer chance de sermos um país sério. Trabalham nisso, com especial empenho, nas sessões da CPI no Senado, de terça a quinta. Exterminam a possibilidade de se estabelecer no nosso país, um dia, a cultura da verdade.
Sucessão presidencial Por Wesley Oliveira – Gazeta do Povo Brasília
Jair Bolsonaro e Adilson Barroso, presidente Nacional do partido Patriota| Foto: Marcos Correa/PR
Pressionado por aliados para escolher logo o partido pelo qual vai concorrer à reeleição em 2022, o presidente Jair Bolsonaro está mais próximo de fechar sua filiação ao Patriota – uma legenda pequena. Nesta semana, o senador Flávio Bolsonaro (RJ) confirmou sua entrada na sigla e disse que irá negociar a filiação de seu pai. Posteriormente, o próprio presidente Bolsonaro disse que sua filiação ao Patriota está quase acertada.
O presidente nacional do Patriota, Adilson Ribeiro, é o principal articulador para que o presidente feche com a legenda para 2022. No entanto, uma ala liderada pelo vice-presidente da sigla, Ovasco Resende, tem resistido à filiação, sob a alegação de que o Patriota seria totalmente entregue para o grupo político de Bolsonaro.
A filiação de Flávio Bolsonaro ocorreu em uma convenção nacional convocada às pressas por Adilson Barroso no último dia 31 de maio. Nove integrantes do Patriota pediram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para suspender as medidas adotadas por Barroso, que é acusado de cometer irregularidades para obter maioria dentro da legenda, mudar o estatuto e favorecer a entrada do grupo de Bolsonaro.
Segundo o secretário-geral do Patriota, Jorge Braga, os integrantes dos partidos não são contrários à possível filiação do presidente Bolsonaro, mas sim à forma como a negociação foi feita. “O Bolsonaro sempre tratou com o Adilson e não com o partido. Os integrantes sempre quiseram conversar para saber quais seriam as exigências para essa filiação, mas isso até hoje nunca ocorreu”, afirmou Braga.
O que querem Bolsonaro e seus aliados para entrar no Patriota O presidente Bolsonaro pretende aguardar a homologação do novo estatuto do Patriota antes de anunciar sua filiação. Uma das principais mudanças é a ampliação do poder de voto, em questões nacionais, dos 27 presidentes estaduais da legenda.
Em negociações com Adilson Barroso há pelo menos um ano, o presidente Bolsonaro pretende reorganizar os diretórios estaduais do Patriota para abrigar os seus aliados.
Apesar da resistência da ala ligada ao vice-presidente, Ovasco Resende, deputados bolsonaristas que migrarem para o Patriota querem o controle da legenda para reorganizarem suas candidaturas para 2022. Ao menos 30 deputados que atualmente estão filiados ao PSL pretendem seguir Bolsonaro para a legenda no ano que vem.
Aliados do presidente, no entanto, admitem reservadamente que o Patriota não seria a melhor opção justamente pela falta de estrutura. Parte dos bolsonaristas sonhava com o retorno do presidente ao PSL, legenda que teve nas eleições municipais uma fatia de quase R$ 200 milhões para financiamento de campanhas e terá a maior parte no fundo que for aprovado pelo Congresso para a disputa de 2022.
De antemão, o senador Flávio Bolsonaro alegou que com os novos integrantes o Patriota poderá passar dos atuais seis para até 60 deputados federais em 2022. Do mesmo modo, o deputado Bibo Nunes (PSL-RS), que vinha trabalhando para que o Patriota fosse escolhido por Bolsonaro, acredita que essa foi a melhor escolha para a reeleição do presidente. “É o partido perfeito para Bolsonaro, onde terá total comando”, avaliou Bibo Nunes.
Qual é a história do Patriota O Patriota nasceu como Partido Ecológico Nacional (PEN). Obteve o registro no TSE em 2012. A mudança de nome para Patriota veio em meados de 2017, quando o então deputado federal Jair Bolsonaro (RJ) procurava uma sigla para abrigar sua candidatura à Presidência da República.
Bolsonaro assinou uma carta de intenções com a sigla e anunciou, no fim de 2017, que iria se filiar ao Patriota. Mas Adilson Barroso acabou se negando a entregar o controle do partido para os aliados de Bolsonaro. Ele então desistiu da sigla para fechar com o PSL – legenda pela qual disputou e venceu as eleições de 2018. Sem Bolsonaro, o Patriota concorreu à Presidência com a candidatura de Cabo Daciolo. Ele ficou em sexto lugar.
