quarta-feira, 2 de junho de 2021

IDENTIDADE VISUAL É IMPORTANTE PARA AS EMPRESAS

 

Criativito

Mesmo que a importância sobre ter uma marca bem definida seja constantemente abordada, ainda existem algumas empresas, principalmente pequenas, médias e organizações sem fins lucrativos, que não reconheceram ainda esse processo tão necessário para quem deseja se destacar e crescer.

Seja qual for o segmento da sua empresa, seja ela uma organização sem fins lucrativos ou não, todos precisamos vender o nosso peixe para nos mantermos no mercado, não é verdade?!

Seja por exemplo para arrecadar fundos, buscar novos voluntários, ou para revelar uma nova visão ao conselho, ou para se apresentar a empresas de capital de risco, enfim…Todos estamos o tempo todo vendendo.

Uma identidade visual estratégica e bem estruturada, nos permite ter a possibilidade de construir uma consciência e entendimento sobre nossos pontos fortes, conseguimos nos comunicar com mais clareza e podemos entregar uma proposta de valor muito mais coerente para aqueles que desejamos atenção.

Para deixar esses pontos mais claros, trouxemos abaixo 3 razões pelas quais a sua empresa deve investir na identidade visual. Vale enfatizar “o quanto antes”, caso ainda não tenha feito isso.

Facilita a identificação para o consumidor

A identidade visual dá a qualquer empresa, de qualquer tamanho ou lugar, uma imagem para ser tornar reconhecida, ou seja, que a difere das outras.

Uma identidade estratégica comunica profissionalismo e a posiciona no caminho para o sucesso, ajudando a gerenciar a percepção da sua empresa e facilitando a compreensão de vantagens e benefícios para os clientes.

O novo design de um produto, por exemplo, ajuda a atrair o consumidor, o agrada e fideliza. Já uma marca que não se preocupa com a sua imagem, dificilmente será vista pelo consumidor, o que a dificultará o seu crescimento e sucesso.

Facilita a própria venda

Não importa se é um produto ou serviço, quando você procura um desses para atender as suas necessidades, provavelmente, não entra em qualquer lugar ou não compra qualquer marca.

Parte inferior do formulário

Se ao analisar um fornecedor de serviços e esse apresentar uma imagem bem definida, profissional e diferenciada, você provavelmente se sentirá muito mais tranquilo e seguro quanto a compra, do que se estivesse em contato com uma empresa que não demostrasse esses atributos.

Uma Identidade visual estratégica conta com um nome fácil de lembrar, um design diferenciado para o produto, e consequentemente, entrega os valores que a sua empresa deseja ressaltar, mostrando visualmente os motivos pelos quais o cliente deve escolher o seu negócio e não o do concorrente.

Entrega, visualmente, aquilo que você tentará vender através de argumentos, o que facilitará ao cliente, a percepção sobre os seus diferenciais.

Facilita a construção de valor da marca

Quando construímos uma marca de valor que alcança o público de maneira correta, ela se desenvolve de forma muito mais positiva e expressiva do que se comparado a outros caminhos.

Um exemplo para deixar mais claro para você, é quando precisamos de um produto e buscamos somente aquele de determinada marca, não importa o preço, sabemos da sua qualidade, dos seus benefícios e o quanto atende as nossas expectativas, e por isso nos empenhamos a comprá-la, mesmo que economizemos em outro produto.

Isso vale para restaurantes, clínicas, companhias aéreas e tantos outros segmentos, mercados ou produtos. Nós já compreendemos o valor que aquela marca tem para nós e naturalmente buscamos por ela para atender nossas necessidades de forma mais segura.

A identidade visual é um dos ativos mais valiosos de uma empresa, não importa o seu tamanho, pois será a partir dela que depende o seu sucesso futuro.

Uma identidade visual forte ajuda a construir o valor de marca por meio de um maior reconhecimento, consciência e fidelidade do cliente, os quais, por sua vez, ajudam a tornar a empresa mais bem-sucedida.

A realidade é que analisamos as marcas como um todo, e por mais interessante que possa ser um livro, se não o conhecemos e ele não apresenta uma capa atrativa, nem se quer olharemos para ele.

É aqui um dos grandes benefícios de uma marca bem definida, com uma identidade visual estruturada e estratégica, você se coloca no mercado com o mesmo aspecto atrativo de outras marcas, concorre lado a lado, e muitas vezes pode estar até na frente dos seus concorrentes.

Você dá a possiblidade ao seu cliente de conhecer mais sobre você, mesmo quando nunca se quer ouviu falar sobre o seu nome, pois é atrativo estrategicamente para aquele consumidor.

Esses são apenas algumas das razões pelas quais você deve criar a identidade visual da sua empresa, mas existem muitas outras.

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BOLSONARO LAMENTA QUE AS QUESTÕES DA COVID 19 NÃO ESTEJAM EM SUAS MÃOS

 

 redação TV Cultura 

Nesta terça-feira (1º), o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) disse a apoiadores na frente do Palácio da Alvorada que “se tivesse autoridade sobre a questão da Covid, a situação estaria diferente no Brasil”. 

© Reprodução/Flickr Palácio do Planalto

“Se eu tivesse autoridade sobre a questão da Covid, a situação estaria diferente no Brasil. Eu não fechei nada, não mandei ninguém ficar em casa e não destruí empregos”, disse Bolsonaro em referência a governadores e prefeitos.

“Como consequência da ação dos prefeitos e governadores, o setor de eventos e turismo foi para baixo, o setor de hotelaria também perdeu”, declara. “Esse final de semana, eles foram para rua e alegaram que de máscara não tem problema. Então porque não abrir o comércio? A gente vê um movimento que se aproveita da questão do vírus para fins políticos”, completa Bolsonaro.

