sábado, 3 de abril de 2021

BOLSONARO FRITA OS MINISTROS ANTES DA DEMISSÃO

 

Presidente atingiu a marca de 23 mudanças na equipe em 27 meses no Planalto, e ex-auxiliares veem semelhanças nas dispensas

André Shalders, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – Com a mexida no primeiro escalão promovida nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro atinge a marca de 23 mudanças na equipe em dois anos e três meses de governo. Foram 17 demissões de ministros e seis remanejamentos. Agora, ex-auxiliares já enxergam um “padrão” nas dispensas: Bolsonaro é avesso a reformas ministeriais planejadas, não admite ser contrariado de jeito nenhum e tem por hábito deixar um auxiliar “fritando” até a pressão nas redes sociais se tornar insustentável. 

Em 27 meses de governo, Bolsonaro já fez mais trocas do que seus antecessores Dilma Rousseff (PT), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em igual período de seus respectivos mandatos. No mesmo intervalo, por exemplo, Dilma substituiu 22 ministros; Lula fez 13 mudanças e Fernando Henrique, 8. 

Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro, em Brasília; ex-auxiliares falam em ‘padrão’ para demitir  Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

O caso mais simbólico do estilo Bolsonaro de demitir foi protagonizado pelo ex-titular da Defesa Fernando Azevedo e Silva. O general foi removido do ministério em uma reunião de menos de cinco minutos com o presidente, na tarde de segunda-feira, no Palácio do Planalto. 

“Preciso do seu cargo”, disse Bolsonaro a Azevedo. Horas depois, ele também ordenou a troca dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, consumada no dia seguinte. Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, anteontem, o presidente afirmou que não falaria sobre a razão da troca na cúpula das Forças Armadas. “Só nós sabemos o motivo. E morreu aqui”, comentou ele, negando que esteja atrás de alinhamento político. 

Naquela segunda-feira, o presidente não só dispensou Azevedo como fez outras cinco mudanças. Expoente da ala ideológica, o chanceler Ernesto Araújo foi substituído pelo embaixador Carlos Aberto Franco França após passar meses sob forte tiroteio, na esteira da desastrada condução da política externa, que dificultou a compra de vacinas em países como China, Índia e Estados Unidos. 

Bolsonaro também contemplou o Centrão e pôs a deputada Flávia Arruda (PL-DF) na Secretaria de Governo. Mas só fez isso após receber um ultimato do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), que falou até na possibilidade de o Congresso aplicar “remédios amargos”, alguns deles “fatais”. 

Bolsonaro e ministeriado
Bolsonaro e Mourão em 2020, com alguns dos seus agora ex-ministros: Weintraub, Osmar Terra, Ernesto Araújo e, ao fundo, Marcelo Álvaro Antônio Foto: Gabriela Biló/Estadão (21/1/2020)

Nessa dança das cadeiras, o general Luiz Eduardo Ramos, que ocupava a pasta, foi para a Casa Civil. Entrou na vaga do general Braga Netto, transferido para a Defesa. O presidente demitiu o chefe da Advocacia-Geral da União, José Levi, porque ele se recusou a assinar uma ação que o Executivo apresentou no Supremo Tribunal Federal contra toques de recolher determinados pelos governos da Bahia, do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul. Apesar das ponderações de que a ação não seria aceita, Bolsonaro não apenas não ouviu o ministro da AGU como depois o mandou embora. 

Dona de temperamento explosivo, Dilma também não aceitava opiniões contrárias. No primeiro ano de governo, em 2011, ela fez uma faxina que derrubou vários ministros de partidos do Centrão, indicados por Lula. A então presidente queria se contrapor ao padrinho político. “Não se faz ranking de demissões. Isso não é Roma antiga”, protestou ela, irritada com notícias sobre as dispensas em série. 

Lula, por sua vez, não gostava de demitir amigos e só o fazia depois de muita pressão. Foi assim com o então ministro da Fazenda, Antônio Palocci – que se envolveu no escândalo da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, revelado pelo Estadão – e com o então titular das Cidades, Olívio Dutra, ambos do PT. Em 2005, na hora de dispensar Olívio, seu amigo de três décadas, para entregar o cargo ao PP em troca de apoio na Câmara, Lula até chorou. 

