domingo, 25 de abril de 2021

A CÚPULA DO CLIMA FOI BEM SUCEDIDA

 

Além da vitória política da Casa Branca, a reunião internacional mostrou significativo consenso entre as lideranças mundiais a respeito das questões climáticas, o que é positivo para o planeta

Notas& Informações, O Estado de S.Paulo

A Cúpula dos Líderes sobre o Clima foi bem-sucedida em seus objetivos. O presidente americano, Joe Biden, conseguiu recolocar os Estados Unidos na vanguarda da defesa do meio ambiente. E, além da vitória política da Casa Branca, a reunião internacional mostrou significativo consenso entre as lideranças mundiais a respeito das questões climáticas, o que é muito positivo para todo o planeta. O cuidado com a casa comum afeta todos.

Como um marco, a Cúpula dos Líderes sobre o Clima deixou claro que, no mundo atual, não há espaço para o negacionismo e a irresponsabilidade ambiental. E isso ficou muito claro no discurso do presidente Jair Bolsonaro, que inaugurou um novo tom em relação às questões ambientais.

Aquele que, em novembro do ano passado, ameaçou recorrer à pólvora para enfrentar os pedidos de maior responsabilidade com o meio ambiente – “apenas na diplomacia não dá”, disse Jair Bolsonaro – agora elogiou os esforços internacionais para reduzir o aquecimento global.

Aposentando o discurso negacionista bastante reprisado até aqui, o presidente Jair Bolsonaro lembrou: “Não podemos esquecer a causa maior do problema: a queima de combustíveis fósseis ao longo dos últimos dois séculos”. Reconheceu também que o Brasil tem “responsabilidades comuns”, cabendo-lhe “colaborar com os esforços mundiais contra a mudança do clima”.

Certamente, são pontos óbvios, mas o fato é que o governo de Jair Bolsonaro vinha não apenas negando o óbvio, mas descumprindo suas responsabilidades básicas. Por exemplo, o governo federal tem sido omisso no combate do desmatamento ilegal. Ou seja, não cumpre a lei de seu próprio país.

A imagem de pária internacional do Brasil na questão ambiental não foi obtida por Jair Bolsonaro em razão do descumprimento de complexos tratados internacionais, por exemplo, por não implementar uma sofisticada política de baixo carbono. O problema do governo Bolsonaro tem sido de outra ordem: tolerância e até mesmo defesa do desmatamento ilegal, passividade diante das queimadas, sucateamento dos órgãos de controle ambiental e rejeição da colaboração de outros países na proteção da Amazônia.

Diante dessa realidade, o discurso de Jair Bolsonaro, prometendo, por exemplo, antecipar para 2050 o prazo para zerar as emissões de gases do efeito estufa, suscitou elogios. O enviado especial dos Estados Unidos para questões climáticas, John Kerry, avaliou a fala de Bolsonaro como “muito boa”.

No encerramento do evento, Joe Biden expressou esperança de que desavenças políticas não impeçam o trabalho conjunto para conter a mudança climática. “O presidente Putin e eu temos nossas desavenças, mas as duas nações podem cooperar para que algo seja feito. Estamos muito animados com o apelo dele de ontem (dia 22) para que o mundo colabore na redução de carbono”, disse Biden, que acrescentou: “Também ouvimos notícias encorajadoras de Argentina, Brasil, África do Sul e Coreia do Sul”.

Mas as palavras de Jair Bolsonaro na Cúpula não apagaram seu histórico de irresponsabilidade ambiental. Como disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, o tom de Bolsonaro foi “positivo e construtivo”, mas a credibilidade do discurso depende de resultados concretos.

A confiança no novo tom de Jair Bolsonaro em relação ao meio ambiente não depende de metas distantes, para as próximas décadas. É preciso mudar imediatamente a ação do governo federal e que isso se reflita, por exemplo, em efetiva redução do desmatamento neste ano. Até aqui, os resultados são assustadores. No mês de março, houve aumento de 216% do desmatamento da Amazônia em relação ao mesmo período no ano passado.

As mudanças climáticas trazem riscos para todos os países. Nenhum pode se sentir excluído da responsabilidade de conter o aquecimento global. Ao mesmo tempo, como foi lembrado ao longo de toda a Cúpula, o desafio ambiental traz oportunidades de investimentos, inovação tecnológica e criação de empregos. Maltratar o meio ambiente é maltratar o presente e o futuro do País. Chega de irresponsabilidade e ignorância.

