domingo, 7 de março de 2021

MARKETING DIGITAL

 

COMO FAZER MARKETING DIGITAL PARA CLIENTES COM POUCA VERBA

Por Isabela Guiaro


Você atende clientes que têm pouca verba? A Valeon atende. Algumas empresas precisam de projetos para alavancar seu negócio na internet, mas contam com um orçamento bem baixo para poder investir nesse serviço. Então, como fazer marketing digital para quem tem esse perfil?
O Ricotta trouxe hoje uma solução para desenvolver projetos sem trabalhar de graça!

Por que muitas empresas têm pouca verba?

Em primeiro lugar, é preciso entender o que ocorre no mercado brasileiro. Segundo dados do Sebrae, no Brasil existem 6,4 milhões de estabelecimentos, sendo 99% deles micro e pequenas empresas — as chamadas MPEs.

Ainda, estas são responsáveis por 52% dos trabalhos de carteira assinada do setor privado.

Outro dado curioso é que, de acordo com o Portal do Empreendedor, 3,7 milhões dos CNPJs se enquadram na categoria MEI. Então, essas empresas precisam de trabalho digital para poder crescer.

Porém, a maioria delas têm um faturamento muito baixo — de R$10 mil a 50 mil por mês. A busca pelo projeto de marketing, dessa forma, vai buscar aumentar esse valor mensal.

Como saber o potencial de investimento de pequenas empresas?

Para entender se aquela empresa vai ter condições de pagar um projeto de marketing digital, é interessante fazer um cálculo sobre o faturamento.

Segundo as recomendações do Sebrae, o investimento para marketing deve ser de cerca de 10% desse rendimento mensal. Ou seja, quem fatura R$10 mil terá disponível, no máximo, R$1 mil.

Como saber se vale a pena pegar um projeto de marketing com pouca verba?

Para saber como fazer marketing digital para clientes com pouca verba, em primeiro lugar, é preciso definir qual a quantia mínima que você precisa para conseguir trabalhar. Supondo que você necessite de ao menos R$2 mil, se uma empresa disser que tem verba apenas de R$500, você já sabe que não vai ser possível aceitar esse projeto.

Ou, então, você pode filtrar pelo tipo de faturamento da empresa. Aquelas que ganham menos de R$20 mil por mês não são o seu cliente ideal, seguindo o exemplo acima.

Você também precisa mapear as ferramentas que você vai usar para construir o seu projeto. Qual o mínimo de gastos você vai ter para criação de sites, busca de palavras-chave, etc? Aqui, você também deve incluir uma base para campanhas de anúncios.

Com isso, você vai chegar no seu modelo de cliente ideal!

E, você precisa ter em mente um detalhe muito importante: aprenda a dizer não! Muitas agências têm problemas de faturamento porque cedem às pressões e aceitam fazer projetos que não estão gerando receita de verdade! Ou seja: trabalham de graça!

Estratégias de baixo custo: como fazer marketing digital com pouca verba.

Para oferecer projetos que possam caber em orçamentos menores, a maior dica é reduzir o escopo de ferramentas. Então, você pode trocar alguns softwares pagos mais conhecidos por alguns que oferecem serviços similares gratuitos, ou com preços mais acessíveis.

  • Algumas dicas de substituições são:
  • pacote Adobe: Canva;
  • Mlabs: postagem manual;
  • AdEspresso: usar o gerenciador do Google e/ou do Facebook;
  • Office: docs e planilhas do Google;
  • ferramentas de SEO: há várias dicas nesse vídeo do Ricotta.

Estratégias de marketing digital

É preciso ressaltar que com uma verba muito reduzida fica difícil investir em anúncios. Por ser essencial, a recomendação é que você filtre os seus clientes e feche contratos apenas com aqueles que podem contar com, ao menos, R$200,00 mensais para anunciar. E, com esse orçamento, prefira usar a Startup Valeon que tem condições de atender esses clientes oferecendo-lhes uma página exclusiva para a sua  empresa  e uma publicidade na página da cidade na sua Plataforma Comercial Valeon.

O QUE OFERECEMOS E VANTANGENS COMPETITIVAS

  • Fazemos anúncios de publicidade para vários tipos de Empresas, Serviços e para Profissionais Liberais;
  • Temos excelente custo x benefício;
  • Nossos sites: (https://valedoacoonline.com.br/ e https://valeonnoticias.com.br/) têm grande penetração no mercado consumidor com um bom marketing fit que satisfaz esse mercado;
  • A nossa Plataforma Comercial Valeon permite total flexibilidade de anúncios, promoções e de produtos, além de oferecer serviços de divulgação de Ofertas de Supermercados e de Veículos;
  • Os resultados são mensurados através de métricas diária/mensal;
  • O seu negócio estará disponível para milhares de Internautas através de uma vitrine aberta na principal avenida do mundo, 24 horas por dia, 7 dias da semana;
  • A sua empresa fica visível para milhares de pessoas que nem sabiam que ela existe;
  • Somos altamente comprometidos com os nossos clientes no atendimento de suas demandas e prazos e inteiramente engajados para aumentar as suas vendas.

