segunda-feira, 24 de maio de 2021

VANTAGENS DA PROPAGANDA ONLINE

 

MARKETING DIGITALPERFORMANCE

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital. E isso é uma atitude bastante arriscada. Por esse motivo, resolvemos fazer esse post. Nele, vamos mostrar as vantagens da propaganda online para o seu negócio.

Segmentação

A mídia que permite melhor segmentação hoje em dia é a internet. Com ela, é possível que você separe o seu público por interesses, demograficamente ou por características específicas. Isso faz com que sua publicidade seja ainda mais efetiva, evitando dispersão da mensagem.

Custo reduzido

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Dinamismo

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Você pode ainda pausar uma campanha a qualquer momento, caso ela não esteja dando os retornos esperados.

Acompanhamento em tempo real

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

Com este acompanhamento, fica mais simples fazer modificações para melhorar o desempenho da campanha. Como já foi dito, as alterações podem ser feitas em tempo real, fazendo com que seja possível perceber a performance de todo o conteúdo.

Engajamento

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Interação

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Alcance

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

No entanto, é necessário ter cuidado ao anunciar para um público muito distante: você deve estar preparado para atender a demanda deste consumidor para não criar uma experiência ruim.

Neste post, você viu um pouco mais sobre as vantagens da propaganda online. Não se esqueça que uma presença digital hoje é tão ou mais importante que a presença física. Por isso, é essencial que sua marca saiba se posicionar e tenha um bom reconhecimento na internet.

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Quais as vantagens da propaganda online?

BOLSONARO PARTICIPA DE MOTOCIATA NO RIO DE JANEIRO

 

Bolsonaro participa de “motociata” no Rio e reitera que pode tomar medidas para garantir direitos

 Por Rodrigo Viga Gaier – REUTERS

Por Rodrigo Viga GaierPresidente Jair Bolsonaro acena a apoiadores durante manifestacação de motociclistas que liderou no Rio de Janeiro© Reuters/PILAR OLIVARES Presidente Jair Bolsonaro acena a apoiadores durante manifestacação de motociclistas que liderou no Rio de Janeiro

RIO DE JANEIRO (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro participou nesse domingo de mais uma “motociata”, desta vez no Rio de Janeiro, onde voltou a dizer que tomará as medidas que forem necessárias para garantir a liberdade da população, em nova crítica a medidas de restrição para combater a pandemia.

“Nós estamos prontos, se preciso for, para tomar todas medidas necessárias para garantir a liberdade de vocês”, disse Bolsonaro a apoiadores após o final de um longo trajeto de motocicleta pela cidade.

O próprio presidente pilotava uma moto e levava na garupa o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas. Por onde passava, tinha o nome gritado e acenava para a multidão.

Bolsonaro chegou ao Rio de Janeiro bem cedo neste domingo. Fez um sobrevoo de helicóptero pela cidade antes de chegar ao Parque Olímpico da Barra, ponto de partida da “motociata” –uma “carreata” de motociclistas–, onde foi calorosamente recepcionado por apoiadores.

Um forte esquema de segurança foi montado para o evento do presidente. Agentes oficiais, agentes à paisana, veículos e até helicópteros acompanharam o trajeto.

No palanque montado para o discurso na concentração do evento, no aterro do Flamengo, as pessoas estavam sem máscara ao lado do presidente.

Antes do discurso de Bolsonaro, parlamentares tiveram direito a rápidas falas assim como o ministro Tarcísio de Freitas e o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello –que há poucos dias prestou um longo depoimento na CPI da Covid, que investiga eventuais falhas do governo federal no combate à pandemia.

Bolsonaro voltou a repetir que o poder maior é o do povo e que não estava ameaçando qualquer dos Três Poderes.

“Jamais ameaçarei qualquer Poder, mas, como disse, acima de nós, dos Três Poderes, está o primeiríssimo poder, que é o povo brasileiro”, acrescentou.

O presidente voltou a dizer que “meu Exército” não obrigará ninguém a ficar em casa e vai garantir a liberdade do povo.

Desde o início da pandemia o presidente ataca medidas adotadas por governadores e prefeitos para restringir a circulação e aglomerações de pessoas, que especialistas dizem ser uma dos meios mais eficazes para frear a disseminação do novo coronavírus.

Entre os manifestantes, as posições do presidente ganhavam eco. O empresário Hebert de Souza aproveitou para fazer críticas às medidas de isolamento social.

“O Brasil precisa de emprego, de renda e da economia“, disse à Reuters o empresário, que atua no ramo de combustíveis.

Em seu discurso, Bolsonaro disse que “estamos num momento de dificuldade, mas, se Deus quiser, logo ele passará” e reforçou mais adiante que a pandemia caminha para seu final.

