quarta-feira, 12 de maio de 2021

CONFLITO ENTRE ISRAELENSES E PALESTINOS

 

Gaza amanhece com novos ataques aéreos vindos do exército israelense; número de foguetes lançados pelo Hamas passa de mil

Redação, O Estado de S.Paulo

JERUSALÉM — A escalada de violência entre israelenses e palestinos se estendeu pela noite de terça-feira, 11, e a madrugada desta quarta, 12. Pelo menos mais 100 foguetes foram disparados da Faixa de Gaza em direção a Israelmatando dois israelenses, incluindo um menor de idade. Dessa forma, o número de mortos no lado israelense do conflito, que era de três pessoas, subiu para cinco.

As duas últimas vítimas israelenses são um homem de 40 anos e sua filha, de 16. Eles foram atingidos na cidade de Lod, próxima a Tel Aviv, que foi palco de intensos confrontos entre árabes e judeus na noite de terça-feira e acionou o estado de emergência. Segundo um porta-voz da polícia local, pai e filha foram mortos “pelo impacto direto de um foguete” que atingiu a cidade.

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Cidade de Gaza é tomada por fumaça cinza após ataque aéreo de Israel na manhã desta quarta-feira, 12.  Foto: MAHMUD HAMS / AFP

Sirenes antiaéreas soaram nas cidades israelenses que fazem fronteira com Gaza, como na parte sul da cidade de Beersheva e na área metropolitana de Tel Aviv. “As crianças escaparam do coronavírus e agora vivem um novo trauma”, disse uma mulher israelense da cidade costeira de Ashkelon a uma emissora de televisão.

Mais de mil foguetes foram disparados por grupos palestinos contra Israel desde que teve início a pior escalada de tensão entre árabes e judeus dos últimos anos. Destes, cerca de 850 atingiram o alvo ou foram interceptados pelo sistema de defesa antiaérea israelense, o Domo de Ferro, enquanto outros 200 falharam e caíram na própria Faixa de Gaza, segundo o porta-voz do exército de Israel, Jonathan Conricus.

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Foguetes são lançados em direção a Israel desde a Faixa de Gaza, controlada pelo grupo palestino Hamas.  Foto: MAHMUD HAMS / AFP

A retaliação adotada pelo governo do premiê Binyamin Netanyahu, até então, tem se dado por ataques aéreos. Sem contar com a mesma estrutura de sistemas antimísseis e abrigos para a população, as regiões palestinas registraram um número maior de mortos: pelo menos 35, incluindo ao menos 12 crianças. 

Logo após o amanhecer desta quarta-feira, Israel disparou dezenas de ataques aéreos em poucos minutos. Os principais alvos foram instalações policiais e de segurança. Testemunhas relatam que a cidade de Gaza foi tomada por uma espessa parede de fumaça cinza. O Ministério do Interior controlado pelo grupo palestino Hamas afirmou que os ataques destruíram o complexo que formava o quartel-general da polícia da cidade. 

Uma mãe de quatro filhos em Gaza, Samah Haboub, disse que foi arremessada para o outro lado do cômodo em que estava no momento em que a cidade foi atingida, e descreveu um “momento de horror”. Ela e seus filhos, que têm de três a 14 anos, dizem ter descido correndo as escadas de seu apartamento junto de outros moradores, muitos deles gritando e chorando. “Quase não há lugar seguro em Gaza”, disse ela. 

“Israel enlouqueceu”, disse um homem em uma rua de Gaza, enquanto as pessoas saíam correndo de suas casas em meio às explosões que abalavam a cidade.

Embora a violência venha sendo amplamente condenada por líderes e entidades internacionais, incluindo a Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Europeia, não há sinais de que qualquer um dos lados esteja disposto a recuar. Em vez disso, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu prometeu expandir a ofensiva, afirmando que o conflito “vai levar tempo”.

Possíveis crimes de guerra

Na manhã de quarta-feira, a procuradora-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Fatou Bensouda, disse via Twitter que está preocupada com a possibilidade de que crimes de guerra estejam sendo cometidos na Cisjordânia nos últimos dias.

“Observo com grande preocupação a escalada da violência na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, bem como dentro e ao redor de Gaza, e a possível prática de crimes sob o Estatuto de Roma”, escreveu.

Estabelecido pelo Estatuto de Roma em 2002, o TPI é um tribunal de último recurso para julgar crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio quando um país é incapaz ou se nega a fazê-lo. “Meu escritório continuará monitorando os desenvolvimentos no local e levará em consideração qualquer assunto que seja de nossa jurisdição”, disse Bensouda./AFP, AP, EFE e Reuters

HISTÓRIA DOS CONFLITOS ENTRE ISRAELENSES E PALESTINOS

 

Conheça um pouco sobre a história do conflito entre israelenses e palestinos, cujo novo capítulo de confronto já deixou mortos de ambos os lados

Redação, O Estado de S.Paulo

JERUSALÉM – Israelenses e palestinos vivem um novo capítulo de violência em sua longa história de conflito. Os confrontos, especialmente violentos na Jerusalém Oriental ocupada, provocaram o lançamento de centenas de foguetes da Faixa de Gaza em direção ao território israelense, e represálias de Israel, deixando mortos dos dois lados. Conheça um pouco sobre a história do conflito palestino-israelense:  

Quais as origens do conflito entre israelenses e palestinos?

