segunda-feira, 12 de outubro de 2020

MUDANÇAS CLIMÁTICAS CAUSADORAS DAS CATÁSTROFES NATURAIS

 

Mudança climática, principal responsável pela duplicação das catástrofes naturais (ONU)

 

AFP

 

A mudança climática é a principal responsável pela duplicação dos desastres naturais no mundo em vinte anos, alertou a ONU nesta segunda-feira (12), sinalizando que as catástrofes naturais mataram mais de 1,2 milhão de pessoas desde 2000.


© STR Povoado inundado na província de Battambang, Camboja, em 10 de outubro de 2020

Durante os últimos vinte anos (2000-2019), 7.348 desastres naturais foram registrados no mundo (por um custo estimado em cerca de 3 trilhões de dólares), ou seja, quase o dobro de entre 1980 e 1999, revela um relatório da iniciativa Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução de Desastres (UNSDIR).

"A covid-19 realmente sensibilizou os governos e o público em geral sobre os riscos que nos cercam. Eles podem ver que se a covid-19 é tão terrível, a emergência climática pode ser ainda pior", declarou a secretária-geral da UNSDIR, Mami Mizutori, em entrevista coletiva.

"Sem uma recuperação verde, só aumentaremos a emergência climática", insistiu.

O relatório, que não cobre riscos epidemiológicos como o coronavírus, mostra que a progressão dos desastres naturais está ligada principalmente ao aumento das catástrofes climáticas, que passaram de 3.656 (1980-1999) para 6.681 (2000-2019).

Os custos dos desastres naturais foram estimados em pelo menos quase 3 trilhões de dólares desde 2000, mas o valor real é superior porque um grande número de países, especialmente na África e na Ásia, não fornece informações sobre o impacto econômico.

As inundações - que dobraram - e tempestades foram as catástrofes mais frequentes nas últimas duas décadas.

Para a próxima década, a ONU acredita que o pior problema será ondas de calor.

Globalmente, o número de mortes quase não aumentou, passando de 1,19 milhão no período 1980-1999 para 1,23 milhão no período 2000-2019, enquanto o número de pessoas afetadas por esses desastres naturais aumentou (de 3,25 bilhões para 4 bilhões).

apo/vog/pz/mr

 

BRASIL - UM PAÍS TRAVADO

 

Um país travado

 

Denis Lerrer Rosenfield

 

 

Um país travado é um país que não descortina horizontes. O futuro se vislumbra sombrio, pois os impasses do presente não se resolvem. A dívida pública torna-se cada vez mais preocupante, a crise fiscal não consegue ser equacionada, o desemprego é enorme, a pandemia persiste e seus efeitos certamente se prolongarão para o próximo ano. Pessoas estão desorientadas e inseguras, com uma quebra brutal de expectativas. E no meio de situação de tal gravidade se discutem a reeleição de 2022 e uma série de questões menores e secundárias.

A trava econômica é de natureza política. Ela se traduz pela desconfiança e pela insegurança, sem que os investidores nacionais ou estrangeiros se sintam confortáveis para apostar num país paralisado em suas decisões. As reformas não andam, as discussões sobre o auxílio aos mais necessitados não encontram fontes de financiamento, sobretudo porque os privilegiados socialmente não querem abrir mão de seus benefícios, e o presidente não consegue decidir, embora a própria omissão seja uma forma de decisão. Envia-se uma reforma administrativa que não mexe com nenhum dos privilégios atuais do funcionalismo público, nem chega sequer a cogitar, mesmo para o futuro, de mudar os privilégios do Judiciário, do Ministério Público e do Poder Legislativo. Os mais carentes são, mais uma vez, os perdedores.

O presidente optou pela inação, atento aos seus grupos de apoio, agindo nas redes sociais, olhando para a sua reeleição. Segue a pauta conservadora que o elegeu, apesar de dar sinais cada vez mais evidentes de que não cumprirá suas promessas eleitorais de uma reforma liberal da economia. Pouco foi feito nessa área, salvo a reforma da Previdência. De um lado é consequente consigo mesmo, de outro é incoerente. Acontece que estamos no final da primeira metade de seu mandato e há um longo caminho a percorrer, uma senda em que pessoas morrem de covid-19, estão famintas e perdem esperança na procura de um emprego ou de um meio digno de vida. O Brasil não pode esperar 2022.

O que fazer? O instituto da reeleição foi um erro histórico. O governante assume suas funções pensando no horizonte eleitoral, quando deveria preocupar-se unicamente com o governamental. Sua função consiste em governar, e não em se reeleger. A reeleição, quando muito, deveria ser somente uma consequência, e não um projeto exercido cotidianamente. Quando das últimas eleições, o candidato Bolsonaro acertadamente se voltou contra o instituto da reeleição, ciente dos prejuízos que isso causa à Nação. Ao assumir o poder, mudou de posição. O mais sensato seria voltar à sua opinião anterior!

