quarta-feira, 7 de abril de 2021

CURSO LINGUAGEM JAVASCRIPT - CAP. 1

 

CURSO LINGUAGEM JAVASCRIPT – MDN

Introdução – JavaScript | MDN (mozilla.org)

CAPÍTULO 1

Cortesia da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/)

Introdução

Este capítulo apresenta o JavaScript e discute alguns de seus conceitos fundamentais.

O que você realmente já deveria saber?

Este guia assume que você tem os seguintes conhecimentos básicos:

  • Um entendimento geral da internet e da World Wide Web (WWW).
  • Um bom conhecimento de  HyperText Markup Language (HTML).
  • Alguma experiência em programação. Se você é novo em programação, veja alguns tutorias na página inicial sobre JavaScript.

Onde encontrar informações sobre JavaScript

A documentação de JavaScript na MDN inclui o seguinte:

  • Aprendendo sobre a internet fornece informações aos iniciantes e introduz os conceitos básicos de programação e da internet.
  • Guia JavaScript (este guia) dá uma visão geral sobre a linguagem de programação JavaScript e seus objetos.
  • Referência JavaScript provê um material de referência detalhado da linguagem JavaScript.

Se você é novo com JavaScript, comece com os artigos na área de aprendizado e com o Guia JavaScript. Quando você já possuir uma compreensão dos princípios básicos, você pode usar a  Referência JavaScript para ter mais detalhes sobre objetos e declarações.

O que é JavaScript?

JavaScript é uma linguagem de script orientada a objetos, multiplataforma. É uma linguagem pequena e leve. Dentro de um ambiente de host (por exemplo, um navegador web) o JavaScript pode ser ligado aos objetos deste ambiente para prover um controle programático sobre eles.

JavaScript  tem uma biblioteca padrão de objetos, como: Array, Date, e Math, e um conjunto de elementos que formam o núcleo da linguagem, tais como: operadores, estruturas de controle e declarações. O núcleo do JavaScript pode ser estendido para uma variedade de propósitos, complementando assim a linguagem:

  • O lado cliente do JavaScript estende-se do núcleo linguagem, fornecendo objetos para controlar um navegador web e seu Document Object Model (DOM). Por exemplo, as extensões do lado do cliente permitem que uma aplicação coloque elementos em um formulário HTML e responda a eventos do usuário, como cliques do mouse, entrada de formulário e de navegação da página.
  • O lado do servidor do JavaScript estende-se do núcleo  da linguagem, fornecendo objetos relevantes à execução do JavaScript em um servidor. Por exemplo, as extensões do lado do servidor permitem que uma aplicação comunique-se com um banco de dados, garantindo a continuidade de informações de uma chamada para a outra da aplicação, ou executar manipulações de arquivos em um servidor.

JavaScript e Java

JavaScript e Java são similares em algumas coisas, mas são diferentes em outras. O JavaScript assemelha-se ao Java, porém não possui tipagem estática e checagem rigída de tipos como o Java. JavaScript segue a sintaxe básica do Java, convenções de nomenclatura e construções de controle de fluxo, razões pelas quais esta linguagem foi renomeada de LiveScript para JavaScript.

Em contraste com o sistema em tempo de compilação das classes construídas por declarações no Java, JavaScript suporta um sistema em tempo de execução com base em um pequeno número de tipos de dados representando valores numéricos, booleanos, e strings. JavaScript tem um modelo de objeto baseado em protótipo em vez do modelo, mais comum, de objeto baseado em classes. O modelo baseado em protótipo fornece herança dinâmica; isto é, o que é herdado pode variar para objetos individuais. JavaScript também suporta funções sem quaisquer requisitos especiais declarativos. As funções podem ser propriedades de objetos, executando como métodos.

JavaScript é uma linguagem mais livre em comparação a Java. Você não tem de declarar todas as variáveis, classes e métodos. Você não tem que se preocupar com o fato dos métodos serem públicos, privados ou protegidos, e você não tem que implementar interfaces. Variáveis, parâmetros e tipo de retorno da função não são explicitamente tipados.

