quarta-feira, 12 de agosto de 2020

COMPLÔS ATUAIS E HISTÓRICOS

 

O complô fatídico

Manoel Hygino 

 

 

 

Finalmente, esclareceu-se, ou parece, o caso de um documento misterioso elaborado no âmbito do Ministério da Justiça, que nada menos de 579 servidores daquela pasta foram citados e teriam assinado. A maioria deles era da área de segurança e de crítica ao governo federal, principalmente ligada a um movimento antifascista.

O ministro André Mendonça, da Justiça, declarou que tomara conhecimento do relatório depois de tornado público pela Imprensa, quando buscou informações. Ele trocou a chefia da área respectiva, assegurando ainda que ela não exerce qualquer atividade de perseguição os opositores do governo.

De todo modo, as providências ministeriais foram extraídas, embora a fórceps, depois de ecoar muito nos meios de comunicação. O fato faz lembrar o célebre “Protocolo dos Sábios do Sião”. É o seguinte – O escritor francês Maurice Joly, em 1864, publicou “O Diálogo no Inferno de Maquiavel e Montesquieu”, em Paris e, 35 anos depois, o folhetim chegou a Mathieu Golovinski, exilado russo na França e prestador de serviços à polícia secreta de Nicolau II, último czar, a famosa “Ochrana”.

Para provar ao imperador que havia um complô contra ele, o exilado russo plagiou a obra do autor francês, apresentando a versão de que um grupo de judeus influentes pretendia acabar com o império russo mediante um plano de dominação mundial.

O livreto, transformado em “Protocolo”, foi traduzido a várias línguas e percorreu o mundo, estimulando o crescimento do anti-semitismo, que causaram “pogroms”, assassinatos em massa de judeus, que teriam, inclusive, sugerido o holocausto de Hitler. Um ardil montado por Golovinski que gerou milhões de mortos e a II Grande Guerra.

Eis um tema atraente, mas complicado. Em 1931, um desencantado monarquista confessou ter forjado os Protocolos simplesmente porque um judeu, gerente de banco, lhe recusara um empréstimo e resolveu reagir incriminando todos os semitas, copiando as ideias centrais do livro de Joly.

E o manifesto ou “dossier” de agora no Brasil?

 

 

COLUNA ESPLANADA DO DIA 12/08/2020

 

Crime bárbaro

 

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini

 

 

Com o slogan “O futuro é cuidar das pessoas”, a Prefeitura da pequena Rio Formoso, na Mata Sul de Pernambuco, parece ignorar o clima nas ruas. Na noite do último domingo, no Dia dos Pais, o blogueiro Áquila Bruno Silva e seu filho de 11 anos foram emboscados e assassinados dentro do carro em frente a um supermercado. Ele era crítico ferrenho da gestão da prefeita Isabel Hacker (PSB). A Polícia Civil já identificou o culpado, mas não revelou o nome e se o duplo assassinato tem motivação política. Até o fechamento da Coluna, as informações de fontes de Pernambuco apontavam para um guarda municipal, reconhecido por testemunhas dos disparos.

Laços de família
A prefeita Isabel Hacker é mãe do prefeito Sérgio Hacker, de Tamandaré (PE), cuja primeira-dama, Sari Corte, foi indiciada pela morte do menor Miguel Otávio. Era aquele menininho filho da empregada, que caiu de um prédio no Recife.

De casa
O ministro Fábio Faria emplacou na Empresa Brasil de Comunicação como assessor Especial II um ex-funcionário de seu gabinete, com pós-gradução em Design. 

Coldre presidencial
Jair Renan, o filho Zero Quatro do presidente Bolsonaro, tem tido aulas de tiros com fuzis, metralhadoras e pistolas em Brasília. Bem acompanhado pelos seguranças. 

País do Racismo
O jovem Matheus Fernandes, 18, negro, pobre, foi agredido por supostos seguranças à paisana de um shopping do Rio de Janeiro, porque suspeitaram que ele roubou um relógio das lojas Renner. Ele havia pagado R$ 300 pela peça, para presentear seu pai. O caso se soma a tantos, diários, que não chegam aos olhos e ouvidos dos brasileiros.

Cena de filme
Este crime de racismo remete a episódio em Belo Horizonte, de muitos anos atrás, que está no prelo de um livro e contado pelo ex-menor que foi parar na Febem: ele vislumbrava comprar um tênis Nike em destaque na vitrine de loja no Centro. Trabalhou meses para isso. Quando entrou na loja, descalço e sujo, com dinheiro no bolso para aquisição, foi expulso e agredido pelo segurança, que suspeitava de roubo. 

Resultado...
...O engraxate voltou para casa revoltado, aos prantos; pegou o revólver do irmão, retornou ao mesmo comércio e levou o tênis empunhando a arma.

Frevo descompasso 
A candidatura de Marília Arraes (PT) à Prefeitura do Recife foi oficializada, enfim, pela Executiva regional do partido, mesmo a contragosto de muitos. Mas está com amarras na língua, como condição: na campanha, só poderá criticar o Governo Bolsonaro e resgatar as ações do ex-presidente Lula. Falar mal do PSB local, aliado, nem pensar. 

