quinta-feira, 13 de agosto de 2020

COLUNA ESPLANADA DO DIA 13/08/2020

 

Crime e castigo

 

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini

 

 

A Justiça de Pernambuco já expediu o mandado de prisão do assassino do blogueiro Áquila Silva e do filho dele, de 11 anos. É um matador profissional, contam fontes. E há suspeita de crime encomendado. Até o fechamento da Coluna, ninguém fora preso. Áquila e o filho foram assassinados a tiros no domingo à noite, na cidade de Rio Formoso. Ainda não há informações se há relação com crime político. Denúncias contra prefeitos da região eram recorrentes no seu site.

Oi, hei!
Uma amostra do ano Legislativo perdido: há 10 dias, um deputado federal importante do MDB não consegue falar com líder do Governo, deputado Vitor Hugo (PSL-GO).

Ano perdido
O Palácio desistiu da reforma administrativa porque o Congresso Nacional está às moscas. Todos estão nas bases em tratativas para apoio a seus candidatos na eleição.

Cadê os amigos?
O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo (PE), figura ativa nas redes sociais, anda sumido depois das operações que cercaram José Serra e do indiciamento de Alckmin.

O articulador
O ex-presidente do PV e ex-secretário do Meio Ambiente de Pernambuco Sérgio Xavier está na mira do Ministério Público Federal, suspeito de participar do desvio de dinheiro do bilionário Sistema S. A denúncia ainda envolve o presidente da CNI, Robson Andrade, e mais nove pessoas. Amigo de longa data do senador Jarbas Vasconcelos, Sérgio Xavier figura como sócio de mais de 200 empresas, apurou a reportagem, cujos capitais sociais somados dão inveja a sheiks do petróleo. 

Pé na rua
Brasileiros retomam aos poucos a rotina. Sondagem da Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Marketing, de julho, com 1.090 pessoas, mostra que uma em cada três pessoas já foi às compras no comércio de rua ou voltou a frequentar reuniões familiares. Dos entrevistados, 25% voltaram a frequentar shoppings e restaurantes.

Marketing eleitoral
Aliados e amigos do senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI) soltaram nas redes sociais banner com indicação de que pode ser vice de Jair Bolsonaro na chapa de 2022.

Intensivão 
O ex-PGR Geraldo Brindeiro aceitou o desafio e juntou-se aos veteranos Rudolfo Lago, Alexandre Jardim, Estêvão Damásio e outros jornalistas como professores do curso virtual “Imagem & Credibilidade”, para candidatos nas eleições deste ano. 

Pau no backstage
É provável que o cantor Roger Moreira, vocalista do Ultraje a Rigor, esqueça o processo que prometeu contra Edgar Scandurra. Mas só se o guitarrista do Ira!, que citou em entrevista que Roger apoia a tortura, se desculpar nas redes sociais. Scandurra chegou a deixar uma mensagem de voz no whatsapp para Roger, que a desdenhou. 

Hotel casa
Os hotéis, um dos setores mais afetados com a pandemia, estão se reinventando para conquistar hóspedes. Em Brasília, por exemplo, Saint Paul e o Kubitschek Plaza passaram a oferecer tarifas promocionais de R$ 1.600 ao mês, para moradia. 

‘Papai’ e novinha
Pesquisa da plataforma Universo Sugar mostra que 65,66% dos Sugar Daddies do Distrito Federal afirmam ter filhos, enquanto em São Paulo são 58,13%. É aquele turma que ‘adota’ uma namorada novinha e paga seus caprichos (e estudos). 

Fé na santa
A Coluna registrou que o movimento na Basílica de Aparecida (SP) caiu para 5 mil turistas/dia. Mas não é por causa da forte barreira sanitária contra o Covid-19, citada (estão certos). É porque as romarias caíram muito desde o início da pandemia. 

Ponto Final
Tem gente que crava que Vladmir Putin já tem uma vacina contra o Covid-19. A Rússia é uma das maiores potências na ciência, e seu presidente deu a cara na TV cravando. Parte-se da premissa de que ele não passaria uma vergonha mundial. A conferir.

 

 

OS DEMOCRATAS TRAVAM OS PROJETOS DO PRESIDENTE TRAMP NOS EUA

 

Trump chama exigências de democratas de "ridículas" em meio a impasse por ajuda ao coronavírus

 

Por Steve Holland e Susan Cornwell

 

 

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou na quarta-feira os democratas do Congresso de não quererem negociar um pacote de ajuda devido ao coronavírus porque ele se recusa a concordar com pedidos de gastos "ridículos" não relacionados à pandemia.