Por motivos históricos, religiosos e políticos, israelenses e palestinos vivem em disputa contínua pela soberania da região da Palestina. Na história moderna do conflito, que se insere no contexto maior das disputas entre árabes e israelenses, ele remonta ao século 19, quando o movimento sionista e o nacionalismo árabe começaram a ganhar forma.

60º aniversário da fundação do Estado de Israel
Nos últimos anos, Israel prestou atendimento a centenas de civis e rebeldes sírios que entraram em seu território e, depois do tratamento, foram devolvidos à Síria Foto: Dan Balilty/AP

Qual a importância da região para os dois povos?

Reivindicada por ambos os grupos, a Palestina – localizada entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo – é o cenário de muitas narrativas bíblicas, sendo apontada como o local onde teria florescido a antiga monarquia hebraica, posteriormente desmembrada nos reinos de Israel e Judá. É também o berço de muitas outras civilizações semíticas, muitas das quais coexistiram com os povos hebreus ou os que os precederam.

O que pregava o movimento sionista?

Em 1897, em grande parte por causa da intensificação do antissemitismo europeu, foi fundado o movimento sionista. Esse movimento pregava um retorno dos judeus à Palestina, além do estabelecimento de um Estado nacional judeu na região. Organizações sionistas internacionais logo começaram a patrocinar a migração de judeus para a Palestina. A aquisição de terras por parte de imigrantes judeus foi vista com hostilidade por líderes árabes da região, que também passaram a lutar pela criação de um Estado árabe.

Qual era o contexto histórico?

Entre 1920 e 1948, após a derrota do Império Otomano durante a 1ª Guerra, o território da Palestina esteve sob controle do Reino Unido, que já havia declarado sua intenção de favorecer a criação de um Estado judaico na região por meio da Declaração de Balfour, de 1917.

Quando nasce o Estado de Israel?

Após a 2ª Guerra e o Holocausto, cresceu a pressão pela criação de um Estado judeu. Em 1947, a Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou um plano de partilha da Palestina, criando um Estado judeu e um Estado palestino. O acordo não foi aceito por palestinos e lideranças árabes, que iniciaram uma campanha militar contra o recém-fundado Estado de Israel. A guerra árabe-israelense de 1948 culminou com a derrota dos Exércitos da Síria, da Jordânia, do Iraque e do Egito e com a expansão das fronteiras israelenses para além do que fora estipulado pela ONU.

O que foi a Guerra dos Seis Dias?

Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, judeus e árabes entraram novamente em confronto, tendo Israel conquistado o território da Península do Sinai, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e as Colinas do Golan. Quase todo o território palestino passou para as mãos de israelenses. Em 1973, árabes atacam Israel no dia do Yom Kippur, mas são novamente derrotados. Com a mediação dos EUA, Israel e Egito assinam em 1978 um acordo de paz – foi o primeiro país árabe a chegar à paz com Israel (Jordânia estabeleceu seu acordo com seus israelenses em 1994). O Sinai é devolvido aos egípcios, que mantêm a zona desmilitarizada para garantir a segurança dos israelenses.

Yitzhak Rabin
Yitzhak Rabin (esq.) e Yasser Arafat apertam as mãos após assinarem o acordo de paz entre israelenses e palestinos Foto: Gary Hershorn / Reuters

Quando começa a Intifada?

Entre 1987 e 1993, palestinos se sublevaram contra o Estado de Israel em uma série de protestos violentos caracterizados pelo uso de armas simples, como pedras e paus, episódio que ficou conhecido como Intifada.  Em 1993, em Oslo, Israel se comprometeu a devolver os territórios ocupados durante a Guerra dos Seis Dias em troca de acordos de paz definitivos com as lideranças árabes, representadas pela Organização para Libertação da Palestina (OLP). Em 1998, foi assinado o acordo de Wye Plantation, por meio do qual os israelense entregaram aos palestinos várias áreas ocupadas.

Qual o contexto da Segunda Intifada?

Em julho de 2000, em Camp David (EUA), o líder palestino Yasser Arafat e o então premiê israelense, Ehud Barak, se reuniram para fazer um acordo com o objetivo de resolver questões mais delicadas, mas não tiveram sucesso. Em setembro do mesmo ano, teve início uma nova rebelião popular palestina contra Israel, a chamada Segunda Intifada, depois que o então líder da oposição Ariel Sharon invadiu a Mesquita de Al-Aqsa escoltado por policiais e soldados israelenses. A partir de 2002, intensificaram-se os atentados terroristas e ataques suicidas organizados por grupos extremistas contra Israel. Como consequência, os israelenses invadiram áreas palestinas autônomas e cercaram o quartel-general da OLP em Ramallah, onde Arafat permaneceu até sua morte, em 2004.

Quando ocorre a devolução de Gaza?

Em 2005, Israel, por iniciativa do então premiê, Ariel Sharon, coordenou um amplo plano de retirada de assentamentos judaicos da região de Gaza. Mas as Nações Unidas e diversas organizações internacionais continuam a considerar Israel uma potência ocupante de Gaza, por causa do isolamento imposto à pequena faixa de terra litorânea.

Como o Hamas chegou ao poder?