“Nós temos que viver, nós temos que ter alegria também, nós temos que ter ambições, nós temos que ter esperança”, disse o presidente, acrescentando que “sempre estarei ao lado de vocês.”

Entre os apoiadores houve espaço também para provocações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apareceu liderando a corrida eleitoral em 2022 em recentes pesquisas. O Supremo Tribunal Federal também foi lembrado pelos manifestantes bolsonaristas.

Foi o caso do médico Paulo César Amaral, que disse à Reuters que Bolsonaro é o único nome no espectro político que pode levar o país a um lugar melhor. “O Brasil foi enganado por 30 anos e o povo sabe hoje que o país é grande e pode muito mais“, disse ele. “Lula morreu e tem que ser enterrado junto com o STF”, acrescentou.

Gritos de “eu vim de graça”, “Lula ladrão, seu lugar é na prisão” e “nossa bandeira nunca será vermelha” deram o tom do ato.

GENERAL PAZUELLO PODE SER PUNIDO PELO EXÉRCITO POR TER PARTICIPADO DE COMÍCIO JUNTO COM BOLSONARO?

 

Como Pazuello
O que diz o regulamento que proíbe militares da ativa em evento político
Por
Gazeta do Povo

Pazuello e Bolsonaro durante o ato de apoio ao presidente, no Rio de Janeiro: militar pode ser punido| Foto: Alan Santos/PR

O general Eduardo Pazuello, adido da Secretaria-Geral da Presidência da República, surpreendeu o Alto Comando do Exército ao participar de um ato de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, neste domingo (23). Ele subiu no carro de som e chegou a empunhar o microfone para saudar, sob aplausos, os centenas de apoiadores do presidente no aterro do Flamengo.

A participação do ex-ministro da Saúde no evento ocorreu 72 horas depois de ele prestar depoimento à CPI da Covid do Senado — a oitiva durou dois dias, entre quarta-feira (19) e quinta-feira (20). O general pode ser reconvocado a participar de mais uma oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito.

A participação de Pazuello no evento de Bolsonaro pode gerar consequências disciplinares, já que ainda é um militar da ativa — ele é general-de-divisão e ostenta três estrelas. Pazuello infringiu o Regulamento Disciplinar do Exército, estabelecido pelo decreto nº 4.346/02. O item 57 do Anexo I do decreto classifica como transgressão o ato de “manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária”.

A Gazeta do Povo confirmou com fontes que Pazuello não tinha autorização do Comando do Exército para participar do ato.

Pazuello pode ser punido pelo Exército?
A participação de Pazuello no ato público de Bolsonaro mexe com um valor imutável e que é caro ao meio militar: a disciplina. Ao mesmo tempo, deixa o Comando do Exército em uma saia justa. Há o temor de que, se o caso não for punido conforme a regra militar, outros agentes fardados se sintam à vontade para repetir o gesto do general e participar de atos políticos.

A punição, nesse caso, teria um caráter mais didático do que severo, já que envolve um membro do generalato. O Anexo III do Regulamento Disciplinar prevê a punição de “repreensão” a oficiais generais da ativa que ocuparem postos em “demais subunidades ou de elemento destacado com efetivo menor que subunidade”.

Mas há outra alternativa estudada para o caso: transferir Pazuello para a reserva com efeito retroativo, a contar a partir da última sexta-feira (21), portanto, antes do ato político. Seria uma forma de colocar panos quentes sobre a participação do general na manifestação, uma vez que, dessa forma, ele teria comparecido na condição de general da reserva. A opção foi noticiada pelo site O Antagonista.

Passar Pazuello para a reserva seria uma solução para evitar desgastes com o governo. Uma vez na reserva, o Exército não precisaria instaurar o processo disciplinar e sofrer um desgaste junto ao Palácio do Planalto. Nesse caso, o general nem sequer teria que apresentar justificativa para a participação no evento.

A Gazeta do Povo ouviu de interlocutores militares, no entanto, que o Comando do Exército ainda analisará nesta segunda-feira (24) a situação de Pazuello. Um interlocutor do Ministério da Defesa garante, contudo, que o episódio não provocará uma crise com o Exército ou as Forças Armadas. “[A situação de Pazuello] será solucionada profissionalmente”, afirma.

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O que mais o Regulamento Disciplinar do Exército prevê
Além de proibir o militar da ativa de participar de manifestações, o Regulamento Disciplinar do Exército prevê outras restrições. Como “tomar parte, em área militar ou sob jurisdição militar, em discussão a respeito de assuntos de natureza político-partidária ou religiosa”.

Também é proibido que o militar participe de “manifestações de natureza político-partidária” fardado. O militar também não pode “discutir ou provocar discussão, por qualquer veículo de comunicação, sobre assuntos políticos ou militares, exceto se devidamente autorizado”.