Java é uma linguagem de programação baseada em classes, projetada para execução rápida e segurança de tipos. Segurança de tipo significa que, por exemplo, você não pode converter um número inteiro em Java para uma referência de objeto ou acessar a memória privada corrompendo bytecodes Java. O modelo baseado em classes do Java significa que os programas são exclusivamente constituídos por classes e seus métodos. Herança de classe do Java e tipagem forte geralmente requerem hierarquias de objetos fortemente acoplados. Esses requisitos tornam a programação em Java mais complexa do que a programação em JavaScript.

Em contraste,  JavaScript descende em espírito de uma linhagem de linguagens menores com tipagem dinâmica, como HyperTalk e dBASE. Essas linguagens de script oferecem ferramentas de programação para um público muito mais amplo por causa de sua sintaxe mais fácil, funções especializadas embutidas e requisitos mínimos para a criação de objetos.

JavaScript vs Java
JavaScriptJava
Orientada a objeto. Sem distinção entre tipos e objetos. A herança é feita através do protótipo e as propriedades e métodos podem ser adicionadas a qualquer objeto dinamicamente.Baseada em classes. Objetos são divididos em classes e instâncias com toda a herança através da hierarquia da classe. Classes e instâncias não podem ter propriedades ou métodos adicionados dinamicamente.
Os tipos de dados das variáveis não precisam ser declarados (tipagem dinâmica)Os tipos de dados das variáveis devem ser declarados (tipagem estática).
Não pode escrever automaticamente no disco rigído.Pode escrever automaticamente no disco rigído.
Linguagem não compiladaLinguagem compilada

Para mais informações sobre as diferenças entre JavaScript e Java, veja a seção Detalhes do modelo de objetos.

JavaScript e a especificação ECMAScript

O JavaScript é padronizado pela Ecma International — a associação Europeia para a padronização de sistemas de comunicação e informação (antigamente ECMA era um acrônimo para  European Computer Manufacturers Association) para entregar uma linguagem de programação padronizada, internacional baseada em JavaScript. Esta versão padronizada de JavaScript, chamada ECMAScript, comporta-se da mesma forma em todas as aplicações que suportam o padrão. As empresas podem usar a linguagem de padrão aberto para desenvolver a sua implementação de JavaScript. O padrão ECMAScript é documentado na especificação ECMA-262. Veja Novidades em JavaScript para aprender mais sobre diferentes versões de JavaScript e edições da especificação ECMAScript.

O padrão ECMA-262 também é aprovado pela ISO (International Organization for Standardization) como ISO-16262. Você também pode encontrar a especificação no site da Ecma International. A especificação ECMAScript não descreve o Document Object Model (DOM), que é padronizado pelo World Wide Web Consortium (W3C). O DOM define a maneira na qual os objetos do documento HTML estão expostos no seu script. Para ter uma ideia melhor sobre as diferentes tecnologias que são usadas durante a programação com JavaScript, consultar o artigo Visão Geral do JavaScript.

Documentação JavaScript versus Especificação ECMAScript

A especificação ECMAScript é um conjunto de requisitos para a implementação ECMAScript; é útil se você desejar implementar recursos compatíveis com os padrões da linguagem em sua implementação ECMAScript ou engine (como SpiderMonkey no Firefox, ou v8 no Chrome).

O documento ECMAScript não se destina a ajudar programadores de script; utilize a documentação JavaScript para informações sobre como escrever scripts.

A especificação ECMAScript utiliza terminologia e sintaxe que podem ser desconhecidos para um programador JavaScript. Embora a descrição da linguagem possa ser diferente no ECMAScript, a linguagem em si continua sendo a mesma. JavaScript suporta todas as funcionalidades descritas na especificação ECMAScript.

A documentação JavaScript descreve aspectos da linguagem que são apropriadas para um programador JavaScript.