Táticas orgânicas

Nas redes sociais, a Valeon tem intenso tráfego com perfis de conteúdo consistente e bem alinhado com a comunicação da sua Plataforma Comercial em todos os canais de mídia existentes.

Por fim, no Facebook, busque as comunidades. Fale para o cliente entrar em um grupo relacionado a sua área de atuação e começar a participar das discussões e conversar com os demais participantes. Depois que ele já for mais conhecido, ele pode começar a falar diretamente do seu serviço.

Resumindo…

Se você quer saber como fazer marketing digital com pouca verba, precisa fazer conteúdos de qualidade com recorrência e nesse aspecto a Valeon produz para a comunidade em geral, conteúdos de Empreendorismo nos seus sites. Essa é a principal forma de chegar a mais pessoas sem a necessidade de gastar com muitos anúncios. Mas, ainda assim, a publicidade continua sendo importante. Ela vai trazer uma base de seguidores muito maior.

A introdução da nossa Startup na sua empresa, vai assegurar modelos de negócios com métodos mais atualizados, inovadores e adaptáveis, características fundamentais em tempos de crise, porque permite que as empresas se reinventem para continuarem as suas operações.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (WP)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

AS ESTATAIS DEVEM SER EMANCIPADAS?

 

A emancipação das estatais

Documento da OCDE alerta para os riscos do uso político das empresas estatais

Notas&Informações, O Estado de S.Paulo

O que as intervenções desastrosas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Petrobrás e as delinquências do Petrolão protagonizadas pelo PT e outros partidos têm em comum? Ambas expõem a relação promíscua entre políticos, o Estado e as estatais. Nesse contexto, não poderia ser mais oportuno o estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre a Governança Corporativa das Estatais no Brasil.

O relatório oferece um detalhado diagnóstico sobre os mecanismos de governança e os processos de privatização no País. No lançamento do documento os pesquisadores, sem citar nomes, alertaram especialmente para os riscos do uso político das estatais e a necessidade de garantir a autonomia de seus conselheiros e gestores.

Não custa lembrar que, desde 2016, está em vigência a Lei das Estatais, que reduziu consideravelmente a discricionariedade do mundo político. Mas, seja por eventuais reformas na lei, seja por dispositivos infralegais, é possível e necessário aprimorar os mecanismos para que as estatais cumpram sua missão com integridade e eficiência.

“O papel das entidades públicas em relação às estatais e os objetivos de desempenho para o setor em geral não são atualmente claros no Brasil”, adverte o estudo da OCDE. Isso oblitera aprimoramentos na gestão ou a priorização de quais empresas deveriam ser privatizadas. Um passo importante seria reduzir a dispersão do poder de decisão. 

A supervisão das 46 estatais com controle direto da União se encontra hoje pulverizada entre 12 Ministérios. Para garantir a unidade executiva e, ao mesmo tempo, a atenção à multiplicidade de interesses públicos, poder-se-ia concentrar as responsabilidades pelas estatais em uma unidade especializada no Ministério da Economia e, ao mesmo tempo, aumentar o número de ministros membros da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União. A Comissão ficaria responsável por estabelecer os objetivos das empresas e nomear os membros dos conselhos fiscais.

A ausência de um mecanismo público para estabelecer os objetivos das estatais é uma fonte persistente de oportunidades para intervenções políticas. As estatais não deveriam ter margem para perseguir políticas públicas que não sejam claramente especificadas pelo Estado. Metas claras e transparentes fortalecem a responsabilidade de todas as partes envolvidas. 

Para garantir que essa responsabilidade seja atendida, é fundamental a elaboração e divulgação de um relatório agregado, com os resultados financeiros e não financeiros das estatais. Segundo a OCDE, isso comporta três benefícios: permite ao público avaliar o desempenho das estatais; subsidia gestores públicos e lideranças políticas na tomada de medidas corretivas em relação às estatais de baixa performance; e oferece às autoridades a oportunidade de monitorar regularmente o desempenho de cada estatal.

O poder público, alertou o economista sênior da OCDE, Hans Christiansen, não deve usar estatais para obter vantagens indevidas para outros investidores – muito menos para grupos corporativos, como os caminhoneiros. A chave para blindar as estatais de interferências, enfatizou Christiansen, é o fortalecimento dos conselhos de administração.

Os conselhos poderiam utilizar firmas especializadas de headhunting para formar um pool de candidatos, com base num processo transparente e competitivo. Mesmo que as escolhas continuassem sob responsabilidade das lideranças políticas, elas ficariam restritas a essa lista prévia.

