quinta-feira, 22 de abril de 2021

EMPRESA QUER IMPLANTAR ÔNIBUS ELÉTRICOS NO BRASIL

 

Empresa de energia negocia consórcio para pôr ‘centenas ou milhares’ de veículos elétricos para rodar pelo Brasil; ainda segundo o executivo, clientes pedem por fontes de energia renováveis

Entrevista com

Nicola Cotugno, presidente da Enel no Brasil

Irany Tereza, O Estado de S.Paulo

RIO – O presidente da Enel no BrasilNicola Cotugno, está decidido a liderar iniciativas para a introdução de veículos elétricos no Brasil. Ainda neste ano, ele pretende anunciar a formação de consórcios da multinacional com montadoras e empresas de transporte para criar frotas de ônibus elétricos em São Paulo, no Rio e em Salvador. À série de entrevistas Olhar de Líder, do Estadão/Broadcast, Cotugno disse que o Brasil é uma “base” de energia renovável para a companhia italiana. 

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

Nicola Cotugno
Cotugno diz que Brasil é uma base de matriz renovável para a operação da Enel. Foto: Divulgação

O aumento dos negócios no mercado livre de energia é uma tendência?

O mercado livre é muito competitivo, com oferta relevante. As novas usinas, e especialmente as renováveis, estão vendendo e entregando energia a este mercado. O tema é qual será o caminho de liberalização e abertura do mercado aos clientes nos próximos anos. Esta é uma parte que depende da regulação. Sem dúvida, vamos ver uma redução desse nível de consumo (necessário para entrar no segmento) e, por isso, vai haver crescimento. A Enel Brasil cresceu 20%, apesar da pandemia. Os clientes pedem energia renovável. Não só pelo preço, mas também porque este é um tema de compromisso ambiental, de sustentabilidade. Muitas empresas estão tomando como uma prioridade não fazer negócio (com energia altamente poluente).

A Enel tem alguma meta para a energia renovável?

Temos uma meta de seguir com a descarbonização, de criar capacidade adicional de geração renovável. E usar essa energia limpa para substituir outras formas de energia. Há dez anos, estamos desenvolvendo no Brasil e no mundo uma estratégia de fortalecimento de renováveis. Comunicamos o início de um projeto de 1.300 MW de energia solar e eólica no Brasil, que vai se somar aos 3,4 MW que já temos em energia hidráulica, solar e eólica. Esses 1.300 MW vão gerar 10 mil empregos e investimento de mais de R$ 5 bilhões.

O carro elétrico na Europa é uma realidade, mas ainda demora por aqui…

Acompanhamos o crescimento dessa tecnologia. Nos últimos dez anos, o custo das baterias, a parte mais importante do carro, baixou muito. Até 2023, no máximo, o carro elétrico vai custar o mesmo do que um carro a gasolina. E o custo (de manutenção) do carro elétrico é equivalente de 20% a 30% do necessário para um carro a gasolina. A economia é gigante. A equação já é conveniente. A barreira é o preço de entrada, o investimento para comprar. Por isso, acredito que agentes privados vão entender o carro elétrico como uma alternativa boa em um ano ou dois, quando o preço baixar para o equivalente a um carro a gasolina. Já os condutores de táxi, ou uma empresa de ônibus, já avaliam e entendem (as vantagens). 

O que falta para esse salto?

Na Europa, países falam que, depois de 2025 ou 2030, não venderão mais carros a gasolina. Aqui, obviamente, há um tema de regulação para essa mudança. Porém, volto a falar: os números são bons. No Brasil, o potencial é gigantesco. O País tem uma grande malha rodoviária, um número de carros gigante, montadoras de carros e uma sensibilidade para economizar. Estou convencido que é um futuro magnífico. Para o transporte público, já estamos ativamente em negociação e espero, antes do fim do ano, falar do negócio de implantar ônibus elétricos em grandes cidades. Falamos de centenas ou milhares de ônibus elétricos, não de algo demonstrativo. 

Com quem estão negociando?

