domingo, 9 de maio de 2021

SE É PARA BENEFICIAR A POPULAÇÃO NINGUÉM QUER RESOLVER

 

Não se recebe nada que justifique os 150 dias de trabalho que o brasileiro tem de entregar a cada ano só para pagar imposto

J.R.Guzzo, O Estado de S.Paulo

Ninguém no Brasil está minimamente satisfeito, embora possa estar conformado, com os impostos que tem a pagar. Nem quem ganha salário, nem o consumidor, nem as empresas – que, aliás, mal conseguem se manter vivas e dentro da legalidade no regime de extorsão permanente por parte do Estado a que todos têm de se submeter. Quando o cidadão pensa no serviço miserável que recebe de volta, então, a coisa passa do péssimo para o mais péssimo. Paga-se muito, paga-se errado, paga-se de forma frequentemente estúpida – e não se recebe nada que justifique os 150 dias de trabalho, em média, que o brasileiro tem de entregar a cada ano só para pagar imposto. Ou, então, o que se recebe é tão pouco, mas tão pouco, que fica difícil perceber a diferença.

Neste ano, até o começo do mês de maio, o Brasil já tinha pago mais de R$ 920 bilhões em impostos; o primeiro trilhão de 2021 (e olhe que nem se chegou à metade do ano) já está à vista – isso num momento em que a economia está andando a quase zero por hora, e pelo segundo ano em seguida, por causa da covid e das restrições que vieram com o “distanciamento social”. É dinheiro, e o preço pago é alto demais para a população. Basta pensar um minuto: durante cinco meses inteirinhos você rala e não vê um tostão do dinheiro que ganhou. Vai tudo para o bolso do governo. É melhor nem falar, a essa altura, no que o governo faz com a fortuna que toma a cada segundo da população – nem no tipo de coisas (e de gente) que o cidadão está pagando a cada vez que acende a luz de casa, fala no celular ou põe um litro de combustível no tanque.

Ministério da Economia
Fachada do Ministério da Economia, em Brasília Foto: Washington Costa/ME

Considerando-se a calamidade que os impostos são hoje para o público pagante, talvez se pudesse esperar, pelo menos, que os que recebem aquela montanha toda de dinheiro estivessem satisfeitos. Mas não estão. A União, os 27 Estados e os 5.500 municípios também estão infelizes; reclamam que é pouco, ou que deveriam estar recebendo uma parte maior que a parte dos outros, ou que o sistema não tem lógica, nem equilíbrio, nem justiça. De qualquer forma, todos reclamam que não têm dinheiro para comprar um rolo de esparadrapo – e como é que vão fazer para dar aumento aos 12 milhões de funcionários públicos que estão na folha de pagamento?

Se o brasileiro vive hoje numa situação análoga à de escravo, trabalhando quase metade do seu tempo só para sustentar a Casa Grande que é a máquina pública, e se a Casa Grande também está infeliz, seria de se esperar que os responsáveis diretos pela catástrofe estivessem trabalhando para mudar alguma coisa. Não pensando no pagador de imposto, que a classe estatal quer mesmo manter em regime de escravidão – mas pensando neles próprios, os donos do Estado. Nada mais falso. A reforma fiscal destinada a consertar uma parte do desastre está travada há dois anos no Congresso, e pelo andar da procissão vai continuar se arrastando. Na verdade, há não apenas uma, mas duas reformas inteiras em andamento. Só que nenhuma das duas sai realmente do lugar.

A Câmara tem propostas. O Senado tem propostas. O governo federal tem propostas. Os governos estaduais e municipais têm propostas. A “sociedade civil” tem propostas; enfim, só o pagador de imposto não tem proposta. Mais: cada uma dessas tribos tem as suas brigas internas, cada grupinho ou grupão tem os seus interesses próprios, e todos estão atrás de algum proveito para si. Dá para ver o tamanho da confusão quando o único ponto que une os diversos lados é sua insistência em dizer que “a reforma não vai resolver tudo”. Sempre que se começa a ouvir esse tipo de falatório, uma coisa é certa: ninguém está disposto a resolver nada.

SUSPENSÃO DE VACINAS CONTRA COVID-19

 

‘Outra variante é quando colocamos as leis do mercado ou da propriedade intelectual acima das leis do amor e da saúde da humanidade’, declarou líder da Igreja Católica em vídeo

Redação, O Estado de S.Paulo

papa Francisco defendeu a suspensão temporária de patentes das vacinas contra covid-19 neste sábado, 8. A medida, defendida por governos de países como Índia e África do Sul e pela Organização das Nações Unidos (Onu), ganhou nesta semana o apoio público do presidente norte-americano Joe Biden.

