quinta-feira, 11 de março de 2021

O BRASIL HOJE É A MAIOR BOMBA-RELÓGIO DA PANDEMIA NO MUNDO

 

Miguel Nicolelis: “É um consenso mundial que o Brasil hoje é a maior bomba-relógio da pandemia”

Morris Kachani

Desde dezembro, o neurocientista e professor titular da universidade Duke Miguel Nicolelis vem propondo que se crie uma Comissão de Salvação Nacional, contando com lideranças do Congresso, STF, governadores, entidades científicas e da sociedade civil, para que se tomem as decisões mais adequadas no manejo da pandemia em todos os aspectos. É preciso ouvi-lo.

Assista à entrevista: https://youtu.be/4hvpA2VnB6ohttps://www.youtube.com/embed/4hvpA2VnB6o?feature=oembed&enablejsapi=1&origin=https%3A%2F%2Fbrasil.estadao.com.br

“O momento é absolutamente crítico, é como se estivéssemos em Fukushima há alguns anos e o cara na sala de controle percebesse que o reator nuclear saiu completamente de controle e havia se iniciado uma reação em cadeia irreversível. É mais ou menos essa a metáfora que eu faria neste momento. É uma situação cataclísmica, e a OMS sabe disso”.

“Nós somos o maior laboratório a céu aberto do mundo para que um número de mutações gigantesco, estamos falando de bilhões de mutações, levem a possibilidade do aparecimento de variantes mais infecciosas, mais transmissíveis e mais letais. Nós temos a possibilidade de sermos pioneiros na confecção de um novo vírus, um covid3 aí, porque se você começar a misturar RNA de diferentes vírus e haver um processo de hibridização, você pode facilmente criar uma espécie, um novo vírus que aí sim seria uma ameaça a todo o planeta, porque nenhuma das vacinas teria ação”

“Nós precisamos de um lockdown nacional rígido real de pelo menos 21 dias. Isso é apoiado pela comunidade internacional científica. Um lockdown onde você restrinja o fluxo pelas rodovias e o espaço aéreo brasileiro e internacional, para evitar novas variantes. Nós recebemos a variante da Califórnia semana passada, muito provavelmente vamos receber a de Nova Iorque também, já temos a do Reino Unido, da África do Sul, temos a nossa própria, provavelmente vamos ter mais variantes brasileiras. Junto com isso precisamos aumentar o número de pessoas vacinadas na ordem de dez vezes”

“As escolas deveriam estar fechadas, elas nunca deveriam ter aberto. A maior irresponsabilidade cometida nesse país foi a abertura de escolas no meio de uma pandemia fora de controle. Essa decisão é condenada internacionalmente pelos maiores centros de pesquisa do mundo”

“Os óbitos e casos americanos estão caindo para o que foi o equivalente à primeira onda deles, no começo do ano passado. Bem abaixo do que aconteceu no começo do inverno. Então nós somos nesse momento o epicentro da pandemia mundial e com os números contrários ao resto do mundo. Aqui estão subindo e com a possibilidade de milhões de mutações ocorrerem e diversas variantes surgirem por causa desse descontrole do espalhamento do vírus.

Enquanto isso, a maioria das sociedades e economias equivalentes ao Brasil fizeram medidas corretas, como o lockdown na Europa – que perdura na Alemanha, pela terceira vez seguida, e no Reino Unido. Você só precisa ver as curvas e como as medidas funcionaram na contenção do vírus. E agora com a vacina melhorou mais”.

“O Brasil tinha plenas condições de ter sido um dos melhores exemplos do mundo por causa do SUS e nossa campanha de vacinação, que traz vários cases de sucesso. Esta expectativa não era só minha, mas da comunidade científica internacional”.

“O governo é completamente responsável. Há razões para várias aberturas de processo na Corte Internacional. Ninguém esperava a calamidade e a inépcia com a qual o governo brasileiro tratou essa pandemia. Vai ser um case oposto, negativo, do que não fazer na pandemia. A única coisa que Bolsonaro poderia fazer era renunciar porque claramente não tem dignidade para o cargo que ocupa. Tava na hora dele pedir o boné”.

“Tirando o genocídio indígena e a escravidão, este é o evento mais danoso do ponto de vista humanitário e de perda de vidas de nossa história. A sociedade brasileira precisa deixar o hedonismo de lado porque o hedonismo parece ser maior que o instinto de sobrevivência por aqui. Além do desmando do governo federal, nossa atitude enquanto nação e sociedade deixa muito a desejar nesse momento”.

“Ninguém quer vir pra cá. E quem é brasileiro e viaja pelo mundo está sendo tratado como se fosse proveniente de uma colônia de leprosos da Idade Média. É isso que vai acontecer daqui pra frente”.

“Não estou apreensivo com o presente, estou apreensivo com o futuro, se nada fizermos. Se a gente deixar o braço solto nós vamos chegar a 500 mil óbitos no começo do ano que vem ou mais rápido que isso”.

“Temos 500 mil funcionários de saúde infectados, é um recorde mundial. Uma morte a cada 19 minutos. A cada perda, perdem-se dezenas de atendimentos que poderiam ser feitos por dia”.

“Um dos erros gigantescos na conduta da pandemia, enumerados por especialistas ouvidos pelo New York Times, foi o de se criar comitês científicos nos quais membros da comunidade de negócios detêm mais poderes em decidir que a voz da ciência e medicina. Isso foi repetido no Brasil por alguns governos que ainda acham que podem manter escolas e cultos em aberto com as UTIs próximas do colapso. Quando Biden empoderou o comitê cientifico, mudou tudo no país. Os EUA estão começando a ver uma luz”.

