quarta-feira, 10 de março de 2021

INVESTIDOR FICA COM RECEIO DE INVESTIR NO NOVO CENÁRIO POLÍTICO

 

Novo cenário político faz consultorias preverem deterioração na economia

Economistas de consultorias como MB Associados e LCA afirmam que PIB de 2022 pode crescer menos com disputa entre Bolsonaro e Lula

Luciana Dyniewicz, O Estado de S.Paulo

A incerteza gerada pelo novo cenário político, com a possibilidade de o ex-presidente Lula se candidatar e o risco de o presidente Jair Bolsonaro adotar uma agenda mais populista para ganhar popularidade até 2022, que se soma a um cenário já conturbado na economia, já fez consultorias e corretoras reverem suas projeções macroeconômicas para este ano e para o próximo. Em linhas gerais, os economistas apostam em inflação e taxa de juros mais altos, real mais desvalorizado e PIB mais fraco em 2022.

A MB Associados reajustou, nesta terça-feira, 9, suas estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, de 4% para 4,3%, e para a taxa básica de juros (Selic) em dezembro, de 4% para 5,5%. A consultoria também anunciou que deve rever a projeção do PIB de 2022 de 2,4% para abaixo de 2%.

“Temos dois candidatos com dificuldade de fazer gestão de política macroeconômica equilibrada. Bolsonaro está agora ainda mais impaciente para entregar algo para a população. Do lado do Lula, não o vejo fazendo uma Carta ao Povo Brasileiro. Não o vejo se aproximando do mercado. Ao contrário, a dificuldade em se relacionar com o mercado cresceu depois do impeachment da Dilma”, diz o economista-chefe da MB, Sérgio Vale.

Lula
Com retorno de Lula à política, Bolsonaro pode avançar nas medidas econômicas populistas, dizem analistas Foto: REUTERS/Amanda Perobelli (15/11/2020)

Segundo ele, o estresse atual no mercado financeiro decorrente da incerteza política deve pressionar de forma mais permanente os preços dos ativos, como a moeda, que já está se desvalorizando. Um real mais fraco afetará o preço dos importados e, portanto, elevará a inflação. Esse cenário deve fazer o Banco Central subir a taxa de juros, o que terá um impacto negativo na atividade econômica do próximo ano.

A Necton Investimentos também revisou o IPCA, de 4,1% para 4,58%, e a Selic, de 4% para 5%. Segundo o economista-chefe da corretora, André Perfeito, o que deve pressionar mais inflação e juro, agora, é o comportamento do presidente Bolsonaro. Perfeito diz ver Bolsonaro em posição fragilizada, encurralado por diferentes atores políticos, e tendo de escolher quem serão seus aliados. Nessa situação, pode optar por medidas populistas para evitar perder sua popularidade entre, por exemplo, militares e servidores, se indispondo com o mercado. “Há um conjunto de pressões em torno do presidente, e a questão Lula é mais uma que o joga para uma situação de desconforto.”

O economista afirma ainda que a incerteza política aumentou, o que eleva também o risco de se investir no País e a taxa de juros que os investidores pedem para emprestar ao governo. Tudo isso pode reduzir a quantidade de crédito na economia e dificultar a retomada econômica.

Apesar de a consultoria LCA não ter mexido em suas projeções, seu economista-chefe, Braulio Borges, afirma que possivelmente terá de elevar a atual estimativa da Selic – hoje em 4,5%. Para o PIB deste ano, ele acha difícil haver um resultado inferior aos 3,2% que projeta hoje por causa do carrego estatístico (quando a base de comparação é baixa – o resultado médio do PIB em 2020 -, mas o ponto de partida é elevado por conta da recuperação ao longo do último semestre do ano). Borges admite, no entanto, que talvez tenha de rever para baixo o de 2022, atualmente em 3%.

Essa possível deterioração em suas estimativas, afirma o economista, também decorre do aumento da incerteza com o retorno de Lula à política. “A incerteza é a inimiga número um da decisão de se investir. O empresário vai postergando o plano de investimentos. E essa incerteza aumentou também porque não sabemos qual figurino o Lula vai vestir. Embora ele tenha sido pragmático a maior parte do tempo em que esteve na presidência, ele pendeu mais para a extrema esquerda nos últimos anos.”

A Tendências Consultoria deve divulgar suas novas projeções amanhã. O economista Silvio Campos Neto, sócio da empresa, destaca que a mudança no cenário da corrida eleitoral tem impacto maior sobre o câmbio. Outras revisões que estão sendo feitas decorrem também de alterações na economia internacional e no aumento dos riscos fiscais. 