Antes das eleições de 2018, Adilson Barroso já tinha tentando levar outros nomes de peso para sua legenda. A primeira tentativa, em 2014, foi com Marina Silva, que optou por ser candidata a vice-presidente pelo PSB (ela acabou disputando a Presidência após a morte de Eduardo Campos, o cabeça da chapa, em plena campanha eleitoral).
No ano seguinte, o presidente do Patriota tentou atrair o ex-ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas as negociações não avançaram.
Patriota tem poucos deputados e prefeitos O Patriota tem atualmente quase 335 mil filiados em todo o Brasil. Conta com uma bancada de seis deputados federais. Como a divisão do tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão é dividido proporcionalmente à bancada dos partidos na Câmara, o Patriota, sozinho, vai garantir a Bolsonaro uma participação reduzida no horário eleitoral gratuito de 2022 – caso o presidente efetivamente se filie à sigla para disputar a reeleição.
Já nas Assembleias Legislativas estaduais, o partido conta com 21 deputados em todos os 26 estados e no Distrito Federal. Nas eleições municipais do ano passado, conseguiu eleger 50 prefeitos. Isso representou um crescimento de 74% em relação à eleição de 2016. Ainda assim, o Patriota segue sendo muito pequeno, pois o país tem 5.565 municípios.
Apesar de ser um partido pequeno e com poucos eleitos, até abril de 2021, segundo dados do TSE, o partido já havia recebido quase R$ 7,5 milhões do Fundo Partidário. Em 2020, esse montante ficou em cerca de R$ 21 milhões. Além disso, o partido ainda recebeu R$ 27,48 milhões do Fundo Eleitoral, utilizado para bancar os candidatos nas eleições municipais de 2020.
QUERO RECEBER Quem é Adilson Barroso, o presidente do partido O PEN, rebatizado de Patriota, foi idealizado pelo atual presidente da legenda, Adilson Barroso. Aliás, Barroso sempre ocupou a presidência do partido desde a sua criação.
Em 2018, o Patriota incorporou o extinto Partido Republicano Progressista (PRP). Desde então, Barroso, embora se mantenha na presidência, lidera apenas 30% da sigla. Já o vice-presidente da legenda, Ovasco Resende, domina 50%. Os cerca de 20% restantes estão nas mãos de parlamentares.
A condução do Patriota por Adilson Barroso foi alvo recente de questionamentos. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, as prestações de contas do partido relativas aos anos de 2017 a 2020 indicam que o presidente do partido pode ter destinado dinheiro público da legenda ao próprio bolso e para ao menos dez familiares – incluindo a atual mulher, a ex-mulher, irmãos, filha, cunhada e sobrinhos.
Ao todo, R$ 1,15 milhão do fundo partidário teria sido usado para pagar o salário do próprio Adilson e dos parentes, empregados na estrutura da legenda. Só no ano passado o presidente do Patriota recebeu uma remuneração partidária de R$ 225 mil, com um contracheque mensal de R$ 25 mil. Além disso, na última eleição, a legenda gastou cerca de R$ 1,2 milhão para eleger a filha de Adilson como vice-prefeita de Barrinha (SP) e mais cinco vereadores.
A Folha procurou Adilson Barroso, mas ele não respondeu aos questionamentos da reportagem. A Gazeta do Povo também o procurou. Mas Barroso não deu retorno.
Adilson Barros, além de presidir um partido, já teve cargos eletivos. Foi vereador e vice-prefeito de Barrinha, cidade com cerca de 50 mil habitantes no interior de São Paulo. Elegeu-se em 2002 como deputado estadual pegando carona em Havanir Nimtz, candidata fenômeno do Prona que imitava o estilo da principal liderança daquele partido, o ex-deputado federal Enéas Carneiro, morto em 2007.
Apesar de não ter projeção nacional, Barroso conta com um grande número de seguidores em suas redes sociais. A página do Facebook “Adilson Barroso Ambientalista” tem 8,3 milhões de seguidores. Embora seja menos que o presidente Jair Bolsonaro, que tem 10 milhões, a página do presidente do Patriota tem o dobro de fãs que a do ex-presidente Lula, por exemplo. Apesar disso, as postagens de Barroso raramente envolvem questões políticas.
