quinta-feira, 5 de novembro de 2020

BIDEN NÃO DECLARA VITÓRIA MAS JÁ É O VENCEDOR DAS ELEIÇÕES NOS ESTADOS UNIDOS

 

Quando a contagem acabar, acreditamos que seremos os vencedores, diz Biden

 

A liderança na apuração dos votos no Estado de Wisconsin pôs Joe Biden em uma caminho mais provável para a vitória nas eleições americanas. Apesar disso, em discurso no fim da tarde da quarta-feira (04/11), o democrata não declarou vitória, mas afirmou que quando todos os votos forem contados ele acredita que será o vencedor.

 

© Reuters Joe Biden afirmou que democratas são os vencedores quando acabar a contagem dos votos

"Não estou aqui para declarar que ganhamos, mas quando todos os votos forem contados, acreditamos que seremos os vencedores."

Biden afirmou também que esperava conquistar também o Estado de Michigan, onde tinha vantagem — poucos minutos depois, a BBC confirmou a vitória do democrata no Estado, com 49,8% dos votos e 97% das urnas apuradas. Já não há mais possibilidade de Trump virar no Estado, que havia votado nele em 2016.

"O mais importante pra mim, é que ganharemos com a maioria do povo americano", afirmou Biden, que até agora recebeu mais de 70,5 milhões de votos.

 

© Getty Images

"Estamos no caminho para ganhar o maior número de votos já ganho por qualquer dupla de candidatos na história dos EUA", disse Biden. "Apenas três presidentes no passado venceram um presidente no cargo, e se tudo der certo, seremos a quarta."

Biden também afirmou que, apesar das profundas diferenças em um país polarizado, ele pretende unir o país quando a eleição acabar.

"Temos que ouvir uns aos outros, respeitar e cuidar uns dos outros, unir, curar, nos unir como nação. Sei que não será fácil. Sei como são profundas a diferenças, mas também sei que para fazer progresso precisamos parar de tratar os oponentes como inimigos", afirmou.

"Eu vou ganhar como democrata, mas vou governar como presidente. É o único cargo nesses pais que representa todo mundo, e exige cuidado por cada um", afirmou.

"Agora, todo voto precisa ser contado. Ninguém vai tirar nossa democracia de nós, nem agora, nem nunca. O povo não será silenciado."

"Quando eu for presidente, não vai haver estados azuis (democratas) ou vermelhos (republicanos), apenas os Estados Unidos da América", afirmou.

 


© EPA Contagem de votos funciona de forma diferente em cada Estado

Como está a situação eleitoral?

Donald Trump e Joe Biden travam uma das batalhas eleitorais mais apertadas da história dos Estados Unidos. Para conquistar a Casa Branca, o vencedor precisa obter pelo menos 270 votos do Colégio Eleitoral.

A apuração dos votos está em andamento, mas em 44 Estados (dos 50) o resultado local já foi declarado, com um dos candidatos não podendo mais ser superado pelo outro. Com isso, o placar atual da eleição é de 243 votos para Biden contra 214 de Trump.

Atualmente Biden lidera a corrida em dois dos cinco Estados indefinidos (Nevada e Arizona), e Trump tem vantagem em outros três (Carolina do Norte, Geórgia, e Pensilvânia).

Biden precisa apenas confirmar sua vitória em Nevada e Arizona para atingir o "número mágico" de 270 votos no colégio eleitoral. A BBC ainda não confirmou a vitória em Wisconsin, embora o Estado já esteja sendo considerado ganho tanto pela campanha de Biden quanto por veículos como o The New York Times e o Wall Street Journal.

O ex-vice-presidente também poderia alcançar uma vitória com mais margem caso virasse na Pensilvânia, onde Trump lidera com 53% contra 45% de Biden. É um cenário menos provável, mas com 20% dos votos a serem apurados o vencedor ainda não pode ser declarado, mesmo com a larga vantagem de Trump.

 

© EPA Eleitores protestam contra estratégia de Trump de pedir que a contagem seja interrompida

O que Trump falou sobre os resultados até agora?

O presidente Trump ainda não se manifestou na manhã ou tarde de quarta (4/11), mas a demora na contagem dos votos em papel o levou a concretizar a estratégia que ensaiou ao longo da campanha. Sem provas de fraude no processo, o presidente se declarou vencedor na madrugada e disse que vai contestar a contagem de votos na Suprema Corte.