Estamos montando consórcios de empresas onde estarão quem entrega o ônibus, quem opera e quem pensa a parte elétrica do processo. Com a experiência que temos no desenvolvimento das baterias, vamos desenvolver isso com esquema de cooperação. O foco vai estar nas grandes cidades. No Chile, entregamos os primeiros cem ônibus elétricos em Santiago e, agora, vamos a Bogotá (Colômbia). No Brasil, sentimos que o transporte é um problema importante em cidades como São Paulo, Rio, Fortaleza e Salvador. Por isso, pensamos que a solução para o problema é um negócio para a gente.

Qual é o investimento?

É intenso. Por isso, vamos focar nessa forma de consórcio. Vamos substituir ônibus que estão no fim da vida útil. É uma grande oportunidade também para requalificar o sistema de transporte público e descongestionar o trânsito nas grandes cidades. Observamos em Santiago um fenômeno muito interessante: os clientes gostam de tomar um ônibus elétrico e isso foi um incentivo ao uso de transporte público. São veículos novos, com ar condicionado, Wi-Fi, mais silenciosos. O transporte é responsável pela qualidade do ar quase da mesma forma que a produção de energia.

Qual matriz energética a Enel busca ter no Brasil?

A Enel investe pesado no Brasil com aquisições em distribuição e muitas construções na área renovável. O Brasil é uma base, especificamente da matriz renovável da geração. 

Com as críticas ao combate à pandemia, é difícil ‘vender’ a ideia de investir no Brasil?

Grandes investidores olham com atenção o que acontece nos países. Apesar de problemas específicos, como a pandemia, os investidores seguem acreditando no País. O que é fundamental para o investidor seguir acreditando é a segurança regulatória dos contratos.

VIDA DIFÍCIL LEMBRE DESSAS COISAS

 

As coisas perderam o sentido para você? Aqui estão algumas dicas que podem ajudar

Por André Bartholomeu Fernandes

As coisas perderam o sentido para você? Aqui estão algumas dicas que podem ajudar

Todos nós passamos por momentos difíceis. No entanto, alguns passam por esses momentos difíceis melhores do que outros.

Então, qual é o segredo? A maior parte tem a ver com atitude. Então, aqui estão 13 coisas para se lembrar quando a vida ficar difícil.

1. As coisas são o que são

O famoso ditado de Buda nos diz que “é a nossa resistência às coisas que causa nosso sofrimento”.

Pense nisso por 1 minuto. Isso significa que o nosso sofrimento só ocorre quando resistimos às coisas como elas são. Se você pode mudar alguma coisa, então aja em conformidade. Mude.

Mas, se você não pode mudar, então nos restam 2 opções:

  • Aceitar e deixar a negatividade para lá.
  • Nos tornarmos miseravelmente obcecados com o sofrimento.

2. Se você acha que tem um problema, você tem um problema

Muitas vezes nós somos o nosso pior inimigo. A felicidade depende realmente de nossa perspectiva.

Se você acha que algo é um problema, então seus pensamentos e emoções serão negativos. Mas você acha que está passando por algo que pode aprender, então, de repente, isso não é mais um problema.

3. A mudança começa em você mesmo

O seu mundo exterior é um reflexo do seu mundo interior. Você não conhece pessoas que as vidas são caóticas e estressantes? E não é verdade que, em grande parte elas se sentem assim por dentro?

Nós gostamos de pensar que as mudanças em nossa rotina nos mudam. Mas, dando um passo atrás, precisamos mudar a nós mesmos antes que as circunstâncias mudem.

4. Não existe aprendizagem maior do que falhar

Você deve eliminar a palavra fracasso de seu vocabulário. Todas as grandes pessoas que já alcançaram alguma coisa falharam.

Thomas Edison disse algo como “eu não falhei em inventar a lâmpada, eu encontrei primeiramente, 99 maneiras de que a ideia não funcionava”.

Tire as chamadas falhas do caminho e aprenda alguma coisa com elas. Depois disso, aprenda como fazer melhor da próxima vez.

Lembre-se que falhar é uma lição de aprendizado.

5. Se algo não acontece como planejado, significa que o melhor aconteceu

Isso é bem difícil de acreditar, mas é a mais pura verdade. Normalmente, quando olhamos para trás em nossa vida, somos capazes de ver por que essa era a melhor alternativa.

