quinta-feira, 3 de junho de 2021

BIDEN DESCONFIA QUE A DISSEMINAÇÃO DO VÍRUS FOI PARA BENEFICIAR TRUMP

 


A Origem: Biden, China e a nova Caixa de PandoraPandemia x Geopolítica

Por
Daniel Lopez – Gazeta do Povo

Investigação sobre o coronavírus aumente tensão entre EUA e China| Foto: AP/Getty Images/Nikkei Asia

Em janeiro de 2020, eu conversava com alguns médicos sobre o que pensavam das notícias relacionadas ao novo vírus que havia aparecido na China. A esmagadora maioria defendia que se tratava, provavelmente, de um problema interno, sem potenciais riscos de transformar-se numa questão mundial. A opinião de grande parte dos analistas do mercado seguia na mesma linha. Minhas pesquisas indicavam o contrário. Um dos critérios que utilizei para suspeitar que haveria uma abrangência maior era o fato de que estávamos entrando num ano de eleições americanas, que sempre trazem a famosa Surpresa de Outubro, aquele evento extraordinário de grande potencial midiático para influenciar o resultado do pleito nacional, que tradicionalmente acontece no mês de novembro. Dessa forma, eu temia que o “sistema” (na ótica de Trump, composto por Big Tech, Big Media e Big Money) não perderia a oportunidade de usar a então incipiente crise sanitária como uma espécie de coringa contra a reeleição do presidente republicano.

Porém, outro aspecto de minhas investigações conduziu a um criterioso estudo sobre os laboratórios dedicados a pesquisas biológicas de segurança máxima, um tema ainda desconhecido do grande público e que apenas recentemente recebeu “autorização” para ser tratado nas plataformas online. Durante o ano de 2020, o tema sobre a origem do famigerado vírus foi transformado numa espécie de Caixa de Pandora, um tópico proibido, um tabu. Qualquer referência ao assunto era automaticamente classificada como negacionismo, ignorância e, até mesmo, xenofobia, principalmente quando proferido por Trump ou pelo presidente brasileiro. No entanto, de uma hora para outra, o assunto tornou-se não apenas aceitável, tanto pela mídia quanto por cientistas, mas foi transformado em ordem do dia, a matéria mais importante do momento. Ganhou outra coloração quando trazido à tona por Joe Biden, que ordenou, inclusive, uma extensa investigação sobre as origens do agente infeccioso. Essa mudança não é ocasional nem aleatória. É bem provável que exista uma grande estratégia geopolítica por trás de tão drástica alteração de postura. Contudo, antes de abordar esse aspecto, gostaria de trazer algumas informações.

No início do ano passado, fiz uma série de estudos sobre o estranho surto que preocupava o governo de Pequim. Um dos textos que usei de base foi um artigo publicado no dia 22 de fevereiro de 2017, diretamente da cidade de Wuhan, por David Cyranoski, na importante revista Nature. O título é Inside the Chinese lab poised to study world’s most dangerous pathogens (“Dentro do laboratório chinês pronto para estudar os patógenos mais perigosos do mundo”, em tradução livre do inglês). Nele, o correspondente da Nature na Ásia explica que o laboratório de Wuhan estava prestes a receber autorização para trabalhar com os agentes mais perigosos do mundo. A inauguração fazia parte de um projeto para construir entre cinco e sete laboratórios de nível 4 de biossegurança (BSL-4) em toda a China continental até 2025. O jornalista afirma, então, que a notícia foi recebida, ao mesmo tempo, com entusiasmo e preocupação.

No segundo parágrafo, o correspondente ressalta que alguns cientistas fora da China estavam muito apreensivos com a possibilidade de “fuga de patógenos” e com o “acréscimo de uma dimensão biológica às tensões geopolíticas entre a China e outras nações”. Quando li esse trecho pela primeira vez, fiz a mim mesmo a seguinte pergunta: “Já houve, por acaso, alguma ocorrência de fuga de patógenos de alta periculosidade?”. A resposta não é muito reconfortante. Reproduzo aqui o trecho da matéria que respondeu minha dúvida:

“O vírus SARS escapou de instalações de contenção de alto nível em Pequim várias vezes, observa Richard Ebright, biólogo molecular da Universidade Rutgers em Piscataway, Nova Jersey. Tim Trevan, fundador da CHROME Biosafety and Biosecurity Consulting em Damascus, Maryland, diz que uma cultura aberta é importante para manter os laboratórios BSL-4 seguros, e ele questiona quão fácil seria isso na China, onde a sociedade enfatiza a hierarquia” (tradução livre do inglês).