Quando implicava, porém, deixava o ministro em “banho maria”, sem conversa, até se irritar de vez. Em 2004, por exemplo, ele demitiu por telefone o então ministro da Educação, Cristovam Buarque, que estava em férias em Portugal. “Quero ministro para apresentar resultado, não para ficar com tese acadêmica”, esbravejou. 

No governo Bolsonaro, o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello foi desautorizado em público. Em outubro, o presidente mandou que Pazuello cancelasse a compra de 46 milhões de doses da Coronavac, chamada por ele de “vacina chinesa do Doria”, numa referência ao governador João Doria, seu adversário político. 

Para o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, demitido da Secretaria de Governo após se indispor com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o o hábito do presidente de chamar a atenção de auxiliares diante dos holofotes faz parte de um “problema comportamental”. “Se você quer substituir um ministro, é só conversar. Não precisa ficar um mês em ‘show’ público”, disse Santos Cruz. “É preciso honestidade, e não esse sistema aí em que entra sempre uma milícia digital interferindo, no qual tudo vira escândalo”. 

Mandetta
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) Foto: Divulgação/Governo SP (16/6/2020)

Ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro pediu para sair do comando da Justiça em abril do ano passado, após meses levando “bola nas costas”, como definiram seus aliados, e acusou Bolsonaro de interferir na Polícia Federal. Luiz Henrique Mandetta, por sua vez, preferiu ser demitido da Saúde. 

Mandetta disse ter percebido que sua saída era iminente quando veio a público uma conversa entre o ministro da Secretaria-Geral Onyx Lorenzoni, então na Cidadania, e o deputado Osmar Terra (MDB-RS), na qual os dois falavam sobre a demissão dele. 

Naquele dia, Mandetta disse ter convidado Bolsonaro para acompanhar uma de suas entrevistas coletivas sobre covid-19. O presidente recusou, alegando que iria a uma padaria comer um sonho. Mandetta descobriu depois que era a mesma padaria, ao lado de sua casa, onde ele havia estado dias antes. “Aí eu pensei: será que esses caras estão me monitorando?”, contou. Dias depois, Mandetta caiu. / COLABORARAM VERA ROSA e IDIANA TOMAZELLI

REAPROXIMAÇÃO DE PARTIDOS AGORA NÃO É GARANTIA PARA O FUTURO

 

Caciques pregam união no apoio a um nome competitivo contra Lula e Bolsonaro, dois meses após aliança implodir na disputa da Câmara dos Deputados

Pedro Venceslau e Bruno Ribeiro, O Estado de S.Paulo

Dois meses após a vitória de Arthur Lira (PP-AL) na disputa pelo comando da Câmara dos Deputados, dirigentes do DEMPSDB MDB intensificaram as conversas sobre as eleições de 2022 e subiram o tom no discurso de oposição ao presidente Jair Bolsonaro. A relação entre os três partidos ficou abalada após a eleição para da Casa, quando Lira recebeu 302 votos e venceu Baleia Rossi (MDB-SP) no primeiro turno com apoio de deputados do DEM, que liberou a bancada, e do PSDB. 

No momento em que Bolsonaro abre espaço para o Centrão, em busca apoio para tentar se reeleger, as três legendas pregam unidade no ano que vem em torno de um nome competitivo que possa quebrar a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Palácio do Planalto. O assunto foi tratado em um almoço na semana passada em Brasília que reuniu o presidente do PSDB, Bruno Araújo, do DEM, ACM Neto, e os líderes das duas bancadas, Rodrigo Castro (PSDB-MG) e Efraim Filho (DEM-PB). 

ACM Neto
O presidente do DEM, ACM Neto; saída de Rodrigo Maia e Rodrigo Garcia do partido são temas sensíveis na sigla Foto: Werther Santana/Estadão (18/9/2018)

Lideranças do DEM e do PSDB estiveram no centro da articulação do manifesto em defesa da democracia que reuniu seis presidenciáveis nesta semana. O movimento consolidou a percepção de que esse consórcio partidário deve estar afinado com as outras forças do chamado “polo democrático”. Esse é o nome do grupo de WhatsApp que reúne os seis signatários do manifesto, além do ex-juiz Sérgio Moro. 