A presença de Pazuello no evento no Rio de Janeiro causou repercussão também no meio político. A Executiva Nacional do PSDB publicou, em seu perfil no Twitter, uma nota crítica: “Um General de Divisão do Exército Brasileiro participando de um evento de natureza política não condiz e não respeita a instituição da qual faz parte. Como Instituições do Estado Brasileiro nossas Forças atingiram grau de maturidade institucional e o respeito de toda sociedade”, diz o texto.
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/pazuello-regulamento-disciplinar-proibe-militares-ativa-ato-politico/
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CPI DA COVID NÃO É UM BOM PALANQUE ELEITORAL

 

CPI da Pandemia

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Na foto, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), no último dia 20| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A discussão sobre o voto auditável é uma preocupação. O objetivo é que o eleitor possa conferir, por meio de um comprovante, o voto que foi depositado na urna eletrônica caso haja dúvidas. Mas, também é preciso se atentar a uma segunda etapa, tão importante quanto a primeira: a apuração dos votos.

Eu lembro que a Corte alemã decidiu que não poderia existir uma contagem digital no país porque a apuração precisava ser pública. Nessa mesma decisão foi enfatizado que a contagem de votos precisa ser transparente e acessível a qualquer cidadão e não hermética e acessível apenas aos iniciados no mundo digital.

Como a apuração não é um hábito jurídico, e sim administrativo do estado brasileiro, ela se enquadra nas exigências constitucionais que falam sobre publicidade e transparência. Essa etapa precisa ser exposta.

Ao pensar sobre isso, o sistema eleitoral se torna mais aberto, transparente e confiável. E isso precisa se estender além do voto e chegar a etapa de apuração. Afinal um voto pode ser decisivo em uma eleição. Todos sempre são. Se você vota em alguém que ganha a eleição, o seu voto fez isso e os outros foram sobras, não é verdade?

Quando o palanque não é necessariamente bom
A CPI da Covid poderia ser uma comissão sigilosa e a portas fechadas – apesar de não ter razão de ser. Mas, na verdade, se não fosse tão exposta, ela nem existiria, porque o objetivo principal disso tudo é o palanque eleitoral. Mas esse palanque não é necessariamente bom, porque está expondo senadores.

Nesse final de semana eu conversei com pessoas que acompanharam os trabalhos da CPI e verificaram que Ernesto Araújo e o general Pazuello foram muito superiores em argumentação e raciocínio do que muitos senadores.

As diferenças de sinapses e neurônios foram abismais. Eu fiquei pensando que alguns senadores tinham problemas mentais. Essa exposição está sendo ruim para eles. Esses parlamentares estão se tornando mais conhecidos, porém a consequência não está sendo tão boa assim. Talvez eles não tenham pensado nisso na emoção do momento. A emoção estraga tudo mesmo.

O general Pazuello e Ernesto Araújo foram modelos de racionalização e cabeça fria. Ambos responderam com todos os dados que tinham. Ao passo que alguns senadores não tiveram essa inteligência emocional. O que vimos me deixou preocupado com as condições de raciocínio e lógica deles.

Criminalização da prescrição médica?
O senador, presidente da CPI, me deixou muito preocupado – inclusive pessoalmente. Ele disse que pretende elaborar um projeto de lei para criminalizar o ato médico de prescrever medicamentos para doenças às quais não haja comprovação científica. Eu particularmente não sei o que é isso.

Eu fiquei assustado porque meu cardiologista pode ser preso e eu também, mas como cúmplice. Afinal ele me prescreve há tempos uma vitamina para manter a flexibilização e o funcionamento da minha válvula cardíaca.

Embora seja experimental e não tenha comprovação científica de que funciona, esse medicamento está resolvendo meu problema e tem bons resultados.

Isso acontece com centenas de tratamentos. Médicos prescrevem remédios experimentais a pacientes antes dele ser publicado em revistas e ser comercializado em massa. É assim que funciona a ciência, é preciso experimentar e descobrir o que dá certo.

É testando que a ciência descobre remédios e amplia a aplicação de certos medicamentos.

Alexandre Garcia
Colunas sobre política nacional publicadas de domingo à quinta-feira. *Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.
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PAÍSES POBRES DEPENDEM DOS PAÍSES RICOS PARA TER VACINA

Países ricos têm 15% da população mundial, mas concentram 45% de todas as doses disponíveis; enquanto EUA iniciam campanha para imunizar crianças, Chade não consegue sequer vacinar médicos e enfermeiros que trabalham na linha de frente

Thaís Ferraz, O Estado de S.Paulo

24 de maio de 2021 | 05h00Conteúdo CompletoFECHAR

O avanço das campanhas de vacinação contra a covid-19 no mundo, que bateu nesta semana a marca de 1,6 bilhão de doses aplicadas, ampliou a desigualdade entre países ricos e pobres. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os países de alta renda, com 15% da população mundial, compraram 45% de todas as vacinas disponíveis. Cerca de dez países, a maioria na África, sequer aplicaram uma única dose.