Talvez o trabalho que você não conseguiu teria feito você passar mais tempo longe da sua família, e o que você conseguiu era mais flexível.

Apenas tenha fé que tudo acontece exatamente do jeito que deveria.

6. Aprecie o presente

Este momento nunca voltará. E há sempre algo preciso a cada momento. Então não deixe passar por você em branco.

Em breve será apenas uma lembrança. Mesmo que momentos que não parecem felizes possam ser encarados como algo que você pode perder, algum dia.

7. Deixe o desejo de lado

A maioria das pessoas vivem com a mente anexada a desejos. Isso significam que nossas mentes ficam ligadas a um desejo e quando não realizamos esses desejos, nossas emoções despencam em negatividade.

Em vez disso, tente praticar uma mente isolada. Isso significa que, quando você quer algo, você ainda será feliz conseguindo ou não. Faça com que suas emoções permaneçam felizes ou neutras.

8. Compreenda e seja grato por seus medos

O medo pode ser um grande professor. E vencer o medo também pode fazer você se sentir vitorioso.

Por exemplo, muita gente tem medo de falar em público (esse é um dos 3 principais medos dos seres humanos). Então, quando você perder o medo e conseguir falar de maneira bem humorada na frente de todos, vai se sentir vitorioso.

Superar seus medos requer apenas prática. O medo é apenas uma ilusão e, acima de tudo, é opcional.

9. Experimente a alegria

Acredite ou não, muitas pessoas não deixam de se divertir com o que acontece ao seu redor. E, muitas vezes essas pessoas nem sabem porque se divertem nessas situações.

Algumas pessoas são realmente viciadas em seus problemas e o caos envolvido nisso tudo faz com que eles nem saibam quem são.

Portanto, permita-se ser feliz. Mesmo que seja apenas por um breve momento, é importante se concentrar em alegria, e não em dificuldades.

Não tenha medo de experimentar a alegria.

10. Não se compare com os outros

Mas se você se comparar, compare com quem tem menos do que você. Está desempregado? Seja grato por viver em um país que dá seguro desemprego, porque a maioria das pessoas do mundo vivem com menos de 750 dólares ao ano.

Você não se parece com a Angelina Jolie? Acredito que existem mais pessoas que não se parecem do que pessoas que parecem.

11. Você não é uma vítima

Você precisa parar de ver tudo pelo seu próprio ponto de vista. Você é apenas uma vítima de seus próprios pensamentos, palavras e ações.

Ninguém faz alguma coisa contra você. Você é o criador de sua própria experiência. Assuma a responsabilidade pessoal e perceba que você pode sair de suas dificuldades.

Nós só precisamos começar a mudar pensamentos e ações. Abandone a sua mentalidade de vítima e torne-se um vitorioso.

12. Tudo muda

E isso também vai passar. Quando estamos presos em uma situação ruim, pensamos que não há nenhuma maneira de resolver os problemas.

Achamos que nada vai mudar. Mas uma hora tudo muda. Nada é permanente, exceto a morte. Então, saia do hábito de pensar que as coisas serão sempre assim. Elas não serão.

Mas você precisa agir para que as coisas mudem. Isso não vai acontecer magicamente por conta própria.

13. Tudo é possível

Milagres acontecem todos os dias. E realmente eles acontecem. Confie e acredite que tudo é possível. Coisas incríveis acontecem o tempo todo.

Você só precisa acreditar nisso e, agir em conformidade. Uma vez que você fizer isso, você já ganhou a batalha.

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O BRASIL TEM DINHEIRO PARADO PARA O COMBATE AO DESMATAMENTO

 

Brasil tem R$ 2,9 bi parados, mas pedirá mais dinheiro contra desmatamento 

Na cúpula do clima organizada pelo presidente Joe Biden, Bolsonaro pretende reivindicar ajuda internacional para projetos de preservação ambiental, mesmo tendo quantia bilionária do Fundo Amazônia parada em uma conta do governo federal

André Borges, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – O Brasil chega hoje à cúpula do clima organizada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, com um embaraço diplomático de R$ 2,9 bilhões. Esse é o montante doado por Noruega e Alemanha, no âmbito do programa Fundo Amazônia, que há mais de dois anos está parado em uma conta bancária do governo federal. 

