“O pessoal acha que com CPI vai derrubar um presidente. Derrubar por quê? Estão apurando desvio de recurso? Não, né. Até porque o próprio Renan falou que essa CPI não será usada para apurar desvio de recurso. Está apurando o quê? Se eu estou usando máscara ou não?”, questionou o presidente, na tradicional live de quinta-feira, referindo-se ao relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Renan, e o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), assim como o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e outros integrantes da comissão críticos ao governo, como o senador Otto Alencar (PSD-BA), foram alvos nominalmente mencionados por Bolsonaro nesta quinta-feira, que chegou a referir-se ao relator como uma “figura desqualificada”.
O presidente aproveitou para fazer a defesa de remédio que, embora não tenha eficácia comprovada — há infectologistas que já falam em ineficácia comprovada — para o tratamento contra a Covid-19, tem dividido opiniões no meio político e provocado fortes embates na CPI. Bolsonaro chegou a chamar de “canalhas” as pessoas que não defendem o “tratamento imediato”.
“Eu não politizei isso aí. Quem politizou é o outro lado. Quem diz para não tomar e não dá alternativas são eles”, acusou.
A CPI deve ouvir na próxima terça-feira, pela segunda vez, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Na quarta, é a vez do depoimento do ex-secretario-executivo da pasta Elcio Franco, enquanto na quinta senadores devem ouvir o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), que teve seu depoimento antecipado após operação da Polícia Federal.
General Paulo Sérgio Nogueira se reuniu nesta quarta-feira com Alto Comando, mas postergou decisão para a semana que vem
Felipe Frazão, O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA – Pressionado politicamente, o comandante-geral do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, optou por discutir o caso do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello com todo o Alto Comando da Força. O comandante indicou a auxiliares que deseja uma solução de consenso sobre o que seria ato de indisciplina de Pazuello.
Nesta quarta-feira, 2, Paulo Sérgio levou a situação do general de Divisão da ativa, flagrado em manifestação política ao lado do presidente Jair Bolsonaro, à apreciação do Alto Comando. A reunião, no Quartel-General do Exército, contou com um grupo restrito de generais, alguns presencialmente e outros por videoconferência.
Ao fim do encontro, porém, Paulo Sérgio decidiu postergar sua decisão sobre o caso, usando do prazo que se estende até a semana que vem para concluir a apuração de transgressão disciplinar. Militares que acompanham os desdobramentos do assunto dizem que o comandante ainda indicou qual será sua posição, mas a maioria dos generais defende a punição. As opções mais citadas são uma advertência verbal, a mais branda delas, que pode ser feita reservadamente, e uma repreensão por escrito, que tem de ser publicada em boletim interno do Exército.
General Eduardo Pazuello (à esq.) com o presidente Jair Bolsonaro em ato pró-governo no Rio. Foto: Wilton Junior / Estadão
Ao longo do dia, oficiais da ativa esperavam que Paulo Sérgio comunicasse logo sua decisão, em vez de adiar o desfecho. O general tinha dado sinais a auxiliares de que desejava encerrar o assunto o quanto antes. O cenário se alterou, porém, na terça-feira, 1, quando Bolsonaro nomeou Pazuello para um novo cargo de confiança no Palácio do Planalto, sem que houvesse aval do Exército.
O comandante do Exército escolheu, então, debater a situação de Pazuello com os demais generais de quatro estrelas e indicou que adotará uma posição conjunta, de forma a ter o respaldo de toda a cúpula verde-oliva. Apesar de ter aberto conversas, a conclusão do caso é de responsabilidade exclusiva de Paulo Sérgio, um ato monocrático, conforme previsto no regulamento disciplinar dos militares.
Embora a reunião do Alto Comando tenha abordado outros temas, como a realização da Copa América, o assunto principal foi a situação de Pazuello. O ato de Bolsonaro, que abrigou o general em sua assessoria mais próxima no Planalto, foi interpretado por generais como uma manobra para reduzir ou mesmo eliminar as chances de punição. Segundo esse raciocínio, Pazuello agora deixou de ser um general à espera de uma função de comando no Exército e voltou a exercer atividades políticas de assessoramento presidencial.