Além de criticar governadores, e dizer que o saldo da pandemia “não é culpa do presidente”, Bolsonaro atacou a imprensa: “Essa mídia que está aí para desinformar age como partido político opositor do governo”.

BOLSONARO CONFIRMA EDIÇÃO 2021 DA COPA AMÉRICA NO BRASIL

 

 Lauriberto Pompeu / Brasília – Jornal Estadão

O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta terça-feira que o Brasil será sede da Copa América. Ele informou que os governadores do Distrito Federal, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Goiás aceitaram receber os jogos da competição. A Conmebol, em vídeo do chefe da entidade, Alejandro Domínguez, ratificou esta decisão e agradeceu o eficiência do governo brasileiro após o torneio ter saído da Argentina.

“Escolhemos as sedes em comum acordo, obviamente, com os governadores. Agora, já tivemos quatro governadores: aqui de Brasília, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Goiás. E mais um agora, que chegou um pouco atrasado, também se prontificando a sediar a Copa América. Então, ao que tudo indica, prezado Queiroga (ministro da Saúde), seguindo os mesmos protocolos, o Brasil sediará a Copa América”, disse Bolsonaro, durante evento no Ministério da Saúde, onde foi anunciada a transferência de tecnologia para o laboratório da Fiocruz fabricar a vacina da Astrazeneca contra o coronavírus.

Pelas redes sociais o ministro da Casa Civil, Luiz Ramos, endossou o que havia dito o presidente e corrigiu um dos Estados divulgados pelo presidente. A Copa América será no Mato Grosso, onde fica a Arena Pantanal, construída para a Copa do Mundo, e não Mato Grosso do Sul. “Confirmada a Copa América no Brasil. Venceu a coerência! O Brasil que sedia jogos da Libertadores, Sul-Americana, sem falar nos campeonatos estaduais e Brasileiro, não poderia virar as costas para um campeonato tradicional como este. As partidas serão em MT, RJ, DF e GO, sem público”, escreveu.

Pouco tempo depois do anúncio do presidente, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que o Estado não receberá jogos do campeonato. A declaração do tucano foi um recuo em relação à defesa que fez dos jogos mais cedo nesta terça e ontem.

“Comuniquei ao secretário-geral da CBF que SP não deverá sediar a Copa América. Após ampla consulta aos membros do Centro de Contingência sobre os efeitos que a realização da Copa América teria sobre a Pandemia de Covid-19 no Estado de SP, os cientistas apontaram que neste momento a realização do torneio representaria uma má sinalização de arrefecimento no controle da transmissão do coronavírus, prioridade absoluta do Governo do Estado”, publicou Doria.https://platform.twitter.com/embed/Tweet.html?dnt=false&embedId=twitter-widget-1&features=eyJ0ZndfZXhwZXJpbWVudHNfY29va2llX2V4cGlyYXRpb24iOnsiYnVja2V0IjoxMjA5NjAwLCJ2ZXJzaW9uIjpudWxsfSwidGZ3X2hvcml6b25fdHdlZXRfZW1iZWRfOTU1NSI6eyJidWNrZXQiOiJodGUiLCJ2ZXJzaW9uIjpudWxsfSwidGZ3X3R3ZWV0X2VtYmVkX2NsaWNrYWJpbGl0eV8xMjEwMiI6eyJidWNrZXQiOiJjb250cm9sIiwidmVyc2lvbiI6bnVsbH19&frame=false&hideCard=false&hideThread=false&id=1399837203031810050&lang=pt&origin=https%3A%2F%2Fesportes.estadao.com.br%2Fnoticias%2Ffutebol%2Cbolsonaro-confirma-copa-america-sem-publico-no-distrito-federal-e-outros-tres-estados%2C70003733862&sessionId=52c133b01270f7f7d2bd399881bd59e1069cccb2&theme=light&widgetsVersion=82e1070%3A1619632193066&width=550px

A transferência do evento para o País foi anunciada após Colômbia e Argentina desistirem de receber o torneio. O Brasil foi escolhido com o argumento de possuir estádios em boas condições de uso, apesar de alguns estarem ociosos após a Copa do Mundo de 2014. A Conmebol, em um pronunciamento do presidente Alejandro Domínguez confirmou que serão quatro sedes. A possibilidade é que Goiânia possa ter dois estádios para jogos.

O anúncio gerou críticas por acontecer em meio a pandemia de covid-19. Ao longo do dia, governadores passaram a rejeitar a possibilidade de receber jogos do torneio em seus Estados. Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Norte já alegaram não ter condições de receber um evento desse porte em meio à pandemia do coronavírus. Nas redes sociais, o evento ganhou apelidos como “Corona Cup” e “Cepa América”, além de memes críticos à competição.

Quando anunciou o Brasil como sede da Copa América, o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, fez questão de agradecer nominalmente Bolsonaro. “Quero agradecer muito especialmente ao presidente Jair Bolsonaro e a seu gabinete por receber o torneio de seleções mais antigo do mundo. Igualmente meus agradecimentos vão para o presidente da CBF, Rogério Caboclo, por sua colaboração”, disse o dirigente máximo da Conmebol nas redes sociais.

O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou um requerimento para que o colegiado convoque o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, para explicar sobre a realização do evento. A iniciativa é apoiada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, que afirmou ao Estadão que vai se esforçar para que ela seja aprovada.

A Argentina abriu mão do torneio depois de a Conmebol não aceitar as exigências feitas pelas autoridades sanitárias, que inclusive eram muito parecidas com as feitas pelo Brasil. Entre as reivindicações do governo argentino estava a redução do número de integrantes das delegações. As dez seleções participantes do torneio levariam entre 1 mil e 1,2 pessoas ao país vizinho. Também foi pedido que as delegações vacinassem seus membros com ao menos uma dose, além da adoção de rígidos protocolos em meio a um aumento de casos de covid-19 no país. Antes, a possibilidade de a Colômbia receber os jogos foi descartada após o acirramento dos protestos contra o governo local.