Para Campos Neto, a possível disputa entre Lula e Bolsonaro em 2022 interfere sobretudo no mercado financeiro no curto prazo. No médio prazo, pode fazer com que empresas retardem apenas os grandes investimentos. “Elas podem preferir aguardar uma definição do cenário político para ver para onde as coisas vão caminhar, mas o foco hoje ainda é a pandemia. Parte da recuperação está preservada no segundo semestre. Decisões de dia a dia de consumo de famílias e de empresas, como ajuste em estoque, estão preservadas.”

Já na visão do diretor-executivo para as Américas da consultoria de risco político Eurasia, Christopher Garman,a retomada da economia independe da nova disputa política e paira sobre o controle da pandemia nos próximos 45 dias. “Se a gente atravessa esse período e a economia se recupera no segundo trimestre, aí Bolsonaro pode ser favorito independentemente do que o Lula fizer. Se o quadro sanitário ficar mais dramático, Lula será uma camada de incerteza a mais.”

PARA ENGANAR OS ELEITORES LULA VAI ADOTAR DISCURSO DE SALVAÇÃO NACIONAL

 

Em confronto com Bolsonaro, Lula vai adotar discurso de salvação nacional no retorno à cena política

Ex-presidente rechaça frente ampla de partidos para 2022 e é aconselhado a aposentar “jararaca”

Vera Rosa, O Estado de S.Paulo

Disposto a assumir a liderança da oposição ao presidente Jair Bolsonaro a partir desta quarta-feira, 10, Luiz Inácio Lula da Silva vai adotar agora um discurso de “salvação” nacional, que prega menos armas e mais vacina. Nesse retorno à cena política, reabilitado para se candidatar em 2022, Lula foi aconselhado por advogados a não ressuscitar a “jararaca” e a adotar o figurino “paz e amor”.

O ex-presidente se debruçou com mais entusiasmo sobre uma série de pesquisas indicando que seu atual potencial de votos é maior do que o de Bolsonaro após ser surpreendido pela decisão do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal FederalO magistrado anulou, na segunda-feira, 8, todas as condenações proferidas contra o petista pela Justiça Federal de Curitiba.

Tudo o que Lula deseja, agora, é destruir o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro, que o condenou por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. A avaliação de seus advogados é que, na retomada do julgamento do Supremo, ficará provada a parcialidade de Moro ao agir como “assistente da acusação”, e não como juiz. Se isso ocorrer, os processos contra o ex-presidente não serão apenas transferidos de Curitiba para Brasília, como determinou Fachin, mas virarão pó.

Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em São Bernardo do Campo, na Grande SP Foto: REUTERS/Amanda Perobelli (15/11/2020)

Uma ala do PT, porém, não quer que Lula pós-Lava Jato apareça como um pote até aqui de mágoa. Em março de 2016, depois que Moro determinou sua condução coercitiva para prestar depoimento à Polícia Federal, o ex-presidente não se conteve. “Se quiseram matar a jararaca, não fizeram direito, pois não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca está viva”, anunciou ele à época, em tom inflamado.

Sob o argumento de que os maiores adversários de Bolsonaro são a pandemia e a economia, o PT se movimenta agora para conquistar protagonismo na disputa de narrativas. Tem pronto, por exemplo, um Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil, produzido em parceria com a Fundação Perseu Abramo. Para o PT, o País vive sob “tutela militar do poder civil” e precisa de uma mudança “estrutural”, embalada por um projeto de desenvolvimento que tenha maior presença do poder público.

Com o futuro ainda incerto, Lula não admite com todas as letras a candidatura, mas seu discurso é de candidato. Não foi à toa que ele escolheu o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo – berço do PT e de onde saiu em direção à prisão de Curitiba, em abril de 2018 -, para se reposicionar no jogo como “vítima de  perseguição judicial”.

Ainda que possa haver uma reviravolta judicial de última hora, a anulação das condenações impostas pela Lava Jato a Lula é definida nos bastidores do Supremo como “prego sem cabeça”, que não se tira.

Na prática, o quadro obriga o PT a rediscutir o cenário eleitoral. No início do mês passado, a contragosto da cúpula do partido, Lula havia dado sinal verde para o ex-prefeito Fernando Haddad viajar pelo País e pôr na rua a campanha. O ex-presidente diz que Haddad, derrotado por Bolsonaro na eleição de 2018, é hoje o “melhor nome” para representar o PT, com o passaporte de 47 milhões de votos. Ele próprio, no entanto, decidiu retomar as viagens, principalmente ao Nordeste – região onde o PT perdeu eleitores para Bolsonaro -, após tomar a vacina contra o coronavírus. Aos 75 anos, Lula deve receber a primeira dose na próxima semana.