“A união entre DEM, MDB e PSDB fortalece o campo democrático para as eleições de 2022 e une partidos cujas lideranças têm pensamentos muito próximos e relações profundas”, disse o governador João Doria ao Estadão

Por ora, ainda não há consenso em relação aos nomes que estão colocados à mesa: os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS), do PSDB, o apresentador Luciano Huck, e os ex-ministros Sérgio Moro e Luiz Henrique Mandetta (DEM). 

O DEM tem mantido conversas também com o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), mas o nome dele sofre resistências entre os tucanos. Os demais signatários do texto, à exceção de Ciro, já mantinham conversas reservadas bilaterais sobre a necessidade de apoiar uma alternativa eleitoral para o ano que vem. 

O manifesto marcou um pacto de não agressão entre os presidenciáveis, e é tratado como o embrião de uma possível aliança, embora eles reconheçam os obstáculos para confirmá-la. 

“Os líderes na Câmara estão procurando conversar para atuarem juntos na agenda econômica no Congresso”, disse Efraim Filho. Já Baleia Rossi, que é presidente do MDB, tem mantido conversas bilaterais sobre 2022 com ACM Neto, Mandetta, o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM), o governador João Doria (PSDB) e os deputados Arnaldo Jardim (Cidadania) e Luciano Bivar, presidente do PSL. “O MDB quer uma terceira via”, disse Baleia Rossi. 

MDB, PSDB e DEM
Baleia Rossi, João Doria, Rodrigo Maia e Rodrigo Garcia, em setembro de 2020: grupo agora busca reaproximação Foto: Reprodução

A casa do governador João Doria em São Paulo tem sido um ponto de encontro de lideranças que tentam construir uma aliança para 2022. No último sábado, 27, o tucano ofereceu um jantar a Rodrigo Garcia e Rodrigo Maia, que está de saída do DEM e planeja filiar-se ao MDB. Antes disso, foi o presidente do DEM, ACM Neto, quem esteve na casa do tucano. 

Nas duas ocasiões, Doria disse que é importante “proteger” o DEM. Dois temas são considerados delicados: a possível ida do vice-governador paulista para o PSDB, sigla pela qual disputaria a reeleição caso o tucano seja candidato à Presidência, e a ida de Maia para o MDB. Se concretizados, esses movimentos podem implodir o DEM em São Paulo e no Rio de Janeiro. 

Enquanto discutem cenários para 2022, PSDB, MDB e DEM estão alinhados nas críticas a Bolsonaro. Documento assinado pela executiva do MDB afirma que o governo “perdeu-se em falsos problemas”, como questionar as vacinas produzidas pela China. O documento também diz que a gestão Bolsonaro demonstrou uma postura “míope” nas negociações com a farmacêutica Pfizer para a compra de imunizantes, e que autoridades deram um “mau exemplo” ao não usarem máscaras. 

O PSDB também tem divulgado notas e postagens duras contra o governo. O partido destacou que Bolsonaro foi “punido por indisciplina na década de 80”, ao comentar a troca de comando nas Forças Armadas. 

O presidente do DEM, ACM Neto, passou a adotar um tom crítico a Bolsonaro. Em fevereiro, ele divulgou uma nota na qual considerou “lamentável” que seu aliado João Roma tenha aceito o convite para assumir o ministério da Cidadania. ACM Neto disse que o convite a Roma era uma tentativa do Palácio do Planalto de intimidá-lo. No entanto, foi de ACM Neto a decisão de liberar a bancada do DEM na Câmara para votar em Lira, o que levou à saída de Rodrigo Maia. O episódio pode ser um entrave para uma eventual aliança com o MDB de Baleia Rossi, derrotado na eleição.

sexta-feira, 2 de abril de 2021

QUEREM QUE A POPULAÇÃO IGNORE O PRESIDENTE NAS QUESTÕES DO CORONAVÍRUS

 

Nem se deve perder tempo corrigindo as bobagens de Bolsonaro acerca do estado de sítio e do direito de ir e vir

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

O Brasil chegou ao ponto em que é urgente deixar de dar ouvidos ao que diz o presidente da República. Jair Bolsonaro se tornou em si mesmo um ruído que desnorteia os brasileiros sobre como devem se comportar diante da pandemia de covid-19, que no momento mata mais de 3 mil pessoas por dia no País (ver abaixo o editorial O quadro da pandemia).