As declarações de Trump foram feitas depois que negociadores democratas e republicanos trocaram acusações durante um lapso de cinco dias nas negociações sobre uma legislação de alívio.

O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, principal negociador de Trump, questionou uma declaração de dois democratas no Congresso de que os republicanos buscaram mais negociações mas recusaram qualquer movimento sobre a sua oferta inicial de 1 trilhão de dólares, que é menos de um terço do que a Câmara controlada pelos democratas aprovou em medida em maio.

"De novo deixamos claro para o governo que estamos dispostos a retomar as negociações quando eles começarem a assumir seriamente esse processo", disseram a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, em comunicado.

Em resposta, Mnuchin afirmou que Pelosi "não está disposta a se reunir e continuar as negociações a menos que concordemos antes com a proposta dela, custando ao menos 2 trilhões de dólares".

Falando a repórteres na Casa Branca, Trump afirmou que "Chuck Schumer e Nancy Pelosi estão mantendo o povo norte-americano como refém por sua agenda esquerdista radical que o país não quer e não vai aceitar".

"O projeto de lei não vai acontecer porque eles nem mesmo querem conversar sobre isso, porque não podemos dar a eles o tipo de coisas ridículas que eles querem que não têm nada a ver o vírus da China", disse Trump.

 

PROBLEMAS COM A EQUIPE ECONÔMICA - GOVERNO - CONGRESSO

 

Análise: Saídas na equipe econômica revelam dilemas

 

Murillo Aragão*

 

 

As demissões dos secretários especiais de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e o de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, tiveram ampla repercussão no mercado. Não foi a primeira vez que elementos-chave da equipe econômica saíram do governo. Um claro sinal de que algo não vai bem.

O ministro da EconomiaPaulo Guedes, admitiu que Mattar saiu porque não consegue, por resistências políticas, avançar nas privatizações. Já Uebel, porque a reforma administrativa não foi enviada ao Congresso Nacional, embora esteja com o presidente Bolsonaro desde o fim do ano passado.

Paulo Guedes, também, reconheceu o óbvio: que o controle da agenda política não é dele. Só faltou reconhecer outra realidade: a agenda de reformas tampouco é controlada pelo presidente Jair Bolsonaro.

O presidente da CâmaraRodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o projeto da privatização da Eletrobrás, por exemplo, dificilmente será aprovado neste ano. A reforma tributária tramita sob o comando do Congresso e não da equipe econômica. O envio da reforma administrativa somente deve acontecer após a eleição para as presidências da Câmara e do Senado, marcadas para fevereiro de 2021.

O fato é que o Congresso tem mostrado maior autonomia para decidir as políticas públicas. Tal fato é comprovado pelo número inusitado de vetos que Jair Bolsonaro aplica às propostas aprovadas no Legislativo.

Após a pandemia, a resistência política à agenda defendida pelo ministro Paulo Guedes aumentou. Embora Guedes e o presidente da Câmara defendam a manutenção do teto de gastos e a reforma tributária, há uma pressão para aumento de gasto público.

A pressão não vem apenas do Legislativo (proposta de emenda à Constituição que suspende a vigência do teto de gastos foi apresentada pela oposição, mas com apoio de partidos do Centrão). Ela vem também da equipe ministerial. Defendendo mais gastos em infraestrutura, o ministro da Casa CivilBraga Neto, lançou o programa Pró-Brasil. Ele tem o apoio do ministro do Desenvolvimento RegionalRogério Marinho.

No contexto, o que mais preocupou foi a reação de Guedes à saída de Mattar e Uebel. Suas declarações revelaram algumas preocupações claras. Destaco as seguintes: de que não tem apoio político no governo para a sua agenda; que não teria apoio político no Congresso para a sua agenda; e de que precisa de maior apoio do presidente Jair Bolsonaro para que sua agenda avance.

O mercado quer saber se Paulo Guedes estaria com pé fora do governo? Ainda não. Mas seguramente, hoje, ele não está com os dois pés firmemente plantados no governo. Para tentar dissipar um pouco o mal-estar, ontem o presidente Jair Bolsonaro se manifestou por meio de suas redes sociais defendendo as privatizações e o teto de gastos; e a responsabilidade fiscal. O tempo vai responder.

*ADVOGADO, MESTRE EM CIÊNCIA POLÍTICA E DOUTOR EM SOCIOLOGIA PELA UNB, É CEO DA ARKO ADVICE – PESQUISAS E ANÁLISE POLÍTICA

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...