terça-feira, 3 de novembro de 2020

O GOVERNO NÃO QUERIA PRIVATIZAR O SUS E SIM ATRAIR INVESTIMENTOS PRIVADOS

 

Investimentos privados não fazem o SUS deixar de ser público

Guilherme da Cunha

 

 

Teve vida curta o Decreto nº 10.530/2020, do presidente da República. Um dia depois de sua edição, e após intensa campanha de redes sociais e de mídia da oposição rotulando a iniciativa como “privatização do SUS”, o presidente Bolsonaro desistiu de atrair investimentos privados para auxiliar na expansão e na melhoria da gestão da rede pública de atenção primária à saúde e revogou o decreto. Faltou honestidade intelectual à oposição. Faltou coragem ao presidente. As duas faltas, juntas, colaboram para que continue faltando qualidade no atendimento à saúde dos brasileiros, especialmente os mais pobres.

O decreto não tinha absolutamente nada a ver com privatizar o SUS e acabar com o atendimento à saúde sem cobrança para o paciente. Faço questão de dizer “sem cobrança para o paciente”, e não “gratuito”, porque o SUS não é grátis. Ele é custeado por todos os brasileiros, usando ou não.

O decreto meramente abria estudos para identificar a possibilidade de atrair investimentos privados para terminar a construção e a equipagem de unidades básicas de saúde que ainda não funcionam, ampliando a rede do SUS, e posterior contratação, pelo governo, dos serviços desses agentes privados para atender a população sem cobrança para o usuário final, tal qual nos hospitais estatais.

A oposição sabia que não se tratava de privatização, mas de concessão. Afinal, quem editou a lei que permitiu a criação de parcerias público-privadas no Brasil (Lei nº 11.079/2004) foi o ex-presidente Lula, e seu artigo 2º deixa claro que é uma modalidade especial de contrato administrativo de concessão, e não uma privatização.

Mais do que isso, sabia que era bom. Tanto que em, 2010, Jaques Wagner, do PT, então governador da Bahia, implementou parceria público-privada para finalização das obras e operação do Hospital do Subúrbio, em Salvador.

O governo também sabia que era bom, tanto que editou o decreto e, mesmo quando do ato de revogação, o presidente fez questão de tuitar defendendo a medida. Por que voltou atrás, então? Por mera pressão de redes sociais?

Aqui em Minas, sem medo de pressão nas redes sociais e foco exclusivo no que é melhor para a população, um programa de parcerias público-privadas para a área da saúde está em curso para finalização e operação dos hospitais regionais. Se falta dinheiro ao Estado para concluir as obras, paralisadas há anos, que busquemos investimentos da iniciativa privada para ampliar a capacidade de atendimento para nossa população pelo SUS, que seguirá sendo público.

 

 

 

COLUNA ESPLANADA DO DIA 03/11/2020

 

Lobby sem mistério

Coluna Esplanada

 

 

A Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (ABRIG), que reúne lobistas, entrou na ofensiva contra a imagem pejorativa do setor, de anos, que liga o lobby à corrupção. Enquanto não avança no Congresso Nacional o projeto de lei que regulamenta a atividade, a entidade lançou um guia de “Práticas Recomendáveis”. O documento foi elaborado em parceria com a ABNT. Os lobistas que atuam em Brasília e em governos e assembleias legislativas já foram informados. O lobby é prática comum e legal nos Estados Unidos, para citar um exemplo. E a fiscalização é rígida.

É hoje
As casas de apostas nos Estados Unidos apontam 63% de apostas em Joe Biden, contra 36% para Donald Trump, segundo relatório do BTG Pactual para clientes.

A conferir
Fontes da Coluna, na Flórida e Massachusetts, no entanto, apontam que o cenário é imprevisível, e Trump tem chances de virar em Estados importantes e vencer.

Saiu da curva
Marília Arraes, candidata do PT no Recife, promete retirar o superlotado presídio Aníbal Bruno da capital, sem saber para onde levar. Mas a competência é do Estado.

Cofre cheio
Sheldon Adelson, o magnata dos jogos de azar nos EUA e Ásia, colocou à venda seus dois mega cassinos em Las Vegas, o Venettian e o Palazzo, por US$ 6 bilhões. Empresários do setor indicam que ele vai investir pesado em Macau e Cingapura, mas o Brasil também está nos planos.

Aliá$..
..Adelson já esteve em Brasília recentemente. Seus lobistas operam forte no Congresso Nacional na tentativa de aprovação de uma lei que autorize cassinos com resorts no Brasil. Ele está de olho no Rio de Janeiro e São Paulo.