Começando com JavaScript

Começar a aprender JavaScript é fácil: Tudo o que você precisa é de um navegador web moderno. Esse guia inclui algumas características do JavaScript que só estão disponíveis nas últimas versões do Firefox, então, é recomendável o uso de uma versão mais recente do Firefox.

Há duas ferramentas no Firefox que são muito úteis para aprender JavaScript: O console web e o Scratchpad.

O console web

console web mostra informações sobre a página web que está sendo carregada atualmente e também inclui a linha de comando que você pode utilizar para executar códigos JavaScript na página atual.

Para abrir o console (Ctrl+Shift+K), selecione “Web Console” do menu “Web Developer”, que está sob o menu “Tools” no Firefox. Ele aparece na parte inferior da janela do navegador. Na parte inferior do console está a linha de comando que você pode usar para colocar o JavaScript, e a saída é exibida no painel acima:

Scratchpad

O Web Console é excelente para executar linhas únicas de JavaScript, mas embora você possa executar várias linhas, não é muito conveniente para isso, e você não pode salvar as amostras de código usando o Web Console. Assim, para exemplos mais complexos a ferramenta Scratchpad é melhor.

Para abrir o Scratchpad (Shift+F4), selecione “Scratchpad” do menu “Web Developer”, que está sob o menu “Tools/Ferramentas” do Firefox. Ele abre em uma janela separada e é um editor que você pode usar para escrever e executar JavaScript no navegador. Você também pode salvar os scripts para o disco e carregá-los a partir do disco.  

Hello world

Para começar a escrever JavaScript, abra o Console Web ou o Scratchpad e escreva seu primeiro código JavaScript “Olá, mundo”. 

function greetMe(nome) {

  alert(“Olá, ” + nome);

}

greetMe(“mundo”); // “Olá, mundo”

Logo após, pressione Ctrl+R para executar o código em seu navegador.

Nos capítulos seguintes, este guia irá apresentar-lhe a sintaxe e as características da linguagem JavaScript, de modo que você possa escrever aplicações mais complexas.



A VACINAÇÃO SALVA A ECONOMIA

 

A vacinação é a política econômica mais importante neste momento, disse a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

A vacinação é a política econômica mais importante neste momento, disse a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, ao abrir os trabalhos da reunião de primavera. Georgieva e sua equipe continuam refratárias, obviamente, aos ensinamentos e valores do presidente Jair Bolsonaro. Segundo os técnicos do Fundo, é preciso vacinar mais rapidamente e distribuir vacinas a todos os grupos sociais e a todos os países. Essa é uma condição básica, argumentam, para uma retomada econômica segura. O avanço na imunização – e no enfrentamento de novos surtos e variantes do coronavírus – é um dos pressupostos das projeções divulgadas pela economista-chefe da instituição, Gita Gopinath, e por outros diretores. Reduzir as desigualdades sociais e internacionais, agravadas desde o ano passado, será um dos principais desafios, de acordo com os novos cenários e recomendações.

A economia global crescerá 6% neste ano e 4,4% no próximo, segundo as projeções apresentadas no recém-divulgado Panorama Econômico Mundial. Os cálculos anteriores, anunciados em janeiro, indicavam expansão de 5,5% em 2021 e 4,2% em 2022. A previsão de crescimento para o Brasil pouco mudou, passando de 3,6% para 3,7% neste ano. Para 2022 foi mantida a estimativa de 2,6%. Para os anos seguintes a expectativa é de um desempenho mais fraco. A taxa de 2% apontada para 2026 corresponde ao modesto potencial produtivo estimado para o País e associado, em outras publicações do FMI, ao baixo investimento em máquinas, equipamentos e infraestrutura, à escassez de capital humano e à baixa integração nos mercados globais.

Ao estimar um crescimento de 3,7% para o Brasil, neste ano, os técnicos do FMI podem parecer mais animados que muitos economistas brasileiros. No Brasil, analistas do mercado projetam expansão econômica de 3,17% em 2021, segundo o boletim Focus do Banco Central (BC). Mas a percepção das limitações é muito parecida.

