segunda-feira, 7 de setembro de 2020

TRANSMISSÃO DE ENERGIA SEM FIO

 

A Nova Zelândia está prestes a testar o “sonho” de Nikola Tesla: transmitir energia sem fios

Por

ZAP

 

Emrod



Uma empresa da Nova Zelândia está prestes a testar o grande sonho do inventor croata Nikola Tesla: transmissão de energia sem fios a longas distâncias.

Nikola Tesla foi um inventor nos campos da engenharia mecânica e electrotécnica. As suas experiências, conduzidas no Colorado, Estados Unidos, com transmissão de energia sem fios levaram a uma das suas propostas mais ousadas: alimentar o mundo com energia sem fios.

Na época, Tesla fez manchetes com os seus planos para um “sistema sem fios mundial” e ganhou financiamento do JP Morgan para construir a primeira de várias gigantes torres de transmissão.

No entanto, o sonho da energia sem fios de Tesla morreu pouco depois: JP Morgan cancelou financiamento adicional e a torre foi demolida.

Cientistas posteriores ficaram céticos sobre se os planos de Tesla – que eram um pouco vagos – teriam funcionado.

Enquanto isso, o colega de Tesla, Guglielmo Marconi, perseguia um sonho paralelo com muito maior sucesso: a transmissão sem fios de informações em ondas de rádio. O mundo de hoje está inundado de informações sem fios.

Agora, a startup Emrod da Nova Zelândia pode conseguir fundir estes dois sonhos. A empresa está a construir um sistema para transmitir energia sem fios a longas distâncias. De acordo com o Singularity Hub, no início deste mês, Emrod recebeu financiamento da Powerco, a segunda maior concessionária da Nova Zelândia, para realizar um teste do seu sistema numa estação de energia comercial conectada à rede.

A empresa pretende levar energia a comunidades distantes da rede ou transmitir energia de fontes renováveis ​​remotas, como parques eólicos offshore.

O sistema consiste em quatro componentes: uma fonte de energia, uma antena transmissora, vários relés transmissores e uma retena.

A antena transmissora transforma eletricidade em energia de microondas – uma onda eletromagnética como as ondas de rádio de Marconi, mas mais energética – e concentra-a num feixe cilíndrico. O feixe de microondas é enviado por uma série de relés até atingir a retina, que o converte novamente em eletricidade.

Emrod está a usar energia na banda industrial, científica e médica (ISM) e a manter a densidade de energia baixa. “Não se trata apenas de quanta potência se fornece, é quanta potência se fornece por metro quadrado”, disse Greg Kushnir, fundador do Emrod, em declarações ao New Atlas. “Os níveis de densidade que estamos a usar são relativamente baixos. No momento, é o equivalente a ficar do lado de fora ao meio-dia ao sol, cerca de 1 kW por metro quadrado”.

Warwick Goble / Wikimedia

 


Nikola Tesla

Se funcionar como pretendido, o feixe nunca entrará em contacto com nada além do ar vazio. O sistema usa uma rede de lasers ao redor do feixe para detetar obstruções, como um pássaro ou pessoa, e desliga automaticamente a transmissão até que a obstrução passe.

A tecnologia de transmissão de energia via energia de microondas existe há décadas. Porém, para torná-la comercialmente viável, é necessário minimizar as perdas de energia. Kushnir disse que os metamateriais desenvolvidos nos últimos anos são os que fazem a diferença.

A empresa usa metamateriais para converter com mais eficiência o feixe de microondas em eletricidade. Os relés, que são como “lentes” que estendem o feixe além da linha de visão ao refocalizá-lo, quase não têm perdas. A maior parte das perdas acontece na outra ponta, onde a eletricidade é convertida em energia de microondas.

A eficiência do sistema é de cerca de 70%, o que carece de fios de cobre, mas é economicamente viável em algumas áreas.

“Não prevemos num futuro próximo uma situação em que poderíamos dizer que todos os fios de cobre podem ser substituídos por wireless”, disse Kushnir. “Inerentemente, terá níveis de eficiência mais baixos. Não se trata de substituir toda a infraestrutura, mas aumentá-la em lugares onde faz sentido. ”

O protótipo da empresa consegue atualmente enviar alguns watts de energia a uma distância de cerca de 40 metros.