Liberdade para estados definirem alíquotas de ICMS permite concorrência na atração de investimentos, a chamada “guerra fiscal”.| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
“Guerra fiscal” é o nome que foi dado à disputa entre os estados e os municípios com a finalidade de atrair empresas e investimentos para seu território, usando determinados incentivos e isenções tributárias. Quando empresários estão analisando as opções de local onde instalar suas empresas, eles comparam vários aspectos econômicos, financeiros, comerciais, logísticos e outros, a fim de optar pelo que consideram a melhor decisão para o futuro de seus negócios. Um município pode oferecer aos investidores seu distrito industrial dotado de vias de acesso, amplos espaços, asfaltamento, oferta de energia, rede de água e esgoto, proximidade a rodovias para escoamento da produção, além de isenções de tributos municipais. No caso do governo estadual, os incentivos são sobretudo de natureza tributária, principalmente por meio de isenções do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é um imposto bastante alto, o que dá ao estado condições de oferecer benefícios de valores expressivos.
A expressão “guerra fiscal” carrega conotação negativa e é criticada por governadores e secretários de Fazenda há décadas, pois eles a consideram prática nociva às finanças públicas ao resultar em redução da receita tributária dos entes federativos envolvidos nas disputas. São conhecidos os exemplos mais notórios de empresas que deixaram de se instalar em determinada cidade ou determinado estado e foram para outras regiões em função das vantagens em isenções de impostos e outros benefícios recebidos. Entretanto, também é possível argumentar que esta seria uma prática legítima de concorrência fiscal, alegando-se que estados e municípios pobres devem ter o direito de oferecer benefícios a empresas que desejam se instalar em seu território, como instrumento de estímulo ao crescimento econômico e desenvolvimento social daquela comunidade.
A possibilidade de se usar benefícios tributários ou isenções para atrair investimentos, especialmente em áreas pobres ou pouco desenvolvidas, tem seus prós e contras
Aqueles que defendem o direito ao uso da política fiscal como meio de atração de investimentos afirmam que o estado ou município, se for de região pobre e inóspita para instalação de empresas, precisa recorrer à concessão de incentivos à instalação de atividades econômicas em seu território para conseguir melhorar as condições econômicas e sociais de sua região. Mesmo passando alguns anos sem receber tributos de uma empresa instalada em sua área, o estado ou município será beneficiado após o período de vigência do incentivo. A alternativa, alega-se, é não conceder benefícios e não atrair investimentos, pois, em condições de igualdade tributária, o empreendedor irá para cidades e regiões mais prósperas e mais vantajosas. No entanto, não é incomum que prefeitos e governadores transformem essa competição em um vale-tudo irresponsável, abrindo mão de muito mais do que seria razoável, para conquistar crédito e dividendo eleitoral imediato enquanto deixam uma conta a ser paga pelos futuros governantes.
No caso dos estados, o ICMS é o tributo mais pesado para as empresas e, justamente por isso, é o principal instrumento de atração de investimentos, logo, de produção, emprego e renda para a região. E justamente esse imposto integra o ponto central das várias propostas de reforma tributária em discussão no Congresso Nacional, pois todas elas preveem algum tipo de unificação de tributos: além do ICMS, pretende-se eliminar a Cofins e o PIS (que são federais) e o ISS (que é municipal), substituindo-os por um único tributo sobre bens e serviços (IBS ou CBS, dependendo da proposta). Esse novo tributo seria regulado por legislação federal e criaria limites a modificações por lei estadual, o que dificultaria sua utilização como política de incentivos e benefícios a empresas. Ou seja, a guerra fiscal, ou concorrência fiscal, seria dificultada ou mesmo eliminada com a extinção dos velhos tributos indiretos e sua unificação em um imposto federal.
Pois é neste ponto que reside uma das maiores dificuldades de aprovação de qualquer reforma que acabe com o ICMS e o ISS, pois isso implicaria retirar poder de prefeitos e governadores na gestão tributária e na concessão de benefícios destinados a atrair investimentos. Trata-se de uma redução de poder que tem prós e contras: se por um lado os gestores ficam impedidos de reduzir a carga tributária para atrair investimento, por outro também se evita que a sanha tributária leve a aumentos sucessivos de alíquotas de impostos, como aconteceu com o ICMS sobre energia elétrica em alguns estados.