Chade é um deles. Com 15 milhões de habitantes, o país só deve receber as primeiras doses da Pfizer em junho. Médicos e enfermeiros ainda não foram vacinados. Também não começaram a vacinação Burkina FasoEritreiaBurundi e Tanzânia – que, em fevereiro, disse que não pretendia “aceitar” vacinas. Pequenas ilhas do Pacífico, como Vanuatu, também não iniciaram campanha de vacinação, mas têm menos urgência porque não registraram grandes surtos. 

O cenário preocupa especialistas. A OMS estima que a lenta vacinação em alguns países pode prolongar a pandemia. Os grandes laboratórios afirmam que seria possível imunizar a maioria da população mundial até o fim de 2021, mas especialistas alertam que países mais pobres podem conseguir terminar a inoculação apenas em 2024. 

Índia - vacinação
Vacinação na Índia: atrasos e escassez de oferta  Foto: Farooq Khan/EFE

O cenário favorece o surgimento de novas variantes, mais contagiosas e letais, como as cepas identificadas na África do Sul e na Índia, que podem ser resistentes às vacinas, comprometendo a imunidade em todo o mundo. “Nós já sabemos que uma variante, a sul-africana, é menos suscetível à proteção da vacina da AstraZeneca”, afirma o epidemiologista Chris Beyrer, da Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins. “Enquanto as pessoas mais suscetíveis não forem imunizadas, o vírus continuará evoluindo, e isso pode minar a geração atual de vacinas”. 

As causas para a desigualdade no acesso às vacinas são muitas. A primeira, mais óbvia, é de ordem econômica. Países mais pobres têm dificuldades para comprar doses e enfrentam problemas de infraestrutura e distribuição. O ‘nacionalismo da vacina’, ou concentração de vacinas por parte de países ricos, é outra – como poucas vacinas foram aprovadas e a capacidade de produção é limitada, nações que conseguiram encomendar grandes estoques saíram na frente. 

Além disso, a logística é um grande problema. “As vacinas que usam RNA mensageiro (como Pfizer e Moderna) são muito eficientes e muito seguras. Mas são difíceis de fazer, armazenar, distribuir”, explica Beyrer. A quebra de patentes, posição agora defendida pelos EUA, não seria uma solução mágica, acredita. “É uma ciência muito avançada, e levantar as patentes não mudaria nada no curto e médio prazo, porque precisaria haver uma transferência significativa de tecnologia e de capacidade de construção (de laboratórios). É um investimento que vale a pena, mas levará tempo.” 

A preocupação se estende a países que já adquiriram vacinas, mas não conseguem acelerar suas campanhas. Quase 30, entre eles África do SulAustrália e Armênia, aplicaram a primeira dose em menos de 1% da população. Só 20 países ultrapassaram a marca de 50%. A imunização com vacinas de menor eficácia – como a russa Sputnik e a chinesa Sinovac – também pode ser um problema.

“Há múltiplas vacinas agora, mas poucas têm alta eficácia. Temos casos como o do Chile, onde há alta cobertura, mas não há diminuição em taxas de infecção e hospitalização”, afirma Beyrer. Mais de 90% das doses administradas no país até o momento são da Coronavac.https://arte.estadao.com.br/uva/?id=Q5AE4Q

A falta de investimento em produção e distribuição de vacinas também têm consequências econômicas. De acordo com a Statista, empresa alemã especializada em mercado, a previsão é de que as principais economias do mundo registrem uma perda de 4,5% do PIB em razão da pandemia. 

Um estudo publicado em março na revista Science afirma que investimento extra no desenvolvimento e aplicação de vacinas poderia ter economizado trilhões de dólares em todo o mundo. De acordo com o estudo, se os governos tivessem investido para acelerar as campanhas em três meses, US$ 700 bilhões seriam economizados – ou US$ 1,3 trilhão, se forem contabilizados os custos de saúde, em um cálculo conservador. 

Algumas ações vêm sendo tomadas para reverter o cenário. O consórcio Covax, mecanismo da OMS para distribuição de vacinas, forneceu 71 milhões de doses, a maioria para países pobres. Alguns governos, como EUA e Suécia, anunciaram doações excedentes. Pfizer e União Europeia doaram 100 milhões de doses para países de baixa e média renda.

Para a diretora do Departamento de Imunização da OMS, Katherine O’Brien, as medidas são bem-vindas, mas outras precisam ser tomadas. “A doação de países que compraram muitas doses precisa acontecer em grande escala”, afirma. “Eles também podem trabalhar com as empresas que fornecem as vacinas para que elas sejam prioritariamente entregues ao Covax.”