No projeto Powerco, estão a trabalhar numa versão maior, capaz de transmitir alguns quilowatts. O plano é entregar o novo sistema à Powerco em outubro, testá-lo no laboratório durante alguns meses e, se tudo correr conforme o planeado, testá-lo em campo. Os testes terão como objetivo validar quanta potência o sistema pode transmitir e em que distância.

“Podemos usar exatamente a mesma tecnologia para transmitir 100 vezes mais potência em distâncias muito maiores”, disse Kushnir, em comunicado. “Os sistemas sem fios que usam a tecnologia Emrod podem transmitir qualquer quantidade de energia que as soluções com fio transmitem.”

Ray Simpkin, diretor científico da Emrod, disse, em declarações ao IEEE Spectrum, que a empresa está a investigar se conseguiria enviar energia por 30 quilómetros de água do continente da Nova Zelândia à Ilha Stewart. O sistema pode custar até 60% de um cabo submarino.

Esta tecnologia pode ajudar áreas rurais, transmitir energia de parques eólicos offshore ou ser usado para fornecer energia após desastres naturais em que a infraestrutura física tenha sido danificada.

Para já, a tecnologia da Emrod não é o “sistema sem fios mundial” da Tesla, mas pode tornar a energia sem fio de longa distância uma realidade comercial num futuro não muito distante.

 

DÉFICIT DO GOVERNO FECHA O ANO DE 2020 COM VALOR DE 12,1% DO PIB

 

Contas públicas devem fechar o ano com déficit de R$ 866,4 bilhões

 

Agência Brasil

 


 

As contas públicas do governo federal devem fechar este ano com déficit de R$ 866,4 bilhões. O valor corresponde a 12,1% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB). A previsão foi divulgada nesta sexta-feira (4) pelo Ministério da Economia e supera a estimativa feita em julho (R$ 787,45 bilhões em 2020). As informações estão na Análise do Impacto Fiscal das Medidas de Enfrentamento à Covid-19.

A meta de déficit primário para este ano era de R$ 124,1 bilhões (1,7% do PIB), mas o decreto de calamidade pública por causa da covid-19 dispensou o governo de cumprir tal objetivo.

O impacto fiscal devido às medidas de enfrentamento à crise gerada pela pandemia de covid-19 já soma R$ 605 bilhões. Desse total, R$ 584,3 bilhões são aumento de despesas e R$ 20,6 bilhões correspondem a perdas de receita geradas por redução de tributos. A maior perda de receitas é com a redução a zero do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em empréstimos, no valor de R$ 14,1 bilhões.

Do total das despesas, R$ 569,6 bilhões estão em execução orçamentária. A maior parte é de despesas com o auxílio emergencial, no valor de R$ 321,8 bilhões. Desse valor, R$ 67 bilhões são do pagamento adicional de até quatro parcelas no valor de R$ 300, anunciado pelo governo nesta semana. Inicialmente, o auxílio emergencial teria três parcelas de R$ 600 e depois foram incluídas mais duas parcelas de R$ 600.

Segundo o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, os gastos do governo com o auxílio emergencial e outras medidas relacionadas à pandemia serão restritos a 2020. Ele destacou que o programa do auxílio emergencial vale até 31 de dezembro deste ano, independentemente do número de parcelas recebidas por cada beneficiário.

Há ainda R$ 14,8 bilhões sem dotação orçamentária, referentes à suspensão das parcelas de empréstimos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), no valor de R$ 800 milhões, à expansão do Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), R$ 4 bilhões, e ao Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC) - Maquininhas, R$ 10 bilhões.

Setor púbico consolidado

Se for considerado todo o setor público – governos federal, estatais federais, estaduais e municipais, o déficit primário chega a R$ 891,1 bilhões, o que corresponde a 12,4% do PIB. Os cálculos do ministério consideram a previsão de queda do PIB em 4,7%.

De acordo com Rodrigues, a previsão do governo para o PIB pode melhorar. “Todos os dados que temos indicam que o pior já passou”, disse. Ele acrescentou que a medida que a economia se recupera, a arrecadação sobe.

Dívida pública

A expectativa é que a dívida bruta do governo geral, que contabiliza os passivos dos governos federal, estaduais e municipais, alcance 94,6% do PIB ao final de 2020, aumento de 18,8% do PIB em relação ao encerramento de 2019 (75,8%).

A dívida líquida do setor público (balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) deve alcançar 67,9% do PIB em 2020, 12,2 pontos percentuais acima do registrado ao final de 2019 (55,7%).

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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