quinta-feira, 20 de agosto de 2020

OBAMA CRITICA O PRESIDENTE TRUMP ATUAL

 

Obama dirá que Trump falhou e chamará Biden de "irmão"; Harris obterá aprovação de democratas

 

Por James Oliphant

 

 

© Reuters/Carlos Barria Barack Obama e Joe Biden

Por James Oliphant

WASHINGTON (Reuters) - A senadora norte-americana Kamala Harris vai desempenhar suas habilidades como promotora em discurso contra o presidente Donald Trump, nesta quarta-feira, na Convenção Nacional Democrata, como companheira de chapa do candidato presidencial Joe Biden.

O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama também vai discursar, afirmando à convenção que os fracassos de Trump como seu sucessor levaram a 170.000 mortes por coronavírus no país, além de milhões de empregos perdidos e a reputação dos EUA muito diminuída no mundo, de acordo com trechos do discurso divulgados pelos organizadores.

Ex-promotora da Califórnia, Harris fará história como a primeira mulher negra e asiática-americana em uma importante chapa presidencial dos EUA. Ao falar no terceiro dia de uma convenção de quatro dias, ela aceitará a indicação do partido para vice-presidente na eleição de 3 de novembro contra Trump.

Espera-se que Harris pressione agressivamente contra a reeleição de Trump, provavelmente falando diretamente a milhões de mulheres, jovens e eleitores negros -- parcelas do eleitorado que os democratas precisam conquistar para Biden derrotar o republicano Trump.

Ela ganhou destaque no Senado por seus interrogatórios exigentes de indicados de Trump, como o juiz da Suprema Corte Brett Kavanaugh e o secretário de Justiça, Bill Barr.

Os procedimentos da convenção, que ocorrer em grande parte de forma virtual devido ao coronavírus, começam às 22h (horário de Brasília).

Em trechos disponibilizados com antecedência, Obama, que teve Biden como vice-presidente de 2009-2017, afirma que esperava que Trump levasse o cargo a sério, sentisse o peso da posição e revelasse uma reverência pela democracia norte-americana.

"Donald Trump não cresceu no cargo porque não consegue. E as consequências desse fracasso são graves. 170.000 americanos mortos. Milhões de empregos perdidos. Nossos piores ímpetos foram desencadeados, nossa orgulhosa reputação em todo o mundo caiu drasticamente e nossas instituições democráticas estão ameaçadas como nunca antes”, afirmará Obama.

Obama, que continua muito popular entre os eleitores democratas, também usará seu discurso para oferecer apoio pessoal a Biden.

“Doze anos atrás, quando comecei minha busca por um vice-presidente, não sabia que acabaria encontrando um irmão”, deve dizer. "Joe e eu viemos de lugares diferentes e de gerações diferentes. Mas o que rapidamente passei a admirar nele é sua resiliência, nascida de muita luta; sua empatia, nascida de muita dor."

Ao falar em um evento virtual para arrecadação de fundos na quarta-feira com autoridades eleitas da Pensilvânia, Biden repetiu seus apelos para unificar o país.

"Este momento exige que envolvamos todos que conhecemos, lembremos quem somos como nação, para reconstruir um futuro melhor. Isso é o que os Estados Unidos sempre fazem em uma crise", disse Biden.

O coronavírus complicou a vida de todos, e muitos norte-americanos devem votar pelos correios para evitar multidões nas urnas. Trump tem atacado repetidamente e sem mostrar evidências a votação pelo correio, afirmando ser suscetível à fraude, embora o voto pelo correio não seja novidade na vida política dos EUA.

(Reportagem adicional de Trevor Hunnicutt e Simon Lewis)

 

PROBLEMAS DO PASSADO MUITO PRESENTES NA POLÍTICA ATUAL

 

País enfrenta superabundância de passado não resolvido

 

Marcos Guterman

 

 

Os muitos excessos do presente no Brasil, desde as eleições de 2018, são sintomas do que podemos chamar de superabundância de passado não resolvido. A polarização aparentemente insuperável que tem dominado o discurso político se dá em alguma medida porque o País parece ter sido incapaz de se entender não só a respeito da ditadura militar, mas também em relação à própria redemocratização.

Como toda tentativa de repetição da História, há na aventura bolsonarista, nostálgica do regime militar, um tanto de farsa. O próprio presidente Jair Bolsonaro não foi exatamente um exemplo de bom militar e seria preciso um grande esforço para vê-lo como líder de uma retomada dos ideais que moveram os generais que governaram o Brasil entre 1964 e 1985. Em tempos de pós-verdade, contudo, essa falha biográfica de Bolsonaro não tem a menor importância. A rigor, serve, ao contrário, para acrescentar-lhe traços de romântica marginalidade.

Segundo essa farsa, Bolsonaro, quando foi preso pelo Exército em 1985 por insubordinação, ao reclamar publicamente dos salários da tropa, na verdade estava sendo punido por enfrentar uma instituição que a seus olhos, como aos de muitos de seus eleitores, estava traindo o espírito da “revolução” de 1964. Foi como líder sindical de oficiais de baixa patente que Bolsonaro afinou seu discurso contra os militares que pouco antes haviam aceitado voltar aos quartéis e devolver o poder aos civis. Em certa medida, portanto, estamos de volta não a 1964, mas a 1985, ano do restabelecimento do regime civil e democrático.

Mas os inconformados com 1985 não são apenas os bolsonaristas. É bom lembrar que naquele ano o PT proibiu seus oito parlamentares de participar do processo de escolha do presidente no colégio eleitoral e chegou a afastar os três que contrariaram a ordem e votaram em Tancredo Neves. Na visão fundamentalista petista, não era possível compactuar com o arranjo que permitiu a transição, mesmo correndo-se o risco de ver eleito presidente um político – Paulo Maluf – ligado à linha dura do regime militar.