“Outra variante é quando colocamos as leis do mercado ou da propriedade intelectual acima das leis do amor e da saúde da humanidade. Outra variante é quando acreditamos e fomentamos uma economia doente que permite que algumas pessoas muito ricas possuam mais do que todo o resto da humanidade, e que modelos de produção e consumo destruam o planeta, nossa casa comum”, acrescentou.

O pontífice também se manifestou neste sábado sobre a vacina nas redes sociais. “O coronavírus produziu morte e sofrimento, afetando a vida de todos, especialmente dos mais vulneráveis. Por favor, não se esqueçam dos mais vulneráveis”, postou junto das hashtags #VaxLive (referente ao show beneficente que apoiou) e  #UmaVacinaParaosPobres.

O governo brasileiro também passou a apoiar as negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre o assunto. A nova posição foi divulgada no fim da tarde da sexta-feira, 7, em nota conjunta dos Ministérios das Relações Exteriores, da Saúde, da Economia e de Ciência, Tecnologia e Inovações.

A medida é defendida pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, há meses em meio a negociações na OMC. Em reunião na quarta-feira, 5, a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, disse que a suspensão é uma “questão tanto moral quanto econômica” e que está convencida de que um “caminho pragmático a seguir é possível”.

Papa defende quebra de patentes das vacinas contra covid-19
Papa defende quebra de patentes das vacinas contra covid-19 Foto: Vatican Media/Reuters

Na quinta-feira, 6, o secretário-geral da Onu, António Guterres saudou o que chamou de “apoio sem precedentes” do governo do presidente norte-americano Joe Biden. “Abre a oportunidade para os produtores de vacinas compartilharem o conhecimento e a tecnologia que permitirão a expansão efetiva das vacinas produzidas localmente e pode aumentar significativamente o fornecimento para as instalações da Covax”, disse. “Nenhum de nós estará seguro contra o vírus até que todos nós estejamos seguros.”

Além disso, os copresidentes do Assembleia Parlamentar Euro-Latinoamericana (EuroLat, órgão transnacional que reúne parlamentares europeus e latinos), Óscar Darío Pérez e Javi López, defenderam que os governos de ambas as regiões também apoiem a suspensão de patentes de vacinas remédios para a covid-19.  “Para facilitar o acesso e a distribuição equitativa das vacinas e tratamentos.”

A demanda tem, ainda, apoio de ex-chefes de Estado, como o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown e o ex-presidente da França François Hollande, e vencedores do prêmio Nobel, como o ex-presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e o economista norte-americano Joseph Stiglitz, dentre outros.

Entre parte dos países europeus, a ideia trouxe ceticismo, especialmente porque não traria uma solução em curto prazo. O ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, por exemplo, comentou que a fabricação de parte das vacinas, especialmente das que usam o chamado RNA mensageiro, como a da alemã BioNtech com a Pfizer, é complicada. Porém, ao falar sobre a necessidade de mais doses em países em desenvolvimento, apenas afirmou que eles deveriam “exportar mais”./AP, AFP E REUTERS

PARABÉNS PARA AS MAMÃES NESSE SEU DIA

 

Apenas o Amor e a Verdade permanecerão inalteráveis frente ao olhar severo do tempo.

Tudo passará – juventude, beleza, saúde, dinheiro, posição social. 

Teorias equivocadas não resistirão. 

Enganos, intrigas, falsidades cederão à evidência dos fatos.

A injustiça não prevalecerá eternamente, ela não tem raízes, é mera ilusão. 

Ninguém detém a água que rola para o mar, nem o tempo que avança, nem o carro do progresso que esmaga sob suas rodas os recalcitrantes e descontentes – aqueles que da vida pretendem o prazer egoísta.

Os poderosos envelhecerão e serão esquecidos.

Os cemitérios se encherão de pessoas que, enquanto vivas, pareciam insubstituíveis.

Nem a lembrança em alguns anos permanecerá.

Reis rolarão do trono e não deixarão saudade.

O dinheiro tão cobiçado se transformará em pó.

Apenas o Amor e a Verdade permanecerão inalteráveis frente ao olhar severo do tempo. 