Numa justificativa mal-ajambrada de sua grotesca intromissão da Petrobrás, Bolsonaro disse que as estatais precisam ter “visão social”. Mas empresas estatais são empresas, e não há melhor maneira de cumprir sua função social do que com uma gestão eficiente, que gere empregos e bons produtos para o consumidor. Para tanto, elas precisam de quadros qualificados em condições de atuar tecnicamente de acordo com as condições de mercado, independentemente dos interesses eleitorais e corporativistas dos governantes de turno.

AUXÍLIO EMERGENCIAL MELHORA A ALIMENTAÇÃO DOS MAIS POBRES

 

Com auxílio, consumo de alimentos por mais pobres cresce 8% em 2020

Foi o dobro do índice médio de crescimento de todas as faixas de renda no País, segundo pesquisa da consultoria Kantar

Márcia De Chiara , O Estado de S. Paulo

No ano de pandemia, os brasileiros no geral aumentaram o consumo de alimentos dentro de casa, mas os mais pobres conseguiram colocar uma quantidade maior de comida no prato. Em 2020, o volume de itens consumidos dentro dos domicílios de todas as faixas de renda cresceu 4% em relação a 2019. No entanto, entre as camadas de menor renda, as classes D e E, o avanço foi o dobro, de 8%, mostra pesquisa exclusiva da consultoria Kantar

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Jaqueline depende agora da doação de marmitas Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

O aumento do consumo de alimentos pelos mais pobres foi embalado pelo auxílio emergencial, que injetou cerca de R$ 300 bilhões na economia em 2020. Cerca de 70% das classes D e E, com renda familiar de até R$ 2,6 mil, segundo o IBGE, receberam o benefício. Isso provocou um salto na receita dessa faixa da população, que gasta quase 25% do que ganha com comida. 

Com mais dinheiro no bolso, os mais pobres incluíram itens que não faziam parte do cardápio. Presunto e apresuntados passaram a ser consumidos por 8,5 milhões de famílias das classes D e E no ano passado; 6,2 milhões de domicílios experimentaram empanados, do tipo nuggets, de frango, carne bovina e vegetais; 4,5 milhões foram às compras de hambúrguer, linguiça, maionese; 5,1 milhões passaram a usar manteiga e requeijão; e 7,1 milhões, azeite, mesmo do tipo misto, por causa da disparada de preço do óleo de soja.

O acesso a novas categorias de produtos por conta do auxílio emergencial lembra o movimento que ocorreu no início do Plano Real, em meados dos anos 1990. Na época, a queda abrupta da inflação permitiu a compra de frango e iogurte pelos mais pobres. Agora, porém, esse movimento de consumo é tido como transitório. E um primeiro sinal disso já começou a aparecer nos supermercados paulistas, que tiveram queda real de vendas este ano (mais informações nesta página).

“O brasileiro comeu melhor no ano passado, porque o auxílio emergencial criou um mundo fantasioso, um poder de compra temporário”, afirmou David Fiss, diretor de serviços ao cliente da Kantar e responsável pela pesquisa. Semanalmente, a consultoria audita 11,3 mil domicílios para radiografar o consumo a partir do tíquete de compra.

O estudo da Kantar mostra que o auxílio turbinou o consumo de itens básicos – não sós alimentos – nas regiões mais pobres do País. No Norte e Nordeste, o gasto médio das famílias que receberam o auxílio cresceu 9,1% ante 2019, enquanto aquelas que não receberam desembolsaram 2,1% a mais na mesma região. 

Também a cesta de produtos perecíveis, que inclui carnes, verduras e frutas, foi a mais beneficiada pelo aumento da renda em 2020. O gasto médio de todos os brasileiros que receberam auxílio aumentou 16% com esses itens. Já os que não receberam destinaram 13% a mais.

Moradora da comunidade de Paraisópolis, na zona sul da capital paulista, Jaqueline Santos da Silva, de 25 anos e mãe de três filhos, com sete e três anos de idade e um bebê de cinco meses, contou que conseguia comer melhor na época que recebia o auxílio emergencial de R$ 600. “Comprava bolacha que as crianças pediam, fruta, linguiça, frango, salsicha”, disse ela. Agora, voltou para o Bolsa Família, cujo benefício não chega R$ 300, e busca doações de cesta básica, mas até as doações ficaram mais difíceis. “Pego a marmita de doação no almoço e me viro na janta com o que tem.” Na semana passada, Jaqueline tinha dois quilos de arroz, uma garrafa de óleo fechada, sal e feijão. “Acho que a semana que vem não tem mais nada.”https://arte.estadao.com.br/uva/?id=QnXRMz

Fome

Ainda não há dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) disponíveis sobre como andou a fome no Brasil em 2020, disse na semana passada ao Estadão Alícia Bárcena, secretária executiva da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), órgão das Nações Unidas. Mas, considerando as informações sobre a redução da pobreza extrema, que é medida também pelo acesso a uma cesta básica de alimentos, Alícia calcula que 8,6 milhões de brasileiros deixaram a pobreza extrema no ano passado por causa do Bolsa Família, do Benefício de Prestação Continuada e do auxílio emergencial. “O desafio é sustentar essas medidas para que, no futuro, essa contenção possa se manter”, afirmou.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza a volta do auxílio foi aprovada no Senado na última quinta-feira e agora segue para Câmara do Deputados – a previsão é que a votação aconteça entre terça e quarta-feira.