AMEAÇAS DO GOVERNO

 

Objetivo não é usar Exército contra o caos, mas contra a CPI, o STF e a candidatura Lula

Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo

O ex-presidente Lula coleciona vitórias no Supremo e o presidente Jair Bolsonaro reage com medo a Lula e à CPI da Covid, ameaçando os governadores – e o País – com o Exército nas ruas. Está apoiado no GSI, no novo ministro da Defesa, general Braga Neto, no novo comandante do Exército, general Paulo Sérgio, e em todos os seus ministros? Isso não é brincadeira.

O Supremo já tem maioria pela suspeição do ex-juiz Sérgio Moro no caso do triplex do Guarujá, que levou Lula à prisão por 580 dias. O grande vitorioso é Lula, já em campanha para 2022. Os maiores derrotados são Moro e a Lava Jato. E perde também o relator Edson Fachin, que tentou favorecer Lula e a Lava Jato ao mesmo tempo. Não rolou.

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O presidente Jair Bolsonaro discursa em manifestacao contra o Congresso e a favor de intervencao militar em frente ao Quartel General do Exército em Brasília no ano passado Foto: Gabriela Biló / Estadão

Bolsonaro está em pé de guerra. Já não se refere ao “meu Exército”, mas ao “nosso Exército”, e embrulha seus propósitos com legalidade ao dizer que vai usar os militares para “fazer valer o artigo 5.º da Constituição”, sobre o direito de ir e vir, a liberdade de trabalho e culto. Mero pretexto, porque ele nunca esteve preocupado com direitos e não vê a hora, isso sim, de dar um golpe branco, dentro da lei.

Por que ele inviabilizou o Censo pelo segundo ano seguido? Pelo medo da terrível realidade que o IBGE divulgaria às vésperas da eleição. É justamente por causa dessa realidade, de desemprego, fome, drama social, que o presidente acena com Exército nas ruas.

O que evitaria esse caos? Liberar geral? Deixar o vírus tomar conta do País de vez? Não. É o oposto. Uma política nacional para restringir com rigor a circulação de pessoas e garantir rápida e maciçamente as vacinas é o que seguraria o vírus, aliviaria o sistema de saúde, garantiria a volta à normalidade e a reação da economia mais rapidamente.

Depois de exibir os generais Braga Neto e Eduardo Pazzuelo num ato de campanha em Goianópolis (GO), sem máscara e distanciamento social, Bolsonaro arranjou um cargo para Pazzuelo, pôs o general debaixo do braço e foi com ele a Manaus, síntese dos erros na pandemia. E há a primeira manifestação do novo comandante do Exército.

O general Paulo Sérgio tirou 10 ao praticar no Exército tudo o que Bolsonaro não praticou no País contra a pandemia. Não foi nomeado por isso, obviamente, mas entrou em sintonia com o presidente ao dizer que o Exército é 1) “vigoroso vetor de estabilidade e de garantia da ordem e da paz social” e 2) “esteve e estará sempre junto ao povo brasileiro”. Isso reforça a dúvida desta coluna em 18/4: que povo? A Nação brasileira ou o “povo” do Bolsonaro?

Excepcionalidade exige medidas excepcionais. Estados e municípios decretam restrições à circulação, a cultos e compras, não por serem sádicos, contra a Constituição e queiram destruir a economia, mas pelo oposto: porque têm de salvar vidas e recuperar o quanto antes a economia. Com a incerteza das vacinas, a arma é isolamento. Mas o presidente ataca pelos dois lados: é o grande culpado pela falta de vacinas e guerreia também contra os paliativos.

Bolsonaro é um prato cheio para a CPI e a entrevista do ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten à Veja, apesar da dubiedade, põe mais pimenta ao acusar o Ministério da Saúde de Pazzuelo pelo fracasso na compra da Pfizer em 2020 e relatar que a questão foi tratada – e as chances desperdiçadas – dentro do gabinete presidencial.

Bolsonaro fez tudo errado desde o primeiro momento, deu no que deu. Agora, quer manipular o Exército, atacar os governadores e prefeitos e convencer o “povo” de que a culpa do caos é do combate à pandemia, não da sua total incompetência no combate à pandemia. Seu real objetivo é usar as Forças Armadas, não contra o caos que ele criou e alimenta, mas contra a CPI, o STF e a candidatura Lula.

*COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO, DA RÁDIO JORNAL (PE) E DO TELEJORNAL GLOBONEWS EM PAUTA

COMO FAZER PUBLICIDADE EM 2021

 

Neil Patel

A publicidade online na internet é um campo fértil para boas oportunidades de negócios.

