quinta-feira, 1 de abril de 2021

CÂMARA APROVA UM ABSURDO AUMENTO DE DESPESAS MÉDICAS PARA OS PARLAMENTARES

 

Com a decisão do presidente da Câmara, valor que pode ser restituído sem aval da Mesa Diretora da Casa aumenta 170%

Camila Turtelli, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – No momento em que a rede pública de saúde do País registra falta de leitos e de medicamentos para atender pacientes da covid-19, o presidente da CâmaraArthur Lira (Progressistas-AL), elevou em 170% o limite de despesas médicas de deputados na rede privada. O valor que pode ser reembolsado com dinheiro público passou de R$ 50 mil para R$ 135,4 mil. Pelas regras internas, gastos acima disso também podem ser devolvidos ao parlamentar, mas apenas após aval da Mesa Diretora da Casa.

O reembolso, porém, não é a única forma de os deputados terem despesas médicas pagas pelos cofres públicos. Os parlamentares têm direito a um plano de saúde, ligado à Caixa Econômica Federal, que permite o atendimento em hospitais privados. O valor pago para aderir ao benefício é de R$ 630 mensais, além de uma quota-participação de 25% sobre cada gasto realizado, segundo tabela adotada pelo convênio. O salário de um deputado é de R$ 33,7 mil.

Arthur Lira
Lira, presidente da Câmara; segundo a Casa ‘inflação médica’ tem superado o IPCA, o que justifica o reajuste Foto: Dida Sampaio / Estadão

Parlamentares e seus dependentes ainda têm direito a ser atendidos no Departamento Médico da Câmara, em Brasília, que possui estrutura de enfermaria e realiza vários exames.

O aumento no valor do limite de reembolso foi publicado na segunda-feira passada e atualiza uma resolução de 2015. Lira justificou o reajuste de 170% pela defasagem da inflação no período. “Nos últimos anos, a chamada ‘inflação médica’ tem superado o índice oficial de inflação: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O fenômeno, inclusive, não tem se restringido ao Brasil”, diz a justificativa do ato assinado pelo presidente da Câmara.

O IPCA, índice de inflação oficial, medido pelo IBGE, foi de 30% no período, aumento bem aquém do projetado por Lira. A “inflação médica” citada também ficou abaixo dos 170%.

Pelos cálculos do economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, a variação do chamado grupo saúde na taxa de inflação teve alta de 38% no mesmo período – assim, o valor do teto para reembolso passaria para R$ 69 mil.

De acordo com o economista, dentro do grupo saúde há ainda variações que poderiam ser utilizadas para o reajuste. “Por exemplo, o subgrupo de ‘serviços de saúde’ poderia ser mais adequado para esta finalidade. Este subgrupo teve alta acumulada de 57,6% neste período, o que levaria o valor de R$ 50 mil para R$ 78,8 mil”, afirmou Campos Neto. Em uma outra hipótese, o economista fez a correção pela inflação dos planos de saúde. Nesse caso, a variação de 72,5% resultaria em um valor ajustado de R$ 86,2 mil.

Desde 2013, a Câmara passou a autorizar o reembolso de despesas médicas de até R$ 50 mil de forma automática. Apenas valores acima disso precisavam ter o aval da Mesa Diretora, composta por sete integrantes, incluindo o presidente da Casa.

Em 2019, o Estadão mostrou que a Câmara reembolsou o deputado Marco Feliciano (Republicanos-SP) em R$ 157 mil por um tratamento odontológico. Na ocasião, o parlamentar argumentou que precisava corrigir um problema de articulação na mandíbula e reconstruir o sorriso com coroas e implantes.

O pedido de reembolso do parlamentar foi inicialmente rejeitado pela equipe técnica, mas ele recorreu à Mesa Diretora, na época comandada pelo deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que aceitou pagar pelo tratamento. Em nota, na ocasião, a Câmara afirmou que o “parecer do departamento médico foi seguido em sua totalidade”.

