domingo, 4 de outubro de 2020

SAÚDE DO PRESIDENTE TRUMP DOS EUA PREOCUPA

 

Desencontro de informações sobre estado de saúde de Trump preocupa americanos

 

RFI

 

 

A divulgação de informações desencontradas sobre o estado de saúde do presidente americano, Donald Trump, voltou a se repetir no sábado (3), suscitando dúvidas e preocupando os Estados Unidos. O líder republicano foi levado na sexta-feira (2) a um hospital militar na periferia de Washington, após testar positivo ao coronavírus na véspera.

 

© AP - Joyce N. Boghosian

Com informações do correspondente da RFI em Houston, Thomas Harms

Em um novo vídeo publicado no Twitter Donald Trump, garante que está "melhor" e que retornará "em breve" à campanha eleitoral, admitindo que os próximos dias serão um teste para ele. Na gravação, o presidente aparece pálido e abatido, diante da bandeira americana.

"Quando cheguei aqui, não me sentia bem, mas estou bem melhor agora. Estão trabalhando duro para que eu fique bem. Eu tenho que voltar porque ainda temos que fazer a América grande novamente. Fizemos um ótimo trabalho até agora, mas ainda temos um caminho pela frente. Acho que estarei de volta em breve", garante. "Não sabemos o que vai acontecer nos próximos dias. É este o verdadeiro teste. Vamos ver como serão os próximos dois dias", reiterou.

Sem máscara e sem gravata, Trump também explica que preferiu ir ao hospital do que ficar fechado em um quarto da Casa Branca sem poder ver ninguém. "Como um dirigente, você deve enfrentar os problemas", reiterou, provocando críticas. Vários internautas viram nessa parte do pronunciamento uma tentativa de justificar o comportamento desdenhoso do magnata diante da pandemia, frequentando os comícios com milhares de pessoas sem máscara. Trump chegou a zombar do candidato democrata Joe Biden, que respeita à risca as medidas de proteção contra a doença.

Em um comunicado divulgado pela equipe médica do presidente logo após a publicação do vídeo, os especialistas se disseram "otimistas". Segundo eles, o líder republicano está tomando vitaminas, aspirina e o antiviral Remdesivir, que mostrou resultados modestos contra o coronavírus.

O magnata também foi tratado com um cocktail experimental de anticorpos desenvolvido pela empresa farmacêutica americana Regeneron. O medicamento, que apresentou resultados contra a Covid-19 considerados positivos mas precoces pela comunidade médica, também é visto como uma prova de que o estado de saúde do presidente é potencialmente preocupante.

Já a hidroxicloroquina, medicamento que Trump declarou que utilizava como prevenção, não foi mencionada em nenhum momento pela equipe médica ou seus porta-vozes.

"O presidente está muito bem"

O médico da Casa Branca, Sean Conley, afirmou no sábado que Trump teve febre, tosse, congestão nasal e fadiga, mas, segundo ele, os sintomas "estão diminuindo". "O presidente está muito bem", declarou. O especialista também afirmou que o líder republicano não está sob oxigênio, mas desviou das perguntas do jornalista sobre o magnata ter necessitado anteriormente de aparelhos para respirar.

Logo depois, Mark Meadows, chefe de gabinete do líder republicano, fez declarações menos otimistas. Segundo ele, o estado de saúde de Trump nas últimas 24 horas preocupou os médicos. "As próximas 48 horas serão críticas em termos de cuidados", declarou.

Como o médico da Casa Branca, Meadows se recusou a dizer se Trump precisou de aparelhos para respirar, enquanto o canal de TV CNN afirma que o presidente recebeu oxigênio antes de embarcar rumo ao hospital militar na sexta-feira. O chefe de gabinete também sublinhou que não há risco de transferência de poder.

Quando e onde Trump se contaminou?

Além do estado de saúde do presidente, outras dúvidas pairam sobre a comunicação da Casa Branca em relação à contaminação do líder republicano. Segundo as declarações do médico de Trump, o diagnóstico positivo teria saído na quarta-feira (30), o que significa que ele participou de comícios e outros eventos relacionados à campanha eleitoral sabendo que estava doente.

Até o momento, nenhuma informação oficial foi divulgada sobre as circunstâncias de contaminação do presidente. Segundo o jornal New York Times, ele teria sido infectado em uma cerimônia na Casa Branca em 26 de setembro, para celebrar a nomeação da juíza Amy Coney Barrett à Suprema Corte. Cerca de 150 pessoas foram convidadas para o evento, sem nenhuma recomendação de uso de máscara ou respeito do distanciamento físico.

Alguns dias depois da cerimônia, além de Trump e a primeira-dama Melania, outros convidados testaram positivo ao coronavírus, entre eles, o senador republicano Mike Lee e a ex-conselheira de Trum, Kellyanne Conway. Segundo o próprio chefe de gabinete do presidente, essa lista pode aumentar nos próximos dias.