No meio digital, você pode anunciar em vídeo, texto e imagens, nos mais variados canais como a Plataforma Comercial da Startup Valeon no Vale do Aço.

É uma das melhores formas de chegar até a sua audiência, alcançar mais clientes, aumentar as vendas e os lucros.

Mais rápida e assertiva para alcançar o público-alvo do que a publicidade tradicional, a publicidade na internet vem se tornando um prato cheio para empresas famintas por resultados rápidos e assertivos.

Para você ter ideia do quanto ela vem chamando a atenção de diferentes tipos de empresas, só em 2019, a publicidade digital abocanhou uma fatia de 21,2% do total de investimentos realizados por veículos de comunicação e agências de propaganda no Brasil.

Ficou atrás apenas da TV aberta (52,8%), conhecida pelo alto custo de cada anúncio – especialmente em horário nobre.

Os dados são de um levantamento do Conselho Executivo das Normas-Padrão (Cenp).

Eles apontam ainda que, enquanto a TV aberta recebeu menos investimentos, a internet foi quem mais cresceu.

Um ano antes, em 2017, representava apenas 17,7% desse total.

Pode parecer pouco, mas considerando que o investimento em publicidade no país chegou a R$ 17,5 bilhões só em 2019, é bastante dinheiro envolvido.

Achei esses dados apropriados para chamar sua atenção para a importância de investir em publicidade na internet.

Esse é um meio de fazer com que potenciais clientes não apenas conheçam sua empresa e sua marca, como também se interessem pelos produtos ou serviços divulgados.

Quer saber como aumentar as vendas e alcançar um público ainda mais certeiro? Chega de dar tiro no escuro, venha para Plataforma Comercial Valeon.

Publicidade na internet é uma estratégia usada para influenciar a compra de produtos ou a contratação de serviços através de anúncios na internet. Uma tática que ajuda tanto na construção de marcas quanto na divulgação de produtos e fidelização de clientes.

Entre as diversas formas de publicidade e propaganda existentes hoje em dia, fazer anúncios na internet é bem mais barato do que em meios de comunicação tradicionais, como rádio e TV.

retorno sobre o investimento (ROI) também é maior, já que a publicidade na internet permite alcançar um público mais delimitado dentro de tempo e custo menores.

Apenas para que fique mais fácil entender o motivo: por mais que existam diversos tipos de publicidade online, a maioria deles oferece um poderoso recurso para alcançar as pessoas certas.

No marketing digital, chamamos isso de segmentação, o que torna as ações mais efetivas, sendo uma característica importante para aumentar as conversões.

  • Os gastos com publicidade no mercado digital devem chegar a US$ 6.114 milhões em 2021
  • A busca orgânica também é o maior segmento, com um volume de mercado projetado de US$ 2.959 milhões em 2021.

Sabe o que tudo isso significa?

Que se você deixar de investir em publicidade na internet, ficará de fora de um mercado bilionário e, portanto, vai perder dinheiro.

Então, meu amigo, se seu negócio ainda não está online, é melhor pensar desde já em maneiras de reverter essa situação e o melhor caminho é a Plataforma Valeon.

Segundo um estudo realizado pelo Hootsuite em parceria com a empresa We Are Social, há 4,19 bilhões de usuários de internet no mundo.

Em outras palavras, isso quer dizer que mais da metade da população mundial já está conectada.

Um ambiente de massa propício para que as empresas possam fazer publicidade e alcançar muitas pessoas.

Mais precisa que a tradicional, a publicidade na internet oferece como diferencial a oportunidade de chegar a pessoas que realmente se interessam e se identificam com a marca.

O que é possível com a segmentação de anúncios, aumentando suas chances de conversão.

É diferente de veicular uma propaganda em rádio ou tv, por exemplo, atingindo um grande número de pessoas que, talvez, não tenha o menor interesse na sua oferta.

Além de custar menos que a publicidade tradicional, a publicidade digital é acessível a qualquer pessoa.

Percebeu como a publicidade online na internet oferece uma série de caminhos interessantes para divulgar negócios, aumentar as vendas e até ganhar dinheiro?

Com acessibilidade, facilidade e precisão de sobra, esse é um campo fértil para alavancar e fortalecer qualquer empresa no mercado.

A Startup Valeon está lutando com as empresas para MUDAREM DE MENTALIDADE referente à forma de fazer publicidade à moda antiga, rádio, tv, jornais, etc., quando hoje em dia, todos estão ligados online através dos seus celulares e consultando as mídias sociais a todo momento.