Dentro de qualquer ser humano, em breve, todas as ilusões se farão cinzas, os sonhos desvanecerão, os confrontos se transformarão em farinha levada pelos ventos. 

Bem por isso, homem, não te arredes do que for bom nem te afastes do que for justo! 

Sê benevolente e faze da humildade, da compaixão, da caridade seus auxiliares nesta vida, tão breve e incerta.

Às derrotas morais da alma, apenas o Amor e a Verdade te ajudarão a sobreviver. 

Olha, por rico ou miserável que tu sejas, para a grandeza do sentimento mais poderoso, há aquele que ninguém pode desmentir, criticar, condenar, aquele que ampara, perdoa, acalenta, benevolente e terno, resistente ao desafio mais penoso, que sabe silenciar na dor, como pode gritar contra as injustiças, sem medo e receio da própria vida. 

A mais valiosa dádiva que Deus concedeu à tua raça: o Amor de Mãe. 

A todas as mães, dispensadoras do sentimento mais forte, puro, doce, eterno: 

“Obrigado por existirem”. 

Meus parabéns para todas as mães neste dia tão especial.

sábado, 8 de maio de 2021

BOLSONARO RECLAMA DA CPI QUE ESTÁ BATENDO NO SEU GOVERNO

 

Em live transmitida nas redes sociais, presidente da República disse que quem critica a cloroquina deve ser considerado um ‘canalha’

Lauriberto Pompeu/ BRASÍLIA

O presidente Jair Bolsonaro. Foto: Dida Sampaio/ Estadão

O presidente Jair Bolsonaro criticou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid pelo tratamento dado ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. “A CPI hoje bateu muito no Queiroga. Cloroquina, cloroquina, cloroquina, o tempo todo cloroquina. ‘Ai, o presidente falou’. Eu fui tratado com cloroquina e ponto final”, disse o presidente, durante a live semanal que ele faz nas redes sociais.

Sem apresentar provas nem citar nomes, Bolsonaro afirmou que senadores usam a substância para tratar a covid. “Falei com vários senadores, vou chutar aqui que no mínimo dez senadores usaram isso”.

Marcelo Queiroga não quis se manifestar nesta quinta-feira em depoimento prestado à CPI da Covid sobre sua opinião a respeito da utilização da cloroquina no tratamento de pacientes com covid-19. A medida é uma das bandeiras defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro, mesmo sem que haja eficácia comprovada do medicamento.

O chefe do Poder Executivo também ameaçou usar a máquina do governo federal para investigar o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB). Ele é filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, que tem adotado uma postura combativa contra Bolsonaro. Com um tom agressivo, Bolsonaro reclamou do senador alagoano.

“Um lá, olha só, eu queria estar na CPI, eu vou, eu queria estar na CPI. ‘Atenção aí ministro, qual dessas frases mais matou gente no Brasil? Frase do presidente Bolsonaro’. E botou várias frases lá. Sabe qual seria minha resposta? Prezado senador, excelentíssimo senador, frase não mata ninguém, o que mata é desvio de recurso público que seu Estado desviou. Vamos investigar seu filho que a gente resolve esse problema”, declarou o presidente.

Durante a sessão da CPI, que se estendeu até a noite, Renan rebateu as declarações de Bolsonaro. “Queria dizer, com todo respeito ao presidente da República, que o que mata é a pandemia, pela inação e inépcia que eu torço que não seja dele. Não queremos fulanizar isso aqui. Com relação ao Estado de Alagoas, ele não que gaste seu tempo ociosamente, como tem gastado seu tempo, enquanto os brasileiros continuam morrendo. Aqui nesta Comissão Parlamentar de Inquérito, se houver necessidade, todos, sem exceção, serão investigados”, afirmou Renan.

Na live, o presidente disse que quem critica a cloroquina deve ser considerado um “canalha”. Bolsonaro fez críticas ao ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que saiu do governo justamente por discordar da coordenação de Bolsonaro na pandemia.

“O Mandetta, aquele cara que condena a cloroquina, e fala o que para você? ‘Fica em casa, quando estiver sentindo falta de ar, você vai para o hospital’. Para fazer o que? Tomar o que? Se não tem remédio com comprovação científica? Vai ser intubado. Esse é o protocolo do Mandetta. Canalha é aquele que critica a cloroquina, ivermectina e não apresenta alternativa. Isso é um canalha, é um canalha. Não posso falar outra coisa de quem age dessa maneira”, disse.