Memorial
O ex-governador Eduardo Campos, primo de Marília, faria 55 anos ontem. Campos morreu de acidente aéreo no dia 13 de agosto de 2014, em Santos (SP).

Brasil na agenda
Os estrangeiros estão perdendo o medo de vir ao Brasil. O e-mundi , que promove press-trips e seminários, fechou viagens com grupos para cidades históricas de Minas Gerais, Bahia e para a 3ª edição da navegação pelo rio Negro na Amazônia no primeiro semestre do ano que vem.

Termômetro industrial
A indústria vai retomando devagar o ânimo, mesmo com números recordes da pandemia. Houve reação em julho, segundo o Índice GS1 Brasil de Atividade Industrial: avançou 37,7% a intenção de lançar produtos na praça, em relação a junho. Todavia, o acumulado nos últimos 12 meses ainda está negativo em 18,2%.

Cony & Amado
Um leilão virtual da Letra Viva mostrou como Carlos Heitor Cony e Jorge Amado, dois saudosos gênios da literatura brasileira, continuam em alta. Livros de Amado autografados para o escritor carioca saíram a R$ 901 (‘Tieta’) e R$ 1.001 (‘Dona Flor’). O ápice foi uma primeira edição de ‘Primeiras Estórias’, com autógrafo de Guimarãres Rosa para Cony, arrematado por R$ 4.700. Foram vendidas outras preciosidades. 

Ponto Final
Se voce acha que a vida está difícil, imagina para famílias de quatro pessoas assassinadas no trânsito por motoristas bêbados, que causaram atropelamentos em três acidentes nos últimos dias em Brasília. Os três motoristas estão em casa, e dois deles foram liberados pelos juízes sem necessidade de pagar fiança.

 

 

PAULO GUEDES QUER EVITAR DESCUMPRIR O TETO DE GASTOS DO GOVERNO FEDERAL

 

Descumprir teto de gastos pode levar a impeachment de Bolsonaro, diz Guedes

 

Caio Spechoto

 

 

© Sérgio Lima/Poder360 Paulo Guedes dá declaração à imprensa entre Rodrigo Maia e Arthur Lira

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reuniu-se no fim da tarde desta 3ª feira (11.ago.2020) com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e com o líder do PP e do Centrão, Arthur Lira (AL). Na saída, eles disseram que o teto de gastos não pode ser alterado.

“Foi uma operação segura teto”, disse Guedes à frente do ministério ao lado dos 2 deputados. “Não haverá nenhum apoio do Ministério da Economia a furar o teto. Se tiver ministro fura-teto, eu vou brigar com o fura-teto”, declarou ele.

Um possível drible ao teto de gastos passou a ser assunto em Brasília por causa do impacto da pandemia sobre a economia. O orçamento público deve ser ainda mais comprimido em 2021.

Paulo Guedes afirmou que 2020 teve despesas extras por causa da pandemia, mas que o mercado compreende caso haja compromisso com o controle dos gastos na sequência. “Esse ano é extraordinário [por causa da pandemia].

“Os conselheiros do presidente que estão aconselhando a furar o teto estão levando para uma zona sombria”, afirmou Paulo Guedes. “Para uma zona de impeachment, para uma zona de irresponsabilidade fiscal“, completou. Ele disse, porém, que Jair Bolsonaro apoia o mecanismo de controle de despesas.

São ventiladas duas principais teses para furar o teto. Manter no próximo ano o estado de calamidade, que tira os efeitos da meta fiscal, ou prorrogar o Orçamento de Guerra. “Se a pandemia se extingue nesse ano, por que pediríamos a prorrogação para o ano que vem?”, declarou Guedes.

 

© Sérgio Lima/Poder360 Rodrigo Maia em declaração à imprensa em frente ao Ministério da Economia; à esquerda, Paulo Guedes, e à direita, Arthur Lira

“De forma nenhuma a Presidência [da Câmara] vai pautar a prorrogação do Estado de calamidade”, disse Rodrigo Maia. “Não podemos olhar o endividamento público como solução”, declarou o deputado.

Ele disse que o teto de gastos tem apoio suficiente na Câmara e que pressiona para que os gastos públicos sejam melhorados.

Rodrigo Maia disse que conversará com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para que sejam pautadas as propostas do governo para economia, como pacto federativo e a PEC emergencial.

“Essas PECs que o governo mandou no ano passado é que são a solução”, afirmou Maia. “Você explode o teto de gastos de 1 lado e a economia afunda do outro”, declarou.

“Tudo o que foi feito pelo governo nesse período de pandemia foi necessário”, declarou Arthur Lira. Ele se aproximou do Palácio do Planalto nos últimos meses. Bolsonaro tenta construir uma base de apoio na Câmara, e Lira é peça-chave nesse esforço.

Além da afirmação de que o dispositivo deve ser preservado, houve acenos mútuos. “O Congresso trabalhou durante a crise”, disse o ministro. Maia elogiou a proposta de reforma tributária do governo. A relação entre o presidente da Câmara e o ministro teve sobressaltos desde o começo do governo.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...