Benefício

Parlamentares disseram à reportagem, em caráter reservado, não ver impacto com a mudança, já que, na prática, todos os reembolsos, mesmo os de maior valor, são aprovados. Por se tratar de um benefício, eles preferiram não apoiar publicamente a medida.

Outros deputados, porém, consideraram tratar-se de um privilégio inaceitável num momento de crise sanitária no País. “Isso é vergonhoso. Nós deveríamos achar soluções para ajudar o Brasil a enfrentar a pandemia e não em benefício próprio”, afirmou o deputado Paulo Ganime (Novo-RJ). “É um benefício totalmente descabido e inadequado à realidade brasileira”, disse ele. 

O líder do Cidadania, Alex Manente (SP), também criticou o momento do reajuste. “A maioria não utiliza esse valor, creio que a mudança foi feita em virtude dos custos que existem na pandemia, porém, não acho que foi apropriada essa decisão nesse momento”, afirmou o deputado.

Procurado pela reportagem, Lira não se manifestou.

BOLSONARO CONDENA ATITUDES PASSADAS DO CONGRESSO

 

Em sua conta no Twitter, o presidente relembrou a aprovação, pelo Congresso, de um projeto de resolução que anulou a sessão legislativa que destituiu o então presidente João Goulart, em 1964

Daniel Galvão, O Estado de S.Paulo

Bolsonaro
O presidente da República Jair Bolsonaro. Foto: Marcos Correa/PR/AFP

SÃO PAULO – No dia do aniversário do golpe de 1964, 31 de março, o presidente Jair Bolsonaro criticou há pouco, em sua conta no Twitter, os que “apagam fotos ou fatos”, ao lembrar a aprovação, pelo Congresso, de um projeto de resolução que anulou a sessão legislativa que destituiu o então presidente João Goulart, em 1964. O Legislativo invalidou a sessão de destituição de Jango numa votação em 21 de novembro de 2013.

“Em abril/2013 o Congresso anulou a sessão de 02/abril/64, que destituiu o Presidente João Goulart”, recordou Bolsonaro. O presidente afirmou no tuíte que não discute a História, mas que “verdadeiros democratas não apagam fotos ou fatos”. “Deus abençoe o Brasil e guarde nossa liberdade!”, postou, ao finalizar a mensagem, acompanhada de uma foto antiga de Bolsonaro com farda do Exército.https://platform.twitter.com/embed/Tweet.html?dnt=false&embedId=twitter-widget-0&frame=false&hideCard=false&hideThread=false&id=1377409408267812865&lang=pt&origin=https%3A%2F%2Fpolitica.estadao.com.br%2Fnoticias%2Fgeral%2Cnao-discuto-a-historia-mas-verdadeiros-democratas-nao-apagam-fotos-ou-fatos-diz-bolsonaro%2C70003667248&siteScreenName=Estadao&theme=light&widgetsVersion=e1ffbdb%3A1614796141937&width=550px

Na quarta-feira, 31, mais cedo, o ministro nomeado da DefesaWalter Braga Netto, afirmou que os militares “não faltaram no passado e não faltarão sempre que o País precisar”, ao oficializar as escolhas dos novos comandantes das Forças Armadas feitas por Bolsonaro.

MANIFESTO DE PRESIDENCIÁVEIS PELA DEMOCRACIA QUE ELES PRECISAM PARA SE ELEGER

 

Manifestação ocorre um dia após Bolsonaro demitir os comandantes das Forças Armadas; texto é assinado por Doria, Eduardo Leite, Ciro, Mandetta, Amoêdo e Huck

André Shalders, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – Um grupo de seis possíveis candidatos à Presidência da República em 2022 lançou na noite desta quarta-feira, dia 31, um manifesto em defesa da democracia, da Constituição Federal de 1988 e contra o autoritarismo. O texto é assinado tanto por nomes da centro-direita quanto da centro-esquerda. 