Em recente reunião com dirigentes de partidos que pregam a construção de uma “frente ampla” para derrotar Bolsonaro, Lula avisou que o PT terá candidato próprio, em 2022. Defendeu a unidade da esquerda, mas com o PT na cabeça da chapa, e um “pacto de não agressão”. Não foi só: disse não acreditar numa frente tipo geleia geral, como a que vem sendo proposta, com um pé no centro, porque todos querem lançar concorrentes no primeiro turno.

A portas fechadas, o ex-presidente observou que não basta vencer Bolsonaro. No seu diagnóstico, o desafio é “encontrar saídas” para superar a grave crise e conseguir governar o Brasil.

Nessa nova fase, porém, Lula não pode mais apresentar fisionomia sectária nem retórica para “dentro”, se quiser se aproximar dos eleitores perdidos, da classe média, dos indecisos e daqueles que dizem votar em Bolsonaro por falta de opção. Não se trata apenas de aposentar o “nós contra eles”, que por muitos anos marcou a tradicional polarização com o PSDB.

O alicerce para construir uma aliança que ultrapasse as fileiras petistas depende agora de um discurso mais arejado e menos ressentido. A “jararaca” está viva, mas não deve dar as caras.

LIÇÕES PARA CRIAR VANTAGEM COMPETITIVA NA CRISE

 

Como criar vantagem competitiva na crise

Entrevista com Aureo Zanotta Villagra, CEO da Goldratt Consulting Brasil.

Na crise, uma tomada de decisão mal feita pode prejudicar uma empresa gravemente. Qual é o erro mais comum que as empresas cometem em um ambiente de incertezas?

Todos procuram por sobrevivência em momentos como esse e a coisa mais fácil a se fazer é cortar custos. Algumas vezes isso realmente é necessário, mas na maioria delas focar apenas em cortar custos não é a melhor estratégia. Quando o caixa da empresa está comprometido não há liberdade de manobra, mas se este não é o caso a decisão deve ser muito bem pensada. Cortar custos de forma linear, especialmente com reduções de pessoal, normalmente afeta a capacidade da empresa em entregar valor. De uma forma ou outra, ela reduz seus serviços, sua flexibilidade ou sua agilidade em servir seus clientes.

Que impacto a empresa sofreria com isso?

A empresa poderá focar-se muito nos seus objetivos de curto prazo, entregar o lucro do trimestre e prejudicar seus objetivos de longo prazo, manter-se competitiva e crescendo no mercado. Um caso clássico foi a demissão do Steve Jobs pela Apple para colocar um CEO focado somente em reduzir custos e aumentar o preço dos produtos. Quase colocou o fim em uma das empresas mais valiosas do mundo pelo não entendimento desse dilema entre curto e longo prazo. Em um mercado B2B a degradação do nível de serviço ao cliente também pode afetar a performance futura das vendas. O ideal é transformar a crise em uma oportunidade e não aumentar ainda mais o problema com decisões focadas em curto prazo.

E como é possível transformar a crise em uma oportunidade nessas condições?

Em uma situação de crise generalizada os clientes da empresa provavelmente também estão em um ciclo de demissões e corte de despesas, muitas vezes precisando mais ainda da ajuda de seus fornecedores, mais serviços, flexibilidade e velocidade. Eles precisam diminuir estoques, por exemplo, e reduzir a atenção gerencial nos processos de controle. Por outro lado seus concorrentes provavelmente também reduziram quadros e não estão prontos para oferecer mais serviços.

Nessa situação o gap entre a necessidade de valor e a oferta de valor tende a aumentar sistemicamente criando uma grande oportunidade para a aplicação da estratégia do Oceano Azul. Parece ser um paradoxo, mas não é, o momento de crise é a melhor hora para olhar para essa estratégia, pois o Oceano Azul está maior e todos estão preocupados em cortar custos ao invés de prestar atenção na nova realidade. Com certeza é importante proteger seu caixa e seus gastos, mas sem nunca deixar de pensar em como entregar mais valor para seu cliente.

Mas como fazer isso na prática?

A abordagem da Teoria das Restrições (TOC) é bem clara quanto à isso, comece entendendo o negócio de seu cliente e suas principais dores. A chave de tudo é construir uma vantagem competitiva decisiva, ser muito melhor do que sua concorrência em algo que seu cliente realmente precisa para trabalhar na crise. Imagine por exemplo se ele precisa trabalhar com menos estoques para liberar caixa mas sem sofrer com rupturas. Se você utilizar os processos de operação e distribuição de TOC pode atingir níveis muito altos de giros de estoque e produtividade da operação.