“A cidade mais rica do Brasil nunca teve um lockdown real. Nunca fez o que era preconizado nem mesmo pelo seu comitê científico, que foi rejeitado pelos políticos, pelo governador, que tem na assessoria econômica a voz mais alta do controle da pandemia”

“Quando a história sobre esta pandemia for contada, São Paulo surgirá como um dos piores manejos da crise desde o começo. Se São Paulo tivesse se fechado como Wuhan, teríamos evitado grande parte dos problemas. Até junho do ano passado São Paulo foi o grande disseminador do vírus pelo país”

“Governador Doria, é preciso ouvir seu comitê e trancar São Paulo, não tem como evitar. Se o HC colapsar -e a taxa de ocupação da UTI já está acima de 80%-, o Brasil colapsa integralmente e aí vai ser bem difícil. Não quero nem comentar a série de colapsos que se seguiria, porque traria coisas irreversíveis por muito tempo”.

“É evidente que o governo federal rateou, fez todas as besteiras possíveis. Nós poderíamos ter dezenas de milhões de doses da Pfizer e de outras vacinas que foram oferecidas ao Brasil.

As vacinas querem vir para cá porque o índice de adesão é muito mais alto proporcionalmente per capita do que em outros países, como por exemplo nos EUA. Então todas as empresas farmacêuticas têm o Brasil como um mercado preferencial porque elas sabem que elas vão vender um número de doses muito grande, e como tudo leva a crer que será uma vacina que precisa ser renovada anualmente, como a da gripe, você garantir o mercado brasileiro é um grande breakthrough para sua empresa, você está falando de bilhões de dólares anuais. O Brasil tem uma das maiores reservas em dólar no mundo. Pra que serve essa reserva? Entre outras coisas pra comprar vacinas como essas”.

“O Brasil pode ser um dos últimos países do mundo a sair desse problema [pandemia]”.

“Os cientistas confirmaram que a AstraZeneca, a Pfizer e aqui no Brasil a Coronavac, as três neutralizam a variante brasileira. A verdade é que isso pode ser uma notícia boa temporariamente, porque se outras variantes aparecerem, as vacinas podem deixar de ter efeito”.

“Não foi a variante da Amazônia que criou o que nós estamos vivendo. Foram as eleições. Ninguém se opôs à realização delas. Os cientistas falaram que elas tinham que ser adiadas, mas ninguém nos deu ouvidos. Depois vieram os eventos natalinos, as festas de final de ano e o carnaval. Mesmo com 1.500 pessoas morrendo – e talvez hoje e amanhã a gente bata o recorde, é muito provável que nos próximos dias a gente passe a 2000 óbitos por dia -, as pessoas continuam a festejar. Nós estamos jogando futebol. Amanhã começa campeonato com times indo pra cima e pra baixo e ninguém fala nada, sendo que estes podem ser eventos disseminadores gigantescos”.

Miguel Nicolelis: “É um consenso mundial que o Brasil hoje é a maior bomba-relógio da pandemia”

Morris Kachani

Desde dezembro, o neurocientista e professor titular da universidade Duke Miguel Nicolelis vem propondo que se crie uma Comissão de Salvação Nacional, contando com lideranças do Congresso, STF, governadores, entidades científicas e da sociedade civil, para que se tomem as decisões mais adequadas no manejo da pandemia em todos os aspectos. É preciso ouvi-lo.

Assista à entrevista: https://youtu.be/4hvpA2VnB6ohttps://www.youtube.com/embed/4hvpA2VnB6o?feature=oembed&enablejsapi=1&origin=https%3A%2F%2Fbrasil.estadao.com.br

“O momento é absolutamente crítico, é como se estivéssemos em Fukushima há alguns anos e o cara na sala de controle percebesse que o reator nuclear saiu completamente de controle e havia se iniciado uma reação em cadeia irreversível. É mais ou menos essa a metáfora que eu faria neste momento. É uma situação cataclísmica, e a OMS sabe disso”.

“Nós somos o maior laboratório a céu aberto do mundo para que um número de mutações gigantesco, estamos falando de bilhões de mutações, levem a possibilidade do aparecimento de variantes mais infecciosas, mais transmissíveis e mais letais. Nós temos a possibilidade de sermos pioneiros na confecção de um novo vírus, um covid3 aí, porque se você começar a misturar RNA de diferentes vírus e haver um processo de hibridização, você pode facilmente criar uma espécie, um novo vírus que aí sim seria uma ameaça a todo o planeta, porque nenhuma das vacinas teria ação”

“Nós precisamos de um lockdown nacional rígido real de pelo menos 21 dias. Isso é apoiado pela comunidade internacional científica. Um lockdown onde você restrinja o fluxo pelas rodovias e o espaço aéreo brasileiro e internacional, para evitar novas variantes. Nós recebemos a variante da Califórnia semana passada, muito provavelmente vamos receber a de Nova Iorque também, já temos a do Reino Unido, da África do Sul, temos a nossa própria, provavelmente vamos ter mais variantes brasileiras. Junto com isso precisamos aumentar o número de pessoas vacinadas na ordem de dez vezes”

“As escolas deveriam estar fechadas, elas nunca deveriam ter aberto. A maior irresponsabilidade cometida nesse país foi a abertura de escolas no meio de uma pandemia fora de controle. Essa decisão é condenada internacionalmente pelos maiores centros de pesquisa do mundo”

“Os óbitos e casos americanos estão caindo para o que foi o equivalente à primeira onda deles, no começo do ano passado. Bem abaixo do que aconteceu no começo do inverno. Então nós somos nesse momento o epicentro da pandemia mundial e com os números contrários ao resto do mundo. Aqui estão subindo e com a possibilidade de milhões de mutações ocorrerem e diversas variantes surgirem por causa desse descontrole do espalhamento do vírus.

Enquanto isso, a maioria das sociedades e economias equivalentes ao Brasil fizeram medidas corretas, como o lockdown na Europa – que perdura na Alemanha, pela terceira vez seguida, e no Reino Unido. Você só precisa ver as curvas e como as medidas funcionaram na contenção do vírus. E agora com a vacina melhorou mais”.