CPI DA INQUISIÇÃO QUER METER O BICO NA COPA AMÉRICA

 

Senado

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Senador falou até em convocar o presidente da CBF para depor na CPI da Covid caso a Copa América seja confirmada no Brasil.| Foto: Lucas Figueiredo/CBF

O Congresso Nacional aprovou nesta terça-feira (1º) a recomposição de quase R$ 20 bilhões em verbas que precisaram ser cortadas do orçamento deste ano em nome do equilíbrio fiscal. Já estamos entrando no sexto mês do ano e resolveram esse problema agora em comum acordo com o presidente da República.

O processo foi rápido graças a um trabalhoso acordo entre lideranças de todos os partidos, governo e oposição. Esse valor poderá ser integrado porque foram derrubados vetos assinados por Jair Bolsonaro. Mas todos os vetos derrubados neste momento tiveram o consentimento do presidente.

A recomposição de valores se deu em diversas áreas, entre elas, o agronegócio. A verba direcionada para o Plano Safra será liberada e o pagamento de serviços ambientais na área agrícola.

Além disso, foi liberado crédito para que estados e municípios disponibilizem gratuitamente internet para alunos e professores do ensino público. Outro veto derrubado é o que prioriza o pagamento do auxílio emergencial para mães ou pais chefes de família. Foi um acordo bem sucedido conduzido pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO), que foi o relator dessa matéria.

PIB do Brasil surpreende em 2021
Essa recomposição só pode ser feita porque a economia brasileira está otimista. Nesta terça, o IBGE mostrou que no primeiro trimestre de 2021 houve um crescimento do PIB do Brasil de 1,2% — o mercado esperava 0,8%. Quatro pontos percentuais a mais. Algumas previsões apontam o crescimento do PIB de 2021 em 5%.

Imaginem que no ano passado o FMI chegou a mostrar uma retração de 9%, e no final a queda foi de 4,1%. Neste momento, a Fundação Getúlio Vargas prevê um crescimento de 4,2%.

Temos recorde de arrecadação e, além disso, o índice de formação de capital (que mede a capacidade de empresas produzirem de bens que produzem outros bens) ficou em 17% — esse resultado é essencial para atrair investimentos.

Uso emergencial da Coronovac
Uma boa notícia para quem foi vacinado com o imunizante Coronavac, o que representa três em cada quatro brasileiros. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou para uso emergencial a vacina produzida pela Sinovac e que, no Brasil, é fabricada pelo Instituto Butantan. Outro laboratório chinês, o Sinopharm, já tinha conseguido essa aprovação para a sua vacina em maio lá.

Espetáculo de inquisição na CPI
Na CPI da Covid, vi mais alguns atos que revoltam o estômago. Eu tive que parar de assistir antes do almoço e esperei bastante tempo depois para ligar. A impressão que dá é que estão numa delegacia de polícia.

A inquisição é tanta que parece que os senadores estão tratando com pessoas que recebem propina de empreiteiras, ou com alguém que desviou recursos da saúde, ou com alguém que roubou da Petrobras.

Mas a realidade é que os parlamentares estavam ouvindo o depoimento de uma médica oncologista e cientista, a doutora Nise Yamaguchi. Foi uma falta de educação para dizer o mínimo.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), chegou a dizer que quem afirma que os profissionais de saúde do Amazonas fizeram testes com cloroquina somente com o intuito de comprovar que o remédio é ineficaz, e com isso levou alguns pacientes a óbito, vão para o inferno.

Copa América no Brasil
A CPI da Covid virou a CPI da Bola? O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pretende convocar o presidente da CBF para explicar porque o Brasil irá sediar a Copa América. Os jogos acontecerão no Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia e Campo Grande (MS).

No domingo (30), a cidade de Indianápolis, nos Estados Unidos, estava cheia de gente, com milhares de pessoas, para acompanhar uma corrida de Fórmula Indy. O brasileiro Hélio Castroneves ganhou pela quarta vez as 500 Milhas, uma das corridas de automobilismo mais famosas do mundo [nota da edição: nos EUA, 41% da população já recebeu as duas doses da vacina contra Covid-19, o equivalente a 135 milhões de americanos].

Dentro de 50 dias pode acontecer a Olimpíada em Tóquio. Só que o Japão só vacinou 2,7% da população com as duas doses, foram 13 milhões. O Brasil imunizou com ambas as doses mais de 10% da população, ou seja, 67 milhões de pessoas.

Não querem que a Copa América aconteça no país, mas a Argentina está um caos e não poderia sediar o campeonato.
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/cpi-da-inquisicao-quer-se-meter-ate-na-copa-america/
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DEPOIMENTO DA CLOROROQUINA NA CPI DA CLOROQUINA VAI TERMINAR?

 

Próxima fase
Por
Olavo Soares
Brasília

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz, disse que participação de Nise Yamaguchi foi um baita engodo.| Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

A participação da médica Nise Yamaguchi na CPI da Covid nesta terça-feira (1º) pode ter finalizado as discussões da comissão em torno do chamado tratamento precoce contra a Covid-19. A avaliação é do presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM). “A CPI não tem mais que tratar de cloroquina”, afirmou o parlamentar, em entrevista coletiva após a conclusão da sessão desta terça.

Mais cedo, sob a mesma justificativa, Aziz já havia cancelado a audiência que a comissão faria nesta quarta-feira (2) com médicos favoráveis e contrários ao tratamento precoce, e no lugar agendou o depoimento da médica Luana Araújo, que permaneceu por apenas 10 dias no posto de secretária de enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde.