Um case público é a Guararapes produzindo para a Riachuelo com um lead time 50% menor, menos atrasos e aumentando a produtividade em mais de 30% na produção. Uma leitura que dá uma boa ideia desta abordagem é o livro A Meta, de Eli Goldratt. Vale a leitura. Imagine uma empresa que vende projetos em um mercado onde a confiabilidade é muito importante! O que aconteceria se você oferecesse projetos com prazos de entregas mais curtos que a média de mercado e com garantia contratual de entrega no prazo, inclusive com pesadas multas por atrasos?  Aplicando gestão de projetos com Teoria das Restrições você poderia criar as condições necessárias para poder fazer essa oferta. Nesse caso uma boa referência é o livro Corrente Crítica também do Eli Goldratt.

Qual o segredo para garantir sucesso em uma estratégia como essa?

Agir com foco! Qualquer um pode ajustar um orçamento cortando custos em todas as partes possíveis até atingir o número necessário. O segredo é ter uma visão estratégica que crie valor para a empresa, hoje e no futuro. A longo prazo, a única maneira de atingir esse objetivo é realmente criando valor para seu mercado.

E não menos importante é ter foco na execução dessa ideia! E foco significa decidir o que precisa ser feito mas sobretudo o que não deve ser feito. Todos os recursos financeiros e humanos devem ser concentrados na busca desta visão estratégica. Buscar melhorar tudo o que pode ser melhorado de uma só vez é uma ótima maneira de destruir a produtividade da equipe gerencial em busca de pequenos ganhos que não colaboram de fato na implantação da estratégia.

A Plataforma Comercial da Startup Valeon é uma empresa nacional, desenvolvedora de soluções de Tecnologia da informação com foco em divulgação empresarial. Atua no mercado corporativo desde 2019 atendendo as necessidades das empresas que demandam serviços de alta qualidade, ganhos comerciais e que precisam da Tecnologia da informação como vantagem competitiva.

Nosso principal produto é a Plataforma Comercial Valeon um marketplace concebido para revolucionar o sistema de divulgação das empresas da região e alavancar as suas vendas.

A Plataforma Comercial Valeon veio para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos produtos/serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada nos seus serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

Diferenciais

  • Eficiência: A Valeon inova, resolvendo as necessidades dos seus clientes de forma simples e direta, tendo como base a alta tecnologia dos seus serviços e graças à sua equipe técnica altamente capacitada.
  • Acessibilidade: A Valeon foi concebida para ser utilizada de forma simples e fácil para todos os usuários que acessam a sua Plataforma Comercial , demonstrando o nosso modelo de comunicação que tem como princípio o fácil acesso à comunicação direta com uma estrutura ágil de serviços.
  • Abrangência: A Valeon atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.
  • Comprometimento: A Valeon é altamente comprometida com os seus clientes no atendimento das suas demandas e prazos. O nosso objetivo será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar para eles os produtos/serviços das empresas das diversas cidades que compõem a micro-região do Valeo do Aço e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

Missão:

Oferecer serviços de Tecnologia da Informação com agilidade, comprometimento e baixo custo, agregando valor e inovação ao negócio de nossos clientes, respeitando a sociedade e o meio ambiente.

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Valores:

  • Integridade – Ética e Transparência
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Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wp)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

LULA TEMA A SUA FICHA MORAL SUJA

 

A ficha moral de Lula é suja

Seu retorno à ribalta eleitoral atira o País num turbilhão de incertezas, em meio a uma pandemia e ao desgoverno de Bolsonaro

Notas&Informações, O Estado de S.Paulo

A defesa do ex-presidente Lula da Silva tanto fez que conseguiu: depois de anos a invocar questões processuais para questionar as condenações de seu cliente por corrupção, finalmente foi premiada com uma decisão judicial que, na prática, livra o demiurgo de Garanhuns de prestar contas à Justiça e, ademais, lhe restitui os direitos políticos.

Desse modo, o sr. Lula da Silva pode até subir nos palanques dos grotões miseráveis onde ainda é rei para pedir votos e, eventualmente, voltar ao poder, mas ainda assim, para todos os efeitos – morais e políticos –, terá seu nome indelevelmente vinculado a múltiplos escândalos de corrupção, marca que nenhuma chicana será capaz de apagar. Lula foi até agora incapaz de explicar não apenas os mimos generosos que recebeu de empreiteiros delinquentes, objeto de suas condenações ora contestadas, mas principalmente os monstruosos esquemas de roubalheira que marcaram o mandarinato lulopetista.

