quinta-feira, 18 de março de 2021

PREVENÇÃO AO CORONAVÍRUS E ECONOMIA NÃO SE ENTENDEM

 

É hora de abrir o olho para que as ‘boiadas’ não passem na pandemia

Não queremos a continuidade prometida pelo futuro ministro da Saúde

Adriana Fernandes*, O Estado de S.Paulo

Mesmo sob ameaças e críticas daqueles que defendem a economia acima de tudo e das mortes de brasileiros que poderiam ser evitadas, esta coluna de análise econômica vai continuar apoiando e alardeando a necessidade de adoção de medidas restritivas de isolamento para conter a transmissão acelerada da doença. E também para salvar a economia do desastre maior. Repetir e repetir.

Para um país sem vacinas suficientes para imunizar em massa a sua população, é o único caminho apontado por cientistas para conter o colapso do sistema de saúde público e privado que transformou todo o Brasil numa grande Manaus e celeiro de variantes do vírus.

Necessitamos de medidas (efetivas), bem planejadas em cada localidade, que aumentem a taxa de isolamento, e não ações de prefeitos e governadores que vão sendo desidratadas e acabam resultando em ganho muitíssimo limitado por causa da pressão econômica e política dos seus adversários. Temos de parar de verdade. É preciso coragem política e espírito humanitário para afastar interesses eleitorais neste momento de descontrole, o maior colapso sanitário e hospitalar da história do País, na definição da Fiocruz.

Pandemia
Para um país sem vacinas suficientes para imunizar a população, o isolamento é a única saída contra a covid. Foto: Miguel Schincariol/AFP

A pandemia, infelizmente, está mostrando que a maioria dos governantes, parlamentares e lideranças empresariais brasileiras não está à altura do momento para enfrentar essa guerra que mata tantos de nós e destrói a economia. Há dez dias, chocou a notícia de que morreriam 3.000 pessoas por dia no Brasil. Hoje, o número é realidade.

Os empresários que fazem agora campanha contra o isolamento daqui mais um tempo vão pedir para as medidas serem adotadas. A razão é simples. Médicos e enfermeiros não são insumos que se compram na prateleira. O caos já derruba o PIB, desorganiza a economia e afasta investidores. O BC aumenta os juros de 2% para 2,75% (na aposta mais alta) em plena queda do PIB para conter a aceleração da inflação. Sinal de que as coisas não andam bem para a economia e já na primeira reunião após a aprovação da autonomia.

Não queremos a continuidade prometida pelo futuro ministro da SaúdeMarcelo Queiroga. Em vez de ficar em Brasília para instalar seu gabinete de crise, planejar a ação e orientar a nação, preferiu ir para o Rio de Janeiro, ao lado do general Eduardo Pazuello, para receber as primeiras doses da vacina da Oxford fabricadas no País. 

Não queremos mais cerimônias de chegada e distribuição de vacinas. Se ao menos o ministro tivesse ido a um hospital para ver a fila de pessoas doentes sem leito, teria sido um alento. É tarde para o governo Jair Bolsonaro “só” falar de mudanças de hábitos, usar máscaras, manter “um grau” de afastamento social e medidas hospitalares. Os países sérios fazem planos e executam. 

Neste momento tão dramático, em que o foco tem de ser o bom combate da doença, é desconcertante para aqueles que escrevem sobre economia continuar falando sobre temas outros que não a pandemia, a crise do sistema de saúde e os relatos particulares de cada um dos brasileiros.

É necessário, porém, seguir mostrando o impacto da pandemia na economia, falar sobre câmbio, juros, inflação, gastos públicos, estimular o debate que aponte rumos, pressionar para que ações emergenciais saiam rapidamente e não se perca mais tempo.

É um absurdo governo e Congresso enrolarem por meses a aprovação do auxílio emergencial e depois de a PEC ter sido aprovada, na sexta-feira passada, o benefício só começar a ser pago em abril. Não tem desculpa que justifique tamanha crueldade e falta de planejamento.

É hora também de abrir o olho, ser vigilante, para que as “boiadas” econômicas, assim como as ambientais, não passem com a justificativa da pandemia. A derrubada de vetos garantindo perdão tributária às igrejas e mais poder de emendas aos parlamentares mostram que as boiadas passam. As falhas e a falta de atenção nessa vigilância serão cobradas no futuro. Perguntaremos: onde estávamos?  