Somos PROFISSIONAIS ao extremo o nosso objetivo é oferecer serviços de Tecnologia da Informação com agilidade, comprometimento e baixo custo, agregando valor e inovação ao negócio de nossos clientes e respeitando a sociedade e o meio ambiente.

Temos EXPERIÊNCIA suficiente para resolver as necessidades dos nossos clientes de forma simples e direta tendo como base a alta tecnologia dos nossos serviços e graças à nossa equipe técnica altamente especializada.

A criação da startup Valeon adveio de uma situação de GESTÃO ESTRATÉGICA apropriada para atender a todos os nichos de mercado da região e especialmente os pequenos empresários que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.

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Dessa forma estamos APROVEITANDO AS OPORTUNIDADES que o mercado nos oferece onde o seu negócio estará disponível através de uma vitrine aberta na principal avenida do mundo chamada Plataforma Comercial Valeon 24 horas por dia e 7 dias da semana.

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ADVOGADOS QUEREM MUDANÇAS NA LEI ELEITORAL

 

Paulo Silva Pinto – Poder 360

O presidente da Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político), Luiz Fernando Casagrande Pereira, disse que a cota de gênero e a permissão para que empresas façam doações a candidatos são as propostas que tendem a enfrentar maior resistência no Congresso © Jonathan Campos/Abradep O presidente da Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político), Luiz Fernando Casagrande Pereira, disse que a cota de gênero e a permissão para que empresas façam doações a candidatos são as propostas que tendem a…

O advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira defendeu maior liberdade para a propaganda nas campanhas eleitorais em entrevista ao Poder360 

Ele é coordenador-geral da Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político), que mandou um conjunto de propostas de novas regras para valerem a partir das eleições de 2022.https://www.youtube.com/embed/7ywUSQKicsU?autoplay=0&showinfo=1&wmode=opaque&modestbranding=1&enablejsapi=1&fs=1&rel=0&origin=https%3A%2F%2Fwww.msn.com&widgetid=1Reprodutor de vídeo de: YouTube (Política de PrivacidadeTermos)

Pereira integra um grupo de advogados que discutem ideias para a legislação, atualmente em análise na Câmara. A relatora do tema é Margarete Coelho (PP-PI), que poderá acatar ou não as propostas.

A deputada é advogada eleitoral, com doutorado na área, e integra a Abradep. Ela disse ao Poder360 que o texto estará pronto até o fim de abril para ser discutido pela Câmara. Precisa ser aprovado até outubro para que as regras sejam usadas na eleição de 2022. Mudará o Código Eleitoral, que é de 1965.

A Abradep defende que haja liberdade para fazer cartazes e promover showmícios, por exemplo, desde que respeitado o teto para cada tipo de candidatura. A veiculação de anúncios de rádio e TV continuaria vedada porque os partidos têm acesso a tempo nesses veículos que é pago com dinheiro público.

Na avaliação de Pereira a mudança favorecerá a qualidade da escolha nas urnas. “Há um deficit de informação do eleitor hoje em consequência da hiper-regulamentação da propaganda”, disse Pereira. Segundo o advogado, isso foi feito para reduzir os gastos de campanha e coibir a corrupção. Mas diz que isso não é necessário, porque o teto cumpre essa função

Doação de empresas

A Abradep também defende a volta da possibilidade de empresas fazerem doações a candidatos. A ideia é que a companhia tenha um limite de R$ 200 mil por empresa, que poderia ser direcionado ao número de candidatos que decida.

Não faz sentido que empresa não possa fazer isso desde que respeitado um teto”, afirmou. “No mundo capitalista empresas interferem legitimamente no processo politico”.

Cota para eleição de mulheres

Os advogados eleitorais representados pela Abradep querem uma cota de gênero de 15% na Câmara e nos Legislativos de Estados e cidades. Isso beneficiaria as mulheres inicialmente, mas a regra valerá de forma geral. Poderia, em hipótese, preservar o mínimo de 15% de homens eleitos. “Será ótimo se for assim um dia”, disse Pereira.

Ele afirmou que a norma se justifica porque a representação feminina é baixa. “O Brasil está nas piores posições do mundo”. Na Câmara dos Deputados há 15% de mulheres. Mas em várias Assembleias Legislativas é menos do que isso. E em muitas Câmaras de Vereadores do país não há um única mulher eleita.