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin que beneficiou o sr. Lula da Silva, adotada na segunda-feira, não entrou no mérito das condenações e, portanto, não considerou o chefão petista inocente de nada. O que o ministro Fachin fez foi entender que Sérgio Moro, então juiz da 13.ª Vara Federal de Curitiba, não era competente para julgar os casos envolvendo o ex-presidente, pois em tese esses casos não tinham vínculo direto com o escândalo da Petrobrás – foco da Operação Lava Jato.

De fato, era preciso um grande esforço interpretativo para incluir os casos envolvendo Lula diretamente no organograma do petrolão. Esse, aliás, é um dos pecados capitais cometidos pela Lava Jato – a pretensão de ser o patíbulo de todos os políticos e empresários corruptos do Brasil, como se todos os casos fossem conexos e como se Sérgio Moro fosse o juiz natural de qualquer processo de corrupção.

Enfatize-se, de novo, que isso nada tem a ver com a materialidade dos crimes monumentais cometidos sob as bênçãos de Lula da Silva. Mesmo com a suspeita de que Sérgio Moro foi parcial ao julgar os casos de Lula, que seria avaliada ontem pela segunda turma do Supremo, não é possível simplesmente considerar, como num passe de mágica, que não houve assalto lulopetista à Petrobrás, que não houve escandalosa promiscuidade no Congresso, que não houve indecente relação de Lula com empreiteiros.

O imbróglio, ademais, diz muito sobre o Judiciário, que sai lanhado. Não há explicação, compreensível para leigos, para o fato de que se tenha levado tanto tempo para processar, julgar e condenar Lula, mesmo diante de tantas evidências; para que a defesa do ex-presidente tenha tido tantas possibilidades de recurso mesmo com condenações em três instâncias; para que o Supremo decidisse pela enésima vez mudar a jurisprudência sobre prisão após condenação em segunda instância, o que permitiu a libertação de Lula; e finalmente para que se tenha decidido somente agora que Curitiba não era o foro correto para os casos do sr. Lula da Silva, sendo que havia jurisprudência específica sobre o escopo da Lava Jato desde 2015 – aliás, citada pelo próprio ministro Fachin em sua intempestiva decisão.

É como se o juiz resolvesse marcar, no final do segundo tempo, um pênalti supostamente cometido no primeiro. Há muitas explicações possíveis para esse casuísmo, e nenhuma delas é bonita.

Que, em meio a essa barafunda, o eleitor não perca de vista: Lula, que sempre contou com chicanas e prescrições para voltar a concorrer à Presidência, pode ser agora formalmente ficha-limpa, mas continua moralmente ficha-suja. Seu retorno à ribalta eleitoral, nessas condições, atira o País num turbilhão de incertezas, em meio a uma pandemia mortal e ao desgoverno do extremista Jair Bolsonaro.

É o pior dos mundos, situação que interessa somente aos populistas radicais e irresponsáveis que protagonizam a vida nacional há tantos anos. Mais do que nunca, quem ainda acredita na democracia e nos valores republicanos precisa se organizar, e rápido, para convencer os brasileiros de que há alternativa civilizada ao caos.

BOLSONARO FAZ EMPENHO PARA A COMPA DE VACINAS

 

Antes tarde do que mais tarde

Seja qual for o motivo, é bom para o País que Bolsonaro se envolva na negociação por vacinas

Notas&Informações, O Estado de S.Paulo

O presidente Jair Bolsonaro jamais agiu de moto-próprio para promover a preservação da saúde e do bem-estar da população no curso da pandemia de covid-19, como a Nação já pôde perceber a duras penas. Sempre que se viu obrigado a tomar uma decisão que refletisse algum alívio para o pesado fardo suportado por seus governados, Bolsonaro o fez por cálculo político, seja porque se viu ameaçado por um adversário, seja porque sua flagrante incompetência fez cair seu índice de popularidade, única métrica para a qual dá importância.

Após desdenhar por sete meses da vacina da Pfizer, chegando a fazer troça de seus supostos efeitos colaterais, Bolsonaro se reuniu há poucos dias com o CEO da empresa, Albert Bourla, para tratar da compra de 99 milhões de doses do imunizante. O encontro se dá no momento em que Bolsonaro se vê premido pela articulação de um “pacto nacional” de governadores, com apoio da cúpula do Congresso, a fim de tomar as rédeas da gestão da crise diante do descalabro da administração federal.