***

A coluna de hoje é dedicada ao seu Gomes, goiano e pai da repórter Lorenna Rodrigues da sucursal de Brasília do Estadão, que morreu de covid-19 após batalha incansável da família por atendimento hospitalar, que chegou tarde demais.

*REPÓRTER ESPECIAL DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

ALTA DOS JUROS PREJUDICA A ECONOMIA

 

Forte alta dos juros básicos 

Diante da escalada da inflação e do dólar, o Banco Central elevou a taxa básica de juros em 0,75 ponto porcentual ao ano, de 2% para 2,75% ao ano, dando o recado que alguém assumiu o comando de uma economia sem rumo

Celso Ming, O Estado de S.Paulo

Há quase seis anos os juros básicos (Selic) não subiam. Pois desta vez, a mordida foi valente, de 0,75 ponto porcentual ao ano, de 2% para 2,75%, porque a inflação foi longe demais. O recado foi o de que alguém assumiu o comando de uma economia sem rumo. Com seu único instrumento, a política monetária, o Banco Central teve de lidar com forças que trabalham em direções opostas. 

A mais importante dessas forças é o estouro confuso e inesperado da inflação em tempos de retração da economia. Depois de cinco anos de baixo avanço e em queda, em fevereiro a inflação medida em 12 meses (evolução do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)saltou para 5,2%, fortemente acima da meta do ano, que é de 3,75%. A expectativa dos agentes econômicos, medida pela Pesquisa Focus, é de uma inflação anual em dezembro de 4,6%, número que tende a se encorpar.  O próprio Copom projeta para alguma coisa em torno dos 5,0%.

O Banco Central vinha perdendo as condições de ancoragem, que é a capacidade de levar os fazedores de preços a acreditar que a inflação vai para onde o Banco Central quer que vá.

Em boa medida, a estocada descontrolada da inflação é consequência da alta do dólar que, apenas em 2021, já está perto dos 8%, a despeito das intervenções agressivas do Banco Central para contê-la. O encarecimento da moeda estrangeira também puxa para cima os preços dos importados e dos produtos amarrados ao dólar, como os combustíveis e rações animais. 

A disparada da cotação do dólar, por sua vez, é o resultado de enormes lambanças do governo que produziram insegurança: é a política sanitária desastrada de controle da covid-19; a intervenção atabalhoada na Petrobrás; e a maneira flácida como administra as contas públicas. Não menos importante, o dólar também decolou com a volta de Lula ao cenário político-eleitoral.

Não falta quem atribua o avanço da inflação também ao rali das commodities, que aumentou os preços da carne, das rações animais e de grande número de alimentos. No entanto, a escalada dos preços do feijão preto e do arroz, de 51,6% e 69,8%, respectivamente, em 12 meses, não tem relação com o dólar. São produtos apenas marginalmente exportados. Tem a ver com o aumento do consumo interno que, por sua vez, é consequência da distribuição do necessário e inevitável auxílio emergencial durante a pandemia, de R$ 294 bilhões para 68,2 milhões de pessoas.

Nos relatórios das reuniões anteriores do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central vinha afirmando que a maior parte da inflação tinha origem no aumento de custos da economia. Nessa categoria poderiam entrar a desorganização dos estoques, a alta do petróleo e demais commodities no mercado internacional.

Em princípio, uma inflação de custos não se combate com alta dos juros, porque alta de juros é produzida com redução do volume de moeda na economia, recurso que não ajuda a aumentar a oferta de mercadorias e serviços. Alta dos juros funciona quando o avanço da inflação é produzido por aumento da demanda que, por sua vez, reflete mais dinheiro circulando na economia. Funciona, porque, com menos moeda em circulação, também se reduz a demanda por coisas e serviços. 

Por isso, também, o Copom preferiu apostar em que a inflação seria temporária – enquanto durasse esse aumento de custos. Por isso, não mexeu nos juros. Mas as coisas desandaram e continuar sem fazer nada poderia ser pior.

Se fosse para evitar novas altas da moeda estrangeira, talvez o Banco Central tivesse de puxar os juros para 3,0% ao ano. A intervenção a que se viu obrigado nas últimas semanas talvez tenha tido o objetivo de limitar a alta dos juros a esse 0,75 ponto porcentual.