Voto impresso. O chefe do Executivo voltou a criticar a urna eletrônica e defender o voto com um comprovante impresso, medida já considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Se não tiver voto impresso, é sinal que não vai ter eleição, acho que o recado está dado”, afirmou.

Bolsonaro fez críticas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso, que tem se posicionado contra a medida.

“Olha, eu acho que ele é o dono do mundo, da verdade absoluta. Só pode ser. Não pode ser contestado. Estou preocupado. Se Jesus Cristo baixar na Terra, será (office) boy do ministro Roberto Barroso”, falou. “Se o Parlamento brasileiro por maioria qualificada de 3/5 aprovar e promulgar vai ter voto impresso em 22 e ponto final. Vou nem falar mais nada. Vai ter voto impresso”.

Uma das principais bandeiras de Bolsonaro, o voto impresso já foi implantado em caráter experimental nas eleições presidenciais de 2002 — e acabou reprovado pelo TSE. Naquele ano, para testar o sistema, a medida foi adotada em 150 municípios, atingindo 6,18% do eleitorado.

“Sua introdução no processo de votação nada agregou em termos de segurança ou transparência. Por outro lado, criou problemas”, apontou um relatório do TSE. O tribunal concluiu que, nas seções com voto impresso, foram maiores o tamanho das filas e o percentual das urnas que apresentaram defeitos, além das falhas verificadas apenas nas impressoras.

“Houve incidência de casos de enredamento de papel, possivelmente devido a umidade e dificuldades de manutenção do módulo impressor”, apontou o relatório do TSE.

No Distrito Federal, que adotou o voto impresso em todas as seções eleitorais em 2002, o índice de quebra de urna eletrônica no primeiro turno foi de 5,30%, enquanto a média nacional foi bem inferior: 1,41%.

O CORONAVÍRUS E O CIENTIFICISMO

 

Coronavírus, cientificismo e o nosso compromisso com a verdade

Por
Marcio Antonio Campos – Gazeta do Povo

| Foto: Jens Schuleter/AFP

Um dos temas mais interessantes da conversa entre Tim Keller e Francis Collins, que mencionei brevemente no meu último texto (e que você pode ver aqui, com legendas gentilmente providenciadas pela Associação Brasileira de Cristãos na Ciência), é a descrença de muitos cristãos em relação ao que a ciência anda dizendo sobre o coronavírus desde que a doença apareceu, o que por sua vez leva à difusão de todo tipo de notícia falsa, para não falar em teorias da conspiração propriamente ditas. O assunto aparece no minuto 26 do vídeo.

Vejam o que diz Tim Keller: o problema não são exatamente os cientistas, mas “as pessoas que chegam tentando defender uma causa em nome da ciência”, tentando dar roupagem científica – o que significaria conceder maior respeitabilidade – a posições que, no fim das contas, são filosóficas, morais ou políticas, e isso não apenas sobre o coronavírus, mas sobre quaisquer outros assuntos (Keller menciona a discussão sobre a existência de Deus). No fundo, é o bom e velho cientificismo em ação, ele diz, aquele tipo particular de arrogância intelectual de que os cristãos já andam tão cansados que começam a suspeitar da ciência de uma forma mais ampla. Ajuda a entender, mas não a desculpar, porque, segundo Keller, não há desculpa para desconfiar a priori da ciência, pois na própria Bíblia há episódios em que Deus faz uso dos meios humanos para atingir seus objetivos. A resposta é tão boa que Collins se limita a endossar tudo e acrescentar algumas observações sobre teorias da conspiração envolvendo vacinas.

Convenhamos, não está fácil navegar no meio dessa confusão toda. Sim, tem o fator político. A OMS foi irresponsável quando o surto apareceu, engolindo com farinha as informações do regime totalitário chinês sobre as dimensões da epidemia e até afirmando não haver indícios de transmissão entre humanos. Continuou pisando na bola quando, por exemplo, listou o acesso ao aborto como “serviço essencial” que não podia ser paralisado durante a pandemia (está na página 4 do PDF, sob o eufemismo “saúde sexual e reprodutiva”). Gestores tomam decisões em sentidos completamente opostos, tudo “embasado na ciência”.