Seja qual for a razão que o tenha motivado, é bom para o País que o presidente Bolsonaro, enfim, se mostre engajado na aquisição de vacinas. Antes tarde do que mais tarde.

É absolutamente inaceitável ter de conviver com recordes seguidos na média móvel de mortes diárias. Só a aplicação massiva de vacinas pode deter a escalada macabra da doença. Além deste objetivo, o principal, não se pode perder de vista que não haverá sinal de recuperação econômica sem que a população esteja vacinada em uma escala que já permita frear a disseminação do vírus.

“O contato de hoje foi excepcional”, disse Bolsonaro, após conversar com Albert Bourla. “Eles (a Pfizer) entenderam a gravidade (do momento) que o Brasil atravessa com essa nova cepa, é do interesse deles que (a variante) não saia do local, né? Então, isso ajudou muito na negociação.” Não importa que o presidente queira fazer crer que o laboratório teria mais a ganhar vendendo suas vacinas ao Brasil do que o País em recebê-las. O essencial é que as vacinas sejam aplicadas nos brasileiros o mais rápido possível.

O País caminha para terminar o mês com quase 300 mil vidas perdidas para a covid-19. Pode-se apenas imaginar quantas delas poderiam ter sido salvas caso o governo federal – e o presidente em particular – agisse como se espera de um governo minimamente sério quando se vê diante de uma emergência sanitária desta magnitude.

A ser cumprido o cronograma divulgado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, após a reunião com a Pfizer – e não pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o que evidencia seu desgaste –, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) poderá contar com 14 milhões de doses da Pfizer até junho, 30 milhões até setembro e o restante até o final deste ano. Oxalá a compra se concretize e o cronograma seja respeitado. O País precisa desesperadamente de todos os imunizantes que puder conseguir no mercado.

Com eficácia global de 95%, a vacina da Pfizer é uma das melhores opções. Além de ser uma das mais eficazes contra o novo coronavírus, é a única vacina que já foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso definitivo no País. Em contrapartida, o imunizante do laboratório americano requer armazenamento em baixíssimas temperaturas, o que impõe um desafio logístico para um país como o Brasil. Mas nada que impeça a sua aplicação nos habitantes de grandes centros urbanos, onde a proximidade com laboratórios que possuem os refrigeradores apropriados há de facilitar sua distribuição.

As forças vivas da Nação devem concentrar suas energias para pôr um fim à tragédia sanitária e econômica que tanta dor e desespero tem causado aos cidadãos. Há grandes desafios a serem superados em 2021. E não haverá soluções, tanto para os problemas econômicos como para as articulações políticas, sem vacinas.

STF FAZ PEREGUIÇÃO AO EX-JUIZ SÉRGIO MORO

 

A tragédia e a ópera bufa

O eleitorado poderá optar pelo bom senso. Que ainda não tem nome nem rosto

Rosângela Bittar, O Estado de S.Paulo

Duas insistentes questões estão postas. 

Primeira: há cinco anos, a tese processual sobre o foro da Lava Jato foi levantada. Por que ressurgiu, logo agora? A decisão do ministro Edson Fachin, invocando-a, ocorreu quando o seu colega Gilmar Mendes já se preparava para relatar, na Segunda Turma do STF, o que fez ontem, a ação que contesta a imparcialidade do juiz Sérgio Moro no julgamento dos processos do ex-presidente Lula. 

Fachin atropelou Gilmar. Aproveitando uma sonolenta tarde de segunda-feira, 8 de março, o surpreendeu com sua decisão monocrática. Precipitou-se para não perder a chance de ser o autor da última palavra. 

Na concepção do seu voto, Lula ganha a vantagem de reaver seus direitos políticos, com a possibilidade de se candidatar, graças à anulação das sentenças proferidas em Curitiba. E Moro se livra do julgamento da parcialidade. Já na linha de Gilmar, ao votar pela suspeição de Moro, são beneficiados, além de Lula, parlamentares e empresários condenados pelo juiz. 

Lula e Bolsonaro
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro Foto: Amanda Perobelli/REUTERS e Dida Sampaio/ESTADÃO

A segunda questão: ao contrário da primeira, não terá resposta imediata. O que significam estas decisões para os que propõem uma alternativa ao confronto Lula-Bolsonaro na sucessão de 2022? 

Os dois candidatos caracterizam o confronto radical. A polarização já está nas ruas e nas redes, mas ainda não está na política. A conjuntura é nova, mas não definitiva. Um quadro em processo de construção, portanto, ainda instável. 