Chile - vacinação
Embora o Chile esteja realizando um dos processos de imunização mais bem-sucedidos do mundo, com o qual conseguiu reduzir o número de internações de idosos, o governo ainda não foi capaz de conter a propagação do vírus  Foto: Esteban Felix/AP

O’Brien destaca que não há vacina suficiente para imunizar toda a população global. Por isso, defende prioridades. “Os meios de alocar vacinas precisam ser baseados em termos de necessidade e de impacto para a saúde pública, não em base de competição por contratos e em quem pode pagar”, afirma. Produtores de vacina, segundo ela, deveriam priorizar o compartilhamento de insumos com outros países, que também poderiam fabricar suas doses.

Para O’Brien, o desenrolar das campanhas de vacinação amplia as desigualdades. “Se falharmos em responder à desigualdade que já existe em relação às vacinas, com certeza isso poderia tornar a desigualdade geral ainda pior”, afirma. “Nenhum país está salvo até que todos estejam a salvo.”

Brasil

Para a professora do Coppead/UFRJ Cláudia Araújo, países menos desenvolvidos, como o Brasil, enfrentam desafios específicos. “Sofremos mais com questões de transporte e armazenagem do que países menores, mais desenvolvidos, que têm infraestrutura e estradas melhores”, afirma. “Temos dimensões continentais. Então, nosso grande desafio é manter as propriedades e a qualidade da vacina por todo o deslocamento dentro do território nacional.”

Para ela, a pandemia evidenciou uma grande dependência em relação aos países mais ricos. “O setor de saúde é muito dependente de poucos fabricantes. Vimos isso não só com a vacina, mas com materiais, equipamentos, EPIs”, afirma. “Com a pandemia, o mundo se deu conta de que a estrutura produtiva precisa ser repensada.”

 

ELEIÇÕES DE 2022 VAI TER CANDIDATO TERCEIRA VIA?

 

O País tem um urgente desafio: encontrar um candidato competente e responsável, capaz de representar uma alternativa viável a Lula e Bolsonaro

O País tem um urgente desafio: encontrar um candidato competente e responsável, capaz de representar uma alternativa viável a Luiz Inácio Lula da Silva e a Jair Bolsonaro. A população não pode ser refém do lulopetismo e do bolsonarismo, opções que – por mais empenho que se coloque para identificar diferenças entre elas – convergem de forma tão cristalina no negacionismo (seja na saúde pública ou na economia), na falta de disposição para promover as reformas, na utilização da máquina pública para interesses particulares (familiares ou partidários), na irresponsabilidade da gestão pública e no exercício do poder para fins exclusivamente eleitorais.

Esse desafio à liberdade e à cidadania – encontrar um candidato a presidente da República responsável e com viabilidade política – é, em alguma medida, tarefa de toda a sociedade. Mas, ainda que todos os cidadãos sejam em alguma medida responsáveis – e é muito oportuno que ninguém se sinta alijado do processo político –, há numa democracia representativa atores institucionais sobre os quais recai especial responsabilidade pelo futuro do País. Faz-se referência aqui aos partidos políticos.

De maneira muito especial, cabe às legendas encontrar um candidato viável da terceira via, comprometido com o interesse público.

Essa específica responsabilidade dos partidos não é mero dever de ocasião, em razão das atuais circunstâncias. Nada mais distante disso. A tarefa é decorrência direta da missão institucional dos partidos políticos em uma democracia representativa: assegurar pluralidade de opções políticas. E ao falar da terceira via, é disto que se trata: garantir que o eleitor, ao votar para presidente da República, tenha uma opção de voto viável e responsável.

Por isso, a Constituição de 1988 coloca os partidos políticos entre as instituições fundamentais para a organização do Estado. Essa menção não é uma espécie de homenagem formal ou de regalia institucional. As legendas têm papel decisivo na qualidade dos candidatos que o eleitor tem à disposição. Tanto é assim que, por expressa determinação constitucional, a filiação partidária é uma das condições de elegibilidade.

Ao contrário do que às vezes se pensa, os partidos são muito relevantes no cenário político. Eles não são – não precisam ser – reféns de Luiz Inácio Lula da Silva ou de Jair Bolsonaro. Por exemplo, nas eleições de 2020, cinco partidos se destacaram quanto ao número de prefeitos eleitos: MDB (783), Progressistas (687), PSD (654), PSDB (521) e DEM (466).

Essas cinco legendas têm, portanto, inegável força política e expressiva capilaridade, não dependendo do lulopetismo ou do bolsonarismo para sua viabilidade eleitoral. Seria, no mínimo, ingênuo que, com tal potencial político, esses cinco grandes partidos não fossem protagonistas nas eleições presidenciais apresentando candidatos competentes, responsáveis e viáveis. 

