Campanha de Trump afetada
por vírus enquanto Biden avança
Mario Parker
(Bloomberg) -- A corrida de Donald Trump pela reeleição à presidência
dos Estados Unidos teve o próprio candidato, o gerente de campanha e a
presidente do partido contagiados pela Covid-19. Trump está com pouco dinheiro
para a campanha, o democrata Joe Biden avança nas pesquisas e sua maior aposta
para conquistar eleitores - os comícios que impulsionaram sua vitória em 2016 -
agora é incerta no mês que antecede as eleições.
Trump ainda domina as manchetes, mas pelos motivos errados - está no
hospital para lutar contra um vírus que tentou apagar da história de sua
presidência enquanto apelava aos eleitores por um segundo mandato.
Agora, o coronavírus domina o debate em torno de Trump. Devido ao
diagnóstico, Trump foi internado no Centro Médico Militar Nacional Walter Reed
na sexta-feira, e o vírus continua a se propagar na Casa Branca, aparentemente
devido à mesma indiferença às precauções básicas que o próprio Trump demonstrou
durante meses.
© Fotógrafo: Oliver
Contreras / Bloomberg Trump To Spend A Few Days In Hospital On Doctor
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Donald Trump chega ao Centro Médico Militar Nacional Walter Reed em
Bethesda, Maryland, em 2 de outubro.
Fotógrafo: Oliver Contreras / Bloomberg
Se Trump poderá participar dos dois debates presidenciais finais deste
mês é uma questão em aberto, embora os eleitores tenham criticado seu
desempenho no primeiro debate, quando interrompeu Biden tantas vezes que o
ex-vice-presidente finalmente lhe disse para calar a boca.
A série de desastres políticos “certamente causa grande preocupação nas
últimas semanas de uma campanha em que o presidente está atrás nas pesquisas e
na arrecadação de fundos”, disse Ed Rollins, estrategista republicano que
comanda o comitê de ação política pró-Trump Great America.
Sobre os líderes da campanha afetados pelo vírus, Rollins disse: “Esses
são tomadores de decisão e, normalmente, a carga de trabalho só se intensifica
para esses indivíduos nos últimos dias”.
Entre os contagiados estão os principais responsáveis por garantir a
reeleição de Trump: o gerente de campanha, Bill Stepien; a presidente do
Partido Republicano, Ronna McDaniel; sua assessora Hope Hicks; a esposa,
Melania; seu coach de debates e ex-governador de Nova Jersey Chris Christie; e
vários senadores que ajudarão a confirmar o nome de sua indicada à Suprema
Corte, Amy Coney Barrett, antes de 3 de novembro.
“Certamente, não ajuda”, disse Chris Wilson, estrategista republicano
que trabalhou na campanha presidencial de 2016 do senador Ted Cruz. “Supondo
que todos tenham apenas sintomas leves a moderados, isso ainda atrasa as coisas
e torna a campanha menos ágil e responsiva às notícias.”
‘Operação MAGA’
Trump procurou revigorar a campanha de reeleição com a “Operação MAGA”,
um esforço para trazer representantes importantes como o vice-presidente Mike
Pence, a família Trump e outros.
Alguns desses representantes falaram em programas no domingo em
Washington e ofereceram uma perspectiva otimista da condição de saúde de Trump,
enquanto médicos levantavam a possibilidade de o presidente sair do hospital na
segunda-feira. Com a aprovação de sua equipe médica, de acordo com a Casa
Branca, Trump saiu brevemente do hospital Walter Reed para acenar aos
seguidores no domingo.
As pesquisas de opinião não partidárias mostram uma disputa acirrada em
vários estados onde Trump venceu em 2016, incluindo Carolina do Norte e
Geórgia. O ex-vice-presidente mostra ligeira vantagem em ambos, de acordo com
uma média de pesquisas da RealClearPolitics.
Pence terá mais peso e uma agenda de campanha mais intensa para ajudar a
preencher o vazio enquanto Trump está hospitalizado, assim como dois filhos do
presidente, Donald Trump Jr. e Eric Trump, segundo informações da campanha.
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