Em janeiro de 2006, o grupo radical islâmico Hamas venceu as eleições em Gaza, mas americanos e israelenses não reconheceram o resultado por considerarem o grupo terrorista. O Hamas e a Fatah, organização palestina moderada, deveriam governar juntos os dois territórios – Gaza e Cisjordânia -, mas suas disputas internas se intensificaram e eles acabaram rompendo em junho de 2007. O Hamas passa a controlar Gaza e a Fatah, a Cisjordânia. No mesmo ano, o Hamas passa a usar a estratégia de atacar Israel com mísseis, desde Gaza.

Hamas
Militante do Hamas no posto de Rafah, na fronteira com o Egito Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Desde então, a região assiste a uma leva de atentados terroristas promovidos pelo Hamas e organizações extremistas menores e à escalada da violência por parte das autoridades israelenses. O premiê Binyamin Netanyahu e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas (sucessor de Arafat), se engajaram, sem sucesso, em negociações de paz sob a mediação de potências internacionais e de diferentes governos americanos.

Quais são as questões aparentemente irreconciliáveis entre os dois povos?

As últimas tentativas de se negociar a paz entre eles esbarraram em quatro questões fundamentais. A primeira delas é sobre a cidade de Jerusalém, que Israel reivindica e afirma ser sua capital indivisível, após ocupar Jerusalém Oriental em 1967, o que não é reconhecido pela comunidade internacional. Os palestinos, por sua vez, reivindicam Jerusalém Oriental como a capital de seu futuro Estado.

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Palestinos protestam em frente ao Portão de Damasco, na Cidade Velha, em Jerusalém  Foto: Ahmad Gharabli/AFP

As divergências se dão também em torno das fronteiras. Os palestinos exigem que seu futuro Estado obedeça às fronteiras anteriores a 1967, antes da Guerra dos Seis Dias, incluindo Jerusalém Oriental, o que Israel rejeita. Os assentamentos construídos pelo governo israelense nos territórios ocupados após 1967 são considerados ilegais sob a lei internacional e se impõem como outra questão grave nas negociações, ao lado da situação dos refugiados palestinos, que reivindicam o direito de voltar ao que hoje é Israel. Mas, na visão de Israel, aceitar esse retorno destruiria sua identidade como um Estado judeu.

MARKETING DIGITAL FAZ AUMENTAR AS VENDAS

 

Aplique melhores estratégias para produzir um bom marketing digital e faça o seu negócio crescer no ambiente online. Confira.

SEBRAE

O Marketing Digital se aplica a todas as práticas e dinâmicas do marketing presencial, porém, voltado forte e unicamente para o ambiente online. Usando meios digitais como blogs, sites, mídias sociais, email e também a Plataforma Comercial da Valeon um marketplace da região do Vale do Aço, as empresas tentam solucionar problemas e promover cada vez mais a sua marca e obter soluções para seus clientes e potenciais clientes. De acordo com artigo da Endeavor, “as estratégias do marketing digital têm por objetivo posicionar a sua empresa como referência de qualidade na rede, dar a ela visibilidade no ambiente digital, atrair novos clientes para sua base e, claro, fidelizá-los transformando-os em porta vozes para o seu negócio na rede”, explica.

No entanto, o marketing digital pode ser feito por empresas, pessoas, ongs, escolas e, consequentemente, eventos ligados a essas associações, em que a venda de ingressos pode se elevar com mais eficiência quando usamos as ferramentas da melhor maneira. O ponto alto dessa elevação pode se dar através de estratégias de segmentação que o marketing digital nos proporciona. Essa segmentação significa que você saberá qual é o seu público “correto”, e com isso, sua produção será direcionada com muito mais força para eles, ou seja, as empresas saberão como inserir seus produtos e serviços de um modo que atinja seu tipo de público e levar esses serviços positivamente para o mercado, gerando mais lucros.

De acordo com o palestrante, professor de pós-graduação em Empreendedorismo e Marketing, Fábio Bandeira, que também é instrutor do Programa de Marketing Digital, oferecido pelo Sebrae Paraíba, investir no marketing digital nos dá maior alcance de pessoas com um custo muito mais baixo, estratégia que o marketing presencial não nos permite. “Hoje, nós conseguimos fazer publicidade de uma forma mais direcionada e com menos gastos.” Ele explica ainda que usar o marketing digital de uma forma mais simples e do jeito correto vai nos trazer mais eficiência e resultado.

Fábio ainda afirma que “muitas empresas acabam investindo em marketing de qualquer jeito, sem nenhuma estratégia, principalmente quando falamos de redes sociais. ‘Posts bonitos’ nem sempre são alvo de bom retorno. Então é muito importante quando vamos pensar numa estrutura de marketing, colocar estratégias que sejam uma cauda mais eficiente. Por isso, identificar a plataforma que ele é feito é essencial para adaptar essas estratégias para cada uma delas.” e a Plataforma Comercial Valeon é a mais indicada para impulsionar a suas vendas.

O especialista explica que o ponto de partida para as empresas começarem a fazer um bom marketing digital é começando pelo planejamento. “É dentro do planejamento que as empresas vão verificar quem são seus concorrentes, qual é o tipo de mercado que ela quer atuar, quem é seu público-alvo, quais são os canais, quais ações poderão ser feitas, qual orçamento elas disponibilizarão, qual o objetivo a empresa quer alcançar… Temos que ter o planejamento como o primeiro guia, e esse guia fará sua empresa obter mais resultados”, acrescenta.