A expressão “guerra fiscal” foi cunhada para divulgar a crença de que a disputa entre municípios e estados por investimentos por meio de isenções fiscais e concessão de outros benefícios é necessariamente um mal, e por isso deveria ser combatida. Mas não se pode negar que esta “concorrência” entre entes públicos pode, também, refrear o ímpeto dos governos em aumentar indefinidamente a carga tributária. E um exemplo vindo do exterior mostra como a simples eliminação desse tipo de recurso pode ser um empecilho ao desenvolvimento econômico.
Desde que assumiu a presidência dos Estados Unidos, no início deste ano, o presidente Joe Biden vem falando em aumentar impostos e tem reclamado que seu país está sendo prejudicado pela fuga de empresas para regiões do mundo onde a carga tributária é bem menor que nos Estados Unidos, inclusive alguns paraísos fiscais onde a tributação é quase zero. O que Joe Biden propõe é que o mundo inteiro eleve a carga tributária sobre pessoas e empresas. Ou seja, o presidente norte-americano não quer competição entre nações por meio de alíquotas tributárias. E, como ele deseja aumentar os impostos em seu país, ele pede que o mundo inteiro também eleve a taxação sobre o setor produtivo, medida que pode se tornar grande obstáculo ao crescimento econômico. Governo e governantes quase nunca falam em rever a estrutura do gasto público, racionalizar a cara máquina pública e redirecionar as despesas; preferindo falar o tempo todo em aumentar tributos.
A gigante das locadoras tinha mais mercado, dinheiro, 60 mil funcionários, locadoras no mundo inteiro.
Enquanto a jovem startup de streaming tinha meros 100 funcionários na época e era uma total desconhecida no mercado.
Tirando o capital da primeira e o cenário “nada a perder” da segunda, o mercado estava igual para ambas. Nenhuma tinha o dom de prever o futuro.
Para Reed Hasting e Marc Randolph, criadores e sócios da Netflix, hoje a resposta fica muito mais clara.
“Nossa cultura – focada em alcançar o melhor desempenho dada nossa densidade de talentos e em liderar as nossas equipes com contexto em vez de controle – permitiu crescer e mudar continuamente, à medida que o mundo e as necessidades dos nossos assinantes mudavam à nossa volta.”
A empresa se tornou excelência em cultura corporativa, e seus valores são buscados por empresas de todos os nichos no mundo inteiro.
– Desenvolva talentos e promova ambientes de trabalho estimulantes;
– Estimule a sinceridade com intuito construtivo;
– Remova os controles e “burrocracias” corporativas;
– Construa uma cultura transparente que compartilhe informações;
– Lidere em vez de controlar, promova a autonomia;
Quem não deseja trabalhar ou construir uma empresa assim, concorda?
Pena que só exista uma Netflix. E tentar copiar e colar a cultura dela em outras empresas, causaria mais estragos que soluções.
Mas, o que acha de tornar a sua cultura interna inovadora e capaz de gerar resultados da mesma forma que a Netflix construiu a dela?
Várias empresas ignoram a construção e manutenção das suas culturas organizacionais, por acharem isso “papo de RH” ou algo motivacional.
Afinal, cultura é algo intangível, que não pode ser metrificada ou acompanhada via planilhas de Excel. Será?
A cultura é um organismo que se renova à medida que a empresa cresce. Saber conduzi-la e fortalecer seus pilares é fundamental para qualquer empresa permanecer em pé, saudável e duradoura pelos próximos anos.
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A lei foi aprovada e publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira, conforme já havia sido antecipado pela Secretaria-Geral da Presidência da República. O sistema atual cobra um valor fixo para cada categoria de veículo, mas depois de tramitar pelo Senado, pela Câmara e pelo aval presidencial, novas regras passarão a integrar a cobrança.
Quais são as novidades?
Como dito acima, a principal novidade é a implementação de um sistema de cobrança proporcional aos quilômetros rodados por cada veículo. Apelidado de “Free Flow”, o sistema permite um fluxo livre e extingue a necessidade de praças de pedágio, fazendo toda a cobrança por meio de câmeras e sem que o veículo precise parar.
Para isso, serão utilizados sistemas de reconhecimento visual automático de placas ou chips instalados nos veículos, sem a necessidade de grandes pontos de parada dos automóveis.