“O Brasil tinha plenas condições de ter sido um dos melhores exemplos do mundo por causa do SUS e nossa campanha de vacinação, que traz vários cases de sucesso. Esta expectativa não era só minha, mas da comunidade científica internacional”.

“O governo é completamente responsável. Há razões para várias aberturas de processo na Corte Internacional. Ninguém esperava a calamidade e a inépcia com a qual o governo brasileiro tratou essa pandemia. Vai ser um case oposto, negativo, do que não fazer na pandemia. A única coisa que Bolsonaro poderia fazer era renunciar porque claramente não tem dignidade para o cargo que ocupa. Tava na hora dele pedir o boné”.

“Tirando o genocídio indígena e a escravidão, este é o evento mais danoso do ponto de vista humanitário e de perda de vidas de nossa história. A sociedade brasileira precisa deixar o hedonismo de lado porque o hedonismo parece ser maior que o instinto de sobrevivência por aqui. Além do desmando do governo federal, nossa atitude enquanto nação e sociedade deixa muito a desejar nesse momento”.

“Ninguém quer vir pra cá. E quem é brasileiro e viaja pelo mundo está sendo tratado como se fosse proveniente de uma colônia de leprosos da Idade Média. É isso que vai acontecer daqui pra frente”.

“Não estou apreensivo com o presente, estou apreensivo com o futuro, se nada fizermos. Se a gente deixar o braço solto nós vamos chegar a 500 mil óbitos no começo do ano que vem ou mais rápido que isso”.

“Temos 500 mil funcionários de saúde infectados, é um recorde mundial. Uma morte a cada 19 minutos. A cada perda, perdem-se dezenas de atendimentos que poderiam ser feitos por dia”.

“Um dos erros gigantescos na conduta da pandemia, enumerados por especialistas ouvidos pelo New York Times, foi o de se criar comitês científicos nos quais membros da comunidade de negócios detêm mais poderes em decidir que a voz da ciência e medicina. Isso foi repetido no Brasil por alguns governos que ainda acham que podem manter escolas e cultos em aberto com as UTIs próximas do colapso. Quando Biden empoderou o comitê cientifico, mudou tudo no país. Os EUA estão começando a ver uma luz”.

“A cidade mais rica do Brasil nunca teve um lockdown real. Nunca fez o que era preconizado nem mesmo pelo seu comitê científico, que foi rejeitado pelos políticos, pelo governador, que tem na assessoria econômica a voz mais alta do controle da pandemia”

“Quando a história sobre esta pandemia for contada, São Paulo surgirá como um dos piores manejos da crise desde o começo. Se São Paulo tivesse se fechado como Wuhan, teríamos evitado grande parte dos problemas. Até junho do ano passado São Paulo foi o grande disseminador do vírus pelo país”

“Governador Doria, é preciso ouvir seu comitê e trancar São Paulo, não tem como evitar. Se o HC colapsar -e a taxa de ocupação da UTI já está acima de 80%-, o Brasil colapsa integralmente e aí vai ser bem difícil. Não quero nem comentar a série de colapsos que se seguiria, porque traria coisas irreversíveis por muito tempo”.

“É evidente que o governo federal rateou, fez todas as besteiras possíveis. Nós poderíamos ter dezenas de milhões de doses da Pfizer e de outras vacinas que foram oferecidas ao Brasil.

As vacinas querem vir para cá porque o índice de adesão é muito mais alto proporcionalmente per capita do que em outros países, como por exemplo nos EUA. Então todas as empresas farmacêuticas têm o Brasil como um mercado preferencial porque elas sabem que elas vão vender um número de doses muito grande, e como tudo leva a crer que será uma vacina que precisa ser renovada anualmente, como a da gripe, você garantir o mercado brasileiro é um grande breakthrough para sua empresa, você está falando de bilhões de dólares anuais. O Brasil tem uma das maiores reservas em dólar no mundo. Pra que serve essa reserva? Entre outras coisas pra comprar vacinas como essas”.

“O Brasil pode ser um dos últimos países do mundo a sair desse problema [pandemia]”.

“Os cientistas confirmaram que a AstraZeneca, a Pfizer e aqui no Brasil a Coronavac, as três neutralizam a variante brasileira. A verdade é que isso pode ser uma notícia boa temporariamente, porque se outras variantes aparecerem, as vacinas podem deixar de ter efeito”.

“Não foi a variante da Amazônia que criou o que nós estamos vivendo. Foram as eleições. Ninguém se opôs à realização delas. Os cientistas falaram que elas tinham que ser adiadas, mas ninguém nos deu ouvidos. Depois vieram os eventos natalinos, as festas de final de ano e o carnaval. Mesmo com 1.500 pessoas morrendo – e talvez hoje e amanhã a gente bata o recorde, é muito provável que nos próximos dias a gente passe a 2000 óbitos por dia -, as pessoas continuam a festejar. Nós estamos jogando futebol. Amanhã começa campeonato com times indo pra cima e pra baixo e ninguém fala nada, sendo que estes podem ser eventos disseminadores gigantescos”.

quarta-feira, 10 de março de 2021

GOVERNO DESCARTA CHINESA HUAWEI DA EXPANSÃO DA INTERNET 5G

 

Chinesa Huawei está descartada para fornecer rede privada de 5G para governo, diz ministro

Segundo Fábio Faria, exclusão da chinesa de redes governamentais é algo visto em vários países do mundo; produtos da empresa, no entanto, poderão integrar as redes de 5G que atenderão empresas e consumidores brasileiros







Anne Warth, O Estado de S.Paulo

09 de março de 2021 | 19h16

BRASÍLIA – O ministro das ComunicaçõesFábio Faria, disse que a chinesa Huawei não poderá fornecer equipamentos para a rede privativa de comunicação do governo. Líder mundial na tecnologia 5G, a empresa tem sido excluída de redes governamentais por diversos países do mundo, disse o ministro. Os produtos da Huawei, no entanto, poderão integrar as futuras redes 5G que atenderão empresas e consumidores brasileiros.