Nenhum esforço de comunicação no sentido de orientar corretamente os cidadãos a respeito das medidas de prevenção será bem-sucedido enquanto o chefe de governo continuar contrariando as mensagens das próprias autoridades federais mobilizadas contra o vírus, reunidas no chamado Comitê de Coordenação Nacional para o Enfrentamento da Pandemia de Covid-19.

Esse comitê realizou na quarta-feira passada sua primeira reunião formal. A lista de participantes mostra a importância que se pretende dar a essa iniciativa. Estavam presentes o presidente Bolsonaro, os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, os ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, das Comunicações, Fábio Faria, da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, e da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, além de representantes do Ministério da Justiça, do Judiciário e do Ministério Público.

Pois bem. Ao final desse encontro, o deputado Arthur Lira e o senador Rodrigo Pacheco falaram com os jornalistas como se fossem os líderes de fato da iniciativa – o presidente Bolsonaro, a quem cabe formalmente a direção do grupo, já não estava no local.

Os parlamentares informaram que o comitê discutiu a centralização das ações no Ministério da Saúde e também a compra de vacinas pela iniciativa privada, além de outras medidas já aprovadas pelo Congresso. O senador Pacheco, então, enfatizou a necessidade de um “alinhamento da comunicação social do governo e da assessoria de imprensa do presidente da República no sentido de haver uma uniformização do discurso de que é necessário se vacinar, de que é necessário usar máscara e higienizar as mãos e de que é necessário o distanciamento social, de modo a prevenirmos o aumento da doença em nosso país”.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reforçou essa mensagem. Embora tenha se empenhado em não contrariar demais o chefe, ao dizer que é muito difícil adotar medidas mais duras de isolamento social – de resto atacadas dia e noite por Bolsonaro –, o ministro pediu que a população evitasse “aglomerações desnecessárias” no feriado e sublinhou que “é importante usar máscara, manter o isolamento”.

Quando parecia que finalmente o governo federal havia decidido parar de sabotar não só as vacinas, mas também as medidas de distanciamento e o uso de máscaras, eis que o presidente Bolsonaro, minutos depois das declarações dos integrantes do comitê, saiu de seu gabinete e, a título de falar sobre a volta do auxílio emergencial, desatou a criticar as restrições impostas por governadores para conter a pandemia.

Sem máscara, Bolsonaro declarou que “o Brasil tem que voltar a trabalhar” e disse que as determinações dos governadores “têm superado em muito até mesmo o que seria um estado de sítio”, pois envolvem “supressão do direito de ir e vir”.

Nem se deve perder tempo corrigindo as bobagens de Bolsonaro acerca do estado de sítio e do direito de ir e vir. O mais grave é a reiteração de declarações que prejudicam todo o trabalho de esclarecimento da população sobre os cuidados a serem tomados para evitar a covid-19.

Embora seja chocante, tal comportamento não surpreende. Bolsonaro só engoliu o tal comitê de enfrentamento da pandemia por pressão do Centrão, o grupo político que lhe dá sobrevida. Quando perceberam o potencial de letalidade da pandemia sobre seus projetos eleitorais, esses oportunistas trataram de enquadrar Bolsonaro, forçando-o não só a formar o comitê, com um ano de atraso, como a acelerar a vacinação. De quebra, o presidente, ao anunciar a iniciativa, há alguns dias, apareceu de máscara, para simular seriedade.

Mas nem o comitê é muito efetivo – afinal, não tem representantes de prefeitos e de governadores, que lidam diretamente com a pandemia – nem o presidente é sério. Enquanto Bolsonaro tiver poder para atrapalhar, a única comunicação eficiente, infelizmente, será a dos óbitos.