Sob pressão de CPI, Bolsonaro fala em vacinar brasileiros até o fim do ano e é alvo de panelaço
Vinícius Valfré, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA – Pressionado pela CPI da Covid e enfrentando queda de popularidade, o presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira, 2, um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV e afirmou que o governo irá vacinar todos os brasileiros até o fim do ano.
No momento em que mais de 467s mil brasileiros já morreram, em decorrência do novo coronavírus, Bolsonaro comemorou a distribuição de 100 milhões de doses de vacinas, o crescimento de 1,2% do PIB no primeiro trimestre, mas voltou a criticar medidas de isolamento social. A aparição do presidente foi marcada por “panelaços” nas principais capitais e diversas cidades do País. Foi o nono pronunciamento do presidente desde o início da pandemia.
“Hoje alcançamos a marca de 100 milhões de doses de vacinas distribuídas a Estados e municípios. O Brasil é o quarto país que mais vacina no planeta. Este ano, todos os brasileiros que assim o desejarem serão vacinados”, disse ele, citando dados absolutos, e não proporcionais. Apenas 22,2% da população recebeu ao menos uma dose de vacina contra o novo coronavírus até hoje.
O presidente Jair Bolsonaro em pronunciamento nesta quarta-feira, 2 Foto: Reprodução
No pronunciamento, o presidente comemorou o acordo assinado entre a Fiocruz e a AstraZeneca, que permitirá a produção totalmente nacional do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), necessário para a elaboração do imunizante. “Com isso, passamos a integrar a elite de apenas 5 países que produzem vacinas contra o covid no mundo”, disse. O presidente não mencionou o “tratamento precoce” com medicamentos sem eficácia contra a covid-19.
Bolsonaro também falou sobre a realização da Copa América no Brasil, defendida por ele desde que a competição na Argentina foi cancelada. A realização do torneio no País tem sido criticada em um momento de crise sanitária na qual médicos pedem que sejam evitadas as aglomerações.
“Seguindo o mesmo protocolo da Copa Libertadores e Eliminatórias da Copa do Mundo, aceitamos a realização, no Brasil, da Copa América. O nosso governo joga dentro das quatro linhas da Constituição. Considera o direito de ir e vir, o direito ao trabalho, e o livre exercício de cultos religiosos inegociáveis. Todos os nossos 22 ministros consideram o bem maior de nosso povo a sua liberdade”, afirmou.
Bolsonaro destacou o pagamento de auxílio emergencial pelo governo federal e comparou o aporte para a distribuição do benefício ao Bolsa Família. “Destinamos, em 2020, R$ 320 bilhões para o auxílio emergencial, para atender aos mais humildes. Esse montante equivale a mais de dez anos de Bolsa Família. E mais de R$ 190 bilhões para ajudar estados e municípios”, declarou.
Durante o pronunciamento, Bolsonaro foi alvo de panelaços no Distrito Federal, São Paulo, Rio e diversas outras capitais pelo País. Em São Paulo, manifestantes bateram panela em bairros como Santa Cecília, Vila Mariana, Sumarezinho, Vila Madalena, Alto de Pinheiros, Pompeia, Barra Funda, Saúde, Jardins, Moema e Higienópolis.
Moradores do Rio de Janeiro promoveram intenso panelaço durante a fala do presidente. Enquanto Bolsonaro citava medidas adotadas por sua administração para a vacinação contra covid-19, houve manifestação em bairros da zona sul, do centro, da zona norte e da região oeste. Além do barulho das panelas, as pessoas gritavam “fora, Bolsonaro” e “genocida”.
Um panelaço também tomou conta de Brasília durante o pronunciamento do presidente . Gritos de “Fora, Genocida”, “Assassino” e “Miliciano” foram ouvidos em várias quadras do Plano Piloto de Brasília e também nos Lagos Sul e Norte.
Em Salvador, ao menos sete bairros registraram panelaços. Em Armação, na orla, foi possível ouvir os manifestantes gritarem “vacina para todos”, “genocida” e “vai cair”.
No Recife, o panelaço foi intenso. Foi possível ouvir também gritos como “fora Bolsonaro” e “genocida”. O bairro de Boa Viagem, na zona sul da cidade, onde ocorreu o protesto a favor do governo, no dia 15 de maio, também registrou panelaços intensos, que duraram até pouco depois do pronunciamento.
