sexta-feira, 6 de novembro de 2020

ELEIÇÕES NOS ESTADOS UNIDOS INDEFINIDA

 

Trump volta a denunciar fraude e Biden mantém otimismo: disputa pela Casa Branca segue apertada

 

Ligia Hougland

 

Três dias depois das eleições americanas, a população ainda não sabe quem será o presidente. Donald Trump e Joe Biden continuam a disputar colégios eleitorais em estados-chave nesta sexta-feira (6). O democrata lidera a contagem de votos, o que incita o rival a alegar que a votação está sendo roubada.


 

© AFP - ANGELA WEISS,MANDEL NGAN

Ligia Hougland, correspondente da RFI em Washington

A disputa, cada vez mais apertada, agora se concentra nos estados da Geórgia, Arizona, Nevada, Carolina do Norte e Pensilvânia, causando uma crescente tensão para as campanhas republicana e democrata e grande frustração para os eleitores.

 

Na noite de quinta-feira (5), Trump fez um pronunciamento afirmando que houve interferência na votação por parte de grupos poderosos como corporações, a mídia e grandes nomes do setor de tecnologia, em uma menção velada aos gigantes da internet Twitter e Facebook. O presidente americano também alegou que houve fraude eleitoral e disse que os democratas não estão contando os votos dele.

“Se os votos legais forem contados, eu ganho facilmente. Eles usaram votos ilegais para roubar a eleição", afirmou Trump.

Várias redes de TV americanas interromperam a transmissão do discurso do presidente por considerarem que o conteúdo de sua fala propiciava a desinformação.

Biden perto da vitória

Biden está bastante próximo dos 270 colégios eleitorais necessários para lhe garantir a presidência, bastando ser declarado o vencedor da Pensilvânia ou qualquer dois dos outros quatro estados-chave para chegar a esse número ou mesmo ultrapassá-lo.

A situação de Trump é bem mais complicada e sua vitória parece cada vez mais improvável. Para continuar na Casa Branca, o presidente americano precisa obter vitória na Pensilvânia e em outros três estados-chave.

O candidato democrata também fez um pronunciamento na noite de quinta-feira (5), tentando demonstrar otimismo ao dizer que, enquanto aguardava a contagem de votos, ele já estava conduzindo reuniões sobre como seu governo lidaria com a pandemia e a economia americana. Biden pediu que todos permaneçam calmos e confiem no processo eleitoral.

“Não tenho dúvida de que, quando a contagem foi concluída, eu e a senadora Harris sairemos vencedores”, disse Biden.

Batalha judicial

A mensagem da campanha republicana não podia ser mais contrastante ao insistir que o processo eleitoral está marcado por fraudes que precisam ser expostas para que os americanos não percam a confiança na sua democracia.

Desde quarta-feira (4), os advogados que representam Trump têm entrado com diversos recursos na justiça alegando fraude e irregularidades eleitorais na Geórgia, Pensilvânia, Michigan e Nevada. Os processos incluem acusações de votos recebidos depois do prazo e votos de cidadãos já falecidos, além de casos de fiscais republicanos que foram impedidos de acompanhar o processo de contagem e validação das cédulas.

“Vai haver muitas disputas legais e talvez isso acabe no tribunal da mais alta instância do país. Não podemos ter uma eleição roubada dessa maneira”, disse Trump.

Muitos simpatizantes do presidente estão revoltados com a falta de apoio de líderes do artido Republicano, como os senadores Mitch McConnell, líder da maioria no Senado, e Lindsey Graham, que comanda o Comitê Judiciário no Senado. Os eleitores que se sentem traídos pelo partido já falam em sair às ruas em protesto.

Denúncias de fraudes sem provas

Tanto a grande imprensa – inclusive a Fox News, que simpatizante de Trump - quanto grandes nomes da política conservadora, como o ex-governador de New Jersey Chris Christie, afirmam que as alegações de que houve fraude eleitoral não têm fundamento algum.

"Não ouvimos falar de nenhuma prova", reagiu Christie, um tradicional aliado do presidente, alertando para o risco do republicano estimular mais tensões sem ter elementos que demonstrem irregularidade no processo eleitoral.