Pereira considera ineficiente o sistema atual, que reserva cota de 30% para candidatas mulheres e igual proporção de recursos. “Isso tem resultado em muitas fraudes, com candidatas-laranja”, afirmou. A proposta não inclui outros tipos de cotas, para grupos raciais, por exemplo.

Antecipação das candidaturas

A Abradep defende também  que os registros de candidaturas seja antecipado para maio em vez de agosto. O objetivo é permitir que a Justiça eleitoral tenha tempo de analisar acusações que tornam os candidatos não elegíveis. “Na eleição de 2018 concorreram 14.000 candidatos que tinha as candidaturas contestadas”, afirmou Pereira.

GOVERNO QUER DESTRAVAR MARCO FERROVIÁRIO NO SENADO

 

Parado no Senado desde 2018, projeto de lei é uma das prioridades do governo para aumentar a participação do setor privado no modal


Amanda Pupo, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – A aguardada aprovação, pelo Congresso, de um novo regime de operação de ferrovias no Brasil tem potencial para destravar projetos e deslanchar ao menos R$ 25 bilhões em investimentos. Seriam trechos ferroviários construídos do zero por empresas que têm interesse em ligar novos destinos e baratear o custo do transporte de cargas. O Estadão/Broadcast levantou quatro traçados já discutidos entre o setor e o governo, que podem avançar caso o novo marco legal das ferrovias seja chancelado pelos parlamentares.

A proposta é uma das prioridades do Executivo no Senado. O texto permite que ferrovias sejam construídas sem um processo concorrencial, mas por meio do regime de autorização. Hoje, a operação do modal por empresas precisa passar por uma licitação, que resulta na concessão. Esse formato continuará existindo, e a escolha do regime vai depender do modelo de negócio.

Ferrovia
Projeto de lei que muda o marco legal das ferrovias está em discussão no Senado desde 2018 Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

O projeto de lei está em discussão no Senado desde 2018. A previsão é que ele seja aprovado nos próximos meses e siga para análise da Câmara. 

A expectativa durante os últimos anos sobre uma nova lei que permita ao setor privado construir ferrovias de seu interesse alimentou a elaboração de vários projetos. É o caso do traçado que pretende ligar a cidade mineira de Sete Lagoas a São Mateus, litoral do Espírito Santo, onde a Petrocity Portos vai operar um terminal portuário. A empresa quer levantar uma ferrovia de 560 km entre as duas cidades, com investimento previsto em R$ 6,5 bilhões. O ramal já tem nome: Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo.

Diretor-presidente da Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva aposta alto no potencial da ferrovia. Ele afirmou que o traçado vai reduzir o tempo de viagem no transporte de diversos tipos de cargas e atacar a capacidade ociosa de indústrias que não têm segurança em produzir mais por problemas de logística. “É a interiorização da economia, geração de empregos na veia e integração regional”, disse Silva. 

Autorizada a operar um terminal portuário em Alcântara (MA), a Grão Pará Multimodal (GPM) também tem nos seus planos construir uma ferrovia – a Estrada de Ferro do Maranhão –, de 515 km e R$ 6,2 bilhões de investimentos. O primeiro trecho, de 215 km, ficaria entre o terminal e a cidade de Alto Alegre do Pindaré (MA), onde o ramal se conectaria com a Estrada de Ferro Carajás (EFC), operada pela Vale. Num segundo momento, o grupo pretende construir mais 300 km para se ligar à Ferrovia Norte-Sul.

“O custo do transporte ferroviário é a metade do rodoviário. E há muito que pode ser resolvido a partir dessa proposta”, disse Paulo Salvador, diretor executivo da GPM. Segundo ele, o terminal em Alcântara tem condições de movimentar múltiplas cargas ou se especializar essencialmente no minério de ferro.

Expansão

O novo modelo de operação de ferrovias também pode impulsionar a extensão de traçados por empresas que já exploram trechos em formato de concessão. É o caso de aproximadamente 700 km que devem ligar Rondonópolis a Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso.

Ao menos R$ 8 bilhões seriam necessários para erguer a ferrovia, importante para o escoamento da produção agrícola. O trecho se conectaria à Malha Norte, operada pela Rumo que, juntamente com a Malha Paulista, forma um corredor até o Porto de Santos (SP).

Apesar de o governo defender que esse novo trecho até Lucas do Rio Verde seja feito via regime de autorização, após a aprovação pelo Legislativo, ainda não há um consenso sobre o assunto com a Rumo. A empresa tem defendido que um aditivo contratual à concessão original da Malha Norte já permitiria ao grupo erguer e operar o novo traçado.