A REFORMA TRIBUTÁRIA É URGENTE E NCESSÁRIA

 

Instalada em 2020, a Comissão Mista da Reforma Tributária no Congresso está parada

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

É consenso que o País precisa de uma profunda reforma tributária, capaz de modernizar e tornar mais funcional seu sistema de impostos, contribuições e taxas. Não há quem defenda o atual sistema. Por exemplo, desde que assumiram as presidências da Câmara e do Senado, em fevereiro deste ano, o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) afirmam que a reforma tributária é uma prioridade do Congresso.

Declarações desse teor não são novidade. De modo muito semelhante, presidentes anteriores das duas Casas defenderam a “urgência” da reforma tributária.

No entanto, apesar de todo esse apoio formal, a reforma não tem sido prioridade para os Poderes Legislativo e Executivo, como se fosse um tema sem maior relevância. Basta ver que, como relatou o Estado, a comissão do Congresso constituída para tratar do assunto está parada.

Em março do ano passado, o Congresso instalou a Comissão Mista Temporária da Reforma Tributária, com o objetivo de realizar uma fusão das três propostas em tramitação: a da Câmara (formulada pelo economista Bernard Appy), a do Senado (de autoria do ex-deputado Luiz Carlos Hauly) e o projeto de lei enviado pelo governo federal criando um novo imposto a partir da união do PIS/Cofins.

No entanto, até o momento, o relator da Comissão Mista, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), não apresentou seu parecer.

Sabe-se que, na política, existe uma distância entre o discurso e a realidade. No entanto, quando o assunto é reforma tributária, parece que os discursos perdem qualquer conexão com a realidade. 

Por exemplo, em janeiro deste ano, o deputado Aguinaldo Ribeiro afirmou acreditar na aprovação da reforma tributária na Câmara até março. O mês terminou e o relator nem mesmo apresentou seu parecer.

Inicialmente, o prazo da Comissão Mista terminava no dia 28 de agosto de 2020. Foi prorrogado para 10 de dezembro de 2020, depois para 31 de março de 2021 e, agora, para 30 de abril de 2021. No ano passado, foram feitas 11 audiências públicas. No entanto, sem o parecer do relator, tudo fica parado.

“Tem de falar com o relator, ele que tem de dizer sobre o relatório. Eu tenho cobrado o relatório”, disse o presidente da Comissão Mista, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), ao ser questionado pelo Estado sobre o andamento dos trabalhos.

Há muito trabalho a ser feito. As propostas de Bernard Appy e de Luiz Carlos Hauly têm pontos de proximidade, como a importância atribuída a um Imposto sobre Bens e Serviços, a um Imposto Seletivo e à redução do número de tributos. Mas há também divergências relevantes a respeito, por exemplo, de competência normativa, modos de partilha da arrecadação entre União, Estados e municípios e as formas e períodos de transição.

Também não é demais lembrar que uma reforma tributária envolve muito mais do que os dois pontos que o governo federal costuma mencionar sobre o assunto: simplificação de tributos e redução da carga tributária. Uma discussão sobre o sistema de impostos, contribuições e taxas deve incluir a inserção global do País, a competitividade, as possibilidades de incentivos, o fim da guerra fiscal, a facilitação do investimento produtivo e – muito importante – a tributação da economia digital, tema prioritário da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Lembrar a urgência e a necessidade da reforma tributária não significa, portanto, dar a entender que o tema seja simples. Há um longo trabalho a ser feito e, precisamente por isso, o Congresso instalou uma Comissão Mista sobre o tema. É preciso, no entanto, avançar. Não basta prorrogar sucessivamente seu prazo de vigência.

No início de fevereiro, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco anunciaram um acordo para aprovar a reforma tributária em um prazo de seis a oito meses. Seria muito oportuno que o Legislativo, ciente de sua responsabilidade perante o País, assumisse de fato essa empreitada. Para essa tarefa, não se deve esperar ajuda do governo Bolsonaro, cujas preocupações são outras.

O CORONAVÍRUS IMPACTOU AS SUAS VENDAS?

 

Saiba como se adaptar a esse novo cenário e o que fazer para aproveitar o novo hábito de consumo, vendendo seus produtos na internet para sobreviver à crise.