Democracia 
Está de parabéns a Associação de Imprensa de Pernambuco em realizar o primeiro e único debate do 1º turno com todos os candidatos à Prefeitura do Recife, no dia 10. Será na Livraria Jaqueira, com transmissão online.

VIVO, de novo
Lembram do caso da VIVO que descumpriu contrato assinado de linha pós-paga e passou um chip para pré-pago, na cara de pau? O número, que era usado por um hotel na Bahia, ainda tem na caixa postal o recado de saudação da empresa. Além de perder hóspedes, estes reclamam que não conseguem mais contato via telefone. O caso já está na Justiça.

Introspecção do bolso
O consumo mais consciente e saudável no pós-pandemia foi confirmado por 77% dos entrevistados da pesquisa Brave New Retail 2020, da E-Consulting. Do total, 75% apontaram mudanças na forma de consumir; 64% deixarão as marcas quando se sentirem traídas e 59% vão preferir produtos e serviços com preços mais acessíveis. A pesquisa ouviu 3.712 consumidores entre março e julho.

Efeito.. 
Levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Artigos de Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios – ufa! – (ABIMO) revela que os ventiladores pulmonares impulsionaram a indústria de dispositivos médicos e levaram o Brasil a se tornar autossuficiente em sua produção.

..pandemia 
O número de fábricas nacionais que produzem os insumos aumentou de quatro unidades, no início da pandemia, para 10, em agosto. A necessidade passou a ser de 40 mil ventiladores por ano, o que corresponde a um aumento de 220%.

 

 

 

TETO DE GASTOS PÚBLICOS UM PROBLEMA PARA O GOVERNO

 

Paulo Guedes defende teto “quase que sozinho” no governo, diz Maia

 

Poder360

 

 


O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta 2ª feira (2.nov.2020) que o ministro Paulo Guedes (Economia) está quase isolado dentro do governo federal na defesa do teto de gastos.


© Sérgio Lima/Poder360 O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em sessão da Casa

O teto é 1 dispositivo constitucional que impede que o Executivo aumente seus gastos. O governo federal busca formas de viabilizar seus projetos, como 1 programa de renda mínima. Parte de seus integrantes defende que sejam usados recursos fora dessa limitação.

“De alguma forma o ministro Paulo Guedes está quase que sozinho, isolado, na defesa, dentro do governo, da necessidade de se encontrar caminhos respeitando as regras atuais do jogo, começando pelo teto de gastos”, declarou Rodrigo Maia.

O presidente da Câmara deu entrevista transmitida no canal do jornal Valor Econômico no YouTube.

Maia disse que atualmente esta “mais preocupado” com a situação econômica do país do que estava em julho. Foi 1 dos meses de maior impacto da pandemia sobre o Brasil.

“Uma dívida muito alta, uma pressão muito grande, desemprego batendo recorde, a inflação voltando com força, não me parece que vai dar trégua no curto prazo”, elencou o deputado. Ele é defensor do teto.

O deputado disse que há incertezas partindo do Executivo. “O Orçamento Público do próximo ano uma incógnita para todos nós, porque a gente não sabe o que o governo quer, o que o governo vai propor”, afirmou Maia.

Ele disse que é necessário que o Planalto, comandado por Jair Bolsonaro, participe das discussões sobre o ajuste das contas federais.

“É muito difícil tratar de corte no Orçamento do Executivo sem que tenha o presidente da República comandando esse processo. Se não fica parecendo que o Legislativo quer tomar uma decisão apesar do Executivo, incluindo apenas o ministro da Economia”, declarou Rodrigo Maia.

Ele descarta a possibilidade de prorrogar o decreto de calamidade, que libera o governo de cumprir a meta fiscal, ou o Orçamento de Guerra, que criou uma conta separada para o Executivo lançar os gastos do combate à pandemia. Nos 2 casos seria necessário aval da Câmara. Maia fica à frente da Casa até fevereiro.

Segundo Rodrigo Maia, a Câmara deve terminar o ano com espaço de R$ 1 bilhão em seu Orçamento.

De acordo com ele não será possível aprovar o Orçamento de 2021 ainda neste ano. A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), porém, poderia ser votada. O Orçamento ficaria para ser discutido em janeiro com eventual suspensão do recesso legislativo.

A CMO (Comissão Mista de Orçamento), colegiado de deputados e senadores que discute o tema, vive 1 impasse em torno de sua presidência.

No início do ano havia acordo para o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), aliado de Rodrigo Maia, presidir o colegiado. O acerto se degradou. Arthur Lira (PP-AL) tenta emplacar Flávia Arruda (PL-DF) no posto.

O desacerto está fazendo com que deputado do Centrão, liderados por Lira e aliados do governo, obstruam a pauta da Câmara.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...