terça-feira, 6 de outubro de 2020

MAIA E GUEDES FAZEM AS PAZES E DEFENDEM REFORMAS

 

Após jantar, Maia e Guedes pedem desculpas por atrito e defendem reformas

 

Daniel Weterman

 

BRASÍLIA - O presidente da CâmaraRodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da EconomiaPaulo Guedes, pediram desculpas mútuas nesta segunda-feira, 5, pelos atritos protagonizados nas últimas semanas. Durante um jantar convocado por parlamentares, ambos defenderam a pacificação e a continuidade da agenda de reformas.

"Nos dias seguintes à presidência, por divergências, por erros, e assumo os meus, nós fomos nos afastando e, agora, na pandemia, mais ainda, e, até, na semana passada, deixo o meu pedido de desculpas, fui indelicado e grosseiro. Não é do meu feitio, ao contrário", declarou Maia.


© Gabriela Biló/Estadão Maia e Guedes pediram desculpas mútuas pelos atritos das últimas semanas.

"Eu nunca ofendi o presidente Rodrigo Maia. Isso não tem problema, foi uma troca. Isso não é ofensa pessoal, foi troca de opiniões, não tem ofensa. Eu, caso tenha ofendido o presidente Maia ou qualquer político, eu peço desculpas também. Eu às vezes dou exemplos genéricos", disse Guedes em seguida."Caso eu tenha ofendido o presidente Rodrigo Maia ou qualquer político, eu posso ter ofendido inadivertidamente, eu posso pedir desculpas também. Não há problema", acrescentou.

O jantar, servido com guizado de bode, durou aproximadamente três horas e aconteceu na casa do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas. Maia chegou acompanhado do líder do MDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), um dos articuladores do encontro.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que estava no jantar, declarou que a reaproximação é fundamental para "virar a página" no relacionamento entre os dois. Em prol da agenda de reformas, Alcolumbre se colocou como mediador do conflito travado entre Guedes e Maia durante a pandemia de covid-19. "Tenho consciência da nossa responsabilidade e esse gesto hoje de reaproximação de uma agenda, que é conciliatória, foi fundamental para que possamos, a partir de amanhã, virar uma página nessa construção, que é coletiva", disse.

Também participam do do jantar, os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Fábio Faria (Comunicações); os senadores Eduardo Braga (MDB-AM)Kátia Abreu (PP-TO) e Renan Calheiros (MDB-AL) e os ministros do TCU Vital do Rêgo José Múcio, presidente da corte de contas.

Guedes e Maia têm protagonizado embates públicos nas últimas semanas. O mais recente ocorreu na última quarta-feira, 30, quando o presidente da Câmara chamou o ministro da Economia de "desequilibrado". Na ocasião, Maia reagiu a uma declaração anterior de Guedes, que acusou o presidente da Câmara de "se aliar à esquerda" e emperrar a agenda de privatizações do governo Jair Bolsonaro.

Agenda econômica

Em um gesto de conciliação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Paulo Guedes, declarou que haverá união para andamento da agenda econômica no Congresso. "O teto de gastos é a primeira de nossas urgências, porque, com a regulamentação do teto, a gente resolve o programa social", disse Maia em declaração à imprensa.

Guedes voltou a defender a aprovação de um programa de renda básica para 2021 e uma medida de desoneração da folha salarial para gerar "empregos em massa". Além disso, repetiu compromissos com o envio de outra etapa da reforma tributária, pontuando que o prazo depende da articulação política. "Essas coisas estão basicamente prontas, mas quem dá o timing das reformas sempre é a política", disse o ministro.

O programa de renda, reforçou Guedes, será bastante diferente e mais estruturado em comparação ao auxílio emergencial. Sem entrar em detalhes, o ministro declarou que o modelo vai juntar 27 programas sociais. O pacto federativo no Senado, pontuou, irá absorver ainda diapositivos do Orçamento de Guerra, em vigor durante a pandemia de covid-19.

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

MOURÃO DIZ QUE ATAQUE AO PRESIDENTE E AO PAIS TEM VIÉS IDEOLÓGICO

 

Mourão afirma que ataques ao País e Bolsonaro na área ambiental tem viés ideológico

 

Pedro Caramuru

 

 

SÃO PAULO - O vice-presidente e chefe do Conselho Nacional da Amazônia LegalHamilton Mourão (PRTB), repetiu, nesta segunda-feira, 5, que o País tem sofrido ataques internacionais por causa de "uma questão ideológica" contrária ao presidente Jair Bolsonaro, a despeito do que "está acontecendo efetivamente". Mourão e o governo têm sido pressionados por diversos setores, entre eles o agronegócio, fundos internacionais, organizações não-governamentais, e órgãos legislativos, para conter os incêndios florestais históricos que acometem a região da Amazônia e o Pantanal.

Em entrevista à rádio Eldorado, Mourão afirmou que, segundo dados dos IBGE, entre 2000 e 2018, da floresta amazônica 269,8 mil km² foram desmatados, ou seja uma média de 15 mil km² por ano. "E todo mundo ficou em silêncio. Não tinha ninguém reclamando nesse período", afirmou Mourão.

Entretanto, Mourão deixou de ressaltar que o estudo do instituto aponta uma desaceleração nas perdas de áreas naturais no País entre os anos 2000 e 2018, revertida durante o governo Bolsonaro. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre agosto do ano passado e julho deste ano, os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram um aumento de 34,5%, na comparação com os 12 meses anteriores.