A novidade valerá para novos contratos, mas poderá ser implementada em concessões anteriores também. Entretanto, a lei não especifica se a medida vale para todas as rodovias ou apenas para as federais. Mesmo assim, ela estabelece punição grave no Código de Trânsito Brasileiro para aquele que não pagar a taxa do pedágio.
Ainda em maio, foi sancionado o projeto que declarou que motocicletas serão isentas da cobrança de pedágio nas novas concessões para rodovias federais. A implementação irá começar pela rodovia Presidente Dutra (BR-116), que liga São Paulo ao Rio de Janeiro.
Além da Dutra, o presidente afirmou que as rodovias do estado do Paraná, que passarão por novas concessões, também podem ter a nova regra aplicada.
A ideia de isenção para motociclistas não é nova. Em 2018, um projeto de lei já defendia o fim da cobrança de pedágios para esses veículos. Na ocasião, o argumento era que, por serem leves, as motos não causavam danos ao pavimento.
Já no fim do ano passado, Bolsonaro pediu para que o Ministério da Infraestrutura adotasse a isenção da tarifa para motos no edital para novas concessões rodoviárias.
Neste período de seca nos reservatórios das hidrelétricas e de uma iminente crise hídrica causada pelo baixo volume de chuvas, o País deixa de aproveitar mais da metade de todo o gás natural que produz e que poderia estar sendo usado para gerar energia térmica. Ao mesmo tempo, aumentam a importação e o custo para trazer o produto de fora. Neste ano, as compras externas de gás natural pelo Brasil atingiram o maior patamar desde 2016 para os meses de janeiro a abril. Apenas em quatro meses, o País pagou US$ 1 bilhão, quase o total gasto em todo o ano passado e o dobro do valor pago no mesmo período de 2020.
Essa alta nas importações deve chegar à conta de luz, já que as usinas termoelétricas são as substitutas naturais das hidrelétricas em períodos de seca e vão ser acionadas para evitar a repetição do apagão de 2001.
Em vez de ser usado como insumo para a geração de energia térmica, o gás nacional está sendo injetado de volta nos campos marítimos, sobretudo nos do pré-sal. De janeiro a abril, o volume de gás nacional distribuído ao mercado já caiu 14%. Esse é o dado mais recente divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ao mesmo tempo, cresce a importação da matéria-prima, cobrada em dólar e a preço internacional.
Dos 131,4 milhões de metros cúbicos por dia de gás extraídos no País, apenas 53,5 milhões são ofertados para venda. Isso significa que 60% do total não chegam ao mercado. Essa tem sido a tônica desde que o pré-sal ganhou relevância, porque falta infraestrutura para escoar toda a produção dos campos.
O governo federal editou na quarta-feira um decreto que regulamenta a Nova Lei do Gás, sancionada em abril e que visa a modernizar o setor. A ideia é criar um mercado “aberto, dinâmico e competitivo”, segundo a Secretaria-Geral da Presidência da República.
O gás natural é o principal insumo usado na geração de energia térmica, que ganhou importância neste período de crise hídrica. Em 31 de maio, essas usinas bateram recorde de geração, de 17,13 mil megawatts médios (MWmed) por usina, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS).
A consequência direta é o aumento do preço da energia, já que esse tipo de geração é mais caro do que a hidrelétrica. Numa indicação ao consumidor de que a conta de luz vai ficar mais cara, o governo acionou, no fim de maio, a bandeira vermelha 2.
Indexador
O aumento da demanda térmica está sendo suprido, em grande parte, pelo gás importado, cobrado em dólar. A mesma lógica vale para o produto nacional, já que, no cálculo do seu preço, são utilizadas as mesmas variáveis do produto importado. Esse modelo de negócio, no entanto, começa a ser questionado por especialistas, uma vez que, nesses parâmetros, pouca diferença faz entre aumentar a produção interna ou a importação. O custo do insumo e o peso na conta de luz acabam sendo os mesmos.
Na tentativa de melhorar as condições de compra para seus clientes, a Petrobrás recentemente anunciou a possibilidade de indexar o gás fornecido por ela ao gás Henry Hub (HH), ofertado em um mercado de produtores americanos. Seria uma alternativa aos contratos indexados ao petróleo do tipo Brent, na Bolsa de Londres.