Fazer crescer as vendas de um negócio quase sempre é um desafio para empreendedores e empresas. Porém, a arte milenar de vender pode ser dominada através da capacitação. E disso o Sebrae entende. Conhecer os principais desafios, saber como enfrentá-los e como se posicionar no mercado são apenas alguns dos passos. Como estão suas vendas?

Desafios são comuns a todas as empresas. Estar no mercado é lidar com incertezas e instabilidades, novos comportamentos de compra, reposicionamento de marca, concorrência. Mas para um bom empreendedor as dificuldades podem ser uma chance de crescimento, desde que você esteja disposto a agir e aberto a mudanças. O importante é identificar e reconhecer as lacunas na área de vendas, rever as oportunidades e lidar com elas.

A tarefa de expandir as vendas exige não apenas esforço, mas conhecimento das estratégias mais eficazes para o seu tipo de negócio. Por essa razão, cursos de treinamento de vendas são essenciais para profissionalizar o seu negócio e garantir a otimização de saídas. Também são importantes para estar atualizado das novas técnicas e métodos, e acompanhar as mudanças de comportamento do consumidor.

Estratégias de marketing são de valor imensurável. Atrair o consumidor, apresentar o seu produto ou serviço, convencer sobre os benefícios e sobre a compensação do investimento são etapas para concretizar uma venda. Mas, para isso, é preciso conhecer o seu perfil de cliente e traçar as estratégias de maneira direcionada. O marketing digital, por exemplo, está em alta e é super eficiente ao ser usado para alavancar vendas.

Para os microempreendedores, aperfeiçoar as técnicas de oratória e persuasão garante a capacidade de vender bem o seu produto e serviço e, consequentemente, traz resultados eficazes ao negócio. A abordagem atrativa, uma boa proposta de valor e o alto conhecimento sobre o que está sendo vendido são características essenciais para um bom vendedor.

Fidelizar o cliente é outro ponto chave para garantir o aumento nas vendas. Para isso, um bom gerenciamento de contas de clientes é fundamental. Desenvolver a confiança é a primeira etapa para criar um relacionamento e, assim, reter a sua clientela. Um cliente fiel compra seu produto ou serviço repetidamente, desde que esteja satisfeito.

A Plataforma Comercial da Startup Valeon é uma empresa nacional, desenvolvedora de soluções de Tecnologia da informação com foco em divulgação empresarial. Atua no mercado corporativo desde 2019 atendendo as necessidades das empresas que demandam serviços de alta qualidade, ganhos comerciais e que precisam da Tecnologia da informação como vantagem competitiva.

Nosso principal produto é a Plataforma Comercial Valeon um marketplace concebido para revolucionar o sistema de divulgação das empresas da região e alavancar as suas vendas.

A Plataforma Comercial Valeon veio para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos produtos/serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada nos seus serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

Diferenciais

  • Eficiência: A Valeon inova, resolvendo as necessidades dos seus clientes de forma simples e direta, tendo como base a alta tecnologia dos seus serviços e graças à sua equipe técnica altamente capacitada.
  • Acessibilidade: A Valeon foi concebida para ser utilizada de forma simples e fácil para todos os usuários que acessam a sua Plataforma Comercial , demonstrando o nosso modelo de comunicação que tem como princípio o fácil acesso à comunicação direta com uma estrutura ágil de serviços.
  • Abrangência: A Valeon atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.
  • Comprometimento: A Valeon é altamente comprometida com os seus clientes no atendimento das suas demandas e prazos. O nosso objetivo será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar para eles os produtos/serviços das empresas das diversas cidades que compõem a micro-região do Vale do Aço e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.
  • valeonbrasil@gmail.com


CPI INTERROGA FABIO WAJNGARTEN EX-GOVERNO

 

 Mateus Maia – Poder 360

Integrantes do Palácio do Planalto disseram a senadores que apoiam o governo que não sabem o que esperar do depoimento do ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, o publicitário, Fabio Wajngarten. Ele será ouvido pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid às 10h desta 4ª feira (11.mai.2021).

Wajngarten nos estúdios do SBT em Brasília, em fevereiro de 2020. Publicitário discutiu compra de doses de vacina da Pfizer. Negociação travou no Ministério da Saúde, afirma© Sérgio Lima/Poder360 Wajngarten nos estúdios do SBT em Brasília, em fevereiro de 2020. Publicitário discutiu compra de doses de vacina da Pfizer. Negociação travou no Ministério da Saúde, afirma

Apesar do voo no escuro com Wajngarten, o governo disse a senadores que não tem medo de nada que ele possa falar pois não haveria crime a ser revelado.

É comum que os congressistas mais próximos ao governo busquem por informações do que pode ser falado por um ex-integrante da administração antes de uma reunião como a da CPI.

Nesse caso, não tiveram mais informações segundo apurou o Poder360. O que teria sido dito aos governistas é que não houve conversa entre o Planalto e o ex-secretário para prepará-lo para o depoimento.Publicidadex

Wajngarten culpou por incompetência” e “ineficiência a equipe comandada pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello pelo atraso na aquisição de vacinas contra o coronavírus. As declarações foram publicadas 22 de abril, em entrevista à revista Veja.

Mesmo criticando a condução do Ministério da Saúde no combate à covid, Wajngarten poupou qualquer atribuição de culpa ao ex-chefe, o presidente Jair Bolsonaro. Para ele, a preocupação do Executivo sempre foi direcionada a todas as faces da crise, em especial naquela que se refere aos mais pobres.