A manifestação pró-democracia ocorre depois de o presidente Jair Bolsonaro demitir o ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva; e os comandantes da Marinha, da Aeronáutica e do Exército. Tanto Azevedo e Silva quanto os demais oficiais foram exonerados por serem contra um alinhamento político das Forças Armadas à gestão Bolsonaro.

O texto é assinado pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM); pelo apresentador de TV Luciano Huck; pelos ex-candidatos presidenciais em 2018 Ciro Gomes (PDT) e João Amoêdo (Novo) e pelos governadores tucanos João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS). Os seis são vistos como pré-candidatos para a disputa de 2022, embora alguns deles não digam abertamente que desejam concorrer. É o caso do apresentador Luciano Huck.

Mandetta
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) Foto: Divulgação/Governo SP (16/6/2020)

“Pessoalmente, assinei por ser um ponto que não podemos abrir mão; nossa liberdade e a democracia. E por ser apartidário e não fulanizado”, afirmou Huck ao Estadão.

“A conquista do Brasil sonhado por cada um de nós não pode prescindir da Democracia. Ela é nosso legado, nosso chão, nosso farol. Cabe a cada um de nós defendê-la e lutar por seus princípios e valores”, diz um trecho do documento, intitulado de “Manifesto pela Consciência Democrática”. 

LUCIANO HUCK
O apresentador de TV Luciano Huck Foto: Leonardo Benassatto/REUTERS

“Não há Democracia sem Constituição. Não há liberdade sem justiça. Não há igualdade sem respeito. Não há prosperidade sem solidariedade”, continua a missiva. 

Governador de São Paulo, João Doria
Governador de São Paulo, João Doria Foto: Governo SP

A iniciativa foi proposta por Mandetta. Ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, o político do DEM foi demitido pelo presidente em abril do ano passado depois de defender medidas de isolamento social para combater a pandemia de covid-19. Segundo apurou o Estadão, as discussões sobre o manifesto começaram na noite de terça-feira, 30, e o texto foi costurado ao longo do dia de hoje com contribuições de todos os signatários. 

“Estamos tentando achar primeiro os pontos de convergência. Esse ponto da defesa da democracia é um ponto que une muito. Aí tem que trabalhar primeiro os pontos de convergência, o que a gente está de acordo, e depois você vê onde estão as divergências, para ver se são superáveis ou não”, disse Mandetta antes da divulgação da iniciativa. 

A reportagem apurou que o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro também foi procurado para aderir ao manifesto, mas alegou impedimentos profissionais para não aderir oficialmente à iniciativa. Após deixar o governo Bolsonaro, no ano passado, ele se tornou sócio-diretor da consultoria americana de gestão de empresas Alvarez & Marsal. Seu nome, porém, continua sendo especulado como alternativa para 2022.

Segundo organizadores do manifesto, por ser uma iniciativa de centro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não chegou a ser procurado, mas nada impede que ele também assine o documento. No início do mês o petista teve suas condenações na Lava Jato anuladas pelo Supremo Tribunal Federal, o que o colocou no páreo da corrida eleitoral do ano que vem. “Foi uma iniciativa do centro, mas a partir daí a adesão pode ser ampla”, disse ACM Neto.

O manifesto evoca a união de diferentes forças políticas na campanha por eleições “Diretas Já”, nos anos 1980, e avalia que “três décadas depois, a Democracia brasileira é ameaçada”. 

“A Democracia é o melhor dos sistemas políticos que a humanidade foi capaz de criar. Liberdade de expressão, respeito aos direitos individuais, justiça para todos, direito ao voto e ao protesto. Tudo isso só acontece em regimes democráticos. Fora da Democracia o que existe é o excesso, o abuso, a transgressão, a intimidação, a ameaça e a submissão arbitrária do indivíduo ao Estado”, diz a carta.