Em Fortaleza, gritos “fora, Bolsonaro!” e “Bolsonaro genocida” foram registrados em bairros de diferentes regiões, como Aldeota, Meireles, Cocó, Papicu, Joaquim Távora, Bairro de Fátima, Centro e Parangaba.
Em Belo Horizonte, houve panelaço em várias regiões da cidade. Os protestos foram intensos nos bairros próximos ao centro, como o Barro Preto, onde os manifestantes gritavam “Fora Bolsonaro”, “Genocida”, “Miliciano” e até “Vai tomar cloroquina”.
Em Porto Alegre, o pronunciamento foi acompanhado de protestos. Panelaços e gritos de “fora Bolsonaro” foram registrados em pelo menos sete bairros da cidade.
Interior de São Paulo
O pronunciamento foi acompanhado de panelaços nas principais cidades do interior. Em Sorocaba, moradores de edifícios na região central bateram panelas e utensílios domésticos durante toda a fala presidencial. Houve manifestações também no bairro Altos do Campolim e em prédios de Votorantim, cidade vizinha.
Em Campinas, além de bater panelas no centro e nos bairros Taquaral e Cambuí, os moradores fizeram coros de “fora Bolsonaro”. Motoristas acionaram as buzinas em avenidas do centro. Em São José dos Campos, houve panelaços na região central e foram acionadas sirenes durante o pronunciamento. Muitos moradores pediram aos gritos a saída do presidente. Houve panelaços também em Piracicaba e Ribeirão Preto. Em Santos, vídeos gravados por moradores mostram panelaço na região do Gonzaga.
Leia a íntegra do pronunciamento:
Boa noite,
Sinto profundamente cada vida perdida em nosso país.
Hoje alcançamos a marca de 100 milhões de doses de vacinas distribuídas a estados e municípios.
O Brasil é o quarto país que mais vacina no planeta.
Neste ano, todos os brasileiros, que assim o desejarem, serão vacinados. Vacinas essas que foram aprovadas pela Anvisa.
Ontem, assinamos acordo de transferência de tecnologia para a produção de vacinas no Brasil entre a AstraZeneca e a Fiocruz.
Com isso, passamos a integrar a elite de apenas cinco países que produzem vacina contra a Covid no mundo.
O Nosso governo não obrigou ninguém a ficar em casa, não fechou o comércio, não fechou igrejas ou escolas e não tirou o sustento de milhões de trabalhadores informais.
Sempre disse que tínhamos dois problemas pela frente, o vírus e o desemprego, que deveriam ser tratados com a mesma responsabilidade e de forma simultânea.
Destinamos, em 2020, 320 bilhões para o Auxilio Emergencial para atender aos mais humildes.
Esse montante equivale a mais de 10 anos de Bolsa Família. E mais de 190 bilhões para ajudar estados e municípios.
Alguns setores como bares e restaurantes, turismo, entre outros, em grande parte foram socorridos pelo nosso governo por meio do PRONAMPE (Programa Nacional de Apoio as Microempresas e Empresas de pequeno porte.)
Hoje mesmo sancionamos a nova lei do PRONAMPE, agora permanente, que pode destinar a vários setores até 25 bilhões de reais, onde 20% será destinado ao setor de eventos.
Terminamos 2020 com mais empregos formais que 2019. Somente nos primeiros quatro meses deste ano, o Brasil criou mais de 900 mil novos empregos.
O PIB projetado para 2021 prevê um crescimento da economia superior a 4%.
Só no 1º trimestre deste ano, a economia mostrou seu vigor, estando entre os países do mundo que mais cresceram.
Com o Congresso Nacional estamos avançando, aprovamos:
– A nova lei do gás;
– O marco legal do saneamento;
– A MP da Liberdade Econômica;
– O Banco Central independente; e
– E o novo marco fiscal.
Realizamos leilões de rodovias, portos e aeroportos.
Levamos internet para mais de 8 milhões de brasileiros em grande parte para as regiões Norte e Nordeste.
Ontem, a Bolsa de Valores bateu recorde histórico, a moeda brasileira se fortalece, e estamos avançando no difícil processo de privatizações.
A CEAGESP sob um comando honesto e responsável apresentou, além de lucro, um ambiente salutar entre os permissionários e funcionários.