“Hoje a Huawei não está apta a participar da rede privativa do governo”, disse o ministro, em audiência pública sobre o 5G na Câmara dos Deputados. “Já são vários os países que estão fazendo redes privativas e a Huawei não entrou em nenhuma até agora.”

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Apesar das pressões norte-americanas sobre diversos países para banir a Huawei das redes 5G, o governo brasileiro decidiu não vetar a companhia, o que somente poderia ser feito por decreto presidencial. Por outro lado, o governo decidiu impor às operadoras, entre as obrigações que elas deverão cumprir no leilão, a construção de uma rede segura de uso exclusivo do governo.

Fábio Faria
‘Huawei não têm interesse em fazer a rede privativa do governo’, disse Faria. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Para fazer esta rede, uma portaria do Ministério das Comunicações estabelece que as teles deverão optar por fornecedores que atendam aos requisitos mínimos de segurança e padrões de governança corporativa exigidos no mercado acionário brasileiro, como regras de governança, transparência e visibilidade sobre as decisões da companhia. Não será obrigatório que as empresas tenham capital aberto.

As exigências levaram a interpretações de que essa alternativa evitou um banimento mais amplo da Huawei nas redes do 5G que serão usadas pela população, como queriam as operadoras e a área econômica do governo, mas impediu que equipamentos da fornecedora sejam utilizados para transportar informações do governo – como desejavam as alas militar e ideológica.

De acordo com o ministro, a restrição não afeta em nada a companhia chinesa, que não teria manifestado interesse em integrar essa rede segura nem em fazer adequações que permitissem sua eventual participação. “Estive na China e eles não têm interesse em fazer a rede privativa do governo”, disse.

Procurada para comentar as declarações do ministro, a Huawei evitou polêmica. “A Huawei está no Brasil há mais de 23 anos, sempre trabalhando com integridade, ética e transparência. Estamos comprometidos com nossos clientes, parceiros e com a transformação digital do País”, disse a empresa.

Faria disse que a finlandesa Nokia tem se especializado nesse tipo de solução para governos e foi a fornecedora escolhida para a rede privativa dos Estados Unidos. Ele disse ainda que a rede segura “não é para o governo Bolsonaro“, mas para o País e para as próximas administrações também.

“Como é comunicação sensível, colocamos pré-requisitos nessa comunicação, como um acordo de acionistas que seja o mesmo do mercado acionário brasileiro”, afirmou o ministro. “É direito do governo escolher que parceiro vai querer”, acrescentou.

Telebrás

Faria disse ainda que as teles manifestaram preocupação com o fato de que a Telebrás poderá operar a rede privativa do governo, pois a estatal teria privilégios e poderia até mesmo vir a concorrer com as teles privadas no mercado.

Ao se referir à rede privativa, a portaria do ministério faz remissão a um decreto que deixa claro que a função de gerenciamento da rede seria da Telebrás, mas o ministro disse que um novo decreto será editado para mudar essa atribuição. O Ministério da Economia também vê com restrições essa possibilidade, pois quer privatizar a estatal.

“Só será a Telebrás em último caso, se não tiver ninguém interessado em operar a rede”, afirmou o ministro. “Quem vai fazer a rede é o setor privado, e quem vai gerir é o privado também.

O Ministério das Comunicações propôs à Anatel que inclua no edital do 5G um teto de R$ 1 bilhão para a construção da rede privativa. A infraestrutura será de fibra óptica e deverá alcançar todo o território nacional onde houver órgãos públicos federais. No caso específico do Distrito Federal, sede do Executivo, as redes deverão ser móveis, e para os outros locais, fixa.

Além dos órgãos públicos, a rede segura deverá atender a todas as atividades de segurança pública, defesa, serviços de socorro e emergência, resposta a desastres e outras atribuições críticas que envolvam comunicação estratégica de Estado. Para isso, ela deverá conter criptografia. Segundo o ministro, os outros poderes, como o Legislativo e o Judiciário, além do Ministério Público, poderão usar a rede do governo caso desejem.

INVESTIDOR FICA COM RECEIO DE INVESTIR NO NOVO CENÁRIO POLÍTICO

 

Novo cenário político faz consultorias preverem deterioração na economia

Economistas de consultorias como MB Associados e LCA afirmam que PIB de 2022 pode crescer menos com disputa entre Bolsonaro e Lula

Luciana Dyniewicz, O Estado de S.Paulo

A incerteza gerada pelo novo cenário político, com a possibilidade de o ex-presidente Lula se candidatar e o risco de o presidente Jair Bolsonaro adotar uma agenda mais populista para ganhar popularidade até 2022, que se soma a um cenário já conturbado na economia, já fez consultorias e corretoras reverem suas projeções macroeconômicas para este ano e para o próximo. Em linhas gerais, os economistas apostam em inflação e taxa de juros mais altos, real mais desvalorizado e PIB mais fraco em 2022.

A MB Associados reajustou, nesta terça-feira, 9, suas estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, de 4% para 4,3%, e para a taxa básica de juros (Selic) em dezembro, de 4% para 5,5%. A consultoria também anunciou que deve rever a projeção do PIB de 2022 de 2,4% para abaixo de 2%.

“Temos dois candidatos com dificuldade de fazer gestão de política macroeconômica equilibrada. Bolsonaro está agora ainda mais impaciente para entregar algo para a população. Do lado do Lula, não o vejo fazendo uma Carta ao Povo Brasileiro. Não o vejo se aproximando do mercado. Ao contrário, a dificuldade em se relacionar com o mercado cresceu depois do impeachment da Dilma”, diz o economista-chefe da MB, Sérgio Vale.