A publicação do manifesto sela a reaproximação de Ciro Gomes, que foi ministro da Integração Nacional de Lula (2003-2006), com as forças políticas de centro-direita. Na prática, Ciro quer se posicionar como candidato de centro para a disputa de 2022 ao Planalto. O texto marca também o início das articulações de Mandetta para tentar viabilizar sua candidatura.  

Ciro Gomes
Ex-ministro Ciro Gomes (PDT). Foto: Taba Benedicto/Estadão – 15/7/2019

“Exemplos não faltam para nos mostrar que o autoritarismo pode emergir das sombras, sempre que as sociedades se descuidam e silenciam na defesa dos valores democráticos”, diz o texto.

“Homens e mulheres desse país que apreciam a liberdade, sejam civis ou militares, independentemente de filiação partidária, cor, religião, gênero e origem, devem estar unidos pela defesa da consciência democrática. Vamos defender o Brasil”, diz o último parágrafo.

Leia abaixo a íntegra do manifesto

Muitos brasileiros foram às ruas e lutaram pela reconquista da Democracia na década de 1980. O movimento “Diretas Já”, uniu diferentes forças políticas no mesmo palanque, possibilitou a eleição de Tancredo Neves para a Presidência da República, a volta das eleições diretas para o Executivo e o Legislativo e promulgação da Constituição Cidadã de 1988. Três décadas depois, a Democracia brasileira é ameaçada.

A conquista do Brasil sonhado por cada um de nós não pode prescindir da Democracia. Ela é nosso legado, nosso chão, nosso farol. Cabe a cada um de nós defendê-la e lutar por seus princípios e valores.

Não há Democracia sem Constituição. Não há liberdade sem justiça. Não há igualdade sem respeito. Não há prosperidade sem solidariedade.

A Democracia é o melhor dos sistemas políticos que a humanidade foi capaz de criar. Liberdade de expressão, respeito aos direitos individuais, justiça para todos, direito ao voto e ao protesto. Tudo isso só acontece em regimes democráticos. Fora da Democracia o que existe é o excesso, o abuso, a transgressão, a intimidação, a ameaça e a submissão arbitrária do indivíduo ao Estado.

Exemplos não faltam para nos mostrar que o autoritarismo pode emergir das sombras, sempre que as sociedades se descuidam e silenciam na defesa dos valores democráticos.

Homens e mulheres desse país que apreciam a LIBERDADE, sejam civis ou militares, independentemente de filiação partidária, cor, religião, gênero e origem, devem estar unidos pela defesa da CONSCIÊNCIA DEMOCRÁTICA. Vamos defender o Brasil.

quarta-feira, 31 de março de 2021

A PROPIEDADE PRIVADA É SAGRADA

 

Além de proibir o povo de sair às ruas, o decreto de calamidade pública permite o confisco das casas

Belivaldo Chagas, governador de Sergipe

Os governadores não ficam em casa. Ordenam aos outros que  fiquem — e tratem de distrair-se com o que for possível para que eles continuem a movimentar-se sem vigilância no jogo em que somos sempre os derrotados. Dão entrevistas, convocam reuniões e planejam em má companhia as próximas espertezas oficialmente destinadas a combater a pandemia de coronavírus.

Os monarcas provincianos estão cada vez mais atrevidos, acaba de confirmar o estado de calamidade urdido pelo governador de Sergipe, Belivaldo Chagas. Para quem não sabe, estado de calamidade é o nome de batismo da obscenidade jurídica cujo filhote mais recente tem a alcunha de Covidão. Essa vigarice permite a um reizinho regional suspender o pagamento do que deve, embolsar gordas verbas federais, fazer compras sem licitação e desviar alguns  bilhões extorquidos dos pagadores de impostos. Tudo isso se repetirá em Sergipe caso não seja atirado à lata de lixo o papelório assinado por Belivaldo.

