terça-feira, 18 de maio de 2021

CRIATIVIADE E INOVAÇÃO NO SEU NEGÓCIO

 

Henrique Carvalho – Viver de Blog

Criatividade e inovação são conceitos completamente ligados, porém completamente diferentes.

E ainda assim frequentemente confundidos como sinônimos.

Ter ideias não torna ninguém genial ou bem-sucedido.

Todos nós temos a capacidade de gerar uma enorme quantidade de novas ideias.

A diferença no resultado está no que você irá fazer com sua criação. Afinal, uma ideia sem execução não gera valor.

Atividades como a observação, o uso de referências e o experimento de um olhar diferente para coisas comuns, fazem parte do processo de criatividade.

Como expliquei neste artigo sobre bloqueio criativo, você, independente da área de atuação, tem a possibilidade de aprender a usar sua criatividade. Pois ela não é fruto de talento ou dom, mas sim de muito treino.

A criatividade é o passo anterior à inovação.

Toda mudança feita no mundo começou a partir de uma ideia.

No entanto, a ideia não representa nada além de uma produção mental sem valor. E, conforme começa a ganhar corpo e sair do mundo teórico, o processo de inovação se inicia.

O conceito que melhor define a inovação é o de execução de ideias. Desde que essas criações ao serem implementadas, de fato gerem valor para as pessoas.

Outra definição completamente distorcida da inovação, é que, a sua ideia, ao ser implementada, precisa mudar o mundo para ser considerada inovadora.

Não, você não precisa ser o próximo Thomas Edison, Alexander Graham Bel ou até Elon Musk para usar sua criatividade e inovação.

Com atitudes relativamente simples, porém criativas, você pode transformar a sua realidade, porque este é um processo que está ao alcance de todos nós.

Ficou curioso(a) para saber como usar seu potencial de criatividade e inovação? Então continue lendo este artigo para saber mais sobre:

Como acontece a inovação

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Será que você não anda inibindo seu potencial de criatividade e inovação por estar preso(a) à crença limitante de que somente grandes gênios capazes de gerar grandes ideias, podem trazer suas soluções inovadoras para o mundo?

Se todos nós nascemos capazes de aprender a sermos criativos, certamente podemos aprender também aprender a sermos inovadores.

No ano de 1672, Ferdinand Verbiest, construiu o primeiro veiculo que não dependia de cavalos para se locomover. Mas somente de vapor.

Porém, talvez você não tenha ouvido falar dele. Isso porque sua criação era apenas um brinquedo. Sem tamanho suficiente para transportar uma pessoa, animais ou objetos.

Foi somente em 1769 que o primeiro automóvel movido a vapor e capaz de transportar pessoas foi desenvolvido. E ainda mais tarde, em 1876, que o primeiro automóvel “moderno”, usando motor de 4 tempos foi criado por Karl Benz.

Neste grande intervalo de tempo, diversas inovações foram feitas nos protótipos existentes para chegar ao modelo de automóvel que conhecemos.

Por fim foi a vez de Henry Ford, que inovou ao inserir o método de produção em massa de carros na sociedade.

Além disso criou um sistema de franquias para a venda desses carros, que hoje conhecemos como concessionárias.

A indústria automobilística não para de se superar e evoluir.

A cada mudança, seja uma melhoria no sistema de produção, dos itens de segurança, do surgimento dos carros elétricos, as inovações são feitas uma atrás da outra.

E, conforme a tecnologia avança, mais rápidas essas inovações viram parte de nosso cotidiano.

Você percebeu que todas as modificações feitas no modelo original de carro são consideradas inovações? Mesmo as menores?

O cinto de segurança foi uma delas.

Criado pelos próprios donos de veículos, que usavam cordas improvisadas para segurar o motorista ao banco e evitar acidentes.

O que não funcionava muito bem.

Foi apenas em 1959, que o primeiro carro saiu já da fábrica com cinto de segurança. Para atender uma necessidade já existente.

Assim, temos um item que hojeé responsável por reduzir em 45% o número de mortes no trânsito só no Brasil, de acordo com dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet).

Uma melhoria que salva muitas vidas, ou seja, possui um valor inestimável, mas que não causou necessariamente uma disrupção.