Juros subindo assim produzem efeito colateral perverso: tendem a frear a economia num momento em que o desemprego é alto e em que a produção perde fôlego. Já havia o efeito pandemia que vai parando tudo e, agora, tem essa mordida dos juros. Por isso, comerciantes, empresários e pessoas que dependem de crédito vão multiplicar protestos e queixas contra a decisão.

O Banco Central avisou que pretende chegar a uma Selic de 4,5% neste ano e de 5,5% em 2022. Mas não tem clareza sobre a dosagem correta.

CELSO MING É COMENTARISTA DE ECONOMIA

NÃO É ACONSELHÁVEL ABANDONAR A MÁSCARA APÓS A VACINAÇÃO

 

Planeja se desfazer da máscara após a vacinação? Não é tão simples assim

Não está claro como as pessoas vacinadas podem propagar o vírus, mas a resposta a esta questão virá logo; cientistas insistem na cautela

Apoorva Mandavilli, The New York Times – Life/Style

Com dezenas de milhões de americanos imunizados contra o coronavírus e milhões sendo vacinados diariamente, a pergunta premente é: quando vou me desfazer da minha máscara?

A pergunta é mais complexa do que parece – quando retornaremos à normalidade, o quão breve os americanos vacinados poderão se abraçar com os entes queridos, reunir-se com os amigos e ir a concertos, shopping-centers e restaurantes sem se sentirem ameaçados pelo coronavírus?

Vacina
Um agente da saúde se prepara para aplicar uma vacina em São Francisco, nos EUA. Foto: Mike Kai Chen/The New York Times

Certamente muitas autoridades estaduais já se dizem prontas. No começo do mês, o Texas suspendeu a ordem de uso de máscaras, e todas as restrições para as empresas. E o Mississipi rapidamente seguiu o exemplo. Os governadores de ambos os Estados citaram como motivo a queda nas infecções e o número crescente de cidadãos sendo vacinados.

Mas a pandemia não acabou e os cientistas aconselham paciência.

Parece claro que pequenos grupos de pessoas vacinadas podem se reunir sem muita preocupação de infectar um ao outro. O CDC (Centros de Prevenção e Controle de Doenças) deverá em breve emitir novas diretrizes liberando pequenas reuniões de americanos inoculados.

Mas quando os vacinados poderão se desfazer das suas máscaras vai depender do quão rapidamente os contágios cairão e qual a porcentagem de pessoas que continuam sem vacinar dentro de uma comunidade.

Por quê? O fato é que os cientistas não sabem se as pessoas vacinadas disseminam o vírus para aquelas que não receberam a vacina. Embora todas as vacinas contra a covid-19 sejam espetacularmente boas na proteção de pessoas contra doenças graves e morte, a pesquisa não respondeu ainda claramente o quão bem elas impedem o vírus de se instalar no nariz de uma pessoa imunizada e depois se propagar para outras.

E agora as variantes do coronavírus que conseguem fugir do sistema imune também estão mudando os cálculos. Algumas vacinas são menos eficazes na prevenção de infecções causadas por algumas variantes e, em teoria, permitem que mais vírus se propaguem.

A pesquisa disponível até agora sobre o quão bem as vacinas impedem a transmissão é preliminar, mas promissora. “Estamos confiantes de que há uma redução”, disse Natalie Dean, bioestatística da Universidade da Flórida. “Não sabemos a magnitude exata, mas não é 100%”.

EUA
Residentes fazem fila do lado de fora de um local de teste para covid-19. Foto: Mike Kai Chen/The New York Times

Mas mesmo uma redução de 80% da taxa de transmissibilidade é suficiente para as pessoas imunizadas deixarem de lado suas máscaras, afirmam especialistas. Especialmente quando a maior parte da população estiver inoculada e o número de casos, hospitalizações e óbitos despencar.

Mas muitos americanos ainda não foram vacinados e muitas pessoas ainda morrem a cada dia. Assim, diante da incerteza quanto à transmissão, mesmo as pessoas já imunizadas devem continuar a proteger as outras usando máscaras, dizem os especialistas.

“Elas devem usar as máscaras até provarmos de fato que as vacinas impedem a transmissão”, afirmou o Dr. Anthony Fauci, diretor do National Institute for Allergy and Infectious Diseases.