O centro é uma hipótese com quatro ou cinco nomes. Terá mais trabalho, agora, para se colocar e arrebatar o eleitorado. Quem sabe, num cenário otimista, pode-se descobrir, ao longo da campanha, que os brasileiros estão saturados da intransigência eleitoral que explora o ódio e a rejeição. 

Na eleição disputada por Collor e Lula, em 1989, nenhum dos dois era protagonista. No início, as apostas se concentravam nos grandes e conhecidos nomes da política, como Ulysses Guimarães e Leonel Brizola. Na eleição de 2018, Jair Bolsonaro contava que, depois de 30 anos como deputado do baixo clero, sua candidatura a presidente era uma forma de sair de cena bem, transferindo espaço político aos filhos. 

O subconsciente do eleitor, como se diz, é indevassável. Até que surja o nome mágico. 

Lula tem condições de atrair parte do centro se o PT raivoso deixar. Dominado pela ala Gleisi Hoffmann, o lulismo primitivo tem aversão a empresários, imprensa e partidos. Como se dará com o centro? Bolsonaro ainda pode mitigar o negacionismo com que trata a pandemia, e reconquistar apoiadores que perdeu pela crueldade na gestão da atual catástrofe sanitária. Terá de abandonar o papel macabro de “presidente de cemitério”, como definiu com precisão o jurista Miguel Reale Júnior. 

O centro terá sobrevida, também, se os extremos, ao partirem para a guerra de extermínio, assustarem o eleitorado. A disputa da rejeição depende de como Lula será considerado. Pela amostra da repercussão internacional da decisão de lhe restituir os direitos políticos, é possível ter uma ideia. Voltará como um injustiçado e perseguido? O eleitorado pode achar pouco a devolução da elegibilidade para quem ficou preso mais de um ano? 

Por outro lado, Bolsonaro está sendo rejeitado até por movimentos de direita. Tentará esgotar sua reserva de cinismo para se transformar em garoto propaganda da vacina, que renegou com sarcasmo? 

Não há fórmula pronta para os destinos do centro. Esta história a que estamos assistindo não se desenvolve como um roteiro de cinema, em que os papéis do mocinho, do vilão, do juiz e do promotor são carimbados. A realidade política mistura tudo. O eleitorado, entre a tragédia e a ópera bufa, poderá optar pelo bom senso. Que ainda não tem nome nem rosto. 

*COLUNISTA DO ‘ESTADÃO’ E ANALISTA DE ASSUNTOS POLÍTICOS

PEC DO AUXÍLIO EMERGENCIAL É APROVADA NA CÂMARA EM 1º TURNO

 

Câmara aprova em 1º turno PEC que retoma auxílio emergencial com medidas de contenção de despesas

Texto autoriza o governo a conceder uma nova rodada do benefício limitada a R$ 44 bilhões e cria dois novos marcos fiscais: a emergência fiscal e a calamidade nacional; segundo turno de votação deve ocorrer nesta quarta, a partir das 10h

Idiana Tomazelli e Anne Warth, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – A Câmara dos Deputados aprovou em primeiro turno o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que recria o auxílio emergencial a vulneráveis e institui mecanismos de ajuste nas despesas, como congelamento de salários de servidores, quando há elevado comprometimento das finanças de UniãoEstados e municípios. O sinal verde veio depois de o próprio presidente Jair Bolsonaro ter endossado, a contragosto do Ministério da Economia, uma tentativa de fatiar a PEC para deixar de fora parte das medidas duras. A investida acabou não vingando.

A estratégia de Bolsonaro naufragou após a equipe econômica e o próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PPAL), terem entrado em campo para desarmar o movimento das forças de segurança, apoiadas pela bancada da bala. Os policiais queriam emplacar um dispositivo que os livrasse do alcance das medidas de congelamento de salários e progressões na carreira, mas foram barrados.

Com isso, o relator na Câmara, Daniel Freitas (PSCSC), manteve a proposta já aprovada no Senado, com auxílio e mecanismos de contenção de despesas. O texto-base teve 341 votos a favor e 121 contra – o governo precisava do apoio de 308 deputados para a aprovação. O segundo turno de votação deve ocorrer nesta quarta-feira, 10, com início da sessão previsto para as 10h. Antes da votação, os deputados deverão apreciar os destaques, sugestões que podem mudar o teor do texto.