“Do ponto de vista jurídico e regulatório, a extensão pode ser feita dentro do arcabouço vigente através do contrato original”, afirmou a empresa. O governo, por outro lado, argumenta que uma ferrovia tão extensa não pode ser construída sem licitação. Há temor de que o aditivo seja frágil juridicamente e questionado por empresas que poderiam estar interessadas no mesmo traçado. 

Outro projeto que pode sair da expansão de uma ferrovia já existente é o arco Luziânia (GO)-Unaí (MG)-Pirapora (MG), cobrado há anos por produtores rurais da região para capturar a demanda agrícola do oeste mineiro. O valor do investimento é estimado em cerca de R$ 4,9 bilhões. A VLI, que opera a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), é apontada como uma potencial investidora desse trecho. Procurada, a empresa afirmou que avalia todas as oportunidades, mas que prefere não comentar antecipadamente sobre nenhuma em específico.

CANDIDATOS MESMOS EM 2022 BOLSONARO E LULA

 

Os que desfilam por aí não são candidatáveis a candidatura nenhuma, não na vida real

J. R. Guzzo, O Estado de S.Paulo

A imprensa brasileira desenvolveu ao longo das décadas, como a teoria da evolução garante que acontece com as espécies ao longo dos séculos, uma habilidade única. Mantém com vida artificial dentro do noticiário político, respirando por aparelhos, eventos de importância prodigiosa que têm uma característica muito simples entre si: não existem. É o que se poderia chamar de “não fato” – ou, mais precisamente, lendas que vão sendo repetidas de redação em redação, hoje em dia em tempo real, e que não têm nenhuma relação com qualquer tipo de coisa que possa ser certificada como realidade. É como o ar do pastel: está lá dentro, mas não serve para nada.

Você sabe o que é. Há uns 40 anos, ou por aí, aparece regularmente nas manchetes de jornal e no horário nobre da TV a seguinte frase: “MDB pensa em deixar o governo”. Precisa dizer mais alguma coisa? Um “não fato” como esse é provavelmente o melhor que se pode obter no gênero, mas há concorrentes. “Deputados estudam formação de frente comum”, por exemplo. Um clássico, sempre, são as CPIs. “CPI disso ou daquilo pretende investigar isso ou aquilo.” Há também a “apuração rigorosa”, o “novo estudo” e a “mobilização da oposição” – ou da “tropa de choque”. Nunca se apura nada, nem o estudo resulta em alguma coisa de útil, nem alguém se mobiliza para outra finalidade que não seja a de se aproveitar do erário ou fugir do Código Penal.

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João Doria; Luciano Huck; Eduardo Leite; Ciro Gomes; Fernando Haddad.  Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO ; GABRIELA BILÓ/ESTADÃO ; Itamar Aguiar / Palácio Piratini ; WERTHER SANTANA/ESTADÃO ; REUTERS/Paulo Whitaker

Mas e daí? Essas miragens sempre enchem páginas que correriam o risco de ficar em branco, ou minutos que poderiam passar em silêncio; pode ser inútil para o público, mas é útil para preencher espaço e tempo. Para sorte de comunicadores e veículos, a disposição do leitor em ser informado sobre fatos que não estão acontecendo é normalmente muito generosa; ele lê, esquece o que leu e acaba lendo outra vez. Passa um tempinho, e lá vem de novo: “MDB pensa em deixar o governo”. Nunca deixou, e não vai deixar nunca, mas a notícia volta. É a vida.

O duplo zero do momento são as matérias dando conta do que diz, do que faz e até mesmo do que pensa meia dúzia de cidadãos, ou mais, descritos pela mídia como “candidatáveis” à Presidência da República nas eleições de 2022. Não se para de falar deles, a propósito de tudo. Assinam manifestosFazem reuniões entre si. Solidarizam-se uns com os outros. Dão entrevistas. Lançam bulas de excomunhão contra o governo, o tempo todo. Falam para o Brasil. Falam para o mundo. Tudo bem, mas o que, no fim das contas, poderia ser um “candidatável”? Uma coisa é certa: os que desfilam por aí não são candidatáveis a candidatura nenhuma, não na vida real. Supõe-se que, para ser mesmo um “candidatável”, segundo o entendimento comum que se tem dessa palavra, o sujeito precisa ser capaz de se transformar num candidato de verdade – ou seja, em alguém que tem alguma chance de ser eleito, um dia, para algo de importância. Ou é isso, ou não é nada. Os “candidatáveis” de hoje não são nada.