Desde o início do mandato de Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019, nenhum novo programa de proteção da Amazônia foi financiado pelo fundo. Hoje, quando Bolsonaro pedir mais dinheiro para proteger a floresta, terá de encarar a chanceler alemã, Angela Merkel, e a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, que até agora não sabem qual será o destino da verba repassada ao Brasil.

A reportagem questionou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre o que motiva o governo a pedir US$ 1 bilhão aos EUA para preservação ambiental, quando o País já possui R$ 2,9 bilhões imobilizados há mais de dois anos. Salles culpou a Noruega pela paralisação. “O fundo está paralisado desde 2019 a pedido da Noruega, e não por decisão do Brasil”, disse.

Amazônia
Queimada na Amazônia perto da cidade de Porto Velho; criado em 2008, o Fundo Amazônia tinha financiado 103 projetos até o fim de 2018  Foto: Bruno Kelly/Reuters

De fato, o que ocorreu é que, em junho de 2019, o governo brasileiro editou um decreto que dissolveu o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) e o Comitê Técnico do Fundo Amazônia (CTFA), que faziam o fundo acontecer. À época, a Noruega declarou que, “dada a conjuntura atual”, o país não tinha “fundamento jurídico e técnico” para realizar a contribuição anual do Fundo Amazônia.

Salles paralisou os repasses a novos projetos no início do governo Bolsonaro, com o argumento de ter encontrado “fragilidades” nos projetos. Paralelamente, o BNDES, que administra os recursos, afastou sua chefia do Departamento de Meio Ambiente, que cuidava do programa. Nunca veio à tona qualquer prova de irregularidades na gestão do fundo, que tem seus resultados publicados regularmente.

Salles insiste que a paralisia se deve ao posicionamento dos noruegueses, que doaram 94% do total destinado ao Fundo Amazônia até hoje. “Eles não aceitaram o novo decreto e mandaram uma carta proibindo o fundo de aprovar novos projetos”, afirmou o ministro.

Estadão procurou a Embaixada da Noruega, que ainda não se manifestou sobre o assunto. A Embaixada da Alemanha afirmou, por meio de nota, que “está em diálogo com o governo brasileiro” para resolver a situação o mais rápido possível.

Nesta semana, em entrevista à BBC, o ministro do Meio Ambiente da Noruega, Sveinung Rotevatn, deu o tom sobre o assunto. “Diminuir o desmatamento no curto prazo é uma questão de vontade política, não de falta de financiamento adiantado”, disse. 

O BNDES confirmou à reportagem que, desde 2019, não aprova novos projetos, mas apenas repasses às ações que já estavam contratadas em anos anteriores. O último desembolso ocorreu em 16 de março, com R$ 4,2 milhões destinados ao Projeto Floresta para Sempre, realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

O rendimento do Fundo Amazônia, segundo o BNDES, foi de R$ 207 milhões, em 2019, e de R$ 203 milhões, em 2018. O saldo está investido nos fundos Gaia e Gaia II, geridos pelo Banco do Brasil, que mantém a atualização monetária de recursos disponíveis para financiar projetos.  PARA ENTENDERO que é o encontro convocado por Joe BidenReunião de líderes mundiais quer estabelecer novos compromissos para a redução das emissões de carbono e nasceu do interesse americano de se recolocar como protagonista no cenário internacional após os anos Trump

Assim, ao pedir mais dinheiro, Bolsonaro deixa sem destino a maior iniciativa ambiental do Brasil. Os recursos do Fundo Amazônia, criado em 2008, são repassados a fundo perdido. A única contrapartida exigida é a apresentação de resultados práticos das iniciativas.