Entre as propostas para custear obras de infraestrutura e as ações direcionadas ao desenvolvimento sustentável, o governo analisa usar recursos de doações privadas. "Não adianta jogar R$ 1 bilhão dentro do nosso orçamento federal advindo de doações porque ele impacta o teto de gastos. Eu tenho que tirar para o outro lado esse mesmo R$ 1 bilhão que entrou. Na minha visão o financiamento ele é muito mais do setor privado direto em projetos que sejam exequíveis na área do desenvolvimento", afirmou Mourão.

De acordo com o vice-presidente - apesar da fala de que há um interesse em "explorar a Amazônia com os Estados Unidos" feita por Bolsonaro ao ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, durante a Sessão Plenária do Fórum Econômico Mundial de 2019, em Davos, na Suíça -, o País não quer trazer nenhum grupo estrangeiro específico para explorar a Amazônia.

Mourão também defendeu o uso das terras indígenas para a exploração de recursos minerais, por meio de regulamentação do Congresso e afirmou que a concessão de lavra a empresas geraria impostos e royalties para a população indígena./ Colaboraram Giovana Girardi e Julia Lindner

BOLSONARO REUNE MAIA, BITTAR E MARINHO PARA TRATAR DE RENDA CIDADÃ

 

Sem Guedes, Bolsonaro recebe Maia, Bittar e Marinho para tratar sobre Renda Cidadã

 

Emilly Behnke

 

 

BRASÍLIA - Enquanto a fonte de financiamento do programa social Renda Cidadã segue sem definição, o presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta segunda-feira, 5, no Palácio da Alvorada o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o senador Márcio Bittar (MDB-AC) e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. O ministro da Economia, Paulo Guedes, não esteve no café da manhã na residência oficial.

O encontro durou cerca de uma hora. Na saída, as autoridades evitaram falar com a imprensa. A reunião não estava prevista na agenda oficial dos participantes. O café da manhã ocorre após desentendimentos no governo, com troca de acusações entre Maia e Guedes e também entre o chefe da Economia e Marinho.

Na sexta-feira, 2, o Estadão/Broadcast revelou que Marinho disse em um evento fechado da Ativa Investimentos que é preciso encontrar uma forma de viabilizar o Renda Cidadã, mesmo que para tal seja necessário flexibilizar o teto de gastos, regra constitucional que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação. Fontes que participaram do encontro disseram à reportagem que ele afirmou ainda que o programa "sai por bem ou por mal".

Em resposta, Guedes afirmou que, caso as críticas de Marinho fossem verdadeiras, o chefe do Desenvolvimento Regional seria "despreparado, além de desleal e fura-teto". No dia seguinte, Guedes participou de um churrasco no Alvorada promovido por Bolsonaro. Segundo a assessoria de Marinho, apesar de ter sido convidado, o ministro permaneceu em São Paulo.

Na esteira de desentendimentos, o Renda Cidadã segue sem definição concreta sobre seu financiamento. O programa será incluído na PEC emergencial, que é relatada por Bittar. O governo chegou a anunciar que a iniciativa seria bancada com parte dos recursos do Fundeb e com dinheiro do adiamento de precatórios (pagamentos que a União precisa fazer depois de decisões judiciais).

A proposta não foi bem recebida pelo mercado e Guedes voltou atrás na ideia. Desde então, o impasse sobre o tema se intensificou no governo. Em meio às divergências com a Economia sobre como financiar o Renda Cidadã, como mostrou o Estadão/Broadcast, Bittar recebeu conselhos do ministro Rogério Marinho, que defendeu tirar o novo programa do teto de gastos, a regra constitucional que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação.

O ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, responsável pela articulação com o Congresso, também participou do café da manhã desta segunda. Ele atua para intermediar as propostas do governo com o Congresso após trocas de farpas entre Guedes e Maia abalarem a relação com o Legislativo.

© Gabriela Biló / Estadão Desentendimentos marcam a relação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Na semana passada, o ministro da Economia acusou Maia de ter feito um acordo com a esquerda para travar propostas de privatizações do governo. O presidente da Câmara rebateu dizendo que o ministro estava "desequilibrado".

A expectativa, como mostrou Estadão/Broadcast, é que hoje os dois se encontrem para um jantar na casa do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas, relator no órgão das matérias relativas ao Ministério da Economia e interlocutor próximo de Maia. Há um movimento político articulado para apaziguar a relação dos dois e costurar uma saída para o impasse em torno das medidas econômicas e o Renda Cidadã sem a piora das contas públicas.

Após o café da manhã, Bittar publicou foto nas redes sociais sobre o encontro em que aparece com o presidente, Maia e o ministro Ramos. "Acertando os detalhes do orçamento do País", escreveu. O senador é também o relator do Orçamento de 2021.

Bolsonaro falou rapidamente com apoiadores na porta do Alvorada. "Com quem eu tomei café aqui agora, sabem?", perguntou. "Rodrigo Maia. E daí? Estou errado? Quem é que faz a pauta na Câmara?"

Sem dar detalhes sobre o encontro, o presidente informou que pode sancionar na terça-feira, 6, o projeto que altera o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). "Talvez amanhã eu vou sancionar com ele (Maia) e com o (Davi) Alcolumbre (presidente do Senado) a mudança no Código de Trânsito", comentou.

O texto foi enviado pelo Executivo ao Congresso. Pela proposta aprovada, entre outras mudanças, a carteira de motorista passará a ter validade de dez anos, ponto que foi destacado por Bolsonaro.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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