Aziz chamou a participação de Nise Yamaguchi de “baita engodo” e disse que a médica “passou oito horas e não conseguiu apresentar uma publicação científica” que comprovasse os resultados do tratamento precoce. Ele também declarou que o procedimento “não deu certo em lugar nenhum” e que o Amazonas, seu estado, teve “vidas ceifadas” por conta da adoção da medida. No início do ano, Manaus registrou um colapso em sua rede de saúde, com recorde nos casos de Covid-19 e elevadas taxas de mortalidade de pacientes.

O presidente da CPI descartou a reconvocação de Nise à comissão. Um novo depoimento da médica foi cogitado ao longo da fala desta terça, principalmente por senadores que fazem oposição ao governo de Jair Bolsonaro. Alessandro Vieira (Cidadania-SE), por exemplo, chegou a sugerir que a sessão fosse encerrada, pelo motivo de Nise Yamaguchi estar falando na condição de convidada, e não de testemunha. Como testemunha, um depoente tem compromisso maior com a verdade e pode eventualmente ser preso se mentir à comissão.

O próprio Aziz mencionou a possibilidade de uma reconvocação da médica, antes de anunciar a retirada da ideia. Ele sugerira uma acareação entre Nise e o diretor da Anvisa, Antonio Barra Torres, para que ambos falassem sobre a reunião no Palácio do Planalto em que se teria discutido a possibilidade de modificação na bula da cloroquina, para incluir no texto que a substância é eficaz contra a Covid-19.

O episódio foi confirmado por Barra Torres e pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, em depoimentos que ambos prestaram à CPI, mas negado por Nise Yamaguchi. Segundo a médica, houve a reunião e houve discussões sobre as potencialidades da cloroquina, mas sem a hipótese de alteração na bula do medicamento.

Cloroquina vai mesmo sair de pauta?
Adversário do presidente Jair Bolsonaro, o senador Humberto Costa (PT-PE) disse concordar com Omar Aziz quanto ao término das discussões científicas em torno da cloroquina, mas declarou que outros elementos relacionados ao tratamento precoce ainda devem ser considerados pela comissão.

O parlamentar, que também é médico, mencionou que a defesa da cloroquina pelo governo federal integrou uma estratégia para o combate à pandemia que, na sua avaliação, é equivocada.

“A cloroquina fazia parte de uma estratégia que consistia em dar o remédio à pessoa e fazê-la ir para a rua trabalhar”, criticou. Costa também falou que a comissão precisa apurar a quantidade de comprimidos de cloroquina comercializados nos últimos meses para apurar se “muita gente ganhou dinheiro com isso”.

No outro campo do debate ideológico, o senador governista Luis Carlos Heinze (PP-RS) reiterou sua defesa do tratamento precoce. O parlamentar, como tem feito nas sessões da comissão, citou exemplos de cidades que teriam alcançado resultados positivos com a adesão dos procedimentos e indicou que “interesses” poderiam explicar a rejeição ao método. Heinze disse que o tratamento precoce é mais barato do que outros encaminhamentos, o que seria desinteressante a alguns agentes públicos.


Senador apresenta “organograma do gabinete paralelo” da Saúde
Como já havia feito durante o período da manhã, Nise continuou sua fala na CPI respondendo a perguntas sobre o tratamento precoce e sobre o suposto “gabinete paralelo”, uma estrutura informal de aconselhamento ao presidente Bolsonaro da qual faria parte.

Em relação ao tratamento, a médica disse que considera a aplicação dos medicamentos como “mais uma” ação para o combate à pandemia ao lado de outros procedimentos, como o distanciamento social, o uso de máscaras e a vacinação. Neste aspecto, Nise Yamaguchi foi confrontada por senadores oposicionistas, que recordaram declarações e ações do presidente Bolsonaro em contrariedade a estas medidas, especialmente as de isolamento. A médica disse que não comentaria os atos de Bolsonaro e que não tem “ascendência” sobre o presidente.

A participação no gabinete paralelo — e mesmo a existência do grupo — prosseguiu negada por Yamaguchi. A médica reforçou que sua atuação junto ao governo federal se dá na condição de “colaboradora eventual”, com a participação em reuniões pontuais. Ela disse também que não foi convidada por Bolsonaro para exercer o cargo de ministra da Saúde e que tampouco se ofereceu ao posto.

Em sua fala, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) exibiu uma apresentação em power point na qual fez um “organograma” do que seria o gabinete paralelo. A estrutura teria três subdivisões, o “núcleo negacionista”, o “núcleo operacional” e o “núcleo gabinete do ódio”. A médica estaria no primeiro recorte, que seria responsável pela definição de estratégias para combate à pandemia.

Além dela, integrariam o grupo o empresário Carlos Wizard Martins e o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), entre outros. A médica se disse ofendida com a apresentação e, novamente, negou fazer parte do grupo.
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/depoimento-de-nise-encerra-fase-cloroquina-da-cpi-diz-presidente-aziz/
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TRATAMENTO PRECOCE NA PANDEMIA SERÁ RECONHECIDO

 

Covid-19
Por
Eli Vieira*, especial para a Gazeta do Povo

Caixa com ivermectina, um dos medicamentos usados no chamado “tratamento precoce” da Covid-19.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

A mudança de tom sobre a plausibilidade de o SARS2, vírus causador da pandemia, ter se originado em laboratório foi uma das maiores reviravoltas na cobertura de opiniões de especialistas na imprensa nas últimas décadas. Ao ponto de a revista eletrônica Vox ter sido pega editando silenciosamente um artigo do ano passado para amenizar o tom de certeza que tinha dado para a origem natural do vírus — o jornal Washington Post fez a mesma coisa. O Facebook parou de censurar artigos que defendessem a origem laboratorial — mas continuará insistindo em não dar liberdade de expressão aos usuários, apesar do fiasco (de fato, mal escrevi as linhas acima, fui censurado lá por esse motivo). Até o governo Biden andou se movimentando para exigir uma investigação melhor das origens do vírus, já que a da OMS não serviu.