“O presidente Bolsonaro está totalmente eximido de qualquer responsabilidade sobre isso. Se as coisas não aconteceram, não foi por culpa do Planalto”, disse.

As falas de Wajngarten sobre o ex-ministro devem ser o principal foco de questionamentos dos integrantes da CPI. Além disso, sua participação em planos para difundir a cloroquina como tratamento para covid também deve ser explorado. O medicamento não tem comprovação de eficácia para covid-19.

Demissão

Wajngarten foi exonerado da Secom, em março deste ano, após acumular desgastes no governo, especialmente com o ministro das Comunicações, Fábio Faria. O ex-secretário enfrentava queixas internas a respeito da comunicação oficial na pandemia.

Visto por Bolsonaro como um aliado fiel, o ex-chefe da Secom chegou ao governo em abril de 2019 para substituir o publicitário Floriano Amorim. A troca se deu após queda nas pesquisas de popularidade do presidente. Na época, Wajngarten era visto como alguém de perfil conciliador e que poderia aproximar a atual gestão da imprensa.

Na prática, no entanto, a passagem do empresário foi perpassada por uma série de polêmicas. Uma delas diz respeito à postagem da Secom no Twitter que chamou de “herói” o major Curió, denunciado por sequestro, tortura e assassinato na ditadura.

O nome de Fábio Wajngarten aparece em ao menos duas investigações da Polícia Federal. Em fevereiro, a PF abriu um inquérito que mira suspeita de peculato, corrupção passiva e advocacia administrativa contra o secretário pela sua participação na FW Comunicação e Marketing, onde é sócio. A empresa é dona de contratos com ao menos cinco empresas que recebem recursos direcionados pela Secom, entre elas as redes de TV Band e Record. O ex-secretário alega que acordos foram feitos antes do seu ingresso na pasta. Outra investigação diz respeito ao direcionamento de verbas de publicidade para financiar sites antidemocráticos.

Além das controvérsias na pasta, o ex-chefe da Secom se envolveu em polêmicas ao longo da pandemia. No momento em que o Brasil registrava mais de 56 mil mortes por coronavírus, Wajngarten foi à festa de aniversário de 37 anos do jogador do Palmeiras Felipe Melo, com cerca de 70 pessoas. Meses depois, comemorou seus 45 anos com uma festa no litoral norte de São Paulo, em Maresias, junto com ministros do governo. Nas duas situações era difícil encontrar algum convidado usando máscara.

GIGANTISMO ESTATAL BRASILEIRO

 

 José Benedito da Silva – VEJA 

João Eduardo Cerdeira Santana estudou direito na Faculdade da USP no Largo São Francisco em São Paulo entre o final dos anos 1970 e início dos 1980, quando o país vivia a inquietação provocada pelo aumento da pressão sobre a ditadura militar. Ali, ele foi inebriado pela atmosfera majoritariamente esquerdista, mas, como dizia o seu colega Pedro Dallari, pertencia a um grupo que tinha uma “formação renascentista”, que lia intelectuais proibidos à época como Celso Furtado, Boris Fausto, Francisco de Oliveira e Fernando Henrique Cardoso. Se aproximou de grupos de esquerda, participou da criação do Comitê Brasileiro pela Anistia e esteve em momentos fundamentais da história do país, como a campanha pelas Diretas Já e a ascensão do sindicalismo operário no ABC paulista. Aproximou-se do MDB de Franco Montoro, em cujo governo em São Paulo ocupou o primeiro cargo público, na Fundação Prefeito Faria Lima, em 1983, onde começou a se interessar por gestão pública. De lá foi convidado para integrar, como secretário de assuntos legislativos do Ministério da Fazenda, a equipe do ministro Dilson Funaro, responsável pela implantação do Plano Cruzado, a primeira tentativa de guinada da economia após a redemocratização — uma cruzada para tentar colocar ordem nas contas, administrar a dívida externa e eliminar a inflação.João Santana 2© ./Divulgação João Santana 2

Foi ali que começou a surgir o liberal João Santana, cuja certidão de nascimento ele própria assina no livro O Estado a que Chegamos (Editora Alta Cult) ao revelar que descobriu que o país não tinha sequer infraestrutura para dar suporte a uma situação de crescimento. “A súbita expansão do consumo no ano de 1986 comprovou, por exemplo, o sucateamento dos portos estatais e a incapacidade estrutural do país em receber os alimentos importados necessários para evitar o desabastecimento e regular o mercado. A rede de geração e fornecimento de energia entrou em colapso com o aumento da produção nas fábricas; os telefones eram insuficientes e os que existiam não funcionavam direito. As estradas estavam tão esburacadas que, para reformá-las, o governo recorreu a um novo tributo (o Selo Pedágio). Foi ali, do lado de dentro do governo, que comecei a me dar conta de que o maior problema do estado brasileiro era seu tamanho e sua mania de querer tomar conta de tudo”, escreve.