“Deus não nos chama a ser facilmente enganados. Credulidade não é uma virtude cristã”

Ed Stetzer, em seu blog no site da revista Christianity Today


Até mesmo as publicações especializadas estão apanhando; a minha percepção é de que a pressa em ter mais dados sobre o vírus, sobre como ele funciona, sobre como ele pode ser evitado ou eliminado do organismo rebaixou consideravelmente o rigor que costumava ser empregado nas revistas e sites, que vão publicando papers e artigos em velocidade impressionante, e que são imediatamente repercutidos, até que amanhã apareça outro paper e outro artigo que desmintam completamente o anterior, e por aí vai. Um caso absurdo foi o de um artigo publicado no fim de janeiro no New England Journal of Medicine a respeito da transmissão do vírus por pacientes assintomáticos, usando o exemplo dos quatro primeiros contaminados na Alemanha. Acontece que a pessoa que tinha vindo de Xangai estava, sim, com sintomas da Covid-19, mas nenhum dos autores se preocupou em ouvi-la, contentando-se com os relatos dos quatro infectados! E saiu desse jeito não em uma publicação predatória qualquer, mas no NEJM!

Nós sabemos que o conhecimento científico se constrói testando e rejeitando hipóteses, achando dados que derrubam o que parecia certo. Mas no caso do coronavírus estamos vendo a coisa acontecer com transmissão em tempo real para o mundo todo, mas sem todos os cuidados que costumamos ver na pesquisa científica em condições normais de temperatura e pressão, e com a agravante de que agora as pessoas estão simplesmente pegando os estudos que apenas reforçam aquilo que elas já defendem e descartando o que desafia as suas convicções. Ciência boa é aquela que agrada meu viés de confirmação; se não faz isso, aí eu “desconfio da ciência”.


Tem cientificismo, tem informações e estudos contraditórios, tem uso político e ideológico da pandemia. Tudo isso, como diz Tim Keller, pode servir de explicação, mas não de desculpa. É o que também diz (só que pegando um pouco mais pesado) Ed Stetzer em seu blog na Christianity Today: os cristãos somos seguidores da Verdade. Temos um dever moral de não espalhar fake news ou teorias da conspiração. “Deus não nos chama a ser facilmente enganados. Credulidade não é uma virtude cristã”, afirma. Difundir mentiras sobre o coronavírus é desobedecer ao mandamento de Deus sobre levantar falso testemunho; é desmoralizar nossa fé cristã diante dos demais; e é colocar a vida dos outros em risco, diz Stetzer.

É um desafio daqueles. Outro dia um laboratório de Curitiba publicou no Facebook que estava oferecendo testes para detectar anticorpos, identificando a resposta do organismo ao coronavírus, com preço e tudo. Nos comentários, o que mais se perguntava era… quanto custava o exame. Pois é, você olha uma coisa dessas, pensa que são essas pessoas que deveriam estar se preocupando em verificar se as coisas mirabolantes que recebem são mesmo verdade, e apenas desanima. Eu suspeito, pra ser honesto, que o problema é muito mais grave que mera preguiça de conferir as coisas: as pessoas simplesmente já perderam a capacidade de ler algo e se perguntar se é real ou falso. O desconfiômetro quebrou. Recebem e repassam.

Alguns amigos já disseram que, depois que a pandemia passar, deveria haver um “Tribunal de Nuremberg” para apurar todas as barbaridades cometidas nesse período: as mentiras, os acobertamentos, os ataques às liberdades básicas, as pesquisas sem ética, o descaso com a população por parte dos líderes (sim, dos religiosos também)… mas não haverá. Ficará tudo para o Juízo Final mesmo. E pense aí: quando essa hora chegar, o que as pessoas verão? Que você estava do lado da verdade ou que espalhou mentiras, ainda que não de caso pensado, só porque elas fortaleciam a sua narrativa preferida?
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/tubo-de-ensaio/coronavirus-cientificismo-e-o-nosso-compromisso-com-a-verdade/
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MASSACRE NA FAVELA JACAREZINHO

 

Cláudio Castro disse que os agentes atuaram para cumprir mandados expedidos pela Justiça e que se depararam com uma ‘reação brutal’. Ele afirmou que o processo que investiga as mortes terá ‘total transparência’

Fábio Grellet, O Estado de S.Paulo

RIO – O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), defendeu a atuação da Polícia Civil durante a operação em que foram mortos 27 moradores da favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio, na quinta-feira, 6; um policial também morreu na ação. “Antes de mais nada, é preciso deixar claro que a operação de ontem realizada pela Polícia Civil foi o fiel cumprimento de dezenas de mandados expedidos pela Justiça”, afirmou Castro em vídeo de 1 minuto e 57 segundos divulgado na tarde desta sexta-feira, 7.