Assim como se revelaram apressadas a afirmações peremptórias contra a origem laboratorial do vírus, é bem possível que aconteça uma outra virada e uma outra reedição de afirmações contra todo e qualquer tratamento precoce da doença que ele causa, a Covid-19.

Não faltam exemplos, entre influenciadores da mídia tradicional e da nova mídia, de quem decretou que as soluções quase improvisadas dos médicos para tratamento precoce seriam indignas de confiança, talvez pseudocientíficas, certamente “negacionistas” — o adjetivo lamentável da moda que foi cunhado originalmente para malucos que duvidam do Holocausto dos judeus.

Há uma grande intersecção entre o grupo que descartou cedo demais a origem laboratorial e o grupo que ainda afirma a ineficácia de todo e qualquer tratamento precoce. Merecem uma segunda chance? É o que analisaremos aqui.

Primeiro, deixemos claro do que estamos falando: tratamentos precoces são intervenções pré-hospitalares (os italianos dizem “tratamento domiciliar”), com a intenção de que aliviar os sintomas da Covid-19, e, de preferência, impedir que esses sintomas se agravem e o paciente seja hospitalizado. Há um segundo significado relevante para “precoce”, aqui: que esses tratamentos devem ser aplicados assim que os sintomas começam, pois os efeitos podem ser sensíveis ao tempo.

O tratamento precoce não foi proposto como cura originalmente, mas como esperança. Havia um senso de urgência. Como disseram pesquisadores italianos numa revisão de tratamento domiciliar de meados de 2020, mencionando pedidos de conselho vindo de médicos da América Latina: “Você só pode contar com evidências muito escassas na literatura e com seu próprio conhecimento para administrar os sintomas dos seus pacientes, e com a experiência” dos autores.

Uma resposta definitiva na ciência demora muito, e, quando chega aos livros-textos, já é tarde demais para uma primeira resposta a uma nova doença. Não só a busca de alternativas é prerrogativa médica, é bem possível que seja uma obrigação médica nessas situações. Essa investigação clínica antecede a aplicação da pesquisa científica na medicina. A primeira pode ser tão bem feita quanto a última, a qual pode vir para confirmar o que foi originalmente descoberto na prática clínica.

Como julgar os estudos

A pesquisa médica, que consiste não só em ciência, mas também em investigação clínica, tem diferentes graus de rigor que vão do mais baixo (mas potencialmente útil) estudo de caso, em que se descreve o que ocorreu com um paciente, ao rigor médio dos estudos observacionais, seguidos pelo rigor mais alto de estudos clínicos randomizados e controlados (ECRs), depois estudos randomizados duplo-cego, que são casos especiais dos ECRs, até aos enormes estudos com coortes que duram anos.

Os ECRs são, portanto, uma base firme para que se possa afirmar algo a respeito da eficácia das drogas do tratamento precoce (a seguir nos referiremos aos ECRs simplesmente como “estudos”). Neles, os pacientes são divididos em dois grupos, nos quais são postos por sorteio: o grupo experimental, que toma a droga sendo investigada, e o grupo controle, que não a toma. Quanto maior for o número de pacientes incluídos num estudo, e maior a diferença encontrada nos desfechos entre os dois grupos, maior é o grau de certeza dos resultados.

Porém estudos com um número exorbitante de pacientes costumam ser feitos por farmacêuticas tentando estabelecer a eficácia de novas drogas, não reavaliar drogas baratas já disponíveis no mercado; ou então por governos, com suas burocracias lentas e sujeitas a pressões políticas e lobbies comerciais.

Uma avaliação da eficácia das drogas do tratamento precoce, portanto, dependerá quase que exclusivamente de estudos menores. Ainda que devido ao seu tamanho isoladamente cada um destes estudos possa ter pouca robustez estatística, o grau de certeza aumenta muito quando todos eles são analisados conjuntamente em estudos chamados de metanálises. Há, portanto, um elemento de pragmatismo adicional a ser considerado, sem perder o elemento do rigor.

HCQ: onde a evidência é mais frágil, mas ainda existente

A primeira droga de tratamento precoce a se tornar notória foi a hidroxicloroquina (HCQ), por causa dos resultados de sua aplicação junto ao antibiótico azitromicina pelo médico Didier Raoult. Agora sabemos que os resultados de Raoult eram bons demais para serem verdade. Mais do que isso, os estudos de HCQ conduzidos em pacientes graves o suficiente para serem hospitalizados — os que entraram na chamada “fase inflamatória” — indicam que a droga não é eficaz numa etapa mais adiantada. Mas isso não significa que a eficácia da HCQ no contexto precoce foi totalmente descartada.

O que aconteceu com a HCQ foi que os estudos repetidamente chegaram perto do limiar estatístico convencionalmente aceito para afirmar a eficácia, sem ultrapassá-lo. O fato de os estudos terem se aproximado do limiar repetidamente é sugestivo: pode ser que haja um efeito, porém não muito forte, ou que é mascarado por variáveis como estágio da doença ou pelo tamanho insuficiente da amostra.

Esse limiar é definido através do “valor p”, uma medida estatística que corresponde grosseiramente à probabilidade de o resultado ter sido atingido por “pura sorte”, sem haver realmente eficácia. A convenção metodológica nas últimas décadas, especialmente nessa área, tem sido que não se tolera que esse valor p ultrapasse 5%.