Inovação não é invenção. Você não precisa reinventar a roda ou criar uma nova internet para ser inovador.

Seja em sua vida, no seu emprego ou no seu negócio, a criatividade e inovação podem estar presentes em pequenas atitudes, como:

  • Criação de novos produtos;
  • Oferecimento de serviços diferenciados;
  • Inovação em processos;
  • Novos modelos de negócios;
  • Criação de novos valores;
  • Novas formas de trabalho;
  • Novos usos de ferramentas já existentes;
  • E até surgimento de novos mercados (como nichos e sub-nichos).

Várias são as maneiras de implementar a criatividade e a inovação.

Automaticamente quando pensamos em criação, fazemos a associação com atividades artísticas, como pintar, desenhar, escrever, fazer músicas, fotos e por aí vai.

Realmente, estes são campos que não existem sem a criatividade.

Mas quem disse que mercados tradicionais também não usam os princípios da inovação e criatividade? Sem ideias criativas , seja em qual área for, fica impossível ganhar dinheiro.

Exemplos de criatividade e inovação em mercados pouco criativos

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Você diria que uma solução inovadora poderia vir de um dos mais tradicionais tipos de instituição?

Bancos não possuem a fama de serem as empresas mais inovadoras do mundo, especialmente no quesito “atendimento ao cliente”.

Aposto que, pelo menos uma vez na sua vida, você já passou por alguma situação de “teste de controle de nervos” em uma agência bancária.

Seja por causa de um gerente desinteressado em ajudar, filas enormes ou mil burocracias.

Atentos a essa falha de prestação de serviços bancários, o Nubank entrou no mercado financeiro e inovou não só no fato de não ter agências físicas mas principalmente no atendimento oferecido ao cliente.

Um tratamento mais personalizado e principalmente humano que envolve cartas escritas a mão, envio de presentes e mimos e linguagem extremamente pessoal.

Tudo que não estava sendo feito por outros grandes Bancos.

Outro exemplo, também de um setor usualmente pouco inovador, é o Conta Azul. Que consiste em um aplicativo para gerenciar toda a parte financeira da empresa de modo 100% online.

Ao oferecer um serviço totalmente online, a preços acessíveis, para micro e pequenas empresas que sofriam com a falta de organização financeira, a Conta Azul encontrou o ponto chave entre a criatividade e inovação.

Tanto que, aqui na Viver de Blog, usamos essa ferramenta para manter nosso fluxo de caixa em dia, assim como traçar cenários de despesas e receitas.

VALEON UMA STARTUP INOVADORA

A Startup Valeon é uma nova empresa da região do Vale do Aço que tem um forte relacionamento com a tecnologia.

Em geral, elas se caracterizam por ser um negócio com ideias muito inovadoras e grande disposição para inovar e satisfazer as necessidades do mercado.

Seja nas formas de atendimento, na precificação ou até no modo como o serviço é entregue, as startups buscam fugir do que o mercado já oferece para se destacarem ainda mais.

Muitos acreditam que desenvolver um projeto de inovação demanda uma ideia 100% nova no mercado. É preciso desmistificar esse conceito, pois a inovação pode ser reconhecida em outros aspectos importantes como a concepção ou melhoria de um produto, a agregação de novas funcionalidades ou características a um produto já existente, ou até mesmo, um processo que implique em melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade ao negócio.

inovação é a palavra-chave de qualquer startup. Essas empresas buscam oferecer soluções criativas para demandas que sempre existiram, mas não eram aproveitadas pelo mercado.

As startups procuram resolver problemas e oferecer serviços inovadores no mercado.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wpp)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

VOTAÇÃO PARA VOTO IMPRESSO

 

Presidente do Senado Rodrigo Pacheco acatou o projeto do “voto auditável” e foi colocado no site do Senado para consulta pública, porém não está sendo divulgado e a esquerda está votando para parecer que o povo brasileiro não quer isso… para continuar a manipulação dos resultados das eleições….

vamos mostrar a nossa vontade, vote “SIM” e vamos desmascarar essa farsa…!!!

https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=132598
Puts o voto impresso perdendo gente.
Votem votem 235 mil a favor 250 mil contra o voto impresso

CPI DA COVID QUESTIONA ERNESTO ARAUJO

 

 Felipe Frazão – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro vai enfrentar, a partir desta terça-feira, 18, a fase mais dura até agora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que interroga, nesta semana, dois ex-ministros que saíram do governo sob ataque: Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Eduardo Pazuello (Saúde). Bolsonaro está preocupado com o teor dos dois depoimentos, que podem atingir sua gestão no combate da pandemia de covid-19.