Lula
Com retorno de Lula à política, Bolsonaro pode avançar nas medidas econômicas populistas, dizem analistas Foto: REUTERS/Amanda Perobelli (15/11/2020)

Segundo ele, o estresse atual no mercado financeiro decorrente da incerteza política deve pressionar de forma mais permanente os preços dos ativos, como a moeda, que já está se desvalorizando. Um real mais fraco afetará o preço dos importados e, portanto, elevará a inflação. Esse cenário deve fazer o Banco Central subir a taxa de juros, o que terá um impacto negativo na atividade econômica do próximo ano.

A Necton Investimentos também revisou o IPCA, de 4,1% para 4,58%, e a Selic, de 4% para 5%. Segundo o economista-chefe da corretora, André Perfeito, o que deve pressionar mais inflação e juro, agora, é o comportamento do presidente Bolsonaro. Perfeito diz ver Bolsonaro em posição fragilizada, encurralado por diferentes atores políticos, e tendo de escolher quem serão seus aliados. Nessa situação, pode optar por medidas populistas para evitar perder sua popularidade entre, por exemplo, militares e servidores, se indispondo com o mercado. “Há um conjunto de pressões em torno do presidente, e a questão Lula é mais uma que o joga para uma situação de desconforto.”

O economista afirma ainda que a incerteza política aumentou, o que eleva também o risco de se investir no País e a taxa de juros que os investidores pedem para emprestar ao governo. Tudo isso pode reduzir a quantidade de crédito na economia e dificultar a retomada econômica.

Apesar de a consultoria LCA não ter mexido em suas projeções, seu economista-chefe, Braulio Borges, afirma que possivelmente terá de elevar a atual estimativa da Selic – hoje em 4,5%. Para o PIB deste ano, ele acha difícil haver um resultado inferior aos 3,2% que projeta hoje por causa do carrego estatístico (quando a base de comparação é baixa – o resultado médio do PIB em 2020 -, mas o ponto de partida é elevado por conta da recuperação ao longo do último semestre do ano). Borges admite, no entanto, que talvez tenha de rever para baixo o de 2022, atualmente em 3%.

Essa possível deterioração em suas estimativas, afirma o economista, também decorre do aumento da incerteza com o retorno de Lula à política. “A incerteza é a inimiga número um da decisão de se investir. O empresário vai postergando o plano de investimentos. E essa incerteza aumentou também porque não sabemos qual figurino o Lula vai vestir. Embora ele tenha sido pragmático a maior parte do tempo em que esteve na presidência, ele pendeu mais para a extrema esquerda nos últimos anos.”

A Tendências Consultoria deve divulgar suas novas projeções amanhã. O economista Silvio Campos Neto, sócio da empresa, destaca que a mudança no cenário da corrida eleitoral tem impacto maior sobre o câmbio. Outras revisões que estão sendo feitas decorrem também de alterações na economia internacional e no aumento dos riscos fiscais. 

Para Campos Neto, a possível disputa entre Lula e Bolsonaro em 2022 interfere sobretudo no mercado financeiro no curto prazo. No médio prazo, pode fazer com que empresas retardem apenas os grandes investimentos. “Elas podem preferir aguardar uma definição do cenário político para ver para onde as coisas vão caminhar, mas o foco hoje ainda é a pandemia. Parte da recuperação está preservada no segundo semestre. Decisões de dia a dia de consumo de famílias e de empresas, como ajuste em estoque, estão preservadas.”

Já na visão do diretor-executivo para as Américas da consultoria de risco político Eurasia, Christopher Garman,a retomada da economia independe da nova disputa política e paira sobre o controle da pandemia nos próximos 45 dias. “Se a gente atravessa esse período e a economia se recupera no segundo trimestre, aí Bolsonaro pode ser favorito independentemente do que o Lula fizer. Se o quadro sanitário ficar mais dramático, Lula será uma camada de incerteza a mais.”

PARA ENGANAR OS ELEITORES LULA VAI ADOTAR DISCURSO DE SALVAÇÃO NACIONAL

 

Em confronto com Bolsonaro, Lula vai adotar discurso de salvação nacional no retorno à cena política

Ex-presidente rechaça frente ampla de partidos para 2022 e é aconselhado a aposentar “jararaca”

Vera Rosa, O Estado de S.Paulo

Disposto a assumir a liderança da oposição ao presidente Jair Bolsonaro a partir desta quarta-feira, 10, Luiz Inácio Lula da Silva vai adotar agora um discurso de “salvação” nacional, que prega menos armas e mais vacina. Nesse retorno à cena política, reabilitado para se candidatar em 2022, Lula foi aconselhado por advogados a não ressuscitar a “jararaca” e a adotar o figurino “paz e amor”.

O ex-presidente se debruçou com mais entusiasmo sobre uma série de pesquisas indicando que seu atual potencial de votos é maior do que o de Bolsonaro após ser surpreendido pela decisão do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal FederalO magistrado anulou, na segunda-feira, 8, todas as condenações proferidas contra o petista pela Justiça Federal de Curitiba.

Tudo o que Lula deseja, agora, é destruir o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro, que o condenou por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. A avaliação de seus advogados é que, na retomada do julgamento do Supremo, ficará provada a parcialidade de Moro ao agir como “assistente da acusação”, e não como juiz. Se isso ocorrer, os processos contra o ex-presidente não serão apenas transferidos de Curitiba para Brasília, como determinou Fachin, mas virarão pó.

Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em São Bernardo do Campo, na Grande SP Foto: REUTERS/Amanda Perobelli (15/11/2020)

Uma ala do PT, porém, não quer que Lula pós-Lava Jato apareça como um pote até aqui de mágoa. Em março de 2016, depois que Moro determinou sua condução coercitiva para prestar depoimento à Polícia Federal, o ex-presidente não se conteve. “Se quiseram matar a jararaca, não fizeram direito, pois não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca está viva”, anunciou ele à época, em tom inflamado.

Sob o argumento de que os maiores adversários de Bolsonaro são a pandemia e a economia, o PT se movimenta agora para conquistar protagonismo na disputa de narrativas. Tem pronto, por exemplo, um Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil, produzido em parceria com a Fundação Perseu Abramo. Para o PT, o País vive sob “tutela militar do poder civil” e precisa de uma mudança “estrutural”, embalada por um projeto de desenvolvimento que tenha maior presença do poder público.