Porém, ao se afirmar a ineficácia da HCQ com base no valor p acima de 5% — às vezes apenas ligeiramente acima — está havendo uma amnésia coletiva dos comentaristas científicos: há poucos anos, em 2019, muitos cientistas propuseram o abandono dessa convenção, ou ao menos de uma interpretação comum dela que é a que vemos em quem afirma ineficácia total da HCQ com base nela. Valentin Amrhein e mais de 800 signatários disseram à Nature que a interpretação dicotômica do valor p deve ser abandonada. De fato, os estatísticos profissionais sempre souberam que, se o p for maior que 5%, isso não significa que a hipótese da eficácia foi descartada, ou que a hipótese da ineficácia deve ser aceita.

Entre as drogas propostas para o tratamento precoce, é verdade que a HCQ não é a estrela, embora haja no conjunto agregado dos estudos do seu uso precoce uma redução de cerca de 25% na taxa de hospitalização, comparando o grupo experimental com o grupo consolidado de placebo. As estrelas são outras.

As estrelas do tratamento precoce: ivermectina, budesonida e fluvoxamina
A ivermectina é um dos poucos medicamentos, se não o único, que pode ser chamado de “antiparasitário de amplo espectro”, ou seja, algo que funciona para parasitas tão diferentes quanto vermes e vírus. Além disso, a ivermectina parece ter uma série de efeitos antiinflamatórios. Para a ivermectina há, no momento, cerca de 18 estudos com diferentes dosagens a diferentes estágios da evolução do quadro da Covid-19. Também temos algumas metanálises publicadas. Os resultados são promissores.

Duas metanálises (esta e esta, a primeira aceita numa revista científica revisada por pares e a segunda já publicada) apontam que a ivermectina reduz o risco de hospitalização em pacientes com casos leves a moderados em cerca de 70%. A Cidade do México obteve o mesmo resultado num teste maciço do uso da droga. Entre outros países que estão aplicando a droga estão Eslováquia, África do Sul e estados da Índia. A eficácia foi observada em roedores em laboratório, e foi proposto um mecanismo de ação da ivermectina: que ela se liga à proteína que o vírus usa como “chave” para entrar nas células, e também à “fechadura” das células, dificultando o encaixe.

Outras duas metanálises da ivermectina merecem ser comentadas. Uma da OMS estima a redução da mortalidade em 80%, mas declara que a qualidade da evidência é baixa. Outra metanálise do Peru conseguiu cometer o erro crasso de trocar os números do grupo experimental pelo grupo controle; uma vez corrigido o erro, ela estima (com p-valor de cerca de 7%) uma redução de cerca de 60% na mortalidade. Portanto, as metanálises de qualidade melhor apoiam a eficácia da ivermectina para o tratamento precoce. Diante desses resultados, o NIH (National Institutes of Health, Institutos Nacionais de Saúde), que financia pesquisas com verbas americanas, decidiu finalmente lançar um estudo grande sobre a droga, com 15 mil participantes, aos 47 minutos do segundo tempo.

Há um estudo duplo-cego publicado no respeitado JAMA (Journal of American Medical Association) em que os autores concluíram que não há eficácia no tratamento precoce com ivermectina. Mas há dois problemas dignos de nota nele. O primeiro é que, apesar da dose de ivermectina ter sido bastante alta, não houve diferença nos efeitos colaterais entre o grupo controle e o grupo experimental. Apesar de o medicamento ser muito seguro, isso é muito estranho: os pacientes do grupo experimental deveriam ter exibido mais efeitos colaterais. O outro problema é o mesmo do caso da HCQ: o estudo mostra que o grupo experimental se saiu melhor que o controle, porém os autores abraçaram a hipótese nula (a não eficácia) só por causa do valor p não ser menor que 5%, embora seja pequeno. Quão melhor o grupo experimental se saiu em comparação ao controle? 43% de redução no risco de piora dos sintomas. Portanto, esse estudo não conta como evidência contrária ao tratamento com ivermectina: conta como uma evidência favorável, porém fraca, por causa do número de envolvidos e o valor p. Está em conformidade, portanto, com o caso geral dos outros estudos que, em conjunto, mostraram-se favoráveis à eficácia de acordo com as metanálises.

A budesonida, medicamento para asma, foi autorizada (“off label”) como tratamento precoce pelo NHS, o serviço de saúde estatal dos britânicos, notório pelo rigor, para ser inalada por pacientes a partir de 65 anos ou a partir de 50 anos com comorbidades. Um estudo menor publicado no periódico médico Lancet foi um de dois que motivaram a decisão do NHS, pois sugere redução de 80% na hospitalização ou atendimento de emergência. Esse número deve mudar conforme mais dados são analisados. O estudo maior indica redução de 20% em hospitalização e morte. A Índia seguiu a confiança dos britânicos e também adotou a budesonida. Esses fatos foram praticamente ignorados pela imprensa brasileira.

Já a fluvoxamina, que é um antidepressivo, parece ter encontrado outra forma de combater a tristeza: como outro tratamento precoce para a Covid-19. A droga dispõe de um estudo duplo-cego publicado no JAMA, uma das principais revistas científicas médicas do mundo, a favor dessa prescrição nova, e mais um estudo com resultados similares. O famoso programa jornalístico americano 60 Minutes cobriu esses resultados porém, mais uma vez, a imprensa brasileira não deu atenção ao assunto. Assim como a ivermectina, tem mecanismo de ação proposto: interfere de diversas formas com o maquinário molecular do vírus e atenua a “tempestade de citocinas”, que é a famosa reação potencialmente letal do sistema imune à infecção.