O primeiro a ser ouvido, nesta terça, será o ex-chanceler Ernesto Araújo, que deixou o Itamaraty “atirando” no Senado. Demitido em março e abandonado pela articulação política do governo, ele acusou o núcleo do Palácio do Planalto – influenciado por militares e congressistas – de ter perdido “a alma e o ideal”. Até aqui, Araújo poupou Bolsonaro e recebeu manifestações de apoio do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente com quem fazia dobradinha na política externa.Convocação. O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo será ouvido hoje pelos senadores da CPI da Covid © Dida Sampaio / Estadão Convocação. O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo será ouvido hoje pelos senadores da CPI da Covid

Araújo saiu do governo sob muitas críticas, como Pazuello. Foi acusado de atrapalhar o relacionamento com países-chave, como China e Estados Unidos, por causa de posições ideológicas adotadas ao lidar com temas sensíveis aos dois governos. O ex-chanceler sempre disse, no entanto, que as vacinas hoje disponíveis no Brasil foram negociadas quando ele esteve à frente da diplomacia.

O ex-ministro das Relações Exteriores foi um dos primeiros ícones da ala ideológica e da base conservadora bolsonarista a ser convocado à CPI. Na condição de testemunha, ele não pediu habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal para se manter em silêncio, como fez Pazuello, e traçou sua estratégia de defesa em reuniões com um advogado particular, Rafael Teixeira Martins, sem envolvimento do governo. Em tese, ele teria direito a ser representado pela Advocacia-Geral da União, como fará o ex-titular da Saúde.

“O ex-ministro está preparado, tranquilo e à disposição para prestar os esclarecimentos à CPI, sem nenhum tipo de dificuldade, constrangimento ou óbice. Ele quer contribuir e deixar clara sua participação no processo da pandemia. Não há nada que o implique, ele é uma testemunha, não teve envolvimento no processo decisório”, disse Teixeira Martins.

Pazuello, por sua vez, conseguiu aval do Supremo para ficar calado diante de perguntas que possam incriminá-lo. Aliados do governo disseram que a medida é necessária para evitar “abuso de autoridade”. O habeas corpus concedido pelo ministro do STF Ricardo Lewandowski, porém, não dá a Pazuello o direito de permanecer em silêncio quando for questionado sobre Bolsonaro, por exemplo. A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”, também acionou o STF pedindo para ficar calada. Ela depõe na quinta-feira.

Governistas tentarão blindar o chanceler, o general e a secretária insistindo nas investigações contra governadores e prefeitos. “Queremos convocar outros gestores. É preciso chegar onde chegou o dinheiro e saber o que foi feito com ele”, afirmou Marcos Rogério (DEM-TO), membro da CPI e vice-líder do governo.

Araújo se reencontra com o Senado um mês e meio depois de passar por uma sabatina “infernal”, às vésperas de sua demissão. “Nossa expectativa é obter esclarecimentos sobre a postura do Brasil na busca por vacinas e insumos no combate à pandemia. Além disso, há necessidade de esclarecer se o governo recebeu orientação ou teve sugestão da defesa de cloroquina e outras práticas medicamentosas sem nenhum tipo de eficácia científica”, disse o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Na lista de perguntas que serão feitas pela CPI estão as orientações passadas a embaixadas para compra de medicamentos como a cloroquina; detalhes da missão oficial para conhecer um spray nasal em Israel; interferência dos filhos do presidente na política externa; e hostilidades em relação à China. “O Ernesto já não prezava pelos cuidados em lidar com os senadores quando era ministro, agora não sei se ele vai segurar a língua”, disse o líder da Minoria, Jean-Paul Prates (PT-RN). / COLABOROU LAURIBERTO POMPEU