Os preços do gás Henry Hub têm sido os mais baixos do mercado internacional nos últimos 11 anos, segundo Ieda Gomes, ex-presidente no Brasil da empresa de energia BP, membro de conselhos de administração de empresas do setor e especialista no tema. Durante o evento virtual Gas Week, promovido pela agência especializada EPBR no fim de maio, ela apresentou dados sobre os dois indexadores. Em 12 meses até maio deste ano, o HH subiu 71%, enquanto o petróleo do tipo Brent variou 105%.
Ela destacou, no entanto, que “uma coisa é o preço e outra, o índice de reajuste”. O fato de o Henry Hub ser barato não significa que o gás brasileiro vai estar no mesmo nível. Mas, se for indexado ao HH, a expectativa é de menos volatilidade. “Por que não pensar numa indexação de uma fatia do gás ao IGP-M? O preço ofertado ao mercado doméstico vai ser indexado ao dólar? Se for, não poderá fugir da depreciação do real frente à moeda americana”, disse.
Pazuello e Bolsonaro durante o ato de apoio ao presidente, no Rio de Janeiro.| Foto: Alan Santos/PR
A CPI da Covid está cada vez mais enrolada. Apareceram histórias sobre a médica Luana Araújo – que depôs na quarta-feira (2) -, que fez sucesso lá como cientista. Ninguém está encontrando nada no currículo lattes dessa moça. Embora ela seja graduada e mestre, o tempo de exercício de Medicina está sendo contestado.
Aliás, foi questionada a possibilidade de ela não ter registro no Conselho Regional de Medicina. Deve ser por isso que ela não respondeu ao senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) quantos pacientes com coronavírus ela tratou. Mas ela disse que tratou.
Neste caso, de uma doença pouco conhecida, tudo é experiência. A ciência é aberta à controvérsia, à crítica, à contribuição, à experiência e à observação. Não é fechada, totalitária, soviética e que não aceita discussão como a que vemos na mídia e na CPI. Esses meios lidam com uma ciência de verdade absoluta e de totalitarismo.
Eu aprendi isso no programa da rádio Guaíba, de Porto Alegre, em que Diego Marconato levantou essa história, afirmando que a ciência foi probidade de ser científica.
O ministro Marcelo Queiroga vai ter que explicar para a CPI da Covid porque convidou essa médica para integrar o quadro de funcionários da Saúde.
Exército absolve Pazuello e derruba mais uma narrativa Os senadores membros da CPI da Covid devem estar frustrados, porque o Exército não puniu o general Pazuello. Ele estava sendo investigado por participar de um ato a favor do presidente. O procedimento administrativo foi arquivado por ordem do comandante.
Todas as etapas foram cumpridas, desde a análise da argumentação até o depoimento do general Pazuello, e julgou-se que não houve nenhuma irregularidade, o que seria uma espécie de transgressão, por parte do ex-ministro.
Ou seja, prevaleceu a tese de que um general, aficionado por motociclismo, participou de um ato com milhares de motociclistas, de apoio ao presidente da República, que é o comandante supremo das Forças Armadas, e não de um ato político eleitoral – porque isso é proibido. Não se falou em candidatura e ele também não é filiado a nenhum partido político.
Esse assunto está encerrado. Novamente uma narrativa foi derrubada.
Biden envia vacinas para o Brasil e descarta qualquer briga O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que irá enviar milhões de vacinas ao Brasil de doação [serão enviadas 6 milhões de doses para países da América Latina, incluindo o Brasil] da Pfizer, da Janssen e da Johnson & Johnson.
Mais uma história que não se sustenta, diziam que ele não iria estender a distribuição para o Brasil por briga. Mesma história que aconteceu com a China, de que os atrasos de entrega do IFA eram voluntários.
Como já mencionei. Aconteceu a mesma coisa na quarta-feira (2). Provou-se que o presidente não controla a PF já que dois dos aliados deles foram alvos de operação. Um deles é o governador do Amazonas, suspeito de desviar dinheiro da saúde, e o ministro Salles que é investigado por facilitar contrabando de madeira protegida da Amazônia. É o que dá trocar fatos por factóides.
Vacinação no Rio Iriri e as interferências de ambientalistas Eu vi pessoas reclamando que integrantes do ICMBio [uma autarquia de proteção ao meio ambiente], estão queimando as motos dos ribeirinhos do Rio Iriri (PA). Quando eles [ribeirinhos] recebem visita de autoridades, eles [ambientalistas] escondem as motocicletas no mato.