Auxílio emergencial
Texto da PEC autoriza o governo a conceder uma nova rodada do auxílio emergencial, limitada a R$ 44 bilhões. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na segunda, 8, Bolsonaro chegou a dizer que três dispositivos poderiam ser retirados do texto e dar origem a uma PEC paralela. “Falei com o relator, que ele é o soberano, que ele poderia correr o risco de não aprovar se não mexesse em três artigos. Eram cinco, passamos para três buscando a negociação”, afirmou na ocasião. Embora não tenha dado detalhes, a declaração era um aceno aos policiais. O coordenador da bancada da bala, deputado Capitão Augusto (PL-SP), chegou a celebrar a sinalização. “Se não viesse a ordem de lá, não sei como seria. Agora, não sei como ele vai fazer”, disse.

Na terça, 9, a equipe econômica entrou em campo para tentar reverter a articulação. Com os índices do mercado financeiro em deterioração (com disparada do dólar e dos juros, além de queda na Bolsa de Valores), o presidente do Banco CentralRoberto Campos Neto, participou de reunião com lideranças na residência oficial de Lira para discutir o tema. Após uma tramitação marcada por sobressaltos e tentativas de drible na equipe econômica, Campos Neto alertou para os riscos de uma flexibilização ainda maior nas contrapartidas fiscais da PEC, consideradas essenciais pela equipe econômica para demonstrar compromisso do País com o equilíbrio das contas e evitar a disparada da inflação e dos juros.

Após a advertência feita pelo presidente do BC, Lira e o relator da PEC foram até o Palácio do Planalto. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o presidente da Câmara pediu a Bolsonaro que abortasse a operação para desidratar a PEC. Lira ainda orientou parlamentares do Centrão a votarem a favor do texto do relator e contra eventuais alterações propostas em plenário.

O desfecho despertou a ira dos policiais, que acusaram o governo de “traição” e de tratá-los com “desprezo” depois de esses grupos terem servido de base de sustentação inclusive durante a campanha de Bolsonaro em 2018. A União dos Policiais do Brasil (UPB), formada por 24 entidades da classe, prometeu manifestações e paralisações no País. “Os policiais estão extremamente irritados com a forma como estão ocorrendo as reformas”, diz o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF)Edvandir Paiva. “(Bolsonaro) Usou a bandeira dos policiais na eleição, mas nas reformas eles não estão sendo levados em conta.”

Contrapartidas fiscais

O texto da PEC autoriza o governo a conceder uma nova rodada do auxílio emergencial, limitada a R$ 44 bilhões, e cria dois novos marcos fiscais: a emergência fiscal, quando a despesa elevada pressiona as finanças de União, Estados e municípios, e a calamidade nacional, quando há situações como a pandemia de covid-19. Em ambas, são acionados gatilhos para contenção de gastos com salários de servidores, criação de cargos e subsídios. Apenas no caso de Estados e municípios é que as medidas duras são opcionais.

A emergência fiscal ocorre quando as despesas correntes de Estados e municípios superam 95% de suas receitas correntes. No caso da União, a proporção da despesa obrigatória precisa ser superior a 95% do gasto total.

Os gatilhos do governo federal só devem ser acionados entre 2024 e 2025, segundo previsão do Tesouro Nacional. Isso coloca o ajuste em um cenário ainda longínquo para o governo Bolsonaro, o que despertou críticas entre economistas que consideram urgente um corte mais agressivo nas despesas. Na forma atual da PEC, o governo poderia, por exemplo, conceder reajustes salariais em 2022, ano de eleição. Mesmo assim, a equipe econômica considera os gatilhos importantes para o ajuste.

Já em futuros casos de calamidade nacional como o da pandemia de covid-19, haverá de um lado autorização para gastar, mas, de outro, responsabilidade de puxar o freio naquilo que não for considerado essencial. A calamidade precisa ser decretada pelo Congresso Nacional, e nada impede que haja uma iniciativa deste tipo ainda este ano, após a aprovação da PEC. Integrantes da equipe econômica, porém, não veem essa necessidade, diante do fato de que o auxílio já terá sido destravado.

Na calamidade prevista na PEC, o Executivo pode aumentar gastos por meio de um processo simplificado, sem precisar se preocupar com a maioria das limitações fiscais, e pode conceder benefícios como repasse a Estados e municípios e socorro a empresas. Como compensação, terá de acionar automaticamente os gatilhos e congelar salários e novas despesas obrigatórias durante a calamidade.

O texto ainda obriga o Executivo a apresentar, em até seis meses, um plano para rever benefícios tributários, acompanhado das respectivas propostas legislativas. O corte inicial precisa ser de ao menos 10%, e as demais reduções devem ser suficientes para que os subsídios não ultrapassem 2% do PIB daqui oito anos. Hoje, eles são 4,2% do PIB. Incentivos como Simples NacionalZona Franca de Manaus e produtos da cesta básica, porém, estão fora do alcance dessa redução.

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