Já os eleitores de Trump postam nas redes sociais o que dizem ser provas de que a eleição está sendo roubada. Tucker Carlson, comentarista político com o programa em horário nobre de maior audiência da TV a cabo americana, insistiu na quinta-feira que os cerca de 70 milhões de eleitores que votaram no republicano têm direito à transparência. “Nem todas as alegações de fraude são críveis, mas algumas são”, disse Carlson.

O prazo máximo para os estados encerrarem completamente a apuração é 8 de dezembro. Se a disputa sobre o resultado das eleições tiver mesmo de ser decidida pela Suprema Corte, terá de acontecer antes de os eleitores de todos os 538 colégios eleitorais declararem seu voto, em 14 de dezembro.

 

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

COLUNA ESPLANADA DO DIA 05/11/2020

 

Já era

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini

 

 

A tentativa de reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre para as presidências da Câmara dos Deputados e Senado Federal, respectivamente, caíram na vala brasiliense dos projetos natimortos. Está praticamente descartada no Palácio do Planalto e sem apoio no Congresso. E ambos já receberam os recados de eminências do Judiciário – há uma consulta no Supremo Tribunal Federal. É um ano atípico, cheio de problemas em todos os setores – principalmente no Legislativo, cujos parlamentares fugiram para suas bases, desde março, para ajudar campanhas de prefeitos e vereadores, aproveitando a pauta vazia com a pandemia do Covid-19.

Acordem, excelências
O consenso entre Poderes é que seria desnecessária dor de cabeça para o Judiciário resolver, e mais desgaste à imagem do Congresso, que nunca foi das melhores.

Ajuntamento 
Daí ministros palacianos articularem um ministério para Rodrigo Maia – mais a pedido do ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, para levar o DEM à base do Governo.

Eles tentaram
Outro fator contra Maia e Alcolumbre é o histórico de tentativas fracassadas de caciques nesse projeto. Muito mais articulados e tarimbados, Sarney, ACM e Renan Calheiros tentaram reeleição quando presidentes do Senado. Em vão.

Conduta errônea
Juristas experientes que analisaram a conduta do advogado de defesa do acusado de estupro contra Mariana Ferrer ficaram estarrecidos com seu comportamento. Num grupo de whatsapp de Brasília, com centenas de advogados, um deles argumentou: “o advogado foi além do necessário ao patrocínio do cliente; cobriu a vítima de insultos, quando o crime de estupro é punível ainda quando a ofendida é meretriz (que não é o caso da jovem). Merece uma condenação em danos morais, pelos excessos cometidos”.

Fala, ministra
Nota-se em Brasília um silêncio da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, sobre o caso Mariana Ferrer. Damares, defensora das mulheres em outras ocasiõe midiáticas – e que já revelou ter sofrido violência sexual na infância – se calou e deixou as tratativas protocolares sobre o escândalo com a pasta.

Fala, OAB!
Outro silêncio ensurdecedor sobre a conduta do advogado do acusado é do Conselho Federal da OAB. Já o juiz que criou o neologismo “estupro culposo” foi denunciado ao Conselho Nacional de Justiça.

Apagão 
Fontes da Coluna do Amapá, ligadas ao setor elétrico, indicam que, no melhor dos cenários, o Estado poderá ter energia restabelecida 100% dentro de quatro dias. Durante temporal atípico em Macapá anteontem, com centenas de raios em duas horas, houve incêndio na hidrelétrica Coaracy Nunes, que causou apagão no Estado.

PSB tem chance
Em Macapá, a disputa para a prefeitura está polarizada. Apesar da frente ampla de apoio a Josué Alcolumbre, irmão do senador, João Capiberibe aparece forte nas pesquisas.

Cadê a CPI?
O Senador Eduardo Girão (PODE) resolveu comprar briga grande. Diz que o “ativismo judicial do STF só vai parar quando houver a análise de dezenas de pedidos de impeachments (contra ministros do STF), todos embasados e com indícios, e com a CPI da Lava Toga”.

Decolando
A compra de frota aérea de aviões de carga pela Mercado Livre já é outro indicativo de que a multi argentina quer comprar os Correios do Brasil, conforme já citamos.

Ah, VIVO..
Mais uma do caso desrespeito da VIVO com cliente que teve chip pós-pago cancelado para transferência nominal a outro cliente, pré-pago. Até hoje, duas semanas depois, a caixa postal do número de telefone tem a saudação do hotel na Bahia que usava o chip. O caso foi parar na Justiça e já tem audiência agendada para janeiro.