No trecho final do artigo, há dados ainda mais preocupantes. O autor cita que o biólogo Richard Ebright, quando questionado sobre o tema, colocou em dúvida a necessidade de mais de um laboratório BSL-4 na China continental. Ele receava que a iniciativa tivesse como motivação responder à grande quantidade de instalações de pesquisas biológicas espalhadas pelos Estados Unidos e Europa, que, segundo ele, também seriam injustificadas. O pesquisador acrescentou que o incomodava o fato de as pesquisas envolverem testes em primatas, o que poderia representar um nível ainda maior de risco, uma vez que são animais maiores, mais fortes e com capacidade de correr, arranhar e morder. Isso tudo começa a ficar muito estranho quando lemos que, segundo o Wall Street Journal, três cientistas de Wuhan buscaram tratamento hospitalar após ficarem doentes um mês antes do primeiro caso oficialmente confirmado de Covid-19.

Analisando novamente este artigo de 2017, muitas coisas passam a fazer mais sentido. Temos, inclusive, a impressão de que seria até muito nobre e justificado o recente interesse de Biden sobre a origem de tudo. Mas não podemos esquecer que o novo presidente americano possui uma agenda que caminha de mãos dadas com o Complexo Industrial-Militar, sempre ávido por iniciar novas guerras. Vocês se lembram quando Bush estava com muita pressa para invadir o Iraque, e procurava incansavelmente um motivo para inaugurar sua campanha bélica no Oriente Médio? A resposta veio com o suposto perigo trazido pelas armas de destruição em massa – tudo baseado em informações duvidosas, segundo demonstraria o Relatório Chilcot. Tenho o receio de que estamos diante de um cenário muito semelhante. Porém, desta vez, o perigo seriam armas biológicas. Olhando friamente para tudo isso, repito o que disse em janeiro de 2020: não estou gostando nada disso.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/daniel-lopez/a-origem-biden-china-e-a-nova-caixa-de-pandora/
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REVOGAÇÃO DE LEI DE SEGURANÇA NACIONAL FICA PARADA NO SENADO

 

  1. Política 

Casa nem sequer definiu um relator para analisar projeto que altera a legislação elaborada no período da ditadura militar; proposta já foi aprovada na Câmara

Camila Turtelli, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – Um mês após a Câmara decidir pela revogação da Lei de Segurança Nacional (LSN), a medida ainda segue em vigor. O projeto que altera a legislação elaborada no período da ditadura militar empacou no Senado, que nem sequer definiu um relator para analisar a proposta. O governo é contra a redação aprovada pelos deputados e atua para barrar o projeto. Enquanto isso, a regra segue sendo usada para inibir críticos do presidente Jair Bolsonaro.

Um dos casos mais recentes ocorreu no início da semana, em Trindade (GO), onde um policial militar deu voz de prisão a um professor que se negou a retirar do seu carro uma faixa em que chamava Bolsonaro de “genocida”. O agente de segurança citou como justificativa artigo da LSN que trata como crime “caluniar” o presidente da República, com pena de até quatro anos de detenção. A Polícia Federal, no entanto, não viu ilegalidade e liberou o professor.

Para a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), a ação do policial poderia ter sido evitada caso o Senado já tivesse revogado de uma vez a lei atual. “É estarrecedora e fruto de total abuso de autoridade a prisão do professor em Goiás. Esse despojo da ditadura vem sendo utilizado como medida de intimidação contra os cidadãos que se manifestam pacificamente contra o governo”, afirmou ela, que é autora de um projeto semelhante ao que foi aprovado na Câmara para substituir a LSN. “Vamos cobrar a votação da proposta e levar o assunto ao colégio de líderes na próxima reunião”, afirmou Gama ao Estadão/Broadcast. Desde a aprovação pelos deputados, no dia 4 de maio, o Senado já realizou dez sessões e votou outros 38 projetos.

O plenário do Senado Federal
O plenário do Senado Federal Foto: Dida Sampaio/Estadão

Entre os motivos apontados por senadores para o freio está a necessidade de se ampliar o debate sobre a mudança. Ao revogar a LSN, a Câmara criou no lugar a chamada “Lei do Estado Democrático”, que tem como pressuposto, entre outros pontos, instituir o crime de golpe de Estado, inexistente na legislação atual nestes termos. O texto, porém, sofre resistência de governistas, que tentam barrar a previsão de prisão de até cinco anos para quem fizer disparos de fake news em massa durante o período eleitoral.