“Foram dez meses de trabalho de investigação que revelaram a rotina de terror e humilhação que o tráfico impôs aos moradores. Crianças eram aliciadas e cooptadas para o crime. Famílias inteiras eram expulsas de suas casas e mortas”, seguiu o governador, atribuindo o confronto a criminosos.

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Moradores realizam protesto nas imediações do Jacarezinho na noite desta sexta-feira Foto: WILTON JUNIOR / ESTADAO

“A reação dos bandidos foi a mais brutal registrada nos últimos tempos. Armas de guerra prontas para repelir a ação do Estado e evitar as prisões a qualquer custo. Em nenhum lugar do mundo a polícia é recebida com fuzis e granadas, quando vai cumprir seu papel”, disse. A operação foi realizada para tentar prender 21 pessoas acusadas de tráfico de drogas.

Castro afirmou ter determinado “total transparência ao processo” de investigação do caso, e disse ter conversado sobre a operação policial nesta sexta-feira com o procurador-geral da República, Augusto Aras, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, o procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos, e o defensor-geral do Estado, Rodrigo Pacheco. “O governo do Estado é o maior interessado em apurar as circunstâncias dos fatos”, completou.

INFORMAÇÕES SOBRE O QUE É BIG DATA

 

Canaltech

Big Data é a análise e a interpretação de grandes volumes de dados de grande variedade. Para isso são necessárias soluções específicas para Big Data que permitam a profissionais de TI trabalhar com informações não-estruturadas a uma grande velocidade.

As ferramentas de Big Data são de grande importância na definição de estratégias de marketing. Com elas é possível, por exemplo, aumentar a produtividade, reduzir custos e tomar decisões de negócios mais inteligentes. Veja como isso acontece:

Muitos dados em pouco tempo

As soluções de Big Data são feitas para lidar com um grande volume de dados não-estruturados. Isso significa que eles não têm relação entre si e nem uma estrutura definida. São, por exemplo, posts no Facebook, vídeos, fotos, tweets, geolocalização, comportamento.

Teoricamente, os dados não-estruturados só poderiam ser analisados por humanos. Por outro lado, os dados estruturados podem facilmente ser colocados em uma tabela do Excel, por exemplo. Eles possuem regularidade entre si.

Ferramentas “comuns”, feitas para analisar dados estruturados, como os preços dos supermercados de uma região, não são capazes de analisar dados não-estruturados. As ferramentas de Big Data não devem só dar conta da grande quantidade de dados variáveis, mas devem fazer isso a uma grande velocidade.

As ferramentas de armazenamento de Big Data também são diferentes das usadas para armazenar dados comuns. Ao contrário dos bancos de dados comuns, os bancos usados no Big Data devem ter elasticidade, pois precisam suportar não só grandes volumes, mas grandes volumes que crescem muito em pouco tempo. Eles também precisam ser flexíveis para aceitar vários tipos de mídias.

Os 5 Vs do Big Data

Os principais aspectos do Big Data podem ser definidos por 5 Vs: Volume, Variedade, Velocidade, Veracidade e Valor. Os aspectos de VolumeVariedade e Velocidade, como explicamos, diz respeito à grande quantidade de dados não-estruturados que devem ser analisados pelas soluções de Big Data a uma grande velocidade.

O V de Veracidade é sobre as fontes e a qualidade dos dados, pois eles devem ser confiáveis. Já o V de Valor é relacionado aos benefícios que as soluções de Big Data vão trazer para uma empresa. Cada instituição precisa checar se os benefícios trazidos pela análise de Big Data compensam o alto investimento nas soluções específicas para isso.

Exemplos de uso de Big Data

As empresas usam o Big Data para realizar os desejos dos clientes antes que eles peçam. Um exemplo disso são as sugestões de sites de compras, como a Amazon, e as recomendações de serviços como Netflix e Spotify.

Big Data também pode ser usado para satisfazer os clientes de outras maneiras como, por exemplo, dando mais conforto a ele em situações incômodas, mas que não são desagradáveis o suficiente para chegar a um canal de reclamações da empresa. A companhia aérea Delta identificou que uma das maiores preocupações de seus clientes durante as viagens era com a bagagem. Com base nessa informação, criaram um recurso no aplicativo da companhia que ajuda os viajantes a rastrear suas malas, o Track My Bag.