O livro, necessário nos tempos em que se discute de novo – e com urgência – o tamanho do estado, refaz a trajetória de Santana e a do país, com ênfase na sua participação na gestão presidencial de Fernando Collor – “o único candidato que defendia os fundamentos de um estado liberal nas eleições de 1989” –, do qual se tornou secretário da Administração, e esmiúça a trajetória acidentada em um governo que foi pioneiro na abertura da economia, na desregulamentação do estado e no enfrentamento do gigantismo da máquina pública, mas caiu diante da inapetência política e do envolvimento em casos de corrupção. Também mostra como naufragaram todos os governos que se empenharam – ou simularam se empenhar – nessa missão desde a promulgação da Constituição de 1988, que na sua visão consolidou o gigantismo estatal levado a cabo pela ditadura militar, mas com o agravante de que o encheu de penduricalhos travestidos de direitos.

João Santana foi, de fato, um pioneiro na tentativa de desmontar ao menos parte do monstro que se tornara o estado brasileiro pós-ditadura. Fez, sob protestos e resistências de toda a parte, a maior reforma administrativa desde 1967, que cortou 204 mil cargos públicos de um total de 1,58 milhão. A barafunda que encontrou era tão grande que basta dizer que o estado não tinha sequer o valor unificado de quanto gastava com a folha salarial do funcionalismo – cada órgão, autarquia ou empresa pública era uma ilha dentro da máquina, que gastava o que queria sem a necessidade de prestar contas. Também investiu em coisas menores, mas simbólicas, como a redução da frota de veículos, a venda de apartamentos funcionais e a extinção de cargos comissionados. Ajudou ainda a desenhar a nova configuração da Esplanada, com a extinção de 23 ministérios e a criação de 12 novos, além do fim de 23 órgãos públicos, como o Instituto Brasileiro do Café (IBC) e o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA).

Após um ano como secretário da Administração, foi convocado por Collor a assumir o Ministério da Infraestrutura, uma superpasta onde cabiam os antigos ministérios das Minas e Energia, dos Transportes, das Comunicações e parte da Indústria e Comércio). Lá, foi um dos responsáveis por tocar o plano de privatização do governo, que teve seu maior momento na venda da Usiminas, um dos ícones do estatismo brasileiro. “A privatização da Usiminas foi a queda do Muro de Berlim do processo de privatização do estado brasileiro”, conta Santana no livro. Segundo ele, a empresa era a única das siderúrgicas lucrativas do país e, por isso, teve que enfrentar já naquela época a mesma pergunta que se faz hoje quando fala em vender alguma estatual. “Para que vender uma estatal se ela dá lucro? Para reduzir o tamanho do estado, ora”, afirma. A equipe econômica do governo Collor da qual fazia parte também foi responsável por desbravar outras fronteiras aparentemente intransponíveis à época, como a abertura da economia e os ataques aos cartéis e às reservas de mercado existentes no país. Só para se ter uma ideia, a legislação da época proibia – isso mesmo, proibia – a importação de 500 produtos e exigia licença prévia para outros 1.500.

Desde que deixou o governo Collor em abril de 1992, nunca mais voltou a ocupar cargos públicos. Como advogado, participou da venda da empreiteira Constran, fundada pelo empresário Olacyr de Moraes, para a UTC de Ricardo Pêssoa, em 2010, e ficou como presidente da companhia até 2016 – ali, ajudou a negociar o acordo de delação premiada da empresa com a Operação Lava Jato. Também presidiu o conselho de administração de Viracopos e da concessionária Move. É fundador e sócio da CS Consulting desde 2017.

Três partes

Embora seu conteúdo vá além disso, é possível dividir o livro de Santana em três partes. A primeira é como ele reconta como a ditadura militar inchou o estado baseado em uma política de contrair grandes empréstimos para financiar a renovação e ampliação da infraestrutura brasileira – a dívida externa saltou de 3,9 bilhões de dólares em 1964 para 311 bilhões em 1984 – e como o centralismo excessivo levado a cabo pelos generais ampliou os tentáculos do estado – o número de estatais, por exemplo, saltou de 48 para 213.

A segunda parte é como a Constituição de 1988, sob o pretexto de garantir direitos suprimidos pelo regime de exceção, ampliou os benefícios a grande parte da população e as responsabilidades financeiras do poder público sem, no entanto, mudar o tipo de estado criado pelos militares – nas palavras de Santana, colocou-se uma lataria nova sobre um velho chassi. “Não se deram ao trabalho de discutir um novo arcabouço jurídico porque não desejavam pôr em risco um estado que concentrava poderes nas mãos de quem comandava a máquina, justamente agora que tinha chegado a sua vez de dar as cartas. Optaram por manter de pé tudo o que encontraram e ir construindo puxadinhos”, afirma.

Na sua visão, o estado permaneceu tão pesado e tão voltado para seus interesses quanto antes, principalmente em razão da “pressão poderosa que corporações do serviço público exerceram sobre o Legislativo para obter um conjunto escandaloso de privilégios”, como rapidez e automação nas promoções de carreiras, estabilidade no emprego, aumento salariais periódicos, licenças remuneradas e extensão aos aposentados de benefícios dos benefícios dos trabalhadores da ativa.

A terceira e última parte mostra como todos os governos que vieram depois da Constituição fracassaram (quando tentaram) na tentativa de mudar o modelo vigente e o estado só fez inchar, com tentativas modestas – e esporádicas — dos presidentes de reduzir o tamanho da máquina pública. “A consequência de tantas distorções é uma estrutura estatal pesada e onerosa, que se esforça para estar em todos os lugares, mas que, no final das contas, acaba não se fazendo presente onde é mais necessária”, afirma. Ele ressalta, no entanto, que ao menos em alguns aspectos foram adotadas medidas para conter a má gastança, como a Lei de Licitações (1993), a Lei de Responsabilidade Fiscal (2000) e a evolução dos controles internos e da transparência em relação aos orçamentos.