Vale lembrar que, nas eleições do ano passado, o partido de Lula e aquele pelo qual Bolsonaro foi eleito presidente fizeram muito menos prefeitos que as cinco primeiras legendas. O PT elegeu 182 e o PSL, 90. O DEM sozinho elegeu duas vezes e meia o número de prefeitos do PT.

Os números das eleições de 2020 revelam que o eleitor não é submisso aos extremos lulopetista e bolsonarista. Dessa forma, encontrar um candidato viável da terceira via não é apenas um dever dos partidos, mas também uma oportunidade eleitoral.

Na urgente empreitada de encontrar um candidato de centro viável e responsável, os partidos podem resgatar o aspecto essencial de sua missão: o de intermediar a relação entre poder político e população, aproximando-os. É precisamente esse aspecto que Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro negam aos partidos, quando os fazem vassalos de seus interesses particulares.

Sempre, mas especialmente agora, o País precisa dos partidos. Somente com a altiva participação das legendas, o eleitor poderá desfrutar de um mínimo de pluralismo político que o liberte da asfixiante disjuntiva entre Lula e Bolsonaro.

domingo, 23 de maio de 2021

MUNDO COMEÇA A VOLTAR AO NORMAL APÓS PANDEMIA

 

Volta ao normal

Por
Helen Mendes – Gazeta do Povo

Países com altos índices de vacinação contra a Covid-19 começam a reabrir a economia| Foto: BigStock

Pouco mais de um ano após o início da pandemia, mais de 1,6 bilhão de doses de vacinas contra o coronavírus já foram aplicadas em todo o mundo. No entanto, enquanto muitos países ainda enfrentam dificuldades para imunizar suas populações, outros já têm campanhas avançadas de vacinação e começam a voltar a uma normalidade mais parecida com o período pré-pandemia.

Segundo levantamento do Our World in Data, esses são os dez países com mais de 1 milhão de habitantes que têm a maior parcela da população totalmente imunizada: (dados até 21 de maio)

País % população Pessoas
Israel 59,1% 5,11 milhões
Chile 40,2% 7,69 milhões
Bahrein 39,6% 673.132
Emirados Árabes Unidos 39,3% 3,84 milhões
Estados Unidos 38,2% 127,8 milhões
Qatar 32,8% 945.022
Reino Unido 31,9% 22,07 milhões
Hungria 30,7% 2,97 milhões
Uruguai 28% 973.737
Sérvia 27,5% 1,87 milhão
Para comparação, o Brasil tem 9,65% da população completamente imunizada (20,44 milhões de pessoas), segundo dados de sexta-feira (21). Uma parcela de 19,64% da população total de brasileiros já recebeu pelo menos uma dose (41.578.892 pessoas).

Especialistas estimam que entre 70% e 90% de uma população precisa estar vacinada para que se alcance a imunidade coletiva, quando uma quantidade suficiente de pessoas está protegida e assim os contágios reduzem significativamente. Embora nenhum país com mais de um milhão de habitantes já tenha atingido esse nível, alguns já começaram a liberar a população das regras mais rígidas de combate à pandemia. Veja a seguir alguns desses casos:

Estados Unidos
Em todos os estados americanos, as restrições da pandemia estão sendo flexibilizadas e em muitos lugares os negócios já voltaram a funcionar normalmente. Estima-se que nos próximos meses o país esteja aberto, com apenas algumas restrições.

Em Vermont, por exemplo, o governo anunciou que todas as restrições serão suspensas quando o estado atingir 80% da população vacinada. A Califórnia irá encerrar em 15 de junho praticamente todas as limitações relacionadas ao coronavírus que ainda estão em vigor, reabrindo totalmente sua economia. Já o Texas se antecipou e permitiu a reabertura dos negócios ainda em março.

Americanos que já estão imunizados não precisam mais usar máscaras na maioria das situações, segundo recomendação do Centro para Prevenção e Controle de Doenças (CDC). O país tem usado as vacinas da Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson.

Autoridades de saúde locais apontam, no entanto, que o sucesso da reabertura em grande escala esperada para o verão depende da vacinação total dos adultos no país. No momento, o ritmo de vacinação está diminuindo, e por isso os estados têm encontrado maneiras criativas de incentivar a população, incluindo a distribuição de bilhetes de loteria, cupons de descontos e ingressos para eventos esportivos.

O presidente Joe Biden estabeleceu a meta de vacinar 70% dos adultos até o dia 4 de julho. Até o momento, mais de 60% dos maiores de 16 anos já receberam pelo menos uma dose de vacina contra o coronavírus. Em todo o país, todas as pessoas com 12 anos ou mais já podem ser vacinadas, depois que o CDC autorizou o uso do imunizante da Pfizer também para adolescentes de 12 a 15 anos.