Nenhum dos nomes que frequentam o noticiário de todos os dias tem a mais remota chance de chegar à Presidência da República – podem, com sorte, arrumar alguma coisa em seus Estados (deputado, por exemplo, não é difícil), mas ficam por aí. Se não são candidatos sérios a presidente, porque jamais serão eleitos, também não são “candidatáveis”. 

O Brasil tem dois candidatos a presidente, Jair Bolsonaro e Lula. O resto é o resto.

*

Irã, condenado oficialmente pela ONU por causa do tratamento abominável que dá às mulheres, ganhou um lugar no conselho que defende “a mulher”, nessa mesma ONU. Espera-se, agora, o manifesto de apoio das feministas brasileiras.

*É JORNALISTA

MAIORES GASTOS NO GOVERNO DÍVIDA AUMENTA TAMBÉM

 

Campanha eleitoral deve começar com as contas públicas bem mais esburacadas

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

Campeão da dívida pública entre os grandes emergentes, o Brasil consolidará em 2021 essa posição pouco invejável e muito arriscada, com o governo enrolado numa confusão financeira digna de inscrição nos livros de recordes. No fim do ano passado o governo geral devia R$ 6,61 trilhões, soma equivalente a 88,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Em fevereiro o setor público já estava pendurado em R$ 6,74 trilhões, 90% do valor estimado da produção de bens e serviços. O poder central é responsável pela maior parte desses compromissos. Além disso, numa crise o entendimento com os credores acabará ficando para a administração federal. É difícil prever, neste momento, como estará o endividamento em dezembro de 2021, porque nem se pode dizer com segurança como ficarão as despesas especiais destinadas a conter os efeitos da pandemia. Mas os credores e investidores nacionais e estrangeiros estarão atentos à evolução das cifras.

A equipe econômica entrou em 2021 prometendo fechar o ano com a dívida abaixo de 90% do PIB. A intenção proclamada era manter essa relação sob firme controle e sempre abaixo de 100% nos próximos anos. O maior desafio, naturalmente, será conter o déficit e o endividamento do poder central.

Em dezembro, a dívida bruta do governo da União, de R$ 5,01 trilhões, correspondia a 75,8% do total devido pelo governo geral, formado pelos níveis federal, estadual e municipal e pela Previdência. Em fevereiro a relação havia chegado a 77,1% da dívida bruta. Os próximos dados poderão mostrar uma proporção maior, mas, de toda forma, uma previsão parece bem segura: o ministro da Economia e seus auxiliares terão muito trabalho para conter a piora das contas oficiais – se estiverem dispostos a isso, se o presidente Jair Bolsonaro concordar e se os parlamentares do Centrão decidirem controlar seu apetite e dar uma trégua ao Tesouro Nacional.

Por enquanto, confusão e incerteza tornam muito obscuro o cenário das finanças públicas. O acordo entre Executivo e Legislativo para permitir a sanção e a execução do Orçamento Geral da União estourou as amarras, já enfraquecidas, da responsabilidade fiscal. Pelo projeto de lei orçamentária, a administração federal deveria, em 2021, conter no limite de R$ 247 bilhões o déficit primário, isto é, a diferença entre despesas e receitas sem os custos da dívida pública. Essa meta é hoje apenas um detalhe de um documento oficial mal feito, mal consertado e sem grande significado prático.

Para alcançar o acordo, o Executivo aceitou a manutenção de emendas parlamentares – como obras de interesse eleitoral – com valor adicional de R$ 16,5 bilhões. O entendimento inclui a possibilidade de cortes de gastos discricionários para recompor as despesas obrigatórias, subestimadas na versão aprovada no Congresso.

Gastos especiais para atenuar os efeitos da pandemia ficarão fora dos limites do Orçamento graças a um arranjo combinado entre os dois Poderes. O governo já havia negociado a liberação de cerca de R$ 44 bilhões para a retomada do auxílio emergencial, interrompido em janeiro, mas o conjunto das ações anticrise deverá custar muito mais, um valor ainda obscuro, estimado em até R$ 125 bilhões.

Com esse arranjo, o governo poderá sustentar um auxílio direto aos mais necessitados, por quatro meses, e dispor de algum dinheiro para cuidar dos efeitos do novo surto da pandemia. A eficácia dessas ações é imprevisível. O quadro sanitário continua muito ruim, com atraso na vacinação, insegurança quanto ao abastecimento das vacinas, dificuldades de imposição de medidas preventivas e, em primeiro lugar, com a omissão, o negacionismo e a incompetência do presidente da República.