Outro ponto importante é a maneira clara e firme com que Santana defende a sua visão. “Pela ótica liberal, que norteará as próximas páginas, o estado só deveria entrar em cena em último caso. Seu papel mais rotineiro deveria ser o de oferecer condições adequadas para que os indivíduos e a sociedade trabalhem, lucrem, prosperem e sigam adiante. O ponto de vista liberal, nesse caso, é aquele que, diante de qualquer conflito entre o estado e o cidadão, olha a solução pela ótica do cidadão e assume a defesa de seus interesses”, afirma logo no início da obra. Uma dificuldade grande, lembra, num país onde o conceito de liberalismo é um tanto quanto confuso e “o liberal não se opõe ao conservador (como ocorre em outros países), mas ao progressista” e onde “direita e esquerda se igualam na defesa do estado obeso e provedor”.

A reconstrução histórica do fio da tragédia administrativa e política que nos legou o estado gigantesco que hoje suga o país é, evidente, um dos méritos do livro, mas também é inegável a atualidade dos temas ali tratados, dos diagnósticos realizados e das eventuais alternativas para superar o problema. É valorosa a contribuição para os tempos em que caminham de forma trôpega as privatizações e as reformas administrativa e tributária, três necessidades urgentes e indispensáveis para colocar o país nos trilhos de uma boa governança fiscal, no qual o estado seja o indutor do desenvolvimento e não o seu empecilho. “Se o Estado não respeitar o capital privado, não criar condições sensatas para a concessão de serviços públicos e não reduzir seu tamanho e suas responsabilidades financeiras, estará cavando um poço cada vez mais fundo, do qual nunca conseguirá sair e para o qual arrastará a sociedade”, sentencia.

O ESTADO A QUE CHEGAMOS

  • Editora Alta Cult
  • 352 páginas
  • Lançamento: Live na quinta-feira, 13/05, às 19h, no perfil da Livraria da Vila no Instagram (@livrariadavila), com a participação do autor e do empresário Samuel Seibel

TRANSPORTE URBANO VAI MUDAR PÓS PANDEMIA

 

 Priscila Mengue – Jornal Estadão

Dos ônibus lotados às calçadas estreitas, os problemas de mobilidade urbana percebidos lá no início da pandemia continuam nas cidades brasileiras mesmo após mais de um ano. Iniciativas em outros países e especialistas têm apontado alguns caminhos para mudar esse cenário, como a multimodalidade, o urbanismo tático e melhorias na gestão e no financiamento do transporte coletivo.

Essas transformações são um dos temas principais do Summit Mobilidade Urbana, congresso virtual que será realizado de 17 a 21 de maio. A participação é gratuita mediante inscrição no summitmobilidade.estadao.com.br.Festival aborda a mobilidade urbana © SERGIO CASTRO/ESTADÃO Festival aborda a mobilidade urbana

“São várias as mudanças que passaram a ser demandadas, haja vista o papel que o transporte teve na potencialização da pandemia”, explica a urbanista Renata Cavion, subchefe do Departamento de Engenharias da Mobilidade da UFSC e participante de um dos painéis do Summit. Ela destaca que as projeções atuais seguem apontando para um aumento na população de áreas urbanas, principalmente nos países em desenvolvimento, “o que coloca pressão enorme sobre as infraestruturas urbanas.”

No caso brasileiro, uma melhora passa por uma série de fatores, como o crescimento horizontal das metrópoles (o que leva grande parte da população a morar distante do trabalho). “Aspectos como comportamento da população, cultura política, porte das cidades, distâncias percorridas, contrastes sociais, evolução urbana, entre outros aspectos, precisam ser levados em conta para entender os desafios das cidades brasileiras e o seu atraso nos tempos de resposta às demandas urbanas”, explica a professora.

Pelas diferentes características e demandas de deslocamento que uma cidade pode ter, a melhoria na mobilidade passa pela aposta não em um único tipo de transporte. “Ter mais opções de escolha modal – que estejam adequadas à demanda-, bem como as novas tecnologias, devem criar maior competição entre os diferentes modos de transporte, trazendo melhorias significativas para as cidades.”

Mobilidade ativa

Com a necessidade do distanciamento social e de evitar o compartilhamento de espaços fechados com outras bolhas sociais, percursos se tornaram mais curtos e individualizados na pandemia. Deslocamentos a pé, de bicicleta e outros modos da chamada “mobilidade ativa” ganharam espaço por reduzir a exposição à covid-19 e atender a trajetos curtos para comércios e serviços básicos.

O incremento desta infraestrutura foi uma aposta de grandes cidades pelo mundo, como Barcelona, Nova York, Bogotá e Buenos Aires. Isso está sendo feito em grande parte por meio do “urbanismo tático”, que prevê intervenções rápidas e baratas, apenas com o uso de tintas, cones e afins para delimitar o uso de espaços antes utilizados pelos carros.Bicicleta é meio de transporte alternativo para reduzir o trânsito, além de ser sustentável © Tiago Queiroz/Estadão Bicicleta é meio de transporte alternativo para reduzir o trânsito, além de ser sustentável

“Não envolve obra ou uma infraestrutura maior”, explica a doutora em Mobilidade Ativa e urbanista Meli Malatesta. Segundo ela, para ganhar mais espaço e evitar problemas legais, por recorrer à via para usos não automotores, esse tipo de intervenção deveria ser reconhecido no Código de Trânsito Brasileiro. “As vacinas da covid-19 foram criadas em menos de um ano. Criar uma resolução de caráter provisório para os órgãos se sentirem seguros é muito menos complicado”, compara.