Essa Companhia socorreu nossos irmãos de Aparecida e Araraquara, entre outras cidades do interior de São Paulo, doando dezenas de toneladas de alimentos.
As estatais, no passado, davam prejuízo de dezenas de bilhões de reais devido à corrupção sistêmica e generalizada. Hoje são lucrativas.
Nos dois primeiros anos do nosso Governo, a Caixa Econômica Federal bateu recorde de lucro mesmo reduzindo os juros do cheque especial, da casa própria, das micros e pequenas empresas e dos empréstimos às Santas Casas.
Estamos avançando na transposição do Rio São Francisco, levando água para todo o Nordeste.
Na infraestrutura, o nosso Governo tem construído pontes, duplicado rodovias, terminando obras paradas há décadas, como a BR-163 no Pará.
Ainda neste ano, será concluída a Ferrovia Norte-Sul, que ligará o Porto de Itaqui, no Maranhão, ao Porto de Santos, em São Paulo, é a retomada do modal ferroviário no Brasil.
Seguindo o mesmo protocolo da Copa Libertadores e Eliminatórias da Copa do Mundo, aceitamos a realização, no Brasil, da Copa América.
O nosso Governo joga dentro das 4 linhas da constituição, considera o direto de ir e vir, o direito ao trabalho e o livre exercício de cultos religiosos inegociáveis.
Todos os nossos 22 ministros consideram o bem maior de nosso povo a sua liberdade.
O marketing de conteúdo é uma estratégia utilizada já há alguns anos por muitas empresas que buscam posicionamento no Google, alcance do público-alvo e crescimento online, através de marketplaces como o site da Startup Valeon.
Mesmo assim, ainda existem empresas e segmentos que não o conhecem e, consequentemente, não o colocam em prática em seus negócios.
Antigamente, o marketing de conteúdo era muito mais voltado para sites, blogs e relacionados. Hoje, é possível trabalhá-lo inclusive nas redes sociais, criando e promovendo conteúdos para alcançar seguidores, o que muito bem faz a Startup Valeon.
Para entender um pouco mais sobre essa que é uma parte dos caminhos do marketing digital, trouxemos abaixo, especialmente para você que ainda está se familiarizando com o assunto, três grandes benefícios que ele promove para a valorização e crescimento das empresas.
Mostra a sua autoridade no assunto
Através do marketing de conteúdo é possível criar diversas publicações sobre temas variados que a sua empresa detém conhecimento e que podem auxiliar outras pessoas, inclusive futuros clientes.
Quando buscamos pela contratação de algum serviço, preferimos ter certeza de que aquela empresa ou profissional sabe do que está falando e que de fato irá nos ajudar no que precisamos, certo?!
Com o marketing de conteúdo é possível trabalhar a sua autoridade no assunto e mostrar para o público que deseja alcançar, o seu nível de conhecimento e como você poderá colocar toda a sua experiência em prática para auxiliar seus clientes.
De acordo com o nosso diretor de Marketing, Victor Brito, todo tipo de segmento pode contar com os benefícios do marketing de conteúdo. “Um professor pode mostrar sua experiência para atrair alunos, assim como uma empresa para vender seus produtos ou serviços, é possível trabalhar de diversas formas para construir a sua autoridade na internet e vender o que desejar.”
Criar autoridade é um dos pontos primordiais para qualquer empresa, pois favorece diretamente a valorização da empresa e de seus profissionais. Essa autoridade na internet a Startup Valeon já adquiriu.
Educa o cliente sobre o que você faz e a importância disso
Independente do tipo de negócio, há sempre uma parte do público que acha que pode, por exemplo, dispensar o profissional e fazer sozinho, muitas vezes sem experiência alguma, aquilo que ele faz.
Através do marketing de conteúdo, você compartilha conhecimento e, consequentemente, educa o seu público a entender melhor a importância do seu trabalho.
Com o tempo, as pessoas vão entendendo por que é muito mais importante contratá-lo e até o porquê de o seu serviço ou produto custar o que custa.
O público vai, pouco a pouco, assimilando a importância do seu negócio, adquirindo confiança e entendendo a sua autoridade.
Auxilia na divulgação e na captura de leads
Outro benefício do marketing de conteúdo para as empresas é a sua importância no desenvolvimento do SEO, na aquisição de palavras-chaves e no ranqueamento do site nas ferramentas de busca como o Google.