SEBRAE

pandemia do coronavírus que se espalha por todo o mundo gerou medidas de isolamento social, a fim de evitar a proliferação da Covid-19. A baixa circulação de pessoas afeta os micros e pequenos negócios, que estão sofrendo com a queda no consumo.

Atualmente vivemos um momento de contenção de gastos. E as pessoas estão buscando segurança, realizando suas compras online para não ter de frequentar locais públicos e, assim, correr o risco de contaminação.

e-commerce e os marketplaces ganham força e passam a ser a melhor opção de venda, pois a consumidor recebe seu produto em casa ou escolhe o seu produto, com o menor contato físico possível.

Só que muita gente está tendo sua primeira experiência com a compra online, e quem tinha alguma resistência passou a dar uma chance.

Para acompanhar esses novos hábitos de consumo, é importante que o empreendedor aproveite a oportunidade para entender como o cliente procura, age, espera e gasta pela internet.

Nesse cenário de crise, o usuário quer saber o que as marcas estão fazendo e como podem contribuir para melhorar a situação, uma vez que elas podem servir de exemplo para as pessoas.

É importante, então, ficar atento a essa mudança de comportamento e a essa nova realidade.

Comportamento de compra

Os consumidores estão priorizando a compra online de itens essenciais:

  • As vendas de supermercados, tiveram um aumento de 16%, e a taxa de conversão média no setor aumentou 8,1%.
  • As visitas a sites de saúde (como alimentos naturais, vitaminas e higiene) aumentaram 11%, e as vendas dispararam 27%.
  • A visita a páginas de utensílios domésticos teve um aumento de 33%.
  • Além de todos os tipos de delivery, que tiveram uma alta taxa de procura.

Os setores não essenciais precisam se fortalecer como marca, pois o consumo vai retornar após a crise. Por isso cresce ainda mais a importância do propósito. As empresas e marcas precisam tomar muito cuidado para não serem vistas como oportunistas pelos seus consumidores, que estão mais sensíveis.

Sem sombra de dúvidas esta é a hora em que todos precisam se reinventar, focando a experiência do cliente e agregando valor na decisão de compra. Por isso, vale lembrar que o e-commerce não vende produtos e os marketplaces também,  eles enviam soluções!

Lembre-se: É importante tratar seus clientes como pessoas e mostrar para eles que existem pessoas do outro lado da tela também.

Como vender online

A seguir, nós separamos algumas dicas para você ter sucesso nas vendas na internet.

Evite estratégias caras

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PRECISAMOS VENCER A PANDEMIA DO CORONAVÍRUS

 

Só é possível vencer a pandemia com a cooperação entre Estado e sociedade. Não há saída fora desta cooperação

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

O mês de março encerrou com o tristíssimo recorde de 66.868 mortos por covid-19, mais do que o dobro do número de óbitos registrados em julho do ano passado (32.912), até então o mês mais mortal para a Nação no curso desta pandemia. A média móvel de mortes diárias beira 3 mil. Na quarta-feira passada, 3.950 mortes em decorrência da doença foram registradas em apenas 24 horas, confirmando as projeções de especialistas que alertaram para o risco de o País atingir o patamar de 3 mil a 4 mil mortes por dia se medidas de contenção à disseminação do vírus, como o isolamento social, não fossem respeitadas.

Do governo federal, pouco se pode esperar para mitigar os efeitos da tragédia que a desídia do próprio presidente da República ajudou a construir. Basta dizer que a primeira reunião do comitê de crise criado pelos Três Poderes para combater a pandemia terminou em divergência num ponto que é essencial para o sucesso desta árdua empreitada. Jair Bolsonaro voltou a criticar o isolamento social.

A vacinação no País também segue claudicante. Decerto há avanços no processo, mas não na velocidade necessária para frear o avanço do coronavírus, totalmente descontrolado.

Em quase todo o País, paira o risco de esgotamento iminente dos estoques de oxigênio e de insumos básicos para a boa prestação de socorro, como as medicações para intubação de pacientes. Levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios mostra que 626 cidades do País podem ficar sem oxigênio nos próximos dias. Não semanas, mas dias. É imperativa a coordenação dos esforços federais para evitar uma crueldade como a que houve em Manaus (AM) no início do ano.