O valor do benefício deve variar entre R$ 150 e R$ 375. É uma cifra inferior aos R$ 600 pagos inicialmente em 2020. O governo ainda pretende restringir o auxílio a uma pessoa por família, ao contrário da rodada de 2020.

PREÇO DA CARNE MUITO CARO PUXA A INFLAÇÃO

 

Preço da carne puxa inflação de consumidor de menor renda

Em 12 meses, custo do prato feito variou quase 40% para mais pobres, ante 31,6% nas faixas de maior rendimento

Márcia De Chiara, O Estado de S. Paulo

A conta da inflação dos alimentos é mais alta para os brasileiros de menor renda. Nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro, a inflação do chamado prato feito dos mais pobres preparado em casa – e que leva arroz, feijão, batata, tomate, carne de segunda e óleo de soja – subiu quase 40%. No mesmo período, entre fevereiro 2020 e fevereiro deste ano, o prato feito dos mais ricos, onde a única diferença é a substituição da carne de segunda pela de primeira (o filé mignon), teve alta de 31,6%. O diferencial foi a inflação da carne. O corte de segunda subiu 35% no período e o de primeira, 26,9%.O índice é elaborado pela consultoria GFK, que audita as vendas no varejo. 

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Preço das carnes é um dos principais motores na inflação dos alimentos Foto: J. Scott Applewhite/ AP

“O pobre, que tem menos renda disponível para comprar comida, é o que mais sofre com os efeitos do aumento das commodities no mercado internacional”, afirma o diretor da consultoria e responsável pelo indicador, Fernando Baialuna. Ele diz que ficou surpreso com a grande diferença de custo, praticamente, da mesma refeição e destaca que arrancada maior na inflação do prato feito ocorreu no ano passado.

Baialuna ressalta, no entanto, que a enorme diferença entre o custo da alimentação das camadas de menor e maior renda é nítida quando se avalia um período mais longo. Entre janeiro de 2019, o indicador começou a ser apurado e fevereiro deste ano, o custo do prato feito dos mais pobres subiu 70% e o dos mais ricos, 48%.

O preço da carne bovina, que disparou por causa da forte demanda externa e da alta do dólar nos últimos meses, chegou no prato da diarista Roseli de Andrade Pereira, de 58 anos. “Carne agora é, no máximo, duas vezes na semana e de segunda.” Também está optando pela linguiça e os ovos, no lugar da carne, para reduzir gastos.

Roseli viu sua renda despencar por conta da pandemia e teve de recorrer ao auxílio emergencial para se manter. Até dezembro, quando ainda recebia o benefício, conseguia fazer uma compra regular no supermercado. Mas, nos dois primeiros meses deste ano, sem o auxílio e sem retomar a totalidade das faxinas que fazia, só está repondo o que falta na dispensa. “A gente nem faz mais mercado como antes”, reclama.https://arte.estadao.com.br/uva/?id=20bpYy

A economista Maria Andréia Parente Lameiras, técnica de planejamento e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), diz que a situação da população mais pobre piorou muito nos dois primeiros meses deste ano. “Eles estão se deparando com o aumento da inflação e sem o auxílio emergencial.”

No ano passado, quando a inflação de alimentos consumidos no domicílio acumulou alta de 18%, segundo o índice oficial de inflação, o IPCA, havia uma renda extra, o auxílio emergencial, que suportava esse aumento de preços. 

Na inflação oficial de janeiro, o último dado disponível, que foi de 0,25%, a alimentação respondeu por quase a totalidade do aumento, isto é, 0,22 ponto porcentual. Maria Andréia diz que a expectativa é de que a inflação dos alimentos comece a perder alguma força a partir do final do primeiro trimestre. Ainda que a situação da pandemia continue crítica no Brasil, em outros países a tendência é de volta à normalidade por causa do avanço da vacinação. “Isso deve gerar uma pressão menor de preços de alimentos no mercado internacional, o que deve trazer um alívio para inflação no Brasil.”

De toda forma, o fator mais sensível para a inflação de alimentos é o câmbio, lembra. A cotação do dólar pode se estabilizar e até cair no momento em que a vacinação for acelerada no País, as reformas começarem a tramitar com mais velocidade e a confiança se recuperar.