 

GENERAL HELENO FALA SOBRE A AMAZÔNIA

 

Governo Bolsonaro ainda não teve tempo de cuidar da Amazônia e do Pantanal, diz Augusto Heleno

 

Felipe Frazão

 

 


BRASÍLIA - O ministro Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou que o governo Jair Bolsonaro, após 1 ano e nove meses de gestão, ainda "não teve tempo" para cuidar da Amazônia e do Pantanal. Os dois biomas sofrem com o aumento de queimadas desde o início do governo, o que gerou uma pressão internacional sobre o País. Heleno também disse que a floresta tropical amazônica suporta "maus tratos".

"Nós sabemos exatamente o que temos de fazer na Amazônia brasileira e no Pantanal, só que não houve tempo ainda de colocar em prática, de colocar gente para fazer isso", disse Heleno, ao comentar cobranças estrangeiras para que o Brasil cuide melhor das matas nativas. "Podemos melhorar a vigilância do desmatamento da Amazônia? Podemos, claro, devemos fazer isso. Mas é o que eu digo, o governo Jair Bolsonaro tem 1 ano e nove meses, não há como resolver todos os problemas do Brasil. Passamos 40 anos tendo uma gestão catastrófica de nossos recursos, inclusive os recursos naturais."

Os comentários de Heleno foram transmitidos neste sábado, 3, em conversa gravada do ministro com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), no canal de Youtube do parlamentar, que é filho do presidente da República. "A Amazônia consegue suportar até os maus tratos que sofreu", argumentou Heleno.

Para reagir às críticas internacionais de governos, ambientalistas e empresas, o presidente Jair Bolsonaro tem usado na Organização das Nações Unidas o argumento de que a floresta amazônica é úmida e, portanto, "não pega fogo".

"Nós temos 80% da cobertura florestal da Amazônia preservada. A Europa tinha 7%, hoje tem 0,1%. Mas agora ganharam a condição de nos criticar diariamente, nós somos os 'grandes vilões' do meio ambiente no mundo. Mas a América do Sul, graças ao Brasil, hoje reúne 41% das florestas tropicais do planeta. Nós aceitamos as críticas, sabemos que podemos melhorar e vamos melhorar", disse Heleno.

O ministro ignorou mudanças na legislação e na política ambiental lideradas pelo Ministério do Meio Ambiente, como o corte de verbas para brigadas florestais. O Ministério Público Federal pediu à Justiça que o ministro Ricardo Salles seja afastado do cargo por causa do desmonte nas ações de preservação.

O governo Bolsonaro tomou a decisão de centralizar no vice-presidente Hamilton Mourão, general da reserva do Exército e também ex-comandante de brigadas na Amazônia, as operações ambientais. Ele preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal. O orçamento anunciado para a Operação Verde Brasil foi de R$ 60 milhões.

Heleno, no entanto, disse que as áreas de selva têm poucos habitantes e eleitores - "durante muito tempo foi considerado não compensador tratar da Amazônia com a seriedade que merece". Segundo o ministro, tudo na Amazônia é "muito caro" pelas distâncias, falta de infraestrutura e meios de transporte.

Heleno citou que Mourão fez uma "autocrítica sensacional" ao reconhecer que a Operação militar Verde Brasil deveria ter sido mantida desde o ano passado em vez de interrompida e retomada, o que atrasou o combate às chamas. Agora Mourão quer estendê-la até 2022. "Esse erro não será repetido, então, podem esperar resultados muito melhores em 2021 com relação à Amazônia."

"Agora, gente fora do Brasil que não tem moral para nos criticar, que acabou com suas florestas, criticar com a veemência que critica, querer nos colocar como vilões do meio ambiente, não dá para aceitar", disse Heleno.

Eduardo Bolsonaro disse que até o encontro do G-20 no ano passado, no Japão, tudo parecia bem no plano internacional. Ele citou o presidente francês, Emmanuel Macron, um dos principais críticos da política ambiental bolsonarista, como um dos que mudou a postura. Por causa do descontrole nos incêndios, Macron se opôs ao acordo comercial da União Europeia com Mercosul.

Heleno ainda reclamou da cobertura noticiosa da imprensa e afirmou que “notícias ruins trazem prejuízo”. Ele pretende convidar embaixadores de países estrangeiros para sobrevoar a Amazônia - para pararem de "falar bobagens".

“Essa história, por exemplo, de o Brasil hoje ser apontando por estar pegando fogo, no mundo inteiro, é uma calúnia, uma coisa absolutamente inexplicável que alguém tenha coragem de dizer isso”, disse o general da reserva do Exército, ex-chefe do Comando Militar da Amazônia.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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