Em São Paulo, o quadro da pandemia não é menos preocupante do que o quadro nacional, mas há sinais de que as medidas da fase emergencial decretada pelo governo do Estado podem estar surtindo efeito na redução do número de internações. O plano do governo estadual era justamente diminuir a pressão sobre os sistemas de saúde, tanto público como privado, de modo a evitar que pacientes morressem por falta de socorro médico.

Segundo os dados do Centro de Contingência da Covid-19 do governo de São Paulo, que faz acompanhamento diário do número de internações, há queda no fluxo de admissões hospitalares desde o dia 19 de março. Diante desse quadro de arrefecimento da ocupação de leitos de enfermaria e UTI, o governador João Doria (PSDB) cogita não estender a fase emergencial no Estado, prevista para durar até o dia 11 de abril. A ideia é que, a partir desta data, todo o Estado volte para a fase vermelha, ainda bem restritiva.

A prudência das autoridades paulistas é louvável. A covid-19 tem vitimado brasileiros demais, sobretudo em São Paulo, o Estado mais afetado pela crise sanitária. Toda e qualquer ação que vise à redução do número de mortes deve ser criteriosamente estudada e implementada. Além disso, é absolutamente fundamental o engajamento da população nestas medidas de controle. De nada elas valem entre as paredes de um gabinete de crise, por melhores que sejam. É necessário que ganhem as ruas para gerar efeitos positivos.

Na avaliação do Palácio dos Bandeirantes, a redução da pressão sobre os hospitais do Estado é resultado direto da restrição de circulação. Estima-se que apenas na Grande São Paulo 1,5 milhão de pessoas deixaram de circular no curso da fase emergencial.

A ação do prefeito Bruno Covas (PSDB) de instalar usinas geradoras de oxigênio em 19 hospitais da rede pública da capital também merece destaque. Dá aos paulistanos a segurança de que não faltará oxigênio na cidade. A primeira usina foi inaugurada dia 31 passado, no Hospital Municipal Capela do Socorro.

A covid-19 é uma doença potencialmente mortal, como a Nação tristemente constata. Mas está provado que pode ser – e será – vencida com a reação conjunta e coordenada entre Estado e sociedade. Não existe saída fora desta cooperação.

SERÁ QUE O SACRIFÍCIO DE JESUS FOI EM VÃO?

 

Esta sexta-feira nos convida à reflexão sobre a paixão de Cristo, cuja passagem pela terra terminou no seu martírio até a morte

Esta sexta-feira nos convida à reflexão sobre a paixão de Cristo, cuja passagem pela terra terminou no seu martírio até a morte, com suas mãos e seus pés pregados à cruz e uma coroa de espinhos ferindo sua cabeça. Sua morte nessas condições desumanas revela a injustiça de seu julgamento no sinédrio de Jerusalém e o ódio do povo mobilizado nas ruas pedindo sua cabeça e a concessão de perdão aos ladrões.

Nesta Sexta-feira Santa, tomados pelo medo e pela insegurança, contemplamos o Cristo agonizando no monte Gólgota, com profundo sentimento de injustiça. O justo, que pregou a paz e a esperança, foi considerado culpado, enquanto ladrões foram absolvidos e libertados. Jesus não foi julgado com base em fatos, mas nos interesses e nas crenças das autoridades, que temiam suas virtudes. Juízes condenaram um inocente e puseram em liberdade comprovados ladrões.

Nesta Sexta-feira Santa, olhamos para a imagem de Cristo, reconhecendo que seu sofrimento resultou da disseminação do ódio a da violência de um povo incauto, seguindo cegamente seus líderes e títeres. O simbolismo da vida e da paixão de Jesus Cristo ilumina os tempos sombrios de hoje.