Ou seja, não é somente um tempo que se investe para compartilhar conhecimento, mas também um investimento em conteúdo que irá auxiliá-lo a trabalhar o posicionamento do seu site e alcançar melhores resultados, ajudando na divulgação e marketing digital do seu negócio.
Ao mesmo tempo, se o seu conteúdo for algo bacana, interessante, que de fato auxilie as pessoas, elas estarão sempre por perto, buscando meios de acompanhá-lo seja no seu blog ou nas redes sociais, tornando-se leads e futuramente clientes.
Você constrói um público relevante que se identifica com o seu negócio e que poderá consumir seus produtos ou serviços à medida que for se familiarizando mais com você e com aquilo que você vende.
Esses são apenas 3 dos inúmeros benefícios que o marketing de conteúdo pode entregar para a sua empresa. Para saber mais, confira o nosso site da Valeon ou entre em contato com a gente!
A Startup Valeon é uma nova empresa da região do Vale do Aço que tem um forte relacionamento com a tecnologia.
Em geral, elas se caracterizam por ser um negócio com ideias muito inovadoras e grande disposição para inovar e satisfazer as necessidades do mercado.
Seja nas formas de atendimento, na precificação ou até no modo como o serviço é entregue, as startups buscam fugir do que o mercado já oferece para se destacarem ainda mais.
Muitos acreditam que desenvolver um projeto de inovação demanda uma ideia 100% nova no mercado. É preciso desmistificar esse conceito, pois a inovação pode ser reconhecida em outros aspectos importantes como a concepção ou melhoria de um produto, a agregação de novas funcionalidades ou características a um produto já existente, ou até mesmo, um processo que implique em melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade ao negócio.
A inovação é a palavra-chave de qualquer startup. Essas empresas buscam oferecer soluções criativas para demandas que sempre existiram, mas não eram aproveitadas pelo mercado.
As startups procuram resolver problemas e oferecer serviços inovadores no mercado.
PT entrou com ação no STF para tentar barrar a realização da Copa América no Brasil. na foto, a presidente da legenda Gleisi Hoffmann| Foto: Lula Marques/Fotos Públicas
A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em Manaus, nesta quarta-feira (2), na Operação Sangria, que investiga desvios na saúde. O principal alvo foi o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC). Essa é a primeira vez que isso acontece a um governador do estado.
O curioso é que quando chegou na casa do empresário, Nilton Costa Lins Júnior, para cumprir um mandado, a PF foi recebida a tiros. Ninguém se feriu, felizmente.
Uma conclusão que cai por terra — mais uma vez — é a insistente narrativa de que o presidente Jair Bolsonaro influencia a Polícia Federal. Wilson Lima e Bolsonaro são aliados, mas de nada adiantou isso ontem.
Outro episódio que derruba essa história foi a operação contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, suspeito de facilitar o contrabando de madeira protegida da Amazônia. Vamos esquecer essas narrativas.
Porta aberta para governadores Imediatamente após a operação, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) pediu ao presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), que é ex-governador do Amazonas, que fosse antecipada a convocação de Wilson Lima para prestar depoimento na comissão. Essa decisão poderia ter sido tomada pelo próprio Aziz.
É bom lembrar que a esposa de Aziz já foi presa temporariamente duas vezes, por um total de cinco dias, em uma operação que investigava, vejam só, desvios na saúde do Amazonas. Dois irmãos dele também foram detidos pelo mesmo motivo. Mas, atualmente, as investigações estão suspensas.
Voltando ao Lima. Ele foi um dos que assinou a ação no STF para suspender a convocação de governadores na CPI. Mas ele será convocado mesmo assim. O depoimento foi marcado para o dia 10 deste mês. Com essa porta aberta, outros chefes de Estado terão que comparecer também.
“Feixe de luz” na CPI Aliás, a CPI está cada vez mais risível. O problema é que quando cai no ridículo os senadores perdem a credibilidade — não que alguns deles tenham credibilidade.
Nesta quarta, a médica Luana Araújo foi perguntada pelo senador Heinze (PP-RS) sobre quantos pacientes com coronavírus ela atendeu e ela afirmou que não sabia, que não tinha contado. Ainda assim, ela afirma ter soluções para a pandemia.