"Isso é uma vergonha para o nosso país. Nós estávamos prontos para ganhar. Francamente, nós ganhamos as eleições. Pelo bem dessa nação, isso é uma grande fraude. Nós queremos que a lei seja aplicada da forma correta, vamos à Suprema Corte. Nós queremos que todos os votos parem. Não queremos que eles achem dez mil novos votos às 4 da manhã", disse Trump, em pronunciamento na Casa Branca.

A campanha de Trump afirmou também que pretende pedir que a contagem de votos seja congelada em alguns Estados, gerando protestos de eleitores.

 

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

ECONOMIA ESTÁ NA BERLINDA PARA 2021

 

Alma Gêmea

Guedes incorporou o raciocínio confuso, a linguagem agressiva e até os trejeitos do chefe

Rosângela Bittar, O Estado de S.Paulo

 


Noves fora a pandemia, o ministro Paulo Guedes e a economia estão na berlinda e inspiram as previsões de mudanças importantes no governo no início do novo ano. Enfrentar seu jogo é para os fortes, pois tem reflexos no câmbio, na bolsa, na inflação, na dívida. No entanto, para explicar o que acontece com o laureado economista, cujo poder declina, recorre-se apenas a uma anedota: Instrutor infiel aconselhou seu aprendiz de hipnose a fazer, como dever de casa, treinamento com os peixes, diante de um desses imensos aquários de parque turístico. Preocupado com a demora, o professor foi atrás e encontrou-o em transe, olhos fixos, lábios em bico, abrindo e fechando a boca, em estado de respiração mecânica. Em vez de hipnotizar, fora hipnotizado.

Eis a questão. Admitido para ser contraponto e conselheiro técnico do desaparelhado presidente Jair Bolsonaro, Guedes se fundiu a ele e se perdeu junto. O temperamento e a impertinência, já os possuía ao chegar. Em menos de dois anos, porém, incorporou o raciocínio confuso, a linguagem agressiva, a interpretação distorcida da realidade e até os trejeitos do chefe. Tornou-se sua alma gêmea.

 

Não se está falando só das já folclóricas gafes que tanto poderiam ilustrar a biografia de um como do outro. Quem não se lembra das empregadas domésticas e a Disneylândia? E a dos funcionários públicos, os “parasitas”? Aquelas do uso dos precatórios como orçamento e da taxação do seguro desemprego, deslizes técnicos engavetados, candidatos à ressurreição. Tem a última, a de ter medo de ser derrubado por “lobby da Febraban”. E as penúltimas, dos nazistas, da volta do AI 5, dos insultos à mulher do presidente da França...

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Mas há também o traço de caráter, a preferência pelo conflito, a soberba, a falta de disposição e competência para o diálogo com o Congresso Nacional e com o Supremo Tribunal Federal. Bem como dificuldades extremas na relação com os ministros em particular. Tal e qual. Nas instâncias da economia, existia relativa confiança no que poderia fazer Guedes neste governo. Uma certeza é que teria coerência com as ideias liberais que sempre defendeu. Iria impor uma certa visão de necessários privatização e equilíbrio fiscal. Sua capacidade executiva não esteve em dúvida. Saberia, ainda, reunir pessoas adequadas a cada tarefa, suprindo suas fragilidades.

Nada, porém, encontrou no perfil de quem lhe serviu de espelho. A maioria das expectativas restaram frustradas, com duas exceções, uma em equipe, outra em resultados da política econômica: O presidente do Banco CentralRoberto Campos Neto, e a reforma da Previdência. Campos tem uma agenda própria e a está cumprindo. A reforma da Previdência, Guedes encontrou-a pronta, depois de 20 anos de discussão, e a recebeu resmungando pela ausência da capitalização, uma de suas obsessões à época.

De outra obsessão, a CPMF, imposto mundialmente considerado um lixo, não desiste, embora tenha sido a razão de seu fracasso na reforma tributária. Preparou uma reforma administrativa megalômana, proibitiva para um presidente em permanente campanha de reeleição. Suas propostas na área fiscal foram desprezadas, até o momento. Como Bolsonaro, Guedes faz recuos temporários e estratégicos. Como Bolsonaro, recuos e avanços numa mesma frase: vai ter, não vai ter!

Previstos na lei do teto e da responsabilidade fiscal, os gatilhos empacaram nas divergências internas. O teto é, por sinal, o tema preferencial da disputa interna de poder. Apenas discursiva, sem consequência, pois ninguém sabe o que fazer.