Tudo isso e muito mais: a partir de 4 de abril, o governador também poderá, nos 180 dias seguintes, “requisitar bens móveis e imóveis privados, serviços pessoais e utilização temporária de propriedade particular”. Em resumo: durante seis meses, para garantir a vitória sobre o vírus chinês, o direito de propriedade deixará de existir em Sergipe. Logo a trapaça será reprisada no restante do país: a turma nunca perde a chance de copiar um péssimo exemplo.

Os farsantes já aboliram com alarmante frequência o direito de ir e vir. Há quase um ano confiscaram o direito de trabalhar e o direito de estudar. Se revogarem o direito de propriedade, terão chegado à perfeição. Em 2020, os Belivaldos nos proibiram de circular pelas ruas quando bem entendêssemos. Agora querem expulsar-nos de casa — se assim recomendar o combate à pandemia. Haja cinismo.

Comentário:

Whilliam Horta

Esses filhotes de ditadores, exercendo momentaneamente os cargos de governadores são assim. Primeiro, eles lhes impedem de se armar, depois lhes proíbem no direito constitucional de expressar(censura e até lhes ameaçam e prendem), depois tomam-lhe o seu direito também constitucional de ir e vir (Art.5o. da CF Inciso XV) os caras lhes prendem em casa, fecham o comércio quebram o empregador e desempregam em massa. Finalmente, vem lhes tomar suas propriedades é o que esse miserável de Sergipe, de 68 anos, ex-defensor público aposentado decretou no Estado. Leia a matéria abaixo pra você entender. Notícia muito bem informada pelo admirável jornalista Augusto Nunes da rádio Jovem Pan e tv Record, ex- Diretor do Jornal do Brasil, ex-Diretor da Veja, do Zero Hora de Porto Alegre e apresentador na tv Cultura do programa Sem Censura.

GOLPE DE 1964 OU REVOLUÇÃO?

 

‘As Forças Armadas acabaram assumindo a responsabilidade de pacificar o País, enfrentando os desgastes para reorganizá-lo e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos’, afirma a nota assinada pelo general Walter Braga Netto

Rafael Moraes Moura/ BRASÍLIA

O novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto. Foto: Dida Sampaio/ Estadão

No seu primeiro dia como ministro da Defesa, o general Walter Braga Netto estimulou as comemorações do golpe militar de 1964que, na sua visão, serviu para “pacificar o País”. “O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março”, diz a nota divulgada pelo Ministério da Defesa, ressaltando que o episódio só pode ser compreendido a “partir do contexto da época”.

“Os brasileiros perceberam a emergência e se movimentaram nas ruas, com amplo apoio da imprensa, de lideranças políticas, das igrejas, do segmento empresarial, de diversos setores da sociedade organizada e das Forças Armadas, interrompendo a escalada conflitiva, resultando no chamado movimento de 31 de março de 1964”, diz o texto.  O período que durou até 1985 é lembrado pelo fim das eleições diretas, pelo fechamento do Congresso, por censuratortura e assassinatos praticados pelo Estado brasileiro.

“As Forças Armadas acabaram assumindo a responsabilidade de pacificar o País, enfrentando os desgastes para reorganizá-lo e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos”, acrescenta o ministro.

A nota foi divulgada após a reunião de Braga Netto com os comandantes Edson Leal Pujol (Exército), Ilques Barbosa Júnior (Marinha) e Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica), marcada por frases duras e tapas na mesa. Os três foram demitidos por não concordar com a politização das Forças Armadas desejada pelo presidente Jair Bolsonaro. A troca simultânea nos três comandos das Forças Armadas é inédita no País.

Segundo o ministro, a Marinha, o Exército e a Força Aérea “acompanham as mudanças, conscientes de sua missão constitucional de defender a Pátria, garantir os Poderes constitucionais, e seguros de que a harmonia e o equilíbrio entre esses Poderes preservarão a paz e a estabilidade em nosso País”. “O cenário geopolítico atual apresenta novos desafios, como questões ambientais, ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias. As Forças Armadas estão presentes, na linha de frente, protegendo a população”, afirma Braga Netto.