Bolsonaro é alvo de ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que investigam, justamente, a contratação de empresas de tecnologia para disparo de mensagens em massa pelo WhatsApp durante a campanha em que foi eleito, em 2018. O tribunal, no entanto, já rejeitou processos semelhantes por falta de provas.

Aliados do presidente também são contrários a retirar da lei a punição para quem caluniar ou difamar o presidente da República, sob o argumento de que seria uma “carta branca” para Bolsonaro ser chamado de “genocida”. Apesar da pressão governista, o trecho foi revogado pela Câmara.

“O texto aprovado na Câmara vai ter que ser analisado com calma, pois há temas delicados como a inclusão de 14 novos crimes, os chamados ‘crimes contra o Estado Democrático de Direito’”, afirmou o vice-líder do governo, senador Marcos Rogério (DEM-RR), que cita entre os “novos crimes” o compartilhamento de mensagens em massa nas eleições. Ele se diz favorável à revogação da LSN, que chama de “entulho autoritário”, mas pede cautela com o que vai ser aprovado no lugar. “Teve uma nova Constituição em 1988 e a LSN tinha que ser interpretada à luz dela”, disse.

Como mostrou o Estadão no domingo, a ofensiva jurídica de Bolsonaro contra críticos ao governo tem sofrido seguidos reveses na Justiça e no Ministério Público. Ao menos dez pedidos de investigações, quatro delas baseadas na LSN, foram suspensas nos últimos meses. Para especialistas, apesar de derrotadas nos tribunais, as ações servem como uma forma de intimidação a oposicionistas.

O número de procedimentos abertos com base na lei pela Polícia Federal para apurar supostos delitos contra a segurança nacional aumentou 285% nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro, na comparação com o mesmo período das gestões Dilma Rousseff e Michel Temer.

Oposição

Além de governistas, partidos de oposição também defendem mudanças na proposta aprovada na Câmara. Parlamentares de siglas de esquerda veem uma brecha que, na visão deles, permitiria criminalizar a atuação de movimentos sociais.

Na Câmara, a relatora do projeto, deputada Margarete Coelho (Progressistas-PI), acatou em parte a demanda da oposição e acrescentou uma ressalva para resguardar a manifestação crítica aos poderes e reivindicação de direitos por meio de passeatas, reuniões, greves, aglomerações ou qualquer outra forma de manifestação política. A mudança, porém, não foi suficiente e parlamentares pedem que essa “blindagem” seja mais clara.

Prioridade

Diferentemente do Senado, na Câmara o projeto foi tratado como prioridade e contou com o apoio do presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas-AL). Ao revogar a LSN, os deputados se anteciparam a uma possível decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para limitar o alcance da legislação atual. Ao menos cinco ações de partidos políticos, sob relatoria do ministro Gilmar Mendes, questionam trechos da regra em vigor, e magistrados já indicaram ver inconstitucionalidades.

Durante as discussões na Câmara, Margareth Coelho chegou a se reunir com o presidente do Corte, Luiz Fux, para pedir que aguardassem uma definição do Congresso Nacional antes de as ações que questionam a LSN serem julgadas. O argumento foi o de que o STF poderia se debruçar sobre uma legislação que já não teria mais validade.

O impasse do Senado para analisar a revogação da LSN é visto com apreensão por ministros do Supremo, mas o discurso é de que o ideal é aguardar uma “solução política”. A preocupação da Corte é que uma decisão agora seja interpretada como mais uma interferência do Judiciário no momento em que o Legislativo ainda discute a medida.

“Esse fato envolvendo um professor em Goiás é emblemático da importância da Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito (que substitui a LSN), porque a livre manifestação do pensamento é um direito constitucional, é um dos pilares da democracia”, disse Margareth Coelho ao Estadão/Broadcast Político, que disse caber a ela agora apenas aguardar o avanço do seu projeto no Senado.

Procurado, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), não respondeu aos questionamentos da reportagem.

quarta-feira, 2 de junho de 2021

O CONHECIMENTO COMO PAIXÃO

 

  1. Cultura 

Afogado em livros e contando com apoio da família de classe média, Glauco nunca pensou no momento posterior. Sua paixão era o conhecimento

Leandro Karnal, Especial para o Estado

Glauco fez um bom curso de Filosofia. Leu os clássicos, dominou inglês, francês e até, após muitos esforços, era capaz de explorar o texto do imperador Marco Aurélio em grego. Seu empenho no debate conceitual era bem recebido pelos professores. Era um bacharel e licenciado em Filosofia, com três letras mágicas no diploma: USP.