Por que tanta resistência contra todo tratamento precoce?
Política. O que acontece com propostas que são politizadas é que, para sinalizar membresia à tribo política associada a elas, algumas pessoas se engajam no autoengano propagandista de prometer o que não foi prometido originalmente. E, reativamente, tribos políticas rivais passam a exagerar para o outro lado, declarando-se detentoras de provas definitivas de que essas propostas não funcionam e até que são imorais. A verdade não está necessariamente no meio, assim como a razão não costuma ser a média entre duas loucuras. Mas a verdade é alcançável pela mente paciente e menos atada por compromissos tribais, e os estudos são um auxílio para escapar dessa arapuca, embora alguns possam ser influenciados por ela. Um ingrediente constante da politização é a hipérbole: um lado acusa o outro de homicídio por propor solução ineficiente, e o outro devolve a acusação dizendo que ignorar soluções possíveis é aumentar o número dos que sofrem hospitalizados e mortos.
Falsa dicotomia entre tratamento precoce e vacinas. Quem contrai Covid-19 entre uma dose e outra da vacina, ou antes de ter a oportunidade de ser vacinado, poderia ser beneficiado com o alívio dos sintomas e o efeito protetivo do tratamento precoce. E quem se tratou precocemente com sucesso adquiriu uma imunidade que pode desafogar a fila da vacina, sendo posto na baixa prioridade.
Má interpretação estatística dos estudos. Este motivo mais técnico explica a resistência de alguns especialistas. É preciso lembrar que a maioria dos pesquisadores não é especializada em estatística, e a usa como uma ferramenta, às vezes em programas de computador cujo funcionamento não entendem completamente. Aderem a interpretações míopes do valor p sem perícia estatística.
Captura de órgãos regulatórios e de aconselhamento médico pelas razões acima, e adesão acrítica a eles. Esses órgãos, como a OMS, a FDA e o NIH, podem ser presa fácil das más interpretações de estatística. Os bons observadores viram, especialmente no começo da pandemia, o quanto esses órgãos podem ser falhos. A OMS chegou a desencorajar as máscaras.
Conflito de interesses. A Merck, fabricante da ivermectina, lançou uma nota alegando que a droga não tem eficácia para a Covid-19. A ivermectina é barata e dá pouco lucro, especialmente depois de a Merck ter distribuído bilhões de doses em 49 países antes da pandemia. É mais interessante economicamente para a Merck promover uma nova droga (como Monulpiravir) que está lançando contra a doença. Aqui, não se deve ver necessariamente esse conflito como consistindo em malícia e planejamento vilanesco. As pessoas são perfeitamente capazes de defender seus interesses inconscientemente, com o autoengano. Não que farmacêuticas sejam famosas por errar por boas intenções… especialmente considerando que a Merck já foi acusada de fazer campanha de assassinato de reputação contra médicos.
Alegações de riscos das drogas. Aqui, recomenda-se olhar avaliações de riscos das drogas que antecedem a politização do tratamento precoce para a Covid-19. A ivermectina é usada há décadas sem grandes pânicos, e nos estudos de Covid-19 não foram observadas grandes complicações. Não é difícil exagerar riscos para qualquer droga: até o paracetamol pode matar em doses altas. Além disso, as bulas de remédios não são documentos científicos, mas documentos que conscientemente erram do lado da cautela: incluem todo tipo de complicação que os pacientes passam na fase de testes, mesmo sem evidências de que essas complicações vieram do medicamento. É por isso que as bulas são tão medonhas.
Conclusão

Seria de se esperar que pessoas interessadas em ajudar os pobres teriam como uma das primeiras reações a uma pandemia a procura por algum tratamento já disponível, barato e seguro. Não às cegas, pois existem milhares de tratamentos e drogas e o tempo é premente, mas com base em plausibilidade bioquímica e espectro de ação. Infelizmente, essa expectativa encontrou os empecilhos acima.

A medicina está cheia de acidentes faustos em que uma droga que havia sido pesquisada para um propósito se revela útil para outro. O sedativo brometo de potássio foi proposto no século 19 como uma droga antimasturbatória. O carbolítio (carbonato de lítio) foi proposto para bipolares porque há semelhanças de alterações de humor deles com quem sofre de gota, que advém de muito ácido úrico no sangue, que o carbolítio cortaria. Mas bipolaridade nada tem a ver com ácido úrico: outras formas de cortar o ácido úrico no sangue dos bipolares não surtiam efeito. O carbolítio de fato modula o humor, mas o mecanismo de ação proposto (a “comprovação”) era falso. O primeiro ansiolítico era um aditivo conservante para a penicilina. O famosíssimo Diazepam era só uma tintura para observar amostras de tecido biológico em microscópio. E, outro caso famoso, o Viagra foi estudado inicialmente como tratamento para hipertensão e angina. Não seria uma surpresa muito grande, nem um caso singular, se alguma droga já aprovada para outras doenças pudesse ter algum efeito para tratar Covid-19.

Portanto, a busca de tratamento precoce via reutilização de remédios deveria ser um dos primeiros passos no curso de ação rápida quando uma nova doença aparece. As “evidências anedóticas” dos médicos na prática clínica podem ter valor, e muitos medicamentos eficazes hoje vieram exatamente delas, sem falar em medicamentos que começaram como chás populares.

Os médicos são mais capazes de fazer essas decisões quando estão em dia com o conhecimento científico relevante. Porém não deve ser exigido deles que apliquem o rigor máximo científico onde ele não é nem necessário nem há tempo hábil para ele. Existe rigor clínico, rigor da experiência, que merecem respeito assim como o conhecimento científico, e seu valor foi provado em milênios de prática médica. O que os médicos observam leva a análises mais rigorosas que podem confirmar as suas conclusões, como discutido aqui.

De acordo com as evidências atuais, é possível afirmar que houve um tabu midiático e de profissionais, instituições e empresas com conflito de interesses para suprimir, impedir e silenciar o uso de tratamento precoce para Covid-19, assim como houve a respeito da hipótese de o vírus ter vazado de um laboratório na China. O custo em bem-estar e até em vidas é incalculável. Uma segunda revisão de posturas públicas está por vir.