Praticamente todos os estados dos EUA estão em tendência de queda de casos de Covid-19. A taxa de mortes pela infecção no país é a menor desde 31 de março de 2020: a média diária registrada na sexta-feira (21) foi de 589 mortes em todo o país, que chegou a ser um dos mais atingidos pela vírus e acumula mais de 588 mil mortes por Covid-19. O pico da pandemia nos EUA ocorreu em janeiro, quando o país chegou a registrar média diária de mais de 4 mil mortes.

Israel
Com a vacinação contra Covid-19 mais avançada do mundo, Israel anunciou no início do mês o relaxamento de restrições da pandemia. O Ministério de Saúde de Israel eliminou a exigência de máscaras ao ar livre em 18 de abril – o equipamento de proteção ainda é exigido em ambientes internos. Desde 6 de maio, os israelenses podem novamente fazer reuniões com até 50 pessoas em ambientes fechados e até 500 pessoas em áreas externas. Academias foram reabertas para pessoas que ainda não foram vacinadas e os locais que exigem certificado de vacinação não estão mais sujeitos a limitações de ocupação.

Após 14 meses fechados, os cinemas de Israel serão reabertos no dia 27 de maio. A notícia foi bem recebida pela população, após mais de um ano de pandemia e de 11 dias do conflito violento entre Israel e o Hamas que se encerrou na sexta-feira. O plano é permitir a entrada das pessoas que já foram vacinadas e possuem um “passaporte verde” e limitar a entrada de não vacinados para o máximo de 50 pessoas por sala.

O Ministério do Turismo israelense planeja reabrir o país para visitantes estrangeiros em breve. Um plano piloto com início no domingo (23) vai permitir a entrada de grupos limitados de turistas vacinados. Caso o plano de testar os turistas para Covid e rastrear sua movimentação pelo país tenha sucesso, mais grupos poderão visitar a nação do Oriente Médio. Se tudo funcionar como o esperado, viajantes individuais poderão chegar ao país a partir de 1 de julho. Todos os visitantes precisarão ter sido vacinados com uma das vacinas aprovadas em Israel e serão admitidos apenas viajantes de países que atendam os requisitos de controle da pandemia, segundo o Jerusalem Post.

A vacinação em Israel foi combinada com um lockdown rígido. Após as medidas, os casos e mortes por Covid-19 despencaram no país. Nos últimos sete dias, Israel teve uma média diária de 30 casos e 2 mortes por coronavírus.

Reino Unido
Há duas semanas, os britânicos foram liberados para voltar a se abraçar, jantar na parte interna de um pub e frequentar cinemas. As restrições têm sido gradualmente suspensas no Reino Unido à medida que a vacinação contra a Covid-19 avança. Mais de 71% dos adultos já receberam pelo menos uma dose de vacina da Covid-19 desde que o país começou sua campanha de imunização em dezembro.

Na Inglaterra, pessoas com 32 e 33 anos foram chamadas a agendar a sua primeira dose a partir de final de semana. O secretário de Saúde Matt Hancock disse na sexta-feira que o governo está a caminho de oferecer a primeira dose de vacina a todos os adultos no Reino Unido até o final de julho. O país usa os imunizantes da Astrazeneca/Oxford, Pfizer e Moderna.

As flexibilizações eram muito aguardadas pelos britânicos. Em janeiro, a Inglaterra enfrentou um terceiro lockdown nacional para conter os contágios que aumentaram após as festas de fim de ano. O número de novas infecções diárias caiu de cerca de 70 mil durante o pico ocorrido no inverno para cerca de 2.300 na semana passada.

Em abril, estabelecimentos não essenciais, academias e salões de beleza reabriram e restaurantes puderam atender clientes em áreas externas. Há duas semanas, as regras de distanciamento social foram ainda mais flexibilizadas, com a permissão de encontros de até seis pessoas em ambientes internos, incluindo bares e restaurantes, e de até 30 pessoas locais ao ar livre. Os britânicos também não precisam mais passar por uma quarentena ao voltar de alguns países como Portugal e Islândia.

A próxima etapa do plano de reabertura está prevista para 21 de junho. No entanto, o primeiro-ministro Boris Johnson alerta que as pessoas devem manter a cautela, enquanto o país se preocupa com o aumento da circulação da variante do coronavírus que foi primeiro detectada na Índia e que possivelmente é mais transmissível.
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GRANDES EMPRESAS EM BUSACA DE INOVAÇÃO ADQUIREM STARTUPS

 

Número de negócios já chega a 77 no ano até abril, patamar 120% maior do que no mesmo período do ano passado

Renée Pereira, O Estado de S. Paulo

A velocidade das transformações digitais, acelerada pela pandemia da covid-19, criou uma cultura de urgência dentro das empresas em busca de inovação. Para não ficar para trás e não perder espaço para a concorrência, muitas delas, como Magazine LuizaViaB2W e Alpargatas, têm ido às compras à procura de soluções para problemas do dia a dia. A preferência tem sido pelas startups, empresas novatas com mais agilidade no desenvolvimento de produtos e com mão de obra qualificada.