Todo mundo a tratou bem. Omar Aziz chegou a dizer que ela é um “feixe de luz”. Quando os senadores faziam perguntas que poderiam deixá-la desconfortável, eles eram interrompidos por alguns. É isso que nós temos visto todos os dias na CPI.
É muita hipocrisia Achei muito engraçado o PT entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir a Copa América no Brasil. Logo eles que fizeram a maior força no passado para promover a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 no Brasil. Eu ouvi declarações antigas do ex-presidente Lula. Em uma delas, ele diz “não se faz Copa do Mundo com hospital, tem que fazer com estádio” para justificar gastos exorbitantes com arenas de futebol.
A outra afirmação que escutei é de 2013 em que ele afirma: “tem gente que acha que não pode fazer Olimpíada porque não tem hospital. Olha, sinceramente, acho isso um retrocesso enorme”.
É interessante a hipocrisia. Não só do PT, mas também de quem transmite o Campeonato Brasileiro e é contra a Copa América. Tem também os que estão se preparando para a Olimpíada de Tóquio, sendo que os japoneses ainda não imunizaram com duas doses nem 3% da população.
A força do agronegócio A XP Investimentos sinalizou que o PIB brasileiro pode crescer 5,2%. A Bolsa de Valores de São Paulo está se aproximando dos 130 mil pontos. O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo.
Já somos o maior em soja e o segundo em milho. Os suinocultores abateram 57 milhões de porcos em 2020. Esse é o futuro. A China está estimulando as famílias a terem um terceiro filho. Com mais bocas para alimentar, o mercado do agronegócio vai aumentar. Esse é o futuro que deixa desesperados aqueles que querem puxar o Brasil para baixo.
Nise Yamaguchi foi a vítima da vez. É mais uma mulher a sofrer com o machismo, a falta de educação e a arrogância daquele grupo de senadores da CPI da Covid que não quer investigar nada, apenas tentar a todo custo tirar uma frase, um mísero depoimento que seja para confirmar a tese pré-concebida de que o presidente Bolsonaro é o responsável pelas mortes de Covid-19 no Brasil.
Até parece que no resto do mundo não há um vírus mortal em circulação. Até parece que não houve desvios de dinheiro da Saúde nos estados e municípios, já largamente expostos pelas investigações da polícia federal e do Ministério Público.
Os senadores insistem que o culpado é o presidente e voltam sua verve inquisitória contra médicos que, onde já se viu, decidiram tratar seus pacientes logo nos primeiros sintomas com os remédios disponíveis no mercado.
Gente inconsequente assim, que não entende que o correto é largar os pacientes à própria sorte com um comprimidinho para dor de cabeça e a orientação para ficar em casa até ter falta de ar, merece ser mesmo ser jogada aos leões (no caso, às hienas do Senado). E foi o que aconteceu com a Dra. Nise Yamaguchi nesta terça.
Nise Yamaguchi, os machistas do Senado e o duplo padrão das feministas Não imaginei que precisaria voltar tão cedo ao tema do abuso de senadores metidos a delegados quando têm diante de si uma mulher, mas aconteceu de novo. Apenas uma semana depois de vermos a Dra. Mayra Pinheiro passar horas sendo interrompida pelos machos do Senado, a filha de imigrantes japoneses, de fala mansa e currículo extenso, foi tratada como se fosse uma criminosa pega em flagrante delito.
Não há como se calar diante dos absurdos daquela inquisição acusatória contra a médica oncologista e imunologista, com 40 anos de serviços prestados ao tratamento de pacientes (mais de 15 mil atendidos), vasta experiência acadêmica internacional e reconhecimento também com pesquisadora, com doutorado em biologia molecular.
E bato de novo em outra tecla: a da falta de empatia da turma que finge defender mulheres vítimas de qualquer tipo de agressão. Essas pessoas não só não defenderam a Dra. Nise, como partiram também para o ataque, reforçando o deboche nas redes sociais, exatamente como já tinham feito com a Dra. Mayra Pinheiro na semana passada.
A exceção foram duas senadoras de oposição ao governo e ao tratamento precoce defendido pela Dra. Nise, que se manifestaram diante de uma das sequências de interrupções bruscas no depoimento. Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Leila Barros (PSB-DF) reclamaram que a médica não conseguia concluir um único raciocínio e que homens não eram tratados dessa forma na CPI.
