domingo, 4 de outubro de 2020

KASSIO MARQUES REUNE COM BOLSONARO E TOFFOLI

 

Indicado ao STF, Kassio Marques se encontra com Bolsonaro na casa de Toffoli

 

Patrik Camporez

 

 


BRASÍLIA – O desembargador Kassio Nunes Marques, indicado nesta semana pelo presidente Jair Bolsonaro para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), participou na noite deste sábado, 3, de um encontro na residência do ministro do STF Dias Toffoli, que reuniu Bolsonaro e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Bolsonaro chegou por volta das 18h50, pouco antes do início do jogo entre Palmeiras e Ceará pelo Campeonato Brasileiro, e deixou o local cerca de três horas depois, sem falar com a imprensa. Segundo a assessoria de Alcolumbre, a motivação do encontro foi assistir ao jogo do time do qual Bolsonaro é torcedor, o Palmeiras. Os convidados foram servidos de pizza.

Ao também deixar a residência de Toffoli, Alcolumbre confirmou que na próxima terça-feira, 6, será definido, em reunião de líderes, o calendário de tramitação da indicação de Kassio Marques ao STF. Conforme noticiou o Broadcast/Estadão, o presidente do Senado quer fazer a sabatina do desembargador a partir do dia 15.

A indicação do nome de Kassio Marques para a vaga do decano Celso de Mello, que irá se aposentar no dia 13 de outubro, gerou críticas de setores que apoiam o presidente como militares e evangélicos, que disseram, nos bastidores, estarem desapontados com a escolha do nome.

Após o anúncio da indicação, a militância digital também tratou de resumir o sentimento colocando a palavra “decepção” entre os assuntos mais comentados no Twitter. O principal incômodo na base é que Kassio Marques agrada ao Congresso e a membros do STF, com quem há pouco tempo o governo e a militância trocavam farpas.

Alcolumbre se colocou como principal articulador para aprovar o nome escolhido por Bolsonaro. Para que a indicação seja aprovada pelo Senado, são necessários 41 votos dos 81 senadores.

Conforme noticiou o Estadão, apoiadores também fizeram chegar ao WhatsApp presidencial informações que, na visão deles, depunham contra o desembargador. O presidente Bolsonaro aproveitou a tradicional live nas redes sociais na última quinta-feira, 1º, para rebater ponto a ponto as críticas feitas a Marques, como o fato de, em uma decisão, ter liberado a compra de lagostas e vinhos premiados no Supremo e pelo voto que impediu a deportação do italiano Cesare Battisti, em 2015.

“O desembargador Kassio apanha pela questão do cardápio. Sobre o Battisti mandei averiguar qual foi a participação dele nesse caso. É impressionante como esculhambam com as pessoas sem comprovação de nada. Quem decidiu foi o STF, não foi ninguém do TRF1”, afirmou Bolsonaro na Live.

sábado, 3 de outubro de 2020

GOVERNO PRECISA CORTAR GASTOS DIZ MOURÃO

 

Mourão diz que ou governo corta gastos ou cria imposto para financiar programa

Vice-presidente afirmou ainda que embate entre o ministro da Economia e o presidente da Câmara se trata de uma questão pessoal

Por FOLHAPRESS

 

 

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Com a dificuldade do governo em encontrar uma forma de financiar o Renda Cidadã, o vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quinta-feira (1º) que a única maneira de lançar um programa social robusto é ou por meio do corte de gastos ou pela criação de um novo imposto.

Em conversa com a imprensa, o general da reserva disse que, além de abandonar a proposta de limitar os gatos de precatórios, acredita que o presidente Jair Bolsonaro também não levará adiante a ideia de usar recursos do Fundeb (fundo para educação básica).

"Se você quer colocar um programa social mais robusto que o existente, você só tem uma de duas linhas de ação. Ou você vai cortar gastos em outras áreas e transferir esses recursos para esse programa. Ou você vai sentar com o Congresso e propor algo diferente, uma outra manobra, algo que seja, por exemplo, fora do teto de gastos. Um imposto específico para isso e que seja aceito pela sociedade como um todo", afirmou.

O vice-presidente ponderou, no entanto, que não tem participado do debate sobre o financiamento da proposta. Em encontro na quarta-feira (30) com a equipe econômica, o presidente não chegou a uma definição sobre como viabilizar a iniciativa.

Nesta quinta-feira (1º), o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem um novo encontro no Palácio do Planalto com líderes do governo para tentar chegar a um consenso. A eventual criação de um imposto enfrenta forte resistência junto à cúpula militar.

Na segunda-feira (28), tanto integrantes do Poder Legislativo como do TCU (Tribunal de Contas da União) criticaram a ideia do presidente de financiar o Renda Cidadã com precatórios e Fundeb. Na opinião deles, o Executivo tenta driblar o teto de gastos por meio de uma "contabilidade criativa".

A crítica tem sido feita até mesmo por membros da equipe econômica, que consideram que o financiamento avaliado pelo governo pode ser classificado como uma "pedalada". No início da semana, Bolsonaro disse que quer uma "solução racional", mas observou que, caso não encontre, poderá adotar uma "decisão mal tomada".

"Eu quero a solução racional e preciso de ajuda no tocante a isso. Agora, se não aparecer nada, vou tomar aquela decisão que o militar toma. Pior do que uma decisão mal tomada, é uma indecisão. Eu não vou ficar indeciso", afirmou.