 

 

CONGRESSO PRORROGA DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTOS DE DIVERSOS SEGMENTOS DA ECONOMIA

 

Desoneração prorrogada: Congresso derruba veto e estende benefícios a 17 setores até 2021

Marciano Menezes

 

 

 

Deputados e senadores impuseram ontem uma derrota ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao derrubar o veto do chefe do Executivo à prorrogação, até 2021, da desonera-ção da folha de pagamentos de empresas de 17 setores da economia. A decisão, comemorada pelo empresariado mineiro, veio também na esteira do crescimento da produção industrial, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que avançou 2,6% no mês de setembro em relação a agosto.

No final da tarde de ontem, senadores sacramentaram a decisão tomada mais cedo na Câmara dos Deputados, quando 430 deputados votaram pela derrubada do veto e 33 contra. Houve quase unanimidade no Senado: 64 votos pela queda do veto e apenas dois pela manutenção.

Os 17 setores que conseguiram a manutenção da desoneração da folha de pagamento empregam cerca de 6 milhões de pessoas no país. São empresas, por exemplo, dos setores de call center, comunicação, tecnologia da informação, transporte, construção civil e têxtil, entre outras.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, comemorou a manutenção da desoneração da folha de pagamento. “Milhões de empregos serão preservados no Brasil e o custo de trabalho desses setores irá cair, possibilitando, nessa retomada, uma ampliação do número de trabalhadores”, disse o líder empresarial, agradecendo a participação fundamental de deputados e senadores para garantir a derrubada do veto.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Software e da Tecnologia da Informação em Minas (Sindinfor), Fábio Veras, a desoneração deu margem de competitividade para que as empresas trabalhassem mercado com mais vigor. “Na pandemia, foi fundamental esse processo. O veto pegou a todos de surpresa.

Além do setor de tecnologia da informação, que tem mão de obra qualificada e boa remuneração, outros 16 seriam afetados. As possibilidades de demissões seriam reais, neste momento que as empresas começam a enxergar 2021 para a recuperação da pandemia”, lembra o empresário, caso o veto tivesse sido mantido.

Segundo Fábio Veras, neste período de pandemia, muitos clientes renegociaram contratos e houve aumento da inadimplência. “As empresas gastaram o fôlego financeiro e, com mais uma pancada, muitas não dariam conta de se manter”, avalia.

Apesar do veto do presidente, cabia aos próprios parlamentares restabelecer a forma original do texto enviado à sanção presidencial. O benefício aos setores terminaria no final deste ano. Quando sancionou a Medida Provisória 936, que tratava da redução da jornada, salários e da suspensão de contratos – transformada posteriormente na Lei 14.020 – , Bolsonaro vetou o artigo que garantia a prorrogação da desoneração, alegando que acarretava uma renúncia fiscal.

 

Com a quinta expansão consecutiva, produção industrial avança em setembro e supera perdas

No mês de setembro, a produção industrial brasileira registrou expansão e 2,6% em relação ao mês anterior, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada ontem pelo IBGE. Esta foi a quinta alta consecutiva, o que garantiu a eliminação das perdas de 27,1% acumuladas em março e abril com o distanciamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus.

Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, com o resultado de setembro, em conjunto com os avanços registrados nos quatro meses anteriores, a produção industrial superou em 0,2% o patamar pré-pandemia de fevereiro. “Passados os meses de março e abril e com a flexibilização das medidas de distanciamento social, o setor industrial foi recuperando, mês a mês, aquele patamar”, afirmou.

Minas Gerais já havia superado em julho o patamar pré-Covid. “Essa retomada foi antecipada no Estado devido às medidas de flexibilização adotadas pelo governo, além do bom desempenho do segmento extrativo, que representa quase 25% da indústria geral, que contribuíram para esse avanço”, afirma Marcos Marçal, economista da Fiemg.

Em relação a setembro de 2019, a indústria nacional cresceu 3,4%, interrompendo dez meses de resultados negativos. No ano, o setor industrial acumula queda de 7,2% e, nos 12 meses, recuo de 5,5%. Os melhores desempenhos ficaram com a indústria de transformação, puxada por veículos, couro e calçados. Máquinas e equipamentos também sinalizaram a retomada do segmento de bens de capital.

 

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...