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Obra ‘Escola de Atenas’, feita entre 1509 e 1511, por Rafael, com filósofos gregos Foto: Reprodução

Afogado em livros e contando com apoio da família de classe média, ele nunca pensou no momento posterior. Sua paixão era o conhecimento. Como todos os seus colegas, ironizava autoajuda, coach e o tom dominante das frases que circulavam nas redes. Irritava-se com os recortes que se fazia, especialmente de Nietzsche, transformando o alemão em incentivador de carreiras: “Torna-te quem tu és”. 

Ele começou a dar aula e queria, realmente, ensinar a pensar. Elaborou provas simples. As respostas estavam, com frequência, no enunciado da questão. Mesmo assim, mais da metade da turma achava que “filosofar” era “dar a sua opinião” e tinham rendimento ruim. Como os alunos eram clientes antes de tudo, a escola concordou que o professor era complexo demais e não conseguia se comunicar com o grupo discente. Foi demitido no fim do primeiro semestre.

Sem a escola, por ironia do destino, conseguiu emprego na redação da mesma revista que ele atacara em sala de aula como exemplo de má divulgação. Envergonhava-se de estar nela. Tentava se consolar com exemplos de Voltaire simplificando coisas para Frederico ou Descartes para a rainha Cristina. A publicação era menos do que uma corte ilustrada da Europa moderna. A revista tinha de vender e o que agrada ao grande público é uma tabela simples com cinco pontos centrais na obra de Tomás de Aquino ou boxes com detalhes picantes da vida de Michel de Foucault. Menos de um ano após a formatura, nosso jovem estava escrevendo sobre a relação do francês com garotos de programa em saunas da Califórnia. 

Glauco tivera dificuldades como professor, todavia, curiosamente, estava prosperando como um “fofoqueiro” filosófico. Gostaria de assinar com um pseudônimo. Tinha medo de que o professor Franklin Leopoldo Silva lesse um daqueles textos. A revista acrescentou a foto dele em uma coluna do tipo: “Tudo o que você queria saber sobre os filósofos e tinha medo de perguntar”. A sífilis de Nietzsche passou a ter enorme importância. Marx e o filho ilegítimo com a empregada? Quem quer saber das ideias do Capital? Nada! Como era a criança e como a esposa reagiu era o interesse. Verdade que Engels sustentou a criança? Platão saía com outros homens? Detalhes da proverbial falta de higiene de Diógenes eram sucesso absoluto. Havia espaço para explicar um princípio como “a navalha de Ockham”, desde que os exemplos envolvessem alguma relação com o Big Brother. Anacronismo? Desvio? Falácias? Ninguém que comprava a revista ou acessava o site tinha inclinações para tais sutilezas. O sucesso de Glauco crescia. Era grande, igualmente, a dor do nosso jovem filósofo. 

Houve novidades. Surgiram os cursos do YouTube. Nosso professor, agora com 26 anos, poderia falar para muita gente. Gravou uma aula sobre ética em Kant. Comparou com outras concepções da área e analisou um parágrafo do autor por meia hora. Mostrou o peso de cada palavra e da argumentação. Identificou interpretações divergentes sobre o trecho e, por fim, usou termos como hermenêutica, imperativo categórico, etc. Finalmente, parecia, tinha dado uma aula de Filosofia, ainda que de História da Filosofia, mas uma experiência que ele poderia ter tido na USP. Vaidoso, achou sua exposição sobre ética kantiana muito bem estruturada e original. Postou o vídeo e recebeu enormes elogios. As 14 pessoas que o viram disseram que era muito bom e que aguardavam novos vídeos. 

A escassez de público o abalou mais do que a demissão na primeira vez. Glauco habitava um limbo: era técnico demais para o grande público e raso demais para os acadêmicos que condenavam sua experiência na revista popular. E… havia contas, uma proximidade com a namorada que já indicava vida estável. As sereias do mundo imanente cantavam. Ele não poderia se amarrar ao mastro do navio como Ulisses. Teria de verificar o valor da passagem para chegar a Ítaca. 

Glauco andava sobre dois mundos, sem cidadania fixa. Refletiu e fez um vídeo sobre Schopenhauer com boas frases e imitando sotaque de alemão. Duração? Quinze minutos, com piadas da relação do filósofo com Hegel. Pediu ajuda a um amigo designer digital e encheu o vídeo de imagens, efeitos e de música. Resultado? Oito mil visualizações. O segundo vídeo do novo modelo, agora sobre Erasmo de Roterdã, saltou para 40 mil visualizações. Frases costuradas aqui e ali, uma tirada cômica, câmera ágil e, de repente, o site monetizado estava pagando mais do que a escola que o demitira anos antes. 