Se não mais pretende fazê-lo, haveria talvez uma possibilidade intermediária. O presidente interditaria o debate sobre as eleições de 2022, declarando que essa questão só se colocará, por exemplo, em março de 2022, assumindo uma atitude de governante. Sua justificativa seria evidente: os problemas do País precisam ser enfrentados, e com medidas concretas que contrariariam muitos interesses encastelados na atual estrutura de poder. Decidir significa contrariar, pois os não contemplados sempre manifestarão seu descontentamento. O norte deve ser o bem coletivo, o Brasil acima de todos. Se isso vai ou não favorecer a eventual pretensão reeleitoral do presidente, só o tempo dirá. Quanto antes decidir, melhor para o País e também para a sua imagem. O que não se deve, em todo caso, admitir é que o Brasil siga definhando, problemas se acumulando sem solução.

Se para isso for necessário uma reforma ministerial, então que afaste os ruídos internos e a belicosidade contra inimigos reais ou imaginários na cena nacional e estrangeira, e o faça em nome dessa renovação. Passaria a mensagem de que realizaria uma grande mudança para governar, preocupado com a crise e assumindo suas próprias responsabilidades. Certamente contaria com o apoio do Poder Legislativo, que tem mostrado convicção reformista, particularmente clara na aprovação da reforma da Previdência. Tem sido, infelizmente, subaproveitado por vaidades e conflitos totalmente desnecessários e secundários. O mesmo se diga do Supremo, que tenderia – com um apaziguamento político e não sendo objeto de ataques – a exercer menor protagonismo político. Poderia até ser menos demandado, tendo como efeito uma menor judicialização da política.

Urge que o presidente tome uma atitude de governante, e não de candidato antecipado de si mesmo. Se o fizer, o clima no País mudará substancialmente. Vivemos politicamente fraturados, radicalizados, para além da imensa divisão que se traduz por uma desigualdade social gritante. O Brasil poderá viver um período de paz política, propício ao diálogo e à busca de equacionar os nossos problemas. O presidente poderia propor uma pauta concreta de medidas a serem adotadas, tendo como eixo o coletivo, e não o atendimento dos distintos interesses particulares, sejam eles sociais, estamentais ou econômicos.

A paz política propicia o diálogo e, por via de consequência, o entendimento.

PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFRGS. E-MAIL: DENISROSENFIELD@TERRA.COM.BR

FILHOS AMEAÇADOS DE PRISÃO FAZ BOLSONARO MUDAR DE POSIÇÃO

 

Bolsonaro mudou de posição por medo da prisão dos filhos, diz revista

 

Redação

 

A mudança de tom de Jair Bolsonaro (sem partido), incluindo novas nomeações e aproximações, se deve ao medo de que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) fossem presos pelas constantes ameaças às instituições democráticas brasileiras. Segundo a revista Veja desta semana, isso é causa da recente transformação do presidente.


© reprodução/Twitter ARQUIVO 28/12/2018 POLITICA Jair Bolsonaro e os filhos. E/d Flavio Bolsonaro, Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Carlos Bolsonaro CREDITO FAMILIA BOLSONARO

Ainda segundo a reportagem, a ordem de prisão viria do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, relator de investigações sobre ameaças a autoridades, divulgação de fake news e o financiamento de atos antidemocráticos.

Moraes é considerado o principal motivo da mudança do governo Bolsonaro.

 

Fake news e família Bolsonaro

Na última terça-feira, 6, o deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) levou à Polícia Federal (PF) dados que mostram a ligação de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) com o esquema de fake news contra opositores.

Os dados entregues à PF compõem a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura o envio em massa de notícias falsas.

Frota entregou números de IPs computadores de Brasília e do Rio de Janeiro que estariam ligados a um e-mail de Eduardo Bolsonaro e teriam sido utilizados em ações de criação e disseminação de fake news nas redes sociais.

Segundo o deputado, o e-mail bolsonaro.enb@gmail.com, que foi utilizado por Eduardo no registro de sua candidatura em 2018, está logado em máquinas usadas para disseminação de fake news, conforma identificou a CPMI.

Em março, o UOL revelou a ligação de Eduardo Bolsonaro com as fake news. Na época, o portal apontou que a página Bolsofeio convocou manifestações antidemocráticas e ataques contra ministros do STF. Atualmente a página está desativada, mas ela foi criada a partir de um computador localizado na Câmara dos Deputados.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...