O ministro da Defesa também defendeu a Lei da Anistia, promulgada em 28 de agosto de 1979,  pelo presidente general João Batista Figueiredo. A lei foi um importante passo no processo de redemocratização do País, beneficiando aqueles que cometeram crimes políticos, de motivação política ou eleitorais, além de crimes comuns relacionados a crimes políticos, no período de 2 de setembro de 1961 a 15 de agosto de 1979.

“Em 1979, a Lei da Anistia, aprovada pelo Congresso Nacional, consolidou um amplo pacto de pacificação a partir das convergências próprias da democracia. Foi uma transição sólida, enriquecida com a maturidade do aprendizado coletivo. O País multiplicou suas capacidades e mudou de estatura”, diz o comunicado de Braga Netto.

Judicialização. Em março do ano passado, o então ministro da Defesa, Fernando Azevedo, emitiu um comunicado similar, por meio do qual chamava o golpe militar de 1964 de “marco para a democracia brasileira”. Uma decisão da Justiça Federal do Rio Grande do Norte, no entanto, determinou que o texto fosse retirado do ar, sob a alegação de que a mensagem era “nitidamente incompatível com os valores democráticos”. A decisão foi tomada no âmbito de uma ação movida pela deputada federal Natália Bonavides (PT-RN).

No mês passado, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) acolheu um recurso do governo e decidiu liberar a divulgação do texto. Um parecer do Ministério Público Federal (MPF) foi favorável à proibição das comemorações da ditadura. O procurador da República Camões Boaventura afirmou que o agente público que “despreza as atrocidades’ da ditadura militar tem conduta que ‘foge da ética, é desleal e eivada de má-fé”./ COLABOROU PAULO ROBERTO NETTO

Confira abaixo a íntegra da Ordem do Dia Alusiva ao 31 de março de 1964, divulgado pelo Ministério da Defesa:

“Brasília, DF, 31 de março de 2021
Eventos ocorridos há 57 anos, assim como todo acontecimento histórico, só podem ser compreendidos a partir do contexto da época.

O século XX foi marcado por dois grandes conflitos bélicos mundiais e pela expansão de ideologias totalitárias, com importantes repercussões em todos os países.

Ao fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo, contando com a significativa participação do Brasil, havia derrotado o nazi-fascismo. O mapa geopolítico internacional foi reconfigurado e novos vetores de força disputavam espaço e influência.

A Guerra Fria envolveu a América Latina, trazendo ao Brasil um cenário de inseguranças com grave instabilidade política, social e econômica. Havia ameaça real à paz e à democracia.

Os brasileiros perceberam a emergência e se movimentaram nas ruas, com amplo apoio da imprensa, de lideranças políticas, das igrejas, do segmento empresarial, de diversos setores da sociedade organizada e das Forças Armadas, interrompendo a escalada conflitiva, resultando no chamado movimento de 31 de março de 1964.

As Forças Armadas acabaram assumindo a responsabilidade de pacificar o País, enfrentando os desgastes para reorganizá-lo e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos.

Em 1979, a Lei da Anistia, aprovada pelo Congresso Nacional, consolidou um amplo pacto de pacificação a partir das convergências próprias da democracia. Foi uma transição sólida, enriquecida com a maturidade do aprendizado coletivo. O País multiplicou suas capacidades e mudou de estatura.

O cenário geopolítico atual apresenta novos desafios, como questões ambientais, ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias. As Forças Armadas estão presentes, na linha de frente, protegendo a população.

A Marinha, o Exército e a Força Aérea acompanham as mudanças, conscientes de sua missão constitucional de defender a Pátria, garantir os Poderes constitucionais, e seguros de que a harmonia e o equilíbrio entre esses Poderes preservarão a paz e a estabilidade em nosso País.

O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março.

WALTER SOUZA BRAGA NETTO
Ministro de Estado da Defesa”

VOCÊ PRECISA DE SER CRIATIVO?