Também na economia há muitas incertezas. As projeções de crescimento formuladas no mercado vêm diminuindo, mas aumenta a expectativa de inflação. Os dados finais do primeiro trimestre devem ser muito fracos. Enquanto isso, os gastos aumentam, a dívida cresce e o presidente se apronta para a disputa eleitoral de 2022. Qual será o custo fiscal dessa campanha?

RUPTURA ESCOLAR COM A PANDEMIA

 

Estratégias de recuperação são cruciais para compensar a ruptura escolar

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

É a mais severa ruptura da educação global da história. No pico da pandemia, mais de 1,6 bilhão de estudantes em mais de 190 países estavam fora da escola. Hoje, 2/3 da população mundial de estudantes (1 bilhão) em 100 países ainda são afetados pelo fechamento total ou parcial das escolas. Não à toa o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, se referiu aos estudantes que sofrem o impacto da peste sobre o ensino como “geração catástrofe”.

Segundo o estudo da Unesco Um ano de covid: Priorizar a recuperação da educação para evitar uma catástrofe geracional, antes da pandemia o número de crianças com déficits em habilidades básicas de leitura deveria cair de 483 milhões para 460 milhões. Com o vírus, o número saltou para 584 milhões. “A elevação de mais de 20% ceifou duas décadas de ganhos educacionais.”

Como sempre, o impacto sobre os estudantes vulneráveis e marginalizados foi mais duro. Apesar das necessidades críticas de financiamento, cerca de 2/3 dos países de renda baixa e média-baixa fizeram cortes no orçamento da educação. No mundo, só 2% dos estímulos fiscais foram orientados para a educação.

Em média, as escolas ficaram total ou parcialmente fechadas por 25 semanas. Em termos relativos, a América Latina, que foi a região mais impactada do ponto de vista sanitário e econômico, também deve sofrer as piores perdas de aprendizagem. O nível de proficiência de leitura na região já é historicamente baixo. No início de 2020, estimava-se que apenas 2/3 das crianças apresentavam proficiência na leitura. Na Europa e EUA, por exemplo, esse índice é de 95%. Agora, a região deve ver o maior declínio em termos porcentuais de proficiência – de 70% para 51% no grau 3 (8-9 anos), por exemplo.

A “ruptura escolar” é definida como “a perda de contato entre alunos e professores”. Para cada mês de contato perdido, presumem-se dois meses de aprendizagem perdidos. No Brasil, as condições são alarmantes. É o único grande país do mundo cujas escolas ficaram totalmente fechadas entre 75% e 89% do tempo. Somente Panamá, Honduras, El Salvador, Guatemala e Bolívia sofreram interrupções similares.

A Unesco estima que na média mundial o retorno à rota pré-pandêmica pode levar uma década, mas salienta que a retomada pode ocorrer até 2024 “se esforços excepcionais forem realizados para fornecer aulas corretivas e estratégias de recuperação”. No momento, apenas 1/4 dos estudantes no mundo está se beneficiando de educação corretiva.

A agência adverte que os gestores precisarão focar em duas questões: quão efetivas são as várias abordagens de aprendizagem sem contato; e quais os impactos das estratégias de mitigação de risco que estão sendo empregadas à medida que as escolas reabrem, como atendimento rotativo, uso de máscaras pelos alunos e a implementação de distanciamento físico nas salas. Uma das constatações relevantes é que as perdas foram maiores na leitura do que na matemática, aparentemente mais fácil de transmitir a distância.

Para garantir o retorno seguro, a Unesco recomenda que os professores sejam priorizados nas campanhas de vacinação. Também é importante continuar investindo em capacitação dos quadros letivos no ensino remoto, tecnologias disponíveis e pedagogias flexíveis para o ensino online, híbrido e offline durante futuros fechamentos escolares.

Segundo o levantamento, a ferramenta que se mostrou mais eficiente para lidar com os déficits de aprendizagem precipitados pela pandemia é o programa de ensino corretivo TaRL (Teaching at the Right Level). Um componente-chave dessa abordagem envolve o reagrupamento dos alunos conforme suas habilidades, em oposição ao grau escolar. O programa também é reputado como um exemplo de promoção de educação inclusiva, ao reduzir o número de alunos marginalizados que ficam para trás.

Para todo o mundo, os principais ingredientes da fórmula da recuperação são o retorno seguro às escolas, a inclusão digital, o ensino híbrido, a requalificação dos professores e, principalmente, o ensino corretivo. Desgraçadamente, Brasília tem dado muito pouca atenção a todos eles.

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