“Antes da pandemia, já estava iniciando um processo de reversão de paradigma, onde os modos ativos e sustentáveis já estavam ganhando destaque maior por parte da atenção dos especialistas e até como políticas públicas”, reitera. “Gestores, tomadores de decisão e estudiosos já haviam percebido há algum tempo que os modos ou políticas que privilegiavam o transporte motorizado individual não estão se mostrando eficazes.”

Ou seja, a tendência é que o desenho das vias não seja mais tão pensado a partir dos carros, como hoje, em que, no máximo, são feitas adaptações posteriores, como a adição de ciclofaixas. Nessa mudança de paradigma, o deslocamento por carros é visto como uma das opções em meio a outras e na lógica multimodal, em que um trajeto pode intercalar diferentes meios de transporte combinados.

Malatesta lembra que a mobilidade ativa pode ser maior com investimento na infraestrutura, isto é, manutenção de calçadas, implementação de ciclofaixas e afins. “Modos ativos não servem para todos os deslocamentos, mas servem dentro de uma escala e público. É factível falar em um deslocamento a pé de até três quilômetros e de 5 a 10 quilômetros por bicicleta.”

Outra mudança precisa passar pela formação e educação do condutor de veículo automotor. “Ele não é preparado para conviver de forma harmoniosa com a bicicleta e o pedestre”, comenta a urbanista. Isso fica evidente no número de ocorrências de atropelamento, por exemplo, ou na própria sensação de insegurança que parte da população relata ao cogitar o deslocamento por mobilidade ativa.

Transporte coletivo

Relatos e registros de ônibus, trens e metrôs superlotados permaneceram durante quase toda a pandemia. Para especialistas, uma mudança nessa realidade passa por revisão das formas de gestão e financiamento desses modos, hoje custeados por tarifas associadas ao volume de passageiros.

O que se defende é que o transporte deixe de ser tratado como serviço e passe a ser visto como direito, o que é previsto na Constituição desde 2015, destaca Rafael Calábria, coordenador de Mobilidade Urbana do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) participante da programação do Summit. Ele defende um sistema de transporte nos moldes do SUS, em que a responsabilidade é compartilhada entre as esferas de poder.

Na prática, isso não significa que os serviços seriam realizados pelo Estado, mas que seriam geridos e financiados de outras formas. Em vez de empresas de transporte, os contratos seriam segmentados para demandas mais específicas, como fornecimento de frota e operação, o que foi recentemente anunciado no Chile e na Colômbia.

“Com isso, se fiscaliza mais fácil. Se a empresa quebrar, pode contratar um serviço emergencial, mas não perde o funcionário (e vice-versa)”, compara. Dessa forma, e com a ampliação do financiamento por meio de outros recursos, ele comenta, é possível melhorar o serviço não apenas onde há mais demanda. “O passageiro é o principal elemento da receita. Por isso, é mais rentável o ônibus lotado. A lotação não é uma ocorrência eventual, é quase o resultado desse modelo de hoje.” Em médio prazo, essa mudança também perpassa melhorias na infraestrutura, como implementação de corredores e adoção de frota menos poluente.

Carros

O deslocamento por veículos automotores individuais não deve sumir, mas precisa deixar de ser o protagonista absoluto do planejamento urbano. Porém uma maior adesão ocorrerá apenas quando as demais opções se tornarem mais atrativas e acessíveis, argumenta Lorena Freitas, coordenadora de Gestão da Mobilidade do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), entidade que também participará do Summit. “Não adianta restringir uma coisa sem permitir que as pessoas possam chegar ao destino com segurança e qualidade.”

“Fortaleza tem uma regulamentação que faz com que toda verba que entra na zona azul é reinvestida em mobilidade por bicicleta”, exemplifica a especialista. “Existem formas de você organizar, com a cobrança de estacionamento, pedágio urbano e outras que poderiam ser pensadas e discutidas, que poderiam ser reinvestidas em mobilidade pública e ativa.”

Essa reversão da lógica do transporte para outros meios também passa pela popularização do conceito de cidade compacta, em que o morador tem acesso ao que necessita na região em que mora. O exemplo mais popular hoje é o plano da prefeitura de Paris em transformar a capital em uma “cidade de 15 minutos”, em que tudo o que é essencial fica a esse tempo de deslocamento a pé.

“Essa relação da pessoa que mora com o bairro se acentuou e se mostrou mais nesse período da pandemia”, lembra Lorena. Porém, para isso ocorrer, é necessário trazer esses serviços para as regiões menos assistidas.

Tecnologia

A professora da UFSC Renata Cavion destaca que as tecnologias de automação e a inteligência artificial têm papel cada vez mais importante na mobilidade. “Devem provocar mudanças significativas no modo no qual os usuários interagem com os terminais e estações de transporte”, compara.

Outro exemplo é o próprio fluxo dos veículos, com sistemas de temporização semafórica integrada e sincronizada. “Permite maior agilidade e segurança no trânsito”, complementa a especialista.

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