A prova ainda não está à mão porque os ensaios clínicos das vacinas foram realizados para testar se elas previnem contra doenças graves e morte, que normalmente é o efeito do vírus sobre os pulmões. A transmissão, por outro lado, é causada pelo crescimento do vírus no nariz e na garganta.

Armados com a vacina, os combatentes imunológicos do corpo coíbem o vírus logo após a infecção, encurtando o período de infecção e eliminando as quantidades de vírus no nariz e na garganta. Isto deve reduzir significativamente as chances de uma pessoa vacinada infectar outras.

Estudos em animais respaldam a teoria. Em um estudo realizado com macacos imunizados e depois expostos ao vírus, sete dos oito animais não apresentaram nenhum vírus detectável nos fluidos nasais e pulmonares, observou Juliet Morrison, especialista em virologia na Universidade da Califórnia, em Riverside.

Testes
Agentes de saúde preparam testes de covid nos EUA. Foto: Mike Kai Chen/The New York Times

Similarmente, dados obtidos a partir de um estudo com dezenas de participantes no ensaio clínico da Moderna, que foram testados depois da segunda dose da vacina, sugerem que a primeira dose reduziu em dois terços os casos de infecção.

Outro pequeno conjunto de dados foi divulgado recentemente envolvendo o ensaio da Johnson & Johnson. Os pesquisadores examinaram sinais possíveis de infecção em 3 mil participantes durante 71 dias depois de eles tomarem a primeira dose da vacina. O risco de infecção, nesse estudo, parece ter caído 74%.

Mas os ensaios clínicos podem ter superestimado o poder de uma vacina, porque o tipo de pessoas que participaram deles já era cuidadosa e orientada quanto às precauções a tomar durante o ensaio.

Alguns pesquisadores vêm monitorando as infecções entre pessoas imunizadas em ambientes reais. Por exemplo, um estudo na Escócia envolveu testes realizados a cada duas semanas, independente de sintomas, em trabalhadores da saúde que receberam a vacina da Pfizer e BioNTech. Eles concluíram que a eficácia da vacina na prevenção de uma infecção era de 70% após a primeira dose e 85% após a segunda.

Mas que precauções as pessoas imunizadas devem tomar até que os resultados desses estudos estejam disponíveis? No momento, muitos especialistas acreditam que o que será permitido vai depender em grande medida do número de casos na comunidade circunjacente.

Quanto maior o número de casos, maior a probabilidade de transmissão e a necessidade de mais vacinas eficazes para conter o contágio.

“Se o número de casos cair para zero, não importa se a eficácia é de 70% ou 100%, disse Zoe McLaren, especialista em políticas públicas na universidade de Maryland, referindo-se às vacinas. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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CAIXA ECONÔMICA FEDERAL QUER ENTRAR NO MERCADO DE AÇÕES

 

Caixa Seguridade se reúne com investidores, rumo à IPO bilionário

Aline Bronzati

Sede da Caixa Econômica Federal no setor bancário Sul, em Brasília. FOTO: ANDRE DUSEK/ESTADAO

A Caixa Seguridade iniciou essa semana rodadas de encontros com potenciais investidores no âmbito da sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), apurou o Estadão/Broadcast. As reuniões preliminares, que ocorrem no formato virtual por conta da pandemia, fazem parte do chamado pilot fishing, no jargão de mercado, uma das etapas do processo de abertura de capital.

A expectativa da Caixa Seguridade é atrair investidores de varejo, de olho no forte ingresso desse público na Bolsa por conta dos juros baixos no País. Esse é, inclusive, uma das prioridades dos bancos que assessoram a companhia no IPO. O varejo pode representar até 40% da operação, diz uma fonte. “Há muita expectativa de vir forte para varejo”, diz.

Em paralelo, a Caixa Seguridade deve receber ainda nesta semana, conforme fontes, sinalizações quanto a seu valor de mercado, o valuation, na opinião de analistas sell side. São eles os responsáveis por recomendarem as ações de empresas listadas na Bolsa.

A Caixa Econômica Federal, que controla a Caixa Seguridade, quer vender no máximo até 30% da companhia na terceira tentativa que fará de listá-la na Bolsa, ainda segundo fontes. O valuation da companhia ainda está em discussão. Às vésperas de o IPO ser congelado em meio à pandemia, a operação da Caixa Seguridade era estimada em R$ 15 bilhões, e o objetivo do banco público era avaliá-la entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões.