Só no primeiro quadrimestre deste ano, o número de aquisições de startups cresceu 120% – um recorde para o segmento. Foram 77 negócios ante 35 em igual período do ano passado, segundo dados da plataforma de inovação Distrito. O movimento começou a se intensificar no terceiro trimestre do ano passado, quando aumentou a corrida pela digitalização para amenizar os efeitos da crise. Para se ter ideia do apetite das empresas, o número de aquisições entre janeiro e abril deste ano foi maior que o de 2019 inteiro.

“A pandemia acelerou a transformação das empresas diante de uma mudança forte no comportamento dos consumidores. Elas entenderam que precisavam ter novos canais para atender a esse cliente”, afirma o cofundador da Distrito, Gustavo Gierun. Para ele, as aquisições de startups se mostraram o caminho mais rápido para encurtar o tempo da digitalização.

“Todos os dias temos de decidir se vamos construir as soluções ou vamos procurar fora”, diz o vice-presidente de negócios do Magalu, Eduardo Galanternik. No primeiro quadrimestre, a estratégia foi buscar no mercado: a empresa comprou cinco startups e continua com forte apetite. “Procuramos negócios que vão resolver nossos problemas nas áreas de tecnologia, logística e pagamentos”, diz Galanternik, destacando que o objetivo é acompanhar os novos hábitos de clientes cada vez mais conectados.

Outras varejistas acompanharam a estratégia do Magalu. Neste ano, a venda de startups com soluções voltadas para o setor ficou em primeiro lugar no ranking de fusões e aquisições, com 14% das operações, segundo a Distrito. Em 2020, as fintechs estavam na liderança, com 16%, e o varejo em quarto lugar, com 11%. Para Gierun, as empresas do setor entenderam que avanços na parte de serviços, operações, clientes e na cadeia logística serão essenciais para o crescimento.

Eduardo Galanternik
 Vice-presidente de negócios do Magazine Luiza, Eduardo Galanternik, explica que a empresa analisa diariamente se constrói uma solução tecnológica ‘em casa’ ou procura no mercado Foto: Werther Santana/Estadão

O vice-presidente de inovação digital da Via (ex-Via Varejo), Helisson Lemos, concorda. O grupo tem buscado startups que incrementem seus serviços, como a compra da empresa de logística Asap Log. Em menos de um ano, conseguiu elevar de 28% para 42% o número de entregas feitas em 24 horas e de 47% para 65%, em 48 horas. Em abril, a Via comprou a fintech Celer, que vai compor os trabalhos de outra aquisição: o banco digital BanQi, com dois milhões de clientes. “É inimaginável fazer isso em casa na mesma velocidade.” Para ele, a aquisição tem efeito imediato nos resultados. 

A velocidade das mudanças num mundo em forte disrupção reforça o movimento de compra de startups em vez de começar um projeto do zero. “Hoje em dia a tecnologia se torna obsoleta rapidamente. Enquanto uma empresa desenvolve uma solução, outras surgem e superam as demais”, afirma o sócio da consultoria PwC, Leonardo Dell’Oso, líder da área de fusões e aquisições.

Além da urgência do digital, o cenário tem sido favorável às aquisições. Com a queda dos juros e abertura de capital na bolsa, há muito dinheiro em circulação que precisa ser alocado em algum lugar, diz o sócio-fundador da butique de fusões e aquisições Solstic Advisors, Flávio Batel. “Só nas últimas três semanas, recebemos cinco novos mandatos de negócios que envolvem busca de soluções para empresas tradicionais.”https://arte.estadao.com.br/uva/?id=zJdEYQ

A maioria delas tem criado áreas e fundos dedicados à busca de oportunidades no mercado, como é o caso da TivitPorto Seguro e a B2W, que criou o IF – Inovação e Futuro. É essa área que fica à frente das aquisições de empresas do Universo Americanas (Americanas e B2W). De janeiro de 2020 para cá, a companhia já comprou oito startups para reforçar os serviços do grupo. A aquisição mais recente foi a Nexoos, uma plataforma que conecta tomadores de crédito com investidores. “A estratégia é entrar em negócios de novas frequências, novas verticais e que tenham times e conhecimentos para acelerar nosso trabalho”, diz o diretor do IF, Thiago Barreira.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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