Na cúpula que começa hoje, os americanos sabem que o Brasil pedirá ajuda e estão dispostos a colaborar. O problema, segundo eles, é confiar em um governo que até agora não se mostrou comprometido com a preservação ambiental. “É claro que haverá algum envolvimento global com o Brasil. Não é cada um por si”, disse ontem um funcionário do alto escalão do governo Biden. “Mas, se países não estiverem avançando por conta própria, é muito difícil para a comunidade global se envolver.” / COLABOROU BEATRIZ BULLA

COMPROMISSOS CLIMÁTICOS DOS PAÍSES EMISSORES

 

Estados deveriam ter anunciado seus novos compromissos no fim de 2020, porém mais da metade não o fez, à espera da COP26 sobre o clima, que será realizada em novembro, no Reino Unido

Redação, O Estado de S.Paulo

WASHINGTON – As metas nacionais de redução das emissões de gases do efeito estufa não estão à altura da emergência climática, principalmente as dos países que mais poluem, adverte a ONU, seis anos após o Acordo de Paris.

O objetivo do acordo é manter o aquecimento global abaixo de +2 ºC, até mesmo a +1,5 ºC, em relação à era pré-industrial.

A primeira série de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) apresentadas pelos países aproximava o planeta de um aumento de temperatura de 3 ºC a +4 ºC. 

Os Estados deveriam ter anunciado seus novos compromissos no fim de 2020, porém mais da metade não o fez, à espera da COP26 sobre o clima, que será realizada em novembro, no Reino Unido.

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Países deveriam ter anunciado seus novos compromissos no fim de 2020, porém mais da metade não o fez, à espera da COP26 sobre o clima, que será realizada em novembro, no Reino Unido Foto: Justin Lane/EFE/EPA

China

Em sua primeira NDC, de 2016, a China, responsável por mais de 25% das emissões mundiais, comprometeu-se a reduzir as emissões de CO2 em relação ao PIB entre 60% e 65% até 2030 e alcançar seu pico por volta dessa data. O país se encontra a caminho de bater essa meta e o presidente Xi Jinping anunciou em setembro passado um novo objetivo: a neutralidade de carbono até 2060.

Pequim, no entanto, ainda não apresentou detalhes sobre seu plano, nem inscreveu sua NDC revisada. O grupo Climate Action Tracker (CAT) considera os compromissos chineses “bastante insuficientes”.

Estados Unidos

Segundo maior emissor mundial, os Estados Unidos se comprometeram sob a presidência de Barack Obama a reduzir suas emissões entre 26% e 28% até 2025 em relação a 2005. Com a chegada de Joe Biden à Casa Branca, o país fixou o objetivo de neutralidade de carbono até 2050.

Está previsto que Biden anuncie sua NDC revisada durante a reunião de cúpula internacional sobre o clima, prevista para quinta e sexta-feira.

União Europeia

UE se comprometeu em 2015 a reduzir suas emissões de CO2 em ao menos 40% até 2030 em relação a 1990. O objetivo foi aumentado em dezembro passado para “pelo menos 55%” até 2030. Segundo o CAT, no entanto, ele permanece incompatível com as metas de Paris.

Reino Unido

Reino Unido também expôs suas aspirações: o primeiro-ministro Boris Johnson anunciou nesta terça-feira uma nova meta de cortar suas emissões em 78% até 2035, em comparação com 1990.

Índia

Como no caso da China, o compromisso inicial da Índia se baseia em uma redução da intensidade de carbono: entre 33% e 35% até 2030 em relação a 2005, uma trajetória “compatível” com um mundo a +2 ºC, segundo o CAT. O país ainda não anunciou, no entanto, uma nova NDC.

Rússia

Rússia, que aderiu formalmente ao Acordo de Paris em 2019, formulou sua primeira contribuição nacional há duas semanas. Ela retoma o compromisso anterior, de reduzir em 30% suas emissões em relação a 1990, uma meta classificada como “consideravelmente insuficiente” pelo CAT.

Japão

Japão se comprometeu em 2016 a reduzir suas emissões em 26% até 2030 em relação a 2013. Sua nova NDC, submetida em março de 2020, não alterou essa cifra, mas o premier Yoshihide Suga anunciou o objetivo de neutralidade de carbono em 2050 e o governo afirmou que irá apresentar uma “revisão ambiciosa” de sua NDC.