Na próxima semana, de acordo com o cronograma previsto, deve ser iniciada a etapa conhecida como investor education, quando os analistas procuram os investidores antes do IPO para apresentarem a companhia, bem como seus números. Neste momento, debatem, pela primeira vez, a questão do preço das ações.

Enquanto isso, o contato com investidores está sendo feito pela alta cúpula e a equipe de relações com investidores da Caixa Seguridade. A quantidade de reuniões pedidas estaria elevada, de acordo com fontes, e serve de termômetro para o interesse do mercado na operação.

Efeito Petrobrás, por conta de intervenção pública, pode prejudicar preço de ações

O preço das ações, contudo, pode ser um empecilho nos planos da Caixa de listar seu negócio de seguros. Joga contra, dizem, exatamente os questionamentos de investidores com as estatais no Brasil após o ‘evento Petrobras’ – da intervenção do governo na petroleira, com troca do comando pelo presidente Jair Bolsonaro.

A Caixa, sob o comando de Pedro Guimarães, defendia, no passado, que as ações da operação de seguros teriam de ter um prêmio, ou seja, um valor maior frente às da BB Seguridade, do Banco do Brasil e que serviu de inspiração para a formação da holding da Caixa. “Talvez o mercado pense diferente”, diz uma das fontes, que não acredita que o IPO seja levado adiante, caso o preço fique abaixo do patamar da BB Seguridade.

A Caixa quer mostrar aos investidores que seu negócio é totalmente diferente da Petrobrás. Afinal, trata-se de uma seguradora. Na teleconferência para comentar os resultados da Caixa Seguridade, no início do mês, o presidente da empresa, Eduardo Dacache, foi nesta direção. “A despeito da volatilidade causada pelos recentes acontecimentos, o negócio da Caixa Seguridade é diferente do tema levantado na Petrobras e a gente, inclusive, tem a certeza que para este ano estamos levando uma companhia, se for concluído o tema listagem [na B3], muito mais estruturada”, disse o executivo, na ocasião.

Desde então, outro evento envolvendo a Caixa Seguridade, mais precisamente seu presidente. Dacache teria sido um dos indicados para presidir o Banco do Brasil, no lugar de André Brandão, de acordo com fontes. Apesar de ter apoio do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, e ainda do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do ministro da Economia, Paulo Guedes, a troca não avançou, ao menos por ora.

Restava apenas o presidente Jair Bolsonaro bater o martelo. No entanto, o agravamento da pandemia e a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cenário político deixaram a mudança no comando do BB em segundo plano, conforme mostrou reportagem do Estadão/Broadcast.

Assim, Dacache tem tocado a sua rotina na Caixa Seguridade, dominada pelos processos da abertura de capital. A operação, se concluída, marcará a estreia da Caixa com algum negócio listado em bolsa.

A Caixa Seguridade protocolou o pedido para o IPO junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no início de março. A operação está sendo estruturada pelo próprio banco público, ao lado de Morgan Stanley, Bank of America, Itaú BBA, Credit Suisse e UBS BB.

O Banco do Brasil também está participando para ajudar a turbinar a oferta junto ao investidor de varejo, lembra uma fonte, o que configura um modelo diferente de outros IPOs. Isso porque depois da joint venture com o suíço UBS para desbravar o mercado de capitais, somente o UBS BB tem entrado nas operações.

Procurada, a Caixa não comentou.

SUPERANTICORPOS CONTRA COVID-19 ENCONTRADO NO CORPO DE UM AMERICANO

 

Pesquisadores encontram superanticorpos contra covid-19 em escritor americano

Em abril do ano passado, John Hollis, de 54 anos, viu o amigo com quem divide apartamento ser diagnosticado com covid-19. Além de não se infectar, escritor descobriu ter anticorpos especiais que o protegem até contra novas cepas

Redação, O Estado de S.Paulo

Quando, em abril do ano passado, um amigo com quem divide apartamento foi diagnosticado com covid-19, o escritor americano John Hollis, de 54 anos, achou que ficaria doente. No entanto, Hollis não apenas não desenvolveu a doença, como descobriu possuir um superanticorpo que o impede de ser infectado, inclusive pelas mutações do novo coronavírus.