BOLSONRO DIZ QUE MENSAGENS DE HACKERS PREJUDICARAM A LAVA JATO

 

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Rio de Janeiro RJ 26 08 2019 O ministro da Justiça, Sergio Moro, visita o Arquivo Nacional, na região central do Rio.Tânia Rêgo/Agência Brasil

Ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro prestou depoimento no inquérito das Operação Spoofing.| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro prestou depoimento novamente na Justiça Federal como testemunha da Operação Spoofing. Esse inquérito investiga a invasão de celulares de autoridades e membros da Lava Jato, que resultou no vazamento de mensagens de conversas.

Na anulação das condenações de Lula, muito provavelmente essas mensagens foram levadas em consideração como prova, apesar de terem sido obtidas ilegalmente. A Constituição prevê claramente, em cláusula pétrea, que não são admitidas em processo provas obtidas por meios ilícitos.

No mesmo dia foi ouvida a ex-deputada Manuela D´Ávila, que foi contactada pelos hackers e intermediou a conversa deles com o jornalista Glenn Greenwald. A divulgação das mensagens também bateu de frente com uma cláusula pétrea, que diz que são invioláveis os sigilos de correspondência, de comunicações, etc, etc. Infelizmente, hoje em dia não ligam muito para a Constituição e isso é muito perigoso.

Segundo Moro, o vazamento das mensagens serviu para estancar a investigação da corrupção e para soltar e beneficiar corruptos e corruptores. Eu acho que ele acertou na mosca.

Demanda por aço aquecida
Mudando de assunto. Segundo o Instituto Aço Brasil, a produção de aço cresceu 21,4% no primeiro quadrimestre deste ano. A produção desse bem é um indicador certo da atividade industrial. O consumo de aço siderúrgico subiu quase 44% no mesmo período. Isso é atividade econômica.

Eu ouvi pessoas da indústria da construção reclamarem de demora na entrega de aço. Isso porque há uma defasagem entre o consumo, crescimento de 44%, as vendas internas, que subiram 40% e a produção, que aumentou somente 21%.

O resultado disso foi o aumento na importação do produto, quase o dobro se comparado ao mesmo período do ano passado. Foram adquiridos 1,4 milhão de toneladas de aço por causa do aumento da demanda interna.

Aumento na previsão do PIB
O boletim Focus aumentou a previsão de crescimento do PIB deste ano, de 3,21% para 3,45%. A previsão da taxa Selic é de 5,5% e o câmbio do dólar de R$ 5,35 para o final do ano. Dados que devem aumentar o número de empregos.

Itaipu está bem servida
A população dos mais de 50 municípios da região de Foz do Iguaçu (PR) lamentou a perda do diretor-geral do Brasil na Itaipu Binacional, general Silva e Luna, para a diretoria da Petrobras. Mas o general Francisco Ferreira, que o substituiu, é uma grata surpresa. Eu só tenho ouvido elogios da gestão dele. Dizem que saiu um diretor excelente e entrou outro igualmente excelente. Um sucessor digno.

Ferreira foi brilhante em todas as etapas da carreira militar e eu lembro que ele passou dois anos servindo no Paraguai como instrutor de paraquedismo em uma missão brasileira. Ou seja, ele conhece o país vizinho e sabe negociar com os paraguaios.

É bom ver figuras que ninguém conheciam gerenciando ministérios e cargos estratégicos. Assim como Tarcísio Freitas (ministro da Infraestrutura), Damares Alves (ministra da Mulher), Gilson Neto (ministro do Turismo), entre outras pessoas, que apareceram no governo Bolsonaro sem indicação de partido político e sim por competência.
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/moro-esta-certo-vazamento-mensagens-beneficiou-corruptos/
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BOLSONARO VAI ERRAR DE NOVO NA NOMEAÇÃO DO MINITRO DO STF

 

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

Bolsonaro planeja indicar ministro terrivelmente evangélico ao STF, mas que critério é esse?| Foto: Marcos Corrêa/PR
O Brasil e os 220 milhões de brasileiros só têm uma oportunidade na vida — uma só — de se livrar de um ministro do Supremo Tribunal Federal: quando o calendário, na sua marcha para frente que nem o STF pode parar, mostra que um dos onze bateu nos 75 anos de idade. Aí o cidadão tem de ir para casa, por mais que não queira; do ponto de vista do interesse público, é quase sempre o único momento realmente positivo de sua carreira.