O sucesso era exponencial. Ele tinha descido do muro e aberto um delivery com as sereias do mercado. O vídeo sobre como cada filósofo encararia uma live chegou aos trending topics. Como você encerraria essa história? Haverá esperança?

É HISTORIADOR, ESCRITOR, MEMBRO 

DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS, 

AUTOR DE ‘O DILEMA DO PORCO-

ESPINHO’, ENTRE OUTROS

OUVINDO MÚSICA NA PANDEMIA

 

  1. Cultura 

Como combinar o amor daqueles que fabricamos com o nosso sangue, com a dramática obrigação de “educar” e corrigir, podar e, no extremo, punir – tudo isso que vem de fora, dos costumes, para a nossa intimidade?

Roberto DaMatta, ESPECIAL PARA O ESTADÃO

A alegria musical é, então, a da alma, convidada excepcionalmente a se reconhecer no corpo. 

Claude Lévi-Strauss 

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George Gershwin Foto: Reprodução

Cresci numa casa sem livros, mas com um piano. E mais que isso: com uma pianista que “tocava tudo” e era mãe e “dona da casa”. Uma “dona” ciente de que o mandão da “porta da rua” em diante era o marido. O pai que, preocupado com os seis filhos e a “carestia de vida”, não tocava nada. Estava sempre preocupado com sua pré-ocupação. Era austero e, pouco falando, errava pela mudez. Mas nos levava à praia, à piscina e ao cinema. Adorava os filmes de Tarzan e de guerra, então em moda. Quando via um filme excepcional, dizia: “esse é de encher a medida”.

Eu me arrependo de não ter falado – confesso ao leitor nesta coluna escrita com o coração – com ninguém o quanto eu os amava. 

O mundo nos obriga a disciplinar e a “dar exemplo” e isso torna as relações entre pais e filhos um elo insolúvel. Se perguntam demais, são insolentes ou intrusos. Se ficam afastados, viram indiferentes. Como combinar o amor daqueles que fabricamos com o nosso sangue, com a dramática obrigação de “educar” e corrigir, podar e, no extremo, punir – tudo isso que vem de fora, dos costumes, para a nossa intimidade? A preocupação com o “educar” é difícil e quase sempre reprime o encontro amoroso com os filhos.

A música do piano de mamãe fazia esse ligação de modo preciso e alegre. E, assim, ela ficou para sempre nos nossos corações. 

As melodias “entram” pelos ouvidos e fazem do escutar um ouvir ou do ouvir um escutar. Um ouvir, porém, cujo entendimento não requer nenhum esforço porque, dentro de cada um de nós, a música encontra um sentido imediato (de indiferença, repulsa ou de imenso prazer) sem nenhuma mediação. Em todas as linguagens, há uma diferença entre o som e o sentido – esse clássico enigma da comunicabilidade. A música, entretanto, como diz Lévi-Strauss, é uma linguagem nua: um código no qual som e sentido se confundem.

De fato, ao ouvir uma melodia, não cabe perguntar se ela é entendida ou não. Seu propósito é complicado (senão misterioso), justo porque ela pode ser instrumentalizada, e ajuda a despertar alguma emoção ou identidade (caso dos hinos nacionais e as músicas de amor ou de carnaval), mas a música não tem finalidade, exceto a de existir. É o belo em estado puro, pois nem material ela precisa ser para se materializar. Se o escultor usa mármore ou bronze e o pintor, tela e tinta, o músico usa o próprio som que passa em sucessão harmônica e, passando, fica na nossa memória musical, uma recordação, aliás, especial e a última que perdemos. 

A música é uma linguagem que dispensa tradutores e nos obriga a tomar parte dela pela passividade e, muitas vezes, pelo gesto ritmado. O que confunde numa língua estrangeira é descobrir o que o som exótico significa. Mas, na música, conforme aprendi com Lévi-Strauss, tem-se uma língua na qual som e sentido chegam juntos – são inseparáveis. 

Mamãe foi um prodígio ignorado pelo meio no qual nasceu e cresceu. Aos 5 anos, tocou uma música folclórica que fez com que sua professora deixasse de cobrar as aulas para a menina talentosa. Vivendo numa casa sem piano, a mãe viúva de mamãe pediu a um carpinteiro que fabricasse numa tábua as 88 teclas desenhando nela seus sustenidos e bemóis. Foi nesse “teclado” de mentira que mamãe descobriu a profunda lição de que, na vida como na arte, tudo é simbólico e até mesmo os sons existem somente na nossa mente e cultura. 