A descoberta não veio sem sustos. Segundo relatou à TV americana NBC, o escritou chegou a deixar uma carta para o filho adolescente “caso as coisas desmoronassem muito rápido”. Com exceção de alguns problemas de sinusite – que, segundo declarou ao jornal da Universidade de Virgínia, atribuiu a alergias – ele nunca ficou doente.

John Hollis superanticorpo
Após participar de pesquisa com pacientes de covid-19, escritor americano John Hollis descobriu ter superanticorpo que o protege até mesmo contra novas variantes. Foto: Reprodução/ Twitter

Em julho, Hollis estava  na Universidade George Mason, onde trabalha no setor de comunicação, quando comentou com o professor Lance Liotta, um médico e bioengenheiro da instituição, sobre o que tinha vivido meses antes. Liotta então o convidou para participar de um estudo sobre a doença, e o resultado foi impressionante.

O resultado do teste mostrou que Hollis não só havia sido infectado pelo vírus, como havia desenvolvido superanticorpos contra a doença. “Meu queixo bateu no chão”, disse Hollis. “Tive que fazer [Liotta] repetir o que ele me disse pelo menos cinco vezes”, contou à NBC.

Em entrevista à BBC, o médico responsável pelo estudo explicou os anticorpos desenvolvidos por Hollis atacam diversas partes do vírus ao mesmo tempo e o eliminam rapidamente. Na maioria das pessoas, porém, os anticorpos que se desenvolvem para combater o vírus atacam as proteínas das espículas do coronavírus para que ele não infecte as células. 

O problema é que, em uma pessoa que entra em contato com o vírus pela primeira vez, demora certo tempo até que o corpo consiga produzir esses anticorpos específicos, o que permite que o vírus se espalhe.

Ainda de acordo com Liotta, mesmo se diluídos em 1 para mil, seriam capazes de matar 99% dos vírus ativos. “Nós coletamos o sangue de Hollis em diferentes momentos e agora é uma mina de ouro para estudarmos diferentes formas de atacar o vírus”, afirmou Liotta.

“A coisa toda foi surreal”, disse Hollis ao jornal da Universidade de Virgínia – onde frequentou a faculdade. “Fui escritor durante toda a minha vida e não poderia inventar essas coisas se quisesse.”

quarta-feira, 17 de março de 2021

MINAS DECRETA ONDA ROXA

 

ESTADO DE SÍTIO, DE RECOLHER OU LOCKDOW DAS 20 ÀS 5H E TUDO FECHADO DURANTE O DIA, EM MINAS. SÓ FUNCIONAM O QUE APELIDARAM CHAMAR DE “ESSENCIAL”, SEGUNDO DECRETO ESTADUALO sujeito determina, via um empestado Decreto, “estado de sítio”, prendendo o “gado” no curral, como aconteceu antes e durante na segunda guerra mundial entre 1.930 e 1.945.É usado um nome bonito e pomposo, escrito em inglês, ‘lockdow’, e testa por 15 dias, se o gado se revolta, podendo prorrogar e medida extraordinária e pusilânime, mas não retira os pagamentos e deveres dos cidadãos de pagarem as faturas da Cemig, da Copasa, do IPTU, do IPVA, do plano de saúde, do seguro do carro e ou da casa e do ICMS etcétera. Car-Alho. Estamos fudidos com essas medidas sânies e inanes impostadas por essas ações que chegam a ser vistas aos olhos dos trabalhadores como ditadoras.Se você está impedido de trabalhar como irá pagar essas contas acima citadas,?Essas contas e os salários, encargos e aluguéis como você vai pagá-las? Como vai fazer sua feira sem rendimentos? Que pohhhaaaaa. O cara que corta minha grama não executa um trabalho essencial? O bombeiro também não? E o lavador de carro? Quer dizer quem o vendedor de frutas nas ruas, o que vende churrasquinho, o que te oferece salgados num isopor, o entregador de pizzas e hamburguer nenhum deles executam serviços essenciais? Que merda sô, pode não ser pros ditadores e outros asseclas do poder, mas pra eles sim, são serviços essenciais, todos os serviços são, pois é através desses trabalhos que eles põem a comida na mesa e pagam suas contas. Todo serviço é essencial, sim senhor, ora, pois, pois ora bolas. Estamos vivendo sim, a mesma situação aplicada no período do Nazismo alemão, em 1.930 a 1.945 durante a Segunda Guerra Mundial. A História se repete, conheça a História meus amigos. Na época, o cara dizia, quando indagado pela polícia do Estado Nazista a SS ou pela Gestapo a polícia secreta, o que ele fazia – “eu toco piano. Levava uma bala na cabeça, O mesmo acontecia com quem se dizia ser escritor. Essas ocupações e tantas outras, não eram essenciais pro Nazismo. E acaso são hoje pros brasileiros sob o domínio desses ditadores? Há mais de um ano os artistas não se apresentam, porque eles não desempenham serviços essenciais.O povo foi pras ruas no último domingo, 14, em quase todas as capitais e em muitas grandes cidades pedir a intervenção militar e o fechamento do STF, sob os ouvidos moucos e os olhos cegos da imprensa de oposição ao governo federal. Isso aconteceu também no ano passado na mesma data. E a resposta, pelo menos aqui em Minas é esse fechamento do Estado, no dia seguinte, porque não há UTIs disponíveis. Quer dizer que prendendo as pessoas em casa prender-se-á o vírus também? Depois de 15 dias estará tudo resolvido? Não virá ninguém com o vírus trazido lá de outros estados e até mesmo do exterior? Que lúgubre e rôta atitude em nome de salvar vidas. Cadê o hospital de campanha montado em BH pela iniciativa privada? Cadê os que foram montados em várias cidades do interior? Chega ser inacreditável o que está acontecendo. São platitudes que geram quizilas e que por inescrutáveis razões são inventadas sem tergiversar. Ou será que são devidamente analisadas por esses demiurgos que dizem trabalhar para o povo? São atos e atitudes mordazes que eclipsam os direitos do cidadão, o de ir e vir e o de trabalhar. Estou muito contristado com este estupor.