No entanto, mesmo que a inflação de alimentos tenha menor força, Baialuna pondera que o cenário do consumo de alimentos para os próximos meses deverá ser mais complexo com o valor menor do auxílio emergencial.

8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER

 

Dia Internacional da Mulher: temos motivos para comemorar?

*Psicóloga e Neuropsicologia Daniela Generoso


Chegamos em mais um dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, mas com poucas razões para celebrar. O número de casos de feminicídio e violência contra o sexo feminino não para de crescer.

Antes da pandemia, por exemplo, o instituto “É Possível Sonhar”, que atende crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência doméstica, recebia de 5 a 12 casos por semana. Agora, o número gira em torno de 18 a 23 casos. E os dados só aumentam. 

Não é segredo para ninguém que a violência sempre existiu, mas o isolamento social fez evidenciar casos em que o homem agredia psicologicamente a mulher. Então, a parceira mesma procurava justificar tais atos como momentos de chateação ou raiva pontual do companheiro, pois, para muitas, o abuso só acontece quando chega a agressão física.

Para entender o que é abuso, é preciso esclarecer primeiramente o que é um relacionamento saudável. Geralmente, trabalhamos com a cultura, crença e a idealização do “para sempre”. Essa ideia fantasiosa facilita a manipulação do agressor, que primeiro prende com palavras sutis e muito carinho, o que dificilmente faz a mulher enxergar o controle extremo.

Os agressores/assassinos justificam os atos como forma de amor, ciúmes ou até mesmo dizem que foram provocados. Essas questões são fatores cruciais para impedir e desencorajar a mulher de pedir ajuda.

A manipulação faz com que a pessoa se sinta culpada e alimente pensamentos como se não estivesse com tal roupa não iria provocar outros homens e o parceiro não sentiria ciúmes, já que se sente ciúmes é porque a ama. Esse tipo de pensamento gera um grande perigo. Por isso, precisamos urgentemente parar de romantizar algo que não é normal. Sentir ciúmes é um descontrole emocional causado pelo sentimento de posse.

Quando o indivíduo só diminui a pessoa, ofende, controla suas amizades, roupas e lugares aonde você vai, cuidado. Pode estar enfrentando um relacionamento abusivo. Você não é posse de ninguém. Um casal precisa andar de acordo mútuo, com amizade e respeito.

Além disso, não tem como generalizar, porque cada caso é um caso. Há muitas mulheres que sofrem de transtorno de personalidade dependente e vão sentir um vazio ou até mesmo uma dor por não estar com companheiro ao lado. Mas a pessoa precisa aprender a se amar.

Ninguém nasceu para ser maltratada. No entanto, muitas vezes podemos entender isso como um ciclo de como nossos pais nos tratavam. Porém, para compreender o que realmente acontece é necessário, primeiro, entender o que é um relacionamento saudável. Por isso, ao primeiro grito, procure o diálogo e, se persistir, busque ajuda. É possível sonhar e recomeçar, basta pedir ajuda e entender quem você realmente é, as coisas boas que pode conquistar e viver.

(*) Psicóloga, Pós-graduada em Neuropsicologia, Pós-graduanda em Psicologia Existencial Humanista, pós-graduada em direitos humanos, Mestranda na Universidade Européa Del Atlântico (Espanha), Formada pela UNESCO/UFRJ Interpretação de Desenho Infantil, Escritora, Professora  e supervisora de psicologia, fundadora e presidente do Instituto  “É Possível Sonhar”, que atende crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência doméstica.

OS GESTORES DA PANDEMIA NÃO SOFREM CONSEQUÊNCIAS DOS SEUS ATOS

 

Dobrando a aposta

Os gestores da epidemia não sofrem as consequências das decisões que tomam

J.R. Guzzo, O Estado de S.Paulo

Eis aí o Estado de São Paulo de volta à fase de restrições radicais por conta da covid – e é bom ir dando graças a Deus, segundo indicam as “autoridades locais” que receberam do STF a incumbência de gerir a epidemia sem interferências de cima ou dos lados. Como acaba de dizer o gestor-chefe do Alto Comissariado que decide hoje em dia o que o cidadão pode ou não pode fazer na sua vida, a atual “fase vermelha” da quarentena talvez não seja suficiente para satisfazer o grau de paralisia da sociedade que acham satisfatório; já ameaçou com a adoção de uma “fase preta”, na qual querem proibir ainda mais coisas. Quais? Nem eles sabem direito. Só dizem que vai ficar pior.