É uma tragédia. Essas pessoas que já têm assistência médica esporádica, quando a Marinha chega por lá. Agora foram lá voluntários para vacinar, com enfermeiros…
E olha como a CPI trata os voluntários de combate a Covid. Os 300 médicos que foram para Manaus. A médica Nise Yamaguchi – uma voluntária estoica como ela falou -, o empresário Carlos Wizard, que está cedendo o tempo dele. A CPI os trata de forma abjeta. É de revirar o estômago, um circo dos horrores.
Dra. Nise Yamaguchi e o presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz| Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado
A assim chamada “CPI da Covid” atingiu na última terça-feira (01/06/2021), com o depoimento da dra. Nise Yamaguchi, o seu ponto mais baixo e aviltante. Conduzida por sujeitos cuja má fama os precede, o que se viu ali foi a celebração da demagogia e do escárnio, uma tentativa de vingança da imoralidade contra a decência, da ignorância contra o conhecimento, da mentira ruidosa contra a placidez da verdade. Diante dessa queda no abismo da iniquidade, que termina por enlamear a já péssima reputação do parlamento brasileiro, a sociedade brasileira em geral, e a classe médica em particular – insultada como um todo na figura da dra. Yamaguchi –, precisa reagir com firmeza. É hora de dar um basta!
Chegamos mesmo ao fundo do poço. Mas, como se diz, no fundo havia um alçapão. Mesmo para os baixos padrões do nosso Congresso, não é todo dia que vemos uma inversão de valores tão diabólica a ponto de colocar indiciados por desvios de verbas na saúde e investigados por corrupção e lavagem de dinheiro na posição de dar lições de moral – e, pasmem, de medicina! – a uma médica com um currículo extenso e uma experiência de 40 anos dedicados à profissão, aliás o mesmo período de tempo em que o relator está aboletado no Estado brasileiro.
Na CPI, a dra. Yamaguchi teve de aturar, entre outras coisas, o presidente da ópera bufa – sujeito incapaz de falar um plural, e que dificilmente saberia distinguir entre um vírus e uma carambola – desautorizando (sem, evidentemente, as ter compreendido) suas afirmações técnicas sobre as vacinas. Com grosseria típica de tiranete sul-americano, o mestre-bufão alertou para o perigo (vejam vocês!) do tom de voz sereno da depoente, por ele entendido como uma armadilha para desinformar a sociedade. “A senhora falando assim pode dar a impressão que está com a razão” – disse o homem, trêmulo de um visível (e, aliás, muito justificado) complexo de inferioridade, sugerindo em seguida que o público não desse ouvidos à serenidade da médica, mas à histeria do demagogo.
A dra. Yamaguchi foi obrigada também a receber um pito médico do relator, que, após colher às pressas uma opinião pretensamente especializada na internet, afirmou categoricamente que a trombofilia da depoente não era desculpa para não se vacinar. Sim, o homenzinho não se fez de rogado diante da médica, e, decretando peremptoriamente a inexistência de risco, por pouco não lhe aplica a vacina a fórceps, em pleno parlamento. Uma cena dantesca!
A essa altura, já está muito claro que a CPI da pandemia busca inspiração nos tribunais de exceção de regimes totalitários tais como o comunista e o nazista. São notáveis, por exemplo, a similaridade de seu modus operandi com o que se passava nos célebres julgamentos de Moscou, nos quais os opositores de Stalin viravam réus em processos farsescos e previamente decididos, cujo único objetivo era subjugá-los e humilhá-los, não somente por vingança, mas, sobretudo, para deixar um recado: não ousem criticar ou contradizer o Secretário Geral do Partido. Como mostra o historiador Robert Conquest em The Great Terror: A Reassessment, uma característica distintiva dos tribunais stalinistas era que as sentenças estavam todas prontas de antemão, redigidas por autoridades não-judiciais, e não raro com a participação direta do próprio Stalin.