Não há propostas para sair da crise que o governo imaginava fugaz. Aprofundou-se a dívida. Vem aí a segunda fase da pandemia. Bolsonaro vai segurar o teto? Guedes tem solução para não deixá-lo desabar? Até a próxima conferência do ministro. Até o próximo comício do presidente.

*COLUNISTA DO ‘ESTADÃO’ E ANALISTA DE ASSUNTOS POLÍTICOS

 

COLUNA ESPLANADA DO DIA 04/11/2020

 

Lupa eleitoral

Coluna Esplanada

 

 

O PRTB, comandado por Levy Fidélix – candidato a prefeito em São Paulo – foi à Justiça para ter acesso a detalhes das pesquisas do Ibope e Datafolha, das quais questiona os resultados. A advogada Cristiana Hauch, que atende ao partido, protocolou ação (nº 0602241-62.2020.6.26.0001) na 1ª Zona Eleitoral de SP (Bela Vista). Recentemente, o juiz Marco Antônio Martins Vargas autorizou acesso, e o Ibope enviou os dados. Mas, não satisfeitos com o que consideram falta de detalhamento e técnica, a direção do partido recorreu e aguarda decisão para acesso a mais pesquisas, de diferentes institutos. A defesa de Fidélix conseguiu marcar duas audiências na sede do Ibope, mas não foram recebidos na porta.

Alô, eleitor?
Outro questionamento do PRTB é o modelo usado em tempos de pandemia pelos institutos, que é a pesquisa por telefone – diferente da tradicional feita nas ruas.

Ibope responde
Em resposta à Coluna o Ibope Inteligência informa que “enviou o material solicitado e se colocou à disposição para esclarecimento complementar”. 

Apoio moral
O vice-presidente general Mourão está fazendo agenda pessoal aos sábados para gravar em vídeo apoio a candidatos a prefeitos do PRTB.

Primeiro emprego
Ex-playboy e milionário (um primo rico, contato da Coluna, diz que ele está quebrado), Chiquinho Scarpa se esforça na internet para se eleger vereador por SP. Nada de rua. 

Fechadura judicial
Veja como o Superior Tribunal de Justiça faz valer, como instância superior, o bom senso em tempos difíceis. O TJ de Minas Gerais determinou que a prefeitura de Betim pagasse, há dias, R$ 130 milhões em precatórios – alguns poucos ficaram milionários. Mas o ministro Humberto Martins suspendeu a decisão.

Saúde em primeiro
Obviamente, uma hora a prefeitura terá de arcar com o compromisso. Mas na sua defesa, a Procuradoria do município informou que o valor é 5 vezes superior aos gastos mensais da prefeitura com vários programas e a saúde – principalmente em tempos de pandemia. E citou outros exemplos de prioridades da verba em caixa.

Calma, gente
O ministro do STJ Og Fernandes encontrou à mesa um processo curioso. Diante da eventualidade de obrigatoriedade da vindoura vacina contra o Covid-19, dois cidadãos de São José do Rio Preto (SP) impetraram um habeas corpus preventivo contra. Mas o ministro rejeitou o HC. Por não ver razão disso na fala do governador João Dória.

Saiu, não saiu
O sobrinho do presidente Jair Bolsonaro, o Léo Índio, que trabalhava como assessor parlamentar do senador afastado Francisco Rodrigues, já tem novo emprego no Senado.

Explica essa!
O xeique Mohammed Bin Rashid Al Maktoum, vice-presidente dos Emirados Árabes e premiê de Dubai, postou uma foto ontem em seu Instagram tomando uma vacina contra o Covid-19. E aumentou as especulações, nas redes sociais, de que a turma dos bilhões na conta já tem acesso à imunização de alguma misteriosa cura, ao contrário do povão.

Testando a turbina
Quem acompanha de perto os bastidores da Itapemirim Aero diz que a companhia, que nem saiu do papel, já voa virtualmente em céu turbulento na cabine da administração.

Eco Vale
A mineradora Vale tem consultado fazendeiros da região de Brumadinho, onde ocorreu o crime do rompimento da barragem. Quer comprar fazendas para criar um eco parque.

Do bolso
Análise da Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, com mais de 1.150 usuários do DF, mostra que os gastos com lazer são ainda 30% menores do que em janeiro, pré pandemia. No Brasil, são 16% a menos. Foram analisados dados de mais de 140 mil usuários do aplicativo, no país, entre janeiro e setembro.


 

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...