 

Se você vive no planeta terra e é um ser humano, pode ter certeza que a criatividade é sim importante para você. Assim como é vital beber água para manter seu corpo saudável, ter a criatividade desenvolvida é imprescindível para qualquer pessoa, independente de sua área de atuação.

Não é difícil encontrar alguém que duvide se realmente precisa de criatividade. Geralmente algumas pessoas acham que por não possuir um pensamento tão criativo, não será necessário desenvolver ele, com a justificativa de que, “se eu já vivi até aqui, para que eu vou precisar da criatividade não é mesmo?” Resposta errada!

Todos nós já nascemos com a criatividade dentro da gente, e durante toda a vida, usamos ela para resolver diversos tipos de problemas que enfrentamos. E saiba que você não precisa ser um artista ou designer para usar a criatividade.

Quando me refiro a “problema”, quero dizer: algo que deve ser solucionado, que pode ser desde um planejamento estratégico de uma campanha de milhões de reais, até um problema como qual sapato escolher para sair.

Nos dois casos, a criatividade é necessária para que possamos passar pelos problemas. Quanto mais criativo e inovador você for, melhor será a sua saída, seja para planejar uma campanha incrível de vendas, ou escolher o melhor sapato, que combine com a sua roupa ou que seja perfeito para determinada ocasião.

Existe um caso muito interessante, do uso da criatividade. É a história de um estudante de engenharia da computação, que havia enxergado um problema e conseguiu resolve-lo por meio do seu pensamento inovador e criativo.

Ele desenvolveu uma luva, que possui um sensor que evita pequenos acidentes para as pessoas cegas. Basicamente, esta luva funciona como uma espécie de complemento para as bengalas. Ela consegue por exemplo, captar objetos e coisas que são suspensas, que a bengala não iria identificar sozinha.

Aproveitando o gancho deste caso, quero te levar a uma reflexão. Muitas vezes, o problema a ser encarado não é nosso, porém nos sensibilizamos de tal forma, com os problemas de outra pessoa, fazendo com que trabalhemos nosso pensamento criador.

Caso queira conhecer um pouco mais sobre esta invenção, visite a reportagem completa em: https://glo.bo/2CvkgD5

A criatividade não escolhe as pessoas, e as pessoas não devem optar se devem ou não ser criativas. Todos nós precisamos dela, e ela está bem ali, pronta para ser estimulada e usada a seu favor.

Você já passou por alguma situação que para resolvê-la precisou da criatividade? Conta pra gente aqui nos comentários o que você fez para superar este problema.

Descubra agora 5 benefícios de ser uma pessoa mais criativa

Assim como praticar exercícios físicos trás benefícios ao corpo, exercitar a sua criatividade e se tornar uma pessoa mais criativa, traz consigo algumas vantagens para a sua saúde mental.

Estimular a criatividade deveria ser tratada como algo com a mesma importância de tomar água. Como falamos nesse artigo, a criatividade é algo importante e necessário para todos, e quem já se permitiu ser uma pessoa mais criativa e está estimulando-a, já consegue perceber alguns benefícios em sua vida, como:

Pessoas criativas ganham uma posição mais competitiva no mercado de trabalho:

Quem possui um perfil mais criativo, consegue ganhar mais atenção e visibilidade no contexto empresarial, justamente por apresentar melhores soluções que surgem no dia a dia e por transparecem mais confiança no que faz.

Pessoas criativas se expressam de forma melhor

A criatividade permite uma melhor comunicação, melhor uso das palavras e ajuda em suas argumentações e posicionamentos. Com isso, você irá aprimorar seus relacionamentos pessoas, tanto pessoais quanto empresariais.

Pessoas criativas são mais corajosas

Confiança, essa é a palavra-chave. Quem é mais criativo, consegue pensar em ideias que realmente funcionam para alguma ocasião. E para isso, não só pensam em uma ideia inovadora, mas possuem a sensibilidade de testar, analisar os pontos que podem dar errado e adaptar suas ideias.