Está para acontecer de novo, pela segunda vez no governo do presidente Jair Bolsonaro, e pela segunda vez o que se prevê é um desastre com perda total. Em vez de aproveitar essa oportunidade preciosa de se livrar de uma das onze calamidades que dão expediente na nossa “corte suprema”, e colocar em seu lugar um magistrado de verdade, o presidente, pelo que se anuncia, tomou o rumo de colisão frontal contra a coisa certa.

É trágico, porque não é todo dia que um ministro faz 75 anos de idade e tem de pedir as contas. Ou se tira proveito desses momentos raríssimos para melhorar alguma coisa, ou o Brasil continua tendo um dos piores tribunais superiores que existem no mundo — o que está aí, pela espantosa coleção de decisões perversas que tem tomado, é o pior que este país jamais conheceu. Na primeira oportunidade que teve de nomear um ministro, Bolsonaro a jogou no lixo. Nomeou, e o Senado aprovou com entusiasmo, uma nulidade absoluta tirada do Piauí – e cuja única credencial, além de tomar tubaína com o presidente, é servir ao “centrão” político que manda no Brasil velho.

O presidente, pelo que indica no momento o cheiro da brilhantina, vai repetir a dose na segunda indicação que o destino lhe reservou; parece decidido a colocar lá dentro, no lugar a ser aberto com o desembarque do ministro Marco Aurélio, mais um nome absurdo. É o que se chama “100% de aproveitamento”. Teve duas chances de dar ao Brasil um STF um pouquinho melhor. Vai conseguir, nas duas vezes, tornar a coisa ainda pior do que já é.

Pode ser difícil de acreditar, mas o critério de Bolsonaro para nomear o novo ministro não tem absolutamente nada a ver com a qualificação do sujeito como juiz, ou sua competência profissional. Pior: o presidente diz na cara de todo mundo, sem nenhuma tentativa de qualquer disfarce, que vai indicar o próximo ministro pela única e exclusiva razão de que ele é “evangélico”.

Que raio tem a ver a religião de um indivíduo com a sua capacidade de ocupar uma vaga — que vai durar até os 75 anos de idade, ou pelo resto da vida em termos práticos — no tribunal que hoje manda e desmanda no Brasil? Não é que está sendo indicado um subprocurador do Instituto de Pesos e Medidas. É um ministro do STF, e um ministro do STF pode fazer tudo — desde proibir helicópteros da polícia de sobrevoarem as favelas do Rio de Janeiro, até anular de uma vez só todos os processos penais contra o ex-presidente Lula, inclusive sua condenação em terceira e última instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com o único propósito de colocar o homem de novo na presidência da República.

Na bolsa de apostas e de palpites sobre o novo ministro, cita-se como “pontos a favor”, por exemplo, o fato de um cidadão rezar todo dia às 6 horas da manhã junto com Bolsonaro, ou de ter a simpatia de sua mulher Michelle, ou de ser o preferido do “bispo Rodovalho” e de sua igreja “Salva Nossa Terra”. Outro nome estaria forte por ter nascido em Alagoas — e, como tal, ser próximo não apenas do deputado Arthur Lira como também do senador Renan Calheiros. Que tal?

O presidente Bolsonaro não é responsável pelas aberrações que o STF comete a cada vez que um ministro assina um pedaço de papel. Mas tem 100% da culpa pelo ministro que já indicou, e outros 100% pelo que vai indicar.