Com o futuro ainda incerto, Lula não admite com todas as letras a candidatura, mas seu discurso é de candidato. Não foi à toa que ele escolheu o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo – berço do PT e de onde saiu em direção à prisão de Curitiba, em abril de 2018 -, para se reposicionar no jogo como “vítima de  perseguição judicial”.

Ainda que possa haver uma reviravolta judicial de última hora, a anulação das condenações impostas pela Lava Jato a Lula é definida nos bastidores do Supremo como “prego sem cabeça”, que não se tira.

Na prática, o quadro obriga o PT a rediscutir o cenário eleitoral. No início do mês passado, a contragosto da cúpula do partido, Lula havia dado sinal verde para o ex-prefeito Fernando Haddad viajar pelo País e pôr na rua a campanha. O ex-presidente diz que Haddad, derrotado por Bolsonaro na eleição de 2018, é hoje o “melhor nome” para representar o PT, com o passaporte de 47 milhões de votos. Ele próprio, no entanto, decidiu retomar as viagens, principalmente ao Nordeste – região onde o PT perdeu eleitores para Bolsonaro -, após tomar a vacina contra o coronavírus. Aos 75 anos, Lula deve receber a primeira dose na próxima semana.

Em recente reunião com dirigentes de partidos que pregam a construção de uma “frente ampla” para derrotar Bolsonaro, Lula avisou que o PT terá candidato próprio, em 2022. Defendeu a unidade da esquerda, mas com o PT na cabeça da chapa, e um “pacto de não agressão”. Não foi só: disse não acreditar numa frente tipo geleia geral, como a que vem sendo proposta, com um pé no centro, porque todos querem lançar concorrentes no primeiro turno.

A portas fechadas, o ex-presidente observou que não basta vencer Bolsonaro. No seu diagnóstico, o desafio é “encontrar saídas” para superar a grave crise e conseguir governar o Brasil.

Nessa nova fase, porém, Lula não pode mais apresentar fisionomia sectária nem retórica para “dentro”, se quiser se aproximar dos eleitores perdidos, da classe média, dos indecisos e daqueles que dizem votar em Bolsonaro por falta de opção. Não se trata apenas de aposentar o “nós contra eles”, que por muitos anos marcou a tradicional polarização com o PSDB.

O alicerce para construir uma aliança que ultrapasse as fileiras petistas depende agora de um discurso mais arejado e menos ressentido. A “jararaca” está viva, mas não deve dar as caras.

LIÇÕES PARA CRIAR VANTAGEM COMPETITIVA NA CRISE

 

Como criar vantagem competitiva na crise

Entrevista com Aureo Zanotta Villagra, CEO da Goldratt Consulting Brasil.

Na crise, uma tomada de decisão mal feita pode prejudicar uma empresa gravemente. Qual é o erro mais comum que as empresas cometem em um ambiente de incertezas?

Todos procuram por sobrevivência em momentos como esse e a coisa mais fácil a se fazer é cortar custos. Algumas vezes isso realmente é necessário, mas na maioria delas focar apenas em cortar custos não é a melhor estratégia. Quando o caixa da empresa está comprometido não há liberdade de manobra, mas se este não é o caso a decisão deve ser muito bem pensada. Cortar custos de forma linear, especialmente com reduções de pessoal, normalmente afeta a capacidade da empresa em entregar valor. De uma forma ou outra, ela reduz seus serviços, sua flexibilidade ou sua agilidade em servir seus clientes.

Que impacto a empresa sofreria com isso?

A empresa poderá focar-se muito nos seus objetivos de curto prazo, entregar o lucro do trimestre e prejudicar seus objetivos de longo prazo, manter-se competitiva e crescendo no mercado. Um caso clássico foi a demissão do Steve Jobs pela Apple para colocar um CEO focado somente em reduzir custos e aumentar o preço dos produtos. Quase colocou o fim em uma das empresas mais valiosas do mundo pelo não entendimento desse dilema entre curto e longo prazo. Em um mercado B2B a degradação do nível de serviço ao cliente também pode afetar a performance futura das vendas. O ideal é transformar a crise em uma oportunidade e não aumentar ainda mais o problema com decisões focadas em curto prazo.

E como é possível transformar a crise em uma oportunidade nessas condições?

Em uma situação de crise generalizada os clientes da empresa provavelmente também estão em um ciclo de demissões e corte de despesas, muitas vezes precisando mais ainda da ajuda de seus fornecedores, mais serviços, flexibilidade e velocidade. Eles precisam diminuir estoques, por exemplo, e reduzir a atenção gerencial nos processos de controle. Por outro lado seus concorrentes provavelmente também reduziram quadros e não estão prontos para oferecer mais serviços.

Nessa situação o gap entre a necessidade de valor e a oferta de valor tende a aumentar sistemicamente criando uma grande oportunidade para a aplicação da estratégia do Oceano Azul. Parece ser um paradoxo, mas não é, o momento de crise é a melhor hora para olhar para essa estratégia, pois o Oceano Azul está maior e todos estão preocupados em cortar custos ao invés de prestar atenção na nova realidade. Com certeza é importante proteger seu caixa e seus gastos, mas sem nunca deixar de pensar em como entregar mais valor para seu cliente.

Mas como fazer isso na prática?

A abordagem da Teoria das Restrições (TOC) é bem clara quanto à isso, comece entendendo o negócio de seu cliente e suas principais dores. A chave de tudo é construir uma vantagem competitiva decisiva, ser muito melhor do que sua concorrência em algo que seu cliente realmente precisa para trabalhar na crise. Imagine por exemplo se ele precisa trabalhar com menos estoques para liberar caixa mas sem sofrer com rupturas. Se você utilizar os processos de operação e distribuição de TOC pode atingir níveis muito altos de giros de estoque e produtividade da operação.