São Paulo covid
O Estado de São Paulo está de volta à fase de restrições radicais por conta da covid. Foto: Werther Santana/Estadão

Permanecem de pé, enquanto eles distribuem as suas ordens, duas questões essenciais. A primeira é: para que tudo isso? Nunca se adotaram medidas de intervenção nas liberdades individuais e públicas mais extremas que as de agora. Ao mesmo tempo, nunca morreu tanta gente – quase 260 mil pessoas, segundo os critérios que definem o que é morte por covid e segundo os últimos números publicados pela imprensa. Obviamente, pela observação objetiva dos fatos que estão à vista de todos, o “fique em casa” não deu certo – se tivesse dado, a quantidade de mortos e de infectados estaria diminuindo, e não aumentando. Tudo o que se diz em defesa do fechamento é a mesma coisa que vem sendo dita desde o começo: seria pior se não fosse assim. Quanto pior? Aí cada um diz o que quer. Haveria 3 milhões de mortos etc. etc. etc. Ou seja: acreditem em mim, façam “home office” e chamem o motoboy para o “delivery”.

A segunda questão é igualmente simples: depois de um ano inteiro de gestão exclusiva da covid (na prática, as decisões locais não podem ser mudadas por decisões superiores) e de gastarem dezenas de bilhões de reais em dinheiro tirado do público, o que as autoridades que trataram da epidemia têm para mostrar em seu favor? Nesse período o cidadão foi governado por decretos-leis e a Constituição foi sistematicamente desrespeitada. Uma recessão que fez a economia recuar mais 4% em 2020 destruiu empregos, liquidou empresas e arruinou as vidas de milhões de brasileiros. Num país desesperadamente atrasado na educação de suas crianças e jovens, a maioria das escolas está fechada há um ano. Em troca de tudo isso, o que se tem são 260 mil mortos e a constatação de que o sistema público de hospitais está em colapso – segundo os próprios responsáveis diretos pelo seu funcionamento.

As coisas estão assim, dizem eles, porque o número de casos aumentou demais. Mas não é justamente para isso, para resolver emergências extremas, que receberam esses poderes todos e estão aí fazendo o que bem entendem desde março de 2020? Não foi para tratar exclusivamente da covid que Estados e municípios receberam, ao longo deste último ano, R$ 35 bilhões em verbas federais? Com esse dinheiro o Brasil poderia ter hoje 250 mil leitos de UTI; tem menos de um terço disso. Quando apresentados a qualquer desses fatos, os comissários da covid ficam impacientes: dizem que é tudo “negacionismo” e encerram a conversa. Não muda nada – o fracasso continua do mesmo tamanho, e daí eles dobram a aposta. 

O fato é que os gestores da epidemia não sofrem as consequências das decisões que tomam. Nenhum deles perdeu o emprego até hoje, nem renda, nem fez cinco minutos numa fila de ônibus, nem passou um dia inteiro sem café da manhã, almoço e janta. Ninguém ficou sem elevador, luz elétrica e água quente – para isso, garantindo o conforto de quem está “em casa”, há sempre um infeliz pendurado no poste ou enfiado embaixo da terra. Eles que se aglomerem.

*JORNALISTA

sábado, 6 de março de 2021

SE LOCKDOWN NÃO RESOLVER?

 

Se o lockdown não resolve, sobram só as vagas em cemitérios; leia a análise

‘Infelizmente, vejo que vamos ter aumento da mortalidade nas portas dos hospitais, em ambulâncias, esperando a abertura de um leito de UTI e isso é responsabilidade do governo federal’

Gonzalo Vecina*, O Estado de S.Paulo

Não há como construir leitos de UTI na velocidade em que as pessoas estão morrendo neste momento. Muitos leitos foram desativados e a reativação significa reagrupar equipamentos que foram distribuídos, chamar profissionais não presentes agora. Até pode ser feito aumento de capacidade de leitos em alguns hospitais, mas uma resposta eficaz com essas ações é impossível no prazo de que dispomos.

Infelizmente, vejo que vamos ter aumento da mortalidade nas portas dos hospitais, em ambulâncias, esperando a abertura de um leito de UTI e isso é responsabilidade do governo federal, que diminuiu o número de leitos que estavam sendo financiados. O governo federal também sabia que havia condições de existir esse impacto que estamos vendo. A vigilância sanitária e a vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde deveriam ter dado esse alerta. Dados não faltam para isso.

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Paciente da UTI sendo removido no Hospital Albert Einstein  Foto: Nilton Fukuda/ Estadão

É culpa do ministério estarmos despreparados para enfrentar este momento. O único instrumento que temos hoje não é aumentar a oferta de leitos, é tentar, em alguns dias, diminuir a demanda, fazendo lockdown. Se for feito lockdown sério, vamos conseguir diminuir o número de novos casos daqui a dez dias. Agora, os casos que chegam hoje na rede hospitalar são de dez dias atrás. Esses vão continuar chegando, porque não tomamos nenhuma providência.

O presidente, em várias ocasiões, teve a oportunidade de se manifestar, dizendo que “lockdown não resolve”. Se lockdown não resolve e não há leitos de UTI, só sobram vagas no cemitério. 