Mourão afirmou ainda que não acredita que o Renda Cidadã possa ser prejudicado pelo embate entre o ministro da Economia e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Segundo ele, a troca de acusações se trata de uma questão pessoal.

"Mas o Guedes e o Maia é uma coisa pessoal, pô. Isso não tem nada a ver. Acho que vocês [imprensa] também ficam revirando esse troço. Não. O conjunto da obra são 512 deputados federais mais o Maia. Paciência", afirmou.

Maia acusou Guedes de interditar a reforma tributária. Em resposta, o ministro disse há boatos de que o deputado fez um acordo com a esquerda para travar as privatizações. "Paulo Guedes está desequilibrado", rebateu Maia.

9 MILHÕES DE METROS CÚBICOS DE REJEITOS EM BRUMADINHO MINAS GERAIS TERÃO QUE SER REMOVIDOS

 

Pandemia atrasa remoção de rejeitos em Brumadinho

 Mateus Parreiras

Mateus Parreiras

 

Brumadinho  –  Os 160 dias de paralisação dos trabalhos de buscas aos 11 desaparecidos do rompimento da Barragem Córrego do Feijão, em Brumadinho, devido à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), se refletirão em cerca de dois anos de atraso nas expectativas de remoção dos 9 milhões de metros cúbicos (m3) de rejeitos de minério de ferro que vazaram durante o desastre. A previsão de retirada desse volume, inicialmente estimada para 2023, precisou ser ampliada pela Vale para 2025.

 

© Juarez Rodrigues/EM/D.A Press Vista da cava da mina, onde estão sendo depositados os rejeitos: em 49 dias desde a retomada dos trabalhos, volume transferido saltou de 38 mil para 131 mil metros cúbicos

O material vem sendo depositado na cava da mina, como antecipou a reportagem do Estado de Minas, em 27 de dezembro de 2019. Contudo, mesmo com o atraso, desde a reabertura dos trabalhos de cerca de 60 bombeiros no resgate e 1.200 trabalhadores da mina, a deposição já saltou de 38 mil m3 para 131 mil m3 em quase 49 dias, um volume 2,4 vezes maior.

“Os bombeiros precisaram paralisar as atividades de buscas por motivos sanitários durante a pandemia, mas, nesse tempo, continuamos a ter reuniões sistemáticas com a corporação para definir como mitigar os obstáculos do terreno e ajudar a acelerar a sua eficiência”, afirma o gerente-executivo de Projetos e Reparação, da Vale, em Brumadinho, Rogério Galvão.

De acordo com ele, antes, o trabalho era feito enquanto se tinham ações de drenagem. Agora, os socorristas militares encontraram o terreno aberto e seco, o que facilita as ações. “Sem essa interrupção, a nossa previsão era de remover tudo até 2023. Mas tivemos o impacto da pandemia e das chuvas. Perdemos uma boa parte do tempo de estiagem, que propicia bom desempenho nos trabalhos. Independentemente de qualquer coisa, o foco é e será sempre 100% para o trabalho de buscas dos bombeiros”, afirma Galvão.

A operação de deposição dos rejeitos na cava da mina Córrego do Feijão não é simples. Primeiramente, o montante de rejeitos precisa ser vistoriado manualmente, observado e separado por máquinas pelos bombeiros para que se tenha certeza de que nenhum vestígio dos 11 desaparecidos – de um total de 270 mortos – deixe de ser resgatado. Após essa liberação, esse material é levado para duas peneiras mecânicas que o separam em resíduos de 5cm e de 3,5cm.

 

© Juarez Rodrigues/EM/D.A Press Cinco caminhões fora de estrada operam 24 horas carregando e depositando o material recolhido sobre os degraus do talude

Processo

Entre os resíduos desse material, costumam ficar para trás muitos resquícios de estruturas arrebatadas pelo rompimento, como peças metálicas, madeira da vegetação destruída, trilhos e outros tipos de materiais que são destinados à separação ambiental adequada em outros processos.

rejeito refinado é então carregado pelos caminhões fora de estrada que operam dentro da mina e transportam entre 80 e 105 toneladas do material para a cava. O local, fonte do minério explorado pela Vale, é uma abertura de 400 metros de altura na Serra dos Três Irmãos, que estava desativada e atualmente tem mais de 30 metros de altura de água de lençol freático. A alternativa de utilização da cava foi autorizada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Renovável (Semad) por ser um local selado por rochas, e, assim, seguro de poluição ambiental.

Cada um dos cinco caminhões fora de estrada que operam 24 horas trazendo e depositando rejeitos na cava despeja seu conteúdo numa praça, que vai sendo ampliada pelos próprios resíduos sobre os degraus do talude (paredão de extração). Essa plataforma crescente recebe os basculantes repletos de rejeitos refinados, que vão sendo depositados e esparramados por tratores. A capacidade da cava é de 27 milhões de metros cúbicos de rejeitos, bem acima dos 9 milhões que são estimados para a deposição.

Até o momento, a Vale já manuseou em áreas temporárias e transitórias 1,8 milhão de metros cúbicos de rejeitos, o que equivale a cerca de 20% dos rejeitos espalhados pelo rompimento. A área de trabalho dos socorristas e dos operários que removem o material é de 304 hectares, da barragem rompida, a B1, até a confluência com o Rio Paraopeba, por 10 quilômetros de extensão e 300 metros de margens. Até o momento, um contingente de 1.200 pessoas já trabalhou nesse canteiro de obras, com expectativa de se chegar a 1.500, sendo mais da metade mão de obra de Brumadinho e arredores.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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