As projeções da pesquisa Focus indicam expansão de 2,33% no próximo ano e de 2,50% nos dois seguintes. Esses 2,50% correspondem ao potencial de crescimento estimado comumente, muito inferior ao de outros emergentes.

Muitas dessas economias, incluídas várias sul-americanas, acumularam expansão bem maior que a do Brasil nos últimos 10 a 15 anos. O Brasil aparece mal, novamente, nos grandes cenários publicados pelo FMI. Será um dos poucos países do hemisfério ocidental com desemprego em alta neste ano (de 13,2% em 2020 para 14,5% em 2021). Pior que a economia brasileira, nesse quesito, só a venezuelana, com taxas acima de 55%. Além disso, a inflação média projetada para o Brasil deve chegar a 4,6% neste ano, superando os números estimados para Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Paraguai.

O aumento da expansão mundial projetada para 2021, de 5,5% para 6%, está longe de caracterizar um surto de otimismo. A mudança da estimativa global decorre basicamente da melhora das perspectivas dos Estados Unidos e do bom desempenho esperado da China. O Produto Interno Bruto (PIB) americano deve crescer 6,4% neste ano e 3,5% no próximo. Os cálculos anteriores indicavam 5,1% e 2,5%. No caso chinês, a projeção para 2021 foi elevada de 8,1% para 8,4%. A previsão para 2022 foi mantida em 5,6%.

Essas novas estimativas são insuficientes, no entanto, para eliminar alguns dos maiores problemas. As taxas de crescimento serão muito divergentes, com desempenho modesto para a maior parte das economias emergentes, incluída a brasileira, e em desenvolvimento. Além disso, a vacinação avança de forma desigual, o desemprego permanece elevado e a pobreza aumentou em muitos países. No Brasil, a corrida em busca do novo auxílio emergencial mostra a gravidade do quadro. Um eventual aumento de juros no mundo rico poderá criar complicações muito sérias. Será essencial, portanto, manter estímulos fiscais, com atenção ao foco das despesas, e políticas monetárias estimulantes. No Brasil, nem o Orçamento federal está em condições de ser executado de forma normal e segura.

PROGRAMA DE CORTE DE SALÁRIO E JORNADA SERÁ VOTADO NO SENADO FEDERAL

 

Autor da proposta, senador Esperidião Amin admitiu que um dos objetivos é pressionar o governo a tirar do papel uma nova rodada de socorro às empresas e impedir demissões por causa do agravamento da pandemia

Daniel Weterman, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – O Senado decidiu pautar projeto que permite às empresas cortarem até o fim do ano jornada e salário dos funcionários ou suspenderem contratos, nos mesmos moldes do programa adotado em 2020. Como contrapartida, o governo complementaria a renda dos trabalhadores atingidos com o Benefício Emergencial para Preservação do Emprego e da Renda (BEm).

A equipe econômica discute reeditar o programa por meio de medida provisória (MP), mas ainda esbarra no impasse jurídico em torno da abertura de um novo crédito extraordinário, fora do teto de gastos, para bancar a rodada do benefício. O movimento dos senadores pressiona o governo a retomar a medida. Hoje, o presidente Jair Bolsonaro deve se encontrar com empresários em São Paulo. Eles devem reforçar o apelo pela volta do programa para que demissões sejam evitadas.

Rodrigo Pacheco
Apesar de não haver acordo com o governo, Pacheco concordou em colocar na pauta o projeto de Amin. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Como mostrou o Estadão, o novo programa de redução de jornada e salário ou suspensão de contrato deve alcançar entre 3,8 milhões e 4 milhões de trabalhadores. Esse é o número máximo de acordos entre empresas e empregados que podem ser abarcados pelo valor estipulado para bancar a medida, que deve ficar em R$ 9,8 bilhões.

O modelo deve ser o mesmo do ano passado: acordos para redução proporcional de jornada e salário em 25%, 50% ou 70%, ou suspensão total do contrato.