ENTENDA A LEI DO NOVO MARCO DO GÁS

 

Novo Marco do Gás: Entenda como funciona a lei que pode reduzir o preço do insumo no País

Aprovada hoje pela Câmara, medida deve atrair investimentos, aumentar a competição e evitar a formação de monopólios no setor; com isso, governo espera reduzir o custo para o consumidor final

Redação, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – O Novo Marco do Gás é a aposta do governo para reduzir o preço do insumo, atrair investimentos, aumentar a competição e evitar monopólios. A queda de custo deve atingir principalmente os principais consumidores do gás natural – a indústria e o setor de energia termelétrica. Mas a expectativa do governo é que essa redução seja repassada ao consumidor final.https://493500f110cc28f153e6586f3670b267.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html

Já o Ministério de Minas e Energia, calcula que o programa pode destravar R$ 32,8 bilhões em investimentos em infraestrutura para gás no país até 2032. Entenda, logo abaixo, como a nova lei vai funcionar na prática e quais mudanças ela deverá trazer para o setor:

Gás natural
Gás natural é extraído de perfurações, tanto em terra quanto no mar. Foto: Marcos de Paula/Estadão

O que é o gás natural?

O gás natural é um combustível fóssil normalmente encontrado em camadas profundas do subsolo, associado (dissolvido) ou não ao petróleo. Ele é extraído por meio de perfurações, tanto em terra quanto no mar. No Brasil, a maior parte da produção é associada ao petróleo.

Onde ele é usado? Por quem?

A grande consumidora de gás natural no país é a indústria, que usa 52% do total produzido. As fábricas utilizam o gás como combustível para fornecimento de calor e geração de eletricidade, mas também como matéria-prima nos setores químico e petroquímico, principalmente para a produção de metanol e de fertilizantes. É usado ainda como redutor siderúrgico na fabricação de aço. Em seguida, com 33%, está o setor de geração elétrica, com as termelétricas. Depois vem o uso como combustível automotivo (GNV), com 9%. Outros 4% são utilizados por cogeração de energia, enquanto o uso residencial (em fogões e para aquecimento de chuveiros, por exemplo) e o feito por estabelecimentos comerciais respondem, cada um, por apenas 1% do consumo total.

Qual a diferença para o gás de cozinha?