Um case público é a Guararapes produzindo para a Riachuelo com um lead time 50% menor, menos atrasos e aumentando a produtividade em mais de 30% na produção. Uma leitura que dá uma boa ideia desta abordagem é o livro A Meta, de Eli Goldratt. Vale a leitura. Imagine uma empresa que vende projetos em um mercado onde a confiabilidade é muito importante! O que aconteceria se você oferecesse projetos com prazos de entregas mais curtos que a média de mercado e com garantia contratual de entrega no prazo, inclusive com pesadas multas por atrasos?  Aplicando gestão de projetos com Teoria das Restrições você poderia criar as condições necessárias para poder fazer essa oferta. Nesse caso uma boa referência é o livro Corrente Crítica também do Eli Goldratt.

Qual o segredo para garantir sucesso em uma estratégia como essa?

Agir com foco! Qualquer um pode ajustar um orçamento cortando custos em todas as partes possíveis até atingir o número necessário. O segredo é ter uma visão estratégica que crie valor para a empresa, hoje e no futuro. A longo prazo, a única maneira de atingir esse objetivo é realmente criando valor para seu mercado.

E não menos importante é ter foco na execução dessa ideia! E foco significa decidir o que precisa ser feito mas sobretudo o que não deve ser feito. Todos os recursos financeiros e humanos devem ser concentrados na busca desta visão estratégica. Buscar melhorar tudo o que pode ser melhorado de uma só vez é uma ótima maneira de destruir a produtividade da equipe gerencial em busca de pequenos ganhos que não colaboram de fato na implantação da estratégia.

A Plataforma Comercial da Startup Valeon é uma empresa nacional, desenvolvedora de soluções de Tecnologia da informação com foco em divulgação empresarial. Atua no mercado corporativo desde 2019 atendendo as necessidades das empresas que demandam serviços de alta qualidade, ganhos comerciais e que precisam da Tecnologia da informação como vantagem competitiva.

Nosso principal produto é a Plataforma Comercial Valeon um marketplace concebido para revolucionar o sistema de divulgação das empresas da região e alavancar as suas vendas.

A Plataforma Comercial Valeon veio para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos produtos/serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada nos seus serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

Diferenciais

  • Eficiência: A Valeon inova, resolvendo as necessidades dos seus clientes de forma simples e direta, tendo como base a alta tecnologia dos seus serviços e graças à sua equipe técnica altamente capacitada.
  • Acessibilidade: A Valeon foi concebida para ser utilizada de forma simples e fácil para todos os usuários que acessam a sua Plataforma Comercial , demonstrando o nosso modelo de comunicação que tem como princípio o fácil acesso à comunicação direta com uma estrutura ágil de serviços.
  • Abrangência: A Valeon atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.
  • Comprometimento: A Valeon é altamente comprometida com os seus clientes no atendimento das suas demandas e prazos. O nosso objetivo será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar para eles os produtos/serviços das empresas das diversas cidades que compõem a micro-região do Valeo do Aço e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

Missão:

Oferecer serviços de Tecnologia da Informação com agilidade, comprometimento e baixo custo, agregando valor e inovação ao negócio de nossos clientes, respeitando a sociedade e o meio ambiente.

Visão:

Ser uma empresa de referência no ramo de prestação de serviços de Tecnologia da Informação na região do vale do aço e conquistando relacionamentos duradouros.

Valores:

  • Integridade – Ética e Transparência
  • Responsabilidade – Profissional, ambiental e social
  • Inovação – Busca pelo melhor

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wp)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

LULA TEMA A SUA FICHA MORAL SUJA

 

A ficha moral de Lula é suja

Seu retorno à ribalta eleitoral atira o País num turbilhão de incertezas, em meio a uma pandemia e ao desgoverno de Bolsonaro

Notas&Informações, O Estado de S.Paulo

A defesa do ex-presidente Lula da Silva tanto fez que conseguiu: depois de anos a invocar questões processuais para questionar as condenações de seu cliente por corrupção, finalmente foi premiada com uma decisão judicial que, na prática, livra o demiurgo de Garanhuns de prestar contas à Justiça e, ademais, lhe restitui os direitos políticos.

Desse modo, o sr. Lula da Silva pode até subir nos palanques dos grotões miseráveis onde ainda é rei para pedir votos e, eventualmente, voltar ao poder, mas ainda assim, para todos os efeitos – morais e políticos –, terá seu nome indelevelmente vinculado a múltiplos escândalos de corrupção, marca que nenhuma chicana será capaz de apagar. Lula foi até agora incapaz de explicar não apenas os mimos generosos que recebeu de empreiteiros delinquentes, objeto de suas condenações ora contestadas, mas principalmente os monstruosos esquemas de roubalheira que marcaram o mandarinato lulopetista.

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin que beneficiou o sr. Lula da Silva, adotada na segunda-feira, não entrou no mérito das condenações e, portanto, não considerou o chefão petista inocente de nada. O que o ministro Fachin fez foi entender que Sérgio Moro, então juiz da 13.ª Vara Federal de Curitiba, não era competente para julgar os casos envolvendo o ex-presidente, pois em tese esses casos não tinham vínculo direto com o escândalo da Petrobrás – foco da Operação Lava Jato.

De fato, era preciso um grande esforço interpretativo para incluir os casos envolvendo Lula diretamente no organograma do petrolão. Esse, aliás, é um dos pecados capitais cometidos pela Lava Jato – a pretensão de ser o patíbulo de todos os políticos e empresários corruptos do Brasil, como se todos os casos fossem conexos e como se Sérgio Moro fosse o juiz natural de qualquer processo de corrupção.