É MÉDICO SANITARISTA E COLUNISTA DO ‘ESTADÃO’NOTÍCIAS RELACIONADAS

MEDIDAS DE SOCORRO CONTRA A PANDEMIA NO BRASIL

 

Quem vai disparar as medidas de socorro e apertar o botão de guerra?

Saúde e Economia caminham em passos distintos, enquanto o colapso do sistema de saúde de Manaus atinge o resto do País


Adriano Fernandes*, O Estado de S.Paulo

Na briga insana contra as medidas de isolamento social para frear a pandemia, Jair Bolsonaro repete a toda hora que a economia e a saúde “andam juntas”. No seu governo, essas duas áreas, porém, não se conversam.

Não se tem notícia de nenhuma reunião de cúpula dos Ministérios da Economia e da Saúde – Paulo Guedes e Eduardo Pazuello – para a organização de uma estratégia conjunta, a não ser por repasse de dinheiro. Nenhum encontro sequer dos “generais” de Bolsonaro num gabinete de guerra, de crise.

Saúde e Economia caminham em passos distintos enquanto o cenário mais catastrófico do início do ano se confirmou: a disseminação do colapso do sistema de saúde de Manaus para o resto do País. Tudo ao mesmo tempo.

Vírus avançando, com famílias inteiras contraindo a doença, UTIs lotadas, retrocesso na retomada econômica, alta volatilidade dos mercados e desconfiança dos investidores em relação ao que vai acontecer com o Brasil. A paciência deles com o País indo embora. 

Paulo Guedes e Eduardo Pazuello
Oficialmente, Guedes e Pazuello sempre se falam, mas quem já viu essa tropa reunida? Foto: Dida Sampaio/Estadão

É a tempestade perfeita, que ocorre quando um evento ruim é drasticamente agravado pela ocorrência de uma rara combinação de circunstâncias que se transforma em um desastre sem proporções.

É bem verdade que vão dizer no governo que a coluna está equivocada. Que em março do ano passado foi criado um comitê de crise para a supervisão e monitoramento dos impactos da covid-19. Que o comitê já publicou uma série de resoluções com ações para o enfrentamento e está em pleno funcionamento. Que o comitê está atuando conjuntamente e tem uma lista de medidas para provar isso. Que está dando tudo certo e dentro do previsto.

Oficialmente, o discurso é o de que Guedes e Pazuello mantêm diálogos constantes e frequentes em relação às medidas para o enfrentamento da pandemia no Brasil, o que não traria a necessidade de encontros presenciais.

Quem viu essa tropa em ação reunida? O Ministério da Economia diz que faz a sua parte com o repasse de dinheiro e o Ministério da Saúde faz a dele cobrando os recursos que estão em falta.

No domingo passado, Bolsonaro postou nas suas redes sociais uma foto enfileirado ao lado dos presidentes Arthur Lira (Câmara), Rodrigo Pacheco (Senado), e os ministros Walter Braga Neto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Guedes e Pazuello. O assunto oficial: vacina e a PEC do auxílio emergencial.

O tema de maior interesse foi outro: mostrar que Bolsonaro fez a sua parte repassando recursos para os Estados no ano passado. Tudo isso para desmontar o aperto nas restrições que estão sendo tomadas pelos governadores e prefeitos e que a disponibilidade de caixa dos Estados e municípios fechou 2020 em patamar 70% maior do que um ano antes.

Isso demonstra que ter mais dinheiro não basta. A prova disso é que o governo já pagou R$ 524 bilhões em medidas emergenciais e o Brasil está no topo entre os países com pior situação na pandemia.

Depois da cloroquina e do tratamento precoce, a prova de energia gasta fora do lugar é o envio de uma comitiva a Israel para conhecer o spray para o combate da covid-19.

Mas nunca mandaram uma comitiva de peso – de alto nível – atrás de vacina. Por que não Guedes e Pazuello juntos numa comitiva? A equipe econômica pode e deveria ter se engajado mais nessa cobrança e articulação da diplomacia, pois tem seus canais particulares de diálogo internacional e instrumentos outros econômicos. A compra de vacina é uma guerra internacional e se deve disputá-la com todas as armas possíveis.

Com o temor de uma desorganização econômica, Guedes repete que o Brasil precisa de vacina. Mas não temos vacina. Com lucidez, disse que a guerra sem fim não vai chegar a nenhum lugar. Guedes conta para o presidente? O pior temor de Bolsonaro ao se lançar contra o combate duro da pandemia, o desastre econômico, pode acabar se concretizando.

O ministro já falou diversas vezes que aguardaria o sinal de Pazuello para disparar as medidas de socorro e acionar o botão da calamidade. No fim de janeiro, afirmou que o governo poderia retomar os programas de socorro, caso houvesse o entendimento de que o número de mortes por covid-19 continuará acima de mil por dia com a vacinação atrasada. Nessa situação, seria declarado novamente “estado de guerra”.