No caso da CPI, o recado também é claro: qualquer associação real ou imaginária com o governo Bolsonaro está previamente criminalizada. Para atingir o seu inimigo político, os artífices da CPI não hesitam em desrespeitar, intimidar e humilhar os depoentes, que devem confessar delitos inexistentes, curvar-se à autoridade ilegítima de oportunistas ignorantes, e responder exatamente aquilo de que as hostes antibolsonaristas precisam para arquitetar um pedido de impeachment ou reunir material para a próxima campanha eleitoral. Tal como as sentenças de Stalin, o relatório está concluído desde o início, e a pretensa investigação de responsabilidades pelos rumos da pandemia não passa de um teatro para tentar legitimar a conspiração.
Em Viagens aos Confins do Comunismo, escreve Theodore Dalrymple: “Cheguei à conclusão de que o objetivo da propaganda nos países comunistas não era persuadir, e muito menos informar, mas humilhar e emascular. Nesse sentido, quanto menos ela fosse verdadeira, quanto menos correspondesse à realidade, melhor; quanto mais contradissesse a experiência das pessoas às quais se dirigia, mais dóceis e mais impotentes elas ficavam, desprezando-se mais e mais por não protestar”. É essa também a função da mentira na CPI da pandemia: humilhar e emascular o governo. Daí que, quanto mais ignorantes, pérfidas e mentirosas forem as perguntas feitas aos depoentes, mais o tribunal paralelo de Brasília terá cumprido o seu propósito.
A situação bizarra de ontem recordou-me também as descrições de Eric Voegelin sobre o estado de degradação cultural que permitiu a ascensão do nazismo na Alemanha. Em Hitler e os Alemães, obra cujo objetivo era explicar aos jovens estudantes alemães como fora possível a chegada de Hitler ao poder, o filósofo explica: “Não temos de lidar com o nacional-socialismo e seus crimes hediondos, nem com as atrocidades, nem com a exumação do passado, nem com a justa indignação das vítimas – esses são todos fenômenos situados na continuidade e causalidade da História; nosso problema, porém, é a condição espiritual de uma sociedade em que o nacional-socialismo pôde chegar ao poder. Então, o problema não são os nacional-socialistas, mas os alemães, entre os quais personalidades do tipo nacional-socialista podem tornar-se socialmente representativas e podem funcionar como representantes, como políticos, como chanceleres do Reich etc.”
Voegelin descreve como o grande problema na sociedade proto-nazista foi a ascensão de uma “ralé” – e ele usa a palavra como termo técnico, com sentido específico – às posições sociais mais elevadas na Alemanha. Em suas palavras: “Há homens que são ralé no sentido em que eles nem têm autoridade de espírito ou de razão, nem são capazes de responder à razão ou ao espírito, se aparecem, aconselhando-os ou relembrando-os… É extremamente difícil entender que a elite de uma sociedade possa consistir numa ralé. Mas ela realmente consiste numa ralé”.
Como exemplo dramático da invasão cultural da ralé nacional-socialista – uma “invasão vertical dos bárbaros”, para usar a expressão do filósofo Mário Ferreira dos Santos –, Voegelin menciona algumas observações que o grande romancista Thomas Mann deixou em seu diário sobre os anos de 1933 e seguintes, um testemunho pessoal da infeção nazista. Mann menciona um encontro do grande cientista Max Planck com Hitler para tratar das demissões de professores judeus. Segundo o romancista, por quase uma hora Planck teve de ouvir o monólogo do ditador, que o deixou arrasado e sem ânimo: “Era como a fofoca de uma velha camponesa acerca de matemática – no nível de uma pessoa semianalfabeta com ideias fixas, como nada que o famoso cientista jamais ouvira em sua vida. Dois mundos entraram em contato em razão dessa ascensão estúpida e demagógica desse indivíduo ao poder: o conhecimento, a grande erudição, o pensamento rigoroso ouve a insolência de expectorações professorais, e se curva, afastando-se”.
A observação de Voegelin sobre o episódio resume o espírito da situação brasileira diante do circo dos horrores montado no Senado Federal: “Aí tendes a tragédia do caráter alemão. Quando essa ralé abjeta chega ao poder, terminou a cultura. Aí só se pode curvar-se e ir embora”. Curvar-se, ir embora ou retirar a ralé de suas posições de poder e influência. Eis o desafio brasileiro contemporâneo.
P. S. Enquanto terminava esse artigo, tive conhecimento da nota de repúdio publicada pelo Conselho Federal de Medicina sobre o tratamento aviltante dado aos médicos que foram depor na CPI. Já é um começo de reação, que espero se multiplique.