Sobre os demais

Entre os outros grandes países emissores, Brasil, México, Austrália e Coreia do Sul apresentaram  – sem anunciá-las publicamente – suas NDC revisadas, mas sem reforçar seus objetivos, segundo especialistas. O CAT considera, inclusive, que as metas de Brasil e México retrocederam. 

O Canadá anunciou nesta segunda uma nova meta de redução de emissões de carbono de 36% até 2030 com relação aos níveis de 2005.

Indonésia, Arábia Saudita e África do Sul não depositaram novos compromissos.

Cerca de 80 países, que representam menos de 30% das emissões mundiais, apresentaram suas NDC revisadas. Segundo a ONU, seu impacto conjunto representaria menos de 1% de redução das emissões até 2030 em relação a 2010, muito longe dos 45% necessários estimados pelos cientistas.

Neutralidade de carbono

A longo prazo, o Acordo de Paris cita um objetivo de equilíbrio entre as emissões e a absorção dos gases do efeito estufa “no transcurso da segunda metade do século”. Por isso, cada vez mais países anunciam datas mais precisas e próximas para a neutralidade de carbono, a maioria para 2050. Para alcançá-la, no entanto, são necessários, a curto prazo, “planos coerentes e confiáveis para reduzir as emissões de CO2 em 45% até 2030”, segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres. /AFP

PROMESSAS DE BOLSONARO NÃO SÃO BEM ACEITAS PELA COMUNIDADE INTERNACIONAL

 

Os doadores estão relutantes, uma vez que o Brasil, sob Jair Bolsonaro, vem destruindo o sistema de proteção ambiental, minando os direitos indígenas e defendendo as indústrias que impulsionam a destruição da floresta

Manuela Andreoni & Ernesto Londoño / The New York Times, O Estado de S.Paulo

Enquanto Joe Biden reúne a comunidade internacional na cúpula do clima, o Brasil promete acabar com o desmatamento ilegal até 2030. Há um porém: Jair Bolsonaro quer bilhões de dólares para a iniciativa. Os doadores estão relutantes, uma vez que o Brasil, sob Jair Bolsonaro, vem destruindo o sistema de proteção ambiental, minando os direitos indígenas e defendendo as indústrias que impulsionam a destruição da floresta. “Ele quer dinheiro novo sem restrições reais”, disse Marcio Astrini, que dirige o Observatório do Clima, organização de proteção ambiental no Brasil. “Este não é um governo confiável.” 

Por dois anos, Bolsonaro pareceu não se incomodar com sua reputação de vilão ambiental. Sob sua supervisão, o desmatamento na Amazônia atingiu o nível mais alto em mais de uma década. A destruição impulsionada por madeireiros provocou indignação global em 2019, quando enormes incêndios consumiram a floresta.

Donald Trump fez vista grossa. Mas, desde que a Casa Branca mudou de mãos, os Estados Unidos começaram a pressionar o Brasil para conter o desmatamento. Assim que Joe Biden assumiu, funcionários de seu governo começaram a se reunir com o ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles, para buscar pontos comuns antes da reunião climática. As reuniões a portas fechadas foram vistas com apreensão pelos ambientalistas, que desconfiam do Brasil. As negociações provocaram campanhas para pedir que os americanos não confiem no governo brasileiro.

Desmatamento no Pará
Apreensão de madeira extraída ilegamente no entorno da BR-163 (entre Novo Progresso, Altamira e Itaituba), após operação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará em novembro de 2019 Foto: SEMAS / Divulgação

A demanda por dinheiro adiantado foi recebida com ceticismo por diplomatas, que argumentam que o único déficit real do Brasil é de vontade política. Suely Araújo, ex-diretora do Ibama, disse que o Brasil já tem acesso a centenas de milhões de dólares do Fundo Amazônia que poderiam ser gastos em esforços de conservação. “A cara de pau do governo em pedir recursos no exterior é gritante”, disse Suely. “Por que ele não usa o dinheiro que já está aí?”