Todos os dias, a pianista deixava de ser dona de casa, mãe e esposa e, no final da tarde – um pouco antes do jantar –, ela dava um recital caseiro, fazendo o piano substituir as rotinas particulares da casa pela criação universal da música. De harmonias que nem sempre existiam no grupo.

Talvez, quem sabe, as músicas escolhidas de Ary Barroso, Eduardo Souto, Chopin, Liszt, Lamartine Babo, Pixinguinha, Jobim, Strauss, Franz Lehár, Gershwin, Jerome Kern, Cole Porter e Irving Berlin tivessem alguma intenção velada. Quem sabe faziam parte de um código secreto, familiar aos adultos, desenhado para aguentar este mundo. 

Mamãe tocava e, muitas vezes, cantava e explicitava a súbita beleza das letras. Na medida em que envelheceu, foi recitando cada vez mais as letras ao mesmo tempo em que mencionava os nomes das pessoas que gostavam de tal ou qual canção. Eu aprendi inglês com as músicas americanas tocadas por Lulita (era o seu nome). Ela adorava o refrão “I love you, and you love me”, tão rotineiro nessas músicas – hinos a uma reciprocidade banida da vida moderna…

Todo dia, eu ouço música. Todos os dias, a música traz no seu espírito a alma das pessoas que me fizeram humano e que estão nas harmonias que escuto no centro do meu ser. Cada melodia faz surgir uma alma que a música libertou da minha alma. Vejo os irmãos, os tios e o pai orgulhoso, mas ciumento, da mulher com aquele talento dividido pelo piano. Vejo muito as namoradas com as quais dividi um amor virginal. 

Pode haver coisa mais sublime do que viver o belo no bom piano daquela que lhe trouxe ao mundo? 

É ANTROPÓLOGO SOCIAL E ESCRITOR, AUTOR DE ‘FILA E DEMOCRACIA’Tudo o que sabemos sobre:músicaTarzanPixinguinhaEduardo SoutoFrederic ChopinCole Porter

IDENTIDADE VISUAL É IMPORTANTE PARA AS EMPRESAS

 

Criativito

Mesmo que a importância sobre ter uma marca bem definida seja constantemente abordada, ainda existem algumas empresas, principalmente pequenas, médias e organizações sem fins lucrativos, que não reconheceram ainda esse processo tão necessário para quem deseja se destacar e crescer.

Seja qual for o segmento da sua empresa, seja ela uma organização sem fins lucrativos ou não, todos precisamos vender o nosso peixe para nos mantermos no mercado, não é verdade?!

Seja por exemplo para arrecadar fundos, buscar novos voluntários, ou para revelar uma nova visão ao conselho, ou para se apresentar a empresas de capital de risco, enfim…Todos estamos o tempo todo vendendo.

Uma identidade visual estratégica e bem estruturada, nos permite ter a possibilidade de construir uma consciência e entendimento sobre nossos pontos fortes, conseguimos nos comunicar com mais clareza e podemos entregar uma proposta de valor muito mais coerente para aqueles que desejamos atenção.

Para deixar esses pontos mais claros, trouxemos abaixo 3 razões pelas quais a sua empresa deve investir na identidade visual. Vale enfatizar “o quanto antes”, caso ainda não tenha feito isso.

Facilita a identificação para o consumidor

A identidade visual dá a qualquer empresa, de qualquer tamanho ou lugar, uma imagem para ser tornar reconhecida, ou seja, que a difere das outras.

Uma identidade estratégica comunica profissionalismo e a posiciona no caminho para o sucesso, ajudando a gerenciar a percepção da sua empresa e facilitando a compreensão de vantagens e benefícios para os clientes.

O novo design de um produto, por exemplo, ajuda a atrair o consumidor, o agrada e fideliza. Já uma marca que não se preocupa com a sua imagem, dificilmente será vista pelo consumidor, o que a dificultará o seu crescimento e sucesso.

Facilita a própria venda

Não importa se é um produto ou serviço, quando você procura um desses para atender as suas necessidades, provavelmente, não entra em qualquer lugar ou não compra qualquer marca.

Parte inferior do formulário

Se ao analisar um fornecedor de serviços e esse apresentar uma imagem bem definida, profissional e diferenciada, você provavelmente se sentirá muito mais tranquilo e seguro quanto a compra, do que se estivesse em contato com uma empresa que não demostrasse esses atributos.

Uma Identidade visual estratégica conta com um nome fácil de lembrar, um design diferenciado para o produto, e consequentemente, entrega os valores que a sua empresa deseja ressaltar, mostrando visualmente os motivos pelos quais o cliente deve escolher o seu negócio e não o do concorrente.