Se para as feministas em geral o que vem acontecendo na CPI da Covid pouco importa, para milhares de mulheres que não se sentem representadas pelo discurso rancoroso dessas falsas defensoras das causas femininas, importa.
O bordão “mexeu com uma, mexeu com todas” pode estar esquecido pelas adeptas do feminismo seletivo, mas é nessas horas que precisa ser lembrado pelo maior número possível de mulheres.
É triste ver mais um episódio de machismo explícito no Senado, a suposta casa da temperança, onde deveriam estar parlamentares preparados e ciosos de sua responsabilidade de representar não apenas pessoas, mas os entes federativos.
É também lamentável ver os senadores desperdiçando uma chance única de apurar corrupção nos governos estaduais e municipais, enquanto tentam sustentar narrativas que interferem na autonomia médica e na relação médico-paciente, algo que está fora da alçada legislativa.
Abusos e esclarecimentos No vídeo que acompanha este artigo juntei trechos da famigerada sessão de terça-feira na CPI da Covid para ir pontuando as tentativas de alguns senadores de impedir que a Dra. Nise Yamaguchi compartilhasse um pouco do muito que estudou e sabe sobre Covid-19. (CPI da Covid: desrespeito no depoimento de Nise Yamaguchi – YouTube)
Fiz questão também de dar voz a esta médica que já foi chamada a ajudar ministros da Saúde dos governos FHC e Lula, antes de ser convidada pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, do atual governo Bolsonaro, para compartilhar sua experiência clínica tratando doentes graves e salvando vidas durante a pandemia.
Não vou transcrever trechos do depoimento, porque este é realmente o tipo de assunto que precisa ser visto e ouvido para ser melhor compreendido. Prepare o estômago, porque a atitude de alguns senadores chega a causar náuseas.
Há também algumas falas sem interrupção. Deixei fluir no vídeo os raros momentos em que a Dra. Nise Yamaguchi conseguiu falar. Assim a voz desta profissional, que vem salvando tantas vidas, chega ao maior número possível de brasileiros.
Para assistir ao vídeo basta clicar no play da imagem no topo da página. Como degustação destaco uma fala em tom de desabafo do presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM). Ele é um dos que costumeiramente ajudam a criar um clima hostil nos interrogatórios, mas não gostou de ver a interrupção brusca já na primeira resposta da depoente.
“Desse jeito o Brasil tá lascado, ‘mermão’.”
Senador Omar Aziz, pres. CPI da Covid, na sessão em 1 de junho Veja com seus próprios olhos a petulância do senador Otto Alencar (PSD-BA) querendo dar um de professor em dia de prova oral, ignorando as respostas que a “aluna” Yamaguchi dava e, no fim, respondendo ele próprio o que havia perguntando (repetindo a resposta dada por ela três vezes seguidas antes) e ainda dizendo: “a senhora não sabe a resposta”. Ridículo é pouco para definir a cena.
Nise Yamaguchi acerta sobre protozoário e vírus e senador Otto Alencar erra taxonomia Não à toa o movimento Médicos Pela Vida e o Conselho Federal de Medicina divulgaram cartas de repúdio ao tratamento dado à Dra. Nise Yamaguchi na sessão que abriu os trabalhos da CPI neste mês de junho. E os assinantes da Gazeta do Povo também externaram sua revolta com veemência.
“Eu vivi para ver uma mulher com currículo invejável, dando um show de educação, calando a boca de muito marmanjo metido a ‘dotô’.”
Assinante da Gazeta do Povo
“Paciência e estômago para suportar tanta cretinice. Ver uma médica do nível dela ser emparedada por gente dessa estirpe é constrangedor. Alguns chamam de circo, mas seria uma tremenda injustiça com os representantes de um segmento artístico tão valioso”, escreveu outro assinante na área de comentários de uma reportagem sobre a CPI.
“Mais um dia de vergonha para os inquisidores. Falta o quê para esses palhaços saírem do picadeiro?”, perguntou um terceiro, bastante indignado. Deixe você também sua opinião sobre a postura dos senadores e participe do debate. A minha está toda externada no vídeo acima.