Cobertura

As estimativas são maiores do que as iniciais porque o governo quer garantir cobertura e disponibilidade de recursos em caso de necessidade, uma vez que diversos prefeitos e governadores têm adotado medidas mais rígidas de distanciamento social. O setor de serviços é um dos mais impactados e tem assistido a um aumento de demissões nas últimas semanas, segundo representantes do setor.

presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, lembra que o presidente Jair Bolsonaro disse em 27 de janeiro que em 15 dias daria uma resposta sobre a reedição do BEm. “O programa é fundamental para nossa sobrevivência. Vivemos um colapso”, afirmou.

O senador Esperidião Amin (PP-SC) admitiu que o Senado quer pressionar o governo a tirar do papel uma nova rodada de socorro a empresas em função da pandemia de covid-19. “Na pior das hipóteses, mutuca tira o boi do mato. Ou seja, uma mosquinha pequena tira um touro do mato”, afirmou Amin.

O projeto do Senado obriga a União a retomar os programas executados no ano passado, mas não apresenta impacto financeiro e medidas de compensação no Orçamento deste ano, como exige a Constituição e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Em 2020, o governo tinha um “cheque em branco” para gastar com medidas de combate à pandemia sem precisar respeitar essas regras por causa do decreto de calamidade. Neste ano, porém, não há regra de calamidade em vigor.

No ano passado, o governo destinou R$ 33,5 bilhões ao programa, que registrou mais de 10 milhões de acordos entre empresas e trabalhadores. O resultado foi considerado bem-sucedido. O Brasil registrou a criação de 95,6 mil postos de trabalho com carteira assinada em 2020 (incluindo declarações feitas fora do prazo).

Calamidade

A votação do projeto expõe uma pressão no Congresso Nacional para editar um novo decreto de calamidade pública, abrindo a porteira para novos gastos com o argumento de conter o avanço do novo coronavírus, em um período de aumento de mortes e falta de vacina para a toda a população. “Se tiver que colocar dinheiro novo, nós vamos ter de rediscutir o decreto de calamidade”, disse o senador.

Pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial, promulgada no mês passado, um novo período de calamidade só pode ser decretado pelo Congresso a pedido do presidente da República.

A votação do projeto não foi negociada com o Palácio do Planalto. O relator do projeto, Carlos Viana (PSD-MG), vice-líder do governo no Senado, aguarda um levantamento com o impacto financeiro da proposta antes de apresentar o parecer. O governo não enviou representantes para a reunião de líderes partidários que decidiu incluir a proposta na pauta. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), concordou em pautar o projeto, apesar de não haver acordo com o governo. /COLABOROU IDIANA TOMAZELLI

NO BRASIL SÓ RICO LÊ LIVROS - SEGUNDO A RECEITA FEDERAL

 

Segundo o órgão, livros são consumidos pela faixa da população que ganha acima de 10 salários mínimos; fusão do PIS/Cofins com a reforma tributária, para criar o CBS com uma alíquota de 12%, pode afetar o mercado editorial

Adriana Fernandes, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – Em novo documento sobre perguntas e respostas sobre o projeto de fusão da PIS/Cofins em um único tributo, a Receita Federal diz que os livros podem perder a isenção tributária porque são consumidos pela faixa mais rica da população (acima de 10 salários mínimos). Com a arrecadação a mais, a Receita diz que o governo poderá “focalizar” em outras políticas públicas, como ocorre em medicamentos, na área de saúde, e em educação.

O documento “Perguntas e Respostas” da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) foi atualizado ontem pela área da Receita que cuida da proposta de reforma tributária e já é motivo de críticas dos tributaristas por incorporar mudanças de interpretação que não constam no projeto de lei enviado no ano passado. O projeto cria a CBS – tributo no modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) –  não tem nem relator indicado e está no limbo da discussão da reforma no Congresso.