Entrega, visualmente, aquilo que você tentará vender através de argumentos, o que facilitará ao cliente, a percepção sobre os seus diferenciais.

Facilita a construção de valor da marca

Quando construímos uma marca de valor que alcança o público de maneira correta, ela se desenvolve de forma muito mais positiva e expressiva do que se comparado a outros caminhos.

Um exemplo para deixar mais claro para você, é quando precisamos de um produto e buscamos somente aquele de determinada marca, não importa o preço, sabemos da sua qualidade, dos seus benefícios e o quanto atende as nossas expectativas, e por isso nos empenhamos a comprá-la, mesmo que economizemos em outro produto.

Isso vale para restaurantes, clínicas, companhias aéreas e tantos outros segmentos, mercados ou produtos. Nós já compreendemos o valor que aquela marca tem para nós e naturalmente buscamos por ela para atender nossas necessidades de forma mais segura.

A identidade visual é um dos ativos mais valiosos de uma empresa, não importa o seu tamanho, pois será a partir dela que depende o seu sucesso futuro.

Uma identidade visual forte ajuda a construir o valor de marca por meio de um maior reconhecimento, consciência e fidelidade do cliente, os quais, por sua vez, ajudam a tornar a empresa mais bem-sucedida.

A realidade é que analisamos as marcas como um todo, e por mais interessante que possa ser um livro, se não o conhecemos e ele não apresenta uma capa atrativa, nem se quer olharemos para ele.

É aqui um dos grandes benefícios de uma marca bem definida, com uma identidade visual estruturada e estratégica, você se coloca no mercado com o mesmo aspecto atrativo de outras marcas, concorre lado a lado, e muitas vezes pode estar até na frente dos seus concorrentes.

Você dá a possiblidade ao seu cliente de conhecer mais sobre você, mesmo quando nunca se quer ouviu falar sobre o seu nome, pois é atrativo estrategicamente para aquele consumidor.

Esses são apenas algumas das razões pelas quais você deve criar a identidade visual da sua empresa, mas existem muitas outras.

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BOLSONARO LAMENTA QUE AS QUESTÕES DA COVID 19 NÃO ESTEJAM EM SUAS MÃOS

 

 redação TV Cultura 

Nesta terça-feira (1º), o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) disse a apoiadores na frente do Palácio da Alvorada que “se tivesse autoridade sobre a questão da Covid, a situação estaria diferente no Brasil”. 

© Reprodução/Flickr Palácio do Planalto

“Se eu tivesse autoridade sobre a questão da Covid, a situação estaria diferente no Brasil. Eu não fechei nada, não mandei ninguém ficar em casa e não destruí empregos”, disse Bolsonaro em referência a governadores e prefeitos.

“Como consequência da ação dos prefeitos e governadores, o setor de eventos e turismo foi para baixo, o setor de hotelaria também perdeu”, declara. “Esse final de semana, eles foram para rua e alegaram que de máscara não tem problema. Então porque não abrir o comércio? A gente vê um movimento que se aproveita da questão do vírus para fins políticos”, completa Bolsonaro.

Além de criticar governadores, e dizer que o saldo da pandemia “não é culpa do presidente”, Bolsonaro atacou a imprensa: “Essa mídia que está aí para desinformar age como partido político opositor do governo”.

BOLSONARO CONFIRMA EDIÇÃO 2021 DA COPA AMÉRICA NO BRASIL

 

 Lauriberto Pompeu / Brasília – Jornal Estadão

O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta terça-feira que o Brasil será sede da Copa América. Ele informou que os governadores do Distrito Federal, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Goiás aceitaram receber os jogos da competição. A Conmebol, em vídeo do chefe da entidade, Alejandro Domínguez, ratificou esta decisão e agradeceu o eficiência do governo brasileiro após o torneio ter saído da Argentina.

“Escolhemos as sedes em comum acordo, obviamente, com os governadores. Agora, já tivemos quatro governadores: aqui de Brasília, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Goiás. E mais um agora, que chegou um pouco atrasado, também se prontificando a sediar a Copa América. Então, ao que tudo indica, prezado Queiroga (ministro da Saúde), seguindo os mesmos protocolos, o Brasil sediará a Copa América”, disse Bolsonaro, durante evento no Ministério da Saúde, onde foi anunciada a transferência de tecnologia para o laboratório da Fiocruz fabricar a vacina da Astrazeneca contra o coronavírus.