Enfatize-se, de novo, que isso nada tem a ver com a materialidade dos crimes monumentais cometidos sob as bênçãos de Lula da Silva. Mesmo com a suspeita de que Sérgio Moro foi parcial ao julgar os casos de Lula, que seria avaliada ontem pela segunda turma do Supremo, não é possível simplesmente considerar, como num passe de mágica, que não houve assalto lulopetista à Petrobrás, que não houve escandalosa promiscuidade no Congresso, que não houve indecente relação de Lula com empreiteiros.

O imbróglio, ademais, diz muito sobre o Judiciário, que sai lanhado. Não há explicação, compreensível para leigos, para o fato de que se tenha levado tanto tempo para processar, julgar e condenar Lula, mesmo diante de tantas evidências; para que a defesa do ex-presidente tenha tido tantas possibilidades de recurso mesmo com condenações em três instâncias; para que o Supremo decidisse pela enésima vez mudar a jurisprudência sobre prisão após condenação em segunda instância, o que permitiu a libertação de Lula; e finalmente para que se tenha decidido somente agora que Curitiba não era o foro correto para os casos do sr. Lula da Silva, sendo que havia jurisprudência específica sobre o escopo da Lava Jato desde 2015 – aliás, citada pelo próprio ministro Fachin em sua intempestiva decisão.

É como se o juiz resolvesse marcar, no final do segundo tempo, um pênalti supostamente cometido no primeiro. Há muitas explicações possíveis para esse casuísmo, e nenhuma delas é bonita.

Que, em meio a essa barafunda, o eleitor não perca de vista: Lula, que sempre contou com chicanas e prescrições para voltar a concorrer à Presidência, pode ser agora formalmente ficha-limpa, mas continua moralmente ficha-suja. Seu retorno à ribalta eleitoral, nessas condições, atira o País num turbilhão de incertezas, em meio a uma pandemia mortal e ao desgoverno do extremista Jair Bolsonaro.

É o pior dos mundos, situação que interessa somente aos populistas radicais e irresponsáveis que protagonizam a vida nacional há tantos anos. Mais do que nunca, quem ainda acredita na democracia e nos valores republicanos precisa se organizar, e rápido, para convencer os brasileiros de que há alternativa civilizada ao caos.

BOLSONARO FAZ EMPENHO PARA A COMPA DE VACINAS

 

Antes tarde do que mais tarde

Seja qual for o motivo, é bom para o País que Bolsonaro se envolva na negociação por vacinas

Notas&Informações, O Estado de S.Paulo

O presidente Jair Bolsonaro jamais agiu de moto-próprio para promover a preservação da saúde e do bem-estar da população no curso da pandemia de covid-19, como a Nação já pôde perceber a duras penas. Sempre que se viu obrigado a tomar uma decisão que refletisse algum alívio para o pesado fardo suportado por seus governados, Bolsonaro o fez por cálculo político, seja porque se viu ameaçado por um adversário, seja porque sua flagrante incompetência fez cair seu índice de popularidade, única métrica para a qual dá importância.

Após desdenhar por sete meses da vacina da Pfizer, chegando a fazer troça de seus supostos efeitos colaterais, Bolsonaro se reuniu há poucos dias com o CEO da empresa, Albert Bourla, para tratar da compra de 99 milhões de doses do imunizante. O encontro se dá no momento em que Bolsonaro se vê premido pela articulação de um “pacto nacional” de governadores, com apoio da cúpula do Congresso, a fim de tomar as rédeas da gestão da crise diante do descalabro da administração federal.

Seja qual for a razão que o tenha motivado, é bom para o País que o presidente Bolsonaro, enfim, se mostre engajado na aquisição de vacinas. Antes tarde do que mais tarde.

É absolutamente inaceitável ter de conviver com recordes seguidos na média móvel de mortes diárias. Só a aplicação massiva de vacinas pode deter a escalada macabra da doença. Além deste objetivo, o principal, não se pode perder de vista que não haverá sinal de recuperação econômica sem que a população esteja vacinada em uma escala que já permita frear a disseminação do vírus.

“O contato de hoje foi excepcional”, disse Bolsonaro, após conversar com Albert Bourla. “Eles (a Pfizer) entenderam a gravidade (do momento) que o Brasil atravessa com essa nova cepa, é do interesse deles que (a variante) não saia do local, né? Então, isso ajudou muito na negociação.” Não importa que o presidente queira fazer crer que o laboratório teria mais a ganhar vendendo suas vacinas ao Brasil do que o País em recebê-las. O essencial é que as vacinas sejam aplicadas nos brasileiros o mais rápido possível.

O País caminha para terminar o mês com quase 300 mil vidas perdidas para a covid-19. Pode-se apenas imaginar quantas delas poderiam ter sido salvas caso o governo federal – e o presidente em particular – agisse como se espera de um governo minimamente sério quando se vê diante de uma emergência sanitária desta magnitude.

A ser cumprido o cronograma divulgado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, após a reunião com a Pfizer – e não pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o que evidencia seu desgaste –, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) poderá contar com 14 milhões de doses da Pfizer até junho, 30 milhões até setembro e o restante até o final deste ano. Oxalá a compra se concretize e o cronograma seja respeitado. O País precisa desesperadamente de todos os imunizantes que puder conseguir no mercado.

Com eficácia global de 95%, a vacina da Pfizer é uma das melhores opções. Além de ser uma das mais eficazes contra o novo coronavírus, é a única vacina que já foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso definitivo no País. Em contrapartida, o imunizante do laboratório americano requer armazenamento em baixíssimas temperaturas, o que impõe um desafio logístico para um país como o Brasil. Mas nada que impeça a sua aplicação nos habitantes de grandes centros urbanos, onde a proximidade com laboratórios que possuem os refrigeradores apropriados há de facilitar sua distribuição.

As forças vivas da Nação devem concentrar suas energias para pôr um fim à tragédia sanitária e econômica que tanta dor e desespero tem causado aos cidadãos. Há grandes desafios a serem superados em 2021. E não haverá soluções, tanto para os problemas econômicos como para as articulações políticas, sem vacinas.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...