sábado, 12 de setembro de 2020

O BRASIL PRECISA DE REFORMAS ESTRUTURAIS PARA SALVAR A ECONOMIA E AS OBRAS PARADAS

 

Recuperação da economia e obras paradas

 

Maílson da Nóbrega

 

 

A pandemia de covid-19 evidenciou e agravou deficiências manifestas, quais sejam, a desigualdade social, a pobreza, a fragilidade da atividade econômica, o alto desemprego e o elevado endividamento público. Além desses desafios, é preciso também refletir sobre as bases de uma recuperação duradoura da economia brasileira.

Tudo isso dependerá de reformas estruturais para aumentar a produtividade e o potencial de crescimento econômico, até mesmo mediante destravamento dos obstáculos impostos pelo setor público à atividade das empresas, de que são exemplos as obras paradas. A expansão da infraestrutura será crucial. Esse conjunto permitiria a restauração de confiança dos empresários, tornando viáveis os investimentos. Agora, diferentemente de outras crises, a iniciativa privada deverá ter o papel mais relevante.

No campo da produtividade, sobressai a proposta em exame de modernizar a caótica tributação do consumo – Propostas de Emenda Constitucional (PECs) 45, da Câmara, e 110, do Senado –, pois aí está a maior fonte de ineficiências. Haveria a substituição de cinco tributos por um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), cobrado no valor agregado (IVA) e arrecadado no destino, permitindo a desoneração integral nas exportações e nos investimentos. Além disso, para a participação do setor privado será fundamental avançar nas concessões de serviços públicos. O marco do saneamento e, brevemente, a nova lei de gás natural poderão atrair vultosas inversões.

Felizmente, dispomos de certo tempo. A queda do produto interno bruto (PIB) em 2020, entre 5% e 6%, a maior da nossa História, legará grande ociosidade na economia, assegurando a recuperação cíclica em 2021, da ordem de 3,5% ou mais. A produção de petróleo, que poderá expandir-se em mais de 7% no próximo ano, contribuirá para a reativação da atividade econômica em Estados como o do Rio de Janeiro.

O Brasil já venceu desafios semelhantes. Para tanto ajudarão conquistas como a da solidez das instituições e da democracia. Cite-se o êxito recente do mercado de capitais, que se tornou fonte de crédito para investimento em infraestrutura. Casos de sucesso no setor privado são muitos, como os da Embraer, das empresas que dominam avançada tecnologia de construção civil, particularmente na infraestrutura, e da crescente multinacionalização de firmas bem administradas.

Nesse contexto, é preciso não perder oportunidades. Levantamento realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em agosto de 2019 indica 14 mil obras paralisadas, somando R$ 144 bilhões. Numa análise superficial, uma obra de R$ 1 bilhão com prazo de execução de 36 meses pode empregar cerca de 1.500 colaboradores e criar 216 mil outros empregos diretos em três anos. Boa parte desses empreendimentos dispõe de fonte definida de financiamento, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de outras instituições financeiras.

Vale destacar, no relatório do TCU, a informação de que cerca de 10% dos óbices à continuidade dessas obras não derivam da falta de recursos, mas de objeções de tribunais de contas dos Estados e do próprio TCU, ou de problemas jurídicos. Não fosse pela conhecida lentidão decisória de órgãos públicos, que costumam procrastinar a adoção de saídas jurídicas razoáveis, cerca de 21.600 empregos diretos poderiam ser criados.

Um case de oportunidade perdida é o do Metrô do Rio de Janeiro. Em seis anos foram construídos 15 km de linha metroviária e cinco estações, mas uma delas está pendente de conclusão por causa de processos em andamento no Tribunal de Contas estadual. A continuidade da obra geraria cerca de 1.600 empregos diretos, atenderia 22 mil passageiros por dia e proporcionaria arrecadação de quase R$ 100 milhões em impostos, com impacto positivo na economia do Estado.

Não bastassem casos de falta de competência técnica para opinar sobre assuntos complexos, os processos se eternizam pelo receio de dirigentes de órgãos públicos de serem responsabilizados por suas decisões. Assim, julgamentos de ações que destravariam obras importantes são realizados sem considerar relatórios de auditoria independente, firmados por profissionais internacionalmente reconhecidos, que evidenciam equívocos de decisões tomadas sob esse ambiente.

Neste grave momento, não se pode perder tempo ou errar, nem usar a crise para oportunismo ou para ferir a autonomia das instituições de controle. Cumpre buscar soluções criativas e amparadas na lei, com vista a retomar obras paradas que não impliquem aumento de gastos públicos e contribuam para recuperar a economia.

Mesmo que se materialize o pior cenário macroeconômico e político, as conquistas institucionais e a relativas aos fundamentos da economia têm tudo para ser preservadas. A plataforma de lançamento econômico, digamos assim, permaneceria firme. Investimentos públicos que não exigem aporte de recursos orçamentários deveriam ser retomados.

SÓCIO DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA, FOI MINISTRO DA FAZENDA

 

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

VACINA RUSSA SAI NA FRENTE DAS OUTRAS VACINAS

 

Vacina russa contra a Covid-19 é segura e induz resposta imune, aponta 1º estudo

Da Redação

 

 

A vacina Sputnik V, desenvolvida pela Rússia para combater o novo coronavírus, é segura e induziu resposta imune forte nos voluntários. Conforme agências internacionais, o estudo publicado nesta sexta-feira (4) na revista científica The Lancet destaca, porém, refrorça que mais investigações são necessárias para comprovar a eficácia da dose.