Livraria
Com fim da isenção para livros, Receita poderá ‘focalizar’ em outras políticas públicas. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Hoje, existe uma lei que isenta o mercado de livros e papel para a sua impressão de pagar o PIS e Cofins. A equipe do ministro Paulo Guedes propõe substituir as duas contribuições federais pela CBS, com alíquota de 12%, e acabar com os benefícios fiscais, incluindo o concedido ao mercado editorial.

Na época da divulgação, o fim da imunidade tributária foi bastante polêmica e recebeu críticas de vários setores. Agora na atualização dos “Perguntas e Respostas” não só reitera a medida como tenta dar uma justificativa para o fim da isenção, concedida a partir de 2014.  

A Receita argumenta que não existem avaliações que indiquem que houve redução do preço dos livros após a concessão da isenção. “Não foi identificada nem correlação entre uma coisa e outra”, acrescenta o texto.

Para justificar o fim do benefício, o documento acrescenta que dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2019 do IBGE apontam que famílias com renda de até dois salários mínimos não consomem livros não didáticos e a maior parte desses livros é consumido pelas famílias com renda superior a 10 salários mínimos. “Neste sentido, dada a escassez dos recursos públicos, a tributação dos livros permitirá que o dinheiro arrecadado possa ser objetivo de políticas focalizadas, assim como é o caso dos medicamentos, da saúde e da educação no âmbito da CBS”, argumenta a Receita. Essas justificativas não constavam na primeira versão do documento.

Para o especialista em educação e Orçamento, Joao Marcelo Borges, a justificativa da Receita é elitista e piora a situação que já é ruim no País. “Os livros no Brasil já são caros, o que por si só já afasta as pessoas mais pobre, e torna mais caros”, diz Borges, que é pesquisador do Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo ele, a ideia de tributar mais os ricos se aplica a “iates, helicópteros e outros produtos consumidos pela classe mais alta” e não a livros. 

Borges destaca que o Brasil, de fato, consome muito poucos livros, com um mercado editorial pequeno e concentrado nos mais ricos. “Uma alíquota sobre os livros tende a ficar concentrada nas famílias mais ricas. Mas, por outro lado, dificulta ainda mais o acesso da população à leitura”, ressalta. Para ele, num Orçamento que roda no vermelho, que falta dinheiro para tudo, a arrecadação maior com essa tributação vai sumir na conta geral do governo.

O tributarista Luiz Bichara, que fez uma leitura atenta do documento da Receita, diz que o governo está usando uma estatística de uma maneira turva e não pode desconsiderar o livro didático, que também será afetado pelo fim da isenção. “Estão usando a estatística como bêbado que usa o poste mais para apoiar do que iluminar”, compara Bichara.

Bichara diz que esse é caso inédito de projeto de lei que fica sendo reinterpretado sem nenhuma alteração no texto. “Têm pontos que através do ‘perguntas e respostas’ ficam discrepantes do projeto de lei”, critica. Segundo ele, a  Receita deveria alterar o projeto de lei e não fazer um novo tira dúvidas. Um exemplo citado por ele é a tributação da atividade fim das empresas e o corte dos benefícios fiscais. Segundo ele, a CBS prevê um corte abrupto dos benefícios do PIS/Cofins, mas no “perguntas e respostas” tem a previsão de manutenção de benefícios a prazo certo.

Procurada, a Receita diz que foi feita uma atualização conforme dúvidas foram surgindo. E que a questão do fim da isenção do livro didático poderá ser debatida na tramitação do projeto no Congresso. E, no caso dos livros didáticos, são itens comprados e entregues pelo setor público.

A MAIOR PARTE DO PÚBLICO VAI RECEBER O AUXILIO EMRGENCIAL DE 150

 

Dados do Ministério da Cidadania mostram que 19,9 milhões de famílias, 43,6% do total de beneficiados, terão direito apenas ao piso do benefício, que começou a ser pago na última terça-feira

Idiana Tomazelli, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – A maior parte do público do auxílio emergencial vai receber o menor valor do benefício, que é de R$ 150 mensais, informou o Ministério da Cidadania ao Estadão/Broadcast. Serão 19,994 milhões de famílias contempladas na categoria “unipessoal”, isto é, formadas por apenas uma pessoa. O número representa 43,6% do público total estimado para a nova rodada.