Se você fosse Bolsonaro, quem indicaria para novo ministro do Supremo Tribunal Federal na vaga de Marco Aurélio Mello?
Augusto Aras, procurador-geral da República
André Mendonça, advogado-geral da União
William Douglas, desembargador do TRF-2
Humberto Martins, ministro e presidente do STJ
Ives Gandra Martins Filho, ministro do TST
João Otávio de Noronha, ministro e ex-presidente do STJ
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CPI DA COVID AVANÇA POUCO NOS PROBLEMAS DA PANDEMIA

 


Por
Olavo Soares – Gazeta do Povo
Brasília

Reunião da CPI da Covid em 13 de maio.| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

As semanas iniciais da CPI da Covid do Senado indicaram que a comissão tende a tomar um rumo desfavorável à gestão do presidente Jair Bolsonaro. Os depoimentos das testemunhas, tanto os já realizados quanto os agendados para os próximos dias, têm como foco a atuação do governo federal no combate à pandemia de Covid-19. Os discursos dos senadores que integram a comissão também vão pela mesma linha, assim como os pedidos de informação e a maior parte dos requerimentos aprovados pela comissão. Assim, a meta bolsonarista de fazer com que a CPI investigue o desempenho de governadores e prefeitos tem se tornado um alvo distante.

A vacinação e o chamado “tratamento precoce” são os temas que nortearam os debates até o momento e que devem permanecer no radar. Depoimentos como os do ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten e do gerente-geral da farmacêutica Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, levantaram hipóteses sobre uma possível negligência do governo federal na compra de vacinas.

Para os governistas, entretanto, a fala revelou que não havia como o Palácio do Planalto avançar na aquisição dos imunizantes. Seja como for, a base bolsonarista não conseguiu retirar a atenção da CPI da esfera federal.

Confira abaixo uma relação de perguntas e respostas sobre o que esperar da CPI nos próximos dias e também sobre o resultado final da comissão.
Quais serão os próximos depoimentos da CPI
A CPI ouve na terça-feira (18) o ex-ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, e na quarta-feira (19) o também ex-ministro Eduardo Pazuello, da Saúde. Na quinta (20), o depoimento previsto é o de Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde. Ela é defensora do uso da cloroquina no tratamento contra a Covid.

Entre os dias 25 e 27, a CPI entra no que chama de “semana da vacina”, com depoimentos de três representantes de empresas que fabricam imunizantes: de representantes do Instituto Butantan (coronavac), no dia 25; da Fiocruz (Oxford/AstraZeneca), no dia 26; e União Química, vinculada à vacina Sputnik V, no dia 27.

A agenda dos depoimentos, porém, pode ser modificada a qualquer momento. O depoimento de Pazuello é alvo de uma disputa judicial e a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), de permitir o silêncio ao ex-titular da Saúde, pode até motivar um rearranjo do depoimento.

Modificações podem também ocorrer por causa de questões de agenda. Na primeira semana, da CPI, os senadores perceberam que não faria sentido promover duas oitivas no mesmo dia, o que levou a rearranjos no cronograma. Há ainda a possibilidade de reconvocação de testemunhas que já falaram, como Wajngarten e o atual ministro da Saúde Marcelo Queiroga, algo que também pode influenciar o calendário.

Como vão funcionar os depoimentos
A dinâmica dos próximos depoimentos deve reproduzir o que se viu nas primeiras semanas. As testemunhas estarão fisicamente no Senado e os parlamentares poderão participar de modo presencial ou remoto – à exceção da cúpula da CPI, formada por presidente, vice e relator, que também estarão no próprio Senado.

A expectativa é que os depoimentos também sigam o que ocorreu na semana passada, com a defesa enfática do governo sendo feita por poucos parlamentares e com a maior parte dos integrantes da CPI apresentando críticas ao governo Bolsonaro.

E os prefeitos e governadores?
A CPI tem um número elevado de convocações “na fila”. São pedidos feitos por senadores que precisam ser apreciados pelos demais membros da comissão para serem aprovados ou rejeitados. Há mais de 250 requisições aguardando análise.

A lista de possíveis testemunhas contempla atuais e antigos integrantes do governo Bolsonaro. Entre os atuais, estão os ministros Paulo Guedes (Economia) e Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) e Damares Alves (Mulher, da Família e dos Direitos Humanos).