Elas não têm medo de errar, encaram qualquer desafio de frente e mesmo que não estejam preparadas, não tem medo de abastecer seu repertório e chegar a uma solução viável.

Pessoas criativas são mais divertidas

Um ponto muito curioso, mas é provado que as pessoas criativas possuem um alto astral mais elevado. Pelo motivo de enxergarem o mundo de forma diferente e cheia de possibilidades, a diversão sempre estará presente em uma pessoa que é mais criativa.

Pessoas criativas possuem um pensamento mais apurado e rápido

Por possuírem um vasto repertório, serem corajosas e confiantes, pessoas mais criativas conseguem desenvolver e chegar em soluções mais rapidamente que outras pessoas.

E a lista não para por aí. Quanto mais a sua criatividade é estimulada, mais capaz de diversas coisas que antes não era possível, você começará a realizar.

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NOVO PRESIDENTE DA PETROBRAS DIZ QUE MEXERÁ NOS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS

 

Irany Tereza

A reavaliação da política de preços dos combustíveis já é apontada como o principal foco da gestão de Joaquim Silva e Luna na Petrobrás. A medida não será desenhada isoladamente. A pessoas próximas, o general tem afirmado que os estudos sobre o tema envolvem outros órgãos do governo, especialmente os ministérios da Economia e de Minas e Energia. Engana-se quem imagina que a política instituída em 2016, na gestão de Pedro Parente, foi blindada ao ser incluída no estatuto da companhia. Até porque mudanças estatutárias são bastante comuns na rotina empresarial. De resto, a Petrobrás não irá mudar de rumo. Pelo menos, não há risco de um cavalo-de-pau, como Silva e Luna tem confidenciado a interlocutores.

plano estratégico 2021-2025, aprovado em novembro do ano passado, está “redondinho”, na avaliação do general. Será executado exatamente como previsto, inclusive em relação aos desinvestimentos programados, como o das oito refinarias, atualmente em curso.

Antes do anúncio público de que quatro diretores sairiam com Roberto Castello Branco, presidente da Petrobrás retirado do cargo por Jair Bolsonaro -, Silva e Luna entrou em contato com todos. As conversas foram por telefone e em tom bastante diplomático.

O general perguntou a cada um sobre o interesse em permanecer. Ouviu de cinco deles a negativa. Perguntou também se haveria alguém, na empresa que o executivo considerasse uma boa escolha para a substituição entre os funcionários de carreira da Petrobrás.

“A conversa foi muito interessante e, de certo modo, surpreendente”, disse à Coluna um executivo que pediu para não ser identificado. “Me pareceu uma boa pessoa. Só não sei se tem conhecimento do touro bravo em que vai se sentar.”

Presidente demitido por Bolsonaro continuou no cargo

Castello Branco não abandonou o barco, mesmo diante da fritura pelo presidente. Talvez tenha ficado para mostrar o lucro recorde de R$ 40 bilhões em 2020. Mas, além de questão profissional de tocar a transição de uma empresa como a Petrobrás, há uma implicação financeira em todo pedido de renúncia.

Quando renuncia, o executivo perde direito à remuneração variável. Na gestão Castello Branco, com a criação do Plano de Prêmio por Performance, o bônus é dado quando o lucro líquido anual supera R$ 10 bilhões. É vinculado a outras metas e pode representar, ao fim do exercício, um adicional correspondente a mais de dez salários.

Em resposta ao Broadcast, Castello Branco reiterou que seu contrato se encerra em 12 de abril. “Cumprirei minhas obrigações até lá. Por exemplo, a gestão da política de preços, o fechamento do contrato de compra e venda da RLAM e, inclusive, ajudar no processo de transição. Não peço demissão porque nunca manifestei tal intenção. Não me sinto constrangido em cumprir integralmente meu mandato. Conto com o apoio do Conselho de Administração, da diretoria e dos empregados da Petrobrás e continuo a exercer meu papel normalmente.”