O gás natural que chega à residência dos consumidores é o gás encanado. O chamado gás de cozinha, vendido em botijões, é de outro tipo: o gás liquefeito de petróleo (GLP). O primeiro é composto principalmente por metano e etano e é uma substância mais leve que o ar, enquanto o segundo é uma mistura de hidrocarbonetos, entre eles os gases butano e propano, e é mais pesado do que o ar.

Quem produz gás natural no Brasil?

Além da Petrobrás, o País tem cerca de 30 outras empresas que produzem gás natural. Mas a estatal responde pela grande maioria da produção.

Quem distribui?

Em geral, a distribuição de gás natural é feita separadamente por Estado, na maioria por empresas estatais. A Petrobrás é sócia de 20 das 27 distribuidoras.

Qual o tamanho da Petrobrás nesse mercado?

Segundo o governo, a estatal responde por 77% da produção nacional e por 100% do que é importado de outros países. A empresa opera boa parte das infraestruturas essenciais. Está saindo da malha de transporte e vendendo seus ativos. Além disso, assinou um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em que se compromete a dar acesso às suas unidades de processamento de gás natural (UPGN) e vender ou arrendar ao menos um terminal de liquefação e regaseificação de GNL.

Quanto custa?

O preço do gás natural do Brasil é alto na comparação com outros países, de US$ 12 a US$ 14 por milhões de BTUs (unidade térmica britânica, na sigla em inglês), de acordo com dados apresentados pelo ministro de Minas e EnergiaBento Albuquerque, à Câmara dos Deputados. Nos Estados Unidos, por exemplo, o preço é de aproximadamente US$ 3 e em países da Europa, US$ 7.

O que diz a lei?

  • Estabelece o regime de autorização para gasodutos. Desde 2009, o regime é de concessão, mas nenhum gasoduto foi construído no período. Com a autorização, o processo é mais simples e cada agente poderá construir, ampliar, operar e manter livremente as estruturas de transporte, por sua conta e risco.
  • Assegura o livre acesso a terceiros de infraestruturas essenciais como gasodutos de escoamento, unidades de processamento de gás natural (UPGN) e terminais de liquefação e regaseificação de GNL. As empresas deverão pagar por esse acesso – hoje, restrito aos donos, no caso à Petrobrás. Isso vai possibilitar entrada de novos produtores e comercializadores que eventualmente não tenham interesse ou recursos para construir um duto próprio.
  • Impede a relação societária direta ou indireta entre transportadores, exercida por monopólio, e produtores e comercializadores, em regime competitivo.
  • Estabelece regime de autorizações para a estocagem subterrânea de gás natural, por conta e risco do interessado. Hoje, o Brasil não conta com essa atividade, que proporciona melhor atendimento e mais segurança a clientes com grande demanda, como termelétricas.
  • Prevê regime de contratação de capacidade de gás por pontos de entrada e saída na malha de gasodutos de transporte. Isso agiliza e desburocratiza a prestação do serviço de transporte.
  • Dá segurança jurídica ao mercado de gás, ao consolidar várias regras de mercado em uma única lei.

O que isso deve significar na prática?

O objetivo é aumentar o número de empresas atuantes no mercado de gás, rompendo assim o monopólio da Petrobrás. A ideia é que, com mais empresas competindo no mercado, o preço seja reduzido. O governo também vai incentivar os Estados a privatizarem suas empresas e atualizarem os marcos regulatórios próprios, já que a competência para legislar sobre distribuição de gás é dos governadores.

Qual a redução de preço esperada?

O ministro Paulo Guedes disse “pode ser que caia 40% em menos de dois anos até”. Já o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirma que o mercado vai regular o preço. “Não somos nós que vamos dizer quanto que o valor do gás vai cair ou não. A expectativa é que em torno de dois ou três anos o preço do gás tenha uma forte redução.”

Quanto o novo mercado deve movimentar?

O Ministério de Minas e Energia, calcula que o programa pode destravar R$ 32,8 bilhões em investimentos em infraestrutura para gás no país até 2032.

A energia pode ficar mais barata?

O governo diz que, com a abertura do mercado, o preço do gás natural poderá cair e, consequentemente, o preço da energia elétrica, já que parte das usinas térmicas usam o combustível para gerar eletricidade. O preço baixo deve impulsionar a construção de novas usinas a gás, em substituição às termelétricas a diesel e óleo combustíveis, que são mais poluentes e produzem energia cara.

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