Pelas redes sociais o ministro da Casa Civil, Luiz Ramos, endossou o que havia dito o presidente e corrigiu um dos Estados divulgados pelo presidente. A Copa América será no Mato Grosso, onde fica a Arena Pantanal, construída para a Copa do Mundo, e não Mato Grosso do Sul. “Confirmada a Copa América no Brasil. Venceu a coerência! O Brasil que sedia jogos da Libertadores, Sul-Americana, sem falar nos campeonatos estaduais e Brasileiro, não poderia virar as costas para um campeonato tradicional como este. As partidas serão em MT, RJ, DF e GO, sem público”, escreveu.

Pouco tempo depois do anúncio do presidente, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que o Estado não receberá jogos do campeonato. A declaração do tucano foi um recuo em relação à defesa que fez dos jogos mais cedo nesta terça e ontem.

“Comuniquei ao secretário-geral da CBF que SP não deverá sediar a Copa América. Após ampla consulta aos membros do Centro de Contingência sobre os efeitos que a realização da Copa América teria sobre a Pandemia de Covid-19 no Estado de SP, os cientistas apontaram que neste momento a realização do torneio representaria uma má sinalização de arrefecimento no controle da transmissão do coronavírus, prioridade absoluta do Governo do Estado”, publicou Doria.https://platform.twitter.com/embed/Tweet.html?dnt=false&embedId=twitter-widget-1&features=eyJ0ZndfZXhwZXJpbWVudHNfY29va2llX2V4cGlyYXRpb24iOnsiYnVja2V0IjoxMjA5NjAwLCJ2ZXJzaW9uIjpudWxsfSwidGZ3X2hvcml6b25fdHdlZXRfZW1iZWRfOTU1NSI6eyJidWNrZXQiOiJodGUiLCJ2ZXJzaW9uIjpudWxsfSwidGZ3X3R3ZWV0X2VtYmVkX2NsaWNrYWJpbGl0eV8xMjEwMiI6eyJidWNrZXQiOiJjb250cm9sIiwidmVyc2lvbiI6bnVsbH19&frame=false&hideCard=false&hideThread=false&id=1399837203031810050&lang=pt&origin=https%3A%2F%2Fesportes.estadao.com.br%2Fnoticias%2Ffutebol%2Cbolsonaro-confirma-copa-america-sem-publico-no-distrito-federal-e-outros-tres-estados%2C70003733862&sessionId=52c133b01270f7f7d2bd399881bd59e1069cccb2&theme=light&widgetsVersion=82e1070%3A1619632193066&width=550px

A transferência do evento para o País foi anunciada após Colômbia e Argentina desistirem de receber o torneio. O Brasil foi escolhido com o argumento de possuir estádios em boas condições de uso, apesar de alguns estarem ociosos após a Copa do Mundo de 2014. A Conmebol, em um pronunciamento do presidente Alejandro Domínguez confirmou que serão quatro sedes. A possibilidade é que Goiânia possa ter dois estádios para jogos.

O anúncio gerou críticas por acontecer em meio a pandemia de covid-19. Ao longo do dia, governadores passaram a rejeitar a possibilidade de receber jogos do torneio em seus Estados. Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Norte já alegaram não ter condições de receber um evento desse porte em meio à pandemia do coronavírus. Nas redes sociais, o evento ganhou apelidos como “Corona Cup” e “Cepa América”, além de memes críticos à competição.

Quando anunciou o Brasil como sede da Copa América, o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, fez questão de agradecer nominalmente Bolsonaro. “Quero agradecer muito especialmente ao presidente Jair Bolsonaro e a seu gabinete por receber o torneio de seleções mais antigo do mundo. Igualmente meus agradecimentos vão para o presidente da CBF, Rogério Caboclo, por sua colaboração”, disse o dirigente máximo da Conmebol nas redes sociais.

O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou um requerimento para que o colegiado convoque o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, para explicar sobre a realização do evento. A iniciativa é apoiada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, que afirmou ao Estadão que vai se esforçar para que ela seja aprovada.

A Argentina abriu mão do torneio depois de a Conmebol não aceitar as exigências feitas pelas autoridades sanitárias, que inclusive eram muito parecidas com as feitas pelo Brasil. Entre as reivindicações do governo argentino estava a redução do número de integrantes das delegações. As dez seleções participantes do torneio levariam entre 1 mil e 1,2 pessoas ao país vizinho. Também foi pedido que as delegações vacinassem seus membros com ao menos uma dose, além da adoção de rígidos protocolos em meio a um aumento de casos de covid-19 no país. Antes, a possibilidade de a Colômbia receber os jogos foi descartada após o acirramento dos protestos contra o governo local.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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