Já um dos ex-membros de primeiro escalão que pode falar à comissão é o deputado Osmar Terra (MDB-RS), que foi ministro da Cidadania do início da gestão Bolsonaro até fevereiro do ano passado. Terra, que é médico, ganhou notoriedade por fazer previsões sobre a pandemia de coronavírus que não se concretizaram, como a de que a Covid-19 faria menos mortes do que a epidemia de H1N1. Curiosamente, a presença de Terra é requisitada tanto por um senador que apoia Bolsonaro, Marcos Rogério (DEM-RO), quanto por um contrário ao governo, Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

A relação de possíveis depoentes na comissão também contém gestores locais. Entre eles, o vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida Filho. Ele é rompido com o governador, Wilson Lima (PSC), e acusa Lima e Bolsonaro de terem buscado a obtenção da “imunidade de rebanho” no estado. Essa diretriz teria levado o Amazonas a passar pelo colapso sanitário por causa do número excessivo de casos graves de Covid-19 no início do ano e a apuração dos fatos está entre os motivos que levaram à instalação da CPI.

O próprio Lima também tem um requerimento de convocação, apresentado por Marcos Rogério. O mesmo parlamentar pede a presença de outros três governadores: o de São Paulo, João Doria (PSDB); o do Pará, Helder Barbalho (MDB); e o da Bahia, Rui Costa (PT).

Outros requerimentos que chegaram à CPI são o de convocação de prefeitos que implantaram o “tratamento precoce” e que alegam ter obtido bons resultados, como os de Chapecó (SC) e São Lourenço (MG). A cidade catarinense foi recentemente visitada por Bolsonaro, que elogiou a abordagem do município contra a Covid-19.

Para que as pessoas citadas pelos parlamentares sejam efetivamente levadas à comissão, é preciso que os requerimentos sejam aprovados. E, neste processo, o maior trabalho não é o de ter o requerimento aprovado, e sim de vê-lo posto em votação. A maior parte dos requerimentos levados a votação é aprovado.

Senadores que apoiam o governo federal têm criticado o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), de evitar a análise de convites de pessoas que poderiam dar depoimentos favoráveis à atuação de Bolsonaro.

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Além dos depoimentos, o que pode fazer a CPI
Uma CPI não pode prender nenhuma pessoa, exceto em flagrante, nem determinar a cassação de um político com mandato eletivo, tampouco o afastamento de um ocupante de cargo de confiança – como um secretário estadual ou ministro.

Isso, no entanto, não significa que a comissão tem pouco poder. Porque a CPI detém vários instrumentos para promover investigações. Pode determinar a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico, exigir a presença de autoridades, requisitar informações de órgãos públicos e solicitar a realização de perícias e vistorias.

Em relação a prisões, a comissão por pouco não prendeu o ex-secretário Fábio Wajngarten. Ele foi acusado de mentir à comissão, por supostas incoerências em suas declarações sobre a entrevista que deu à revista Veja e sobre a campanha “O Brasil não pode parar”, elaborada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República no primeiro semestre do ano passado.

O presidente da CPI decidiu não determinar a prisão de Wajngarten, mas enviou a documentação referente ao seu depoimento ao Ministério Público, que poderá requerer a reclusão – o que é mais uma demonstração do potencial da CPI.

E como pode acabar a CPI
Uma CPI pode ter desdobramentos de dois tipos. Um deles é o de âmbito político. Embora a comissão não tenha a legitimidade para, por exemplo, cassar um senador ou determinar o impeachment de um presidente, pode levantar informações que modifiquem o cenário e motivem a abertura de processo contra os políticos investigados.

E o outro grupo de consequências é o da esfera jurídica. Todo o trabalho da CPI é resumido em seu relatório, que é encaminhado a órgãos de controle, como o Ministério Público – que eventualmente pode usar essas informações para processar pessoas investigadas na CPI. É por esse aspecto, aliás, que o cargo de relator é tão cobiçado – e que a nomeação do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para o posto despertou controvérsias.

Com o relatório entregue ao MP, as ações ficam a cargo dos órgãos de controle. No caso do presidente, qualquer processo partiria de uma acusação apresentada pela Procurador-Geral da República (PGR).