Outras 16,373 milhões de famílias com mais de um integrante vão receber R$ 250, enquanto 9,47 milhões de mulheres que são as únicas provedoras do lar receberão R$ 375. A nova rodada do auxílio emergencial terá quatro parcelas, e o pagamento começou ontem.

Auxílio emergencial
No ano passado, verba para o auxílio emergencial ficou em R$ 322 bilhões. Foto: Veetmano Prem/Código19/Estadão Conteúdo

Os dados já haviam sido antecipados pela reportagem, mas nunca foram revelados oficialmente pelo governo, que preferiu centrar seu discurso no “valor médio” de R$ 250. A estratégia foi adotada depois da insatisfação de aliados e dos próprios beneficiários com a redução do valor da ajuda, que começou em abril de 2020 em R$ 600 e caiu a R$ 300 entre setembro e dezembro do ano passado.

Os valores atuais são considerados insuficientes para atender a demandas básicas de alimentação, higiene pessoal e limpeza de uma família. Como mostrou o Estadão, o custo da cesta básica na capital paulista para uma família de quatro pessoas ficou em R$ 1.014,63 em fevereiro, segundo levantamento da Fundação Procon feito em parceria com o Dieese. O “valor médio” do auxílio cobre menos de 25% do custo. Só o preço do gás de cozinha, por exemplo, já está próximo de R$ 100.

Para ter acesso aos dados oficiais e detalhados, o Estadão/Broadcast fez a solicitação com base na Lei de Acesso à Informação (LAI) em 19 de março, um dia após a edição da medida provisória que recriou o programa sob novas regras. No mesmo dia, a reportagem fez pedido igual por meio de assessoria de imprensa do Ministério da Cidadania, mas foi informada de que a pasta ainda estava “consolidando os números sobre a quantidade de pessoas beneficiadas por faixa de valor”. A nota técnica com todos os detalhes, porém, foi assinada pelas áreas responsáveis em 15 de março.

No documento, o governo detalha o processo de exclusão de beneficiários que permitiu “afunilar” o programa, chegando ao número de 45,8 milhões de brasileiros que receberão a ajuda. Essa foi uma diretriz adotada pela equipe para limitar o custo do auxílio, que no ano passado ficou em R$ 322 bilhões. Para este ano, estão reservados R$ 44 bilhões.

Mudanças

O critério que mais excluiu beneficiários foi a regra que prevê apenas uma cota do auxílio por família. Até o ano passado, era possível que duas pessoas recebessem a ajuda. Sob o novo critério, foram removidos 6,567 milhões de beneficiários.

A redução dos valores do auxílio também fez com que 2,875 milhões de beneficiários do Bolsa Família permanecessem no programa, que tem valor mais vantajoso para eles, em vez de serem transferidos ao auxílio emergencial. Segundo estimativa do governo, só essa mudança gerou economia de R$ 1,5 bilhão.

Há ainda exclusões de quem não movimentou os valores da primeira rodada do auxílio até outubro de 2020 (751,5 mil) e pela redefinição do limite de renda (188,3 mil). Antes, poderia receber o auxílio quem tivesse renda de até meio salário mínimo por pessoa, ou três salários mínimos por família. Agora, os dois critérios têm de ser preenchidos ao mesmo tempo – o que elimina, por exemplo, uma família de apenas duas pessoas com renda de dois salários mínimos.

Para justificar os valores da nova rodada do benefício, o governo calculou o “hiato” entre a renda habitual dos trabalhadores e o que foi efetivamente recebido. Esse hiato seria a perda de renda durante a pandemia e uma medida do impacto do distanciamento social.

PROPOSTA DE FIM DA ESCALA DE TRABALHO 6X1

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