A transição, para os petistas, era apenas uma troca de guarda na fortaleza dos interesses do grande capital. “O que existe hoje é um grande acordo da elite dominante do País”, explicou o então presidente do PT, Luiz Inácio da Silva, o Lula. Para marcar sua posição radical, o PT recusou-se a aprovar a Constituição de 1988, por considerá-la “burguesa”. Em discurso, o constituinte Lula chegou a queixar-se de que na nova Constituição “os militares continuam intocáveis, como se fossem cidadãos de primeira classe, para, em nome da ordem e da lei, poderem repetir o que fizeram em 1964”. E completou dizendo que o PT votaria contra o texto por entender que, “mesmo havendo avanços na Constituinte, a essência do poder, a essência da propriedade privada, a essência do poder dos militares continuam intactas”.

Uma vez na Presidência, o PT manteve o discurso raivoso em relação a tudo o que veio antes, denunciando uma “herança maldita” que deveria ser superada. Invocando-se o papel de líder exclusivo dos anseios populares, o PT recusou-se terminantemente a colaborar com os governos pós-ditadura e, uma vez no poder, rejeitou dividi-lo mesmo à esquerda. Preferiu a cooptação corrupta à cooperação democrática, movido por sua desconfiança atávica das “elites”. O impeachment da presidente Dilma Rousseff e a prisão de Lula só reforçaram a retórica petista segundo a qual essas “elites” continuam a controlar os destinos do País.

É nesse ponto que o petismo e o bolsonarismo se encontram: no desconforto sobre o desfecho do regime militar. Para os bolsonaristas, a Nova República serviu para franquear a máquina estatal a parasitas do dinheiro público e a minorias moralmente abjetas, alimentando saudades da ditadura, supostamente incorruptível e a salvo da perversão comunista. Para os petistas, a Nova República foi o modo que as elites encontraram para proteger seu modelo hegemônico das demandas crescentes de inclusão social e participação política desde os estertores da ditadura.

Se a Nova República em vários aspectos foi positiva — propiciou o controle da inflação, construiu um sistema de freios e contrapesos que bem ou mal funciona e sobreviveu a testes de estresse com a destituição de dois presidentes —, por outro lado pouco fez para acabar com privilégios da corte estatal, minou a credibilidade da política com um sistema de representação e de governança que convida à corrupção e fracassou na redução da nossa brutal desigualdade. Com isso temos uma classe média que mal se identifica com a política e se sente injustiçada. E temos também um imenso contingente de pobres dependentes de caraminguás do Estado, condenados a uma permanente subalternidade.

A Nova República, com suas promessas democráticas e espírito conciliador, vem passando pelo maior questionamento de suas quase quatro décadas de história. O que sairá disso depende em grande medida da vontade do País de se entender sobre o que afinal quer da democracia.

JORNALISTA E HISTORIADOR

 

GUEDES REAGIU À DERRUBADA DO VETO PELO SENADO QUE DÁ REAJUSTES AOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

 

 

Guedes diz que Senado deu 'péssimo sinal' ao derrubar veto a reajustes

 

Notícias Ao Minuto Brasil

 

 

© Getty Para o ministro, existe o risco de perda de até R$ 120 bilhões de recursos com a derrubada do veto

O veto será votado pela Câmara dos Deputados amanhã (20). Tradicionalmente, as derrubadas de vetos são votadas em sessão conjunta pelos deputados e senadores, mas a apreciação pelos deputados foi adiada para que o Ministério da Economia tente articular a manutenção do veto.

“Colocamos muito recurso na crise da saúde e o Senado deu um sinal muito ruim permitindo que justamente recursos que foram para a crise da saúde possam se transformar em aumento de salário. Isso é um péssimo sinal. Temos que torcer para a Câmara conseguir segurar a situação”, disse Guedes após reunião com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

Para o ministro, existe o risco de perda de até R$ 120 bilhões de recursos com a derrubada do veto. “Pegar dinheiro de saúde e permitir que se transforme em aumento de salário para o funcionalismo é um crime contra o país”, disse.

Guedes acrescentou que o veto pelo presidente Bolsonaro foi um gesto de responsabilidade porque tinha como objetivo garantir que o pacote de ajuda aos estados e aos municípios seja aplicado no enfrentamento à pandemia de covid-19, sem ser revertido em aumentos de salários. O congelamento dos salários dos servidores tinha sido definido pela equipe econômica como contrapartida para o socorro aos governos locais.

A reunião teve como objetivo articular o lançamento do programa habitacional Casa Verde Amarela. Segundo o ministro do Desenvolvimento Regional, o programa será lançado na próxima semana.

De acordo com Marinho, a redução de cerca de meio ponto percentual da remuneração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS) permitirá diminuir os juros do novo programa habitacional e incluir cerca de 1 milhão de famílias nos financiamentos.

“Estamos utilizando a própria gestão do fundo de garantias para diminuir a remuneração do fundo, porque nesse momento o fundo está pagando 5% [ao ano] contra uma taxa Selic de 2%. Não estamos reduzindo nada substancialmente, vai ser meio por cento mais ou menos”, afirmou.

Atualmente, o FGTS rende 3% ao ano mais a distribuição de parte dos lucros ao trabalhador. Nos últimos 12 meses, a remuneração somou 4,9%, após o Conselho Curador do FGTS aprovar o repasse de dois terços dos lucros de 2019 aos cotistas.

Com informações da Agência Brasil

 

                                                                                                                                                      

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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