Na última semana a Microsoft anunciou uma parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais para realizar pesquisas que podem ajudar a prever engarrafamentos com até uma hora de antecedência. O Projeto de Previsão de Trânsito deve usar dados como números históricos do departamento de transportes, câmeras nas ruas, mapas de trânsito do Bing e posts nas redes sociais.

A análise de Big Data também pode ser usada para dar suporte a ações do governo. Durante a epidemia de gripe suína, uma equipe da Telefônica usou dados da rede de celulares para entender como as pessoas estavam se locomovendo durante o surto da doença. Suas descobertas ajudaram a validar ações do governo para combater a crise.

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CONTRADIÇÕES DO DEPOENTE MANDETTA NA CPI

Redação – Manaus/AM

A CPI da Saúde começou a ouvir os depoimentos na manhã desta terça-feira (4), e durou um mais de 7 horas ouvindo o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, mostrou uma série de contradições do ex-ministro, além de senadores bajuladores que torcem para o ‘circo pegar fogo’.

A CPI da Saúde mais parece um “Tribunal de Inquisição” (a inquisição na Idade Média foi criada como um tribunal para julgar os crimes de heresia, onde execravam e condenavam os fiéis sem nenhuma defesa), pois, ao que parece já está com suas cartas marcadas. É notório ver os senadores de oposição destilarem seu ódio e manifestar opinião condenatória ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Os parlamentares parecem não perceber que estão sendo acompanhados por todo o Brasil e que, os brasileiros não são bobos e percebem a única manobra que encontraram para tirar a cadeira do presidente.

Depoimento

Durante depoimento, o ex-ministro mesmo entrando em contradição em vários momentos – não foi sequer contestado pelos despreparados senadores de situação-, onde fez da CPI um ‘céu de brigadeiro’. Porém não podemos deixar de mostrar que ora o ex-ministro fala uma coisa e depois outra.

Contradições

Questionado pelo senador Eduardo Girão (Podemos), porque não teria alertado sobre a pandemia no Carnaval, já que teria falado que no dia 3 de janeiro de 2020 o Brasil teria emitido um comunicado para a OMS – Organização Mundial da Saúde, solicitando informações se existia uma pandemia e a agência teria respondido no dia 24 de fevereiro informando que sim, existia. De posse da informação, Mandetta cedeu no mesmo mês, uma entrevista a Rádio Bandeirantes, sendo republicado pelo site de notícias UOL, onde dizia: “coronavírus preocupa no Carnaval, mas não tem como parar a vida…”, o ex-ministro respondeu que a “OMS não mandou fechar os voos da China, as Feiras de Negócios continuaram acontecer e expressamente não era pra fazer restrição de movimentação”

Em outro momento Mandetta falou que o Brasil não fez nenhum lockdown e sim, medidas “depois do leite derramado”, mostrando assim toda sua hipocrisia. Se o Brasil só tomou medidas após o “leite derramado”, era dever e obrigação do ex-ministro emitiu um alerta antes do Carnaval.

Contradições 2

Outra contradição foi quando Mandetta contrariou as recomendações de evitar aglomerações e participou da festa de despedida da pasta em confraternização com servidores. Ao ver o ministro demitido chegar a uma sala, a servidora Teresa Lopes, que também é cantora de rodas de samba, pergunta a Mandetta: “Posso abraçar?”, e o faz logo em seguida. Mandetta ‘aponta o dedo’ para Bolsonaro mas esquece que seu passado o condena.

 

CPI LEMBRA A INQUISIÇÃO DE GALILEU

 

Por
Marcio Antonio Campos – Gazeta do Povo

“Senhor presidente, senhor relator, juro que não faço a menor ideia de como fui parar nesse depoimento

Estava lá o Luiz Henrique Mandetta prestando seu depoimento na CPI da Covid, o senador Eduardo Girão fazendo suas perguntas e, de repente não mais que de repente, aparece a mãe de todos os mitos da tese do conflito entre ciência e fé.