Infelizmente, esse é o quadro de hoje no Brasil. Quem aperta o botão?

*É REPÓRTER ESPECIAL DE ECONOMIA EM BRASÍLIA

PONTOS POLÊMICOS NA PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRAS

 

Alertas sobre a MP de privatização da Eletrobrás

Privatizar a estatal é fundamental, mas não há espaço para aventuras, nem para milagres, nem para milagreiros

Adriano Pires*, O Estado de S.Paulo

Depois de muitas idas e vindas e quando parecia existir um consenso de que não haveria privatização/capitalização da Eletrobrás, o governo apresenta uma MP, na tentativa, dentre outras, de recuperar a imagem de ser um governo liberal.

A privatização e/ou capitalização da Eletrobrás é desejável e fundamental ante a falência da capacidade de investimento da empresa e do estado atual do setor elétrico brasileiro. Estamos com bandeira amarela desde o início de 2021, no auge do chamado período úmido. A questão dos reservatórios já se arrasta há anos. Não dá mais para culpar apenas a “hidrologia ruim” ou a falta de sorte.

Existem fatores estruturais que precisam ser endereçados. O resultado de adiar o enfrentamento das verdadeiras questões estruturais pode ser um aumento contínuo e significativo das tarifas.

Eletrobrás
Privatizar uma empresa como a Eletrobrás é fundamental, mas não da forma como o governo sugere. Foto: Wilton Junior/Estadão

No entanto, o formato e o instrumento anunciados pelo governo na MP 1.031 não parecem ser os mais adequados. 

O primeiro é que capitalização não é privatização. A União passa a ter uma golden share o que representa risco político e desvaloriza a empresa. Após o episódio da demissão do presidente Castello Branco da Petrobrás, fica mais difícil o investidor acreditar na isenção da União na gestão das empresas. Ou seja, o modelo de empresas de capital misto parece não funcionar no Brasil, o que nos leva a duvidar se esse modelo de corporation com uma presença significativa da União e de golden share não terá os mesmos problemas do modelo de capital misto.

O segundo ponto é a ênfase dada na redução da tarifa de energia, ainda mais num contexto de que teremos elevações significativas em 2021. Caso a real intenção seja reduzir as tarifas, o livro-texto recomenda que seja feito através de políticas públicas claras, financiadas abertamente pelo Tesouro, ou mudanças nas relações entre o mercado cativo e o livre. Nos últimos anos tivemos um subsídio explícito do consumidor cativo em direção ao livre que precisa ser corrigido. No passado, vimos que a tentativa de reduzir os preços de energia pela MP 579/2012 foi desastrosa, e sentimos os efeitos até hoje. De outubro de 2012 a setembro/13 a energia residencial caiu 14,78%. Nos 12 meses seguintes, outubro/13-setembro/14, subiu 14,72%. Em novembro/14 já tinha acumulado alta de 18% zerando a queda. Em janeiro/15 a energia já tinha subido 28,45%, mais do que compensando a redução. De outubro/13 até agora subiu 107,65%.

A interpretação de que um dos objetivos da MP seria a redução de tarifas levanta a questão da efetividade desse instrumento e se isso não dificultaria a atração de investidores. A capitalização deveria ser para aumentar os investimentos da Eletrobrás, e não para reduzir tarifas.

Mesmo o objetivo de modicidade tarifária pode não ser atingido. Não está claro até que ponto teremos redução das tarifas colocando recursos da capitalização na CDE, ao mesmo tempo que ocorre o fim do regime das cotas promovidas pela MP 579 que levará a um aumento das tarifas para os consumidores cativos. O correto é que a redução das tarifas via CDE deveria beneficiar apenas os consumidores cativos, excluindo os consumidores livres. Os eleitores do presidente Bolsonaro estão no mercado cativo, e não no livre.

Ainda temos o risco de reduzir os aumentos tarifários nos próximos anos, como aconteceu com a MP 579, e a conta chegar no futuro, já que não estamos atacando as verdadeiras causas de termos tarifas elevadas.

Além das questões expostas acima, ainda existem outros fatores em aberto. Com o PL 414 em tramitação na Câmara haverá um crescimento mais rápido do mercado livre e, consequentemente, aumento na tarifa dos cativos. E qual vai ser o destino de programas como o Proinfa, que hoje estão embaixo da Eletrobrás. Como ficarão depois da capitalização da Eletrobrás?

Concluindo, privatizar uma empresa como a Eletrobrás é fundamental. Mas a escolha de um modelo de privatização num momento de crise e de pandemia, conduzido por uma necessidade de reduzir tarifas e agradar a alguns políticos, trará o risco de criar uma empresa com mais custos do que benefícios para a sociedade brasileira. Não há espaços para aventuras, nem para milagres, nem tampouco para milagreiros. 

*DIRETOR DO CENTRO BRASILEIRO DE INFRAESTRUTURA (CBIE)

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