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/cpi-da-covid-o-que-esperar-possiveis-consequencias/?ref=escolhas-do-editor
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segunda-feira, 17 de maio de 2021

CONSIDERAÇÕES SOBRE REGIMES DE GOVERNO

A grama do vizinho é mais verde que a minha

Não é possível escapar da necessidade de moedas de troca no presidencialismo multipartidário

Carlos Pereira, O Estado de S.Paulo

presidencialismo multipartidário requer, como condição sine qua non, o uso discricionário de moedas de troca pelo presidente. Essa não é uma opção moral do governante. É uma necessidade para que o jogo político alcance funcionalidade em um ambiente em que o partido do presidente não desfruta de maioria legislativa. Governos e sociedades que negam esse imperativo pagam custos mais altos de governabilidade.

Regimes parlamentaristas costumam ter partidos fortes, ideológicos e programáticos, capazes de ofertar suporte legislativo estável a um governo em troca da alocação de ministérios e outros espaços de poder a parceiros que façam parte da coalizão de governo.

Orçamento secreto
Sessão plenária na Câmara dos Deputados; documentos obtidos pelo Estadão mostram criação de um ‘orçamento secreto’. Foto: Dida Sampaio/Estadão – 11/3/2020

Já presidencialismos multipartidários, como o brasileiro, não possuem partidos políticos programáticos. Aqui os partidos são ideologicamente amorfos. Os acordos na construção de maiorias legislativas não se dão em torno de princípios, ideologias ou agendas de políticas universais. Se dão em troca de acesso a poderes e recursos orçamentários necessários à implementação de políticas locais com a digital do parlamentar, que são cruciais para a sua sobrevivência eleitoral em um ambiente altamente competitivo.

Esse jogo causa pruridos morais a muitas pessoas no Brasil. Elas querem um sistema político que não possuem. Elas idealizam um sistema político asséptico que não existe. Sempre se lamentam, como se a grama do vizinho fosse mais verde que a sua.

Gerou perplexidade a informação de que o governo Bolsonaro estava fazendo uso de um suposto “orçamento secreto”, travestido da rubrica de “emendas de relator” (Rp 9), em troca de apoio no Congresso. Ao contrário das outras emendas (individuais, de bancada e de comissão), que teriam regras específicas quanto ao número, valores, destino e teria a sua execução obrigatória, as emendas de relator seriam distribuídas de forma sigilosa, conforme a conveniência política do governo e seu destino seria informalmente indicado pelo parlamentar.

A alocação de recurso proveniente de emendas sempre foi distribuída de forma desigual entre parlamentares. Existe ampla evidência na ciência política brasileira que mostra que o parlamentar que se comporta de forma congruente aos interesses do Executivo apresenta maiores chances de ver suas emendas executadas. Desta forma, não existe inovação do governo Bolsonaro em premiar desproporcionalmente aliados. O grande problema dessas emendas Rp 9 é que sua alocação e execução estão fora do alcance da sociedade e de órgãos de controle como o MP, TCU e CGU, dando margem a comportamentos desviantes, como o esquema de compra de tratores supostamente superfaturados, conhecido como “tratoraço da Codevasf”.

Mesmo que o presidencialismo multipartidário não possa prescindir de moedas de troca, isso não significa que elas tenham que ser ilegais ou dar margem a ilegalidades.

A execução impositiva das emendas individuais e coletivas, surgida a partir de erros sucessivos na gerência de coalizões, especialmente nos governos Dilma e Bolsonaro, fez com que o Executivo perdesse liquidez nas trocas políticas. Ficou restrito fundamentalmente a moedas menos flexíveis, como ministérios e cargos na burocracia. Era esperado, portanto, que o mercado político, cedo ou tarde, encontrasse novas moedas que destravassem as relações entre Executivo e Legislativo.

O jogo de Bolsonaro com o Legislativo fica ainda mais difícil porque, além de ter demorado para montar uma coalizão minoritária, o fez em condições de fragilidade. Ele perdeu o que tinha (discricionariedade na execução das emendas) e não quer gastar o que ainda tem, já que tem preferido alocar ministérios a quem não faz parte da coalizão ou quem não tem assento e nem voto no Congresso, como os amigos militares.

*CIENTISTA POLÍTICO E PROFESSOR TITULAR DA ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS (FGV EBAPE), RIO DE JANEIRO

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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