Girão queria saber do ex-ministro o que ele faria se, mais adiante, ficasse comprovado que o tal do “tratamento precoce” funciona mesmo. Mandetta deu umas voltas e o senador, tendo direito a uma pergunta final, lembrou que, quando apareceu a gripe H1N1, o Tamiflu foi receitado ainda antes que sua eficácia estivesse totalmente comprovada, e perguntou se a prescrição daquele medicamento teria sido um crime. O ex-ministro, então, fez um discurso sobre como funciona a ciência, dizendo que “não existe verdade absoluta, você vai lá e submete a sua verdade, e submete aos pares. Se não fosse assim o Iluminismo não teria existido, a era da ciência, estaríamos nas trevas, estaríamos ainda com crendices e bruxices”; acrescentou que “muitas vezes a gente acredita em uma coisa e depois a gente fala ‘puxa, o que eu acreditava na verdade não era’”, e emendou: “Quando a gente fala ‘o cientista tem de decidir dessa maneira’… a Igreja Católica já fez loucuras, até com Galileu Galilei, fez ele desfazer que a Terra era o centro do universo”. Está tudo a partir das 2h20min do vídeo.

Terraplanismo, pseudociência e pseudo-história
Sobre o Iluminismo, para começo de conversa, o método científico já tinha aparecido antes dos filósofos iluministas. A “era da ciência” já corria a pleno vapor. O que o Iluminismo fez, graças aos revolucionários franceses por ele inspirados, foi pegar a ciência, a “razão”, colocá-la num pedestal bem acima do seu verdadeiro papel, e transformá-la, quem diria, em uma nova religião, em cujo nome aliás foram cometidas muitas barbaridades, como lembra o João Pereira Coutinho em sua última coluna. Mas vamos ao Galileu.

Descontemos o lapso, já que o que Galileu “desfez” foi o Sol no centro, e não a Terra, e vamos pressupor que o ex-ministro estava fazendo uma crítica a interferências externas na ciência. Afinal, o movimento dos astros e a eficácia de remédios são temas estritamente científicos nos quais nem o poder político, nem o poder religioso teriam nada a dizer, menos ainda a impor. Imagino que Mandetta estivesse querendo dizer algo do tipo “como a Igreja quis impor uma convicção sobre o movimento dos astros pra cima de Galileu, o presidente quis impor uma convicção sobre a eficácia do tratamento precoce pra cima de mim, e isso está errado porque essas definições são assunto para os cientistas, deixemos que eles trabalhem”.

Mesmo que Mandetta estivesse fazendo uma crítica a interferências externas na ciência, o exemplo que ele escolheu estava longe de ser dos melhores

Se é isso, e parece que foi mesmo, vá lá, mas a escolha foi bastante peculiar. Afinal, há uns detalhezinhos do caso do Galileu que não fazem dele o melhor dos exemplos. Primeiro, o heliocentrismo não era o consenso científico da época, e ainda por cima havia outros sistemas astronômicos sendo propostos, como o de Tycho Brahe. Segundo, que o chefe da Inquisição, o cardeal Roberto Belarmino, já tinha deixado claro na sua carta a Antonio Foscarini que, se houvesse prova irrefutável de que os astros se moviam como Galileu propunha, então sim, era preciso abraçar a evidência e reinterpretar a Escritura. Só que Belarmino não acreditava que Galileu tivesse essa prova, o que nos leva ao terceiro: Galileu realmente não tinha a prova – e estava errado ao considerar as marés como a evidência do movimento da Terra. Podem conferir tanto no Galileu – pelo copernicanismo e pela Igreja quanto no essencial Terra plana, Galileu na prisão e outros mitos sobre ciência e religião.

Então, houve uma interferência do poder religioso na atividade científica? Houve, e foi um erro sabendo o que sabemos hoje e avaliando com a mentalidade atual. Mas, cá entre nós, se era a Igreja que estava exigindo a comprovação acima de qualquer suspeita, com duplo cego randomizado, publicação em revistas A1 na lista da Capes etc. etc., antes de abraçar o heliocentrismo, tenho a impressão de que, se vivesse no começo do século 17, Mandetta seria muito mais #TeamBelarmino que #TeamGalileu, não?

Marcio Antonio Campos
Marcio Antonio Campos é jornalista e está na Gazeta do Povo desde 2004. Já trabalhou nas editorias de Paraná, Vestibular, Vida e Cidadania, e Economia; atualmente é editor de Opinião. Trouxe de casa o interesse tanto pela ciência quanto pela religião, e é coautor de Bíblia e natureza: os dois livros de Deus – reflexões sobre ciência e fé. **Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.

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