Que tempos são esses que vivemos, nos quais a geração de riqueza não se distribui conforme as capacidades e as necessidades das pessoas, mas semeia iniquidade e pobreza? Que tempos são esses, nos quais o Estado está subjugado a diferentes interesses privados, contribuindo para aumentar a desigualdade social e econômica? Que tempos são esses, que aceitam passivamente a discriminação por gênero, raça, religião ou por outras características que distinguem umas pessoas das outras? Que tempos são esses, nos quais prevalece o interesse próprio sobre o bem comum e a injustiça sobre a justiça?

Que tempos são esses que vivemos, nos quais as pessoas são movidas pelo ódio e pela intolerância? Que tempos são esses, nos quais não há lugar para a compaixão e a solidariedade? Que tempos são esses, nos quais a violência intimida as pessoas e banaliza a vida? Que tempos são esses, nos quais pessoas são agredidas e assassinadas devido ao seu gênero, sua cor, sua orientação sexual ou sua profissão de fé religiosa ou política? Que tempos são esses, nos quais pessoas estão morrendo vitimadas por uma pandemia cruel, enquanto as autoridades se desentendem por questões fúteis e interesses mesquinhos? Que tempos são esses, nos quais as liberdades estão sendo sufocadas?

Não conseguimos entender esses tempos sombrios. Teria o sacrifício de Cristo sido em vão? Reguemos nossas esperanças, com as lágrimas dos oprimidos, dos injustiçados e daqueles que estão chorando seus entes queridos mortos sem razão e sem assistência, para a chegada de um novo tempo, tempo de solidariedade, compaixão e amor.
Se tivermos justiça e paz, tudo o mais virá, como consequência.

MORO FOI VÍTIMA DO GARANTISMO PROCESSUAL

 

A decisão do Supremo e a Lava Jato

Mataram a operação Lava Jato, que desmontou um vasto esquema criminoso na maior estatal brasileira, atingindo 219 condenações e recuperando cerca de R$ 5 bilhões para os cofres públicos.

O então juiz Sergio Moro, que ao aplicar o rigor da lei, transformou-se num quase herói nacional, foi convenientemente anunciado como um superministro do novo governo para em seguida ser descartado. De herói, passou a vilão, sofrendo ataques concertados da direita, da esquerda e de gente temerosa da Justiça.PUBLICIDADE

Não bastou a anulação dos processos contra Lula, era preciso ir além: declarar a parcialidade de Sergio Moro na sua condenação ainda que à custa de uma possível anulação de todas as sentenças proferidas pelo juiz. Segundo a revista “Crusoé”, o julgamento na Segunda Turma do STF foi o ápice de um projeto para exterminar a Lava Jato, e há possibilidade de que outras operações semelhantes venham a ocorrer no país. “O recado é claro: não ousem mexer com os poderosos”.

O recente artigo do sociólogo Claudio Beato no jornal “O Globo” é cristalino na exposição dos entraves à aplicação da lei na sociedade brasileira. Segundo Beato os embates envolvendo o STF e a Lava Jato têm a ver com uma profunda tensão no nosso sistema de Justiça Criminal, que, sendo fragmentado e heterogêneo, produziu culturas jurídicas conflitantes e arraigados interesses corporativos a elas associados. “Descontados os excessos (da Lava Jato), que houve mesmo e são bastante graves, temos também uma disputa de dupla natureza” que se traduz, “de um lado, num poder consolidado no Brasil desde sempre na República dos bacharéis que ganhou muita densidade após a Constituinte de 1988; de outro, em organizações bastante aguerridas como o agora empoderado Ministério Público”. Esse fenômeno teria gerado duas culturas jurídicas: a primeira, “garantista”; e a segunda, da “lei e ordem”.

De acordo com Beato, temos um legado de leis penais caducas e um “emaranhado de leis e mecanismos de postergação processual (que) terminam gerando impunidade para quem tenha recursos (…) para mobilizar advogados pagos”. É desses mecanismos que se valem os chamados “garantistas”, enquanto o modelo emergente da “lei e ordem”, amplamente utilizado pela Lava Jato “busca a celeridade processual e o julgamento por evidências”.

Moro foi vítima do “garantismo” processual e dos interessados em perpetuar suas práticas de saque ao erário público.

PROPOSTA DE FIM DA ESCALA DE TRABALHO 6X1

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