Muitos governos desconfiam do Brasil. O Orçamento que Bolsonaro apresentou ao Congresso inclui o menor nível de recursos para agências ambientais em duas décadas. Além disso, Bolsonaro apoia um projeto de lei que daria anistia aos grileiros, medida que abriria uma área da Amazônia do tamanho da Flórida para a exploração. Outra iniciativa tramitando no Congresso brasileiro facilitaria operações de mineração em territórios indígenas. Por isso, especialistas dizem que há poucos motivos para acreditar na conversão ambiental de Bolsonaro. 

*SÃO JORNALISTAS

POLÍTICA AMBIENTAL QUE TODOS QUEREM

 

O País apoia a preservação ambiental. Esse é o único prumo possível para essa política

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

Hoje se inicia a Cúpula dos Líderes sobre o Clima. O Brasil, que por muito tempo foi referência em políticas ambientais, chega à reunião internacional com sua imagem desgastada. O governo de Jair Bolsonaro conseguiu reunir não apenas os piores resultados, como também as piores práticas na área ambiental. Houve até notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, acusado de obstruir investigação ambiental e favorecer madeireiros investigados.

Desde o ano passado, quando as queimadas e o desmatamento ilegal colocaram o Brasil na situação de pária ambiental no cenário internacional, o governo de Jair Bolsonaro tem prometido uma política ambiental mais responsável. No entanto, até agora o que se viu foi a continuidade do descuido com o meio ambiente.

Nesta semana, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou que, em março deste ano, foram desmatados 810 km² da Amazônia Legal. Obtidos pelo Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), os dados revelam aumento de 216% de desmatamento em relação ao mesmo mês de 2020. Juntos, os Estados do Pará e Mato Grosso concentram 60% do desmatamento no período.

No mesmo dia da divulgação dos dados do desmatamento de março, o chefe da unidade técnica do Ibama no Porto de Paranaguá (PR), Antonio Fabricio Vieira, foi exonerado. Seu recente trabalho de fiscalização deve gerar 30 autos de infração contra empresas que não apresentaram a documentação exigida. A função do Ibama no porto é especialmente relevante. No ano passado, pelo Porto de Paranaguá foram exportados mais de 35 mil m³ de madeira nativa.

A exoneração gerou a suspeita de mais uma intervenção com o objetivo de abrandar a fiscalização. Em carta ao presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, mais de 360 servidores do órgão criticaram uma recente instrução normativa que exige autorização de um superior do agente de fiscalização para a aplicação de multa.

Na prática, a medida criou nova instância de avaliação dos processos, que – para piorar – ainda não consta do sistema para a consolidação das multas. O resultado foi imediato. A nova instrução normativa levou à total paralisação das emissões de multas do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).

A confirmar a falta de compromisso com o meio ambiente, o governo de Jair Bolsonaro tem dito que as promessas de maior proteção ambiental estão condicionadas ao recebimento de dinheiro estrangeiro. Cai no conto quem quiser, pois foi esse mesmo governo que, em 2019, conseguiu travar o funcionamento do Fundo Amazônia. Criado em 2008 com doações da Noruega e Alemanha e administrado pelo BNDES, o fundo financiava projetos de redução do desmatamento.

A respeito das metas ambientais condicionadas a doações estrangeiras, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, colocou a questão nos devidos termos. “A gente não tem que ser mendigo”, disse.

É de notar que a lição do vice-presidente Hamilton Mourão a respeito do que é soberania está em sintonia com a responsabilidade que a população vem pedindo ao governo de Jair Bolsonaro em relação ao meio ambiente. De forma contundente, os mais diversos setores da sociedade têm manifestado a necessidade de uma política ambiental responsável e efetiva.

Em carta ao presidente da República, 34 líderes empresariais mostraram os benefícios para o País de metas ambientais mais ambiciosas. Depois, artistas se mobilizaram para exigir uma nova política ambiental do governo brasileiro, incluindo a saída de Ricardo Salles.

Outra iniciativa que revela o grau de descontentamento com a política ambiental de Jair Bolsonaro é a carta de 23 governadores enviada ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propondo uma parceria entre os dois países em prol do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável. O recado político é explícito: o que Jair Bolsonaro está fazendo com o meio ambiente não representa a vontade e o sentir da população.

O País apoia a preservação do meio ambiente. Esse é o único prumo possível para a política ambiental.