*Eli Vieira é biólogo geneticista com pós-graduação pela UFRGS e pela Universidade de Cambridge, Reino Unido.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/tratamento-precoce-proximo-tabu-origem-laboratorial/
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terça-feira, 1 de junho de 2021

LITERATURA EM TEMPOS DE CRISE

 

Artigo
Por
Rafael Ruiz -Gazeta do Povo

Para que serve a literatura? Para saber que não estamos sós| Foto: Pixabay

Conversando com o meu amigo Paulo Polzonoff Jr., ele me sugeriu que escrevesse este artigo. “Tenta relacionar a literatura com as coisas que vão acontecendo, a pandemia, a CPI, essa loucura toda que estamos vivendo”, disse ele.

Agradeci e disse que gostava da ideia, até porque gosto muito de literatura. Mas depois, quando o papo acabou e voltei para os meus botões, encontrei-me pensando se realmente seria capaz de escrever algo que interessasse minimamente aos leitores e que, de alguma forma, juntasse duas coisas aparentemente tão diferentes: a literatura e, digamos, a CPI e Renan Calheiros.

Demorei um tempo até lembrar do conselho do Prof. Antolini para o Holden Caulfield em “O Apanhador no Campo de Centeio”, pouco antes de ele, adolescente rebelde e desajustado naquela sociedade norte-americana dos anos 1950, abandonar mais um colégio sem terminar o semestre.

“(…) Você vai descobrir que não é a primeira pessoa a ficar confusa e assustada, e até enjoada, pelo comportamento humano. Você não está de maneira nenhuma sozinho nesse terreno, e se sentirá estimulado e entusiasmado quando souber disso. (…) Muitos homens, muitos mesmo, enfrentaram os mesmos problemas morais e espirituais que você está enfrentando agora. Felizmente, alguns deles guardaram um registro de seus problemas. Você aprenderá com eles, se quiser”.

É isso. A literatura, como dizia C.S. Lewis, ensina-nos que não estamos sós. Que não somos os únicos a ficar desencantados, desanimados e até enjoados com um comportamento tão vil e tão cínico e tão desumano quanto o de um Renan Calheiros. E isso, de alguma forma surpreendente, nos torna mais humanos, mais solidários, mais sofridos, sim, mas ao mesmo tempo mais unidos. “Não sou eu o único que fica enjoado com um homem como esse. Ainda bem”.

A literatura nos ensina ainda que não somos os únicos a ficar empolgados, animados e apaixonados para contribuir com o nosso verso nesse maravilhoso e surpreendente teatro da vida, como dizia Walt Whitman num dos seus melhores poemas, no qual, olhando para a sua própria vida e a para a sociedade sórdida que o rodeava, perguntava: “O que vale a pena por tudo isto? Resposta: que você está aqui, que a vida e a identidade existem, que o poderoso drama da vida continua e você pode contribuir com um verso”.

Sim.  Se você conhece esse poema (O me! O Life!), terá percebido que Whitman escreveu play onde traduzi por drama. E terá razão. Mas em minha defesa e em defesa da minha tradução, também se pode traduzir dessa forma. A ação do teatro, a peça teatral pode ser nomeada de play. E a vida – a vida/life- de Whitman é realmente isso: um maravilhoso drama em que cada um de nós poderá ou não contribuir com seu próprio verso.

Não dá para gostar dos tempos que nos tocaram viver e é normal pensarmos que gostaríamos de que nada disto tivesse acontecido, como exclamava um Frodo desolado ao perceber o peso do Anel e a extensão das sombras de Mordor. Que seria ótimo se não houvesse nem pandemia, nem Covid-19, nem Renan, nem Bolsonaro. Mas, como respondeu Gandalf, “é isso que pensam todos os que testemunham tempos sombrios como este, mas não cabe a eles decidir, o que nos cabe é decidir o que fazer com o tempo que nos é dado”. 

É verdade que não encontro, por enquanto, nenhum exemplo vivo para entusiasmar o leitor. Mas esse é precisamente o poder e a magia da literatura. Ela dá-nos uma forma de olhar para o mundo ao nosso redor e implicar-nos pessoalmente. As palavras dos poetas e os textos dos romances renovam nossos olhos cansados e desanimados perante tanta desumanidade e tanta insensatez.

Vemos, graças a Shakespeare, Cervantes, Dostoiévski, Tolstói, Jane Austen, Emily Brontë, George Sand, Emily Dickinson e Susanna Tamaro, o que são a dor, o amor, a paixão, a traição, a generosidade, a vileza, a corrupção, a honestidade e tudo o que de humano e de desumano vive ao nosso redor e nos habita. E aprendemos com todos eles a ser mais humanos, melhores seres humanos.

A literatura envolve o leitor e o livro, o eu do leitor com os muitos eus das personagens, aproxima experiências, força a comparação, faz com que nós, enquanto leitores, não abdiquemos da nossa condição de humanos. É uma forma de conhecimento que não é nem analítica nem simplificadora, mas é reflexiva, intimista e complexa.

A literatura permite, como diria Ortega y Gasset, encontrar os ossos e a carne dos conceitos. Dá-nos a circunstância, a complexidade, a ambiguidade, a cor e a textura do real. Tudo aquilo que o conceito abstrato nos esconde e teima em fazer-nos acreditar que não existe quando, na verdade, é o que dá o tom e o sentido humano da vida: a tensão de uma espera, a ansiedade de uma procura, as lágrimas de uma derrota, a alegria inexprimível de um encontro. O desespero, a angústia e a esperança da Humanidade vivida e por viver.

Mas, para convencer-se disso, é preciso realmente deixar-se encantar pela literatura.

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