O estudo, que apresenta resultados referentes às fases 1 e 2, indica que a vacina não causa efeitos adversos, sendo capaz de produzir os anticorpos no organismo.

A Rússia foi o primeiro país a registrar uma vacina contra a Covid-19, em 11 de agosto. A Sputnik V é uma criação de cientistas do Instituto Gamaleya. O registro foi anunciado pelo presidente Vladimir Putin, mas gerou desconfiança por parte da comunidade científica.

A imprensa internacional frisou que pesquisadores alertam que uma vacina desenvolvida de maneira precipitada pode ser perigosa, uma vez que a fase final dos testes (3) — que normalmente dura meses e envolve milhares de voluntários — começou recentemente.

Pesquisa

Foram feitos dois estudos com 38 voluntários cada (76 no total) e, segundo os pesquisadores, não foram verificados efeitos colaterais sérios até 42 dias depois da imunização. Os participantes foram testados entre 18 de junho e 23 de agosto.

 

MINAS GERAIS REDUZ BUROCRACIA DE 642 EMPREENDIMENTOS

 

Minas dispensa alvará e reduz burocracia para 642 negócios

Renata Evangelista e Marciano Menezes

 

 


Helen Castro: “Acho que essa medida vai facilitar, principalmente para essa galera que vai começar a empreender”

O governo de Minas está adotando uma série de medidas de desburocratização e simplificação de processos para garantir o desenvolvimento econômico e a retomada dos empregos no Estado. A partir de hoje, 642 atividades consideradas de baixo risco estão dispensadas de alvarás de funcionamento. Entre os negócios contemplados estão salões de beleza, lojas de roupas e de calçados, além de oficinas mecânicas.

“Essa burocracia acabava encarecendo na hora de abrir um negócio, porque a gente tem que contratar pessoas, tem maquinário, despachante, é muita burocracia. Acho que essa medida do governo vai facilitar muito, principalmente para essa galera que vai entrar agora, começar a empreender”, avalia Helen Castro, proprietária do salão de beleza Tuty Hair, instalado no edifício Arcângelo Maletta, no centro de BH. Segundo ela, hoje muitos profissionais ‘fogem’ do registro do empreendimento porque não dão conta de arcar com tantos gastos com documentos e acabam desistindo.

Para o analista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), Cássio Duarte, a decisão do governo de Minas vem na esteira da Lei Federal de Liberdade Econômica e é “um sonho há muito tempo”.

“Essa medida vai facilitar muito a vida das empresas, porque um número muito grande vai estar dispensado de alvará, de licenciamento. Então, aquele desestímulo que muitas tinham pela demora, pela burocracia, pelo excesso de idas e vindas, vai deixar de acontecer”, disse, acrescentando que certamente vai estimular muito empresário a formalizar o negócio.

Mesmo com a dispensa do alvará, o governador Romeu Zema frisou que os estabelecimentos vão continuar sendo fiscalizados. Conforme o chefe do Executivo mineiro, a medida visa a ajudar os microempreendedores a abrir os negócios sem esbarrar em papeladas. “Queremos nos transformar no Estado amigo de quem investe e gera empregos”, enfatizou.

“O Estado continua tendo todas as prerrogativas de fiscalização e vai fiscalizar todas as atividades, como sempre fez. O que o Estado não vai fazer mais é deixar aquele que quer investir aguardando meses ou anos esperando para ter seu pedido analisado”, completou.

Ainda conforme o governo, a partir de janeiro de 2021 haverá a “aprovação tácita”. Isso significa que toda solicitação de empreendedores que não tiver uma resposta do governo dentro do prazo certo será considerada aprovada automaticamente.

“Qualquer ato do Estado de liberação de funcionamento dos empreendimentos, o empreendedor, no ato da solicitação, já vai saber qual o prazo máximo que o Estado terá para se manifestar em relação àquela solicitação. Se esse prazo não for cumprido, está aprovado tacitamente”, disse o secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio.

Investimento
O Avança Minas, plano de retomada econômica lançado ontem pelo governador Romeu Zema (Novo), prevê também aporte de R$ 1 bilhão em obras públicas nas áreas de saúde, educação, segurança pública, infraestrutura rodoviária e urbana. Com os investimentos, a expectativa do governo de Minas é de poder gerar pelo menos 35 mil postos de trabalho diretos e indiretos em todas as regiões do Estado, contribuindo com mais de R$ 3 bilhões para o Produto Interno Bruno (PIB) dos municípios e cerca de R$ 181 milhões em arrecadação de impostos.

Os recursos para os empreendimentos previstos no plano Avança Minas, segundo Passalio, vêm do Estado e do governo federal, além de saldos de convênios já firmados e de acordos com a inciativa privada.

“Estima que R$ 1 bilhão em investimentos gera R$ 3 bilhões no PIB para os municípios mineiros”, pontou o secretário de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato.

Dentre as obras espalhadas pelo Estado, quatro vão ocorrer em Belo Horizonte. Entre elas, estão a ampliação e reforma do Hospital do Ipsemg, reforma do Hospital da Polícia Militar, ampliação de 40 leitos de CTI no Hospital Júlia Kubitscheck e construção do Centro de Socioeducativo Lindeia. Os empreendimentos estão orçados em R$ 13,6 milhões. De acordo com Zema, no Estado, algumas das obras estavam paralisadashá quase 10 anos.

 

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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