BOLSONARO ESTÁ CERCADO DE INIMIGOS

 

Preso a conspirações fantasmagóricas, Bolsonaro aumenta número de inimigos

William Waack, O Estado de S.Paulo

O novo ministro da Defesa é um general que passou os últimos dois anos pelos gabinetes e corredores do lugar mais estranho do Brasil: o Palácio do Planalto. É o hábitat de seres vivos que, por sua vez, são dominados por fantasmas criados por eles mesmos. Por vezes parece efeito da ingestão de algum bagulho muito doido.

O general discursou com o jeito de quem não sabe qual é a “punchline” de um texto escrito a muitas mãos. Mas, ao exigir que se “respeite o projeto escolhido pela maioria”, o novo ministro da Defesa repetiu a confusão fundamental dos fantasmas que habitam cabeças no palácio. O verdadeiro respeito devido é à Constituição, à qual tem de estar subordinado qualquer projeto de qualquer maioria. 

Jair Bolsonaro
O presidente da República Jair Bolsonaro Foto: Marcos Correa/PR/AFP

Talvez por ter sido assessor do presidente do Judiciário, seu antecessor no cargo não se arriscou a insinuar em público o que o novo ministro da Defesa disse de maneira mal disfarçada: que o STF é a causa de desequilíbrio entre os poderes. De fato, é impossível fugir à constatação da judicialização da política e da politização do STF, mas o fantasma que falou pela boca do general abordava outro aspecto.

Reiterava a noção de que o STF não deixa governar pois teria se aliado a uma fantástica conspiração de corruptos, comunistas, bagunceiros e perdedores que não querem respeitar o projeto escolhido por uma maioria. Pode-se debater se o tal projeto escolhido pela maioria consistia em consolidar o poder do Centrão, explodir a dívida pública, manter a economia estagnada e transformar o País em pária internacional do ponto de vista da política ambiental e de saúde pública, mas isso seria ampliar demais o foco.

Os fantasmas do palácio sussurram que os problemas para governar são sempre causados por outros, apesar da explicação para os evidentes fracassos do governo ao enfrentar economia e pandemia constar dos textos lidos por quem passou por boas academias militares. Ali se aprende que não se governa com eficiência se faltam planejamento, estratégia, definição de objetivos, rumos e meios – para não falar da incapacidade de liderança e da subordinação de tudo ao objetivo político da reeleição.

Também não se sabe ao certo se fazia parte do projeto escolhido pela maioria comprar brigas por toda parte, mas é a ordem que os ocupantes do palácio parecem ter recebido dos fantasmas. O conflito mais recente é particularmente perigoso: Bolsonaro foi avisado pessoalmente por um governador amigo (por quanto tempo ainda?) de que acabou criando 23 opositores entre os 27 chefes dos Executivos estaduais. É uma massa política que não se deve negligenciar.

A gota d’água para transformar os últimos governadores amigos em inimigos foi a “esperteza” de utilizar a ambição por uma cadeira vitalícia no STF por parte de ocupantes de altíssimos cargos do MPF para convertê-los à narrativa palaciana de que o governo federal tudo fez no combate à pandemia. Onde houve desastre foi culpa dos governadores e prefeitos – portanto CPI e Ministério Público neles – que desviaram verbas e recursos da Saúde (além de decretar medidas restritivas) em busca de armas na conspiração contra o projeto escolhido pela maioria.

Neste ponto seria injusto atribuir falta de visão do bem público e do interesse da coletividade exclusivamente a Bolsonaro, dominado ou não por seus fantasmas. Esse desinteresse pelo bem comum já era a característica primordial de forças políticas do Centrão, as que hoje estão no poder. É também a de ministros do STF tomando decisões “exóticas” levando em consideração apenas seus interesses ou simpatias políticas imediatas. Característica agora exibida de forma escancarada pelos integrantes da cúpula do MPF que, esfalfando-se por chegar a cargo no STF, ajudam a desmoralizar a instituição. 

Quanto ao “projeto” a ser defendido, qualquer que seja, está se dissipando junto com a maioria.

*JORNALISTA E APRESENTADOR DO JORNAL DA CNN

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