O que Shakespeare tem a dizer sobre Renan Calheiros e a maldade
Por Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo
O verso “O homem é mau e reina na maldade” reduz o homem a um amontoado de perversidade ambulante. Pode servir para Calheiros. Mas não para todo mundo.| Foto: Fotos Públicas
“O homem é mau e reina na maldade”. Essa é a conclusão do estranho Soneto 121, de William Shakespeare. Eu tinha uns 12 anos quando me deparei com a frase numa Reader’s Digest qualquer. Na época, não sabia nem o que era soneto nem maldade. Mas desde então a frase me assombra e enoja como uma barata existencial que preciso esmagar todas as manhãs para sobreviver.
O curioso é que, na tradução de Vasco Graça Moura, o verso, aqui e ali usado como prova de que Shakespeare não era muito afeito aos seus semelhantes ou de que o ser humano é incorrigível em sua perversidade, tem um sentido totalmente diferente. Ele encerra o poema dando a entender que é a retidão que triunfa sobre a maldade, restrita aos “oblíquos” que buscam, mas nunca alcançam, a primazia do mal.
Eu recto, eles oblíquos, nem podiam seus pensamentos vis medir-me os actos, a menos que esse mal fique de vez e, todos maus, governe a malvadez.
Traduções à parte, o fato é que me lembrei do sombrio diagnóstico shakespeariano ontem, ao assistir à sessão da CPI (Circo Parlamentar da Ignomínia) da Covid que interrogou a médica Nise Yamagushi. Ao longo de toda a sessão de tortura, as palavras de Shakespeare me vinham como uma espécie de saco de risadas acionado sempre que os senadores Renan Calheiros e Omar Aziz se manifestavam.
Às 13 horas, quando outros compromissos me impediram de acompanhar o espetáculo funesto da nossa Câmara Alta, o estrago já estava feito. Eu estava semiconvencido de que, sim, o homem é mau e reina na maldade. E a maior prova disso é o senador alagoano e sua verve cínica, marcada pelo escárnio e pelo desprezo a tudo o que remotamente se assemelha à virtude.
Será que havia por aí outras pessoas na mesma condição? Pessoas que, no cotidiano, abrem sorrisos sinceros e distribuem abraços fáceis e procuram na palavra alheia sempre algo de bom, mas que, por causa de gente como o senador Renan Calheiros, hoje vislumbraram a ruína desse castelo panglossiano?
Imagine o bafo na alma! Por mais que eu seja xingado de ingênuo, realmente acredito que é impossível para um corrupto (e, aqui, uso a palavra em seu sentido mais amplo, isto é, o de uma pessoa que se deixou afogar num pântano de más intenções) ser genuinamente feliz. Esse é o truque para compreender a maldade: ela tem em si um componente de sadismo que impede que o homem mau sinta o prazer que tanto busca no sofrimento alheio. O castigo do homem corrompido é a insatisfação eterna.
“Mas por que Deus deu a esses abutres a capacidade de planar e ver a beleza do mundo do alto?”, perguntei para o apartamento vazio, pensando justamente na aparente vida fácil de um senador que parece ter como único propósito de vida atazanar os outros. Ao ouvir minha voz, a Catota veio me estudar com seu olhar de felino julgador e seu ronronar generoso. Com a gata devidamente encolhida no meu colo, lembrei-me da resposta para a pergunta retórica: “Abutres se alimentam do que é podre. Imagine o bafo na alma!”. Foi assim que vi restabelecida, ainda que parcialmente, minha esperança.
Minha opção por rejeitar a conclusão fatídica de Shakespeare é racional e, portanto, intencional. Demanda certo esforço da razão e do espírito. Tenho cá nas minhas costas cicatrizes o bastante que me provam que, exageros poéticos à parte, o ser humano é, sim, mau e reina na maldade. Mas em algum momento dos últimos anos decidi ignorar o latejar insistente dessas feridas para me ater aos pequenos atos de bondade que fazem o meu dia.
Para me ater ao nascer do sol que registro diariamente como se fosse novidade. Ao ronrom da Catota. À risada do meu filho. Ao olhar apaixonado da minha mulher. À conversa matutina diária que tenho com meu amigo Cidão. À gargalhada de algum mendigo feliz por ter recebido um pão amanhecido de um benfeitor qualquer. E isso é algo que nenhum Shakespeare ou Calheiros vai me tirar.